Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PATROCÍNIO SPONSOR
APOIO SUPPORT
concreta ’56 a raiz da forma concret ’56 the root of form
REALIZAÇÃO REALIZATION
MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO
DE 26 DE SETEMBRO A 03 DE DEZEMBRO DE 2006 26 SEPTEMBER TO 03 DECEMBER 2006
CURADORES CURATORS
LORENZO MAMMÌ ARTES PLÁSTICAS LORENZO MAMMÌ FINE ARTS
JOÃO BANDEIRA POESIA JOÃO BANDEIRA POETRY
ANDRÉ STOLARSKI DESIGN ANDRÉ STOLARSKI DESIGN
PRODUÇÃO PRODUCTION
EQUIPE MAM EQUIPE MAM
REVISÃO REVISION
FABIANA PINO FABIANA PINO
FOTOGRAFIAS PHOTOGRAPHS
LUIGI STAVALE LUIGI STAVALE
REGISTRO FOTOGRÁFICO DA EXPOSIÇÃO REGISTRO PHOTOGRAPHIC OF EXHIBITION
EDOUARD FRAIPONT EDOUARD FRAIPONT
IMPRESSÃO PRINTING
ESKENAZI ESKENAZI
Agradecimentos
Our appreciation to
8 President of Museum
52 Works
142 Works
poetry
254 Bibliography
258 AD Magazine
268 Chronology
276 Biographies
apêndice
288 Art
294 Poetry
298 Design
concreta ’56 a raiz da forma
sumário
9 Presidente do Museu
52 Obras
arte
121 Palavras no espaço
– a poesia na Exposição Nacional
de Arte Concreta
João Bandeira
142 Obras
poesia
190 Projeto concreto
O design brasileiro na órbita da
I Exposição Nacional de Arte
Concreta: 1948-1966
André Stolarski
design
255 Bibliografia
258 Revista AD nº 20
269 Cronologia
277 Biografias
apêndice
289 Arte
295 Poesia
299 Design
8
In 1956, the Modern Art Museum of São Paulo (MAM)
housed in its former facilities, located at Rua Sete
de Abril, the First National Exhibition of Concrete Art.
Within the context of enthusiasm surrounding the
country’s modernization, the MAM was distinguished
for supporting an important Brazilian artistic move-
ment.
With the participation of 20 plastic art-
ists and 6 poets, the 1st Enac followed the social ide-
als spread by the School of Ulm, Germany, and was
the high point of the implementation of the construc-
tive artistic project in Brazil.
Fifty years later, the MAM is organiz-
ing the exhibit Concrete ’56: The root of form, with
curatorship by Lorenzo Mammì, André Stolarski and
João Bandeira. This is a rescue of a significant part
of the history of Brazilian art, which consolidates the
Museum’s interest in making national art accessible
to an ever growing public.
Concrete’56: The root of form, brings
a broadened reconstitution, searching for a few
possible developments of the 1st Enac. During the
research process, we were able to count with the
support of numerous institutions, collectors and
artists, who contributed in a decisive manner to the
final result. The historical archives of the Fiaminghi
Family, for example, offered important clues towards
the understanding of how the I National Exhibition of
Concrete Art was organized. We would like to offer
our most sincere thanks to all who, in some way,
contributed to one more project of the Museum of
Modern Art of São Paulo.
Milú Villela
President – Museu de Arte Moderna de São Paulo
9
Em 1956, o Museu de Arte Moderna de São
Paulo abrigava, em sua antiga sede na rua Sete
de Abril, a I Exposição Nacional de Arte Concre-
ta (Enac). Naquele contexto de entusiasmo em
torno da modernização do país, o MAM ganhou
destaque ao apoiar um importante movimento
artístico brasileiro.
Com a participação de 20 artistas
plásticos e de 6 poetas, a I Enac seguiu os ideais
sociais difundidos pela Escola de Ulm, na Alema-
nha, e foi o momento alto de implementação do
projeto artístico construtivo no Brasil.
Passados 50 anos, o MAM organiza
a exposição Concreta ’56: a raiz da forma, com
curadoria de Lorenzo Mammì, André Stolarski e
João Bandeira. É um resgate de parte significativa
da história da arte brasileira, que vem a consolidar
o interesse do Museu em tornar a arte nacional
acessível a um público cada vez mais amplo.
Concreta ’56: a raiz da forma traz
uma reconstituição ampliada, buscando alguns
possíveis desdobramentos da I Enac. No processo
de pesquisa, contamos com o apoio de muitas
instituições, colecionadores e artistas que con-
tri-buíram, de maneira decisiva, para o resultado
final. Os arquivos históricos da Família Fiaminghi,
por exemplo, ofereceram importantes pistas para
a compreensão de como foi organizada a I Expo-
sição Nacional de Arte Concreta. Nossos mais
sinceros agradecimentos a todos que, de alguma
forma, colaboraram em mais um projeto do Museu
de Arte Moderna de São Paulo.
Milú Villela
Presidente – Museu de Arte Moderna de São Paulo
Exhibition at MAM takes us to a
happy return to the “Golden Years”
10
Upon associating itself to the artists and organizers
of Concret ’56: the root of form assembled at the
Modern Art Museum of São Paulo, Telefônica feels
specially proud. This particular feeling touches us
because, besides its immense artistic value, the exhi-
bition reproduces the yearly moments of the exciting
“JK golden years”, as the era of Juscelino Kubitschek
government became known, one of the phases of
national life that is more often and fondly remembered
by the Brazilian people.
Concreta ’56 recreates, as faithfully as
possible, the I Exposição Nacional de Arte Concreta
(First National Exhibition of Concrete Art), unfolded into
two versions, one in December 1956, held at MAM-SP,
then located at rua 7 de Abril, and the other in February
1957, at MAM-Rio, installed at the Gustavo Capanema
Palace, then Ministry of Education, because at that
time the museum of Rio de Janeiro did not have a
place of its own. Under such exciting climate, the most
polemic and innovating personalities of the national
artistic production met in Rio and in São Paulo, half a
century ago, in what became the ultimate landmark for
the maturity of the Brazilian artistic environment.
By participating in the First National Ex-
hibition of Concrete Art (I Exposição Nacional de Arte
Concreta), the artists that in 1956/1957 formed the
national forefront, did more than just taking part in an
exhibition. They actually brought to light fundamental
questions that were permeating the cultural world in
Brazil, and the discussion thereof, at that time and
in the following years, was determinant to build the
foundation of the present Brazilian art.
Now, in this Concreta ’56, held here at
MAM-SP, 26 of those artists, concretist poets, and 27
designers, are back through their works – paintings,
sculptures, photographs, poetries, advertising pieces,
posters, visual identities, logotypes, design projects,
record and book covers, furniture, folders, etc.
We are also happy because with
Concreta ’56 we have completed the twelfth art exhibit
sponsored by our group during the last seven years
– through out this period we have sponsored also the
publication of six books on Plastic Art. With this, we con-
sider that we are fulfilling our pledge with Brazil, with our
social responsibilities, and that we are contributing to the
democratization of access to Culture in the Country.
11
Ao associar-se aos artistas e organizadores de
Concreta ’56: a raiz da forma, montada no Museu de
Arte Moderna de São Paulo, a Telefônica sente-se
particularmente orgulhosa. Move-nos este sentimen-
to especial porque, além de seu imenso valor artísti-
co, a mostra reedita o início dos efervescentes “anos
dourados” como ficou conhecida a Era JK, uma das
fases da vida nacional lembradas com mais freqüên-
cia e maior carinho pelos brasileiros.
Concreta ’56 reconstitui, da forma
mais fiel possível a I Exposição Nacional de Arte
Concreta, desdobrada em duas versões, uma em
dezembro de 1956, no MAM-SP, que funcionava ain-
da na rua 7 de Abril, e a outra, em fevereiro de 1957,
no MAM-Rio, instalado no Palácio Gustavo Capa-
nema, do Ministério da Educação, porque o museu
carioca também ainda não tinha sede própria. Na-
quele clima efervescente, reuniram-se no Rio e em
São Paulo, há meio século, as alas mais polêmicas
e inovadoras da produção artística nacional, num
encontro que se constituiu em marco decisivo para a
maturação do ambiente artístico brasileiro.
Ao participar da I Exposição Nacional
de Arte Concreta, os artistas que em 1956/1957
constituíam a vanguarda nacional fizeram mais
do que participar de uma mostra. Levantaram as
questões fundamentais que então permeavam o
mundo cultural no Brasil e sua discussão à época e
nos anos seguintes foi determinante para a forma-
ção posterior da arte brasileira atual.
Agora, nesta Concreta ’56 aqui no
MAM-SP, 26 daqueles artistas, poetas concretis-
tas e 27 designers estão de volta através de suas
obras – pinturas, esculturas, fotografias, poesias,
anúncios de propaganda, cartazes, identidades
visuais, logotipos, projetos de design, capas de
discos e livros, mobiliário, folders etc.
Felizes também ficamos por atin-
girmos, com Concreta ’56, a décima-segunda
exposição de arte patrocinada por nosso grupo
nos últimos sete anos – neste período, viabilizamos
também a edição de seis livros sobre artes plásti-
cas. Consideramos assim estar cumprindo com o
nosso compromisso com o Brasil, com as nossas
responsabilidades sociais e contribuindo para a
democratização do acesso à Cultura no País.
Intervenção na fachada de
vidro do MAM/SP, feita a
partir dos estudos de
Antonio Maluf para o mural
do Banco Noroeste
Reconstrução da exposição
original (MAM/SP, 1956)
a partir das fotos do
acervo de Fiaminghi
1ª sala
Reconstruction of the
orginal exhibit (MAM/SP,
1956) based on photographs
from the Fiaminhgi Family
collection
1st room
Décio Pignatari
15
16
Reconstrução da exposição
original (MAM/SP, 1956)
a partir das fotos do
acervo de Fiaminghi
2ª sala
Reconstruction of the
orginal exhibit (MAM/SP,
1956) based on photographs
from the Fiaminhgi Family
collection
2nd room
Haroldo de Campos
Décio Pignatari
Décio Pignatari
Ronaldo Azeredo
17
18
Montagem da exposição
MAM/SP 2006
1 a 3 – sala 1
4 e 5 – sala 3
6 e 7 – sala 2
3 6
7
20
Montagem da exposição
– sala de design
MAM/SP 2006
(Espaço Paulo Figueiredo)
Exhibit setup
– design room
MAM/SP 2006
(Paulo Figueiredo Hall)
21
concret ’56: the root or form
Lorenzo Mammì
Lorenzo Mammì
arte
capital, Brasília. Em dezembro, no Museu de Arte
Moderna de São Paulo, a Exposição Nacional de
Arte Concreta – logo repetida, em fevereiro de
1957, nas salas de exposição do Museu de Arte 23
arte
teóricos, parecia mais tomar posição de um lado ou de outro, cabe
próximo do concretismo
ortodoxo dos paulistas.
compreender a importância que essa discussão
Ivan Serpa é outro nome teve para a maturação do ambiente artístico brasi-
de difícil colocação.
leiro. De fato, criou-se ali um campo de questões 25
2
“Neoconcretismo” foi fundamental para toda a arte brasileira posterior.
publicado parcialmente
na revista Malasartes,
Definiram-se os rumos e as opções possíveis,
n. 3, em 1975, e no catá- dando o tom do debate artístico da década
logo Projeto Construtivo
Brasileiro na Arte, organi-
seguinte – um tom, aliás, reconhecível até hoje
zado por Aracy Amaral em em grande parte da produção brasileira, inclusive
1977. De lá para cá, houve
duas edições integrais
a mais afastada, aparentemente, da poética
em livro: Rio de Janeiro, concreta. No nível mais imediato e elementar da
Funarte, 1985, e São Paulo,
Cosac & Naify, 1999.
polêmica, Waldemar Cordeiro acusou a represen-
tação carioca de falta de rigor construtivo; Ferreira
Gullar viu nos paulistas uma aplicação mecânica
e escolar dos princípios da Escola de Ulm. Mas
a discussão resvalou logo para os fundamentos
teóricos do movimento concreto e as estratégias
de sua aplicação à situação atual.
Nesse sentido, a Exposição Nacio-
nal de Arte Concreta representou o momento de
maior concentração do movimento, mas também o
início de sua dissolução ou (o que é o mesmo) sua
ampliação até limites que tornam quase irreconhe-
cíveis seus princípios iniciais. Nos meses imedia-
tamente seguintes, a obra de muitos dos artistas
presentes mudou significativamente, e modificou-
se também o instrumental teórico posto em campo
pelos críticos, muito embora, em alguns casos, as
alterações já estivessem esboçadas antes disso.
arte
exigência de rigor formal herdada da vanguarda
construtiva. Os enunciados teóricos e as práticas
artísticas do movimento neoconcreto na transição
entre as décadas de 1950 e 1960, em polêmica 27
com o concretismo clássico, seriam justamente
o ponto de partida e uma primeira cristalização
estética dessa tendência.
A trinta anos de distância, essa tese
continua válida, mas, como toda hipótese histórica,
precisa de aprofundamentos e verificações. Não
pode ser reduzida a uma simplificação mecânica,
segundo a qual o concretismo da primeira metade
da década de 50 seria apenas uma fase prepara-
tória e escolar (Bauhaus exercises, segundo a
expressão de Alfred Barr que tanto irritou Mario
3
Cf. “Pintura Brasileira Pedrosa)3, seguida somente no fim da década por
e Gosto Internacional”,
original em Jornal do Brasil,
uma produção realmente original e criativa. Além
novembro de 1957, repu- de ser injusta com uma parte consistente da
blicado em PEDROSA, M.
Acadêmicos e Modernos.
produção concreta da primeira fase (a que caracte-
São Paulo, Edusp, 1998, rizou, justamente, a exposição nacional de 1956), a
p. 279-281.
fórmula é demasiadamente esquemática para dar
conta da complexidade das questões que estavam
em discussão. A produção dessa época merece
ser julgada segundo os próprios critérios, que são
diferentes daqueles que regeram as vanguardas
artísticas das duas décadas seguintes. Se,
portanto, a história do concretismo brasileiro já
foi contada muitas vezes, e amiúde de maneira
brilhante, sobrou a tarefa de entrar nos detalhes,
destrinchar articulação por articulação, evitando,
na medida do possível, as soluções já prontas e
as generalizações.
É preciso estabelecer uma sintonia
fina entre textos teóricos e produção artística, evi-
tando anacronismos ao relacionar uns aos outros.
Isso significa enfrentar a tarefa de uma história
documentada das exposições concretas, tarefa que
está apenas se iniciando e que encontra grande
dificuldade pela escassez da documentação e a
pulverização e mobilidade das coleções.
A reconstituição fiel quanto possível
da Exposição Nacional de Arte Concreta, nas duas
versões, não de todo coincidentes, de São Paulo
Art in its two, not completely coincidental versions,
the one in São Paulo and the one in Rio de Janeiro,
is the main objective of today’s exhibit. We avoided
“a posteriori” make up: from the esthetic value
and expressive maturity’s point of view, the exhibit
presented highs and lows, as it would be expected.
But it was a fertile inequality, a portrait of the state of
art
30
Reportagem sobre a society. But here lies a danger: the social ideals of
montagem da exposição
no Rio de Janeiro. A Hora,
the Bauhaus and of Ulm’s school were meant for a
fevereiro, 1957 class of industrial workers and smaller employees
Article on the set up of the
already sufficiently ingrained in the social fabric, such
Rio de Janeiro exhibition. that these would be on the receiving end of their
A Hora, February, 1957
efforts to rationalize daily life. In spite of the incipient
industrialization, in Brazil this class did not exist – and
perhaps has never been fully formed to this day. It
was thus necessary to assume it theoretically then,
with a more precarious utopian projection than those
of the European models. Concrete art and Brazil-
ian architecture did not presume the existence of an
already consolidated industrial society, and in a way
they were establishing it. Modern times should first be
established in the symbolic plane, and then achieved
Quanto ao design: a relação com o processo de
modernização do país foi fundamental para o
concretismo brasileiro, como foi para o concretis-
mo europeu. Vale lembrar que a Exposição Nacio-
nal de Arte Concreta é contemporânea ao plano
piloto de Lúcio Costa para Brasília. No Brasil da
arte
década de 1950, o ocidente parecia se dar uma
última chance de construir um modelo racional de
sociedade industrial. Mas aqui reside um perigo:
os ideais sociais da Bauhaus e da escola de Ulm 31
visavam a uma classe de trabalhadores indus-
triais e pequenos funcionários já suficientemente
integrada no tecido social, para que pudesse ser
a destinatária de seus esforços de racionalização
da vida cotidiana. Apesar da incipiente industriali-
zação, no Brasil essa classe não existia – e talvez
nunca tenha se formado plenamente. Era neces-
sário, portanto, postulá-la teoricamente, com uma
projeção utópica mais precária do que nos mode-
los europeus. A arte concreta e a arquitetura brasi-
leiras não pressupunham uma sociedade industrial
já consolidada; de certa maneira, a inauguravam.
A modernidade deveria se instaurar antes no plano
simbólico, para depois se concretizar na estrutura
social, segundo o modelo tão lucidamente identifi-
cado (com todas as suas grandezas e fragilidades)
por Mário Pedrosa, no texto dedicado ao projeto
4
“Reflexões em Torno da de Lúcio Costa para Brasília4.
Nova Capital”, em Acadêmi-
cos e Modernos. São Paulo,
Em retrospecto, sabemos que as
Edusp, 1998, p. 389-404 (or. teorias construtivas foram introduzidas no Brasil
em Arquitetura Contempo-
rânea, n. 10, 1957).
num momento em que o sistema industrial que
as justificara estava se dissolvendo. Os meios de
produção em grande escala passaram a respon-
der a uma lógica própria irredutível ao projeto
humanista que essas teorias veiculavam. Deixava
de existir uma relação transparente entre arte e
design, função e forma do objeto, produto sin-
gular e produção em série. Numa sociedade de
consumo de massa, a forma tem uma função
mais persuasiva do que construtiva. Na era do
plástico, a repetição vale mais do que a estrutu-
ra, a iteração mais do que a sintaxe. Em termos
estritamente formais, isso significa que já não há
uma relação necessária entre articulação formal
e serialização. O concretismo clássico era
baseado na disposição em série de elementos
simples, segundo ordens que redundassem
num significado unitário e harmônico. Era essa
passagem racional e significativa da parte ao
4
“Reflexões em Torno da within the social structure, according to a very clearly
Nova Capital” (Reflections
around the New Capital), in
identified model (with all its greatness and frailties) by
Acadêmicos e Modernos. Mario Pedrosa, in the text dedicated to de project of
São Paulo, Edusp, 1998,
p. 389-404 (or. in Arquite-
Lucio Costa for Brasilia4.
tura Contemporânea, n. 10, In retrospect, we know that the con-
1957).
structive theories were introduced in Brazil at a time
when the industrial system that justified them was
art
arte
Como não podia deixar de ser, a
modernização brasileira já surgiu nos moldes
pós-modernos do novo sistema produtivo interna-
cional, mas incorporando a ele uma realidade por 33
muitos aspectos arcaica e uma utopia construtiva
moderna. A partir da década de 70, prevaleceu
a tese de que a postura concretista fosse dema-
siadamente ingênua, não levando em conta as
tensões sociais que tornariam impossíveis suas
utopias progressistas – uma crítica, aliás, que se
aplica também, recuando no tempo, à Escola de
Ulm e à Bauhaus. Sem dúvida, a história se encar-
regou de desfazer o otimismo reformista dos anos
de 1950. Mas a primazia da política não parece ter
tido melhor êxito. A herança da arte e da arquite-
tura brasileiras da década de 1950 talvez esteja
justamente nisso: ser testemunha da tensão entre
a transparência de um projeto racional de moder-
nização e a opacidade de um crescimento indus-
trial selvagem – tensão que ainda caracteriza a
paisagem social do país.
arte
caso de Kazmer Féjer e de Franz Weissmann. Em
outros casos, em substituição de obras não iden-
tificadas ou localizadas, escolhemos trabalhos
reproduzidos no encarte da revista AD, mesmo 35
que não tenham participado da exposição. E há
outros artistas cujas obras não são identificáveis
nas fotografias, com os quais fomos obrigados a
proceder por conjeturas, na base de referências
indiretas nos textos ou na cronologia. Algumas
obras, entre as mais conhecidas em reprodução,
não foram localizadas: a Estrutura n. 1, de Franz
Weissmann, ganhadora do prêmio de escultura
na Bienal de São Paulo de 1953; o Triângulos
em Espiral, de Maurício Nogueira Lima. Em com-
pensação, foram reencontrados trabalhos (de
Geraldo de Barros, Maurício Nogueira Lima,
Franz Weissmann, Alexander Wollner) há muito
tempo fora de circulação. Em resumo, há muito
ainda a ser levantado. Mas acreditamos que
as salas centrais dessa exposição sejam uma
reconstituição razoavelmente fiel da contribuição
de cada artista na exposição original.
Detalhe da montagem
no MAM-SP, com tela
de Geraldo de Barros e
escultura linear de Franz
Weissmann
arte
de Lygia Clark é visível nas creta, especialmente na versão defendida por Max
fotos do acervo Fiaminghi.
Aluísio Carvão, Rubem
Bill, não busca uma abordagem da obra como epi-
Ludolf e Décio Vieira são fania, revelação estética imediata. No primeiro con-
mais bem documentados,
com três obras cada um.
tato, uma obra concreta desse período apresenta 39
Quanto à mostra do Rio, uma forma simples, quase banal, perfeitamente
as imagens, extraídas de
revistas ou jornais, mostram
equilibrada. É apenas por uma análise mais deta-
algumas mudanças: além lhada que o observador descobre que o equilíbrio
da presença de Ivan Serpa,
o poema O Formigueiro, de
geral é dado por um somatório de deslocamentos
Ferreira Gullar, ganhou mais e que a simetria do conjunto é resultado de um tra-
espaço, com um número
maior de folhas. Mas as
tamento assimétrico das partes. Se a obra for boa,
imagens são demasiada- a oscilação do conjunto às partes gera um enrique-
mente fragmentadas para
uma avaliação do conjunto.
cimento contínuo e potencialmente infinito da per-
cepção. Mas é um enriquecimento baseado em
procedimentos argumentativos, que nada têm a ver
com uma intuição imediata. Graças ao reconheci-
mento progressivo das características formais do
objeto, o observador adquire consciência racional
dos mecanismos da própria percepção. É uma
postura fiel aos princípios teóricos da escola psico-
lógica da Gestalt, segundo os quais a percepção
sensível, independentemente da intervenção do
pensamento racional, não é uma impressão pas-
siva, mas uma atividade estruturante que organiza
os dados segundo certas ordens, e que a ade-
quação maior ou menor das formas percebidas a
essa atividade organizadora determina o grau de
expressividade e a riqueza do conteúdo informa-
tivo. Nesse sentido, o concretismo de Max Bill
representa o ponto extremo da reação anti-român-
tica iniciada no século XIX.
Como todos os raciocínios argumen-
tativos, esse também demanda que se estabele-
çam limites claros à reflexão. A presença física do
quadro, a natureza material das tintas, a ação do
pintor, a escala não estão em questão. O suporte só
interessa como formato. Extremamente civilizada,
a estética concreta pressupõe do observador uma
capacidade de análise estrutural análoga à do autor
da obra. A obra concreta é uma imagem mental que
se torna sensível para ser compartilhada. Por isso,
ela é essencialmente planar. Se há relevo numa tela
dessa escola, não é para sugerir espessura nem
profundidade, mas para gerar mais possibilidades
as to propose a rational exchange of relationships
(of energy fields, according to the current expres-
sion at the time) analogous to that suggested by
linear structures. This is not to say that some of the
concrete artists aren’t great colorists, like Lohse, and
among the paulistas, Sacilotto.
Color was, in fact, one of the main
art
Composição em Semicírcu-
los de Franz Weissmann, na
montagem da exposição no
Rio de Janeiro
Composition in Semi-circles
by Franz Weissmann, at the
set up of the exhibition in Rio
de Janeiro
de leitura planar da imagem. Até as esculturas são,
na maioria dos casos, superfícies desdobradas no
espaço. Não é por acaso que Max Bill tenha se
interessado tanto pela fita de Moebius, única forma
tridimensional que possui um lado só.
A cor, nesse contexto, tem um valor
arte
apenas relativo, que depende de sua interação
com as outras cores (se houver) e com as formas
e de sua contribuição à estrutura geral do quadro.
Detalhe da montagem no Quando não se limita às cores fundamentais, utili- 41
MAM-SP, com a primeira
versão do Cubo Vazado, de
zadas como pano de fundo ou para estabelecer
Franz Weissmann e, na uma hierarquia entre as áreas do quadro, o cro-
parede à direita, duas telas
de Geraldo de Barros
matismo dos concretos é organizado como uma
escala de refrações luminosas, disposta no quadro
Detail of the set up at the
MAM-SP, with the first ver-
de maneira a propor um jogo racional de relações
sion of Hollow Cube by Franz (de campos de energia, segundo a expressão cor-
Weissmann and, on the wall
to the right, two canvases by
rente na época) análogo ao sugerido pelas estrutu-
Geraldo de Barros ras lineares. Isso não impede que alguns concretos
sejam excelentes coloristas, como Lohse e, entre
os paulistas, Sacilotto.
A cor foi, de fato, um dos principais
pontos de atrito na polêmica que seguiu a expo-
sição. Os pintores cariocas, com exceção de
Lygia Clark, utilizavam tinta a óleo e uma palheta
bastante nuançada. Em alguns casos (Décio Viei-
ra, Ivan Serpa) ecoavam claramente a tradição da
pintura tonal, ao buscar uma tonalidade geral do
quadro pela fusão e interpenetração das áreas de
cor. Os paulistas usavam esmalte sintético e cores
chapadas, numa gama limitada. As cores eram
claramente separadas e distintas: a clareza da
leitura estrutural do quadro demandava que elas
se mantivessem dissonantes. Variações de cor e
de luz que não fossem efeito imediato da justapo-
sição das áreas cromáticas na tela eram obtidas
por meios objetivos: alternância de esmaltes
lúcidos e foscos (Fiaminghi, Lauand), superposi-
ção de superfícies transparentes (Cordeiro, Féjer),
mudança de suporte (o alumínio em Sacilotto,
que também recorria à superposição). A fusão de
impressões cromáticas buscada pelos cariocas
6
“Teoria e Prática do
parecia a Waldemar Cordeiro um resquício de
Concretismo Carioca”, em ilusionismo, que nada tinha a ver com a estética
Arquitetura e Decoração,
abril de 1957, republicado
concreta. Ficou famosa sua constatação deso-
em Projeto Construtivo Bra- lada, frente à obra de Ivan Serpa: “Até marrom há
sileiro na Arte, p. 134-135.
nesses quadros”6. Ferreira Gullar, ao contrário, via
7
“A Exposição de Arte Con- nesses recursos cromáticos a persistência de uma
creta II: O Grupo do Rio”,
Suplemento Dominical do
significação subjetiva de natureza cultural, que
Jornal do Brasil, 17/2/1957. não podia ser separada da operação ótica7.
6
“Teoria e Prática do Con- with Ivan Serpa’s work was: “There is even brown in
cretismo Carioca”, em Ar-
quitetura e Decoração, abril
these paintings”6. Ferreira Gullar, on the other hand,
de 1957, republicada em saw in these chromatic resources the persistence of
Projeto Construtivo Brasileiro
na Arte, p. 134-135.
a subjective significance of cultural nature, and that
could not be separated from the optical operation7.
7
“A Exposição de Arte
Concreta II: O Grupo do Rio”,
Waldemar Cordeiro responded by reiterating the
Suplemento Dominical do existence of an “objective and universal language of
art
arte
pondo em campo a crítica de Merleau-Ponty à
Gestalt, por enquanto deixava de lado outras obras
presentes na exposição, que talvez já apresentas-
sem um potencial muito maior de superação das 43
questões estéticas vigentes: em particular, as obras
de Lygia Clark e de Franz Weissmann. Lygia Clark
pintava com pistola, estando nesse aspecto mais
próxima dos paulistas do que dos cariocas. Mas al-
gumas das divisões internas do quadro eram sulcos
verdadeiros, e não linhas traçadas sobre a superfí-
9
Entre as obras de Lygia cie9. À primeira vista, nada mais objetivo. Mas, dife-
Clark presentes na expo-
sição, apenas uma foi
rentemente das superposições e dos relevos dos
identificada com certeza: outros construtivos, os sulcos de Lygia Clark não
a Superfície Modulada n.
5. Mas as outras também
têm uma função ótica específica: em nada alteram,
deveriam ser Superfícies de fato, a diagramação do quadro como imagem.
Moduladas ou Quebras
de Molduras.
E, se exercem uma função nesse sentido, é por
defeito: uma vez identificados (o que, às vezes,
demanda certo esforço de atenção), eles se tornam
divisões rígidas, que impedem o jogo de decom-
posição e recomposição contínua, que é um dos
objetivos principais da produção concreta. Mas
os sulcos recolocam a presença do quadro como
objeto físico, contradizendo a redução de sua pre-
sença a mero suporte da imagem. Nos Espaços
Modulados e nos Contra-Relevos produzidos logo
após a exposição, já sob o impacto da polêmica, os
sulcos se tornaram rebaixamentos brancos, à mar-
gem de superfícies regulares inteiramente pintadas
de preto: o destaque gráfico dado ao sulco, seu
deslocamento para o limite do quadro, com a redu-
ção das áreas de cor a um grau mínimo de defini-
ção formal, contribuíram para acentuar a oscilação
entre percepção da forma e percepção da presença
física do objeto no espaço.
A relação com o espaço é fundamen-
tal também nas obras de Weissmann presentes na
exposição. As mais antigas, como Cubo Vazado e
Composição em Semicírculos, ainda cabem nos
moldes da estética concreta da Escola de Ulm.
Mas as estruturas lineares, tanto de chão quanto
de parede, introduzem um elemento de novidade:
a forma não ocorre no suporte, mas no vazio, não
apenas como espaço oco entre contornos (que
Composição em Semicírculos, still fit in the concrete
esthetic molds of Ulm’s school, but the linear struc-
tures, both floor and wall pieces, introduce a new ele-
ment: the form doesn’t take place in the support part,
but rather in the hollow part, not only as an empty
space between the contours (which would be an
objective delimitation of the form), but also a contour
art
arte
Se tivessem participado da exposi-
ção, como anunciado pelo convite, as esculturas
de Amilcar de Castro seriam provavelmente um
terceiro sinal de que o eixo da questão estava se 45
Pietro Maria Bardi, Binia e deslocando. A datação de suas obras nesse perí-
Max Bill, Lina Bo Bardi,
São Paulo, 1953
odo não é fácil. Mas em 1956 Castro certamente
[acervo biblioteca do Masp] já passara das peças de cobre ou madeira, ainda
Pietro Maria Bardi, Binia
próximas à estética construtiva clássica, para as
and Max Bill, Lina Bo Bardi, de aço, que caracterizariam o filão principal de
São Paulo, 1953
[Masp library collection]
sua produção a partir de então. Aqui, a questão
é oposta, mas complementar à de Weissmann:
no lugar de uma evaporação, há um excesso de
densidade. A matéria é pesada, tem existência
própria. A idéia não se concretiza simplesmente
aparecendo na tela ou moldando um material que
tem como única função torná-la evidente. Aliás,
ela não aparece completamente, porque a matéria
resiste. Sobra um gesto inicial, um começo de do-
bra ou de corte, que no entanto é extremamente
eloqüente porque, além de conter em si a hipótese
de inúmeros desdobramentos, restitui ao ato de
formalização sua dimensão ética e trágica – enfim,
10
Até onde uma recons- sua história, que o concretismo tinha colocado
tituição foi possível, é pre-
ciso destacar pelo menos
entre parênteses.
Sacilotto, Fiaminghi e
Cordeiro, que no momento
da exposição estavam no
Se considerarmos o estado da questão exatamen-
ápice de sua capacidade te como a Exposição Nacional o apresentou, não
criativa. Sobre Charoux
quase não há documen-
há dúvida de que, em linha geral, a representação
tação fotográfica. Mas os paulista mostrou uma produção mais coerente
desenhos dessa época
testemunham um inespe-
e segura. Nem é o caso de apontar para valores
rado esprit de finesse e a individuais: cada artista tinha suas característi-
capacidade, única entre
os artistas do grupo, de
cas bem definidas, mas o que chama a atenção
transformar os princípios é a consistência do conjunto10. No entanto, em
construtivos numa reflexão
interior, quase um diário
perspectiva, os maiores elementos de novidade
íntimo. Judith Lauand vinham do Rio. Os meses, quase as semanas ime-
parece ter chegado à ma-
turidade plena um pouco
diatamente seguintes à exposição são teatro de
mais tarde. Geraldo de mudanças importantíssimas. Para ressaltar ape-
Barros é um caso à parte,
pela variedade e inquietude
nas as mais marcantes, além das já assinaladas:
de sua pesquisa formal. Lygia Pape passou da série de Tecelares claros,
A produção de Wollner é
pequena, mas talvez seja,
gravuras baseadas na interpenetração de esque-
entre todas, aquela que se mas de linhas paralelas, claramente influenciadas
encaixa com maior lucidez
e precisão nos princípios
pelas gravuras de Albers, aos Tecelares pretos,
da escola concreta. em que o adensamento da tinta cria uma presença
the black Tecelares, where the increasing density of
the paints creates a material presence that can be
compared, without exaggeration, to Amilcar Castro’s
sculptures. Weissmann himself initiated, around
1957, a line of work where the material presence of
the sheet iron counterbalanced the game of virtual
shapes drawn into the vacuum. And last, but not
art
arte
partir de dezembro de 1956, se não antes, a série
dos Secos e dos Metaesquemas, que são o início
de sua obra madura.
À primeira vista, os Metaesquemas 47
repetem um mecanismo de desdobramento simé-
trico que é de matriz construtiva. Mas, em primeiro
lugar, o desdobramento, nesse caso, não se orga-
niza a partir do formato, e sim de um ponto central
para os lados, como a explosão de um núcleo. Ao
olhar um Metaesquema, somos levados a mergu-
lhar para o centro, procurando uma origem tem-
poral da forma, mais do que explorar as relações
entre as partes e o conjunto, segundo a prática
comum da escola concreta. Em segundo lugar, os
Metaesquemas apresentam soluções colorísticas
que não são tonais, mas também não se encaixam
na teoria concreta dos campos de energia cromá-
tica. O Cubocor, o Cernecor e as Cromáticas de
Aluísio Carvão são do mesmo período, e todos tra-
tam da relação entre cor e matéria. Em São Paulo,
os Objetos Ativos de Willys de Castro e as telas de
Hércules Barsotti exploram as defasagens entre
objeto, forma e espaço. Era o grupo que pouco
mais tarde confluiu no neoconcretismo.
O lado paulista também evoluiu tu-
multuosamente, e o ponto de ruptura foi de novo
– e não por acaso – a questão da cor. Aqui, a partir
de 1957/1958, as obras concretas (especialmente
as de Fiaminghi, Cordeiro e Nogueira Lima) explo-
raram uma cor muito mais encorpada, que estrutu-
rava a composição sem precisar de um arcabouço
geométrico. Não se tratava, porém, da recupera-
ção de um tonalismo pictórico ou da busca de uma
intensificação expressiva. Ferreira Gullar tinha
razão quando observou que, nessas obras, “não
é a cor o elemento fundamental da obra, e sim o
11
GULLAR, Ferreira. “Con- caráter indeterminado da forma”11. Em outras
cretos de São Paulo no
MAM do Rio”, em Jornal
palavras, tratava-se de aplicar aos campos lumi-
do Brasil, 16/7/1960. nosos o mesmo tipo de objetivação racional expe-
Republicado em Projeto
Construtivo Brasileiro na
rimentado anteriormente nas estruturas geomé-
Arte, p. 139-141. tricas gestálticas. Mas a mudança de foco não é
arbitrária, e comporta conseqüências conceituais.
Ela corresponde a uma transferência de interesse,
However, the change in focus is not arbitrary and
it bears conceptual consequences. It corresponds
to a transference of interest, in the field of design,
production of objects by editorial or advertising print
– a change that, as already pointed out, responds to
the transition from the traditional industrial produc-
tion to the society of mass consumption. Many of the
art
arte
pouco além, derivam diretamente das tecnologias
de impressão e reprodução gráfica – a referência é
explícita, aliás, nas Retículas de Fiaminghi, a partir
da década de 1960. 49
Por ocasião da polêmica de 1957,
Cordeiro defendeu, como vimos, uma objetividade
absoluta da forma, que vedava qualquer carga
simbólica. Uma linha era uma linha: não podia sig-
nificar outra coisa além de si mesma. Mas naquele
momento a produção industrial deixava de ser es-
sencialmente produção de objetos, para se tornar,
sobretudo, produção das imagens dos objetos,
a serem transmitidas pelos meios de comunica-
ção de massa. Se o artista concreto quisesse
manter sua capacidade de intervenção sobre os
mecanismos sociais de produção, a arte concreta
deveria se tornar, de crítica da forma, crítica das
imagens e dos signos. Em outras palavras, a teo-
ria da forma concreta deveria necessariamente
desembocar, como de fato aconteceu em São
Paulo, numa semiótica.
No Rio, a relação com a indústria
não foi tão determinante. Ferreira Gullar afirmava
que uma linha, antes de ser uma linha, é uma expe-
riência do sujeito que a traça ou que a vê, e que
essa experiência originária (espaço, corpo, maté-
ria, ausência e presença, vazio e cheio) é o verda-
deiro objeto da arte. É uma posição que resvala
naturalmente não numa semiótica, mas numa fe-
nomenologia – não numa crítica dos signos, e sim
numa crítica da experiência. Mas, numa socieda-
de coberta de signos, a crítica da experiência só
pode acontecer como marginalidade, alternativa
à experiência existente; e por aí se encaminhou o
neoconcretismo. Por outro lado, a crítica dos sig-
nos, como começou a se delinear em São Paulo,
só era possível pela ironia, que extrai as imagens
do fluxo cotidiano e as manipula invertendo ou
abolindo seu sentido. A transição para a pop art
de algumas personalidades de ponta do grupo
(Geraldo de Barros, Nogueira Lima, Fiaminghi e,
de um jeito bem peculiar, Waldemar Cordeiro) é,
nesse sentido, coerente. Nos dois casos, porém,
sense, coherent. In both cases, however, the collec-
tive project of concrete art, as an organic relation-
ship between artistic production and modernization
process, had already ended.
Threes additions:
1 Towards the end of the 1950’s, Iberê Camargo
art
Três adendos:
1 Em fins da década de 50, Iberê Camargo come-
arte
çou a pintar e gravar seus carretéis. Nada mais
estranho à estética concreta do que o individua-
lismo anárquico de Camargo. E, no entanto, essas
formas seriais (sobretudo nas gravuras, em que 51
não há o peso da pasta pictórica) não deixam de
comentar, por fora, a polêmica concreta – pelo
menos para lembrar que, além da objetividade
da razão e da experiência imediata do mundo, a
memória também organiza as coisas em série. A
síntese dos carretéis não seria possível se Camar-
go não tivesse a sua frente, como uma parede para
tabelar, a proposta concreta;
2 Na mesma época, Volpi abandonou
as experiências concretas e voltou a sua descrição
artesanal de um mundo decantado até o osso.
Mas é evidente que, ao voltar, aquele mundo já não
estava lá. As janelas, as portas, as bandeiras paira-
vam no vazio. As cores se tornaram mais esgarça-
das, mas por isso mesmo expressivas como talvez
nunca foram em sua pintura. É um milagre que
Volpi, com a experiência e a teimosia do homem
velho, conseguisse remontar seu circo. Um milagre
ao mesmo tempo feliz e melancólico;
3 Vale lembrar mais uma vez: em
maio de 1957, Lúcio Costa venceu o concurso
para a construção de Brasília. Era o triunfo da
arquitetura funcional lecorbusiana, numa escala
que nunca se viu. Mas foi também a transposição
do funcionalismo arquitetônico da realidade para
a metáfora, ou melhor, para a alegoria. O plano é
uma cruz traçada no deserto, um avião pousando
no Planalto Central. Em seu já citado ensaio sobre
o projeto, Mario Pedrosa apontou para a necessi-
dade e os perigos de uma modernização no plano
simbólico, antes que ela se realizasse no plano
real. A situação que Mario Pedrosa descreveu é o
lugar em que ainda nos encontramos, presos entre
uma modernização finalmente racional e justa, que
é a utopia que o país escolheu para si, e um tecido
social arcaico invadido por uma industrialização
caótica, que é o aqui e agora. Por isso, talvez, a
questão concreta continue tão viva.
Luis Sacilotto
Concreção 1063, 1956
Esmalte sobre compensado
61,5x61,5 cm
Coleção Hecilda e
Sérgio Fadel
52
Luis Sacilotto
Concretion 5629, 1956
Esmalte sintético sobre
alumínio
60x80 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea da
Universidade de São Paulo
arte
Concretion 5629, 1956
synthetic enamel on
aluminum
60x80 cm
Collection of the Contem-
porary Art Museum of the
53
University of São Paulo
art
54
Luis Sacilotto
Concreção 5624, 1956
Óleo sobre alumínio
30,5x60 cm
Coleção particular
Luis Sacilotto
Concreção 5523, 1955
Esmalte sobre madeira
compensada
58x40 cm
Coleção Orandi Momesso
56
arte
57
Waldemar Cordeiro
Sem título, 1952
Esmalte sobre compensado
61x61 cm
Coleção particular
Untitled, 1952
Enamel on plywood
61x61 cm
Private Collection
Geraldo de Barros
Estrutura
tridimensional, 1953
Esmalte sobre kelmite
60x60 cm
Coleção família
Geraldo de Barros
Tri-dimensional
structure, 1953
art
Enamel on Kelmite
60x60 cm
Geraldo de Barros Family
Collection
58
Geraldo de Barros
Sem título, s.d.
acrílica com esmalte sobre
aglomerado de madeira
50x68 cm
Coleção Heitor Manarini
Untitled, s.d.
acrylic with enamel on wood
arte
particleboard
50x68 cm
Heitor Manarini Collection
59
art
60
Geraldo de Barros
Forma-objeto, 1951
Tinta industrial sobre
eucatex
40x40 cm
Coleção Fábio Faisal
Form-object, 1951
Geraldo de Barros
Industrial paint on eucatex
Ruptura, 1952
40x40 cm
Esmalte sobre Kelmite
Fábio Faisal Collection
54,8x48 cm
Coleção família
Geraldo de Barros
Rupture, 1952
Enamel on Kelmite
54,8x48 cm
Geraldo de Barros Family
Collection
arte
61
Geraldo de Barros
Sem título, s.d.
acrílica e esmalte sobre
aglomerado de madeira
61x61 cm
Coleção Heitor Manarini
Untitled, s.d.
acrylic and enamel on wood
particleboard
61x61 cm
Heitor Manarini Collection
art
62
Alfredo Volpi
Sem título, 1955/1956
Têmpera sobre tela
96x60 cm
Coleção Roberto Thompson
Untitled, 1955/1956
Tempera on canvas
96x60 cm
Roberto Thompson
Collection
arte
63
Alfredo Volpi
Composição concreta
branca e vermelha, 1955
têmpera sobre tela
54x100 cm
Coleção Rose e
Alfredo Setúbal
Concrete composition
white and red, 1955
tempera on canvas
54x100 cm
Rose and Alfredo Setúbal
Collection
art
64
Hermelindo Fiaminghi
Triângulos com movimento
em diagonal [9], 1956
Esmalte sobre aglomerado
de madeira
60x60 cm
Coleção Ronaldo Azeredo
66
Hermelindo Fiaminghi
elevação vertical com
movimento horizontal, 1955
Esmalte sobre aglomerado
de madeira
60x60 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea da
Universidade de São Paulo
Hermelindo Fiaminghi
Círculos concêntricos e
alternados [11], 1956
Esmalte sobre aglomerado
de madeira
35x60 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Aquisição de obras para
o acervo – Doação Bando
Bradesco S.A., 1999
68
Décio Vieira
Espaço construído, 1954
Têmpera sobre tela
65x81 cm
Coleção Galeria Estúdio
Guanabara
70
João José da Silva Costa
Idéia Conservadora, 1956
óleo sobre tela
85x65 cm
Coleção Randolfo Rocha
arte
Randolfo Rocha Collection
71
art
72
Lygia Pape
Sem título
(da série: Tecelares), 1956
Xilogravura
43,5x31 cm
Coleção família Lygia Pape
Foto Paula Pape
Untitled
(from the Tecelares
series), 1956
Xylography
43,5x31 cm
Lygia Pape Family Collection
Photo Paula Pape
arte
73
Lygia Pape
Sem título
(da série: Tecelares), 1956
Xilogravura
43,5x31 cm
Coleção família Lygia Pape
Foto Paula Pape
Untitled
(from the Tecelares
series), 1956
Xylography
43,5x31 cm
Lygia Pape Family Collection
Photo Paula Pape
Lothar Charoux
Composição, déc. 1950
guache sobre papel
30x42 cm
Coleção particular
Composition, decade
of 1950
gouache on paper
30x42 cm
art
Private Collection
74
Lothar Charoux
Sem título, s.d.
Nanquim e guache
sobre papel
35x50 cm
Coleção família Lothar
Charoux
Untitled, s.d.
China ink and gouache
on paper
35x50 cm
Lothar Charoux Family
Collection
arte
75
Lothar Charoux
Sem título, s.d.
Nanquim e caneta
sobre papel
66x46 cm
Coleção família Lothar
Charoux
Untitled, s.d.
China ink and pen on paper
66x46 cm
Lothar Charoux Family
Collection
art
76
Lothar Charoux
Desenho, 1956
Guache sobre papel
sobre madeira
61x61 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea da
Universidade de São Paulo
Drawing, 1956
gouache on paper over wood
61x61 cm
Collection of the Contem-
porary Art Museum of the
University of São Paulo
arte
77
Lothar Charoux
Sem título, 1956
Guache sobre papel
64.6x50.1 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea da Univer-
sidade de São Paulo
Untitled, 1956
gouache on paper
64.6x50.1 cm
Collection of the Contem-
porary Art Museum of the
University of São Paulo
Rubem Ludolf
n°14, 1956
Guache
18x22 cm
Coleção Ricardo Rego
#14, 1956
Gouache
18x22 cm
Ricardo Rego Collection
art
78
Rubem Ludolf
n°15, 1956
Guache
18x18cm
Coleção Ricardo Rego
#15, 1956
Gouache
18x18 cm
Ricardo Rego Collection
Rubem Ludolf
n°17, 1956
Guache
28x18,5 cm
Coleção Ricardo Rego
#17, 1956
Gouache
28x18,5 cm
Ricardo Rego Collection
arte
79
Ivan Serpa
Sem título, 1956
Rubem Ludolf
Óleo sobre chapa
n°16, 1957
aglomerada
Guache
55x55 cm
18x18 cm
Coleção particular
Coleção Ricardo Rego
Untitled, 1956
#16, 1957
Oil on sheet of particleboard
Gouache
55x55 cm
18x18 cm
Private Collection
Ricardo Rego Collection
art
80
Judith Lauand
C40, Variação em
curvas, 1956
Tinta sintética sobre
eucatex
60x60 cm
Coleção Patrícia Germanos
C40, Variation in
curves, 1956
Synthetic paint on eucatex
60x60 cm
Patrícia Germanos Collection
Judith Lauand
C42 , 1956
Tinta sintética sobre
eucatex
60x60 cm
Coleção Patrícia Germanos
C42, 1956
Synthetic paint on eucatex
arte
60x60 cm
Patrícia Germanos Collection
81
Judith Lauand
Concentração à
direita, 1956
Esmalte sobre eucatex
59,6x59,6 cm
Coleção Hecilda e
Sérgio Fadel
Concentration to
the right, 1956
art
Enamel on eucatex
59,6x59,6 cm
Hecilda and Sérgio Fadel
Collection
82
Judith Lauand
C30, 1956
Tinta sintética
sobre eucatex
30x30 cm
Coleção da artista
C30, 1956
Synthetic paint on eucatex
arte
30x30 cm
Artist’s Collection
83
Judith Lauand
Movimento e contra
movimento em espiral, 1956
Tinta esmalte sobre eucatex
50 cm diâmetro
Coleção Ricardo Rego
of 1950
Paint in paste on
particleboard
60x60 cm
84 Maurício Nogueira Lima
Family Collection
Maurício Nogueira Lima
Pintura objeto n°4, 1957
Tinta em massa sobre
aglomerado
53x61,5 cm
Coleção família Maurício
Nogueira Lima
arte
Paint in paste on
particleboard
53x61,5 cm
Maurício Nogueira Lima
Family Collection
85
Spatial development
of the spiral, 1954
Paint in paste on
particleboard
38,5x40 cm
Pinacoteca of São Paulo
State Government Collection
art
86
88
Aluísio Carvão
Composição em Vermelho
e preto, década de 1950
Óleo sobre tela
60x60 cm
Coleção Anna Maria e José
Paulo Gandra Martins
Composition, 1956
Automotive paint on wood
47x38,6 cm
Estúdio Guanabara Gallery
Collection
Aluísio Carvão
Composição n. 36, 1953
Óleo sobre madeira
100x68 cm
Coleção Anna Maria e José
Paulo Gandra Martins
Composition with
proportional triangle, 1953
Synthetic enamel on wood
particleboard
90 61x61 cm
Collection of the Contem-
porary Art Museum of the
University of São Paulo
Alexandre Wollner
Sem título, c.1953
Esmalte sobre eucatex
61x61 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Doação Artista, 2006
Untitled, c.1953
Enamel on eucatex
61x61 cm
Modern Art Museum of São
Paulo Collection. Artist’s
donation, 2006
Alexandre Wollner
Sem título, s.d.
Esmalte sobre aglomerado
61x61 cm
Coleção Heitor Manarini
Untitled, s.d.
Enamel on particleboard
61x61 cm
arte
Heitor Manarini Collection
91
Alexandre Wollner
Sem título, c.1953
Esmalte sobre eucatex
61x61 cm
Coleção do artista
Untitled, c.1953
Enamel on eucatex
61x61 cm
Artist’s Collection
Hélio Oiticica
Três tempos
(quadro 1), 1956
Óleo sobre eucatex
51x51x3,4 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea de Niterói
Threes times
(painting 1), 1956
art
Oil on eucatex
51x51x3,4 cm
Contemporary Art Museum
of Niterói Collection
92
Hélio Oiticica
Sem título, 1956
Guache sobre papel cartão
38,1x40,3 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Doação Milú Villela, 1998
Untitled, 1956
Gouache on paper
cardboard
38,1x40,3 cm
Modern Art Museum of
São Paulo Collection.
Donation of Milú Villela, 1998
Hélio Oiticica
Grupo frente, c.1955
Têmpera sobre cartão
43,5x49,8 cm
Coleção Hecilda e
Sérgio Fadel
arte
43,5x49,8 cm
Hecilda and Sérgio Fadel
Collection
93
Hélio Oiticica
Sem título, 1956
guache sobre papel cartão
47,1x40,2 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Doação Milú Villela, 1998
Untitled, 1956
gouache on paper cardboard
47,1x40,2 cm
Modern Art Museum of
São Paulo Collection.
Donation of Milú Villela, 1998
art
94
César Oiticica
Sem título, 1956
Guache sobre cartão
50x50 cm
Coleção do artista
Untitled, 1956
Gouache on cardboard
50x50 cm
Artist’s Collection
art
96
César Oiticica
Sem título, 1956
Guache sobre cartão
29,7x30 cm
Coleção do artista
Untitled, 1956
Gouache on cardboard
29,7x30 cm
Artist’s Collection
arte
97
César Oiticica
Sem título, 1956
Guache sobre cartão
48x48 cm
Coleção do artista
Untitled, 1956
Gouache on cardboard
48x48 cm
Artist’s Collection
art
98
Franz Weissmann
Cubo Vazado, 1952-1996
Aço inox sobre base de
madeira
63x63x63 cm
Coleção do artista
Franz Weissmann
Composição com
semicírculos, 1953
Assemblage em alumínio
81x64.7x56.1 cm
Coleção Patricia Phelps de
Cisneros
Composition with
semi-circles, 1953
Assembly in aluminum
81x64.7x56.1 cm
Patricia Phelps de Cisneros
Collection
Franz Weissmann
Sem título, 2001
Fio de aço inoxidável sobre
madeira
86x49x15 cm
Coleção do artista
Untitled, 2001
Stainless steel wire on wood
86x49x15 cm
art
Artist’s Collection
100
Franz Weissmann
Três cubos virtuais
crescentes, c.1953
Fio de alumínio
58,5x79,2x71 cm
Coleção do artista
Three crescent
Virtual cubes, c.1953
Aluminum wire
58,5x79,2x71 cm
Artist’s Collection
arte
101
Franz Weissmann
Dois cubos lineares
virtuais, 1954
Ferro pintado
52x77x55 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Aquisição de obras para
Franz Weissmann
o acervo – Companhia
Sem título, c.1953
Vale do Rio Doce, 1999
Fio de aço inoxidável
sobre madeira
Two virtual linear
56x61x32 cm
cubes, 1954
Coleção do artista
Painted iron
52x77x55 cm
Untitled, c.1953
Collection of the Modern
Stainless steel wire
Art Museum of São Paulo.
on wood
Acquisition of works to com-
56x61x32 cm
pile collection – Companhia
Artist’s Collection
Vale do Rio Doce, 1999
art
102
Kazmir Fejer
Sem título, décaca de 1970
Acrílico
30x85x22 cm
Coleção família Kazmir Féjer
Amilcar de Castro
Sem título, 1952
Cobre
45x45x45 cm
Coleção Ana Maria
Caldeira de Castro
Untitled, 1952
Copper
45x45x45 cm
Ana Maria Caldeira de
Castro Collection
art
104
Ivan Serpa
Composição, c.1953
Óleo sobre tela
50,5x101 cm
Coleção Particular
Composition, c.1953
Oil on canvas
50,5x101 cm
Private Collection
arte
105
Ivan Serpa
Forma bi-ritmada, 1956
Óleo sobre chapa
aglomerada
80x80 cm
Coleção Marta e Márcio
Lobão
106
German Lorca
Curvas cruzadas I, 1955
German Lorca
Fotografia por negativo
Curvas cruzadas II, 1955
digitalizado
Fotografia por negativo
44x44 cm
digitalizado
Coleção Museu de Arte
44x44 cm
Moderna de São Paulo.
Coleção do artista
Doação Artista, 2006
Crossed curves II, 1955
Crossed curves I, 1955
Photograph from digitalized
Photograph from digitalized
negatives
negatives
44x44 cm
44x44 cm
Artist’s Collection
Modern Art Museum of
São Paulo Collection.
Artist’s donation, 2006
arte
107
Ademar Manarini
Sem título, década de 1950
Prova com sais de prata
Ademar Manarini 40x29,5 cm
Sem título, década de 1950 Coleção família
Prova com sais de prata Ademar Manarini
36,5x29 cm
Coleção família Untitled, decade of 1950
Ademar Manarini Test with silver salts
40x29,5 cm
Untitled, decade of 1950 Ademar Manarini Family
Test with silver salts Collection
36,5x29 cm
Ademar Manarini Family
Collection
The years of crisis
Ivan Serpa
Sem título, c.1957
Óleo sobre tela
98x130 cm
Coleção particular
Untitled, c.1957
Oil on canvas
98x130 cm
Private Collection
art
108
Hermelindo Fiaminghi
Cor-luz, superposição
de quadrados em
transparência [15], 1958
Têmpera sobre tela
70x35 cm
Coleção M.A. Amaral
Resende
Color-light, superposition
of squares in transparency
[15], 1958
Tempera on canvas
70x35 cm
M.A. Amaral Resende
Collection
Os anos da crise
arte
109
110
Hélio Oiticica
Metaesquema, déc. 1950
Têmpera sobre cartão
52x57 cm
Coleção particular
Hélio Oiticica
Vôo alto prá cima prá
dentro e prá fora, 1958
Guache sobre papel
cartão duplex
52,5x64x3 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea de Niterói
112
Aluísio Carvão
Cromática, 1959
Óleo sobre tela
80x100 cm
Coleção Anna Maria e José
Paulo Gandra Martins
Chromatic, 1959
Oil on canvas
80x100 cm
Anna Maria and José Paulo
Gandra Martins Collection
arte
113
Aluísio Carvão
Cerne-cor, 1960
Pigmento e óleo sobre
madeira
24x24x7,5 cm
Coleção Fábio Faisal
Core-color, 1960
Pigment and oil on wood
24x24x7,5 cm
Fábio Faisal Collection
art
114
Hércules Barsotti
Três brancos, 1959
Óleo sobre tela
119,6x40 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Aquisição de obras para
o acervo – Doação Banco
Bradesco S.A., 1999
Integrative
instability, 1959/61
arte
Oil on canvas
99x99 cm
Private Collection
115
Willys de Castro
Objeto ativo, 1959
Óleo sobre madeira
51,8x3,9x1,6 cm
Coleção Pinacoteca
do Governo do Estado
de São Paulo
116
Alfredo Volpi
Sem título, início
década de 1960
Têmpera sobre tela
96x72 cm
Coleção Tito Henrique
da Silva Neto
Iberê Camargo
Carretéis, 1956
Gravura
25x39 cm
Coleção Museu de Arte
Contemporânea da
Universidade de São Paulo
Spools, 1956
Engraving
25x39 cm
Collection of the Contem-
porary Art Museum of the
University of São Paulo
art
118
Franz Weissmann
Três pontas, 1958
Ferro pintado/preto
80x80x80 cm
Coleção do artista
Untitled, 1960
43x54x81 cm
arte
Iron
Modern Art Museum
of Rio de Janeiro Collection
119
Amilcar de Castro
Sem título, 1956/2000
Aço corten
101x136x128 cm
Coleção Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro
Untitled, 1956/2000
Steel corten
101x136x128 cm
Modern Art Museum
of Rio de Janeiro Collection
Words in space
– poetry at the National Exhibition of
Concrete Art
João Bandeira
1
Interview given to Marcos “With the advent of the constructivist projects in
Augusto Gonçalves, Folha
de S. Paulo, Ilustrada,
São Paulo and in Rio de Janeiro (...), we had a
4/12/2006. collective Machado [de Assis], which consisted of
2
For just a few examples,
several empirical subjects, in the beginning of the
among the poets from São 50’s, and which had, in a certain way, the same role
Paulo, Augusto de Campos
particularly remembers a
as Machado’s work in the end of the 19th century
painting by Luiz Sacilotto and beginning of the 20th.” Though referring to
(Concreção, 1952) which
gave him some suggestions
the visual arts, the literary origin of the metaphor
on how to graphically orga- contained in this recent statement by the historian
nize his poems of the series
poetamenos; and Haroldo
and art critic Paulo Sergio Duarte1 could be used – I
de Campos quotes Sacilotto, extend the period a little until the beginning of the
Nogueira Lima and Fiaminghi
to say that “the way with
60’s – to a brief assessment of poetry in the domain
which (...) they structured of concrete art.
their paintings oriented
the structuring of some of
Actually, the whole of that produc-
our poems”. See SACRA- tion meant, also in poetry, a quality leap, in which a
MENTO, Enock. Sacilotto.
poetry
João Bandeira
1
Entrevista a Marcos “Com o advento dos projetos construtivistas em
Augusto Gonçalves, Folha
de S. Paulo, Ilustrada,
São Paulo e no Rio de Janeiro (...), tivemos um
12/4/2006. Machado [de Assis] coletivo, constituído de diver-
sos sujeitos empíricos, no início dos anos 50, que
cumpriu, de certo modo, o papel da obra de Ma-
chado no final do século 19 e início do 20”. Embora
referindo-se mais às artes visuais, a origem literária
da metáfora contida nesta recente declaração do
historiador e crítico de arte Paulo Sergio Duarte1
poesia
121
Reportagem sobre a
Exposição Nacional de
Arte Concreta na sede
do Ministério da Educação,
em espaço utilizado pelo
Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro (periódico
não identificado), 1957
poesia
Hélio Oiticica, sem falar
na proximidade dos seus
meios expressivos, envolvendo o questionamento
poemas-objetos com obras da própria noção de expressão na arte3; a apropria-
de Lygia Pape, ou, ainda, no
trabalho conjunto de Lygia
ção do ideário moderno de linhagem construtiva,
e Reynaldo Jardim, no Balé em função da aposta em um novo projeto cultural
Neoconcreto.
para o país (do que o próprio nome da exposição é 123
3
Com formulações dife- um sintoma); a visão integradora das modalidades
rentes no concretismo e no
neoconcretismo. Para mais
artísticas, inclusive o que então se chamava arte
detalhes, v. as coletâneas aplicada, mais forte entre os paulistas – como se
CAMPOS, Augusto e Harol-
do de, PIGNATARI, Décio.
vê em vários de seus textos-manifestos, no traba-
Teoria da Poesia Concreta. lho de Décio Pignatari com Hermelindo Fiaminghi
São Paulo, Invenção, 1965,
e GULLAR, Ferreira. Etapas
e Alexandre Wollner em publicidade, no design de
da Arte Contemporânea. Rio móveis de Geraldo de Barros, no paisagismo de
de Janeiro, Revan, 1999.
Waldemar Cordeiro – mas presente também no
grupo do Rio, por exemplo, na renovação do pro-
jeto gráfico do Jornal do Brasil, desenvolvida por
Reynaldo Jardim e Amilcar de Castro, na atividade
de Willys de Castro e Lygia Pape como programa-
dores visuais, ou, ainda, em Wlademir Dias-Pino,
que elaborou painéis com motivos geométricos
para a decoração do carnaval carioca.
poesia
Manuel Bandeira visitando
a exposição. Ao lado, repro-
dução de si len cio, poema
de Haroldo de Campos. O
Cruzeiro, março 1957
Augusto de Campos,
Décio Pignatari e Ronaldo
Azeredo na montagem
da exposição no Rio de
Janeiro. O Cruzeiro,
março 1957
Augusto de Campos,
poetry
126
8
“The post-war vegetative, ering one single author, as in the case of the poems
reactionary, lyrical jargon”,
writes down Décio Pigna-
terra and stèles pour vivre 2, by Décio Pignatari. In a
tari at the manifesto “Nova general view, and according to the terms of the time,
poesia: concreta” (1956).
See Teoria da Poesia Con-
there are, from poems in which the grid keeps some
creta. São Paulo, Invenção, physiognomic relation with the theme, such as ovo
1965. In the same text, he
proposes a “critical national
novelo, um movimento and O formigueiro, though
ideogram”, composed of they’re not properly calligrams, to others which syn-
book titles published during
the period: “hidden beach/
tax deals more directly with the assembling principle
clear enigma/ blind narcis- of the ideogram, such as si len cio, up to a few that
sus/ obscure figure.
were built as if they employed the integral serializa-
9
Integral serialization, a tion of the verbal matter, establishing an equivalence
musical term from the period,
defines the serial treatment of
between the words, its sound layer and the grid in
all the musical parameters by the space of the page, which is especially the case of
composers such as Boulez,
Stockhausen and Nono,
the poem tensão9. Without mentioning the ones that
among others. Its employ- are singular cases, such as Solida and ro.
ment here, without much
descriptive rigor, also serves
Among the poets in the exhibition, the
to indicate the importance of ones from São Paulo formed a very cohesive group.
this music for the theoreti-
cal elaboration of concrete
From the beginining of the 50’s they worked together,
poetry. See below. publishing the magazine Noigandres – a means of
showing their poems and which lends its name to the
group – and elaborating a theoretical framework for
concrete poetry based on formal procedures. These
procedures were mainly collected from the more radi-
cal works by Stéphane Mallarmé (Un Coup de Dés),
Ezra Pound (The Cantos), James Joyce (Finnegans
Wake) and in the typographic expressiveness ex-
plored by e. e. cummings, besides the dialogue with
the concrete artists and the meaningful role attributed
in this theory to Webern and the post-war musical
7
Até onde pôde ser apu- numa família de letras mais convencional (times) e
rado, por depoimentos,
fotografias e outros docu-
com uma diagramação diversa, e principalmente
mentos, foram apresenta- Solida, de Wlademir Dias-Pino, dividido em quatro
dos na Enac os poemas
tensão, ovo novelo, salto e
pranchas que utilizam maior variedade de cores, e
concreto, de Augusto de com uma característica que o singulariza em rela-
Campos; um movimento,
semi di zuca, stèles pour
ção aos demais poemas expostos: as pranchas
vivre 2 e terra, de Décio são “pintadas” à mão, com assinatura em uma de-
Pignatari; O formigueiro, de
Ferreira Gullar; si len cio, o
las. Na edição paulista da exposição, havia ainda
â mago do ô mega, entre à disposição do público um livreto contendo o poe-
par(edes)ênteses, o pavilhão
da orelha e o peri scópio
ma semi di zucca, de Décio Pignatari7
ao peri cárdio, de Haroldo Fora Ronaldo Azeredo – que, aos 19
de Campos; ro, a e z, de
Ronaldo Azeredo; Solida, de
anos, praticamente estréia sua produção no even-
Wlademir Dias-Pino. to – os demais poetas participantes (Augusto de
8
“nádegas de crital, órrosa.
Campos, Décio Pignatari, Ferreira Gullar, Haroldo
o jargão lírico do após-guer- de Campos, Wlademir Dias-Pino) já vinham, desde
poesia
ra. vegetativo, reacionário”,
anota Décio Pignatari no
alguns anos antes da exposição, experimentando
manifesto “Nova poesia: alternativas diversas ao figurino poético do pós-
concreta” (1956). V. Teoria
da Poesia Concreta. São
guerra, marcado por um tipo de retorno à ordem,
Paulo, Invenção, 1965. No curiosamente ainda maior entre os poetas novos8.
mesmo texto, propõe um
“ideograma crítico nacio-
Talvez por isso, os poemas expostos entre pin- 127
nal”, composto por títulos turas e esculturas na Enac apresentavam uma
de livros publicados no
período: “praia oculta / claro
razoável heterogeneidade formal não apenas na
enigma / narciso cego / a superfície gráfica. É só comparar, por exemplo,
obscura efígie”.
Solida, de Dias-Pino, e o â mago do ô mega, de
9
Serialização integral, Haroldo; ou tensão, de Augusto, O formigueiro, de
um termo da música de
vanguarda da época, define
Gullar e z, de Ronaldo. Mas até em se tratando de
o tratamento serial de todos um mesmo autor, caso dos poemas terra e stèles
os parâmetros musicais por
compositores como Boulez,
pour vivre 2, de Décio Pignatari. Numa visão geral,
Stockhausen e Nono, entre e de acordo com os termos da época, há desde
outros. Seu emprego aqui,
sem maior rigor descritivo,
poemas em que a diagramação mantém alguma
serve também para indicar relação fisionômica com o tema, como ovo novelo,
a importância dessa música
para a elaboração teórica
m movimento e O formigueiro, embora sem serem
da poesia concreta. Ver propriamente caligramas, passando por outros
abaixo.
cuja sintaxe lida mais diretamente com o princípio
de montagem do ideograma, como “si len cio”,
até alguns poucos construídos como se empre-
gassem a serialização integral da matéria verbal,
estabelecendo uma equivalência entre o léxico,
seu estrato sonoro e a disposição no espaço da
página, caso principalmente do poema tensão9.
Sem falar nos que são casos únicos no conjunto,
como Solida e ro.
Dentre os poetas da exposição, os
paulistas formavam um núcleo bastante coeso.
Desde o início dos anos 50, trabalhavam em con-
junto, editando a “revista” Noigandres – veículo
de divulgação de seus poemas e que empresta
o nome ao grupo – e elaborando um arcabouço
teórico para a poesia concreta, com base em
10
It’s worth pointing out that European vanguard. Still, at the National Exhibition,
some poems by Augusto de
Campos included in Noigan-
the project of concrete poetry doesn’t seem to be
dres 3 – poesia concreta, a very mature yet10. Décio Pignatari touches this point
publication released at the
exhibition, were never repub-
when he writes, at the time, about the Enac: “the
lished. Ferreira Gullar doesn’t exhibition of concrete poetry has an almost didactic
include in the section “Con-
crete/neoconcrete poems”
character: stages of formal evolution, passage from
of his book Toda Poesia verse to ideogram”. And in an interview on the same
[Complete Poetry], a poem
such as “FOGO / osso / DO /
subject: “I refer to the works which are already fully
CORPO (...)”, published with developed within the new conception, and which are
the call “A concrete poem by
Ferreira Gullar” at the Sunday
not all, even in our recent publication noigandres 3”11.
Supplement of Jornal do The relative formal heterogeneity of
Brasil, on 2/3/1957, at the
time of the Rio edition of the
the poems shown at the Enac hints at the fact that
National Exhibition. And his the gathering of the Noigandres group, Gullar and
poem “O formigueiro”(dated
1955), which was supposed
Dias-Pino at the exhibition seems to occur rather
to be released in the form of because of a desire (or, in an adverse context, a
a book during the exhibition
poetry
poesia
teve o lançamento em livro
anunciado para aconte-
ideograma”. E numa entrevista sobre o mesmo
cer na exposição – o que assunto: “refiro-me às obras já plenamente rea-
parece não ter ocorrido – só
veio a reaparecer publicado
lizadas dentro da nova concepção, e que não
em 1991 (Rio de Janeiro, são todas, mesmo em nossa recente publicação
Editora Europa).
noigandres 3” 11. 129
11
Respectivamente em A relativa heterogeneidade formal dos
“Arte concreta: objeto e
objetivo”, revista AD, nº
poemas mostrados na Enac dá pistas de que a reu-
20, novembro / dezembro, nião do grupo Noigandres, Gullar e Dias-Pino na ex-
1956 e “A exposição de arte
concreta e Volpi”, Jornal do
posição parece dar-se mais por um desejo (ou, em
Brasil, 19/1/1957. contexto adverso, uma necessidade) de encontrar
V. fac-simile da revista
12 aliados do que por uma real identificação de idéias.
AD com esses textos, no A própria separata da revista AD, que funcionou
Apêndice deste volume.
como catálogo da exposição traz igualmente indí-
cios das diferenças de concepção, entre Gullar e o
trio Noigandres, sobre o que seria um poema con-
creto. Cada um deles comparece na publicação com
uma espécie de manifesto. Os de Augusto, Haroldo
e Décio, apesar das formulações diversas têm um
estoque de conceitos comuns em que entram propo-
sições como “uma arte geral da linguagem. propa-
ganda, imprensa, rádio, televisão, cinema”, “contra
a poesia de expressão subjetiva. por uma poesia de
criação, objetiva. concreta, substantiva”, “a poesia
concreta acaba com o símbolo, o mito. com o mis-
tério”, “o poeta concreto não volta a face às pala-
vras, não lhes lança olhares oblíquos: vai direto a
seu centro, para viver e vivificar a sua facticidade”.
Já o texto de Gullar, “Teoria e prática da poesia”,
não só diverge dos demais por seu caráter híbrido
– metade manifesto, metade poema – mas também
por afirmações como: “A origem da poesia é não
se ter nada que dizer. Mais precisamente é se negar
a dizer o possível” ou “é preciso que a linguagem
falhe para que o poeta fale”.12
Wlademir Dias-Pino na letter, of the sentence “sólida solidão só lida sol saído
montagem da exposição no
Rio de Janeiro. O Cruzeiro,
da lida do dia” [solid solitude only work sun away
março 1957 from the day’s work], and its possible subdivisions
Wlademir Dias-Pino at the
of meaning, generated by the title-word. As in the
setup of the exhibition in case of another poem of his from the same period, A
Rio de Janeiro. O Cruzeiro,
march 1957
ave14, Dias-Pino worked in several versions of Solida,
including in the form of a book, always taking care to
make evident the possible connections between let-
ters, words and sentences, in such a way as only the
relational diagrams15 are left in the end.
14
Conceived by the author Actually, what comes to be acknow-
as a poem-book, it also had
its release announced at
ledged as a typical concrete poem (briefness,
Enac, and we don’t know if it juxtaposed syntax, sound-plastic rhythm, built by
actually occurred.
paronomasia and a grid that tries to establish “iso-
15
The access to the work of morphic” conceptual relationships to what’s being
Wlademir Dias-Pino is still
poetry
poesia
A ave, poem by Wlademir
Dias-Pino, published at the
Suplemento Dominical do
Jornal do Brasil, 17/2/1957
131
14
Concebido pelo autor cendo em cada uma de suas quatro pranchas uma
como um livro-poema,
A ave também teve seu
diferente representação diagramática da compo-
lançamento anunciado na sição/decomposição, letra por letra, da frase “sóli-
Enac, o que não se sabe se
ocorreu de fato.
da solidão só lida sol saído da lida do dia”, e suas
possíveis subdivisões de sentido, geradas a partir
15
O acesso à obra de
Wlademir Dias-Pino é ainda
da palavra-título. Assim como no caso de outro
bastante difícil. Fora duas poema seu do período, “A ave”14, Dias-Pino traba-
coletâneas de textos apre-
sentadas pelo próprio autor
lhou em várias versões de “Solida”, inclusive em
(em DIAS-PINO, Wlademir. forma de livro, sempre cuidando de evidenciar
Poema Processo: linguagem
e comunicação. Petrópolis,
graficamente as ligações possíveis entre letras,
Vozes, 1971, e A Separação palavras ou frases, de modo a restar por fim ape-
entre Inscrever e Escrever.
Cuiabá, Edições do Meio,
nas os seus diagramas relacionais15.
1982), entre os raros, os A rigor, o que vem a ser reconhe-
melhores estudos a respeito
são o ensaio de Augusto
cido como poema concreto típico (brevidade, sin-
de Campos “Poesia e/ou taxe por justaposição, ritmo fônico-plástico, cons-
pintura”, em seu Poesia,
Antipoesia, Antropofagia.
truído pela paronomásia e pela diagramação que
São Paulo, Cortez e Mo- procura “isomorficamente” estabelecer relações
raes, 1978, e os capítulos
referentes a Dias-Pino em
conceituais com o que diz o texto) é dado a públi-
MENEZES, Philadelpho. co por inteiro em março de 1958, cerca de um ano
Poética e Visualidade.
Campinas, Ed. da Unicamp,
depois da Enac, pelos poetas de São Paulo, com a
1991. edição de Noigandres 4. Com capa de Hermelindo
16
Os poemas de Noigan-
Fiaminghi, formato de caixa e folhas soltas, traz o
dres 4 (São Paulo, edição manifesto “plano-piloto para poesia concreta” e
dos autores, 1958) são
datados de 1957, exceto
poemas de Décio, Haroldo, Augusto e Ronaldo16.
terra, de 1956. Todos são apresentados de acordo com um mes-
mo padrão gráfico, utilizando o tipo futura extra
called heterogeneity of experiences shown at the
exhibition under the name concrete poetry, other
poems of his, such as mar azul or verde, which
appeared a little later at the Sunday Supplement of
Jornal do Brasil and gathered in Poemas (Coleção
Espaço, 1958), deserve to be listed among some
good examples of concrete poems – as is the case
with others that appear in this book. For Gullar,
what’s here being called as a turning point, when his
Noigandres 4, contendo
poemas de Décio Pignatari,
Ronaldo Azeredo, Augusto
e Haroldo de Campos,
com capa de Hermelindo
Fiaminghi, 1958
Noigandres 4, containing
poetry
poesia
ros aparecidos anteriormente em textos do grupo,
como, entre outros, “poesia concreta: tensão de
palavras-coisas no espaço-tempo” ou “é preciso
que nossa inteligência se habitue a compreender
síntético-ideograficamente em lugar de analítico- 133
discursivamente”, uma citação de Apollinaire18.
Mas é plausível supor que a maior definição do
projeto tem também no horizonte as divergências
Poemas, livro de Ferreira com o grupo do Rio, que, na poesia, passa a
Gullar, com capa de Amilcar
de Castro, 1958
incluir Theon Spanudis.
Se O formigueiro, o poema que
Poemas, book by Ferreira
Gullar, with the cover by
Ferreira Gullar apresentou na Enac, colabora para
Amilcar de Castro, 1958 aquela heterogeneidade de experiências demons-
trada na exposição sob a rubrica poesia concreta,
outros poemas seus, como mar azul ou verde,
aparecidos um pouco depois no SDJB e reunidos
em Poemas (Coleção Espaço, 1958), merecem ser
relacionados entre os bons exemplos de poemas
concretos – como de resto outros que compõem
esse livro. Para Gullar, o que está sendo chamado
aqui de ponto de inflexão, quando sua produção
17
Com exceção do poema- nesse contexto de vanguarda se distingue de fato
livro Life, de Décio, que tem
tipografia especialmente
da poesia concreta, vem – ao menos publicamente
desenhada por Maurício – logo a seguir, com os seus livros-poemas e poe-
Nogueira Lima.
mas-objetos. Estes últimos combinam na mesma
18
Até o momento, o melhor peça palavras (geralmente apenas uma: “Noite” ou
e mais completo estudo
sobre o projeto da poesia
“Onde”, por exemplo), formas geométricas e pou-
concreta desenvolvido pelo cas cores básicas (preto, branco, azul, vermelho,
grupo Noigandres, além
de seus desdobramentos
amarelo). São obras que apontam para a sua “Teoria
posteriores e o contexto do não-objeto”, publicada em 1960, que, junto ao
das vanguardas em que isto
se dá, está em AGUILAR,
“Manifesto Neoconcreto” e outros textos do perío-
Gonzalo. Poesia Concreta do, procura consolidar teoricamente os resultados
Brasileira – as vanguardas
na encruzilhada modernista.
da produção do grupo de artistas do Rio depois
São Paulo, Edusp, 2005. da Enac, em contraste com os artistas concretos
20
Interview by Lygia Pape This idea is also worth for those works by the
to Lúcia Carneiro and
Ileana Pradilla, in Lygia Pape
“cariocas”, that differ from concrete poetry exactly
(coleção Palavra do Artista). in the same measure as they approach themselves
Rio de Janeiro, Nova Aguilar,
1998.
definitely to the arts – some of them even before
the neoconcrete manifesto. I’m thinking of some
21
In “Palavra, humor, inven-
ção”, originally published at
poem-books by Lygia Pape, Reynaldo Jardim and, a
the Suplemento Dominical do little later, already at the II Neoconcrete Exhibition, of
Jornal do Brasil, 12/10/1960,
and reproduced in AMARAL,
Osmar Dillon. More or less between 1957 and 1960,
Aracy (org.). Projeto Con- Lygia Pape produces several of these poem-books.
strutivo Brasileiro na Arte:
1950-1962. Rio de Janeiro,
The most renowned of them is Livro da criação,
Museu de Arte Moderna / which creates in each “page”, now without words
São Paulo, Pinacoteca do
Estado, 1977.
except for the opening title, “the process of leaving
the plan, going to space, having an action in space
and going back to the plan20”, through assembling
and disassembling a small paper sculpture. By
poetry
poesia
Estado, 1977.
já na II Exposição Neoconcreta, de Osmar Dillon.
22
Movidas as placas, as Mais ou menos entre 1957 e 1960, Lygia Pape pro-
letras percorrem todo o “ci-
clo”, com a letra U podendo
duz diversos desses livros-poemas. O mais conhe-
se encaixar de passagem cido deles é o Livro da criação, que realiza em
entre as duas primeiras,
completando assim a pala-
cada “página”, agora sem palavras além do título 135
vra-título. O objeto original de abertura, “o processo de sair do plano, ir para
foi feito em madeira e vidro.
o espaço, ter uma ação no espaço e voltar ao
plano”20, mediante a montagem e desmontagem
de uma pequena escultura de papel. De Reynaldo
Jardim, podem ser mencionados os livros-poemas
A espessura do tempo e Livro infinito. Consta que
este último foi destruído. Mas restou uma descri-
ção comentada, num texto de Gullar. “Trata-se
de um volume engenhosamente concebido, com
dois dorsos e dois começos, o que vale dizer sem
começo e sem fim, uma estrutura circular, contí-
nua. As páginas desse livro insólito tampouco são
unidades isoladas: trabalhadas em vista da totali-
dade do livro, recebem, geram e transferem o movi-
mento e o significado que por elas se propaga,
silenciosamente, através de cortes, dobras e des-
dobras. (...) As palavras que ali aparecem estão
quase que inteiramente despojadas de sua função
corrente (...)”21.
Na II Exposição Neoconcreta (1960),
Osmar Dillon apresentou lua, objeto para ser
Lua (1959-60), objeto de
manipulado, que cria um símile do ciclo lunar por
Osmar Dillon, refeito pelo meio de duas placas móveis circulares, concên-
artista em 2004 [acrílico e
esmalte, ø 25 cm, coleção
tricas e sobrepostas, em que estão gravadas as
do artista] letras L e A, na de base, e U, na de cima 22. Outro
Lua (1959-60), object by
poema-objeto seu, lua sol, faz com que a mani-
Osmar Dillon, remade by pulação de uma folha de papel com dobraduras
the artist in 2004 [acrylic
and enamel, ø 25 cm,
reencene, em três estágios (com as palavras raiz
artist’s collection] / caule / folha; lua sol; flor), a floração de uma
22
When the plates are At the II Neoconcrete Exhibition (1960), Osmar Dillon
moved, the letters perform
the entire “cycle”, with the
presented lua, an object to be manipulated, which cre-
letter U temporarily fitting ates a simile of the lunar circle through the use of two
between the first ones,
therefore completing the title-
circular moving plates, concentric and superposed, in
word. The original object was which we can find the letters L and A, on the bottom
made in glass and wood.
one, and U, on the top22. Another of his poems, lua
sol, makes the folding of a paper to imitate, in three
stages (with the words raiz / caule / folha; lua sol; flor
[root, stem, leaf, moon sun, flower]), the blossoming of
a plant, associating the time of the natural process to
the experience of the changes in the form of the paper
until reaching the form of an open flower.
With sensitive differences in conception
and formalization, the “genre” poem-book was prac-
ticed not only in the neo-concrete domain. Shown at
poetry
poesia
bora na construção do sentido já não mais, ou não
apenas, pela diagramação do texto, como na dita
fase ortodoxa da poesia concreta, mas pelo pró-
prio desenho tipográfico, incluindo adição progres-
siva de elementos (I L F E) e alteração de escala 137
até a distorção (em Organismo). Tudo, no entanto,
continua se dando na estrita bidimensionalidade
das páginas. Cada uma delas funciona como um
fotograma desses cinepoemas. Aqui o suporte livro
não está muito em questão em sua materialidade
de objeto. Life e Organismo são realmente mais
poemalivros do que livros-poemas.
A espessura do tempo, livro-poema
neoconcreto de Reynaldo Jardim, também se
faz na sucessão temporal dos chamados ver-
bos de estado (ser, estar, parecer, permanecer,
ficar), colocados um a um em páginas de material
transparente, primeiro no modo infinitivo e depois,
em seqüência inversa, na forma do gerúndio. Mas,
diferente daqueles de Pignatari, o livro de Jardim
procura trabalhar o tempo como duração, desa-
celerá-lo para dar-lhe espessura, utilizando para
isso outras camadas de folhas transparentes entre
cada verbo (em quantidades desiguais e, portan-
to, intensidades luminosas e durações também
desiguais) e pranchas de cores variadas que sub-
jazem a cada um deles, exceto ao último, “sendo”.
Na época da Exposição Nacional,
Wlademir Dias-Pino trabalhava igualmente com o
Life, livropoema de Décio “gênero” 23 livro-poema e continuou a fazê-lo nas
Pignatari, 1957
diversas versões de Solida e A ave. No entanto,
Life, poembook by Décio em todas elas fica patente o pouco interesse pela
Pignatari, 1957
significação lingüística para deter-se em seus es-
quemas relacionais, indo desembocar, no final dos
23
See note 13 At the time of the National Exhibition, Wlademir Dias-
24
See the interview, with
Pino also worked with the “genre”23 poem-book and
comments on other works, continued to do it in the several versions of Solida
in COCCHIARALE, Fernando
and GEIGER, Anna Bella.
and A ave. Nevertheless, in all of them we can per-
op. cit., p. 98, and a similar ceive less interest in the linguistic meaning than in the
evaluation on the interview
published in Poesia Sempre,
relational schemes, leading, in the end of the 60’s, to
ano 12, nº 18, set. 2004, the theory of the “process-poem”, which exemplary
p. 29.In the same interview,
Gullar describes the “Poema
version does not employ words. In a more extreme
Enterrado”: “a room inside degree than the neo-concrete, Dias-Pino tries hard to
the ground. You walked
down some stairs to the
lead his poems – assumingly – outside the universe
underground, opened a door of poetry, at least if understood as a verbal art, in the
and there was this red cube,
of 50 by 50 centimeters.
direction of the visual arts.
Below, there was a smaller
cube, of 30 by 30. Below,
an even smaller one, white.
In general, even recognizing the validity of the experi-
Raising this white cube, the ence and the quality of the production, the object-
word appeared: ‘Reju-
poetry
poesia
que, nesse sentido, muda pouco). A observa-
ção também caberia a trabalhos como o Poema
enterrado, de Gullar, como nota o próprio autor,
quando relata a sua decisão de abandonar esse
tipo de produção: “Isso parece loucura, mas já é 139
24
V. entrevista, com menção artes plásticas, e eu não quero ser escultor”24. Em
a outros trabalhos, em
COCCHIARALE, Fernando
termos de poesia propriamente dita, o neocon-
e GEIGER, Anna Bella. cretismo não teve ter maior continuidade. É com-
op. cit., p. 98, e avaliação
semelhante na entrevis-
preensível que sua descendência mais rica tenha
ta publicada em Poesia se dado nas artes visuais.
Sempre, ano 12, nº 18, set
2004. p. 29. Nesta mesma
Permanecendo, ao fim e ao cabo,
entrevista, Gullar descreve no universo da palavra, embora expandido pela
o Poema Enterrado: “uma
sala dentro do chão. Você
exploração de sua “verbivocovisualidade”, na
descia por uma escada ao prática a poesia concreta mostrou-se mais mu-
subsolo, abria uma porta e
lá tinha um cubo vermelho,
tante do que a imagem que acabou se fixando
de 50 por 50 centímetros. na historiografia cultural. Da mesma maneira
Embaixo tinha outro cubo
menor, de 30 por 30. Em-
que na Enac ainda não havia homogeneidade
baixo, outro menor ainda, formal, por volta de 1960 e nos anos subseqüen-
branco. Levantando esse
cubo branco, aparecia a
tes, a produção dos poetas do grupo paulista
palavra ‘Rejuvenesça’”. (e de outros que deles se aproximaram, como
25
Como no poema que
Edgar Braga, José Lino Grünewald e Pedro Xisto)
evoca sinteticamente a já não se atém a “ortodoxias”. Para os padrões
bandeira brasileira, com as
seguintes chaves léxi-
locais, a situação agora é, mais do que nunca,
cas, que correspondem a de industrialização acelerada num ambiente de
suas formas geométricas
básicas: “pelé”, “a pátria
cultura de massas.
é a família (com televisão) É quando Décio Pignatari realiza o
amplificada” e “no fim dá
certo”.
poemalivro Organismo, que prenuncia os seus
poemas semióticos (acompanhados pelos de
Luiz Ângelo Pinto e Ronaldo Azeredo), em que
as palavras comparecem como chaves léxicas
para a interpretação de desenhos compostos de
formas geométricas25, às vezes articulando-se
a partir de um simbolismo claramente irônico.
Haroldo de Campos começa a escrever a prosa-
26
Invenção was initially a writing the prose-poem Galáxias, giving large flow
weekly page at the newspa-
per Correio Paulistano; ed-
to his baroque vein, and releases Alea – variações
ited between 1962 and 1967, semânticas, a bookpoem in which the “reader” is
the magazine published such
authors as José Paulo Paes,
invited to create his own text, starting from the per-
Affonso Ávila, Manuel Ban- mutational series presented by the author, also with
deira, Osmar Dillon, Jorge
de Sena, Ian Hamilton Finley,
an ironic style. A poem such as cubagramma, by Au-
Pierre Garnier, and texts by gusto de Campos, on its turn, speaks about politics
other collaborators such as
the manifesto of the Música
using procedures that had already been utilized in his
Nova group. series poetamenos (1953), such as the use of colors
27
These scores resume the
that help in the conduction of the reading among the
work developed since 1954, fragmentary words, and the simultaneity of syntac-
initially by Augusto de Cam-
pos, with the collaboration of
tic connections, even between different languages.
Damiano Cozzella and Décio Soon afterwards, Augusto will produce his popcretos,
Pignatari. Willys de Castro
also elaborated “verbalizing
poems in which he critically deals with the informa-
scores” for concrete poems tion industry, just like in cubagramma. But this time
by several authors, in 1955
poetry
poesia
Partitura de oralização de ras de verbalização” para
poemas elaborada por poemas concretos de
gramma. Mas dessa vez com seus próprios
Júlio Medaglia (poemas de diversos autores, em 1955 meios: recortes de jornais e revistas. Essa é a
Ronaldo Azeredo, Augusto e 1957. V. “Poesia Nova /
de Campos e Haroldo de Nova Música”, texto de
época também de ampliação do grupo em torno
Campos), 1960 Augusto de Campos, repro- da revista Invenção26 e da maior aproximação com
duzido em BANDEIRA,
Poetry oralizing score created João. op. cit.
os compositores do manifesto Música Nova, que 141
by Júlio Medaglia (poems by possibilitou o registro sonoro de poemas con-
Ronaldo Azeredo, Augusto
de Campos and Haroldo de
cretos, em pequenas formações de vozes, com
Campos), 1960 novas partituras de oralização e direção de Júlio
Medaglia 27. Assim, por caminhos diversos, a po-
esia concreta informou muito da poesia que veio
depois dela, da mesma linhagem ou por contra-
posição, às vezes de maneira insuspeitada. Se
até hoje não há consenso sobre o seu papel,
também não pôde haver indiferença.
Stephen Jay Gould sugere que o
desenvolvimento da teoria evolucionista de Darwin
beneficiou-se da oposição encontrada por ele no
capitão do navio Beagle, ao longo dos cinco anos
em que forçosamente conviveram. Mutatis mutan-
dis, talvez não seja exagero pensar que concretos
e neoconcretos encontraram uns nos outros o seu
capitão Fitzroy, o que colaborou para o amadure-
cimento dos seus respectivos projetos. Uma boa
parte da poesia e da arte brasileiras aponta ainda
hoje para os benefícios que os seus descendentes
colheram das diferenças entre essas espécies.
Tudo somado, a produção dos poetas e artistas
presentes na Enac e o debate que ela gerou deram
corpo a um nó de questões formais que, aparen-
temente circunscritas à idéia de experimentação,
no sentido ainda moderno de autonomia completa
da linguagem artística, não deixaram de renovar
a pergunta sobre como e para quem a arte se faz.
Não soa próximo?
Augusto de Campos
ovo novelo, 1955
70x47 cm
Coleção do artista
142
Augusto de Campos
tensão, 1956
48x48 cm
Coleção do artista
tension, 1956
48x48 cm
poesia
Artist’s collection
143
Augusto de Campos
salto, 1954
65x48 cm
Coleção do artista
jump, 1954
65x48 cm
poetry
Artist’s collection
144
Augusto de Campos
concreto, 1956
[refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
66x48 cm
poesia
Alexandre Rodrigues, 2006]
66x48 cm
145
Décio Pignatari
um movimento, 1956
[refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
96x66 cm
a movement, 1956
[redone by Alexandre
poetry
Rodrigues, 2006]
96x66 cm
146
Décio Pignatari
terra, 1956
65,5x48 cm
Coleção Augusto
de Campos
earth, 1956
poesia
65,5x48 cm
Augusto de Campos
collection
147
Décio Pignatari
stèles pour vivre 2, 1955
[refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
70x60 cm
Rodrigues, 2006]
70x60 cm
148
Décio Pignatari
semi di zucca, 1956
[refeito por
Gerson Tung, 2006]
28x20 cm
poesia
[redone by
Gerson Tung, 2006]
28x20 cm
149
poetry
semi di zucca
150
sal
semi di zucca
branco
poesia
semi di zucca
151
branco
sal
semi di zucca
branco frio
poetry
bôca
semi di zucca
152
quente sal
só
frio bôca
bôca
poesia
fala só
153
frio
sol
só
vento
vem
sol
poetry
se) (ca
vem
154
sêco
sal
só
vento
sal
sol
bôca branca
só semi di zucca
fala
vem
frio
sêco
poesia
sol al ó eco
155
vem
quente
branca
ôca
frio
vento
sêco
fala
sol
sal
só
ser
poetry
156
Ferreira Gullar
o formigueiro, 1955
[refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
96x66 cm
Rodrigues, 2006]
72x49 cm
160
Haroldo de Campos
o pavilhão da orelha, 1955
49x70 cm
Coleção família
Haroldo de Campos
poesia
49x70 cm
Haroldo de Campos
Family collection
161
Haroldo de Campos
no â mago do ô mega,
1956 [refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
72x49 cm
Rodrigues, 2006]
72x49 cm
162
Haroldo de Campos
entre par(edes)ênteses,
1956 [refeito por Alexandre
Rodrigues, 2006]
72x49 cm
between par(titions)enthesis,
poesia
1956 [redone by Alexandre
Rodrigues, 2006]
72x49 cm
163
Haroldo de Campos
o peri scópio ao
peri cárdio, 1956
72x49 cm
Coleção família Haroldo
de Campos
72x49 cm
Haroldo de Campos Family
collection
164
Ronaldo Azeredo
ro, 1954
66x48 cm
Coleção Augusto
de Campos
ro, 1954
poesia
66x48 cm
Augusto de Campos
collection
165
Ronaldo Azeredo
a, 1956 [refeito por
Alexandre Rodrigues, 2006]
48x48 cm
a, 1956 [redone by
Alexandre Rodrigues, 2006]
48x48 cm
poetry
166
Ronaldo Azeredo
z, 1956 [refeito por
Alexandre Rodrigues, 2006]
48x48 cm
z, 1956 [redone by
Alexandre Rodrigues, 2006]
poesia
48x48 cm
167
poetry
168
Wlademir Dias-Pino
Solida, 1955-56
46x61 cm e
60x46 cm
Coleção Augusto
de Campos
Solid, 1955-56
46x61 cm and
60x46 cm
Augusto de Campos
collection
poesia
169
Noigandres 4
poemas de Augusto de
Campos, Décio Pignatari,
Haroldo de Campos,
Ronaldo Azeredo
e Plano Piloto para
Poesia Concreta
capa de Hermelindo
poetry
Fiaminghi
38x25 cm
São Paulo, edição dos
autores, 1958
Coleções família
Hermelindo Fiaminghi e
170 Augusto de Campos
poems by Augusto de
Campos, Décio Pignatari,
Haroldo de Campos,
Ronaldo Azeredo
and Pilot Plan for
Concrete Poetry
cover by Hermelindo
Fiaminghi
38x25 cm
São Paulo, authors’
edition, 1958
Hermelindo Fiaminghi and
Augusto de Campos
Family Collections
poesia
171
172
Augusto de Campos
poesia
173
Augusto de Campos
Greve, 1961
em Noigandres 5
21x15 cm
São Paulo, Massao Ono
Ed., 1962
Coleção do artista
Strike, 1961
in Noigandres 5
21x15 cm
São Paulo, Massao Ono
Ed., 1962
Artist Collection
174
poetry
poesia
Décio Pignatari
Organismo, 1960
poemalivro
design gráfico de
Alexandre Wollner
18x23 cm
São Paulo, edição do autor 175
Coleção Júlio Medaglia
Organism, 1960
poem book
graphic design by
Alexandre Wollner
18x23 cm
São Paulo, author’s edition
Júlio Medaglia Collection
poetry
176
Décio Pignatari
Stèles pour vivre 3
(estela cubana), 1962
33x70 cm
Coleção Augusto
de Campos
Augusto de Campos
Cubagramma, 1960-62
32x24 cm
Coleção do artista
Cubegramma, 1960-62
32x24 cm
Artist Collection
poetry
178
Haroldo de Campos
Alea – variações
semânticas, 1962-63
Poemalivro permutacional
São Paulo, edição do autor
10x15 cm
Coleção família Haroldo
de Campos
Alea – semantic
variations, 1962-63
Permutational poem book
São Paulo, author’s edition
10x15 cm
Haroldo de Campos
Family collection
poesia
179
Ferreira Gullar
Poemas, 1958
Rio de Janeiro,
Coleção Espaço
21x21 cm
Coleção do artista
Poems, 1958
poetry
Rio de Janeiro,
Espaço Collection
21x21 cm
Artist Collection
180
poesia
181
Ferreira Gullar
Noite, 1959
[refeito em 2004]
Acrílica sobre madeira
e vinil
2x30,2x30,2 cm
Coleção Paço Imperial,
Rio de Janeiro
poetry
poesia
Rio de Janeiro
acôrdo
paralização passeata patrões abrem
passeata
pacto
passeata
portões fecham
passeata
reajuste
185
passeata
Osmar Dillon
Lua sol, 1960 [refeito por
Alexandre Rodrigues, 2006]
15x15 cm, aberto
186
poesia
187
Willys de Castro
Partitura de
Verbalização, 1957
Poema: fere fera
(Reynaldo Jardim)
18x12 cm cada
Arquivo histórico do
Instituto de Arte
poetry
Contemporânea
Júlio Medaglia
Partitura de Verbalization score, 1959
oralização, 1959 poems: streetsun (Ronaldo
poemas: ruasol (Ronaldo Azeredo), tension (Augusto
Azeredo), tensão (Augusto de Campos), white (Haroldo
de Campos), branco de Campos), speed (Ronaldo
(Haroldo de Campos), velo- Azeredo), come and go
cidade (Ronaldo Azeredo), (José Lino Grünewald), once
vai e vem (José Lino (Augusto de Campos), candy
Grünewald), uma vez (José Lino Grünewald)
(Augusto de Campos), bala parte I – 27x21 cm
(José Lino Grünewald) parte II – 21x17 cm
parte I – 27x21 cm Júlio Medaglia Collection
parte II – 21x17 cm
Coleção Júlio Medaglia
The Concrete Project
Brazilian design around the 1st National
Concrete Art Exhibition: 1948-1966
André Stolarski
André Stolarski
design
criadores, mas a qualquer objeto construído a par-
tir da articulação de elementos plásticos essencial-
mente autônomos e livres de carga representativa.
Sendo assim, o construtivismo não podia ser figu-
rativo, por razões óbvias, nem abstracionista, por 191
motivos um pouco mais sofisticados – ou nem tan-
to assim: se as formas da abstração não passam
de representações transformadas da natureza e
preservam seu referente de alguma forma, não têm
como ser autônomas. Em suma, o construtivismo
era uma arte composta de elementos autônomos,
não representativos, que tenderiam a cores puras
ou essenciais, à forma geométrica e a vínculos
racionais ou racionalizáveis a partir de relações
simples e precisas.
Essa arte não tardou a travar diver-
sos encontros com a ciência, onde quer que ela
se pusesse a campo para investigar o comporta-
mento de estruturas autônomas e essenciais ao
homem: a lingüística de Saussure, a semiótica de
Peirce, a teoria da Gestalt, a pedagogia de Fröbel,
a física de Einstein, as teorias urbanísticas da
cidade industrial e a engenharia do aço, do vidro e
do concreto armado.
ent in their works, constructive artists reclaimed the
freedom of the art itself in relation to tradition, quickly
creating points of contact with social and political
movements of transforming nature.
This apparently paradoxical bond
among autonomous, scientific and rational language
and political transformation was a great catch for
two of the numerous disciplines that, since the be-
ginning of the 19th century, were in the crossroads
between traditional heritage and changes in society
– namely design and architecture. In these areas,
this bond guided the appearance of the figure of
another type of professional, capable of combining
artistic sensibility, technical-scientific knowledge and
political engagement to forge a world both new and
revolutionary.
Thus, of all modern vanguards,
constructivism was the one that found the greatest
resonance among those who conjectured the “con-
cretization” of a new reality. For this same reason, it
quickly stopped being a project exclusively linked to
plastic arts and made itself present with the same
intensity in areas like music, literature, photography,
architecture and design.
However, at the same time it broad-
design
design
cas e se fez sentir com a mesma intensidade em
áreas como a música, a literatura, a fotografia, a
arquitetura e o design.
No entanto, à medida que ampliava o
espectro de atuação das vanguardas, essa “intui- 193
ção artística dotada de princípios claros e inteligen-
tes e de grandes possibilidades de desenvolvimen-
1
Assim definida pelo to prático”1 dava mostras de possuir limitações tão
manifesto de fundação do
grupo Ruptura, publicado
profundas quanto sutis. Ao procurar racionalizar e
em 1952. humanizar as relações sociais, o construtivismo oci-
2
Para uma avaliação bem
dental evitou o combate frontal com o modo de
mais completa e abrangente produção dominante, procurando integrar-se a ele
dos limites do projeto cons-
trutivo e da composição
de forma funcional, em oposição às demais van-
das vanguardas construti- guardas artísticas e ao próprio movimento Arts &
vas no Brasil, ver BRITO,
Ronaldo. Neoconcretismo:
Crafts. Mais do que isso, manteve-se em larga
Vértice e Ruptura do Projeto medida atrelado a um racionalismo mecanicista e
Construtivo Brasileiro. São
Paulo, Cosac Naify, 1999. O
cartesiano típico do século 192.
ensaio de Lorenzo Mammì
que abre este catálogo
contém um breve histórico
Max Bill, a Escola de Ulm e o cenário brasileiro
desse texto fundamental No panorama internacional, a figura mais influente
e aprofunda o contexto da
crise do design construtivo
no desenvolvimento e na difusão dessa disposi-
na segunda metade do ção pragmática foi o suíço Max Bill. Nascido em
século 20.
1908, Bill freqüentou a Bauhaus em 1927 e 1928,
em estreito contato com Kandinsky e Paul Klee.
School of Form (Hochschule für Gestaltung Ulm or
HfG Ulm), conceiving it initially as a re-edition of the
Bauhaus in the post war context (European recon-
struction, reorganization of the political forces in the
planet). He was also responsible for the architectural
project of the school itself. To close, his sculpture,
Unidade Tripartida was bestowed the first prize from I
Bienal Internacional de São Paulo (the 1st Internation-
al Biennial of São Paulo), which took place in 1951. In
1953, the artist went to São Paulo and Rio de Janeiro
on an extensive agenda, which included the putting
together of an individual exhibit of his works and the
mission to invite Brazilian students to participate of
Ulm’s School, which would be inaugurated at the
beginning of 1955.
The terrain encountered by Max Bill
was fertile. Put in motion by the escalation of the
debate between figuration and abstraction, “paulista”
(from São Paulo) concrete trends were starting to
attract interest and gain strength, propelled by the im-
plementation of the São Paulo Art Museum (MASP) in
1947 and of the Modern Art Museum, in 1948, soon
followed by its Crafts School and Bienal Internacional
(Biennial Exhibit).
Within the plastic arts’ scope, this
design
design
do Museu de Arte de São Paulo, em 1947, e do
Museu de Arte Moderna, em 1948, logo acom-
panhado de sua Escola de Artesanato e de sua
Bienal Internacional.
No âmbito das artes plásticas, essa 195
mobilização sinalizava e fornecia as bases para
uma tomada de posição ante um modernismo
que não havia alcançado as grandes conquistas
da arte moderna e que, malgrado o interesse das
experiências de artistas como Tarsila do Amaral
e Oswald de Andrade, voltava a aproximar-se de
velhas formulações calcadas na representação e
no regionalismo.
As atividades do Masp, em especial
(e mais tarde as do MAM do Rio de Janeiro), ganha-
ram desde o início contornos bastante abrangen-
tes, definidos pela atuação de seus fundadores – o
casal Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi. O Institu-
to de Arte Contemporânea, criado no museu em
1951, incorporou, na medida do possível, a abran-
gência pragmática pretendida pelas vanguardas
construtivas. Oficinas de artes plásticas, desenho
e escultura conviviam com aulas de desenho in-
dustrial, tecnologia dos materiais e programação
ism to the proposition of a new way of thinking design
in Brazil, plastic artist, Alexandre Wollner, accompa-
nied by two more artists who would never return to
Brazil, Almir Mavignier and Mary Vieira.
In the midst of the conflicts that
dictated its directions, Ulm’s School promoted the
climax and denial of the artist’s role in the project of
transformation of society, converting the artist into “a
sort of superior designer, researcher of forms to be
utilized by the industry” (BRITO, ibid., p. 38). Thus,
at the same time it took care of the scientific and
technological education of the artists-designers, the
school also demanded previous command of the
plastic resources and inhibited typical activities of an
artistic workshop, directing its efforts towards de-
sign. This orientation transcended the mere didactic
resources and revealed an open animosity towards
plastic arts, held as unessential luxury objects dur-
ing the dramatic aftermath of World War II. Alex-
andre Wollner, enthused by the “new possibilities”
of drawing exposed by Max Bill, abandoned them
without difficulty. Mavignier and Vieira, who desired
to remain with plastic arts, got into conflict with the
school. Max Bill himself, who never gave up painting,
started to avoid the school for this purpose, shel-
design
design
recurso didático e revelava uma animosidade
aberta em relação às artes plásticas, tidas como
objeto de luxo dispensável no dramático rescaldo
da Segunda Guerra Mundial. Alexandre Wollner,
entusiasmado pelas “novas possibilidades” do 197
desenho expostas por Max Bill, abandonou-as
sem dificuldade. Mavignier e Vieira, desejosos de
permanecer nas artes plásticas, entraram em con-
flito com a escola. O próprio Max Bill, que nunca
deixou de pintar, passou a evitar a escola para
esse fim, resguardando-se em seu ateliê na Suíça.
A substituição de Max Bill pelo argentino Tomás
Maldonado na diretoria da escola acirrou ainda
mais esses ânimos. Assim, ao mesmo tempo em
que procurou levar o pressuposto modernista da
“obra de arte total” a seu limite, integrando ao
máximo o artista na tarefa da construção de outra
realidade, a escola terminou por negar as próprias
artes plásticas como campo autônomo válido face
3
A definição de Décio às novas exigências da sociedade tecnológica3.
Pignatari, segundo a qual
“o poeta é o designer da
Diretamente atrelada à militância de
linguagem”, é sintomática Alexandre Wollner quando de sua volta ao Brasil,
dessa visão e revela a força
então atribuída à figura do
a vertente do design mais profícua e intimamente
designer. ligada à arte concreta foi profundamente influen-
responsible for the foundation of a conscience of
design of its own in Brazil. The complete set of these
works carries this meaning and this responsibility.
A heterogeneous panorama
Complementing the reconstitution of the 1st National
Exhibition of Concrete Art, this exhibit examines the
panorama of concrete influences on the behavior of
Brazilian design around 1956 (even though the major-
ity of the projects was produced after this referential
year), more precisely during the period from 1948
(post-war) to 1966 (first years of military dictatorship).
All projects herewith examined display a clear “will for
order” (BELUZZO, 1999) and explore in an explicit
manner, the “laws of structure” declared by Max Bill:
alignment, rhythm, progression, polarity, regularity
4
“Concrete art sets itself and internal logic of development and construction4.
apart by a characteristic:
the structure:
A special note must be made about concrete poetry,
the structure of construction which appears with strength in several works, acting in
in the idea
the structure of the visual in
several occasions as the spokesperson for its ideals.
reality Even so, it is necessary to take care
the reality as the structure of
the idea
with the collective evaluation. In the same way there
the idea as the structure of are concrete poems rather than concrete poetry, it
reality.
And the laws of structure are:
makes no sense to elect a privileged or hegemonic
alignment side of design in relation to concrete art, and certainly
design
rhythm
progression
there is no way to talk about a “concrete design,” un-
polarity less it is as a purely style-related delimitation, and for
regularity
the internal logic of develop-
our purposes, empty. If it is true that a “projected opti-
ment and construction.” mism” animated all those involved, on the other hand
Invenção, in Correio Pau-
198 listano, July 17 of 1960.
there wasn’t homogeneity in the type of ideological in-
volvement with the concrete “cause,” whether it was in
5
Of the almost 40 designers
represented here, only seven
the structural or stylistic utilization of its referential or in
didn’t act also as plastic the manner of understanding the relationship between
artists during some part of
their careers. They are: Julio
the plastic artist and the designer. Thus, the selection
Roberto Katinsky, João Ba- of works seeks to point out similarities and procedures
tista Vilanova Artigas, Carlos
Milan, Miguel Forte, Roberto
common to the same repertoire, but shows that the
Aflalo, Jorge Zalszupin and incorporation of issues regarding method, form, struc-
João Carlos Cauduro.
ture and function did not occur in a homogenous man-
ner. For that, it is not restricted to the artists who par-
ticipated of the I Enac (1st Exhibition), doesn’t exclude
the sporadic experiences of certain artists or artisans
who never became actual designers5, nor does it cling
to one of the design models that constructive ideology
helped forge (although the Ulmian model predominates
in the scenery). It is, in any case, a partial and incom-
plete selection that suggests complementary research
be done both within the period studied as in the wake
of concrete influences that still demonstrate some vital-
ity in contemporary design.
ciada por essa visão. O forminform, escritório que
fundou com Geraldo de Barros e Walter Macedo
em 1958, galvanizou o trabalho e a colaboração
de profissionais como Ruben Martins, Karl Heinz
Bergmiller, Maurício Nogueira Lima, Ludovico
Martino, Emilie Chamie, João Carlos Cauduro e
Décio Pignatari, responsáveis por mais de um terço
das obras aqui expostas. Em que pesem as dife-
renças entre as diversas atuações dos designers
representados, pode-se dizer que as tendências
construtivas foram, ainda que tardiamente, respon-
sáveis pela própria fundação da consciência do
design no Brasil. O conjunto desses trabalhos car-
rega esse significado e essa responsabilidade.
Um panorama heterogêneo
Complementando a reconstituição da I Exposição
Nacional de Arte Concreta, esta mostra examina
o panorama das influências concretas no compor-
tamento do design brasileiro em torno de 1956
(ainda que a maioria dos projetos tenha sido pro-
duzida depois desse ano referencial), mais preci-
samente no período que vai de 1948 (pós-guerra)
a 1966 (primeiros anos da ditadura militar). Todos
os projetos aqui examinados ostentam uma nítida
design
“vontade de ordem” (BELUZZO, 1999) e exploram
de maneira explícita as “leis da estrutura” enun-
ciadas por Max Bill: alinhamento, ritmo, progres-
são, polaridade, regularidade e lógica interna de
4
“A arte concreta distingue- desenvolvimento e construção4. Menção especial 199
se por uma característica:
a estrutura:
deve ser feita à poesia concreta, que comparece
a estrutura da construção com força em vários trabalhos, atuando em diver-
na idéia
a estrutura do visual na
sas ocasiões como porta-voz de seu ideário.
realidade Mesmo assim, há que tomar cuidado
a realidade como estrutura
da idéia
com a avaliação coletiva. Assim como não exis-
a idéia como estrutura da te uma poesia concreta, mas poesias concretas,
realidade.
e as leis da estrutura são:
não faz sentido eleger uma vertente privilegiada
o alinhamento ou hegemônica do design na relação com a arte
o ritmo
a progressão
concreta, e certamente não há como falar em um
a polaridade “design concreto”, a não ser como delimitação
a regularidade
a lógica interna de desen-
puramente estilística e, para nossos fins, vazia. Se
volvimento e construção.” é verdade que um “otimismo projetual” animava
In página Invenção,
Correio Paulistano, 17 de
todos os envolvidos, não havia, por outro lado,
julho de 1960. homogeneidade no tipo de envolvimento ideoló-
gico com a “causa” concreta, seja na utilização
estrutural ou estilística de seus referenciais, seja
no modo de entender a relação entre a figura do
artista plástico e o designer. Sendo assim, a sele-
ção dos trabalhos procura apontar semelhanças
In order to facilitate the evaluation of the influence
of paulista concrete art on the whole ensemble of
communication and consumer goods projects of
this period, the selected works were divided into six
groups, according to the type of project developed:
visual identity, publicity/adverstising, printed matter
and publications, packaging, furniture and domestic
products, and architectural interventions.
Visual Identity
In the same way it happened in other countries,
visual identity projects were the most privileged
genre for the exploration of constructive procedures
in Brazil, concentrating usefulness and visual quality
within a relatively short period, opening space for
the constructive rule within the environmental and
corporate space of the 70’s. They were strategic
as a point of entry into the companies, and once
initiated, paved the way to a global reformulation of
Willys de Castro
Sinal Galeria Seta, 1964
Identidade visual
design
Assim como ocorreu em outros países, os pro-
jetos de identidade visual foram o gênero mais
privilegiado para a exploração dos procedimentos
construtivos no Brasil, concentrando proficuida-
de e qualidade visual num período relativamente 201
curto, abrindo espaço para o domínio construti-
vo no espaço corporativo e ambiental dos anos
70. Eram estratégicos como via de entrada nas
empresas e, uma vez iniciados, abriam o caminho
para a reformulação global de sua comunicação e,
eventualmente, de seus produtos. Assim, o ímpeto
organizador presente na arte concreta não se res-
tringia a informar a aparência de marcas isoladas,
mas era coerente com a regulação de seu uso,
determinada pela sintaxe dos sistemas de identi-
6
No Brasil, o ápice desse dade visual6.
pensamento ocorreu no
fim da década de 60, no pro-
Não deixa de ser curioso que o cam-
grama de identidade visual po de maior influência das tendências construtivas
das empresas Villares (1967).
Partindo de uma única matriz
– que se apoiaram desde o princípio na ausência
geométrica, o projeto atribuía de símbolos – tenha sido justamente o da identida-
sinais específicos para cada
uma das empresas por meio
de visual, no qual os símbolos têm primazia. Assim,
de permutações geométricas mesmo que esses projetos se aproximem mais da
simples.
rigidez geométrica dos concretos do que da infor-
malidade de certos abstracionistas, sua essência
Alexandre Wollner
Logotipo Coretron, 1960
Ruben Martins
Estudos de comporta-
mento da identidade
Promon, 1960 c.
Fotografias
Acervo Fernanda Martins
design
203
204
design
205
design
on the cover of the book
Brasilianische Intelligenz by
jogos de simetria e assimetria entre as diagonais
Max Bense, 1965 e os semicírculos que se ancoram nos triângulos
(photographic reproduction
of the original)
sobrepostos da letra “A” e de parte da letra “N”.
Aloísio Magalhães Collection Os artistas concretos trabalhavam com um reduzido
207
Aloisio Magalhães de Arte das Folhas (Willys de Castro, 1961, p. 213)
Logotipo Laboratórios
Mauricio Vilela, 1965
and in the dissociation of the logo for the Instituto
de Artes e Ciências de São Paulo. Here, Fernando
Mauricio Vilela Labs
logo, 1965
Lemos takes the abbreviation of the institution to the
boundary between legibility and pure form, com-
manding sophisticated games of symmetry and
Sinal da divisão infantil asymmetry between the diagonals and semi-circles
dos Laboratórios
Mauricio Vilela, 1965
that anchor themselves on the superposed triangles
of the letter “A” and part of the letter “N”.
Sign for the children’s
division of the Mauricio
The concrete artists worked with a
Vilela Labs, 1965 reduced repertoire of elements. As such, it wasn’t
uncommon that the paths taken by a particular
designer were retrieved and freely deepened by
another. This occurs with the identity of the cloth-
ing brand Principe (p. 210), made by Goebel Weyne
for the Magalhães + Noronha + Pontual office in
1962. In it, the designer started from a typographi-
cal drawing of triangular structure originally done by
Max Bill, utilizing its specific geometrical organiza-
design
208
Sinal Unibanco, 1963 tion to regulate the project for all applications of the
União Brasileira de
Bancos S.A.
company. The logo for the Museu de Arte Moderna
of Rio de Janeiro (p. 211), defined by Alexandre
Unibanco sign, 1963
União Brasileira de
Wollner in 1963 based on a calligraphic version
Bancos S.A. drawn ten years before, imbricates the institution’s
initials into a drawing that also takes advantage of
the triangular rhythm (and, by default, of the inclina-
Sinal Produtos
Beija-Flor, 1965
tion that characterizes Affonso Eduardo Reidy’s
Desenho original de Aloisio building), in a figure where legibility is only a slight
Magalhães; finalização de
Rafael Rodrigues
suggestion. As to the notorious logo for the elevator
company, Atlas (1959, p. 211), it is a typical example
Beija-Flor Products
sign, 1965
of the geometrical and constructive cleaning where
the formal efficiency of the initial “A”, weakened by
the excess of information and lack of geometrical
definition, was corrected by Alexandre Wollner and
his colleagues from the forminform.
In Aloisio Magalhães’ case, several
projects assumed tri-dimensional versions, coming
closer to concrete sculptures. Connected to plastic
Aloisio Magalhães repertório de elementos. Sendo assim, não era de
Sinal Produtos Guri, 1965
Desenvolvimento de produ-
estranhar que os caminhos trilhados por um desig-
tos de João de Souza Leite ner fossem retomados e aprofundados livremente
e Joaquim Redig
por outro. É o que ocorre com a identidade das
Guri Products sign, 1965 confecções Príncipe (p. 210), feita por Goebel Weyne
Product development by
João de Souza Leite and
para o escritório Magalhães + Noronha + Pontual em
Joaquim Redig 1962. Nela, o designer partiu de um desenho tipo-
gráfico de estrutura triangular feito originalmente por
Max Bill, utilizando sua particular organização geo-
Sinal Brafor, 1963
métrica para regular o projeto de todas as aplicações
Brafor sign, 1963 da empresa. O logotipo do Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro (p. 211), definido por Alexandre
Sinal Gráfica IBGE, 1962 Wollner em 1963 a partir de uma versão caligráfica
IBGE
desenhada dez anos antes, imbrica as iniciais da
IBGE Printers sign, 1962 instituição em um desenho que também tira partido
IBGE
do ritmo triangular (e, por tabela, da inclinação que
caracteriza o edifício de Affonso Eduardo Reidy),
Sinal Dietil, 1962
Laboratórios Maurício Vilela
numa figura em que a legibilidade é apenas sugeri-
da. Já o notório logotipo da empresa de elevadores
Dietil sign, 1962
Maurício Vilela Labs
design
209
Aloisio Magalhães
Sinal Icomi, 1963
Versão tridimensional do
sinal Icomi, 1963 (fotografia
utilizada em apresentação)
Acervo Aloisio Magalhães
Confecções Príncipe
Projeto gráfico
design
laboratório e outro para sua divisão pediátrica, nos
quais o desenho das iniciais sugere o percurso de
uma linha contínua que se dobra ciclicamente sobre
Logotipo MAM RJ, 1963 si mesma em ângulos idênticos.
(apud original de 1953)
Museu de Arte Moderna
O projeto do símbolo comemorativo 211
do Rio de Janeiro do quarto centenário da cidade do Rio de Janeiro
Alexandre Wollner a
André Stolarski
(1964, p. 207) é um caso à parte, pelos níveis de
Estrutura do logotipo leitura imbricados em sua simplicidade aparente.
MAM RJ, 2000
Museu de Arte Moderna
Fruto da rotação e do espelhamento de um algaris-
do Rio de Janeiro mo 4 geometrizado e repetido quatro vezes, o sinal
MAM RJ logo, 1963
produz ainda a sugestão de uma cruz de copta
(original apud of 1953) rotacionada em 45 graus, em alusão a Portugal. Em
Modern Art Museum
of Rio de Janeiro
sua versão oficial colorida, outro algarismo 4 surge
Alexandre Wollner to da cruz central pelo tratamento de um dos triângu-
André Stolarski
Structure of the MAM RJ
los do sinal, que ganha coloração verde-amarela.
logo, 2000 O sinal também possui uma sofisticada versão
Modern Art Museum
of Rio de Janeiro
tridimensional, que, quando apoiada em seus
vértices, retém a leitura do sinal original em qual-
quer posição. Em todos os casos (com exceção
Redesenho do logotipo do Unibanco, p. 208), as versões tridimensionais
Atlas Elevadores, 1958
sustentam-se como obras plásticas independentes.
Redesign of the Atlas A poesia concreta influenciou a
Elevators logo, 1958
produção de identidades em pelo menos quatro
projetos da época. O logotipo da Móveis UL
p. 208), the tri-dimensional images hold themselves
as independent plastic works.
Alexandre Wollner Concrete poetry influenced the pro-
Logotipo Móveis UL, 1958
Unilabor
duction of identities in at least four projects of the
period. The logo for Móveis UL (Alexandre Wollner,
UL Furniture logo, 1958
Unilabor
1958) mixes two procedures: the first, eminently
poetic, comes from the fragmentation and displace-
ment of the store’s name, reinforcing the meaning of
“móvel” it carries (note: this was a word game, as the
word móvel in Portuguese means both furniture and
mobile); the second one, closer to its figuration, al-
ludes to the most representative piece of furniture of
the company – the bookshelf MF 710, which will be
examined further in this text. In the identity program
of the Bahia based food products company Alimba
(Goebel Weyne, 1960, p. 210), the applications allow
us to graphically separate and recombine suffix and
prefix, combining clarity and versatility. But the visual
climax of this influence appears in the identity of the
Ruben Martins
Identidade Casa Almeida &
Irmãos, 1960
(reconstrução digital de
Fernanda Martins, 2005)
Acervo Fernanda Martins
design
212
Willys de Castro
Estudos para o logotipo
Tintas CIL, década de 1950
Tintas CIL
Desenho e guache sobre
papel
Arquivo Histórico do Institu-
to de Arte Contemporânea
Ruben Martins
Identidade Balas
Belavista, 1964
Identidade Balas
Belavista, 1964
Identidade Dicôco,
década de 1960
Dicôco identity,
decade of 1960
Willys de Castro e
Hércules Barsotti
Sinal Mobília
Contemporânea 1964
Mobília Contemporânea
sign, 1964
Willys de Castro
Logotipo da Galeria de
Arte das Folhas, 1961
Arquivo Histórico do Institu-
design
to de Arte Contemporânea
design
midor e produto. O mesmo comportamento apare-
ce em um anúncio da Mobília Contemporânea feito
por Willys de Castro e Hércules Barsotti e publica-
do no terceiro boletim da Associação Brasileira de
Desenho Industrial (ABDI), já em 1966. 215
Ruben Martins explorou outro cami-
nho, vinculando palavras a processos psíquicos
Ruben Martins e fisiológicos nos anúncios de pelo menos cinco
Anúncio Bozzano, 1964
Bozzano
produtos: os cosméticos Cinesina, da marca
leiaute original Bozzano, e os medicamentos Disenfórmio, Seda-
Acervo Fernanda Martins
vier, Fitovit e B12 (p. 217).
Bozzano ad, 1964 Hermelindo Fiaminghi foi mais econô-
Bozzano
original layout
mico: no anúncio da IV Bienal Internacional de São
Fernanda Martins Collection Paulo, veiculado em uma revista de arte francesa,
trabalhou apenas com a tipografia, usando as
semelhanças entre os caracteres para criar alinha-
mentos pictóricos ritmados.
Um conjunto pioneiro e particular-
mente rico são os impressos e anúncios feitos por
8
Hermelindo Fiaminghi é Willys de Castro para as Tintas Cil e seu produto
uma exceção a essa afirma-
tiva. A produção da Década,
Facil-it (p. 217) em meados da década de 50. Se os
agência de publicidade que impressos desdobram as experiências pictóricas
atuava sob seu comando,
ainda está por ser levan-
do artista e incorporam obras de sua autoria, os
tada. anúncios registram a utilização pura e simples de
texts-poems, as can be seen in the ad published
in Vértice 1 magazine (1957), where two sentenc-
es, running vertically to horizontally, bring to the
first plane the blank space of the page that they
are starting to paint.
Alexandre Wollner e
Décio Pignatari
Folheto com pequeno ma-
nual de identidade e texto
promocional para a cadeira
Dinamarquesa, 1965
Probjeto
Impressão tipográfica
Acervo Alexandre Wollner
Alexandre Wollner
Anúncio mol...mol, década
de 1960
Equipesca
Impressão tipográfica
Acervo Alexandre Wollner
design
216
Ruben Martins
Anúncio Sedavier,
Anúncio Fitovite,
Anúncio Nitrenpax, 1964
Laboratórios Procienx
Impressão ofsete (recon-
strução digital de Fernanda
Martins, 2006)
Acervo Fernanda Martins
design
217
Willys de Castro
Anúncio das tintas Facil-it Ads for Facil-it paints in
na Revista Vértice 1, Vertex #1 magazine,
Explorando a diversidade formal da poesia
década de 1950 decade of 1950 concreta e desdobrando a identidade visual da
Tintas CIL CIL Paints
Impressão tipográfica Typographic print
Equipesca, examinada anteriormente, o anúncio
Arquivo Histórico do Institu- Historical Archive of the das redes mol...mol (Alexandre Wollner e Décio
to de Arte Contemporânea Contemporary Art Institute
Pignatari, década de 60) articula três discursos de
tema e diagramação diferenciados. Merece des-
taque o poema que percorre visualmente o ciclo
de secagem, uso, retirada da rede e descanso do
pescador.
9
products and objects Mixed with advertising, concrete poetry also played
are processed in the industry
in the same way as the data
a part as a spokesperson for modernist design, as
into an electronic computer was previously mentioned. In a curious mix of identi-
produced in a chain
and also consumed in chain
ty manual and promotional flyer for the Danish chair
products and objects (p. 216), sold here in Brazil by Probjeto (identity by
constitute a process
you can only talk
Alexandre Wollner, 1965), Décio Pignatari was able
of international quality to transform the ad into a manifest, attacking the
in relation to products and
objects
“illusion of the sole object” and stating: “Quantity is
industrially processed: the new quality of our days”.9
in series, in quantity
quantity
is the new quality Publications and printed matter
of our days
quantity
If looked at exclusively from the point of view of
is the new meaning market presence, the transformation provoked by the
of the product-process
the furniture manufacturers
designers linked to concretism in the printed mat-
have been inciting ter environment was also somewhat shy – with the
the so-called good design
but the emphasis in the good
exception of Jornal do Brasil, reformulated by Amilcar
taste de Castro.
and on the functional
have aimed at the valorization
of the isolated product Books
in detriment of the idea of
quantity
The book publishing-printing environment, firmly
the illusion of the single rooted on very sedimentary traditions, did not incor-
object
is noxious to the new esthet-
porate theses designers into their most important
ics of quantity publishers in a systematic manner. Another factor to
and favors the neodecorativ-
ism
observe is that, although the principle of total design
the illusion of a single object defended the book project as an integrated object,
design
is an open invitation to
handicraft’s plagiarism
the first initiative to take place with any strength
to the degrading of the based on this rule occurred only in 1968, with Moy-
meanings
of the products and objects
sés Baumstein’s project for the Debates collection,
projected from Perspectiva publishers. The projects presented
for the automatic processing
218 probjeto realizes
here are limited to the covers done by four design-
this production of objects ers: Aloisio Magalhães, Ivan Serpa, Hermelindo
of international quality (=
quantity)
Fiaminghi and Emilie Chamie.
it is the consumer Among the covers produced by Aloisio
who enriches the object
with meanings
Magalhães for the conventional publishing market the
of use and good use one from the book Terceira Feira (p. 220), by João
exactly the opposite
is what happens
Cabral de Melo Neto, and made for author’s publish-
with the furniture of illusory er in 1961, stands out. The apparently conventional
unity
which imposes meanings
composition separates a superior strip for the infor-
stereotyped mation and an inferior square for the illustration. In the
for the consumer
quantity is quality
background, the square becomes the theme for the
the beautiful is the meaning illustration, in a typically concrete formal progression.
the meaning is the use
the use is the communication
The covers done by Ivan Serpa im-
... and it starts bricate the typography into the game of shapes that
with the Danish
chair
structure the visual field, as occurs in the book George
in molded wood Sand (p. 220), from E.W. Seelinger. The covers for the
and metal structure
with or without armrests
Idéias e Figuras and Jangada books (p. 220), more
with fixed feet rigorous, use only lines of variable weight as the main
or spinning
in imbuia
element, but are more suggestive. In the first one,
amendoim their behavior echoes the duality contained in the title.
9
produtos e objetos Misturada à publicidade, a poesia concreta também
são processados na
indústria
funcionou como porta-voz do design modernista,
como os dados como já foi dito. Numa curiosa mistura de manual
num computador eletrônico
produzidos em cadeia
de identidade e folheto promocional da cadeira
também se consomem em Dinamarquesa (p. 216), comercializada pela Prob-
cadeia
produtos e objetos
jeto (identidade de Alexandre Wollner, 1965), Décio
constituem um processo Pignatari transformou anúncio em manifesto, ata-
só se pode falar
de qualidade internacional
cando “a ilusão do objeto único” e afirmando: “A
em relação a produtos e quantidade é a nova qualidade de nossos dias”.9
objetos
processados industrial-
mente: Publicações e impressos
em série, em quantidade
a quantidade
Tomada exclusivamente em termos de mercado, a
é a nova qualidade transformação provocada pelos designers vincula-
de nossos dias
a quantidade
dos ao concretismo no ambiente impresso também
é o novo significado foi tímida – exceção feita ao Jornal do Brasil, refor-
do produto-processo
as fábricas de móveis
mulado por Amilcar de Castro.
têm incentivado
o chamado bom desenho
mas a ênfase no bom gosto
Livros
e no funcional O meio livreiro, aferrado a tradições bastante sedi-
tem visado à valorização
do produto isolado
mentadas, não chegou a incorporar esses desig-
em prejuízo da idéia de ners de forma sistemática a suas editoras mais
quantidade
a ilusão do objeto único
importantes. Outro fator a observar é que, embora
é nociva à nova estética da o princípio do design total defendesse o projeto do
quantidade
e favorece o neodecorati-
livro como objeto integrado, a primeira iniciativa a
vismo realizar essa regra com alguma força ocorreu ape-
design
a ilusão do objeto único
é um convite aberto ao
nas em 1968, com o projeto de Moysés Baumstein
plágio artesanal para a coleção Debates, da editora Perspectiva.
à degradação dos signifi-
cados
Os projetos apresentados aqui se limitam às capas
dos produtos e objetos feitas por quatro designers: Aloisio Magalhães, Ivan
projetados
para processamento auto-
Serpa, Hermelindo Fiaminghi e Emilie Chamie. 219
mático Dentre as capas que Aloisio Maga-
a probjeto realiza
esta produção de objetos
lhães produziu para o mercado editorial conven-
de qualidade (= quantidade) cional se destaca a do livro Terceira Feira (p. 220),
internacional
é o consumidor
de João Cabral de Melo Neto, feita para a Editora
quem enriquece o objeto do Autor em 1961. A composição, aparentemente
com significados
de uso e bom uso
convencional, separa uma faixa superior para as
exatamente o contrário informações e um quadrado inferior para a ilustra-
é o que sucede
com o móvel de unicidade
ção. De fundo, o quadrado passa a tema da ilustra-
ilusória ção, em progressão formal tipicamente concreta.
que impõe significados
estereotipados
As capas feitas por Ivan Serpa im-
ao consumidor bricam a tipografia no jogo das formas que estru-
quantidade é qualidade
o belo é o significado
turam o campo visual, como ocorre no livro George
o significado é o uso Sand (p. 220), de E.W. Seelinger. As capas dos
o uso é a comunicação
… e começa
livros Idéias e Figuras e Jangada (p. 220), mais
com a cadeira rigorosas, usam apenas linhas de leveza variável
dinamarquesa
em madeira moldada
como elemento principal, mas são mais sugestivas.
e estrutura metálica No primeiro, seu comportamento ecoa a dualidade
com ou sem braços
com pés fixos
contida no título. No segundo, o enquadramento das
ou giratória letras do título organiza duas séries de progressões
jacarandá-da-bahia In the second one, the enclosing of the title’s letters
lacquered
or upholstered
organizes two series of progressions in opposite direc-
versatile tions, suggesting associations with the theme without
economical
stackable
actually using literal figurations. It would be interesting
connectable to note that a little later Serpa inverted the direction of
a chair
that speaks a simple lan-
the relation between concrete art and design, utilizing
guage the book as a support for one of his works.
of pure utility
in an auditorium
In the book Universo of Mario da Silva
in a club Brito, Hermelindo Fiaminghi and Décio Pignatari
in an office
or in a dining room
approximate the impression techniques of offsetting
décio pignatari, 1964 to concrete poetry, echoeing the mixture of phonetic
repetition and semantic variation of the words of the
chosen poem for the cover in its graphic treatment,
which was also a mix of translucid formal repetition
and chromatic variation.
In this ensemble, designer Emilie
Chamie gives total autonomy to concrete poetry. Let
us see what happens to the books Diadiário Cotidi-
ano, from Antonio Carlos Cabral, A Fala e a Forma,
design
220
design
máquina de escrever e do uso de um sinal manual,
Emilie transforma o autor do livro em autor da capa,
fazendo-o compor o título, indicar o fim do trabalho
com uma marca manual e assinar o resultado.
223
Revistas e catálogos
Willys de Castro Luis Sacilotto Na produção de revistas, o cenário era seme-
Capa da revista Capa do catálogo do
Vértice 1 (ilustração de V Salão Paulista de Arte
lhante ao dos livros (designers afastados das
Hércules Barsotti), 1957 Moderna, 1956 produções mais populares ou centrais, ainda
Revista Vértice 22,5x14 cm
Impressão tipográfica Acervo biblioteca
despreparadas e pouco desejosas de lidar com
Arquivo Histórico do Institu- Walter Wey – Pinacoteca o planejamento global e sistemático típico de sua
to de Arte Contemporânea do Governo do Estado
de São Paulo
atuação). Seu espaço privilegiado de ação eram
Cover for Vertex #1 as publicações ligadas à arquitetura e às vanguar-
magazine (illustration by Cover for the catalogue
Hércules Barsotti), 1957 of the 5th Paulista Salon
das artísticas – incluídos aí catálogos como o do
Vertex magazine of Modern Art, 1956 V Salão Paulista de Arte Moderna (Luis Sacilotto,
Typographic print 22,5x14 cm
Historical Archive of the Walter Wey library – Pina-
1956) –, que permitiam e estimulavam a experiên-
Contemporary Art Institute coteca of São Paulo State cia formal e o agenciamento global do produto.
Government Collection
No campo da arquitetura, que também envolvia
um registro do que ocorria nas artes plásticas
e no design, destacavam-se as revistas Vértice,
Módulo e AD. Se o miolo dessas revistas exibia
uma visualidade dinâmica baseada na composi-
ção assimétrica, as capas não raro eram tratadas
de forma tradicional, simétricas e com áreas
not uncommonly, treated in a more traditional man-
ner, symmetrical and with separate areas for title and
illustration, as can be seen in the cover of the first
issue of Vértice magazine (p. 223), done by Willys de
Castro. The magazines Módulo and AD operated in
a more graphically integrated manner. In the issue
where it announced the IV Bienal Internacional de
São Paulo, for example, Módulo’s cover created a
visual summary based on a colorful asymmetrical
Décio Pignatari
Capa da revista
Noigandres 3, 1956
Impressão tipográfica
Acervo Augusto de Campos
Cover of Noigandres #3
magazine, 1956
Typographic print
Augusto de Campos
Collection
design
224
rectangular composition. In the edition of AD maga-
zine (p. 222)that included a separata of the I National
Concrete Art Exhibition, Hermelindo Fiaminghi used
as base his work Composição (which participated
of the exhibit) in order to graphically organize the
cover and the information it contained. Here, as in
many other cases, it was not about reproducing an
original piece of artwork, but about testing its formal
principles in other communication contexts.
The covers of the five issues of Noigan-
dres magazine, a vehicle for the propagation of
concrete poetry from the group with the same name,
including poets Augusto de Campos, Décio Pignatari
and Haroldo de Campos, are a good thermometer
for the oscillations of that environment. After the
first cover, done by hand by Décio Pignatari, came
the sober composition by Maurício Nogueira Lima.
In number 3, Décio Pignatari, aided by Hermelindo
Fiaminghi, produced a typographical block ruled by
separadas para título e ilustração, como ocorre na
capa do número 1 da revista Vértice (p. 223), feita
por Willys de Castro. As revistas Módulo e AD
operavam de forma graficamente mais integrada.
No número em que noticiou a IV Bienal Internacio-
nal de São Paulo, por exemplo, a capa da Módulo
criou um sumário visual a partir de uma colorida
composição retangular assimétrica. Na edição
da revista AD (p. 222) que incluiu uma separa-
ta da I Exposição Nacional de Arte Concreta,
Hermelindo Fiaminghi Hermelindo Fiaminghi tomou como base sua obra
Capa da revista
Noigandres 4, 1958
Composição (que participou da exposição) para
Impressão ofsete organizar graficamente a capa e suas informa-
Acervo família Fiaminghi
ções. Aqui, como em muitos outros casos, não se
Cover of the Noigandres #4 tratava de reproduzir uma obra de arte original,
magazine, 1958
Offset print
mas de testar seus princípios formais em outros
Fiaminghi Family Collection contextos de comunicação.
As capas dos cinco números da revis-
ta Noigandres, veículo de divulgação da poesia con-
creta do grupo de mesmo nome, formado pelos po-
etas Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo
de Campos, são um bom termômetro das oscilações
do meio. À primeira, feita à mão por Décio Pignatari,
seguiu-se a sóbria composição de Maurício Noguei-
ra Lima. No número 3, Décio Pignatari, auxiliado por
design
Hermelindo Fiaminghi, produziu um bloco tipográfico
regulado pela coincidência entre uma ou mais letras
de linha a linha. Os nomes dos autores, separados
por conta dessa regulação, estão reunidos pelas
225
Alexandre Wollner
Capa e página interna
do suplemento
Invenção, 1960
Correio Paulistano
Impressão tipográfica
Acervo Alexandre Wollner
Newspapers
In this area, the history was a little different. Amilcar
de Castro, starting the remodeling of the Jornal do
Brasil, in 1956, and of the Diário de Minas Gerais, in
the following years, and Alexandre Wollner, produc-
ing the supplement Invenção, from Correio Paulista-
no, and reformulating the graphic project of the Cor-
Amilcar de Castro
Capa e páginas internas
do Suplemento Dominical
do Jornal do Brasil
“Experiência Neoconcreta”
21-22 de março de 1959
Impressão ofsete
design
(reproduções reduzidas,
obtida do livro Preto no
Branco – A arte gráfica
de Amilcar de Castro)
Jornais
No meio jornalístico, a história foi um pouco diferen-
te. Amilcar de Castro, iniciando a reforma do Jornal
Alexandre Wollner
Malha tipográfica do jornal
do Brasil, em 1956, e do Diário de Minas Gerais, nos
Correio da Manhã, 1960 anos seguintes, e Alexandre Wollner, produzindo
(reconstrução digital, 2003)
o suplemento Invenção, do Correio Paulistano, e
Typographic grid of the reformulando o projeto gráfico do Correio da Manhã,
Correio da Manhã
Newspaper, 1960
em 1960, contribuíram com vigor para a renova-
(digital reconstruction, 2003) ção gráfica da área, no centro dos acontecimen-
Amilcar de Castro
Primeira página do Jornal
do Brasil 22 de abril de 1960
Impressão ofsete (reprodu-
ção reduzida, obtida do livro
Preto no Branco – A arte
gráfica de Amilcar de Castro)
design
Front page of the Jornal do
Brasil April 22, 1960
Offset print (reduced repro-
duction, obtained from the
book Black on White –
The graphic art of Amilcar
de Castro)
227
Antonio Maluf
Cartaz da I Bienal
Internacional de
São Paulo (versão com
fundo preto), 1951
Fundação Bienal de
São Paulo
design
Impressão ofsete
93x62 cm
Coleção particular
Cartaz da Feira
Agropecuária de
Juiz de Fora, 1957
Feira Agropecuária de
Juiz de Fora
Impressão tipográfica
72x49cm
Coleção particular
Cartazes
Uma das chaves para compreender as peças
gráficas produzidas no espírito da arte concreta
aparece num depoimento de Antonio Maluf:
Geraldo de Barros
Cartaz para o IV Centenário
de São Paulo, 1954
Prefeitura de São Paulo
Desenho e recorte de papel
104x73 cm
Acervo Alexandre Wollner
design
Poster for the 4th Centennial
of São Paulo, 1954
São Paulo City Hall
Drawing and cutout in paper
104x73 cm
Alexandre Wollner Collection
229
Alexandre Wollner
Cartaz da IV Bienal
Internacional de
São Paulo, 1957
Fundação Bienal de São
Paulo
Impressão tipográfica
96x64 cm
Acervo Alexandre Wollner
230
Almir Mavignier and the maturity of Brazilian architecture, the 400
Poster Mavignier, 1962
Serigrafia
years of the city of São Paulo and the realization of
83,9x59,4 cm its first Bienais.
Coleção Museu de Arte
Moderna de São Paulo.
Some directly manifested their affiliation
Doação artista, 2000 to the European constructive roots in a more cita-
Poster Mavignier, 1962
tional tone. The poster for the Feira Agropecuária de
Serigraphy Juiz de Fora of 1957 (p. 228), also by Antonio Maluf,
83,9x59,4 cm
Museum of Modern Art of
pays unequivocal homage to the structure of the
São Paulo Collection. poster made by Max Bill 36 years before for a black
Donation from the artist, 2000
arts exhibit (p. 228). The poster for the IV Centenário
de São Paulo (p. 229), made in 1954 by Geraldo de
Barros (followed by the poster for the Revoada Inter-
nacional do IV Centenário (p. 232), in partnership with
Alexandre Wollner), was openly inspired in the poster
done by Otl Aicher to promote a set of conferences
about the history of the city of Ulm in 1952.
11
Cf. BARROS, Regina Teix- The use of the support and the reuse
eira de, BANDEIRA, João.
Arte Concreta Paulista. São
of the “shape-ideas” originated from the concrete
Paulo, Cosac Naify, 2004. experiments are also much evidenced in the posters
Mary Vieira também anunciava todo um processo no qual o
Cartaz Brasilien baut, 1954
Impressão tipográfica
suporte vinha a ser o problema. No cartaz não
(reconstrução digital se estava transportando nada; dizia ele: isso
do original feita por
André Stolarski, 2006)
sou eu, um retângulo”11.
60x42,5 cm De modo geral, os cartazes expos-
Poster Brasilien baut, 1954
tos aqui marcaram grandes eventos do período: a
Typographic print ascensão do cinema, a construção de Brasília e a
(digital reconstruction
of the original done by
maturidade da arquitetura brasileira, os 400 anos
André Stolarski, 2006) da cidade de São Paulo e a realização de suas
60x42,5 cm
primeiras Bienais.
design
231
Cartaz Brasilien baut Cartaz Panair do Alguns manifestavam diretamente sua filiação às
Brasilia, 1957 Brasil, 1957
Impressão tipográfica Impressão tipográfica
raízes construtivas européias, em tom de citação.
(reconstrução digital (reconstrução digital O cartaz da Feira Agropecuária de Juiz de Fora de
do original feita por do original feita por
André Stolarski, 2006) André Stolarski, 2006)
1957 (p. 228), também de Antonio Maluf, presta
60x42,5 cm 60x42,5 cm homenagem inequívoca à estrutura do cartaz feito
Poster Brasilien baut Poster Panair do
por Max Bill 36 anos antes para uma exposição de
Brasilia, 1957 Brasil, 1957 arte negra (p. 228). Já o cartaz do IV Centenário
Typographic print Typographic print
(digital reconstruction (digital reconstruction
de São Paulo (p. 229), feito em 1954 por Geraldo
of the original done by of the original done by de Barros (ao qual se seguiu o cartaz da Revoada
André Stolarski, 2006) André Stolarski, 2006)
60x42,5 cm 60x42,5 cm
Internacional do IV Centenário (p. 232), em parceria
com Alexandre Wollner), inspirava-se abertamente
no cartaz feito por Otl Aicher para promover um
ciclo de conferências sobre a história da cidade de
Ulm em 1952.
O uso do suporte e o reaproveita-
mento das “idéias-forma” oriundas das experimen-
11
Cf. BARROS, Regina Tei- tações concretas também são bastante eviden-
xeira de, BANDEIRA, João.
Arte Concreta Paulista. São
ciados nos cartazes de Alexandre Wollner, Almir
Paulo, Cosac Naify, 2004. Mavignier e Mary Vieira. No cartaz vencedor do
Alexandre Wollner e of Alexandre Wollner, Almir Mavignier and Mary Vieira.
Geraldo de Barros
Cartaz para o Festival
In the winning poster of the III Bienal de São Paulo’s
Internacional de Cinema contest (1955), Wollner reused the progressions from
do Brasil, 1954
Tipografia
his Constelação de Seis Pinturas, done in the same
86x58 cm year. In the poster for the Semana da Cidade de Kiel
Acervo Alexandre Wollner
(Kieler Woche), of 1956, it is the breadth of the sup-
Poster for the International port that defines the text and image areas, encasing
Film Festival of Brazil, 1954
Typography
the exploration of a reticule full of scenery sugges-
86x58 cm tions (procedure that would be repeated in the poster
Alexandre Wollner Collection
for the exhibit Artistas Brasileiros em Munique [Brasil-
design
232
Alexandre Wollner ianischer Künstler], of 1958). The reticular progression
Cartaz Nascida Ontem,
c.1965
appears also in the poster with which the designer
Teatro Leopoldo Fróes won the contest at the IV Bienal Internacional de São
Impressão tipográfica
48x32,5 cm
Paulo, in 1957. It was also one of the great objects of
Acervo Alexandre Wollner study of graphic artist Almir Mavignier, as the poster
Poster Born Yesterday,
for his exhibit (p. 230) of 1961 attests.
circa 1965 The posters of artist Mary Vieira oper-
Leopoldo Fróes Theatre
Typographic print
ate in the limit between concretism and figuration.
48x32,5 cm The trio of posters Brasilien Baut (Brazil builds, p.
Alexandre Wollner Collection
231), Brasilien Baut Brasilia (Brazil builds Brasília, p.
231) and DC7C Panair (p. 231) make a particularly
powerful ensemble. In the first one, the division of
the surface plane into two rectangles (green below
for the earth, blue above for the sky) creates the
scenery for a varied modernistic perspective sug-
gested by the disposition of black and white rect-
angles and reinforced by the framing of the typog-
raphy. In the second one, the glance flies up then
turns downwards, framing only the green plane, here
concurso da III Bienal de São Paulo (1955), Wollner
reaproveitou as progressões de sua Constelação
de Seis Pinturas, feita no mesmo ano. No cartaz da
Semana da Cidade de Kiel (Kieler Woche), de 1956,
é a largura do suporte que define as áreas de texto
e imagem, enquadrando a exploração de uma
retícula repleta de sugestões paisagísticas (proce-
Guilherme Cunha Lima dimento que seria repetido no cartaz da exposição
Cartaz Cinema japonês,
1966
Artistas Brasileiros em Munique [Brasilianischer
Fundação Cultural do Künstler], de 1958). A progressão reticular aparece
Distrito Federal
Impressão tipográfica
46x21 cm Alexandre Wollner e
Coleção do artista Décio Pignatari
Capa do calendário
Poster Japanese Cinema, Planegraphis, 1964
1966 Impressão ofsete
Distrito Federal Cultural 59x42 cm
Foundation Acervo Alexandre Wollner
Typographic print
46x21 cm Planegraphis calendar
Artist’s Collection cover, 1964
Offset print
59x42 cm
Cartaz Madrigal Alexandre Wollner Collection
Renascentista, 1966
Fundação Cultural do o tipófago
em matéria de caracteres de família e de parentela o
Impressão tipográfica
capitais gregos e romanos de antes e depois de cristo
Aprecia o uncial do v século e o semi-uncial do vi
Ataca com gôsto a minúscula carolíngia do ix Come a
46x21 cm
caixa-baixa ou minúscula romana ou humanística do ix
e porque johann gutenberg em mogúncia alemanha
e/ou laurens coster em haarlem holanda 1446 e/ou os
design
primeiro tipo chamado moderno de fournier 1750 paris
Madrigal, 1966
Ingurgita o baskerwille 1757 Mastiga o romano
moderno também chamado bodoni ou didot 1770-80
Morde o antique ou grotesca 1803 Mordisca o inglês
Artist’s Collection
décio pignatari, 1964
233
ainda no cartaz com o qual o designer venceu o
concurso da IV Bienal Internacional de São Paulo,
em 1957. Ela também foi um dos grandes objetos
de estudo do artista gráfico Almir Mavignier, como
atesta o cartaz de sua exposição (p. 230) de 1961.
Os cartazes da artista Mary Vieira
operam no limite entre a concreção e a figuração.
O trio de cartazes Brasilien Baut (Brasil constrói, p.
231), Brasilien Baut Brasilia (Brasil constrói Brasília,
p. 231) e DC7C Panair (p. 231) forma um conjunto
Cartaz O grito e o vazio, Poster The scream particularmente poderoso. No primeiro, a divisão do
1966 and the void, 1966
Fundação Cultural do Distrito Federal Cultural
plano em dois retângulos (verde embaixo para a ter-
Distrito Federal Foundation ra, azul em cima para o céu) cria o cenário para uma
Impressão tipográfica Typographic print
46x32 cm 46x32 cm
variada perspectiva modernista sugerida pela dis-
Coleção do artista Artist’s Collection posição de retângulos pretos e brancos e reforçada
pelo enquadramento da tipografia. No segundo, o
olhar alça vôo e volta-se para baixo, enquadrando
apenas o plano verde, transformado em mapa. A
multidão de retângulos dá lugar a um ponto isolado
12
“in the matter of family transformed into a map. The multitude of triangles
characters and relatives the
typographer typofagus
gives way to an isolated point in the west portion of
Absorbs with refined archeo- the poster – the city of Brasilia – with its position de-
logical and genealogical pal-
ate the capital capitals and
fined by discrete coordinates in the perimeter of the
greek and roman capitals of visual field. In the third and last poster, the glance fol-
before and after christ
Appreciates the o uncial of
lows its flight pattern, but turns once again towards
the V century and the semi- the horizon, bringing the division green/blue, with the
uncial of the VI
Attacks with pleasure the
blue more eminent. A circle delimits the space, allud-
carolingian minuscule of ing both to a typical view out of an airplane’s window
the IX
Eats the lower case or roman
and to a section cut of its fuselage.
or humanistic minuscule of The poster series done in 1966 by
the IX and because johann
gutenberg in moguncia ger-
Guilherme Cunha Lima stands out due to the abil-
many and/or laurens coster ity to overcome the scarcity of graphic resources
in haarlem holland 1446
and/or the korean still before
through the treatment of the words and the hollow
invented the movable wood spaces of the support, oscillating between concrete
furniture
Consumes the gothic of
poetry (like in the poster O Grito e o Vazio, p.233),
round type or cursive and the the visual pattern (Cinema Japonês, Amor Depois
roman of subiaco and venice
of the brothers of spira and of
das Onze, p. 233) and the asymmetrical composition
nicholas jenson and of erhard (Madrigal Renascentista, p. 233). The tight bond with
ratdolt 1469-77
Swallows the italics of aldus
concrete poetry appears still in two other projects. In
manutius 1501 an operation that resembles the good book covers by
Tastes the garamond 1545
Devours the roman of king
Emilie Chamie, Alexandre Wollner progressively con-
philippe grandjean 1690 structs the form and meaning of the title of the play
Ingests the london caslon
1720 and the first type called
Nascida Ontem (p. 232). In the calendar he projected
modern of fournier 1750 to publicize Planegraphis (p. 233)– the experimental
design
paris
Gurgitates the baskerville
printers he founded with Isai Leirner in 1964 – the
1757 concretist pattern, which alludes to the rubberized
Chews the modern roman
also called bodoni or didot
inking-rollers of the printing machines, serves as the
1770-80 appetizer for the typographical banquet of Décio
Bites the antique or gro-
234 tesque 1803
Pignatari12.
Nibbles the english coming
from the humanistic cursive
1805
Packaging
Gobbles up the egyptian of Varied and fertile, packaging design might answer
1815
Grazes its italian derivate of
for the production parcel of the period which, with
1820 the identity programs, marked in a more durable
Tries out the norman 1830
Ruminates the sans-serif
manner the Brazilian imaginary. In the food sector,
coming from the antique Alexandre Wollner defined at forminform the fifty-
Grinds again the grotesque
Gulps down the futura
year-old can of sardines Coqueiro (p. 237), while
Swigs the descendants fro Lygia Pape formulated the visual reasoning of the
the families of the egyptian
beton memphis clarendon
packaging for Piraquê products. In the perfume sec-
seasoned with the extremely tor, Alexandre Wollner and Ruben Martins worked
varied cut types of the xx
century
in opposite formal extremes for two manufactur-
Triturates all families of all ers. In the medical area, Aloisio Magalhães and
races that carry beautiful
names with the voluptuous-
Ruben Martins produced graphically modular sets
ness of those who are for Laboratórios Maurício Vilela and to Procienx,
named josé da silva, typical
brazilian, i.e., typofagus.”
respectively. In fishing, Alexandre Wollner developed
together with Karl Heinz Bergmiller a complete line
of products for Equipesca. In the phonographic
market, Ary Fagundes, Fernando Lemos and Lygia
12
“em matéria de caracteres a oeste do cartaz – a cidade de Brasília –, cuja po-
de família e de parentela o
tipógrafo tipófago Absor-
sição é definida por discretas coordenadas na peri-
ve com refinado paladar feria do campo visual. No terceiro e último cartaz, a
arqueológico e genealógico
os maiúsculos capitéis e
visão prossegue seu vôo, mas volta-se novamente
capitais gregos e romanos para o horizonte, trazendo a divisão verde/azul, com
de antes e depois de cristo
Aprecia o uncial do v século
destaque para o azul. Um círculo delimita o espaço,
e o semi-uncial do vi Ataca aludindo tanto à visão típica da janela de um avião
com gôsto a minúscula
carolíngea do ix Come a
quanto ao corte de sua fuselagem.
caixa-baixa ou minúscula A série de cartazes feita já em 1966
romana ou humanística do
ix e porque johann guten-
por Guilherme Cunha Lima destaca-se por superar
berg em mogúncia alema- a escassez de recursos gráficos pela qualidade do
nha e/ou laurens coster em
haarlem holanda 1446 e/ou
tratamento das palavras e dos vazios do suporte,
os coreanos ainda antes oscilando entre a poesia concreta (como no cartaz O
inventam os tipos móveis
de madeira Consome o
Grito e o Vazio, p. 233), a padronagem visual (Cinema
gótico de fôrma redondo Japonês, Amor Depois das Onze, p. 233) e a compo-
ou cursivo e o romano de
subiaco e veneza dos ir-
sição assimétrica (Madrigal Renascentista, p. 233).
mãos de spira e de nicholas O vínculo estrito com a poesia con-
jenson e de erhard ratdolt
1469-77 Deglute o itálico
creta comparece ainda em dois projetos. Numa
grifo de aldus manutius operação que lembra as boas capas de livro de
1501 Degusta o garamond
1545 Devora o romano
Emilie Chamie, Alexandre Wollner constrói progres-
do rei philippe grandje- sivamente a forma e o sentido do título da peça
an 1690 Ingere o caslon
londrino 1720 e o primeiro
Nascida Ontem (p. 232). Já no calendário que pro-
tipo chamado moderno de jetou para divulgar a Planegraphis (p. 233) – a grá-
fournier 1750 paris Ingurgita
o baskerville 1757 Mastiga
fica experimental que montou em associação com
o romano moderno também Isai Leirner em 1964 –, a padronagem concretista,
design
chamado bodoni ou didot
1770-80 Morde o antique
que alude aos rolos emborrachados das máquinas
ou grotesca 1803 Mordisca impressoras, serve de entrada para o banquete
o inglês vindo do cursivo
humanístico 1805 Papa o
tipofágico de Décio Pignatari12.
egípcio de 1815 Pasta o seu
derivado italiano de 1820
Prova o normando 1830
Embalagens 235
Rumina os sans-serif vindos Bastante variado e fértil, o design de embalagens
do antique Remói o gro-
tesca Sorve o futura Traga
talvez responda pela parcela da produção da época
os descendentes da família que, com os programas de identidade, marcou de
do egípcio beton memphis
clarendon temperados com
maneira mais duradoura o imaginário brasileiro.
os variadíssimos tipos cor- No setor alimentício, Alexandre Wollner definiu no
tados no século xx Tritura
tôdas as famílias de tôdas
forminform a cinqüentenária latinha das Sardinhas
as raças que levam belíssi- Coqueiro (p. 237), enquanto Lygia Pape formulou
mos nomes com a volúpia
de quem se chama josé da
o raciocínio visual das embalagens dos produtos
silva, brasileiro típico, i. é, Piraquê. No setor de perfumes, Alexandre Wollner
tipófago.”
e Ruben Martins trabalharam em pólos formais
opostos para dois fabricantes. Na medicina, Aloisio
Magalhães e Ruben Martins produziram conjuntos
graficamente modulares respectivamente para os
Laboratórios Maurício Vilela e para a Procienx. No
ramo pesqueiro, Alexandre Wollner desenvolveu
com Karl Heinz Bergmiller uma linha completa de
produtos para a Equipesca. No mercado fono-
gráfico, Ary Fagundes, Fernando Lemos e Lygia
Clark trabalharam próximos de um abstracionismo
Clark worked closely with a geometrical abstract
in the covers for poetry vinyls, while Cesar Gabriel
Vilela and Goebel Weyne adopted the constructive
rigidity as a work base, as can be seen in the cover
Alexandre Wollner
Cartão de natal
Equipesca, 1968
Equipesca
Impressão ofsete e
silkscreen
Acervo família Fiaminghi
design
Equipesca Christmas
card, 1968
Equipesca
Offset and silkscreen printing
Fiaminghi Family Collection
236
for Tempo Feliz’s vinyl, from Baden Powell (Goebel
Weyne, 1966), also inspired in the work of Max Bill
and in the associations derived from the number 4.
Out of this ensemble, the project
which produces the most interesting result in the
approximation to the concrete repertoire is that of
the Piraquê products packaging, which started in
the beginning of the 1950’s decade. Turning the
imprecision inherent to the printing process and se-
rial package sealing into an advantage, Lygia Pape
employed the principle of alternate repetition of basic
elements (images of the product, associated images,
name of the product, name and sign of the compa-
ny) as an identification and cohesion device of a set
of reasonably varied types of cookies, snacks and
pasta, strong enough to resist the changes in posi-
tion, format, color and diagramming. The company,
who introduced variations into this same principle
throughout time, never abandoned it.
geométrico em capas de discos de poesia, enquan-
to Cesar Gabriel Vilela e Goebel Weyne adotaram
o rigor construtivo como base de trabalho, como
atesta a capa do disco Tempo Feliz, de Baden
Powell (Goebel Weyne, 1966), também inspirada no
trabalho de Max Bill e nas associações derivadas
do número quatro.
Desse conjunto, o projeto cuja apro-
ximação com o repertório concreto produz resul-
tados mais interessantes é o das embalagens dos
produtos Piraquê, iniciado ainda no fim da década
de 50. Transformando em vantagem a imprecisão
inerente ao processo de impressão e selamento
de embalagens em série, Lygia Pape empregou
o princípio da repetição alternada de elementos
básicos (imagens do produto, imagens associadas,
nome do produto, nome e sinal da empresa) como
dispositivo de identificação e coesão de um con-
junto razoavelmente variado de biscoitos, salgados
Alexandre Wollner
Anúncios Sardinhas
Coqueiro, 1958
Ofsete
Acervo Alexandre Wollner
design
Ads for Sardinhas
Coqueiro, 1958
Offset
Alexandre Wollner Collection
237
238
Cadeira dobrável para reach the elite, making them go through the industry
o Grande Auditório do
Masp (Sede da Rua
in order to reach the masses.
Sete de Abril), 1948 Out of the several designers and enter-
Museu de Arte Moderna
de São Paulo
prises that were involved with the modern furniture of
Madeira e couro the 50’s, only two actually proposed an alternative direc-
Instituto Lina Bo e
P. M. Bardi
tion within these molds: Unilabor, a working class coop
founded in São Paulo by fryer João Batista, with Ger-
Folding chair for Masp’s Big
Auditorium (Facilities at the
aldo de Barros at its head, and Mobília Contemporânea,
Rua Sete de Abril), 1948 from Michel Arnoult, characterized by its tentative to
Modern Art Museum of
São Paulo
popularize modern furniture. The remainder limited itself
Wood and leather to producing small issue editions, openly catering to the
Lina Bo and P. M. Bardi
Institute
high middle-class market from São Paulo and Rio that
inhabited the projects of our modern architects, or as-
suming the experimental characater of its investigation.
The history starts with the foldable
chairs designed by Lina Bo Bardi for MASP’s Big
Auditorium in 1948. Starting from a single profile with
double function, she leans toward the articulate game
of repetition in the opening and closing, reminding us
Móveis e produtos domésticos
A história do mobiliário brasileiro em geral e de
sua vertente modernista em particular é bastante
rica e possui autonomia suficiente para não se
deixar incluir no rol da profissão de designer que
se pretendeu “fundar” como um desdobramento
da militância construtiva. Ainda assim, vale lem-
brar que o que estava em jogo não era meramen-
te fundar profissões nem tradições, mas desviá-
las da rota que passava pelo artesanato para
design
239
Geraldo de Barros chegar às elites, fazendo-as passar pela indústria
Cadeira GB01, 1954
Unilabor
para chegar às massas.
Ferro Dos diversos designers e empreendi-
Acervo Dpot
mentos que se envolveram com o móvel moderno
Chair GB01, 1954 nos anos 50, apenas dois chegaram efetivamente
Unilabor
Iron
a propor um rumo alternativo nesses moldes: a
Dpot Collection Unilabor, uma cooperativa operária fundada em
São Paulo pelo frei João Batista, com Geraldo de
Cadeira de ferro m-110, Barros à frente, e a Mobília Contemporânea, de Mi-
1954
Unilabor
chel Arnoult, caracterizada por suas tentativas de
ferro, jacarandá e palhinha popularizar o móvel moderno. O restante limitou-se
Acervo Lenora de Barros
a produzir edições de baixa tiragem, voltando-se
Iron chair m-110, 1954 abertamente para o mercado da classe média alta
Unilabor
Iron, jacaranda wood and
paulistana e carioca que habitava os projetos de
weaved straw nossos arquitetos modernos, ou assumindo o cará-
Lenora de Barros Collection
ter experimental de sua investigação.
A história começa com as cadeiras
dobráveis desenhadas por Lina Bo Bardi para o
Grande Auditório do Masp em 1948. Partindo de
Geraldo de Barros of the motto of concrete progressions. Another project
Estante modular MF 710,
1954
that flirts with concretism in a first moment is the Bowl
Unilabor chair (p. 238), whose comfy design is a result of the
Ferro e madeira
Ferros Velhos Arte e
geometry of a solid half sphere made of foam covered
Design by leather and supported by a lean iron tripod.
Modular bookcase MF 710,
The beginning of the 1950’s saw the
1954 start and strengthening of the activities of several
Unilabor
Iron and wood
companies and professionals dedicated to taking Bra-
Ferros Velhos Art and zilian furniture to the same level occupied by architec-
Design
ture, among which we could mention the São Paulo
design
240
Karl Heinz Bergmiller based Branco & Preto, L’Atelier (Jorge Zalszupin),
Mesa Elástica, 1960
Unilabor
Ambiente (Leo Sein cman) and Móveis Z (José Zanine
Madeira e metal Caldas), as well as the Rio based ones like Tenreiro
Acervo Darci Mori Pedroso
(Joaquim Tenreiro) and Oca (Sergio Rodrigues). None
Elastic table, 1960 of these where characterized by taking over a produc-
Unilabor
Wood and metal
tion more rigidly oriented by constructive reasoning,
Darci Mori Pedroso approaching it in a bissextile manner. On the other
Collection
hand, some designers and architects responsible
for the design of great quality projects linked to this
Geraldo de Barros/
Unilabor
repertoire, such as Júlio Roberto Katinsky, Abrahão
Cadeiras de ferro com Sanovicz and Carlos Fongaro, did not keep an endur-
Estofados de veludo preto,
1964
ing relationship with industrial design. Be as it may,
Acervo Fernanda Martins four pieces from Branco & Preto, a folding screen
Iron chairs with upholstered
from Joaquim Tenreiro and a table projected in part-
seats in black velvet, 1964 nership by Julio Roberto Katinsky and Jorge Zalszupin
Lenora de Barros Collection
deserve a more detailed examination.
Branco & Preto was born from the
association of architects Jacob Ruchti (one of the
founding professors of the IAC), Miguel Forte, Plínio
Branco & Preto um perfil único com dupla função, ela tende ao jogo
Mesa duas cores, 1960
(reedição atual)
articulado da repetição na abertura e no fechamen-
Madeira e vidro to, lembrando o mote das progressões concretas.
Acervo Etel Interiores
Outro projeto que flerta com o concretismo em
Black & White primeira hora é a poltrona Bowl (tigela, p. 238), cujo
Two-colors table, 1960
(current re-edition)
aconchegante desenho se resume à geometria de
Wood and glass uma maciça meia esfera de espuma revestida de
Etel Interiors Collection
couro, apoiada em um delgado tripé de ferro.
O começo da década de 50 assistiu
Branco & Preto
Mesa de Ripas, 1960
ao início e ao fortalecimento das atividades de várias
(reedição atual) empresas e profissionais dedicados a levar o móvel
Madeira
Acervo Etel Interiores
brasileiro ao mesmo patamar ocupado pela arquite-
tura, dentre os quais podemos citar as paulistanas
Black & White
Woodstrips Table, 1960
Branco & Preto, L’Atelier (de Jorge Zalszupin), Am-
(current re-edition) biente (de Leo Sein cman) e Móveis Z (de José Zani-
Wood
Etel Interiors Collection
ne Caldas), bem como as cariocas Tenreiro (de Joa-
design
241
Branco & Preto
(Milan & Forte)
Poltrona MF5, 1953
Madeira, estofado e
palhinha
conferir medidas
Acervo Marcelo Aflalo
design
Se nos projetos gráficos o suporte era o elemento
valorizado, nos projetos de mobiliário esse papel é
cumprido pela estrutura – e esse projeto é um dos
melhores representantes desse raciocínio. O curio-
so é que esse mesmo desenho seria reproduzido de 243
forma quase idêntica um ano mais tarde na cadeira
m-110 (palhinha-palhinha, p. 239) por Geraldo de
Barros. Como ressalta o historiador Mauro Claro,
em que pesem as diferenças entre as empresas
e seus públicos, havia um conjunto de princípios
compartilhados que orientava a “procura por solu-
ções dentro do mesmo campo de ação e a partir
das mesmas premissas” (CLARO, 2002, p. 133).
Ainda no Branco & Preto, as estrutu-
ras da mesa de ripas (p. 241) e da mesa duas cores
(p. 241) comparecem de forma exemplar. Ambas
caracterizam-se pela linearidade com que a madeira
é tratada, bem como pela leveza de seus perfis e
das articulações ortogonais que governam a trans-
ferência dos esforços de parte a parte. A mesa duas
cores ecoa a distância as obras de Gerrit Rietveld
e de Piet Mondrian, enquanto a mesa de ripas,
dissolvendo o plano de apoio numa padronagem
listrada, remete ao desenho do tecido que marcou
based on the western constructivism, but instead
on the oriental architecture and furniture design.
Amidst the pieces produced by
Joaquim Tenreiro, few adhere to a more strictly
geometrical constructivism. The folding screen pro-
duced in 1950, besides being one of them, is one of
the most brilliant examples of what linear patterning
can produce once it gains space. It is a superposi-
tion of wood strips that zigzags first in one direction
then in another, structuring the screen with great
lightness and producing a peculiar behavior: as it
moves away from eye level, its pattern reveals what
it should be hiding.
Julio Katinsky and Jorge Zalszupin’s
table mixes the concrete repertoire with the industrial
simplification. Made from a single square piece of
condensed jacaranda wood, it produces its support
through folds applied to eccentric points of the edg-
es, resulting in a piece very near to Franz Weissmann
and Amilcar de Castro’s operations.
The vein of the serial production, as
we mentioned already, was opened by several other
companies, amongst which Unilabor and Mobília
Contemporânea stand out. Unilabor, created in 1954,
was a pioneer experience also in the sense of work-
design
design
dentre as quais se destacam a Unilabor e a Mobília
Contemporânea. A Unilabor, criada em 1954, foi
uma experiência pioneira também no âmbito da
participação operária. Mesmo assim, seu propósito,
“aparentemente, nunca foi o de produzir móveis 245
populares ou de baixo custo”, mas atender às
necessidades de consumo da classe média com
excelência na concepção e no acabamento. Seja
Julio Roberto Katinsky como for, a Unilabor caracterizou-se pelo estabe-
e Jorge Zalszupin
Mesa de centro, 1959
lecimento de um sistema flexível de especificação
Compensado de jacarandá – o padrão UL –, baseado em um acervo definido
Acervo Julio Roberto
Katinsky
de peças geométricas, modulares e intercambiáveis
que compunham seus móveis, numa transposição
Julio Roberto Katinsky
and Jorge Zalszupin
paradigmática e sintagmática da arte construtiva
Coffee table, 1959 para o desenho de mobiliário. Seu carro-chefe – e a
Jacaranda wood veneer
Julio Roberto Katinsky
peça mais representativa desse modo de produção
Collection – era a MF 710, uma estante modular composta
de um número variável de pórticos de ferro inde-
pendentes, conectados por prateleiras de madeira
e ferro e caixas de madeira. As diversas cadei-
ras projetadas por Geraldo de Barros no período
(dentre as quais se destacam a GB 01 (p. 231), a
M 110 (p. 231) e a 4018, com assento de palha de
taboa) exploram as possibilidades desse repertório
From the group of designers examined to this
moment, Bergmiller was the only one with some
previous experience in product design. While still a
student, he projected a table top luminary composed
of two “cubic cylinders” identical in shape but op-
posite in behavior – one luminous the other reflective
– in Max Bill’s workshop, and also a leather armchair
with minimal metal structure, precise and dismount-
able, which was later incorporated into the MoMA’s
collection. In Brazil, he initially collaborated with
forminform in several projects. One of them – the cof-
fee cup he projected during the identity reformulation
of Atlas – utilizes only one circle which derives into
design
246
Karl Heinz Bergmiller other circles in order to structure all the elements of
Luminária de mesa, 1956
Atelier Max Bill
the piece. Working for D.F. Vasconcellos and Singer
Metal cromado e acrílico respectively, he projected along this line, a portable
fosco (fotografia)
Acervo Karl Heinz Bergmiller
mirror and a children’s furniture line. In the first one, a
circle, a square and a trick: the depth of the support
Table lamp, 1956
Atelier Max Bill
piece, which slides under the mirror’s back and al-
Chromed metal and matte lows us to angle it in any position, without letting the
acrylic (photograph)
Karl Heinz Bergmiller Collection
mirror fall. In the second one, a manifest against the
imbecilization of the company’s line of children’s fur-
niture, which was made just as “a reduction in scale
Karl Heinz Bergmiller e of the line of adult furniture with the addition of some
Max Bill
Poltrona desmontável,
children’s ornaments.” Maintaining the proportions,
1957 (fotografias) Bergmiller did just the opposite, conceiving his pieces
KHB & Ernst Moeckl
Alumínio e couro
as an enlargement of the simple shapes of the build-
Acervo Karl Heinz Bergmiller ing blocks and children’s toys found in kindergarten,
Collapsible armchair, 1957
and whose playful behavior is already suggested in
(photographs) the introductory pictures of the project. Unfortunately,
KHB & Ernst Moeckl
Aluminum and leather
“Singer was not willing to play in the vanguard” and
Karl Heinz Bergmiller Collection the project was canned.
limitado. O designer alemão Karl Heinz Bergmiller,
formado pela Escola de Ulm e radicado no Brasil,
foi responsável pelo único projeto da Unilabor que
não saiu das mãos de Geraldo de Barros – uma
mesa dobrável de linhas retas e grande concisão na
solução de detalhes técnicos.
Do grupo de designers examina-
dos até o momento, Bergmiller era o único com
alguma experiência prévia no design de produtos.
Ainda estudante, projetara uma luminária de mesa
composta de dois “cilindros cúbicos” idênticos na
forma e opostos no comportamento – um luminoso,
outro reflexivo – no próprio ateliê de Max Bill, além
de uma poltrona de couro com estrutura metálica
mínima, precisa e desmontável, mais tarde incor-
porada à coleção do MoMA. No Brasil, colaborou
inicialmente com o forminform em diversos projetos.
Um deles – o da xícara de café que projetou durante
a reformulação da identidade da Atlas – vale-se de
design
Project coffee cup, 1959
Villares Industries, division of
Atlas Elevators
China ink on paper
Karl Heinz Bergmiller Collection
247
Linha de móveis infantis apenas um círculo que deriva em outros círculos
(fotografias de maquetes),
1963
para estruturar todos os elementos da peça. Traba-
Singer do Brasil Indústria lhando respectivamente para a D.F. Vasconcellos
e Comércio Ltda.
Acervo Karl Heinz Bergmiller
e para a Singer, projetou nessa linha um espelho
portátil e uma linha de móveis infantis. No primeiro,
Children’s furniture line
(photographs of mockups),
um círculo, um quadrado e o truque: a profundidade
1963 da peça de apoio, que desliza sob o quadro e per-
Singer Brazil Industry
and Commerce Ltd.
mite sua angulação em qualquer posição, sem que
Karl Heinz Bergmiller Collection o espelho caia. No segundo, um manifesto contra a
imbecilização dos móveis infantis da empresa, que
não passavam “de uma redução dos móveis para
adultos com alguns adereços infantis”. Mantidas
todas as proporções, Bergmiller fez justamente o
inverso, concebendo seus móveis como uma am-
pliação das formas simples dos blocos e brinquedos
infantis do jardim da infância, cujo comportamento
lúdico é sugerido já nas fotos de apresentação do
projeto. Infelizmente, “a Singer não estava disposta
a brincar de vanguarda” e o projeto foi arquivado.
Architectural Interventions
In the essay “O Concretismo e o Desenho Indus-
trial”, Júlio Roberto Katinsky states that “concretists
never dedicated themselves to industrial design”
(KATINSKY, 1982, p. 328). Although this statement
might seem erroneous and exaggerated, it reflects
Antonio Maluf a very objective evaluation: paulista and carioca
Mural do Escritório Alberto
Brandão Muylaert, 1962
architects, while researching new shapes for con-
Fotografias struction, generated several components that were
Coleção particular
in fact industrially reproduced, at the same time that
Mural at the office of Alberto the artists-designers kept themselves, to a certain
Brandão Muylaert, 1962
Photographs
point, on the borderlines of industry. This primacy of
Private Collection the architects does not imply, however, that we can
relate the architecture of the period to concrete art
– since its influences come from other whereabouts
Mural do Escritório
– but instead to specifically examine the production of
Alberto Brandão Muylaert: these same components.
dois conjuntos de três
padrões independentes
Only indicating the need for a more
para mural de elementos profound research of these issues, this exhibit pres-
pré-moldados, 1962
Alberto Brandão Muylaert
Guache sobre papel
34x34cm
Acervo Família Maluf
design
249
esta exposição apresenta outro universo: o da inter-
venção plástica de matriz concreta vinculada à arqui-
tetura e ao espaço urbano, presente com força no tra-
balho de dois artistas: Antonio Maluf e Athos Bulcão.
Além de suas obras, alguns pro-
jetos bastante distintos são dignos de menção
exatamente pela diversidade dos caminhos que
Antonio Maluf trilharam. Em primeiro lugar, a experiência es-
Mural da
Vila Normanda, 1964
pacial de Lygia Clark nas maquetes de estudos
Fotografias de Horst Merkel para interiores, vislumbres de um projeto plástico
Mural at
ambicioso que não chegou a ocorrer. Em segundo,
Vila Normanda, 1964 dois projetos paisagísticos de Waldemar Cordeiro:
Photographs by Horst Merkel
o jardim da residência de Ubirajara Keutenedjian
(1955), em que água, terra e gramado se sucedem
em semicírculos concêntricos, e o playground do
Clube Esperia (1963), onde as formas rígidas da
arte concreta se dispõem a brincar com a escala e
as particularidades do corpo humano. Em terceiro,
o estande feito na forminform por Ludovico Marti-
13
The mural of the residence car boxes are regularly dislocated among themselves,
was executed by Francisco
Rebolo, (based on studies
and finally, the project of Rubem de Mendonça’s
executed by Mario Gruber) residence (1958), by João Batista Vilanova Arti-
gas13, in which the pictorial treatment of the façade
exposes the structural divisions of the project. And
João Batista
Vilanova Artigas
Mural da casa Rubem de
Mendonça (executado por
Francisco Rebolo a partir
de estudos executados
por Mario Gruber), 1958
Rubem de Mendonça
azulejaria (foto de André
Stolarski)
Mural at Rubem de
Mendonça’s home (execu-
ted by Francisco Rebolo
based on studies done
by Mario Gruber), 1958
Rubem de Mendonça
tile work (photo by André
Stolarski)
design
250
Athos Bulcão
design
Acervo Wilson Rocha
Antonio Maluf
Estudo para estampa de
tecido, década de 1960
Rhodia
Guache sobre cartão
30x22cm
Coleção particular
design
Study for a fabric pattern,
1960’s decade
Rhodia
Gouache on cardboard
30x22 cm
Private Collection
253
Vestido túnica
Jersey de Nylon
Estampa de Antonio Maluf
Coleção MASP Museu de
Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand
Fotografia Luiz Hossaka
Tunic-style dress
Nylon-Jersey
Pattern by Antonio Maluf
MASP São Paulo Art Museum
Assis Chateaubriand
Photograph by Luiz Hossaka
do mural do Edifício Cambuhy exemplifica bem a
pesquisa e o contínuo reaproveitamento que carac-
terizou a atuação dos designers aqui expostos. Em
dez anos, não perdeu fôlego: partiu da tela para o
mural, voltou para a tela, com números aleatórios
adicionados a seu padrão regular, foi dali para um
tecido, em que os números foram trocados por
sinais tipográficos, e de lá, finalmente, moldou-se
em um vestido fabricado pela Rhodia.15
Bibliography
ACAYABA, Marlene Milan. Branco & Preto: CAUDURO, João Carlos, MARTINO, Ludovico LINDINGER, Herbert. Ulm Design: The Moral-
Uma História de Design Brasileiro nos Antonio, REZENDE, M.A. Amaral. “Cau- ity of Objects. Massachusetts, The MIT
Anos 50. São Paulo, Instituto Lina Bo and duro/Martino Arquitetos Associados”, in Press, 1991.
P.M. Bardi, 1994. Acrópole 390/1, nov/dez 1971.
MARTINS, Fernanda (org.), CRUZ, Luiz. Ru-
ACCIOLY, Anna, ANDRADE, Joaquim Marçal _____. Cauduro/Martino: Projetos de Identi- ben Martins (catálogo de exposição). São
F. de, VIEIRA, Lula, CARDOSO, Rafael. dade Total 2000/2001 (livreto promocio- Paulo, Museu de Arte de São Paulo, 1989.
Marcas de Valor no Mercado Brasileiro. nal anual). São Paulo, Cauduro/Martino
Rio de Janeiro, Senac, 2000. Arquitetos Associados, 2002. MARY VIEIRA: O Tempo do Movimento. São
Paulo/Rio de Janeiro, Centro Cultural
AFLALO, Marcelo. Branco & Preto. São Paulo, CAVALCANTI, Pedro. História da Embala- Banco do Brasil, 2005.
Paralaxe Editora, 2005. gem no Brasil. São Paulo, Grifos Projetos
Históricos e Editoriais, 2006. MELO, Chico Homem de. “Marcas do Brasil”,
AGUILERA, Yanet (org.). Preto no Branco: A in Os Desafios do Designer. São Paulo,
Arte Gráfica de Amilcar de Castro. São CINTRÃO, Rejane, NASCIMENTO, Ana Rosari, 2003.
Paulo, Discurso Editorial/Belo Horizonte, Paula. Grupo Ruptura. São Paulo, Cosac
Editora UFMG, 2005 Naify/Centro Universitário Maria Antônia- _____. Signofobia. São Paulo, Rosari, 2006.
USP, 2002.
AICHER, Otl. El Mundo como Proyecto. Bar- _____ (org.). O Design Gráfico Brasileiro: Anos
celona, Gustavo Gilli, 2005. CLARO, Mauro. Unilabor: Desenho Industrial, 60. São Paulo, Cosac Naify, 2006.
Arte Moderna e Autogestão Operária. São
AMARAL, Aracy (org.). Arte Construtiva no Paulo, Senac, 2004. MINDLIN, Henrique E. Arquitetura Moderna
Brasil: Coleção Adolpho Leirner. São no Brasil. Rio de Janeiro, Aeroplano Edi-
Paulo, DBA Melhoramentos, 1998. CONDURU, Roberto. Willys de Castro. São tora/Iphan, 2000.
Paulo, Cosac Naify, 2005.
ATHOS BULCÃO. São Paulo, Fundação MOLLERUP, Per. Marks of Excellence: The
Athos Bulcão, 2001. COSTA, Helouise. Waldemar Cordeiro: A Rup- History and Taxonomy of Trademarks.
tura como Metáfora. São Paulo, Cosac Nova York, Phaidon, 1997.
BANDEIRA, João (org.). Arte Concreta Naify/Centro Universitário Maria Antônia-
Paulista: Documentos. São Paulo, Cosac USP, 2002. MÜLLER-BROCKMANN, Josef und Shizuko.
Naify/Centro Universitário Maria Antonia- Geschichte des Plakates. Histoire de
USP, 2002. KAMITA, João Masao. Vilanova Artigas. São l’Affiche. History of the Poster. Berlim/Par-
Paulo, Cosac Naify, 2000. is/Londres/Nova York, Phaidon, 2004.
_____, BARROS, Lenora de. Grupo Noi-
grandes. São Paulo, Cosac Naify/Centro KATINSKY, Júlio Roberto. “O Concretismo e NAVES, Rodrigo. A Forma Difícil: Ensaios
Universitário Maria Antonia-USP, 2002. o Desenho Industrial”, in AMARAL, Aracy. sobre a Arte Brasileira. São Paulo, Ática,
Projeto Construtivo Brasileiro na Arte. 1997.
BARCINSKI, Fabiana Werneck. Ivan Serpa. São Paulo, Pinacoteca do Estado de São
design
Rio de Janeiro, S. Roesler/Instituto Cultural Paulo/Rio de Janeiro, Museu de Arte Mod- RICKEY, George. Construtivismo: Origens e
The Axis, 2003. erna do Rio de Janeiro/Funarte, 1977. Evolução. São Paulo, Cosac Naify, 2002.
BARROS, Regina Teixeira de. Antônio Maluf. LEAL, Joyce Joppert. Um Olhar sobre o SANTANA, Pedro Ariel (ed.). O Design no
São Paulo, Cosac Naify/Centro Universi- Design Brasileiro. São Paulo, Objeto Brasil: 58 Profissionais e suas Criações de
tário Maria Antonia-USP, 2002. Brasil/Imprensa Oficial do Estado de São 1920 a 2003. São Paulo, Abril, 2006.
Paulo, s/d.
254 BELLUZZO, Ana Maria de Moraes. “Ruptura e SOUZA, Pedro Luiz Pereira de. Esdi: Biografia
Arte Abstrata”, in Arte Construtiva no Bra- LEITE, João de Souza (org.): A Herança do de uma Idéia. Rio de Janeiro, Uerj, 1996.
sil: Coleção Adolpho Leirner. São Paulo, Olhar: O Design de Aloísio Magalhães. Rio
Bracher & Malta, 1999. de Janeiro, Artviva Produções Culturais/ STOLARSKI, André. Depoimentos sobre o
Senac Rio, 2003. Design Visual Brasileiro: Alexandre Wollner
BRASIL EM CARTAZ. Chaumont, Diréction de e a Formação do Design Moderno no
Graphisme de la Ville de Chaumont, 2005. LEMOS, Fernando. Na Casca do Ovo: O Brasil. São Paulo, Cosac Naify, 2005.
Princípio do Desenho Industrial. São
BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: Vértice e Paulo, Rosari, 2003. _____. “A Identidade Visual Toma Corpo”, in
Ruptura do Projeto Construtivo Brasileiro. MELO, Chico Homem de (org.). O Design
São Paulo, Cosac Naify, 1999. LEON, Ethel. “Ruben Martins, o Pioneiro Gráfico Brasileiro: Anos 60. São Paulo,
Transgressor”, in Design & Interiores, ano Cosac Naify, 2006.
BUCHSTEINER, Thomas, LETZE, Otto (org.). 3, n. 15. São Paulo, Projeto Editores As-
Max Bill: Maler, Bildhauer, Architekt, sociados, agosto de 1989. WOLLNER, Alexandre. “A Emergência do
Designer. Ostfildern, Hatje Cantz Verlag, Design Visual”, in Arte Construtiva no Bra-
2005. _____. “Os Arquitetos do Design Total”, in De- sil: Coleção Adolpho Leirner. São Paulo,
sign & Interiores, ano 3, n. 16. São Paulo, Bracher & Malta, 1999.
CARDOSO, Rafael. Uma Introdução à História Projeto Editores Associados, setembro de
do Design. São Paulo, Edgar Blücher, 1989. _____. Alexandre Wollner: Design 50 Anos.
2000. São Paulo, Cosac Naify, 2004.
_____. Design Brasileiro: Quem Fez, Quem
_____ (org.). O Design Brasileiro antes do Faz. Rio de Janeiro, Viana & Mosley, 2005. _____. Textos Recentes e Escritos Históricos.
Design: Aspectos da História Gráfica. São São Paulo, Rosari, 2002.
Paulo, Cosac Naify, 2005. LIMA, Guilherme Cunha. O Gráfico Ama-
dor: As Origens da Moderna Tipografia ZANINI, Walter (org.). História Geral da Arte no
Brasileira. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997. Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles,
1983.
Bibliografia
ACAYABA, Marlene Milan. Branco & Preto: CAUDURO, João Carlos, MARTINO, Ludo- LINDINGER, Herbert. Ulm Design: The
Uma História de Design Brasileiro nos vico Antonio, REZENDE, M.A. Amaral. Morality of Objects. Massachusetts, The
Anos 50. São Paulo, Instituto Lina Bo e “Cauduro/Martino Arquitetos Associa- MIT Press, 1991.
P.M. Bardi, 1994. dos”, in Acrópole 390/1, nov/dez 1971.
MARTINS, Fernanda (org.), CRUZ, Luiz.
ACCIOLY, Anna, ANDRADE, Joaquim Marçal _____. Cauduro/Martino: Projetos de Identi- Ruben Martins (catálogo de exposição).
F. de, VIEIRA, Lula, CARDOSO, Rafael. dade Total 2000/2001 (livreto promocio- São Paulo, Museu de Arte de São Paulo,
Marcas de Valor no Mercado Brasileiro. nal anual). São Paulo, Cauduro/Martino 1989.
Rio de Janeiro, Senac, 2000. Arquitetos Associados, 2002.
MARY VIEIRA: O Tempo do Movimento. São
AFLALO, Marcelo. Branco & Preto. São CAVALCANTI, Pedro. História da Embala- Paulo/Rio de Janeiro, Centro Cultural
Paulo, Paralaxe Editora, 2005. gem no Brasil. São Paulo, Grifos Projetos Banco do Brasil, 2005.
Históricos e Editoriais, 2006.
AGUILERA, Yanet (org.). Preto no Branco: A MELO, Chico Homem de. “Marcas do
Arte Gráfica de Amilcar de Castro. São CINTRÃO, Rejane, NASCIMENTO, Ana Brasil”, in Os Desafios do Designer. São
Paulo, Discurso Editorial/Belo Horizonte, Paula. Grupo Ruptura. São Paulo, Cosac Paulo, Rosari, 2003.
Editora UFMG, 2005 Naify/Centro Universitário Maria Antônia-
USP, 2002. _____. Signofobia. São Paulo, Rosari, 2006.
AICHER, Otl. El Mundo como Proyecto.
Barcelona, Gustavo Gilli, 2005. CLARO, Mauro. Unilabor: Desenho Indus- _____ (org.). O Design Gráfico Brasileiro:
trial, Arte Moderna e Autogestão Operá- Anos 60. São Paulo, Cosac Naify, 2006.
AMARAL, Aracy (org.). Arte Construtiva no ria. São Paulo, Senac, 2004.
Brasil: Coleção Adolpho Leirner. São MINDLIN, Henrique E. Arquitetura Moder-
Paulo, DBA Melhoramentos, 1998. CONDURU, Roberto. Willys de Castro. São na no Brasil. Rio de Janeiro, Aeroplano
Paulo, Cosac Naify, 2005. Editora/Iphan, 2000.
ATHOS BULCÃO. São Paulo, Fundação
Athos Bulcão, 2001. COSTA, Helouise. Waldemar Cordeiro: A MOLLERUP, Per. Marks of Excellence: The
Ruptura como Metáfora. São Paulo, History and Taxonomy of Trademarks.
BANDEIRA, João (org.). Arte Concreta Cosac Naify/Centro Universitário Maria Nova York, Phaidon, 1997.
Paulista: Documentos. São Paulo, Cosac Antônia-USP, 2002.
Naify/Centro Universitário Maria Antonia- MÜLLER-BROCKMANN, Josef und Shizuko.
USP, 2002. KAMITA, João Masao. Vilanova Artigas. São Geschichte des Plakates. Histoire de
Paulo, Cosac Naify, 2000. l’Affiche. History of the Poster. Berlim/Pa-
_____, BARROS, Lenora de. Grupo Noi- ris/Londres/Nova York, Phaidon, 2004.
grandes. São Paulo, Cosac Naify/Centro KATINSKY, Júlio Roberto. “O Concretismo
Universitário Maria Antonia-USP, 2002. e o Desenho Industrial”, in AMARAL, NAVES, Rodrigo. A Forma Difícil: Ensaios
Aracy. Projeto Construtivo Brasileiro na sobre a Arte Brasileira. São Paulo, Ática,
BARCINSKI, Fabiana Werneck. Ivan Serpa. Arte. São Paulo, Pinacoteca do Estado 1997.
design
Rio de Janeiro, S. Roesler/Instituto Cultu- de São Paulo/Rio de Janeiro, Museu de
ral The Axis, 2003. Arte Moderna do Rio de Janeiro/Funarte, RICKEY, George. Construtivismo: Origens e
1977. Evolução. São Paulo, Cosac Naify, 2002.
BARROS, Regina Teixeira de. Antônio Maluf.
São Paulo, Cosac Naify/Centro Universi- LEAL, Joyce Joppert. Um Olhar sobre o SANTANA, Pedro Ariel (ed.). O Design no
tário Maria Antonia-USP, 2002. Design Brasileiro. São Paulo, Objeto Brasil: 58 Profissionais e suas Criações
Brasil/Imprensa Oficial do Estado de São de 1920 a 2003. São Paulo, Abril, 2006. 255
BELLUZZO, Ana Maria de Moraes. “Ruptura Paulo, s/d.
e Arte Abstrata”, in Arte Construtiva no SOUZA, Pedro Luiz Pereira de. Esdi: Bio-
Brasil: Coleção Adolpho Leirner. São LEITE, João de Souza (org.): A Herança do grafia de uma Idéia. Rio de Janeiro, Uerj,
Paulo, Bracher & Malta, 1999. Olhar: O Design de Aloísio Magalhães. 1996.
Rio de Janeiro, Artviva Produções Cultu-
BRASIL EM CARTAZ. Chaumont, Diréction rais/Senac Rio, 2003. STOLARSKI, André. Depoimentos sobre o
de Graphisme de la Ville de Chaumont, Design Visual Brasileiro: Alexandre Woll-
2005. LEMOS, Fernando. Na Casca do Ovo: O ner e a Formação do Design Moderno no
Princípio do Desenho Industrial. São Brasil. São Paulo, Cosac Naify, 2005.
BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: Vértice e Paulo, Rosari, 2003.
Ruptura do Projeto Construtivo Brasilei- _____. “A Identidade Visual Toma Corpo”, in
ro. São Paulo, Cosac Naify, 1999. LEON, Ethel. “Ruben Martins, o Pioneiro MELO, Chico Homem de (org.). O Design
Transgressor”, in Design & Interiores, Gráfico Brasileiro: Anos 60. São Paulo,
BUCHSTEINER, Thomas, LETZE, Otto (org.). ano 3, n. 15. São Paulo, Projeto Editores Cosac Naify, 2006.
Max Bill: Maler, Bildhauer, Architekt, Associados, agosto de 1989.
Designer. Ostfildern, Hatje Cantz Verlag, WOLLNER, Alexandre. “A Emergência do
2005. _____. “Os Arquitetos do Design Total”, in Design Visual”, in Arte Construtiva no
Design & Interiores, ano 3, n. 16. São Brasil: Coleção Adolpho Leirner. São
CARDOSO, Rafael. Uma Introdução à Histó- Paulo, Projeto Editores Associados, Paulo, Bracher & Malta, 1999.
ria do Design. São Paulo, Edgar Blücher, setembro de 1989.
2000. _____. Alexandre Wollner: Design 50 Anos.
_____. Design Brasileiro: Quem Fez, Quem São Paulo, Cosac Naify, 2004.
_____ (org.). O Design Brasileiro antes do Faz. Rio de Janeiro, Viana & Mosley,
Design: Aspectos da História Gráfica. 2005. _____. Textos Recentes e Escritos Históri-
São Paulo, Cosac Naify, 2005. cos. São Paulo, Rosari, 2002.
LIMA, Guilherme Cunha. O Gráfico Amador:
As Origens da Moderna Tipografia Brasi- ZANINI, Walter (org.). História Geral da Arte
leira. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997. no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira
Salles, 1983.
Hermelindo Fiaminghi
AD #20 magazine
258
revista AD 20
259
260
AD #20 magazine
revista AD 20
261
262
AD #20 magazine
revista AD 20
263
264
AD #20 magazine
revista AD 20
265
266
AD #20 magazine
revista AD 20
267
Chronology
1947 forms the first carioca nucleus of abstract art- René Drouin and Denise René include works
Inauguration of the furniture store and Tenreiro ists, influenced by Mario Pedrosa. by Jean Arp, Robert Delaunay, Alexander
Gallery. Calder, César Domela, Hans Hartung, Wassily
Lucio Costa projects the residential buildings Kandinsky, Fernand Léger, Francis Picabia,
Lygia Clark starts her artistic apprenticeship Nova Cintra, Bristol and Caledônia, located at Pierre Soulages, among others. Two Brazilian
with Burle Marx. the Guinle Park. The projects would receive artists participate: Waldemar Cordeiro and
the 1st Prize in Architecture at the 1st São Cícero Dias, besides Samson Flexor, settled in
Mário Pedrosa joins the PSB (Socialist Party) Paulo Biennial. Brazil. The exhibit then goes to Buenos Aires.
and travels to Europe representing the Correio
da Manhã (newspaper). Creation of the MAM-SP (Museum of Modern At the MAM-SP, the Cinema Club is created
Art), by Francisco Matarazzo Sobrinho. and is soon transformed into a film library and
Publication of the article Invencionismo, by later into the Brazilian Cinemateca (Cinema
Carlos Drummond de Andrade, about the In July, a Belgian critic, Leon Dégand, arrives library).
concrete Argentinean painters, with the in Brazil to run the MAM, which would open
reproduction of the Manifesto Invencionista, of to the public in 1949. Starting in August, On August 1st, Lourival Gomes Machado as-
1946, in the Correio da Manhã, as well as in he promotes a series of conferences at the sumes the director’s position of the MAM-SP.
the Joaquim n° 9 magazine (Curitiba). Municipal Library, such as Art and the Public,
What is Figurative Art, What is Abstract Art and Geraldo de Barros organizes the photography
Afonso Eduardo Reidy projects the Conjunto Picasso without Literature, as a preparatory lab of the Masp.
Habitacional de Pedregulho (Housing Develop- phase for the inaugural exhibit of the museum.
ment), in Rio de Janeiro. Waldemar Cordeiro writes art critics for the
Vilanova Artigas is responsible for adapting the Folha da Manhã newspaper in São Paulo.
On February 2, Assis Chateaubriand founds second story of the building at 230, Rua 7 de
the Art Museum of São Paulo -MASP. Located Abril (same building where the Masp is located
at Rua 7 de Abril, the museum, whose director at the time) for the installation of the MAM-SP.
is Pietro Maria Bardi, operates in a space mod- 1950
ified and adapted by Lina Bo Bardi within the Samson Flexor settles in Brazil and gives Getúlio Vargas is elected president of the
building (still under construction) of the Diários classes at his workshop at Alameda San- Republic.
Associados (Associated Diaries ), projected by tos, São Paulo. His first student is Leopoldo
Jacques Pilon. Raimo. Anatol Wladyslaw also frequents the The first abstract sculptures by Franz Weiss-
workshop. mann appear.
Inauguration of the Domus Gallery, first
space dedicated to modern art in São Paulo Lotahar Charoux adheres to the abstract. Helio Oiticica returns to the United States.
– owned by Nino Fiocca and managed by
Alfredo Bonino – which would later include Luís Sacilloto exchanges the canvas for Retrospective exhibit of paintings, sculptures
galleries in Buenos Aires, Rio de Janeiro and industrialized supports, initiating into abstract and architecture projects by Max Bill takes
New York. Waldemar Cordeiro organizes, painting. place at the Masp.
with Bassano Vaccarini, a collective exhibit at
the gallery. Waldemar Cordeiro returns to Rome and starts In June, takes place the inaugural exhibit of the
abstract works. branch of the International Art Club, whose vice-
The exhibit 19 Pintores takes place at the president is Waldemar Cordeiro, at the MAM-SP.
Prestes Maia Gallery, with the participation of The first abstract poster appears, by Danilo
Maria Leontina, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux Di Prete, made for the 1st National Salon of Geraldo de Barros exhibits his Fotoformas, at
and Geraldo de Barros, among others. Walde- Advertising. the Masp and at the MEC-RJ.
mar Cordeiro contacts these last three at the
time of the exhibit. Exhibit of Alexander Calder, at the Masp. First abstract drawings by Hércules Barsotti.
Geraldo de Barros meets Mário Pedrosa and Foundation of the Concrete Art Movement The architect Vilanova Artigas presides meet-
comes into contact with the Gestalt Theory. (MAC), in Milan, with the participation of Bruno ings with the intent to mobilize artists and intel-
Munari, Gillo Dorfles, D’Orazio and Fontana. lectuals against the creation of the São Paulo
Beginning of the activities of the Estúdio Biennials. Waldemar Cordeiro participates of
Palma, created by Lina Bo Bardi and Giancarlo the meetings.
apêndice
1947 Lucio Costa projeta os edifícios residenciais Soulages, entre outros. Participam dois artis-
Inauguração da loja de móveis e Galeria Nova Cintra, Bristol e Caledônia, no Parque tas brasileiros, Waldemar Cordeiro e Cícero
Tenreiro. Guinle. Os projetos irão receber o 1° Prêmio Dias, além de Samson Flexor, radicado no
de Arquitetura na I Bienal de São Paulo. Brasil. A mostra segue posteriormente para
Lygia Clark inicia seu aprendizado artístico Buenos Aires.
com Burle Marx. Criação do MAM-SP, por Francisco Matara-
zzo Sobrinho. No MAM-SP, é criado o Clube de Cinema,
Mário Pedrosa entra para o PSB. Viaja para a que logo se transforma em filmoteca e na
Europa a serviço do Correio da Manhã. Em julho, o crítico belga Leon Dégand chega futura Cinemateca Brasileira.
ao Brasil para dirigir o MAM, aberto ao
Publicação do artigo Invencionismo, de Car- público em 1949. A partir de agosto, realiza Em 1º de agosto, Lourival Gomes Machado
los Drummond de Andrade, sobre os pintores uma série de conferências na Biblioteca Mu- assume a diretoria do MAM-SP.
concretos argentinos, com a reprodução do nicipal, entre as quais Arte e Público, O que
Manifesto Invencionista, de 1946, no Correio É Arte Figurativa, O que É Arte Abstrata e Geraldo de Barros organiza o laboratório de
da Manhã, assim como na revista Joaquim n° Picasso sem Literatura, em fase preparatória fotografia do Masp.
9 (Curitiba). para a exposição inaugural do museu.
Waldemar Cordeiro escreve críticas de arte
Afonso Eduardo Reidy projeta o Conjun- Vilanova Artigas é responsável pela adap- para a Folha da Manhã, em São Paulo.
to Habitacional de Pedregulho, no Rio de tação do segundo andar do número 230 da
Janeiro. Rua 7 de Abril (mesmo edifício onde já fun-
ciona o Masp) para a instalação do MAM-SP.
Em 2 de fevereiro, fundação do Museu de 1950
Arte de São Paulo por Assis Chateaubriand. Samson Flexor fixa residência no Brasil e Getúlio Vargas é eleito presidente da Repú-
Com sede na Rua 7 de Abril, o museu, cujo ministra aulas em seu ateliê, na Alameda blica.
diretor é Pietro Maria Bardi, funciona em es- Santos, em São Paulo. O primeiro aluno é
paço adaptado por Lina Bo Bardi no edifício Leopoldo Raimo. Anatol Wladyslaw também Primeiras esculturas abstratas de Franz
(ainda em construção) dos Diários Associa- freqüenta o ateliê. Weissmann.
dos, projetado por Jacques Pilon.
Lotahar Charoux adere à abstração. Helio Oiticica retorna dos Estados Unidos.
Inauguração da Galeria Domus, primeiro
espaço dedicado à arte moderna em São Luís Sacilloto troca a tela por suportes indus- Exposição retrospectiva de pinturas, escul-
Paulo – sendo o proprietário Nino Fiocca e o trializados, iniciando-se na pintura abstrata. turas e projetos de arquitetura de Max Bill,
gerente Alfredo Bonino –, que posteriormente no Masp.
abrigaria galerias em Buenos Aires, Rio de Waldemar Cordeiro retorna a Roma e inicia
Janeiro e Nova York. Waldemar Cordeiro trabalhos abstratos. Em junho, é realizada a exposição inaugu-
organiza, ao lado de Bassano Vaccarini, uma ral da filial do Art Club Internacional, cujo
mostra coletiva na galeria. Primeiro cartaz abstrato de Danilo Di Prete vice-presidente é Waldemar Cordeiro, no
realizado para o I Salão Nacional de Propa- MAM-SP.
Realização da mostra 19 Pintores, na Galeria ganda.
Prestes Maia, da qual participam Maria Leon- Geraldo de Barros expõe Fotoformas, no
tina, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux e Geraldo Exposição de Alexander Calder, no Masp. Masp e no MEC-RJ.
de Barros, entre outros. Waldemar Cordeiro
entra em contato com os três últimos por Fundação do Movimento de Arte Concreta Primeiros desenhos abstratos de Hércules
ocasião da exposição. (MAC), em Milão. Participam: Bruno Munari, Barsotti.
Gillo Dorfles, D’Orazio e Fontana.
Geraldo de Barros conhece Mario Pedrosa e O arquiteto Vilanova Artigas preside reuniões
entra em contato com a Teoria da Gestalt. na tentativa de mobilizar artistas e intelec-
tuais contra a criação das Bienais de São
Início das atividades do Estúdio Palma, 1949 Paulo. Waldemar Cordeiro participa das
criado por Lina Bo Bardi e Giancarlo Palanti, Abraham Palatnik inicia a construção de reuniões.
onde começam a ser feitos projetos de instrumentos que integram efeitos luminosos
móveis modernos. ao movimento, mais tarde chamados de Criação da primeira emissora brasileira de
apêndice
Aluísio Carvão transfere-se para o Rio de Início das atividades da Companhia Vera
1948 Janeiro. Cruz.
Mary Vieira realiza a primeira estrutura
cinevisual ao ar livre, pronunciando seus A mostra Nove Artistas de Engenho de Em outubro, é lançado o primeiro número da
multivolumes. Dentro, na Câmara Municipal do Rio de Ja- revista Habitat, dirigida por Lina Bo Bardi.
neiro, provoca acirrada polêmica entre Mário 269
Franz Weissmann ensina modelagem e escul- Pedrosa e Quirino Campofiorito.
tura na Escola do Parque, com Alberto da Vei-
ga Guignard. Amilcar de Castro é seu aluno. Almir Mavignier pinta sua primeira obra 1951
abstrata. Aproxima-se de Tomás Maldonado Getúlio Vargas toma posse como presidente.
Fundação do MAM-RJ, por Paulo Bitten- e Geraldo de Barros.
court, sendo o primeiro presidente Ray- Criação do Salão Nacional de Arte Moderna,
mundo Castro Maya. O museu funciona Em março, é a abertura oficial do MAM-SP, a partir da Divisão Moderna do Salão Nacio-
inicialmente em instalações localizadas no com a exposição Do Figurativismo ao Abs- nal de Belas-Artes, no Rio de Janeiro.
edifício do Ministério da Educação. tracionismo, organizada por Leon Dégand.
A seleção feita nas galerias francesas René Mary Vieira e Almir Mavignier deixam o Brasil,
Abraham Palatnik chega de Israel e, com Ivan Drouin e Denise René inclui obras de Jean dirigindo-se respectivamente para a Basiléia
Serpa e Almir Mavignier, forma o primeiro Arp, Robert Delaunay, Alexander Calder, (Suíça) e Ulm (Alemanha).
núcleo de artistas abstratos cariocas, influen- César Domela, Hans Hartung, Wassily Kan-
ciado por Mario Pedrosa. dinsky, Fernand Léger, Francis Picabia, Pierre Primeiras obras abstratas de Aluísio Carvão.
First abstract works by Aluísio Carvão. In February, the 1st National Exhibit of Abstract is the inauguration of the Ibirapuera Park,
Art takes place at the Quitandinha Hotel in projected by Oscar Niemeyer.
Ivan Serpa adheres to geometrical abstraction. Petrópolis, Rio de Janeiro. Of it, participate:
Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Paulista Salon of Modern Art: Maria Leontina
Oscar Niemeyer projects his residence at the Maluf, Décio Vieira, Ivan Serpa, Lygia Clark, receives the gold medal; Weissmann, the 1st
Estrada das Canoas. Lygia Pape, Anna Bella Waldman (Geiger), Prize in Sculpture; and Waldemar Cordeiro, the
Antonio Bandeira, Antônio Luís, Edmundo Award Acquisition.
Ferreira Gullar moves to Rio de Janeiro. Jorge, Elemer Gollmer, Evelyn Stupakof, F.
Dupaty, Fayga Ostrower, J. Jardim de Araújo, First individual showing of Judith Lauand at the
The 1st Paulista Salon of Modern Art takes J. Mattos, Liú, Margaret Spence, R. Almeida, Ambiente Gallery in São Paulo. She becomes
place at the Prestes Maia Gallery in São Paulo. Ramiro Martins, Rossini Perez, Santa Rosa part of the concretist group.
and Zélia Salgado.
Maurício Nogueira Lima and Alexandre Wollner Willys de Castro and Hércules Barsotti found
study visual communication at the Contem- Amilcar de Castro approaches himself to Fer- the Estúdio de Projetos Gráficos (Graphic Proj-
porary Art Institute (IAC-Masp) and produce reira Gullar and produces his first sculptures of ects Study). Barsotti produces his first works
works with Antônio Maluf. constructive character. He starts his work as of constructive nature, in São Paulo.
diagramming artist in magazines.
First individual showing of Anatol Wladyslaw, at Exhibit of the Tableaux-Objets, of César
the Domus Gallery, in São Paulo. He gets close Lygia Clark approaches herself to Ivan Serpa. Domela, at the MAM-SP.
to Waldemar Cordeiro and Luis Sacilotto.
Afonso Eduardo Reidy starts the project for Geraldo de Barros creates the Unilabor, with
From October 20 to December 23 the 1st São the MAM-RJ’s facilities in the embankment of the intent to promote the industrialization of
Paulo Biennial takes place. The event acclaims Santa Luzia’s beach. furniture in a work coop system.
the abstract-geometrical trends that are already
present in the works of Brazilian artists such Alexandre Wollner and Geraldo de Barros
as Ivan Serpa (Prêmio Jovem Pintor Nacional), receive a prize for the poster of the 4th Cen-
Almir Mavignier, Abraham Palatnik (honorary tennial of the City of São Paulo. 1955
mention with his Cine-chromatic Machine) and Juscelino Kubitschek is elected president.
Antônio Maluf (winner of the poster contest). First concrete works from Willys de Castro and
Hermelindo Fiaminghi. Second exhibit of the Grupo Frente, at the
MAM-RJ, with presentation from Mário
In June Max Bill gives a conference at the FAU- Pedrosa and catalogue designed by João
1952 USP: The Architect, Architecture and Society. José da Silva Costa. Of it participate: Abraham
Franz Weissmann, influenced by the Unidade Palatnik, Aluísio Carvão, César Oiticica, Décio
Tripartida (Tri-part Unit) of Max Bill, executes a First exhibit of the Ateliê Abstração, at the Vieira, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Ivan
series of sculptures characterized by cutouts Architects Institute of Brazil (IAB), in São Paulo. Serpa, João José da Silva Costa, Lygia Clark,
and folds in the square. Lygia Pape, Rubem Ludolf, Carlos do Val, Elisa
From December 12 to February 26 of 1954, Martins da Silveira, Eric Baruch and Vincent
Ivan Serpa starts the free workshop and the the 2nd São Paulo Biennial takes place. Ibberson.
children workshop for the MAM-RJ courses.
Later on, he opens classes for adult students Judith Lauand becomes into contact with the Franz Weissmann returns to Rio de Janeiro.
from which would come some of the members work of Alexandre Wollner and Geraldo de
of the Frente Group. Barros and adheres to abstractionism. Amilcar de Castro substitutes wood for iron in
his sculptures.
Aluísio Carvão starts to study with Serpa at the
MAM-RJ. Nelson Pereira dos Santos makes Rio 40
1954 Degrees, a movie of realist nature that is a pre-
Lygia Clark returns from Paris and shows her On August 24, Getúlio Vargas commits sui- announcement for the New Cinema.
paintings at the MEC-RJ. cide. Café Filho assumes the Presidency.
Oscar Niemeyer founds the magazine Módulo.
Amilcar de Castro moves to Rio de Janeiro. On June 30, the first exhibit of the Grupo Fr-
ente takes place at the Ibeu’s Gallery, of which Contact of Augusto de Campos with Ferreira
apêndice
Judith Lauand moves to São Paulo. participate: Aluísio Carvão, Décio Vieira, Ivan Gullar.
Serpa, João José da Silva Costa, Lygia Clark,
Geraldo de Barros shows his work at the Lygia Pape, Carlos do Val and Vicente Ibber- 3rd São Paulo Biennial. Among the Brazilian
MAM-SP. son. The exhibit is presented by Ferreira Gullar. artists, the presence of the geometrical ab-
straction is still strong. Milton Dacosta receives
In December, the manifesto and exhibit of the Hélio and César Oiticica study with Ivan Serpa, the Painting Award and Alexandre Wollner, the
Ruptura Group take place at the MAM-SP. Par- at the MAM-RJ. Poster Award.
270 ticipants are: Waldemar Cordeiro, Luiz Sacilotto,
Geraldo de Barros, Lothar Charoux, Kazmer In October, the Monument to the Freedom Hermelindo Fiaminghi joins the Grupo Ruptura.
Féjer, Anatol Wladyslaw, Leopoldo Haar. for the Expression of Thought is inaugurated
at the Quinta da Boa Vista, created by Franz Anatol Wladyslaw distances himself from the
The Noigandres magazine is created by Haroldo Weissmann. It is the first sculpture of construc- principles of concretism.
and Augusto de Campos and Décio Pignatari. tive nature located in a public space in Rio de
Janeiro, which is later destroyed, in 1962. Second edition of the Noigandres magazine.
De 20 de outubro a 23 de dezembro, é Afonso Eduardo Reidy inicia o projeto da sede Geraldo de Barros cria a Unilabor, visando
realizada a I Bienal de São Paulo. O evento do MAM-RJ no aterro da Praia de Santa Luzia. à industrialização de móveis em sistema de
consagra as tendências abstrato-geométri- cooperativa de trabalho.
cas, que já se fazem presentes nas obras de Alexandre Wollner e Geraldo de Barros rece-
artistas brasileiros, como Ivan Serpa (Prêmio bem o prêmio para o cartaz do IV Centenário
Jovem Pintor Nacional), Almir Mavignier, da Cidade de São Paulo.
Abraham Palatnik (menção honrosa com seu 1955
Aparelho Cinecromático) e Antônio Maluf Primeiras obras concretas de Willys de Cas- Juscelino Kubitschek é eleito presidente.
(vencedor do concurso de cartaz). tro e Hermelindo Fiaminghi.
Segunda exposição do Grupo Frente, no
Em junho, conferência de Max Bill, na FAU- MAM-RJ, com apresentação de Mário Pe-
USP: O Arquiteto, a Arquitetura e a Socie- drosa e catálogo desenhado por João José
1952 dade. da Silva Costa. Participam Abraham Palatnik,
Franz Weissmann, influenciado pela Unidade Aluísio Carvão, César Oiticica, Décio Vieira,
Tripartida, de Marx Bill, executa uma série de Primeira exposição do Ateliê Abstração, no Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Ivan Serpa,
esculturas que se caracterizam por recortes e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em São João José da Silva Costa, Lygia Clark, Lygia
dobraduras no quadrado. Paulo. Pape, Rubem Ludolf, Carlos do Val, Elisa
Martins da Silveira, Eric Baruch e Vincent
Ivan Serpa inicia o ateliê livre e o ateliê infantil De 12 de dezembro a 26 de fevereiro de Ibberson.
para os cursos do MAM-RJ. Posteriormente, 1954, II Bienal de São Paulo.
abre turmas de alunos adultos, das quais sai- Franz Weissmann retorna ao Rio de Janeiro.
riam alguns dos integrantes do Grupo Frente. Judith Lauand entra em contato com a obra
de Alexandre Wollner e Geraldo de Barros e Amilcar de Castro substitui a madeira pelo
Aluísio Carvão passa a estudar com Serpa no adere à abstração. ferro em suas esculturas.
MAM-RJ.
Nelson Pereira dos Santos realiza Rio 40
Lygia Clark retorna de Paris e expõe suas Graus, filme de tendência realista que pre-
pinturas no MEC-RJ. 1954 nuncia o Cinema Novo.
Em 24 de agosto, suicídio de Getúlio Vargas.
Amilcar de Castro transfere-se para o Rio de Café Filho assume a Presidência. Oscar Niemeyer funda a revista Módulo.
Janeiro.
Em 30 de junho, é feita a primeira exposição Contato de Augusto de Campos com Ferreira
apêndice
Judith Lauand muda-se para São Paulo. do Grupo Frente, na Galeria do Ibeu, da qual Gullar.
participam Aluísio Carvão, Décio Vieira, Ivan
Geraldo de Barros expõe no MAM-SP. Serpa, João José da Silva Costa, Lygia Clark, III Bienal de São Paulo. Entre os brasileiros,
Lygia Pape, Carlos do Val e Vicente Ibberson. a presença da abstração geométrica é ainda
Em dezembro, são feitos exposição e mani- A mostra é apresentada por Ferreira Gullar. marcante. Milton Dacosta recebe o Prêmio de
festo do Grupo Ruptura, no MAM-SP. Par- Pintura e Alexandre Wollner, o Prêmio de Cartaz.
ticipam: Waldemar Cordeiro, Luiz Sacilotto, Hélio e César Oiticica estudam com Ivan
Geraldo de Barros, Lothar Charoux, Kazmer Serpa, no MAM-RJ. Hermelindo Fiaminghi integra o Grupo 271
Féjer, Anatol Wladyslaw, Leopoldo Haar. Ruptura.
Em outubro, é inaugurado, na Quinta da
É criada a revista Noigandres, por Haroldo e Boa Vista, o Monumento à Liberdade de Anatol Wladyslaw afasta-se dos princípios do
Augusto de Campos e Décio Pignatari. Expressão do Pensamento, criado por Franz concretismo.
Weissmann, primeira escultura de tendência
construtiva situada em espaço público, no Segundo número da revista Noigandres.
Rio de Janeiro, destruída em 1962.
1953
Em janeiro, acontece a exposição do Movi- Início da construção da sede do MAM-RJ.
mento de Arte Concreta (MAC) de Milão, no 1956
MAM-SP. Primeiro número da revista Forma. Posse do presidente Juscelino Kubitschek.
Estabelecimento de um Plano de Metas e
Maurício Nogueira Lima integra o Grupo Iniciam-se as comemorações do IV Centená- industrialização forçada. Início da construção
Ruptura. rio da Cidade de São Paulo. Entre os even- de Brasília.
On March 17, the third exhibit of the Grupo Amilcar de Castro starts the graphic planning of which participate Amilcar de Castro, Franz
Frente takes place at the Itatiaia Country Club, of the Jornal do Brasil, concluded in 1959. Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Theon
Rio de Janeiro, with the presence of Abraham Spanudis, Ferreira Gullar, Reynaldo Jardim and
Palatnik, Aluísio Carvão, César Oiticica, Décio Hélio Oiticica starts the Metaesquemas series. Cláudio Melo e Souza.
Vieira, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Ivan
Serpa, João José da Silva Costa, Lygia Clark, Lucio Costa wins the contest for the project In April, there is a presentation of the Neo-
Lygia Pape, Rubem Ludolf, Vicent Ibberson, of the Pilot Plan of Brasilia. Oscar Niemeyer is concrete Ballet, from Lygia Pape and Reynaldo
Elisa Martins da Silveira, Eric Baruch and charged with the projects of the buildings. Jardim, at the Teathre of the Praça (Glauco Gil).
Carlos do Val. The catalogue’s presentation is
by Macedo Miranda. From September to December, the 4th São In July, there is an exhibit of poem-books at
Paulo Biennial takes place. the editorial room of the Jornal do Brasil. Par-
Installation of the Volkswagen plant in the ticipating are: Gullar, Pape, Jardim, Spanudis,
country. Luis Sacilotto produces sculptures in aluminum. Willys de Castro and W. Surtan.
Exhibit at the MAM-RJ about the School of Willys de Castro formally adheres to the neo-
Form, founded by Max Bill, in Ulm, Germany. concrete group. He starts the construction of
1958 the active objects.
Third edition of the Noigandres magazine. Presentation of the Concrete Ballet, of Lygia
Pape and Reynaldo Jardim, at the Copaca- In August, there’s a conference about industrial
Edition # 20 of the magazine _AD Architecture bana Palace Theatre. design with Tomás Maldonado, Franz Roth
and Decoration is almost exclusively dedicated – both professors of the School of Forma,
to the1st National Exhibit of Concrete Art. Lygia Clark starts the Superfícies Moduladas in Ulm – and Aloísio Magalhães, during the
and the Casulos. exhibit of Otl Aicher, at the MAM-RJ.
On June 23, the fourth and last exhibit of the
Frente Group takes place at the Companhia Inauguration of the permanent facilities of In September, Georges Mathieu – main theo-
Siderúrgica Nacional (CSN), in Volta Redonda, the MAM-RJ, with the project from Affonso retician of tachism – paints in two hours at the
Rio de Janeiro. Of the exhibit participate: Abra- Eduardo Reidy. MAM-RJ, for an audience of 300 people, the
ham Palatnik, Aluísio Carvão, César Oiticica, painting Macumba, measuring 3 X 10 meters.
Décio Vieira, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Bossa Nova begins.
Ivan Serpa, João José da Silva Costa, Lygia Also in September, there is the exhibit of
Clark, Lygia Pape, Rubem Ludolf, Vincent In March, inauguration of the Arte das Folhas mobiles and gouaches from Alexander Calder
Ibberson, Elisa Martins da Silveira, Eric Baruch Gallery, by the Folha da Manhã S.A. (newspa- at the MAM-RJ.
and Carlos do Val. per), linked to the Leirner Award of Contempo-
rary Art, with a retrospective of Lasar Segall. First experiences of Hélio Oiticica with the
In December, the 1st National Exhibit of Monochromatics and Spatial Reliefs. He also
Concrete Art takes place at the MAM-SP, Waldemar Cordeiro, Hermelindo Fiaminghi, Ka- produces the Billaterals.
organized by the Ruptura Gruop. zmer Féjer, Mauricio Nogueira Lima and Décio
Pignatari open the Brás Collective Workshop. Lygia Pape does the Book of Creation.
Hermelindo Fiaminghi starts his studies of the Ivan Serpa returns to Brazil.
1957 color-light reticule.
In February, the 1st I National Exhibit of Con- The newspaper Jornal do Brasil fully adopts
crete Art takes place at the MAM-RJ. Alexandre Wollner returns from Ulm. the graphic reformulation proposed by Amilcar
de Castro.
In the same month, the Brazilian University Aluísio Carvão shows his work at the Galeria
Theatre lends its support to the concrete das Folhas. It is the end of his concrete phase. In November, the exhibit of Neo-concrete Art
movement, sponsoring the Concrete Art Soi- takes place at the Belvedere da Sé, in Salvador,
ree at the UNE’s facilities. In the 4th edition of the Noigandres magazine, with the participation of Amilcar de Castro, Aluísio
the Pilot Plan for Concrete Poetry is published. Carvão, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape,
In March, the Sunday Supplement of the Jor- Willys de Castro, Franz Weissmann, Ferreira
nal do Brasil is created, becoming the principal Almir Mavignier exhibits along with the Zero Gullar, Carlos Fernando Fortes de Almeida, Cláu-
means for the diffusion of the ideas of the Group, in Düsseldorf, Germany. dio Melo e Souza, Jardim and Theon Spanudis.
apêndice
The Arte das Folhas Gallery, in São Paulo, is From September to December, the 7th São
now named Arte da Folha Gallery. Paulo Biennial.
1962
The group Invenção is created, articulated by Creation of the industrial design department of
apêndice
Konkrete Kunst, an international exhibit of Waldemar Cordeiro starts his assemblages, Waldemar Cordeiro works the Popcretos.
concrete art organized by Max Bill, takes place incorporating to his works, elements such as
at the Helm Haus, in Zurich. The Brazilians mirrors, cotton balls and medical tape. In December, the exhibit Mouvement 2, at the
present are: Waldemar Cordeiro, Almir Mavig- Denis René Gallery in Paris, has the presence
nier, Luiz Sacilotto, Kazmer Féjer, Geraldo de Lygia Clark and Ivan Serpa show their work at of three Brazilians: Sérgio Camargo, Lygia
Barros, Alexandre Wollner, Hermelindo Fiamin- the Venice Biennale. Clark and Abraham Palatnik.
Em julho, exposição Arte Concreta: Re- Amilcar de Castro, Décio Vieira, Aluísio Quinto e último número de Noigandres, que
trospectiva 1951-1959, do grupo concreto Carvão, Franz Weissmann, Lygia Pape, Mary traz uma antologia do verso à poesia concre-
paulista, no MAM-RJ. Integram: Waldemar Vieira, Lygia Clark e Hélio Oiticica. ta desde 1949.
Cordeiro, Kazmer Féjer, Judith Lauand, Mau-
rício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto e Antônio Franz Weissmann inicia residência na Europa, Primeiro e segundo números da revista
Maluf. onde permanece até 1965. Invenção, idealizada pelos poetas concretos
paulistas na fase por eles denominada de
Em novembro, A Teoria do Não-Objeto, de salto participante.
Ferreira Gullar, é publicada no Suplemento
Dominical do Jornal do Brasil. 1961
Jânio Quadros assume a Presidência da
Em 21 de novembro, é aberta a II Exposição República, mas renuncia sete meses depois. 1963
de Arte Neoconcreta, no MEC-RJ. Parti- Realização da Semana Nacional de Poesia
cipam: Aluísio Carvão, Amilcar de Castro, Assume o vice-presidente João Goulart. Espacial, em Belo Horizonte.
Cláudio Melo e Souza, Décio Vieira, Ferreira
Gullar, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Lygia Ferreira Gullar é nomeado diretor da Funda- Em junho, o MAM-RJ realiza exposição sobre
Clark, Lygia Pape, Willys de Castro, Reynaldo ção Cultural do Distrito Federal, em Brasília. a Bauhaus.
Jardim, Osmar Dilon e Roberto Pontual.
É exposta, no MAM-RJ, a maquete do proje- Em julho, Almir Mavignier, residindo na Ale-
Lygia Clark expõe seus Bichos na Galeria to Cães de Caça, de Hélio Oiticica. manha, expõe cartazes e pinturas no MAM-RJ.
Bonino, no Rio de Janeiro.
Em abril, III Exposição de Arte Neoconcreta, Hélio Oiticica inicia a série dos Bólides.
Hélio Oiticica realiza o primeiro de seus no MAM-SP, com participação de Alberto
Penetráveis, o Penetrável-PN1. Marques, Aluísio Carvão, Amilcar de Castro, Aluísio Carvão volta de Ulm e retoma as
Ferreira Gullar, Hélio Oiticica, Hércules Bar- aulas do MAM-RJ.
A obra de Ivan Serpa aproxima-se do abstra- sotti, Lygia Clark, Lygia Pape, Osmar Dilon,
cionismo informal, retornando, posteriormen- Reynaldo Jardim, Roberto Pontual e Willys Em julho, criação da Escola Superior de De-
te, à figuração. de Castro. Essa seria a última exposição do senho Industrial (Esdi), pelo governo do esta-
grupo, que se dispersa após seu término. do da Guanabara, no Rio de Janeiro, a partir
Surgimento do grupo Cinema Novo. do projeto da Escola Técnica de Criação do
Início das atividades do Ateliê Abstração II. MAM-RJ, concebido por Tomás Maldonado.
Alfredo Volpi retoma as composições com Entre os professores, Décio Pignatari, Ale-
fachadas, bandeirinhas e mastros. Em junho, exposição de cartazes suíços no xandre Wollner e Karl Heinz Bergmiller, esse
MAM-SP. último professor de Ulm.
Waldemar Cordeiro recupera o gestual em
suas obras, utilizando-se da pintura com pis- Inauguração da loja Tenreiro, na Rua Mar- Em abril, Francisco Matarazzo Sobrinho doa
tola e, posteriormente, rasgando a superfície quês de Itu, em São Paulo. sua coleção pessoal, a de Yolanda Penteado
da tela. e a do MAM-SP à universidade, criando o
Mário Pedrosa assume o cargo de diretor do MAC-USP.
Alexandre Wollner, Décio Pignatari e Her- MAM-SP.
melindo Fiaminghi fundam o departamento Inauguração da Galeria NT – Novas Tendên-
de design da Panam Propaganda, em São De outubro a dezembro, VI Bienal de São cias, reunindo os artistas concretos. Parti-
Paulo. Paulo. cipam da coletiva inaugural: Alfredo Volpi,
Hermelindo Fiaminghi, Kazmer Féjer, Lothar
Os trabalhos de Hércules Barsotti aproxi- Charoux, Waldemar Cordeiro, Maurício No-
mam-se da vertente op. gueira Lima, Aliberti e Mona Gorowitz.
1962
A Galeria de Arte das Folhas, em São Paulo, O MAM-RJ realiza exposição de desenhos e De setembro a dezembro, VII Bienal de São
passa a chamar-se Galeria de Arte da Folha. aquarelas dos pintores americanos Jackson Paulo.
Pollock, Robert Motherwell, Arshile Gorky,
Forma-se o grupo Invenção, articulado pela Mark Tobey, Willem de Kooning, Franz Kline, Criação do departamento de desenho indus-
equipe da revista Noigandres. Jasper Johns e Robert Rauschenberg. trial da FAU-USP.
apêndice
Exposição de arte não-figurativa, realizada na Afonso Eduardo Reidy e Burle Marx projetam
prefeitura de Teresópolis, no Rio de Janeiro. o Aterro do Flamengo.
Organizada por Mário Barata e montada por 1964
Heinz Kuhn, conta com a presença de Ione Em 8 de maio, a Bienal de São Paulo se Com o golpe militar, o presidente João Gou-
Saldanha, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Heinz transforma em entidade autônoma, desligan- lart é cassado. O marechal Castelo Branco
Kuhn, Hércules Barsotti, Willys de Castro e do-se do MAM-SP. assume a Presidência.
Samson Flexor, entre outros. 275
Em 3 de julho, o MAM-SP instala-se no Em abril, publicação do Ato Institucional.
Aluísio Carvão é artista visitante na Escola terceiro piso do Pavilhão Armando Arruda
Superior da Forma, em Ulm, na Alemanha. Pereira, no Parque do Ibirapuera. Hélio Oiticica começa a realizar os primeiros
Parangolés.
Lygia Clark expõe na Bienal de Veneza. Waldemar Cordeiro inicia suas assemblages,
incorporando às obras elementos como É censurada a publicação de Cultura Posta
Konkrete Kunst, mostra internacional de arte espelhos, algodão e esparadrapos. em Questão, de Ferreira Gullar.
concreta organizada por Max Bill, na Helm
Haus, em Zurique. Os brasileiros presentes Lygia Clark e Ivan Serpa expõem na Bienal Waldemar Cordeiro trabalha os Popcretos.
são: Waldemar Cordeiro, Almir Mavignier, de Veneza.
Luiz Sacilotto, Kazmer Féjer, Geraldo de Em dezembro, a exposição Mouvement 2, na
Barros, Alexandre Wollner, Hermelindo Alexandre Wollner abre um escritório de Galeria Denis René, em Paris, conta com três
Fiaminghi, Judith Lauand, Willys de Castro, design visual. brasileiros: Sérgio Camargo, Lygia Clark e
Hércules Barsotti, Mauricio Nogueira Lima, Abraham Palatnik.
Biographies
Alexandre Wollner Still in 1949, together with Ivan Serpa and individual exhibit where he shows his works
(São Paulo, SP, 1928) Abraham Palatnik, he formed the first group from his abstract period took place in 1958 at
Received, in 1953, the Revelation in Painting of abstract painters of Rio de Janeiro. Dur- the Arte das Folhas Gallery in São Paulo. In
Award at the 2nd São Paulo Biennial, the same ing this same year, he became close with 1959, he signed the Neo-concrete Manifesto
year he concluded the course in design at the the Argentinean painters Maldonado and and participated of the group’s exhibits in Rio
MASP Institute of Contemporary Art, which Lidy Prati. Through his acquaintance with de Janeiro and Salvador. He also participated
was created in 1950 by Pietro Maria Bardi, Geraldo de Barros, he associates himself to of the Konkrete Kunst exhibit, in Zurich in
Lina Bo Bardi and Jacob Ruchti. In 1954, he the concrete artists of São Paulo. In 1951 he 1960. In this same year, he received the
was contemplated with the Painting Award of integrated the 1st São Paulo Biennial and had Award Travel Abroad at the National Salon
the Modern Art Paulista Salon. Still in 1953, he his first individual showing at the MAM/SP. of Modern Art and attended the Hochschule
was invited by Max Bill to study at the Hoch- During this same year, he frequented the für Gestaltung (School of Form), in Ulm, as a
schule für Gestaltung – School of Form, in Academie de la Grande Chaumière, in Paris. visiting artist. He participated of the 1st, 9th and
Ulm, Germany, where he stayed from 1954 to In 1953, he moved to Germany and in 1958 17th São Paulo Biennials.
1958. Even while in Europe, he participated of concluded the Visual Communication course
the I National Exhibit of Concrete Art, in 1956, at the Hochschule für Gestaltung (School Amilcar de Castro
at the MAM/SP, and, in 1957, at the MAM/RJ. of Form), in Ulm. Until 1971, he remained in (Paraisópolis, MG, 1920 – Belo Horizonte,
Back in Brazil, he inaugurated, together with Ulm as a graphic artist. From 1958 to 1964, MG, 2002)
Geraldo de Barros, Ruben Martins and Walter he participated, along with Tinguely, Klein, In 1945, he concluded his law major from the
Macedo, the first design office in the country: Manzoni and Fontana, of the Group Zero. In UFMG (Federal University of Minas Gerais).
the Forminform – responsible for some of the 1960 he integrated the exhibit Konkrete Kunst, Starting in 1944, he began to study drawing
first visual identity programs within Brazil- in Zurich. In Zagreb, in 1961 he organized the and painting at the Guignard School, and
ian companies. He won international poster first New Trends exhibit (Op-Art). From 1965 sculpture with Franz Weissmann. In 1953, he
contests at the 3rd and 4th Biennials of São to 1990, he acted as a painting instructor at began his career as diagramming artist in the
Paulo. During the 1960’s, he opened his the Fine Arts School in Hamburg, participated magazines The Cicada and Manchete. His
own visual programming office. In 1960, he of the 3rd and 4th Documenta of Kassel, of the first constructive sculpture, selected for the
participated of the exhibit Konkrete Kunst, in 1964, 1968 and 1986 editions of the Venice 2nd São Paulo Biennial is from this same year
Zurich. In 1963, together with Karl Heinz Berg- Biennials and of the 10th São Paulo Biennial and reveals a strong influence from Max Bill. In
miller, Simeão Leal, Marcello Roberto, Flávio (for his representation of Germany). 1957, he participated of the 1st National Exhibit
de Aquino and Aloisio Magalhães, he founded of Concrete Art in Rio de Janeiro, and in the
the first design school in Rio de Janeiro, the Aloísio Magalhães same year, started the graphic reformulation
ESDI (College of Industrial Design). During the (Recife, PE, 1927 – Verona, Italy, 1982) project of the Jornal do Brasil, which he con-
two periods between 1970/72 and 1972/74, He graduated in Law, from the University of cluded in 1959. He signed the Neo-concrete
he presided the ABDI – Brazilian Association Recife, Pernambuco. From 1946 to 1951, Manifesto, appearing in the carioca group’s
of Industrial Design. he worked as a scenographer at the Student exhibits of 1959 and 1960. He also integrated
Theatre of Pernambuco (Student Theatre). In the Konkrete Kunst exhibit in Zurich in 1960.
Alfredo Volpi 1951, he was awarded a study scholarship In 1967 he received the at the National Salon
(Lucca, Italy, 1896 – São Paulo, SP, 1988) from the French government and frequented of Modern Art, and a scholarship from the
Came to Brazil with less than 2 years of age for two years the Atelier 17 (Workshop) of en- Guggenheim Foundation, awarded for the
and settled with his family in São Paulo. graver S. W. Hayter, and attended classes in two-year period from 1968 to1969. In 1969,
Started in 1911 to work as an interior decora- Museology at the Louvre’s School in Paris. In he had his first individual exhibit at the Korn-
tor-painter. Around 1930, he became close 1954 he founded an experimental graphic arts blee Gallery, in New York. Starting in 1973, he
with the Santa Helena Group. He met, during workshop with Gastão de Holanda, Orlando taught sculpture at the Art Foundation of Ouro
this period, Ernesto de Fiori. In 1938, he da Costa Ferreira and José Laurenio, called Preto and re-started his drawing practice.
participated of the May Salon and of the I the Grafico Amador (Amateur Graphic Artist). During the 1970’s and 1980’s, he taught
Exhibit of the Paulista Artistic Family, both in In 1960, he inaugurated a visual arts office in composition, sculpture, drawing and the
São Paulo. He integrated the 7th Paulista Salon Rio de Janeiro. In 1963, he collaborated in theory of form at the Fine Arts School of the
of Fine Arts in 1940, and, in the following year, the organization of the College of Industrial UFMG, as well as composition and sculpture
was part of the 47th National Salon of Fine Arts Design. He represented Brazil, in 1968, a the at the Guignard School, of which he became
in Rio de Janeiro, the 1st Exhibit of the Osirarte I International Biennial of Industrial Design, director later on. His first individual exhibit in
and the 1st Arts Salon of the National Industry which was held at the MAM/RJ. He participat- Brazil takes place in 1978, at the Art Chamber
Fair, these last two in São Paulo. In 1944, he ed of the I Biennial of Design, Engraving and of Raquel Arnaud, in São Paulo. He also par-
had his first individual showing at the Itá Gal- Industrial Design in 1971, held in Cali, Colom- ticipated of the 6th, 8th, 15th, 19th (in the special
apêndice
lery, in São Paulo. In 1950, he went back to bia. He also became a Scenography Instructor hall Searching for the essence) and 20th São
Italy in the company of Paulo Rossi Osir and for the Theatre Course at the Fine Arts School Paulo Biennials.
Mario Zanini. Received an award at the 2nd of the University of Recife and of the School of
São Paulo Biennial in 1953 and participated Industrial Design. He is a honorary professor Antônio Maluf
of the 27th Venice Biennial. In 1956, MAM de at the Philadelphia Museum School of Art, in (São Paulo, SP, 1926 – São Paulo, SP, 2005)
São Paulo organized a retrospective exhibit of the United States. He studied painting with Nelson Nóbrega, at
Volpi’s work with 30 pieces. He was identified the Free School of Plastic Arts and in parallel
276 by critics and artists of the concrete move- Aluísio Carvão with Waldemar da Costa and Samson Flexor.
ment as the main artist of his generation and (Belém, PA, 1918 – Poço de Caldas, MG, He participated also of engraving courses
was honored at the Enac with inclusion of his 2001) and later industrial design at the Contempo-
work. In 1957, Mario Pedrosa organized at the Painter, illustrator and scenographer. In 1949, rary Art Institute, at the MASP. In 1951, he
MAM/RJ another retrospective of his works for had an individual showing at the Cultural Cen- won the contest to create the poster for the
which he wrote the text The Brazilian Master of ter Brazil-Uruguay. In 1952, he started the free 1st Biennial of São Paulo, of which he also
his Era. In 1958, he received the Guggenheim painting course of Ivan Serpa, at the MAM/RJ. participated as a painter. From this period on,
award and in 1961, the 6th São Paulo Biennial He integrated the Frente Group since its he creates murals with pre-molded elements
dedicated a full room to 53 of his works. conception, in 1953. During this same year, with the collaboration from architects such as
he participated of the 1st National Exhibit of Fábio Penteado, Lauro Costa Lima and João
Almir Mavignier Abstract Art and from 1957 to 1959 of the 1st Baptista Vilanova Artigas. In the beginning
(Rio de Janeiro, RJ, 1925) National Exhibit of Concrete Art, in São Paulo of the 1960’s decade, he worked with Fábio
In 1947, he studied painting with Arpad and in Rio de Janeiro, respectively. Between Penteado in the project for the clubhouse’s
Szènes and between 1948 and 1949, with the years of 1957 and 1959, he substituted cover of the Harmonia Tenis Society. In 1962,
Axel Leskoschek and Henrique Boëse. Serpa in the classes at the MAM/RJ. The first he finished together with Lauro Costa Lima,
Biografias
Belas-Artes, em 1940, e, no ano seguinte, o dustrial, em Cali, na Colômbia. Torna-se pro- 70 e 80, dá aulas de composição, escultura,
XLVII Salão Nacional de Belas-Artes do Rio fessor de cenografia do curso de teatro da desenho e teoria da forma na Faculdade
de Janeiro, a I Exposição do Osirarte e o I Escola de Belas-Artes da Universidade de de Belas-Artes, da UFMG, e composição e
Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, Recife e da Escola Superior de Desenho In- escultura na Escola Guignard, da qual seria
as duas últimas em São Paulo. Realiza, em dustrial. Sua obra é um dos conjuntos mais mais tarde diretor. Sua primeira exposição
1944, sua primeira individual na Galeria Itá, significativos do design corporativo brasilei- individual no Brasil acontece em 1978, no
em São Paulo. Em 1950, volta à Itália na ro, e inclui os programas de identidade das Gabinete de Arte Raquel Arnaud, em São
companhia de Paulo Rossi Osir e Mario Zani- seguintes empresas, eventos e instituições: Paulo. Participa ainda das VI, VIII, XV, XIX 277
ni. É premiado, em 1953, na II Bienal de São Petrobras, Furnas, Docenave, Banco do (na sala especial Em Busca da Essência) e
Paulo. Participa da XXVII Bienal de Veneza. Brasil, Unibanco e IV Centenário da Cidade XX Bienais de São Paulo.
Em 1956, o MAM de São Paulo organiza do Rio de Janeiro. Além disso, Aloisio foi o
uma retrospectiva de Volpi com 30 obras. responsável por dois projetos de padrões Antonio Maluf
Identificado pelos artistas e críticos do mo- monetários nacionais que entraram em vigor (São Paulo, SP, 1926-2005)
vimento concreto como o principal artista de entre o final da década de 1960 e o início da Estuda pintura com Nelson Nóbrega, na Es-
sua geração, é homenageado na Enac com década de 1980. cola Livre de Artes Plásticas, e, em paralelo,
a inclusão de duas obras. Em 1957, Mario com Waldemar da Costa e Samson Flexor.
Pedrosa organiza no MAM-RJ uma retros- Aluísio Carvão Participa de cursos de gravura e, posterior-
pectiva de suas obras, para a qual escreve (Belém, PA, 1918 – Poços de Caldas, MG, mente, de desenho industrial no Instituto de
o texto O Mestre Brasileiro de sua Época. 2001) Arte Contemporânea, no Masp. Em 1951,
Em 1958, recebe o Prêmio Guggenheim. Em Pintor, ilustrador e cenógrafo. Em 1949, vence concurso para realizar o cartaz da I
1961, a VI Bienal de São Paulo dedica a ele realiza individual no Centro Cultural Brasil- Bienal de São Paulo, da qual participa tam-
uma sala com 53 obras expostas. Uruguai. Em 1952, inicia o curso livre de bém como pintor. A partir desse período,
the mural-panel of the Vila Normanda and Founding poet of the concretist movement, Manifesto of 1959, and participated of the
in 1973, the mural for the Drivers Union. He Augusto de Campos utilized visual, acoustic first exhibit of the Group at the MAM/RJ. He
participated of the 9th and 10th São Paulo and movement resources, the spatial ar- presented works at the exhibit Konkrete Kunst
Biennials, of the 1st National Exhibit of Abstract rangement of the verses into different reading in Zurich, Switzerland, in 1960. Six years later,
Art, in 1953, held in Petrópolis, of the 1st supports in order to propose a new structural he participated of the Neo-concrete Exhibit at
Industrial Design Biennial in 1968 and of the syntax for poetry. the Culture and Education Ministry in Rio de
1st Applied Arts Biennial, held in 1965, in Punta Janeiro. In 1966, he had an individual showing
del Este, Uruguay. César Oiticica at the Brazil-United States Institute (IBEU), in
(Rio de Janeiro, RJ, 1939) Rio de Janeiro. He participated of the 2nd, 3rd,
Athos Bulcão In 1954, he studied painting with Ivan Serpa, 6th and 8th São Paulo Biennials.
(Rio de Janeiro, RJ, 1918) at the free style course, at the MAM/RJ. He
In 1939, he abandoned the medicine course concluded his architecture major at the Na- Emilie Chamie
to dedicate himself to painting. In 1941, he tional Architecture University in Rio de Janeiro. (Lebanon, 1927 – São Paulo, SP, 2000)
was selected to appear at the National Salon He participated of the exhibits of the Frente From 1951 to 1953, she studied at the Con-
of Fine Arts – Modern Division, where he got Group and of the 1st National Exhibit of Con- temporary Art Institute of the Masp. In 1954,
a Silver Medal in drawing and painting. In crete Art at the MAM/SP, in 1956, and in 1957 he created the poster for the 4th Centennial of
the following year, he participated of the do at the MAM/RJ. Starting in 1961, he began to the city of São Paulo. He did an internship and
Dissidente Group, together with young artists dedicate himself to architecture. He founded, works with Ruben Martins at the Forminform
who left or who refused to enter the Fine Arts in 1981, the Hélio Oiticica Project. after 1960. In 1965, he participated of the
School. In 1944, by invitation from Oscar Vanguard World Art Week at the Riquelme
Niemeyer, he has his first individual exhibit, at Décio Pignatari Gallery in Paris. In 1974, he received the
the headquarters of the Architects Institute of (Jundiaí, SP, 1927) award Best Exhibit of the Year and, in 1978,
Brazil, in Rio de Janeiro. In 1945, invited by He graduated from the Law School of the Uni- the award Best Graphic Artist for her design of
Candido Portinari, he worked as an assistant versity of São Paulo. Starting in 1949, he ap- the book Mitopoemas Yãnomam. Among the
in the execution of the San Francisco de pears as a poet on the pages of the magazine projects developed during her career, are the
Assis panel at the Pampulha Church, in Belo Novissimos (Brandnew) and Brazilian Poetry visual identity for the TBC – Brazilian Comedy
Horizonte and does an internship at Portinari’s Magazine, together with Haroldo and Augusto Theatre and for the São Paulo Cultural Center.
workshop in Rio de Janeiro through the end de Campos. In 1950, he released The Car-
of that year. He received, in 1948, a study rousel, sponsored by the Poetry Club of São Fernando Lemos
scholarship from the French government and Paulo. In 1952 he founded the Noigandres (Lisbon, Portugal, 1926)
went to Paris, where he attended drawing Group, with Haroldo and Augusto de Cam- In Lisbon, he studied lithography and painting
courses at the Académie de la Grande Chau- pos. In 1954, he taught the course Modern at the Decorative Arts School Antonio Arroio.
mière and courses in lithography at Jean Pons Poetry Roots in Teresópolis. He moved to Eu- Attended free style courses at the National
workshop. In the following year, he is awarded rope and lived there until 1956. He travels to Society of Fine Arts. In 1947, he participated
an Honor’s Mention in the drawing contest Ulm, at the Höchschule Für Gestaltung, con- of the 2nd General Exhibit of Plastic Arts of the
at the Cité Universitaire. He participated also tacting Tomás Maldonado and the poet Eugen SNBA. In 1949, he participated of the first
of the album Ten Artists of Latin America, Gombringer. With the Noigandres group, he exhibits of the Lisbon Surrealist Group and of
organized by Carlos Scliar and edited by the participated of the National Exhibit of Concrete the Surrealists. In 1952, he published the po-
Maison de L’Amérique Latine. In 1952, back in Art at the MAM/SP and MAC/USP. He gave a etic work Universal Keyboard. In the following
Brazil, he became an employee of the Culture lecture with Oliveira Bastos, at the MAC/USP, year, he moved to Brazil and participated of
and Education Ministry, at the Documentation in 1957. During this same year, he published the 2nd São Paulo Biennial with his drawings.
Services, under Simeão Leal’s orientation. He theoretical articles in the Sunday Supplement In 1954, he had an individual showing at the
made drawings for magazine covers, vinyl of the Jornal do Brasil. He worked as an March Gallery in São Paulo and also partici-
jackets, costumes and scenographies. In advertising editor and layout planner. In 1958, pated of the commemorative exhibit of the
1957, once again invited by Oscar Niemeyer, he signs the Pilot-Plan for concrete poetry. He 4th Centennial of founding of São Paulo city.
he was requested by the MEC to integrate the collaborated with the composition of the page From 1956 to 1975, he became a collabora-
New Capital Urbanizing Company – NOVA- Invention of the Correio Paulistano. In 1961, tor for the newspaper Democratic Portugal.
CAP, created by the then president, Juscelino he presented the thesis Current Situation of In 1957, he received the Award Best National
Kubitschek, and thus started his collaboration Poetry in Brazil at the 2nd Brazilian Convention Sketcher/Designer at the 4th São Paulo Bien-
in the projects for the new capital, Brasilia. of Literary Critic and History of Assis, in São nial. In 1963, he was contemplated with the
Paulo. He published his thesis in edition #1 of Best Book Cover Award and Best Graphic
Augusto de Campos the Invention in 1962. He became a professor Presentation at the 2nd International Biennial
apêndice
(São Paulo, SP, 1931) at the College of Information of the Industrial of Industrial Design at the MAM/SP. He co-
In 1951, he published his first poems book, Design School in Rio de Janeiro. In Brasília, founded Giroflé, a children’s books publisher.
The king minus the kingdom. He graduated in he organized the Advertising school of the In 1965, he participated with a special room
Law from the University of São Paulo, in 1953, Communication College. During the 1960’s, for paintings at the 8th São Paulo Biennial.
the same year he composed the poems in he acted as a soccer chronicler for the Folha
colors series Poetamenos (Lesserpoet), first de São Paulo newspaper and founded the Ferreira Gullar
concrete Brazilian poetry appearance. Also MARDA (Radical Gathering Movement in De- (São Luís, Maranhão, 1930)
278 during this period, he was part of the Noigan- fense of Art). He became a professor graduate In 1945, he wrote the sonnet The work, first
dres Group, of which he was the founder, courses at PUC/SP and FAU-USP. poem published in a newspaper. He contrib-
together with Décio Pignatari and Haroldo de uted to the literary supplement of the Diário de
Campos. In 1956 and 1957, he participated of Décio Vieira São Luís newspaper in 1948. In the following
the official launching of Concrete Poetry at the (Petrópolis, RJ, 1922 – Rio de Janeiro, RJ, year, he published his first book, A little above
1st National Exhibit of Concrete Art, in 1956, 1988) the ground with the support of the Gonçalves
at the MAM/SP and, in 1957, at the MAM/RJ. Starting in 1948, he studied with Axl Leskos- Dias Cultural Center. In 1950, his poem, The
In 1958, he signs the Pilot-Plan for Concrete chek. In 1952, he joined the Frente Group. cock, won a contest from the Literature News-
Poetry, in co-authorship with Haroldo de He participated of the 1st Modern Art Salon of paper. He moved to Rio de Janeiro, in 1951,
Campos and Décio Pignatari. In the follow- Rio de Janeiro and received the Acquisition and worked at the magazine Retired Trades-
ing years, he published critics and theoretical Award. He showed his work with the Frente men Institute. He also became a text reviewer
studies, besides translations and poetry. In Group at the MAM/RJ, in 1954. He also ap- at the Cruzeiro magazine. in 1955, he joined
1984, he started his production of poems peared in the 1st National Exhibit of Concrete the team that elaborated the Sunday Supple-
in the computer and other new technology Art at the MAM/SP, in 1956, and at the MAM/ ment of the Jornal do Brasil. He participated
means. In 1994, he published Unpoetry. RJ, in 1957. He signed the Neo-concrete in 1956, of the 1st National Exhibit of Concrete
cria murais com elementos pré-moldados, Desde meados dos anos 1950, publica es- de Janeiro e recebe o Prêmio Aquisição.
com colaboração de arquitetos como Fábio tudos críticos e teóricos, além de traduções Expõe com o Grupo Frente, no MAM-RJ,
Penteado, Lauro Costa Lima e João Baptis- de poesia. Em 1984, inicia sua produção em 1954. Figura na I Exposição Nacional
ta Vilanova Artigas. No início da década de de poemas em computador e outros meios de Arte Concreta, no MAM-SP, em 1956, e
60, trabalha com Fábio Penteado, no projeto tecnológicos. Em 1994, publica Despoesia. no MAM-RJ, em 1957. Assina o Manifesto
da cobertura da sede da Sociedade Harmo- Poeta fundador do movimento concretista, Neoconcreto de 1959 e participa da primeira
nia de Tênis. Em 1962, finaliza, com Lauro Augusto de Campos utiliza recursos visuais, exposição do grupo no MAM-RJ. Apre-
Costa Lima, o painel-mural da Vila Norman- acústicos, de movimento e de disposição senta trabalhos na mostra Konkrete Kunst,
da e, em 1973, o mural para o Sindicato dos espacial dos versos em diferentes suportes em Zurique, na Suíça, em 1960. Seis anos
Motoristas. Participa da IX e da X Bienais de leitura para propor uma nova sintaxe depois, participa da Exposição Neoconcre-
de São Paulo, da I Exposição Nacional de estrutural para a poesia. ta, no Ministério da Educação e Cultura, no
Arte Abstrata, em 1953, em Petrópolis, da Rio de Janeiro. Em 1966, realiza individual
I Bienal de Desenho Industrial, em 1968, e César Oiticica no Instituto Brasil-Estados Unidos (Ibeu), no
da I Bienal de Arte Aplicada, em 1965, em (Rio de Janeiro, RJ, 1939) Rio de Janeiro. Participa das II, III, VI e VIII
Punta del Este, no Uruguai. Em 1954, estuda pintura com Ivan Serpa, Bienais de São Paulo.
no curso livre no MAM-RJ. Conclui o curso
Athos Bulcão de arquitetura pela Faculdade Nacional de Emilie Chamie
(Rio de Janeiro, RJ, 1918) Arquitetura, no Rio de Janeiro. Participa das (Líbano, 1927 – São Paulo, SP, 2000)
Em 1939, deixa o curso de medicina para exposições do Grupo Frente e da I Exposi- De 1951 a 1953, estuda no Instituto de Arte
dedicar-se à pintura. Em 1941, é selecio- ção Nacional de Arte Concreta, no MAM-SP, Contemporânea do Masp. Em 1954, cria o
nado para o Salão Nacional de Belas-Artes, em 1956, e no MAM-RJ, em 1957. A partir cartaz para o IV Centenário da Cidade de
Divisão Moderna, e obtém medalha de prata de 1961, passa a dedicar-se à arquitetura. São Paulo. Realiza estágio e trabalhos com
em desenho e pintura. No ano seguinte, par- Funda, em 1981, o Projeto Hélio Oiticica. Ruben Martins, no Forminform, após 1960.
ticipa do Grupo Dissidente, juntamente com Em 1965, integra a Semana de Arte Mundial
jovens artistas egressos ou que se negam Décio Pignatari da Vanguarda, na Galeria Riquelme, em
a ingressar na Escola de Belas-Artes. Em (Jundiaí, SP, 1927) Paris. Em 1974, recebe o Prêmio de Melhor
1944, a convite de Oscar Niemeyer, realiza Forma-se pela faculdade de direito da Exposição do Ano e, em 1978, o de Melhor
sua primeira exposição individual, na sede Universidade de São Paulo. A partir de Artista Gráfica pelo design do livro Mitopoe-
do Instituto de Arquitetos do Brasil, no Rio 1949, figura como poeta nas páginas da mas Yãnomam. Entre os projetos desenvol-
de Janeiro. Em 1945, a convite de Candido Revista de Novíssimos e Revista Brasilei- vidos em carreira estão a identidade visual
Portinari, trabalha como assistente na exe- ra de Poesia, juntamente com Haroldo e para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e
cução do painel de são Francisco de Assis, Augusto de Campos. Em 1950, lança O para o Centro Cultural São Paulo.
na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Carrossel, sob o patrocínio do Clube de
Estagia no ateliê de Portinari, no Rio de Poesia de São Paulo. Em 1952, funda o Fernando Lemos
Janeiro, até o fim do ano. É contemplado, Grupo Noigandres, também com Haroldo (Lisboa, Portugal, 1926)
em 1948, com uma bolsa de estudos do e Augusto de Campos. Em 1954, leciona, Em Lisboa, estuda litografia e pintura na
governo da França. Segue para Paris, onde em Teresópolis, o curso Raízes da Poesia Escola de Artes Decorativas Antonio Arroio.
freqüenta os cursos de desenho da Acadé- Moderna. Muda-se para a Europa, onde Freqüenta cursos livres na Sociedade
mie de la Grande Chaumière e de litografia reside até 1956. Viaja a Ulm, na Höchschule Nacional de Belas-Artes. Em 1947, participa
no ateliê de Jean Pons. No ano seguinte, Für Gestaltung, contata Tomás Maldonado da II Exposição Geral de Artes Plásticas
recebe menção honrosa em concurso de e o poeta Eugen Gomringer. Com o Grupo da SNBA. Em 1949, integra as primeiras
desenho na Cidade Universitária. Participa Noigandres, participa da Exposição Nacional exposições do Grupo Surrealista de Lisboa
do álbum Dix Artistes de l’Amérique Latine, de Arte Concreta, no MAM-SP e MAC- e de Os Surrealistas. Em 1952, publica a
organizado por Carlos Scliar, editado pela USP. Realiza conferência, juntamente com obra poética Teclado Universal. No ano
Maison de L’Amérique Latine. Em 1952, Oliveira Bastos, no MAC-USP, em 1957. seguinte, transfere-se para o Brasil e integra
de volta ao país, torna-se funcionário do Nesse mesmo ano, publica artigos teóricos a II Bienal de São Paulo com desenhos. Em
Ministério da Educação e Cultura, no Ser- no Suplemento Dominical do Jornal do 1954, realiza individual na Galeria de Março,
viço de Documentação, sob orientação de Brasil. Trabalha como redator publicitário em São Paulo, e participa da exposição co-
Simeão Leal. Realiza desenhos para capas e planejador de lay-outs. Em 1958, é um memorativa do IV Centenário da Fundação
de revistas, de discos, figurinos, cenogra- dos signatários do Plano Piloto para Poesia da Cidade de São Paulo. De 1956 a 1975,
fias. Em 1957, a convite de Oscar Niemeyer, Concreta. Colabora com a composição da torna-se colaborador do jornal Portugal
é requisitado pelo MEC para a Companhia página Invenção, do Correio Paulistano. Em Democrático. Em 1957, recebe Prêmio de
apêndice
Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), 1961, apresenta a tese Situação Atual da Melhor Desenhista Nacional na IV Bienal de
criada pelo presidente Juscelino Kubitschek. Poesia no Brasil no II Congresso Brasileiro São Paulo. Em 1963, é contemplado com
Começa sua colaboração nos projetos de de Crítica e História Literária de Assis, em o Prêmio Melhor Capa de Livro e Melhor
Brasília. São Paulo. Publica e sua tese no número Apresentação Gráfica na II Bienal Interna-
1 da revista Invenção, em 1962. Torna-se cional de Desenho Industrial, no MAM-SP. É
Augusto de Campos professor da Escola Superior da Informação co-fundador da editora de literatura infantil
(São Paulo, SP, 1931) da Escola de Desenho Industrial no Rio de Giroflé. Em 1965, participa com sala espe-
Em 1951, publica seu primeiro livro de po- Janeiro. Em Brasília, organiza a Escola de cial de pintura na VIII Bienal de São Paulo. 279
emas, O Rei Menos o Reino. Forma-se em Publicidade da Faculdade de Comunicação.
direito na Universidade de São Paulo, em Nos anos 60, atua como cronista de futebol Ferreira Gullar
1953, mesmo ano em que compõe a série da _Folha de S.Paulo e funda o Movimento (São Luís, Maranhão, 1930)
de poemas em cores Poetamenos, primeira de Arregimentação Radical em Defesa da Em 1945, escreve o soneto O Trabalho, pri-
manifestação da poesia concreta brasileira. Arte (Marda). Torna-se professor no curso meiro poema publicado em jornal. Colabora
Nesse mesmo período, integra o Grupo de pós-graduação da PUC-SP e da FAU- no suplemento literário do Diário de São
Noigandres, do qual é fundador, com Décio USP. Luís, em 1948. No ano seguinte, publica seu
Pignatari e Haroldo de Campos. Em 1956 primeiro livro, Um Pouco Acima do Chão,
e 1957, participa do lançamento oficial da Décio Vieira com apoio do Centro Cultural Gonçalves
Poesia Concreta, na I Exposição Nacional de (Petrópolis, RJ, 1922 – Rio de Dias. Em 1950, seu poema O Galo vence
Arte Concreta, em 1956, no MAM-SP, e, em Janeiro, RJ, 1988) um concurso do Jornal de Letras. Transfere-
1957, no MAM-RJ. Em 1958, assina o Plano A partir de 1948, estuda com Axl Leskos- se para o Rio de Janeiro, em 1951, e traba-
Piloto para Poesia Concreta, em co-autoria chek. Em 1952, integra o Grupo Frente. lha na revista do Instituto de Aposentadoria
com Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Participa do I Salão de Arte Moderna do Rio dos Comerciários. Torna-se também revisor
Art at the MAM/SP, and in 1957, at the MAM/ of furniture, the Forminform (1957), where he Frente Group. In 1956 he integrated the 1st
RJ. In 1958, he launched the book Poems. In created brands and logos alongside Rubens National Exhibit of Concrete Art at the MAM/
the following year he wrote the Neo-concrete Martins, Walter Macedo and Alexandre SP, and in 1957 at the MAM/RJ. In 1960, ap-
Manifesto and the Theory of the Non-object, Wollner and also Hobjeto Furniture (1964). peared in the Konkrete Kunst exhibit in Zurich.
published at the time of the 1st Neo-concrete He participated of the 27th Venice Biennale He created his first environment project in
Exhibit. In 1961, he was appointed director of in 1956, where he received the Acquisition 1961. In 1967, he presented his Penetrables
the Brasilia Cultural Foundation. Award and in this same year also participated PN2 and PN3, baptized ‘Tropicalia’. In 1969,
of two editions of the National Exhibit of he had an individual showing at the Whitecha-
Franz Weissmann Concrete Art. He made, in conjunction with pel Gallery, in London, with Guy Brett as
(Knittefeld, Austria, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, Wollner, the posters for the International Film the curator. During this period he developed
2005) Festival and for the International Revoada, environment proposals as a resident artist at
In 1924, he moved to Brazil and in 1939, and obtained the first prize in the contests of the Sussex University, in Brighton. In 1970,
started his studies in arts and architecture at the 4th Centennial of the city of São Paulo. he integrated the Information exhibit, at the
the Fine Arts School of Rio de Janeiro. From He also participated of the Konkrete Kunst, in MoMA in New York. He was awarded a Gug-
1942 to 1944, he studied drawing with August Zurich (1960). In 1966, he was one of the cre- genheim Foundation scholarship. In 1971, he
Zamoyski. He moved to Belo Horizonte in ators of the Rex Group, under the leadership had an individual exhibit at the Rhode Island
1945. From 1948 to 1956, by invitation of of Wesley Duke Lee. University. He participated of the 4th, 5th, 7th,
Guignard, he taught molding and sculpture 8th, 14th (invited artist) and of the 22nd (special
at the School of the Park, where he taught to Goebel Weyne room) São Paulo Biennials.
Mary Vieira and Amílcar de Castro. Although (Fortaleza, CE, 1933)
living in at the time Belo Horizonte, he In 1950 he joined the Plastic Arts Society of Hércules Barsotti
participated of the Frente Group as of 1955. Ceará (SCAP), participated of the 6th April (São Paulo, SP, 1914)
He participated of the Group’s exhibits at the Salon and was one of the co-founders of Between 1926 and 1933, he studied drawing
MAM/RJ, in 1956, and in Resende and Volta the Independentes Group. He received a and composition with Erico Vio, in São Paulo.
Redonda, in 1957. In 1958, he received the scholarship from the Museum of Modern Art He graduated in Chemistry from the Mack-
Award Travel Abroad at the National Salon of of São Paulo from 1951 to 1952. In 1957 he enzie Institute in 1937, and worked in this
Modern Art. In 1959 he signed the Neo-con- organized and participated of the Concrete, a area until 1939. The first abstract drawings,
crete Manifesto and took part of the exhibits concrete poetry exhibit in Fortaleza. He partici- characterized by free geometrical shapes
in 1959, at the MAM/RJ, at the Belvedere da pated in 1959 of the course at the MAM/RJ, appeared later, in 1950. Starting in 1954, he
Sé, in Salvador and at the MAM in São Paulo developed by the professors of the HfG in produces paintings of constructive nature
and Rio de Janeiro in 1960. During this same Ulm, Tomás Maldonado e Otl Aicher. He joined with an unique economy of colors and formal
year he participated of the Konkrete Kunst the College of Industrial Design (ESDI) project elements maintaining, however, an indepen-
exhibit in Zurich. He resided in Europe form in 1964 as a professor in the visual program- dence from the paulista concrete group and
1960 to 1965. He participated of the 2nd, 3rd ming area and as graduate projects counselor. its exhibits. Still in 1954, with Willys de Castro,
(2nd Sculpture Award), 4th (Sculpture Award), In 1968, together with Mauricio Roberto and he founded the Graphic Projects Studio,
8th (special room), 9th and 19th (in the special Karl Heinz Bergmiller, he structured the IDI- which existed until 1967. Since the beginning
room: In search of the essence) Biennials of MAM – Industrial Design Institute at the Mu- of the Studio’s activities until 1957 he made
São Paulo. In 1972, he participated of the seum of Modern Art of Rio de Janeiro, where illustrations for magazines and developed
Venice Biennale. he developed applied research in design and fabric pattern projects executed in his own
activities linked to the divulging and promotion weaving factory. In this same year, he initiated
Geraldo de Barros of industrial design. He has been participating his participations in the São Paulo Biennials,
(Xavantes, SP, 1923 – São Paulo, SP, 1998) of innovative visual communication projects as participating of the 5th, 6th and 7th editions. His
He studied with Clóvis Graciano, Colette Pujol a coordinator and of visual identity programs first individual showing took place at the Arte
and Yoshiya Takaoka between 1945 and for private and state owned companies. das Folhas Gallery, in São Paulo, in 1959. He
1947. As of 1947, he started to frequent the participated of the 2nd and 3rd Exhibit of Neo-
Photo Cine Bandeirantes Club. Still in 1947, Haroldo de Campos concrete Art which took place at the MEC/RJ
he founded the Group 15 with Ataíde de (São Paulo, SP, 1929 – Idem, 2002) in 1960 and at the MAM/SP in 1961. He
Barros, Antônio Carelli and Yoshiya Takaoka, He graduated in Law from the University of participated of the Konkrete Kunst exhibit in
among others. He integrated, in this same São Paulo, in 1952, same year he founded the Zurich, in 1960. In 1962, he showed his work
year, the 19 painters exhibit, at the Prestes Noigandres Group with Augusto de Cam- with Willys de Castro, a the Petite Galerie
Maia Gallery. Pioneer of abstract photog- pos and Décio Pignatari. In 1956, the group (Rio de Janeiro and São Paulo), and exhibited
raphy in Brazil, he organized, in 1949, the launched the concrete poetry movement at again at the same place in Rio de Janeiro in
apêndice
photo lab of the MASP. In 1950, he produced the 1st National Exhibit of Concrete Art at the 1965. One of the first members of the Brazil-
the photographic exhibit Fotoformas. As a MAM/SP and in 1957, at the MAM/RJ. In ian Society of Industrial Design of São Paulo,
scholarship student from the French govern- 1958, he published the pilot-plan for concrete he also acted as a designer of costumes
ment, he studied in 1951, lithography at the poetry with Augusto de Campos and Décio for theatres, like the ones made for the play
Fine Arts School of Paris and engraving at the Pignatari.He worked also as a translator, a Mimodrama, staged at the Cultura Artistica
workshop of Stanley Hayter. During this same critic and literary theoretician and a professor Theatre in São Paulo, in 1953.
year, he also attended the Hochschule für of the graduate course in communication and
280 Gestaltung (School of Form), in Ulm, Germany, literature semiotics at PUC/SP. In 1992, he Hermelindo Fiaminghi
where he studied graphic arts with Otl Aicher won the Jabuti Award of literary person of the (São Paulo, SP, 1920 – São Paulo, SP, 2004)
and comes into close contact with Max Bill. year. In 1999, he also received a Jabuti Award He started his activities in graphic arts, draw-
He participated of the 1st (Acquisition Award), for his book Crisantempo: of 1998. He pub- ing and lithography in 1935 at the Melhora-
2nd, 3rd, 9th (Acquisition Award), 14th, 15th and lished in 1999, The World Machine Rethought. mentos Company of São Paulo. Between
21st São Paulo Biennials, he also was respon- 1936 and 1941 he studied drawing and
sible for the organization of the photography Hélio Oiticica graphic arts at the general course of the Arts
sector at the 2nd Biennial. He was one of the (Rio de Janeiro, RJ, 1937 – Rio de Janeiro, and Workmanship Lyceum where he later
founders of the Ruptura Group as well as a RJ, 1980) became a drawing professor. He met there
signer of their manifesto next to Waldemar From 1947 to 1950, he accompanied his professor Waldemar Cordeiro, with whom he
Cordeiro, Luiz Sacilotto and Lothar Charoux father, José Oiticica Filho, who received a studied painting next to Lothar Charoux, Maria
among others. Starting in 1954, he began to scholarship from the Guggenheim Foundation Leontina and Clóvis Graciano. He dedicated
act in the industrial design and visual com- in Washington. In 1954, he studied painting himself to advertising starting in 1946, at
munication areas, founding the coop Unilabor with Ivan Serpa, at the MAM/RJ. Starting in Lintas International Advertising. He partici-
(1954) that was dedicated to the production 1955, he participated of the exhibits of the pated of the National Exhibit of Concrete Art
de textos na revista O Cruzeiro. Em 1955, e comunicação visual, fundando a coope- ções do Grupo Frente. Integra a I Exposição
integra a equipe que elabora o Suplemento rativa Unilabor (1954), dedicada à produção Nacional de Arte Concreta, no MAM-SP, em
Dominical do Jornal do Brasil. Figura na de móveis, a Forminform (1957), em que 1956, e no MAM-RJ, em 1957. Em 1960,
I Exposição Nacional de Arte Concreta, em cria marcas e logotipos ao lado de Rubens figura na mostra Konkrete Kunst, em Zuri-
1956, no MAM-SP, e, em 1957, no MAM- Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, que, na Suíça. Cria, em 1961, seu primeiro
RJ. Em 1958, lança o livro Poemas. No ano e a Hobjeto Móveis (1964). Participa da projeto ambiental. Em 1967, apresenta os
seguinte, escreve o Manifesto Neoconcreto XXVII Bienal de Veneza, em 1956, e recebe Penetráveis PN2 e PN3, batizados de Tropi-
e a Teoria do Não-Objeto, publicado por o Prêmio Aquisição. Integra, nesse ano, as cália. Em 1969, realiza exposição individual
ocasião da I Exposição Neoconcreta. Em duas edições da Exposição Nacional de Arte na Galeria Whitechapel, em Londres, com
1961, é nomeado diretor da Fundação Cul- Concreta. Realiza, em colaboração com curadoria de Guy Brett. Nesse período, de-
tural de Brasília. Wollner, os cartazes do Festival Internacio- senvolve propostas ambientais como artista
nal de Cinema e da Revoada Internacional, residente na Universidade Sussex, em Bri-
Franz Weissmann obtendo o primeiro prêmio nos concursos ghton, Inglaterra. Em 1970, integra a expo-
(Knittefeld, Áustria, 1914 – Rio de Janeiro, de cartaz do IV Centenário de São Paulo. sição Information, no MoMA de Nova York.
RJ, 2005) Participa da mostra Konkrete Kunst, em É contemplado com bolsa da Fundação
Em 1924, transfere-se para o Brasil e, em Zurique, na Suíça, em 1960. Em 1966, é um Guggenheim. Em 1971, realiza individual na
1939, inicia estudos em artes e arquitetura dos criadores do Grupo Rex, sob a lideran- Universidade Rhode Island. Participa das IV,
pela Escola de Belas-Artes do Rio de Janei- ça de Wesley Duke Lee. V, VII, VIII, XIV (artista convidado) e XXII (sala
ro. De 1942 a 1944, estuda desenho com especial) Bienais de São Paulo.
August Zamoyski. Em 1945, muda-se para Goebel Weyne
Belo Horizonte. De 1948 a 1956, a convite (Fortaleza, CE, 1933) Hércules Barsotti
de Guignard, leciona modelagem e escultura Em 1950, torna-se membro da SCAP – So- (São Paulo, SP, 1914)
na Escola do Parque e é professor de Mary ciedade Cearense de Artes Plásticas e é um Entre 1926 e 1933, estuda desenho e
Vieira e de Amilcar de Castro. Embora dos fundadores do Grupo dos Independen- composição com Erico Vio, em São Paulo.
morando em Belo Horizonte, a partir de tes. Recebe bolsa de estudos do Museu Formado em química pelo Instituto Ma-
1955, integra o Grupo Frente e participa das de Arte Moderna de São Paulo, de 1951 ckenzie, em 1937, trabalha nessa área até
exposições do grupo no MAM-RJ, em 1956, a 1952. Em 1957, organiza e participa de 1939. Os primeiros desenhos abstratos,
em Resende e em Volta Redonda, em 1957. Concreto, exposição de poesia e arte caracterizados por figuras geométricas
Em 1958, recebe o Prêmio Viagem ao Ex- concreta em Fortaleza. Participa em 1959 livres, aparecem em 1950. A partir de 1954,
terior, no Salão Nacional de Arte Moderna. do curso desenvolvido no MAM RJ pelos realiza pinturas de caráter construtivo com
Em 1959, assina o Manifesto Neoconcreto professores da HfG Ulm Tomás Maldona- singular economia de cores e elementos
e toma parte nas exposições realizadas, em do e Otl Aicher. Integra-se ao projeto da formais, mantendo, no entanto, independên-
1959, no MAM-RJ, no Belvedere da Sé, em ESDI em 1964 como professor na área de cia em relação ao grupo concreto paulista
Salvador, e, em 1960, no MAM de São Paulo programação visual e orientador de projetos e a suas exposições. Ainda em 1954, ao
e do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, in- de graduação. Em 1968, juntamente com lado de Willys de Castro, funda o Estúdio
tegra a mostra Konkrete Kunst, em Zurique, Maurício Roberto e Karl Heinz Bergmiller, de Projetos Gráficos, que existiu até 1967.
na Suíça. Reside na Europa de 1960 a 1965. estrutura o IDI-MAM – Instituto de Desenho Desde o início das atividades do estúdio até
Participa da II, III (2° Prêmio de Escultura), IV Industrial do Museu de Arte Moderna do 1957, faz ilustrações para revistas e desen-
(Prêmio de Escultura), VIII (sala especial), IX Rio de Janeiro, desenvolvendo pesquisas volve projetos de estamparia que seriam
e XIX (na sala especial Em Busca da Essên- aplicadas em design e atividades ligadas à executados na própria tecelagem. Nesse
cia) Bienais de São Paulo. Em 1972, figura divulgação e promoção do desenho indus- mesmo ano, inicia sua participação nas
na Bienal de Veneza. trial. Tem atuado em projetos inovadores de Bienais de São Paulo, que se repetem na
comunicação visual e como coordenador de quinta, sexta e sétima edições. Sua primeira
Geraldo de Barros programas de identidade visual de empre- individual acontece na Galeria de Arte das
(Xavantes, SP, 1923 – São Paulo, SP, 1998) sas privadas e estatais. Folhas, em São Paulo, em 1959. Participa
Estuda com Clóvis Graciano, Colette Pujol e das II e III Exposição de Arte Neoconcreta,
Yoshiya Takaoka entre 1945 e 1947. Passa Haroldo de Campos realizadas, respectivamente, no MEC-RJ,
a freqüentar, a partir de 1947, o Foto Cine (São Paulo, SP, 1929-2002) em 1960, e no MAM-SP, em 1961. Integra
Clube Bandeirantes. Funda, ainda em 1947, Forma-se em direito pela Universidade de a mostra Konkrete Kunst, em Zurique, na
com Ataíde de Barros, Antônio Carelli e São Paulo, em 1952, mesmo ano em que Suíça, em 1960. Em 1962, expõe com Willys
Yoshiya Takaoka, entre outros, o Grupo 15. funda, com Augusto de Campos e Décio de Castro, na Petite Galerie (Rio de Janeiro
Integra, nesse mesmo ano, a mostra 19 Pin- Pignatari, o Grupo Noigandres. Em 1956, o e São Paulo), e volta a expor no mesmo
apêndice
tores, na Galeria Prestes Maia. Precursor da grupo lança o movimento de poesia concre- local no Rio de Janeiro, em 1965. Um dos
fotografia abstrata no Brasil, em 1949, or- ta na I Exposição Nacional de Arte Concreta, primeiros membros da Sociedade Brasileira
ganiza o laboratório de fotografia do Masp. no MAM-SP e, em 1957, no MAM-RJ. Em de Desenho Industrial de São Paulo, atua
Em 1950, realiza a exposição de fotografias 1958, publica o Plano Piloto para Poesia também como desenhista de figurinos para
Fotoformas. Como bolsista do governo Concreta, com Augusto de Campos e Décio teatro, como os executados para a peça
francês, em 1951, estuda litografia na École Pignatari. Trabalha também como tradutor, Mimodrama, encenada no Teatro Cultura
des Beaux-Arts (Escola de Belas-Artes) de crítico e teórico literário. Foi professor do Artística, em São Paulo, em 1953.
Paris e gravura no ateliê de Stanley Hayter. curso de pós-graduação em comunicação 281
Nesse mesmo período, freqüenta também a e semiótica da literatura, na PUC-SP. Em Hermelindo Fiaminghi
Hochschule für Gestaltung (Escola Superior 1992, ganha o Prêmio Jabuti de persona- (São Paulo, SP, 1920-2004)
da Forma), em Ulm, na Alemanha, onde lidade literária do ano. Em 1999, o Prêmio Inicia atividades nas áreas de artes gráficas,
estuda artes gráficas com Otl Aicher e apro- Jabuti de poesia é conferido para seu livro desenho e litografia, em 1935, na Com-
xima-se de Max Bill. Participa das I (Prêmio Crisantempo: de 1998. Publica, em 1999, A panhia Melhoramentos de São Paulo.
Aquisição), II, III, IX (Prêmio Aquisição), XIV, Máquina do Mundo Repensada. Entre 1936 e 1941, estuda desenho e artes
XV e XXI Bienais de São Paulo, sendo o gráficas no curso geral do Liceu de Artes
responsável pela organização do setor de Hélio Oiticica e Ofícios, do qual se torna, posteriormen-
fotografias da II Bienal. É um dos funda- (Rio de Janeiro, RJ, 1937-1980) te, professor de desenho. Lá conhece o
dores e signatário do manifesto do Grupo De 1947 a 1950, acompanha o pai, José Oi- professor Waldemar Cordeiro, com quem
Ruptura em 1952, ao lado de Waldemar ticica Filho, que recebe bolsa da Fundação estuda pintura, ao lado de Lothar Charoux,
Cordeiro, Luiz Sacilotto e Lothar Charoux, Guggenheim, em Washington. Em 1954, Maria Leontina e Clóvis Graciano. Dedica-se
entre outros. A partir de 1954, passa a exer- estuda pintura com Ivan Serpa, no MAM-RJ. à publicidade, a partir de 1946, na Lintas
cer atividades na área de desenho industrial A partir de 1955, toma parte das exposi- International Advertising. Integra a Exposição
(MAM/SP, 1956; MAM/RJ, 1957). In 1958 and in painting of Ivan Serpa at the MAM/RJ the Ruptura Group of concrete art, remain-
1959 he participated of the Collective Work- where he also studied graphic arts with Aloísio ing till its end the only female integrant. She
shop of Brás with Waldemar Cordeiro, Kazmer Magalhães and Alexandre Wollner. Starting participated of the National Exhibit of Concrete
Féjer, Maurício Nogueira Lima and Décio after his contact with Serpa, he integrated Art, held in 1956 at the Modern Art Museum
Pignatari. In 1958, he started studies he called the Frente Group in 1954, participating of the of São Paulo and 1957 at the MAM in Rio de
color-light reticule. Between 1958 and 1959, exhibits at the IBEU (1954), MAM/RJ (1955), Janeiro. In 1960, she integrated the Konkrete
he became a member of the managing board Resende (1956) and Volta Redonda (1956). Kunst exhibit in Zurich. In 1963, she shows
of the Leirner Award of Contemporary Art, He also made part of two editions of the 1st her work at the inauguration of the NT- New
and in 1963 he was one of the founders of the National Exhibit of Concrete Art (MAM/SP, Trends Gallery in São Paulo, of which she was
Visual Arts Association and NT-New Trends 1956; MAM/RJ, 1957). He held individual one of the co-founders, together with Hermel-
Gallery, participating of the inaugural collective exhibits at the BCN Art Gallery in 1969 and indo Fiaminghi (1920-2004) and Luiz Sacilotto
exhibit. In 1970, he created and directed the Saramenha Gallery in 1986, both in Rio de Ja- (1924-2003). In 1958 he received the Leirnier
Free Plastic Arts Workshop in São José dos neiro. He participated of the 3rd (in the painting Prize of Contemporary Art. She integrated the
Campos. and architecture sections), 6th, 7th and 9th São 3rd, 7th, 8th, 9th and 10t.
Paulo Biennials.
Ivan Serpa Julio Roberto Katinsky
(Rio de Janeiro, RJ, 1923 – Rio de Janeiro, Joaquim Tenreiro (Salto,SP,1932)
RJ 1973) (Melo, Portugal, 1906 – Itapira, SP, 1992) Graduated from the Architecture and Urban
Starting in 1946, he studied with Axl Leskos- In 1925, he moved to Rio de Janeiro. He stud- Planning College at USP in 1957. He started
chek. Between 1947 and 1951, he partici- ied geometrical drawing at the Portuguese his academic activities in the 1960’s and
pated of the Modern Division at the 52nd, 53rd, Literary Lyceum and later at the Arts and directed the FAU between 1994 and 1998.
54th, 55th and 56th National Salons of Fine Arts Workmanship Lyceum. In 1931, he accom- He has an extensive intellectual production,
in Rio de Janeiro. In this same year, he had panies the Bernardelli foundation, developing having published 139 texts among books and
his first individual showing at the Brazil-United landscape paintings. In 1942, as a designer articles, within which stand out the following:
States Cultural Institute in Rio de Janeiro. In for the Laubish & Hirth company, he designs Bandeiristas Houses: birth and recognition of
1952, he directed the courses of children’s the Light Armchair, first modern piece of fur- art in São Paulo (São Paulo: IGEO/USP, 1976)
art at the Free Workshop at the MAM/RJ. He niture of his authorship. In the following year, and Industrial Design (In: General History of
showed his work at the 26th Venice Biennale. he puts together his own furniture shop. In Art in Brazil. São Paulo: IMS, 1983. v.2, pg.
In 1953, he articulated the creation of the 1946 he had his first individual showing at the 915-951).
Frente Group and published the book Growth IAB in Rio de Janeiro. In 1947 he inaugurates
and Creation with text by Mario Pedrosa. In his store of modern furniture in Rio de Janeiro Karl Heinz Bergmiller
1954, he participated of the 1st Exhibit of the which doubles as a space for exhibits of art- (Germany, 1928)
Frente Group, at the Brazil-United States ists such as Milton Dacosta, Bonadei, Volpi, Designer graduated from the Hochschule für
Cultural Institute in Rio de Janeiro. He partici- Goeldi, among others. In 1965, he integrated Gestaltung (School of Form). Between 1956
pated, in 1957, of the 1st National Exhibit of the 8th São Paulo Biennial. In 1977, the MAM/ and 1958, he worked together with Max Bill.
Concrete Art at the MAM/RJ. Also in 1957, he RJ holds a retrospective exhibit of the work of In Brazil since 1958, he developed project
received the Award Travel Abroad at the 6th Tenreiro. at the Forminform. He started in 1967, his
National Salon of Modern Art of Rio de Janeiro contribution to the Escriba, an office furniture
and after that spent two years in Europe. Jorge (Jerzy) Zalszupin factory where he implemented the design as a
In 1965 he had a retrospective showing at (Warsaw, Poland, 1922) continuous and permanent activity and where
the MAM/RJ. He participated of the editions Studied architecture in Romania, participated he remains until today. In 1963, he participat-
1 (Award Young National Painter), 2 (MAM of France’s housing project after WWII and ed of the structuring project of the Industrial
Award), 3 (Moinho Santista Award), 4 (Acquisi- emigrated to Brazil in 1949. He worked at the Design College in Rio de Janeiro. He became
tion Award), 7, 8, 12, 15, 17 and 20 of the São offices of Luciano Korngold and, in partner- the official professor of the Ergonomics
Paulo Biennials. ship with some carpenters, he founded discipline in 1966 and has developed projects
the workshop L’Atelier in 1959, developing as well as oriented graduation projects. For
João Batista Vilanova Artigas projects with strong Scandinavian accent. The the private industry, he developed projects for
(Curitiba, PR, 1915 – São Paulo,SP, 1985) company was sold to the Forsa Group with optical and scientific equipment, heavy and
He graduated in 1937 as an architect-engineer Jorge staying on as Research and Prod- light machinery and furniture.
from the Polytechnics College of the University uct Development Director. He worked with
of São Paulo, where he started, in 1940, his designers such as Osvaldo Mellone, Paulo Kazmer Féjer
career as a professor. At the FAU, he stood Jorge Pedreira and Lilian Weimberg. The team (Pécs, Hungary, 1923 – Sesimbra,
apêndice
out not only for his pedagogical activity, but projected the Eva utensils line, which raised Portugal, 1989)
also for his efforts in the processes of review the standard for plastic utensils fabricated in In Budapest he studied industrial chemistry
and reformulation of the school’s course cur- Brazil. As of 1980 with the dissolution of the and attended the Fine Arts Academy. He
riculum, elaborating, in 1961, the project for team, Jorge started to dedicate himself to integrated the Five Young Artists exhibit, orga-
its new headquarters at University City. In the architecture and painting. nized the Budapest Art Club and participated
1940’s, together with Frederico Kirchgässner as secretary at the Abstract Artists Gallery. He
and Lolô Cornelsen he was responsible for the Judith Lauand showed his work at the New Realities Salon in
282 first modernist manifestations in architecture in (Pontal, SP, 1922) Paris in 1946, at the Vienna Art Club in 1947
Curitiba. He worked with a few architects such In 1950, she concluded the Araraquara and at the Art Club in Turin in 1948. Through
as Gregori Warchavchik and Oswaldo Bratke. School of Fine Arts, where she learned paint- the Art Club he met Waldemar Cordeiro, who
His work is heavily influenced by Frank Lloyd ing with Mario Ybarra de Almeida (1893-1952) invited him to show his work in São Paulo, in
Wright, at first, and also Le Corbusier e Gro- and Domenico Lazzarini (1920-1987). In 1952, 1949. In 1951 he participated of the 1st São
pius. Among his most famous projects are the she moved to São Paulo for good and studied Paulo Biennial. He was one of the co-founders
Londrina bus station (1948-52), the Morumbi engraving with Livio Abramo (1903-1992). of the Ruptura Group. He participated of an
stadium (1952), the Itanhaem stadium (1959) In 1954, she worked as a monitor at the 2nd exhibit with the Group in 1952 at the MAM/SP
and the bus station in Jau (1973). International São Paulo Biennial and comes and signed the Ruptura Manifesto. He partici-
into contact with the concrete painting of pated of the 1st National Exhibit of Concrete
João José da Silva Costa Alexandre Wollner (1928) and Geraldo de Bar- Art at the MAM/SP and MAM/RJ in 1956 and
(Parnaíba, PI, 1931) ros (1923-1998). During this same year she 1957 respectively. He also participated of the
He concluded, in 1955, the National College had her first individual showing at the Ambiene Konkrete Kunst exhibit in Zurich in 1960. He
of Architecture of the Brazil University in Rio Gallery in São Paulo. In 1955, she was invited worked also as an industrial chemist in ceram-
de Janeiro. He attended the free style course by Waldemar Cordeiro (1925-1973) to join ics and plastic materials. He moved to Paris in
Nacional de Arte Concreta (MAM-SP, 1956; no Rio de Janeiro. Freqüenta o curso livre ria Ambiente, em São Paulo. Em 1955, é
MAM-RJ, 1957). Participa, em 1958 e 1959, de pintura de Ivan Serpa no MAM-RJ, e convidada, por Waldemar Cordeiro (1925-
do Ateliê Coletivo do Brás, com Waldemar estuda também artes gráficas com Aloísio 1973), a unir-se ao Grupo Ruptura de arte
Cordeiro, Kazmer Féjer, Maurício Nogueira Magalhães e Alexandre Wollner. A partir concreta, sendo até o fim a única mulher
Lima e Décio Pignatari. Em 1960, faz parte do contato com Serpa, integra o Grupo integrante. Participa da Exposição Nacio-
da retrospectiva Konkrete Kunst, em Zurique, Frente, em 1954, e participa das mostras nal de Arte Concreta, realizada, em 1956,
na Suíça. Em 1958, inicia os estudos do que do Ibeu (1954), MAM-RJ (1955), Resende no MAM-SP, e, em 1957, no MAM-RJ. Em
chamou retícula cor-luz. Entre 1958 e 1959, (1956) e Volta Redonda (1956). Integra 1960, integra a mostra Konkrete Kunst,
torna-se membro do conselho-diretor do também as duas edições da I Exposição em Zurique, na Suíça. Em 1963, expõe na
Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, e, Nacional de Arte Concreta (MAM-SP, inauguração da Galeria NT-Novas Ten-
em 1963, é um dos fundadores da Associa- 1956; MAM-RJ, 1957). Realiza exposições dências, em São Paulo, da qual é uma das
ção de Artes Visuais e Galeria NT-Novas Ten- individuais na Galeria de Arte BCN, em fundadoras, com Hermelindo Fiaminghi
dências, participando da coletiva inaugural. 1969, e na Galeria Saramenha, em 1986, (1920-2004) e Luiz Sacilotto (1924-2003).
Em 1970, cria e dirige o Ateliê Livre de Artes ambas no Rio de Janeiro. Figura nas III Em 1958, recebe o Prêmio Leirner de Arte
Plásticas, em São José dos Campos. (nas seções de pintura e arquitetura), VI, Contemporânea. Integra as III, VII, VIII, IX e
VII e IX Bienais de São Paulo. X Bienais de São Paulo.
Ivan Serpa
(Rio de Janeiro, RJ, 1923-1973) Joaquim Tenreiro Julio Roberto Katinsky
A partir de 1946, estuda com Axl Leskos- (Melo, Portugal, 1906 – Itapira, SP, 1992) (Salto, SP, 1932)
chek. Entre 1947 e 1951, participa da Em 1925, transfere-se para o Rio de Janeiro. Forma-se pela Faculdade de Arquitetura e
Divisão Moderna nos LII, LIII, LIV, LV e LVI Estuda desenho geométrico no Liceu Urbanismo da USP em 1957. Inicia atividade
Salões Nacionais de Belas-Artes, no Rio Literário Português e, mais tarde, no Liceu acadêmica na década de 60. Dirige a insti-
de Janeiro. Nesse mesmo ano, realiza a de Artes e Ofícios. Em 1931, acompanha a tuição FAU entre 1994-1998. Possui extensa
primeira individual no Instituto Cultural fundação do Núcleo Bernardelli. Desenvol- produção intelectual, tendo publicado 139
Brasil-Estados Unidos, no Rio de Janeiro. ve, então, pinturas de paisagem. Em 1942, textos entre livros e artigos, dentre os quais
Em 1952, dirige os cursos de arte infantil como designer da empresa Laubish & Hirth, destacam-se Casas bandeiristas: nascimen-
e o Ateliê Livre, no MAM-RJ. Expõe na desenha a Poltrona Leve, primeiro móvel to e reconhecimento da arte em São Paulo
XXVI Bienal de Veneza. Em 1953, articula moderno de sua autoria. No ano seguinte, (São Paulo: IGEO/USP, 1976) e Desenho In-
a criação do Grupo Frente. Publica o livro monta a própria oficina de móveis. Em 1946, dustrial (In: História Geral da Arte no Brasil.
Crescimento e Criação, com texto de Mário realiza a primeira individual, no IAB, no Rio São Paulo: IMS, 1983. v.2, p.915-951).
Pedrosa. Em 1954, integra a I Exposição do de Janeiro. Em 1947, inaugura sua loja de
Grupo Frente, no Instituto Cultural Brasil- móveis modernos, no Rio de Janeiro, que Karl Heinz Bergmiller
Estados Unidos, no Rio de Janeiro. Participa funciona também como espaço expositivo (Bad Tölz, Alemanha, 1928)
da I Exposição Nacional de Arte Concreta, para artistas como Milton Dacosta, Bonadei, Designer formado pela Hochschule für Ges-
em 1957, no MAM-RJ. Também em 1957 Volpi, Goeldi, entre outros. Em 1965, integra taltung, em Ulm. Entre 1956 e 1958, trabalha
recebe o Prêmio Viagem ao Estrangeiro no a VIII Bienal de São Paulo. O MAM-RJ rea- com Max Bill. No Brasil desde 1958, de-
VI Salão Nacional de Arte Moderna do Rio liza, em 1977, uma mostra retrospectiva da senvolve projetos no Forminform. Em 1963,
de Janeiro, e permanece por dois anos na obra de Tenreiro. participa do projeto de estruturação da Es-
Europa. Em 1965, realiza retrospectiva no cola Superior de Desenho Industrial, no Rio
MAM-RJ. Participa das I (Prêmio Jovem Jorge (Jerzy) Zalszupin de Janeiro, onde leciona até 1998. Inicia, em
Pintor Nacional), II (Prêmio MAM), III (Prêmio (Varsóvia, Polônia, 1922) 1967, sua colaboração com a Escriba, fábri-
Moinho Santista), IV (Prêmio Aquisição), VII, Estuda arquitetura na Romênia, participa ca de móveis de escritório na qual implanta
VIII, XII, XV, XVII e XX Bienais de São Paulo. de projeto habitacional na França após a II o design como uma atividade permanente e
Guerra Mundial e emigra para o Brasil em contínua. Em 1968, funda, junto com Goebel
João Baptista Vilanova Artigas 1949. Trabalha no escritório de Luciano Weyne e Maurício Robert, o IDI – Instituto de
(Curitiba, PR, 1915 – São Paulo, SP, 1985) Korngold e, em sociedade com alguns Desenho Industrial do MAM RJ. Entre 1973
Forma-se, em 1937, engenheiro-arquiteto marceneiros, funda a L’Atelier em 1959, e 1975, desenvolve um sistema modular de
pela Escola Politécnica da Universidade desenvolvendo projetos com forte acento exposições para o mesmo museu. Em 2000,
de São Paulo, na qual inicia, em 1940, sua escandinavo. A empresa é vendida para passa a atuar como consultor de design da
carreira docente. Na Faculdade de Arqui- o grupo Forsa e Jorge torna-se diretor de Alberflex, outro fabricante de móveis para
teura e Urbanismo da mesma Universidade, pesquisa e desenvolvimento de produtos escritório.
destaca-se não apenas na atividade peda- do grupo, trabalhando com os designers
apêndice
gógica, mas empenha-se nos processos de Osvaldo Mellone, Paulo Jorge Pedreira e Kazmer Féjer
revisão e reformulação curricular da escola, Lilian Weimberg. A equipe projeta a linha (Pécs, Hungria, 1923 – Sesimbra,
elaborando, em 1961, o projeto de sua nova de utensílios Eva, que eleva o padrão dos Portugal, 1989)
sede na Cidade Universitária. Ao lado de utensílios plásticos fabricados no país. A Em Budapeste, estuda química industrial e
Frederico Kirchgässner e Lolô Cornelsen, partir de 1980, com a desativação da equi- cursa a Academia de Belas-Artes. Integra a
é responsável, na década de 40, pelas pe, Jorge passa a se dedicar à arquitetura e exposição Cinco Jovens Artistas, organiza
primeiras manifestações modernistas na à pintura. o Art Club de Budapeste, na Hungria, e
arquitetura de Curitiba. Trabalha com alguns participa como secretário da Galeria dos 283
arquitetos como Gregori Warchavchik e Judith Lauand Artistas Abstratos. Expõe no Salon Realités
Oswaldo Bratke. Sua obra é fortemente (Pontal, SP, 1922) Nouvelles, em Paris, na França, em 1946; no
influenciada por Frank Lloyd Wright, em Em 1950, conclui a Escola de Belas-Artes Art Club, em Viena, na Áustria, em 1947; no
um primeiro momento, Le Corbusier e de Araraquara, onde aprende pintura com Art Club, em Turim, na Itália, em 1948. Por
Gropius. Entre seus projetos mais célebres Mário Ybarra de Almeida (1893-1952) e intermédio do Art Club, conhece Waldemar
estão a rodoviária de Londrina (1948-1952), Domenico Lazzarini (1920-1987). Em 1952, Cordeiro, que o convida a expor em São
o Estádio do Morumbi (1952), o Ginásio muda-se, em definitivo, para São Paulo, e Paulo, em 1949. Em 1951, integra a I Bienal
de Itanhaém (1959) e a rodoviária de Jaú estuda gravura com Lívio Abramo (1903- de São Paulo. É co-fundador do Grupo
(1973), al´wm do edifício da FAU/USP. 1992). Em 1954, trabalha como monitora Ruptura. Expõe com o grupo em 1952, no
na II Bienal Internacional de São Paulo e MAM-SP, e assina o Manifesto Ruptura.
João José da Silva Costa entra em contato com a pintura concreta Participa da I Exposição Nacional de Arte
(Parnaíba, PI, 1931) de Alexandre Wollner (1928) e de Geraldo Concreta, no MAM-SP e no MAM-RJ, em
Conclui, em 1955, a Faculdade Nacional de Barros (1923-1998). Nesse mesmo ano, 1956 e em 1957, respectivamente. Figura
de Arquitetura da Universidade do Brasil, realiza sua primeira individual na Gale- na mostra Konkrete Kunst, em Zurique, na
1970 where he worked in paint industries. He the exhibit 19 Painters in São Paulo. In 1956, ity exhibit at the MAM/RJ. In 1975 she had
held the world’s patent for a plastic coloring he participated of the 1st National Exhibit of her first individual showing at the Maison de
system. In the 1980’s he moved to Portugal Concrete Art at the MAM/SP and in 1957 France Gallery in Rio de Janeiro. In 1980 she
where he organized a sea products’ extraction at the MAM/RJ. In 1959 he was part of the received a scholarship from the Guggenheim
company. Modern Art of Brazil exhibit that toured several Foundation in New York. In 1990, at the Ama-
capitals of Europe. In 1960 he participated of zonimos exhibit she presented works in metal
Lina Bo Bardi the Konkrete Kunst, in Zurich. He was one of sheet, receiving the award from the Brazilian
(Rome, Italy, 1914 – São Paulo, SP, 1992) the founders of the NT-New Trends Gallery. Association of Art Critics. She taught Semiot-
In the 1030’s she graduated from the Archi- In 1977 he participated of the Brazilian Con- ics of Space at the Santa Ursula Architecture
tecture School of the University of Rome and structive Project in Art at the Pinacoteca do College in Rio de Janeiro. In 1990, with the
moved to Milan where she worked with Gio Estado/SP, and at the MAM/RJ. In 1988, he support from the Vitae Foundation she pres-
Ponti, editor of the Domus magazine. She had an individual showing at the Milan Gallery ents Tteias. She participated of the 3rd, 4th and
met, during this period, the architect Bruno in São Paulo. He participated of the 2nd, 3rd, 4th 5th São Paulo Biennials.
Zevi, with whom she founded the Culture and 8th São Paulo Biennials.
of Life magazine. During WWII she joined Maurício Nogueira Lima
the Italian Communist Party. In 1946, with Lygia Clark (Recife, PE, 1930 – Campinas, SP, 1999)
Maria Pietro Bardi she moved to São Paulo. (Belo Horizonte, MG, 1920 – Rio de Janeiro, Between 1947 and 1949, he attended the
In 1951, she became a national of Brazil. RJ, 1988) plastic arts course at the Fine Arts Institute
During the 1950’s she worked for creation of She started her artistic learning in 1947, in of the Federal University of Rio Grande do
the Contemporary Art Institute at the MASP Rio de Janeiro, under the orientation of Burle Sul and studied visual communication and
and taught at the Architecture and Urbanism Marx. In 1950, she went to Europe and settled advertising at the Contemporary Arts Institute
College of USP. In 1958, she was the person in Paris, where she studied with Légér, Arpad at the MASP. In 1951, he developed, together
responsible for the architectural project and Szènes and Dobrinsky. In 1952, she returns to with Alexandre Wollner and Antônio Maluf,
museum aspects of the MASP. Towards the Brazil after having her first individual showing works in visual communication. In 1958, he
end of the 1950’s she took the position of di- at the Endoplastique Institute of Paris. In this graduated from the Architecture College of
rector of the Modern Art Museum of Salvador same year, she showed her abstract paintings the Mackenzie Institute in São Paulo. Starting
and headed a project for the recuperation of at the Education and Culture Ministry in Rio in 1953, he joined the Ruptura Group. He
the Unhão Manor. In 1963 she projected the de Janeiro. In 1953 she participated of the 1st received an award, in 1954, at the contest for
Culture House in Recife. In the 1990’s she National Exhibit of Abstract Art in Petropolis the commemorative stamp of the 4th Centen-
projected the headquarters of the Oficina and in close contact with Ivan Serpa, she nial of Sao Paulo. He participated of two
Theatre, the SESC Pompeia Factory and the joined the Frente Group since its conception. editions of the National Exhibit of Concrete
remodeling of the Palace of Industries, all in She participated of both editions of the 1st Na- Art at the MAM/SP and MAM/RJ in 1956 and
São Paulo. tinal Exhibit of Concrete Art in 1956 and 1957. 1957 respectively. In 1960, he participated of
She participated of the Konkrete Kunst exhibit the Konkrete Kunst exhibit. In the same year
Lothar Charoux in Zurich in 1960, of the 30th and 31st Venice he also participated of the exhibit Concrete
(Viena, Austria, 1912 – São Paulo, SP, 1987) Biennales (1960-1962), of the 2nd Pilot Exhibit Art: Retrospective 1951-1959 at the MAM/SP
He arrived in Brazil in 1928 and settled in São of Kinetic Art in London (1965) and of the New and MAM/RJ. He participated of the Proposal
Paulo. He studied painting with Waldemar da Brazilian Objectivity (MAM/RJ, 1966). In 1968, 66 and New Brazilian Objectivity movements
Costa and also at the Arts and Workmanship she holds at the MAM/RJ the exhibit The in 1967. Also during the decade of 1960, he
Lyceum where he would later teach drawing. House and the Body: a labyrinth structure of 8 directed the art course at the FAAP university
In 1946 he integrated the exhibit Brazilian meters in length entered by the spectator/par- and taught classes at the FAU-Mackenzie. He
Contemporary Painting, organized by Berço ticipant and presented in this same year in a participated of the 3rd, 4th, 6th, 8th, 9th and 12th
Ulder in Chile. A year later he participated of special room at the 34th Venice Biennale along (special room: Constructed Art) São Paulo
the 19 Painters exhibit at the Prestes Maia with some of her works of the past ten years. Biennials. He was the author of murals for
Gallery. He was one of the founders of the In 1970 she moved to Paris and in 1975 she the metro stations São Bento, in 1990, and
Ruptura Group next to Waldemar Cordeiro taught at an experimental nucleus at the Paris Santana in 1991. He created brands like Fenit,
and Geraldo de Barros. He exhibited his work, University. In 1977 she returned to Brazil. She UD and Children’s Salon, among others.
in 1952, with the Ruptura Group at the MAM/ participated of the 2nd, 3rd, 4th (Acquisition
SP and also in the two editions of the Na- Award), 5th, 6th (National Sculpture Award), 7th Ronaldo Azeredo
tional Exhibit of Concrete Art (MAM/SP, 1956, (special room), 9th and 12th (special room) São (Rio de Janeiro, RJ, 1937)
MAM/RJ, 1957). In this same year, he had an Paulo Biennials. In 1956 and 1957, he participated of the
individual exhibit at the Petite Gallery in Rio de official launching of Concrete Poetry at the 1st
apêndice
Janeiro. In 1958, he showed his work together Lygia Pape National Exhibit of Concrete Art at the MAM/
with Franz Weissmann and Lygia Clark at the (New Friburgo, RJ, 1929 – Rio de Janeiro, RJ, SP and MAM/RJ. He published his poems in
Arte das Folhas Gallery. With Hermelindo Fi- 2004) Noigandres magazine, # 3, 4 and 5. In 1962
aminghi and Luis Sacilotto, he co-founded the She graduated from the Philosophy College his poems were part of the Concrete Poetry,
Visual Arts Association NT-New Trends. He of the Fedaral University of Rio de Janeiro and an anthology organized by the Advertising
participated of the first nine São Paulo Bienni- later became a master in Philosophical Esthet- and Commercial Expansion Service of the
als between 1951 and 1967, and was part of ics. In 1953 she participated of the 1st National Brazilian Embassy in Lisbon, Portugal. Later
284 the special room, Constructed Art at the 12th Exhibit of Abstract Art in Petropolis. In 1955 he produces poems in fabric, map-poems,
edition in 1973. she showed xylographs from her ‘Tecelares drawing-poems, music sheet-poems and
Series’ with the Frente Group at the MAM/RJ. jigsaw-poems in São Paulo. His poetic works
Luiz Sacilotto In 1956, she participated of the Concrete include Panagens (1975), Labyrinthtext (1976),
(Santo André, SP, 1924 – Santo André, SP, Art Exhibit at the MASP and in Zurich. In this Armar (1977), Golden Dreams (1982) and
2003) same year, she participated of the 1st National Night Night Night (1990), among others.
Between 1938 and 1943, he studied painting Exhibit of Concrete Art at the MAM/SP, and
at the Professional Male Institute of Brás and a year later at the MAM/RJ. In 1959 she was Rubem Ludolf
graduates as a lettering artist. From 1944 part of the 1st Neo-concrete Exhibit where she (Maceió, AL, 1932)
to 1947 he studied drawing at the Fine Arts presented the Neo-concrete Ballet and the In 1955, he graduated in architecture from the
Brazilian Association in São Paulo. He worked Book of Creation. In 1960 she participated National Architecture College of the University
as a lettering designer at Hollerith Machine of the Konkrete Kunst in Zurich. As of 1962, of Brazil in Rio de Janeiro. He was a student
Systems and as an advertising professional she started to work in movies, doing posters, of Ivan Serpa at the free style painting course
and architectural designer at the offices of scripts, mountings and directing. In 1967 she at the MAM/RJ and starting in 1955 joined
Ruchti and Artigas. In 1947, he participated of participated of the New Brazilian Objectiv- the Frente Group, participating of the exhibits
Suíça, em 1960. Trabalha também como Paulo. Em 1956, participa da I Exposição Brasileira, no MAM-RJ. Em 1975, realiza
químico industrial em cerâmica e material Nacional de Arte Concreta, no MAM-SP, e, a primeira individual, na Galeria Maison
plástico. Muda-se para Paris, em 1970, em 1957, no MAM-RJ. Em 1959, integra a de France, no Rio de Janeiro. Em 1980,
onde atua em indústrias de tintas. Detém a mostra Arte Moderna do Brasil, que percorre é contemplada com bolsa de estudos da
patente mundial de um sistema de colora- várias capitais da Europa. Em 1960, expõe Fundação Guggenheim, em Nova York. Em
ção de plástico. Na década de 80, transfere- na mostra Konkrete Kunst, em Zurique, na 1990, na mostra Amazoninos, exibe traba-
se para Portugal e organiza uma empresa de Suíça. É um dos fundadores da Galeria NT- lhos de chapa metálica, recebendo prêmio
extração de produtos do mar. Novas Tendências. Em 1977, participa da da Associação Brasileira de Críticos de Arte.
exposição Projeto Construtivo Brasileiro na Leciona semiótica do espaço na Faculda-
Lina Bo Bardi Arte, na Pinacoteca do Estado, em São Pau- de de Arquitetura Santa Úrsula, no Rio de
(Roma, Itália, 1914 – São Paulo, SP, 1992) lo, e no MAM-RJ. Em 1988, realiza individual Janeiro. Em 1990, com apoio da Fundação
Na década de 30, conclui a faculdade de na Galeria Millan, em São Paulo. Participa Vitae, realiza Tteias. Participa das III, IV e V
arquitetura da Universidade de Roma e das II, III, IV e VIII Bienais de São Paulo. Bienais de São Paulo.
transfere-se para Milão, onde trabalha com
Giò Ponti, editor da revista Domus. Nesse Lygia Clark Maurício Nogueira Lima
período, conhece o arquiteto Bruno Zevi, (Belo Horizonte, MG, 1920 – Rio de Janeiro, (Recife, PE, 1930 – Campinas, SP, 1999)
com quem funda a revista A Cultura della RJ, 1988) Entre 1947 e 1949, freqüenta o curso de
Vita. Durante a Segunda Guerra Mundial, Inicia seu aprendizado artístico em 1947, artes plásticas no Instituto de Belas-Artes da
filia-se ao Partido Comunista Italiano. Em no Rio de Janeiro, sob orientação de Burle Universidade Federal do Rio Grande do Sul e
1946, com Pietro Maria Bardi, muda-se para Marx. Em 1950, viaja à Europa e se fixa estuda comunicação visual e propaganda no
São Paulo. Em 1951, naturaliza-se brasileira. em Paris, onde estuda com Fernand Leger, Instituto de Arte Contemporânea no Masp.
Durante a década de 50, trabalha para a Arpad Szènes e Isaac Dobrinsky. Em 1952, Em 1951, desenvolve, ao lado de Alexandre
criação do Instituto de Arte Contemporâ- retorna ao Brasil, após realizar sua primeira Wollner e Antônio Maluf, trabalhos em comu-
nea, no Masp, e leciona na Faculdade de individual no Institut Endosplatique de Paris. nicação visual. Em 1958, conclui a faculdade
Arquitetura e Urbanismo da USP. Em 1958, Nesse mesmo ano, expõe suas pinturas de arquitetura do Instituto Mackenzie, em
é responsável pelo projeto arquitetônico e abstratas no Ministério da Educação, no Rio São Paulo. A partir de 1953, integra o Grupo
museológico do Masp. No fim dos anos 50, de Janeiro. Em 1953, participa da I Exposi- Ruptura. É premiado, em 1954, no concurso
a convite de Diógenes Rebouças, dirige o ção Nacional de Arte Abstrata, em Petrópo- para o selo comemorativo do IV Centenário
Museu de Arte Moderna de Salvador e reali- lis, e, aproximando-se de Ivan Serpa, integra de São Paulo. Participa das duas edições da
za o projeto para a recuperação do Solar do o Grupo Frente desde sua criação. Figura I Exposição Nacional de Arte Concreta, no
Unhão. Em 1963, projeta a Casa da Cultura, nas duas edições da I Exposição Nacional MAM-SP, em 1956, e no MAM-RJ, em 1957.
em Recife. Na década de 90, projeta a sede de Arte Concreta, em 1956 e 1957. Participa Em 1960, integra a mostra Konkrete Kunst.
do Teatro Oficina, o Sesc Fábrica Pompéia e da Konkrete Kunst, em Zurique, na Suíça, Nesse mesmo ano, figura na exposição
a Reforma do Palácio das Indústrias, todos em 1960, das XXX e XXXI Bienal de Veneza Arte Concreta: Retrospectiva 1951-1959,
em São Paulo. (1960 e 1962), da II Exposição Piloto de no MAM-SP e no MAM-RJ. Participa dos
Arte Cinética, em Londres, 1965, e da Nova movimentos Proposta 66 e Nova Objetivida-
Lothar Charoux Objetividade Brasileira (MAM-RJ, 1966). de Brasileira, em 1967. Ainda na década de
(Viena, Áustria, 1912 – São Paulo, SP, 1987) Em 1968, realiza no MAM-RJ a exposição 60, dirige o curso de arte da Faap e leciona
Chega ao Brasil em 1928 e estabelece-se A Casa É o Corpo: Labirinto, estrutura de na FAU-Mackenzie. Participa das III, IV, VI,
em São Paulo. Estuda pintura com Walde- 8 metros de comprimento penetrada pelo VIII, IX e XII (sala especial Arte Construída)
mar da Costa e também no Liceu de Artes observador/participante, apresentada, nesse Bienais de São Paulo. É autor de murais para
e Ofícios, onde, posteriormente, ensina mesmo ano, em sala especial na XXXIV Bie- estações de metrô: São Bento, em 1990, e
desenho. Em 1946, integra a mostra Pintura nal de Veneza, com algumas de suas obras Santana, em 1991. Cria marcas como Fenit,
Contemporânea Brasileña, organizada por dos últimos dez anos. Em 1970, muda-se UD e Salão da Criança, entre outras.
Berço Udler, no Chile. Participa da exposi- para Paris. Até 1975, leciona em núcleo
ção 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, experimental na Universidade de Paris. Em Ronaldo Azeredo
em 1947. É um dos fundadores do Grupo 1977, retorna ao Brasil. Participa das II, III, (Rio de Janeiro, RJ, 1937)
Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro e IV (Prêmio Aquisição), V, VI (Prêmio de Es- Em 1956 e em 1957, participa do lança-
Geraldo de Barros. Expõe, em 1952, com cultura Nacional), VII (sala especial), IX e XXII mento oficial da Poesia Concreta, na I
o Grupo Ruptura, no MAM-SP, assim como (sala especial) Bienais de São Paulo. Exposição Nacional de Arte Concreta,
nas duas edições da I Exposição Nacional no MAM-SP e no MAM-RJ. Publica seus
de Arte Concreta (MAM-SP, 1956; MAM-RJ, Lygia Pape poemas nos números 3, 4 e 5 da revista
apêndice
1957). Nesse mesmo ano, realiza individual (Nova Friburgo, RJ, 1929 – Rio de Janeiro, Noigandres. Em 1962, seus poemas inte-
na Petite Galerie, no Rio de Janeiro. Em RJ, 2004) gram Poesia Concreta, antologia organiza-
1958, expõe ao lado de Franz Weissmann e Conclui a faculdade de filosofia na Uni- da pelo Serviço de Propaganda e Expan-
Lygia Clark, na Galeria de Arte das Folhas. versidade Federal do Rio de Janeiro e, são Comercial da Embaixada do Brasil em
Com Hermelindo Fiaminghi e Luis Sacilotto, posteriormente, torna-se mestre em estética Lisboa. Posteriormente realiza, poemas de
é fundador da Associação de Artes Visuais filosófica. Em 1953, participa da I Exposição pano, poemas-mapa, poemas-desenho,
NT-Novas Tendências. Participa das nove Nacional de Arte Abstrata Nacional, em Pe- poemas-partitura e poemas-quebra-cabe-
primeiras Bienais de São Paulo, entre 1951 e trópolis, no Rio de Janeiro. Em 1955, expõe ça, em São Paulo. Sua obra poética inclui 285
1967, e integra a sala especial Arte Constru- xilogravuras da série Tecelares com o Grupo Panagens (1975), Labirintexto (1976), Armar
ída, por ocasião da 12ª edição, em 1973. Frente no MAM-RJ. Em 1956, participa da (1977), Sonhos Dourados (1982) e Noite
Exposição de Arte Concreta, no Masp e Noite Noite (1990), entre outros.
Luiz Sacilotto em Zurique, na Suíça. Nesse mesmo ano,
(Santo André, SP, 1924-2003) integra a I Exposição Nacional de Arte Rubem Ludolf
Entre 1938 e 1943, estuda pintura no Insti- Concreta, no MAM-SP, e, no ano seguin- (Maceió, AL, 1932)
tuto Profissional Masculino do Brás e forma- te, no MAM-RJ. Em 1959, toma parte na I Em 1955, forma-se em arquitetura pela
se letrista. De 1944 a 1947, estuda desenho Exposição Neoconcreta, na qual realiza o Faculdade Nacional de Arquitetura da
na Associação Brasileira de Belas-Artes, em Balé Neoconcreto e o Livro da Criação. Em Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. É
São Paulo. Trabalha como desenhista de 1960, integra a mostra Konkrete Kunst, em aluno de Ivan Serpa no curso livre de pintura
letras no Sistema de Máquinas Hollerith e Zurique, na Suíça. A partir de 1962, inicia do MAM-RJ e, a partir de 1955, passa a
como publicitário e desenhista de arquite- trabalhos em cinema, realizando cartazes, integrar o Grupo Frente, participando das
tura nos escritórios de Ruchti e Artigas. Em roteiros, montagens e direção. Em 1967, mostras do MAM-RJ, em 1955, de Resende
1947, integra a mostra 19 Pintores, em São participa da exposição Nova Objetividade e de Volta Redonda, em 1956. Figura nas
at the MAM/RJ, in 1955 and in Resende the inauguration of the MAM/SP. In 1951, he
and Volta Redonda in 1956. He participated showed his work at the 1st São Paulo Bien-
of both editions of the 1st National Exhibit of nial. Together with Geraldo de Barros, Lothar
Concrete Art at the MAM/SP in 1956 and in Caroux, Kasmer Fejer, Leopoldo Haar, Luiz
1957 at the MAM/RJ. In 1958, he had his first Sacilotto and Anatol Wladyslaw, he integrated
individual showing at the Arte das Folhas Gal- the Ruptura Group in 1952, whose first exhibit
lery in São Paulo. In 1964, he has another in- accompanied by a manifesto took place at
dividual showing at the NT-New Trends Gallery the MAM/SP. At that moment, he started his
in São Paulo. He participated of the São Paulo studies in landscaping. He organized, in São
Biennials between the years of 1955 and 1967 Paulo, the 1st National Exhibit of Concrete Art
(receiving the Acquisition Award in this last (MAM/SP, 1956; MAM/RJ, 1957). In 1960, he
one), and of the special room of Constructed participated of the Konkrete Kunst exhibit or-
Art presented at the 12th edition of the exhibit. ganized by Max Bill, in Zurich. He participated
He presented his work at the Paris Biennial of the inaugural exhibit of the NT-New Trends
in 1961, at the Brazilian Constructive Project Gallery in 1963 and received the Itamaraty
in Art at the Pinacoteca do Estado/SP and Award at the International Architecture Exhibit
MAM/RJ, in 1977. Had an individual exhibit held at the time of the 8th São Paulo Biennial in
in 1989 at the Paulo Klabin Gallery in Rio de 1965. He participated also of the Opinion 65
Janeiro. From 1954 to 1990 he worked as an (MAM/RJ) and Proposal 65 (Faap/SP) exhibits.
architect at the DNER (roads and circulation He made part of the New Objectivity exhibit
department) dedicating mostly to landscaping held at the MAM/RJ. He took part in the orga-
projects. nization of the Proposal 67 and Proposal 68
exhibits. Arts critic and theoretician, he kept a
Rubens Martins plastic arts column at the newspaper Folha da
(Piratininga, SP, 1929 – Piratininga, SP, 1968) Manhã, in São Paulo. In 1968, he developed
Does his high school at the Lyceum Cora- for the first time in Brazil, an computerized art
ção de Jesus and at 17 became interested survey, gathering a team of mathematicians,
in plastic arts. He became then a student physicists, engineers and artists. In 1971,
of Angelo Simeone with whom he studied he organized the exhibit Arteônica, at the
academic painting, but soon adhered to FAAP/SP, which was an international exhibit
modern painting. In the mid 1950’s, together about the creative use of electronic means in
with Mario Cravo, Marcelo Grassman and arts. As of 1972, he became a professor at
other artists, he formed the group that would the University of Campinas, where he directed
revitalize national plastic arts. One of the most the Image Processing Center of the Arts
representative works of his painting is the Institute. Participated of the editions 1, 3, 4,
panel executed for the Thadeu wire factory 5, 6, 7, 8, 9 (Acquisition Award) and 12 São
located at the Dutra Rd, Vila Maria, São Paulo. Paulo Biennials.
In 1955, back in São Paulo he abandoned
painting in order to dedicate full time to the Willys de Castro
studies in Visual Communication and Industrial (Uberlândia, MG, 1926 – São Paulo, SP, 1988)
Design. He participated at the MAM/RJ of the Between 1944 and 1945 he worked as a
course taught by Thomaz Maldonado and Otl technical drawer, graduating in Industrial
Aicher, both professors of the Ulm University Chemistry in 1948. In 1954, he founded, with
of Form (Donnau), Germany. He joined the Hércules Barsotti, and Graphic Projects Stu-
Unilabor team where he developed a study dio, where he worked until 1964. He was one
in furniture design. He began to work as a of the founders of the Ars Nova movement,
designer in 1958 with the creation of the com- directed by Diogo Pacheco, and of which
pany Forminform, where he worked next to he participates as a baritone from 1954 and
Alexandre Wollner and Geraldo de Barros at 1957. During this period he produces verbal-
first, and then with Karl Heinz Bergmiller, who ization sheets for concrete-visual poems of his
came from Germany. During this same period, and others authorship, presented at the Brazil-
he went back to Salvador as a designer and ian Comedy Theatre. He was also co-founder,
apêndice
produced the brand and directing plan for the director and diagramming artist of the Brazilian
Aratu Industrial Center, brands for the Govern- Comedy Theatre and between 1956 and 1957
ment of Bahia’s Recôncavo, Production Bank he made scenarios and costumes for many
of Bahia and Development Bank of Bahia. He plays for the Arena and Cultura Artistica The-
also created the brands for the Tropical Chain atres. He participated of the São Paulo Bienni-
of Hotels, Brasperola Fabrics, Aratu Industrial als between 1957 and 1962. In 1958, he took
Center and Bozzano beauty and hygiene a studying trip to Europe. Back in the country,
286 products. he joins up with the neo-concretes, showing
his work at the Poem Book exhibit, of Jornal
Waldemar Cordeiro do Brasil and in other exhibits of the carioca
(Rome, Italy, 1925 – São Paulo, SP, 1973) group. He participated of the Konkrete Kunst
He studied at the Fine Arts Academy of Rome in Zurich in 1960. In 1962 he showed with
and moved to São Paulo in 1946. He worked Hercules Barsotti, at the Petite Gallery (Rio de
as a journalist, arts critic and periodicals illus- Janeiro and São Paulo). He was a co-founder
trator. He met Luis Sacilotto, Lothar Charoux of the Brazilian Association of Industrial Design
and Geraldo de Barros at the 19 Painters and also of the NT-New Trends Gallery.
exhibit at the Prestes Maia Gallery. He traveled
to Rome, still in 1947, returning a year later
as a delegate for the Art Club International,
settling for good in São Paulo. In 1949, he
participated of the exhibit From Figurative
to Abstract, organized by Léon Dégand, at
duas edições da I Exposição Nacional de Luiz Sacilotto e Anatol Wladyslaw o Grupo
Arte Concreta, no MAM-SP, em 1956, e Ruptura, em 1952, cuja primeira exposição,
no MAM-RJ, em 1957. Em 1958, realiza a acompanhada de manifesto, ocorre no MAM-
primeira individual, na Galeria de Arte das SP. Inicia, nesse mesmo ano, seus estudos
Folhas, em São Paulo. Em 1964, realiza de paisagismo. Organiza, em São Paulo, a I
individual na Galeria NT-Novas Tendências, Exposição Nacional de Arte Concreta (MAM-
em São Paulo. Participa das Bienais de São SP, 1956; MAM-RJ, 1957). Em 1960, integra a
Paulo, entre 1955 e 1967 (recebe o Prêmio mostra Konkrete Kunst, organizada por Max
Aquisição nessa última), assim como da sala Bill, em Zurique, na Suíça. Integra a mostra
especial Arte Construída, apresentada por inaugural da Galeria NT-Novas Tendências,
ocasião da 11ª edição da mostra. Expõe na em 1963. Recebe, em 1965, o Prêmio Itama-
Bienal de Paris em 1961, na mostra Projeto raty na Exposição Internacional de Arquite-
Construtivo Brasileiro na Arte, na Pinacoteca tura, realizada por ocasião da VIII Bienal de
do Estado de São Paulo e no MAM-RJ, em São Paulo. Participa das mostras Opinião 65
1977. Realiza individual em 1989, na Galeria (MAM-RJ) e Proposta 65 (Faap-SP). Integra
Paulo Klabin, no Rio de Janeiro. De 1954 a a exposição Nova Objetividade, realizada no
1990, trabalha como arquiteto no DNER e MAM-RJ. Toma parte na organização das
dedica-se principalmente ao paisagismo. mostras Proposta 67 e Proposta 68. Crítico
de arte e teórico, mantém uma coluna de
Rubens Martins artes plásticas no jornal Folha da Manhã,
(Piratininga, SP, 1929-1968) em São Paulo. Em 1968, desenvolve, pela
Realiza estudos secundários no Liceu Co- primeira vez no Brasil, pesquisa de arte em
ração de Jesus (onde? SP?). Aos 17 anos, computador, reunindo equipe de matemáti-
interessa-se pelas artes plásticas. Torna-se, cos, físicos, engenheiros e artistas. Em 1971,
então, aluno de Angelo Simeone, com quem organiza a exposição Arteônica, na Faap-SP,
estuda pintura acadêmica, mas logo adere mostra internacional sobre o uso criativo
à pintura moderna. Em meados de 1950, dos meios eletrônicos nas artes. A partir de
transfere-se para Salvador e, com Caribé, 1972, torna-se professor da Universidade de
Mario Cravo, Marcelo Grassmann e outros Campinas, onde dirige o Centro de Proces-
artistas, forma o grupo que revitaliza as artes samento de Imagens do Instituto de Artes.
plásticas nacionais. Uma das obras mais Figura nas I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX (Prêmio
representativas de sua pintura é o painel Aquisição) e XII Bienais de São Paulo.
realizado para a Fábrica de Arames Thadeu,
situada na Via Dutra, Vila Maria. Em 1955, de Willys de Castro
volta a São Paulo, abandona a pintura para (Uberlândia, MG, 1926 – São Paulo, SP,
dedicar-se aos estudos de comunicação 1988)
visual e desenho industrial. Participa, no Entre 1944 e 1945, trabalha como de-
MAM-RJ, do curso de Tomás Maldonado senhista técnico e forma-se em química
e Otl Aicher, ambos professores da Escola industrial, em 1948. Funda, em 1954, com
Superior da Forma em Ulm (Donnau), na Hércules Barsotti, o Estúdio de Projetos
Alemanha. Ingressa na equipe da Unilabor, Gráficos, onde trabalha até 1964. É um dos
onde desenvolve estudo de desenho de fundadores do coral ars nova, dirigido por
mobiliário. Inicia trabalhos como designer, Diogo Pacheco, do qual participa como
em 1958, com a fundação da empresa barítono de 1954 a 1957. Durante esse
Forminform, onde atua ao lado de Alexan- período, realiza partituras de oralização para
dre Wollner e Geraldo de Barros no início, e poemas concreto-visuais de sua autoria e
logo após, vindo da Alemanha, Karl Heinz de outros, apresentados no Teatro Brasileiro
Bergmiller. Nesse mesmo período, retorna a de Comédia. É ainda co-fundador, diretor e
Salvador como designer e executa a marca diagramador da revista Teatro Brasileiro de
e o plano diretor para o Centro Industrial de Comédia, e, entre 1956 e 1957, faz cenários
Aratu, marcas para o governo do Recôncavo e figurinos para muitas das peças do Teatro
da Bahia, o Banco Bahiano da Produção e Arena e Teatro Cultura Artística. Participa
apêndice
o Banco de Desenvolvimento da Bahia. Cria das Bienais de São Paulo entre 1957 e 1962.
as marcas para a Rede Tropical de Hotéis, Em 1958, realiza viagem de estudos à Eu-
Tecidos Braspérola, do Centro Industrial de ropa. De volta ao país, une-se aos neocon-
Aratu e dos produtos de higiene Bozzano. cretos e expõe na mostra Livro Poema, do
Jornal do Brasil, e em outras exposições do
Waldemar Cordeiro grupo carioca. Faz parte da mostra Kokrete
(Roma, Itália, 1925 – São Paulo, SP, 1973) Kunst (Arte Concreta), em Zurique, na Suíça,
Estuda na Academia de Belas-Artes de em 1960. Em 1962, expõe, com Hércules 287
Roma. Transfere-se para São Paulo em 1946. Barsotti, na Petite Galerie (Rio de Janeiro e
Exerce atividades de jornalista, crítico de arte São Paulo). É co-fundador da Associação
e ilustrador de periódicos. Conhece Luiz Sa- Brasileira de Desenho Industrial e também
cilotto, Lothar Charoux e Geraldo de Barros da Galeria NT-Novas Tendências.
na mostra 19 Pintores, na Galeria Prestes
Maia. Viaja para Roma, ainda em 1947, de
onde retorna, no ano seguinte, como dele-
gado do Art Club Internacional, e fixa-se em
definitivo em São Paulo. Em 1949, integra a
mostra Do Figurativismo ao Abstracionismo,
organizada por Léon Dégand, que inaugura o
MAM-SP. Em 1951, expõe na I Bienal de São
Paulo. Compõe com Geraldo de Barros, Lo-
thar Charoux, Kazmer Féjer, Leopoldo Haar,
Art
Artist’s Collection
Tri-dimensional structure, 1953
Aluísio Carvão Untitled, 1956 Enamel on Kelmite
Core-color, 1960 Gouache on cardboard 60x60 cm
Pigment and oil on wood 48x48 cm Geraldo de Barros Family Collection
24x24x7,5 cm Artist’s Collection
Fábio Faisal Collection Untitled, s.d.
acrylic and enamel on wood particleboard
288 Composition, 1956 Décio Vieira 61x61 cm
Automotive paint on wood Untitled, 1956 Heitor Manarini Collection
47x38,6 Oil on cardboard
Estúdio Guanabara Gallery Collection 59,5x44 cm Untitled, s.d.
Hecilda and Sérgio Fadel Collection acrylic with enamel on wood particleboard
Composition in red and black, 50x68 cm
decade of 1950 Constructed space, 1954 Heitor Manarini Collection
Oil on canvas Tempera on cardboard
60x60 cm 50x39 cm Form-object, 1951
Anna Maria and José Paulo Hecilda and Sérgio Fadel Collection Industrial paint on eucatex
Gandra Martins Collection 40x40 cm
Fábio Faisal Collection
Arte
Três tempos (quadro 1), 1956 Triângulos com movimento espiral [8], 1956 C42, 1956
Óleo sobre eucatex Esmalte sobre aglomerado de madeira Tinta sintética sobre eucatex
51x51x3,4 cm 60x60 cm 60x60 cm
Coleção Museu de Arte Coleção Rose e Alfredo Setúbal Coleção Patrícia Germanos
Contemporânea de Niterói
elevação vertical com movimento C30, 1956
Metaesquema, déc.1950 horizontal, 1955 Tinta sintética sobre eucatex
Têmpera sobre cartão Esmalte sobre aglomerado de madeira 30x30 cm
52x57 cm 60x60 cm Coleção da artista
Coleção particular Coleção Museu de Arte Contemporânea
da Universidade de São Paulo Movimento e contra movimento
Metaesquema, déc.1950 em espiral, 1956
Têmpera sobre cartão Tinta esmalte sobre eucatex
50x57 cm Iberê Camargo 50 cm diâmetro
Coleção particular Carretéis, 1956 Coleção Ricardo Rego
Gravura
Grupo frente, c.1955 25x39 cm
Têmpera sobre cartão Coleção Museu de Arte Contemporânea Kazmir Fejer
43,5x49,8 cm da Universidade de São Paulo Sem título, déc. 1970
Coleção Hecilda e Sérgio Fadel Acrílico
30x85x22 cm
Sem título, 1956 Ivan Serpa Coleção família Kazmir Féjer
Guache sobre papel cartão Sem título, c.1956
apêndice
Ronaldo Azeredo
gates open, 1961
in Noigandres 5
São Paulo, Massao Ono Ed., 1962
23x15 cm
apêndice
296
Júlio Medaglia Willys de Castro
Partitura de oralização, 1959 Partitura de oralização, 1957
poemas: ruasol (Ronaldo Azeredo), tensão poema: fere fera (Reynaldo Jardim)
(Augusto de Campos), branco (Haroldo de 18x21 cm
Campos), velocidade (Ronaldo Azeredo), Arquivo histórico do Instituto de Arte Con-
vai e vem (José Lino Grünewald), uma vez temporânea, São Paulo
(Augusto de Campos), bala (José Lino
Grünewald) Noigandres 4
27x21 cm poemas de Augusto de Campos,
Coleção Júlio Medaglia Décio Pignatari, Haroldo de Campos,
Ronaldo Azeredo
e Plano Piloto para Poesia Concreta
José Lino Grünewald capa de Hermelindo Fiaminghi
Um e dois, 1958 São Paulo, edição dos autores, 1958
capa de Décio Pignatari 38x25 cm
São Paulo, edição do autor Coleções família Hermelindo Fiaminghi e
23x15 cm Augusto de Campos
Coleção Augusto de Campos
Invenção, Correio Paulistano, 1/5/1960
Vai e vem, 1959 Página semanal editada em São Paulo pelos
em Noigandres 5 poetas do grupo Noigandres
São Paulo, Massao Ono Ed., 1962 e outros colaboradores, design gráfico de
23x15 cm Alexandre Wollner
60x40 cm
Coleção família Hermelindo Fiaminghi
Osmar Dillon
Lua, 1959-60 revista Invenção nº 2
[refeito pelo artista, 2004] São Paulo, Massao Ono Ed. 1962
Acrílico e vinil 25,5x18 cm
ø 25 cm Coleção João Bandeira
Coleção do artista
Suplemento Dominical
Lua sol, 1960 Jornal do Brasil, 17/2/1957
[refeito por Alexandre Rodrigues, 2006] (com versão do poema A ave de
15x15 cm, aberto Wlademir Dias-Pino)
60x42 cm
Coleção família Hermelindo Fiaminghi
Reynaldo Jardim
A espessura do tempo, 1960
livro-poema
[refeito por Gerson Tung, 2006]
30x21 cm
Ronaldo Azeredo
portões abrem, 1961
em Noigandres 5
São Paulo, Massao Ono Ed., 1962
23x15 cm
apêndice
297
Design
Alexandre Wollner Poster of the 3rd International São Paulo Equipesca sign, 1957
Escriba logo, 1961 Biennial, 1955 Equipesca
São Paulo Bienal Foundation
the mol…mol ad, 1960’s decade Typographic print Poster for the International Film Festival
Equipesca Alexandre Wollner Collection of Brazil, 1954
typographic print Typography
Alexandre Wollner Collection Pôster of the 4th International São Paulo 86x58cm
Biennial, 1957 Alexandre Wollner Collection
Ads for Sardinhas Coqueiro, 1958 São Paulo Bienal Foundation
offset Typographic print
Alexandre Wollner Collection 96x64cm Alexandre Wollner, Geraldo de Barros
Alexandre Wollner Collection and Ruben Martins
Structure of the Coqueiro sign and digital UL Furniture logo, 1958
perspective of the packaging for the sardine Poster Kieler Woche, 1956 Unilabor
cans which stayed in the market until 2003. City Hall of Kiel, Germany
Typographic print
Metal Leve logo, 1963 (reduced photographic reproduction) Almir Mavignier
Metal Leve Industries 840×594 mm (original) Poster Brasília – Burle Marx, 1958
Alexandre Wollner Collection Offset print
Structure and visual references of the 84,2x59cm
Metal Leve logo, 1963 Poster Born Yesterday, circa 1965 Museum of Modern Art of São Paulo Collec-
Metal Leve Industries Leopoldo Fróes Theatre tion. Donation from the artist, 2000
Typographic print
Patterns for Metal Leve 48x32,5cm Poster Mavignier, 1962
Alexandre Wollner Collection Serigraphy
Andrews School logo, 1958 83,9x59,4cm
Unilabor Catalogue, 1959 Museum of Modern Art of São Paulo Collec-
Coretron logo, 1960 Typographic print (copy of the original) tion. Donation from the artist, 2000
Mauro Claro Collection
Coretron ad, 1960
offset Page from the assembly of parts book for Aloisio Magalhães
Alexandre Wollner Collection the modular bookcase MF 710, 1958 Mauricio Vilela Labs logo, 1965
Unilabor
MAM RJ logo, 1963 (original apud of 1953) Typographic print (photographic printing Sign for the children’s division of the
Modern Art Museum of Rio de Janeiro copy of the original produced by Mauricio Vilela Labs, 1965
Alexandre Wollner to André Stolarski Alfredo Lopes da Silva)
Structure of the MAM RJ logo, 2000 Mauro Claro Collection Tridimensional versions of the Mauricio
Modern Art Museum of Rio de Janeiro Vilela Labs logo, 1965
Cover and internal page of the (Photographs used in presentation)
Securit logo, 1961 Invention supplement, 1960 Aloisio Magalhães Collection
Correio Paulistano
Alcominas Metallurgy logo, 1960 Typographic print Medication packaging for Mauricio
Alexandre Wollner Collection Vilela Labs, 1965
Redesign of the Atlas Elevators logo, 1958 (Photographs used in presentation)
Typographic grid of the Correio da Aloisio Magalhães Collection
Effectiveness study of vibrant visual Manhã newspaper, 1960
background and size study of the actual (digital reconstruction, 2003) Dietil sign, 1962
sign with and without typographic Maurício Vilela Labs
elements, 1958 (digital redesign, 2003)
Atlas Elevators Alexandre Wollner and Décio Pignatari São Paulo Bienal Foundation sign, 1961
Flyer with small identity manual and São Paulo Bienal Foundation
apêndice
Coqueiro sign, 1959 promotional text for the Danish chair, 1965
Probjeto Tri-dimensional version of the São Paulo
MAM’ Filmoteca (film library) sign, 1954 typographic print Bienal Foundation sign, 1961
Modern Art Museum of São Paulo Alexandre Wollner Collection (Photographs used in presentation)
Aloisio Magalhães Collection
Probjeto sign, 1965 Planegraphis calendar cover, 1964
Offset print IBGE Printers sign, 1962
Structure of the sign for Probjeto, 1965 59x42cm IBGE
298 (digital redesign, 2003) Alexandre Wollner Collection
Icomi sign, 1963
Varig sign, 1962 Eucatex logo, 1963
Tridimensional version of the Icomi sign,
Structure of the sign for Varig, 1962 Alexandre Wollner and Geraldo de Barros 1963 (photograph used in presentation)
(digital redesign, 2003) Securit ads, 1961 Aloisio Magalhães Collection
Offset print
Poster Brasilianischer Künstler 1958 Alexandre Wollner Collection Sign for the 4th Centennial of the City of
Brazilian Consulate in Munich Rio de Janeiro, 1964
Typographic print Equipesca packaging, 1957-64 Rio de Janeiro City Hall
(reduced photographic reproduction) Typographic print
840×594 mm (original) Alexandre Wollner Collection
Alexandre Wollner Collection
Design
Alexandre Wollner Cartaz Brasilianischer Künstler, 1958 Alexandre Wollner e Geraldo de Barros
Logotipo Escriba, 1961 Consulado Brasileiro em Munique Anúncios Securit, 1961
Impressão tipográfica Impressão ofsete
Anúncio mol…mol, década de 1960 (reprodução fotográfica reduzida) Acervo Alexandre Wollner
Equipesca 840×594 mm (original)
Impressão tipográfica Acervo Alexandre Wollner Embalagens Equipesca, 1957-64
Acervo Alexandre Wollner Impressão tipográfica
Cartaz da III Bienal Internacional de Acervo Alexandre Wollner
Anúncios Sardinhas Coqueiro, 1958 São Paulo, 1955
Ofsete Fundação Bienal de São Paulo Sinal Equipesca, 1957
Acervo Alexandre Wollner Impressão tipográfica Equipesca
Acervo Alexandre Wollner
Estrutura do sinal Coqueiro e Cartaz para o Festival Internacional de
perspectiva digital das embalagens Cartaz da IV Bienal Internacional de Cinema do Brasil, 1954
das latinhas de sardinha, que São Paulo, 1957 Tipografia
permaneceram no mercado até 2003. Fundação Bienal de São Paulo 86x58cm
Impressão tipográfica Acervo Alexandre Wollner
Logotipo Metal Leve, 1963 96x64cm
Indústrias Metal Leve Acervo Alexandre Wollner
Alexandre Wollner, Geraldo de Barros e
Estrutura e referências visuais do Cartaz Kieler Woche, 1956 Ruben Martins
logotipo Metal Leve, 1963 Prefeitura da Cidade de Kiel, Alemanha Logotipo Móveis UL, 1958
Indústrias Metal Leve Impressão tipográfica (reprodução Unilabor
fotográfica reduzida)
Padronagem Metal Leve 840×594 mm (original)
Acervo Alexandre Wollner Almir Mavignier
Logotipo Colégio Andrews, 1958 Poster Brasília – Burle Marx, 1958
Cartaz Nascida Ontem, c.1965 Impressão ofsete
Logotipo Coretron, 1960 Teatro Leopoldo Fróes 84,2x59cm
Impressão tipográfica Coleção Museu de Arte Moderna
Anúncio Coretron, 1960 48x32,5cm de São Paulo. Doação artista, 2000
Ofsete Acervo Alexandre Wollner
Acervo Alexandre Wollner Poster Mavignier, 1962
Catálogo Unilabor, 1959 Serigrafia
Logotipo MAM RJ, 1963 Impressão tipográfica (fotocópia do original) 83,9x59,4cm
(apud original de 1953) Acervo Mauro Claro Coleção Museu de Arte Moderna
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro de São Paulo. Doação artista, 2000
Alexandre Wollner a André Stolarski Página do caderno de montagem das
Estrutura do logotipo MAM RJ 2000 peças da estante modular MF 710, 1958
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro Unilabor Aloisio Magalhães
Impressão tipográfica (cópia heliográfica Logotipo Laboratórios Mauricio Vilela,
Logotipo Securit, 1961 do original produzida por Alfredo Lopes 1965
da Silva)
Logotipo Siderúrgica Alcominas, 1960 Acervo Mauro Claro Sinal da divisão infantil dos Laboratórios
Mauricio Vilela, 1965
Redesenho do logotipo Atlas Capa e página interna do suplemento
Elevadores, 1958 Invenção, 1960 Versões tridimensionais dos logotipos
Correio Paulistano dos Laboratórios Mauricio Vilela, 1965
Estudo de eficácia sobre fundo visual Impressão tipográfica (Fotografias utilizadas em apresentação)
vibrante e estudo de tamanho efetivo do Acervo Alexandre Wollner Acervo Aloisio Magalhães
signo com e sem elementos tipográficos
apêndice
1958 (redesenho digital, 2003) Malha tipográfica do jornal Correio da Embalagens de remédios dos
Atlas Elevadores Manhã, 1960 (reconstrução digital, 2003) Laboratórios Mauricio Vilela, 1965
(Fotografias utilizadas em apresentação)
Sinal Coqueiro, 1959 Alexandre Wollner Acervo Aloisio Magalhães
Logotipo Eucatex, 1963
Sinal Filmoteca do MAM, 1954 Sinal Dietil, 1962
Museu de Arte Moderna de São Paulo Laboratórios Maurício Vilela
Alexandre Wollner e Décio Pignatari
Sinal Probjeto, 1965 Folheto com pequeno manual de identi- Sinal Fundação Bienal de São Paulo, 1961
299
dade e texto promocional para a cadeira Fundação Bienal de São Paulo
Estrutura do sinal Probjeto, 1965 Dinamarquesa, 1965
(redesenho digital, 2003) Probjeto Versão tridimensional do sinal da
Impressão tipográfica Fundação Bienal de São Paulo, 1961
Sinal Varig, 1962 Acervo Alexandre Wollner (Fotografias utilizadas em apresentação)
Acervo Aloisio Magalhães
Estrutura do sinal Varig, 1962 Capa do calendário Planegraphis, 1964
(redesenho digital, 2003) Impressão ofsete Sinal Gráfica IBGE, 1962
59x42cm IBGE
Acervo Alexandre Wollner
Sinal Icomi, 1963
Tridimensional version of the sign for the Antonio Maluf Mural at the office of Alberto Brandão
4th Centennial of the City of Rio de Janeiro Mural at Vila Normanda: set with Muylaert, 1962
on the cover of the book Brasilianische five draft sketches, 1964 Photographs
Intelligenz by Max Bense, 1965 Sketch in ball point pen and Private Collection
(photographic reproduction of the original) pencil lead on paper
Aloísio Magalhães Collection 36x36cm Poster for the Cattle Fair of
Private Collection Juiz de Fora, 1957
Unibanco sign, 1963 Cattle Fair of Juiz de Fora
União Brasileira de Bancos S.A. Shapers, 1958 Typographic print
Gouache on paper 72x49cm
Cover of the book Terceira Feira (Third Fair), 34x14cm Private Collection
by João Cabral de Melo Neto, 1961 MariAntonia University Center/USP Collection
Author’s editor Poster for the 1st International
Typographic print Generating Structure in 1st degree, 1958 São Paulo Biennial (version with
14×21cm (photographic reproduction Gouache on paper black background), 1951
of the original) (2x) 31x31cm São Paulo Bienal Foundation
Aloisio Magalhães Collection MariAntonia University Center/USP Collection Offset print
93x62cm
Brafor sign, 1963 1st degree shapes for Vila Normanda, 1958 Private Collection
(series 5-8 of 16)
Tridimensional versions of the Brafor sign, Gouache on paper Study for the poster of the
1963 (photographic reproduction) (4x) 34x14cm 1st São Paulo Biennial, 1951
Wood MariAntonia University Center/USP Collection São Paulo Bienal Foundation
Aloisio Magalhães Collection Tempera on cardboard
Mural for Banco Noroeste, 1964 29x20cm
Beija-Flor Products sign, 1965 Sketch in ball point pen and Private Collection
Design by João de Souza Leite pencil lead on paper
40x98cm Study for a fabric pattern, 1960’s decade
Guri Products sign, 1965 MariAntonia University Center/USP Collection Rhodia
Product development by João de Souza Leite Gouache on cardboard
and Joaquim Redig Mural at Vila Normanda: a study of 30x22cm
tiles/glazed tiles, 1964 Private Collection
Gouache on paper
Amilcar de Castro 29x22cm Tunic-style dress
Cover and internal pages of the Sunday Private Collection Nylon-Jersey
Supplement of the Jornal do Brasil – Pattern by Antonio Maluf
Neo-concrete Experience, Mural at Vila Normanda, 1964 MASP São Paulo Art Museum
of March 21-22, 1959 Photographs by Horst Merkel Assis Chateaubriand
Offset print (reduced reproduction, Photograph by Luiz Hossaka
obtained from the book Black on White – Mural made of pre-molded elements
The graphic art of Amilcar de Castro) for the Cambuhy building, 1959
Glazed tiles Athos Bulcão
Front page of the Jornal do Brasil, Banco Noroeste Collection Panel on the façade of the Niemeyer
April 22, 1960 building, Belo Horizonte, 1960
Offset print (reduced reproduction, obtained Mural made of pre-molded elements Architecture Office Oscar Niemeyer
from the book Black on White – The graphic for the Cambuhy building 1959 Photos Tuca Reinés (original in hydraulic tiles)
art of Amilcar de Castro) Photographs by Horst Merkel Athos Bulcão Foundation Collection
Front page of the Jornal do Brasil, Mural at the Banco Noroeste: Panel at the Getúlio Vargas Foundation,
June 4, 1960 glazed tiles, 1962 Rio de Janeiro, 1962
Offset print (reduced reproduction, obtained Glazed tiles Architecture Office Oscar Niemeyer
apêndice
from the book Black on White – The graphic Private Collection Photos Tuca Reinés (original in tile-work)
art of Amilcar de Castro) Athos Bulcão Foundation Collection
Mural at the Banco Noroeste, 1962
Cover of the supplement Brasília-Rio Phototographs Panel at the Lagoa Hospital, 1955
of the Jornal do Brasil, April 22, 1960 Private Collection Architecture Office Oscar Niemeyer
Offset print (reduced reproduction, obtained Photos Tuca Reinés (original in tile-work)
from the book Black on White – The graphic Mural at the office of Alberto Brandão Athos Bulcão Foundation Collection
art of Amilcar de Castro) Muylaert: 15 models, 1962
300 Gouache on paper, tile-work and photograph Panel in relief at the National Theatre
Front page of the Jornal do Brasil a year 15 models painted on wood ASM (molds) Claudio Santoro, Brasília, DF, 1966
after the beginning of the reformulation, 60,5x101cm Architecture Office Oscar Niemeyer
March 11, 1957 Private Collection Photos Tuca Reinés (original in concrete)
Offset print (reduced reproduction, obtained Athos Bulcão Foundation Collection
from the book Black on White – The graphic Mural at the office of Alberto Brandão
art of Amilcar de Castro) Muylaert: two sets of three independent Aflalo Chair, 1951 (studies),
patterns for murals with pre-molded 1953 (fabrication)
Front page of the Jornal do Brasil right befo- elements, 1962 Metal, wood and weaved straw
re the reformulation promoted by Amilcar de Alberto Brandão Muylaert drawing and photograph
Castro, September 12, 1956 Gouache on paper Marcelo Aflalo
Offset print (reduced reproduction, obtained 34x34cm
from the book Black on White – The graphic Maluf Family Collection
art of Amilcar de Castro)
Versão tridimensional do sinal Icomi, 1963 Primeira página do Jornal do Brasil logo Mural do Escritório Alberto Brandão
(Fotografia utilizada em apresentação) antes da reforma promovida por Amilcar Muylaert: 15 modelos, 1962
Acervo Aloisio Magalhães de Castro, 12 de setembro de 1956 Guache sobre papel, azulejaria e fotografia
Impressão ofsete (reprodução reduzida, 15 modelos pintados em madeira
Sinal IV Centenário da Cidade do obtida do livro Preto no Branco – A arte ASM (matrizes)
Rio de Janeiro, 1964 gráfica de Amilcar de Castro) 60,5x101cm
Prefeitura do Rio de Janeiro Coleção particular
Fernando Lemos Poster Renaissance Madrigal, 1966 Cover and centerfold of AD #20 magazine,
INDAC Brand – Arts and Sciences Institute Distrito Federal Cultural Foundation 1956
SP, 1960 Typographic print AD magazine
46x21cm Offset print
Artist’s Collection Fiaminghi Family Collection
Fernando Lemos (sign),
Décio Pignatari (name) Poster The scream and the void, 1966 Drafts for the cover of Noigandres #3, 1956
Sambana brand 1963 Distrito Federal Cultural Foundation Typewriting
302 Typographic print 28x22cm
46x32cm Fiaminghi Family Collection
Fernando Lemos Artist’s Collection
Documents and photographs of the Croquis of dress with netted fabric, 1968
Sambana packaging, 1963 Rhodia
Gustavo Goebel Weyne Drawing
Cover of the LP jacket for Happy Times Fiaminghi Family Collection
of Baden Powell, 1966
Forma’s seal Patterned paper for the production
Offset print (photo of artist by Pedro de of a dress, 1967
Moraes, digital reconstruction by Goebel Rhodia
Weyne, 2006) Offset print
106x67cm
Fiaminghi Family Collection
Painel do Hospital da Lagoa, 1955 Fernando Lemos Cartaz O grito e o vazio, 1966
Escritório de Arquitetura Oscar Niemeyer Marca INDAC – Instituto de Artes e Fundação Cultural do Distrito Federal
Fotos Tuca Reinés (original em azulejaria) Ciências SP, 1960 Impressão tipográfica
Acervo Fundação Athos Bulcão 46x32cm
Coleção do artista
Painel em relevo do Teatro Nacional Fernando Lemos (sinal),
Claudio Santoro Brasília, DF, 1966 Décio Pignatari (nome)
Escritório de Arquitetura Oscar Niemeyer Marca Sambana, 1963 Gustavo Goebel Weyne
Fotos Tuca Reinés (original em concreto) Capa e do LP Tempo Feliz de Baden
Acervo Fundação Athos Bulcão Powell, 1966
Fernando Lemos Selo Forma
Documentos e fotografias das Impressão ofsete (foto do artista de
Branco & Preto embalagens Sambana, 1963 Pedro de Moraes, reconstrução digital
Cadeira Aflalo, 1951 (estudos), de Goebel Weyne, 2006)
1953 (fabricação)
Metal, madeira e palhinha Geraldo de Barros Identidade Alimba, 1960
desenho e fotografia Cartaz para o IV Centenário de Alimba – Alimentos da Bahia
Marcelo Aflalo São Paulo, 1954
Prefeitura de São Paulo Estrutura e estudo de embalagem
Mesa de Ripas, 1960 (reedição atual) Desenho e recorte de papel para a identidade Alimba, 1960
Madeira 104x73cm (reconstrução digital, 2005)
Acervo Etel Interiores Acervo Alexandre Wollner
Identidade Príncipe, 1962
Mesa duas cores, 1960 (reedição atual) Cadeira de ferro com assento de Confecções Príncipe
Madeira e vidro palha de taboa, c.1954 Projeto gráfico
Acervo Etel Interiores Unilabor
Ferro e palha de taboa Estrutura e estudo de embalagem
Acervo Lenora de Barros para a identidade Príncipe, 1962
Branco & Preto (Milan & Forte) (reconstrução digital, 2005)
Poltrona MF5, 1953 Cadeira de ferro m-110, 1954
Madeira, estofado e palhinha Unilabor Logotipo Leone Associados, 1962
Acervo Marcelo Aflalo Ferro, jacarandá e palhinha Gustavo Goebel Weyne
Acervo Lenora de Barros Estrutura e estudos para o logotipo
Leone Associados, 1962
Décio Pignatari (reconstrução digital, 2005)
Capa da revista Noigandres 3, 1956 Geraldo de Barros/Unilabor
Impressão tipográfica Cadeiras de ferro com estofados de
Acervo Augusto de Campos Veludo preto, 1964 Hermelindo Fiaminghi
Acervo Fernanda Martins Anúncio da IV Bienal Internacional de
São Paulo na revista Quadrum 3, 1957
Emilie Chamie Geraldo de Barros Fundação Bienal de São Paulo
Capa do livro A fala e a forma de Yone Cadeira GB01, 1954 Ofsete
Gianetti da Fonseca, década de 1950 Unilabor Acervo família Fiaminghi
Impressão tipográfica Ferro
Acervo Mario Chamie Acervo Dpot Cartão de natal Equipesca, 1968
Equipesca
Capa do livro Derroteiro de Rotinas de Estante modular MF 710, 1954 impressão ofsete
Clodomir Monteiro, década de 1950 Unilabor Acervo família Fiaminghi
Quiron/Praxis Ferro e madeira
Impressão tipográfica Ferros Velhos Arte e Design Leiaute do catálogo da I Exposição
Acervo Mario Chamie Nacional de Arte Concreta, 1956
apêndice
Vectorial drawing
Karl Heinz Bergmiller Collection Luis Sacilotto Ruben Martins
Cover for the catalogue of the Ad and studies B12 decade of 1960
Mirror with light, 1959 5th Paulista Salon of Modern Art, 1956 Procienx Labs
D. F. Vasconcellos Ltda. 22,5×14 cm Photographs and digital reconstruction by
Mirror, steel, aluminum and injected Walter Wey library – Pinacoteca of São Paulo Fernanda Martins
rubber (photograph) State Government Collection Fernanda Martins Collection
Karl Heinz Bergmiller Collection
304 Bozzano ad, 1964
Children’s furniture line Lygia Clark Bozzano
(photographs of mockups), 1963 LP cover, 1963 Original layout
Singer Brazil Industry and Commerce Ltd. Festa seal Fernanda Martins Collection
Karl Heinz Bergmiller Collection Typographic print
25×25 cm Sedavier ad, 1964
Table lamp, 1956 Egeu Laus Collection Procienx Labs
Atelier Max Bill Offset print (digital reconstruction by Fernanda
Chromed metal and matte Martins, 2006)
acrylic (photograph) Fernanda Martins Collection
Karl Heinz Bergmiller Collection
Vestido com tecido reticulado Projeto de xícara de café, 1959 Embalagens dos produtos Piraquê,
(fotografia), 1967 Indústrias Villares, divisão de década de 1950/1960
Rhodia Elevadores Atlas (versões comercializadas atualmente)
Acervo família Fiaminghi Nanquim sobre papel (desenho vetorial Flexogravura
de André Lima, 2006)
Acervo Karl Heinz Bergmiller
Ivan Serpa Mary Vieira
Capa do livro George Sand, 1962 Cartaz Brasilien baut, 1954
Gráfica Tupy Editora Karl Heinz Bergmiller e Max Bill Impressão tipográfica (reconstrução digital
Impressão tipográfica Poltrona desmontável, 1957 (fotografias) do original feita por André Stolarski, 2006)
Acervo Lygia Serpa KHB & Ernst Moeckl 60x42,5cm
Alumínio e couro
Capa do livro Idéias e figuras, 1958 Acervo Karl Heinz Bergmiller Cartaz Brasilien baut Brasilia, 1957
MEC Editora Impressão tipográfica (reconstrução digital
Impressão tipográfica do original feita por André Stolarski, 2006)
Acervo Lygia Serpa Lina Bo Bardi 60x42,5cm
Cadeira Bowl, 1951
Capa do livro Jangadeiro, 1957 Ferro, espuma e couro Cartaz Panair do Brasil, 1957
MEC Editora Acervo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi Impressão tipográfica (reconstrução digital
IImpressão tipográfica do original feita por André Stolarski, 2006)
Acervo Lygia Serpa Cadeira dobrável para o Grande Auditório 60x42,5cm
do Masp (Sede da Rua Sete de Abril), 1948
Livro Ivan Serpa, 1960 c. Museu de Arte Moderna de São Paulo
Serigrafia Madeira e couro Maurício Nogueira Lima
Acervo Lygia Serpa Instituto Lina Bo e P. M. Bardi Sinal Fenit, 1958 (versão simplificada)
Studies for Belavista candies, 1964 Promotional folders for CIL Paints
Original drawings reproductions (Flexil, Betanol, Walkiria, Casanova
Fernanda Martins Collection and Combat), decade of 1950
Typographic print
Casa Almeida & Brothers identity, 1960 Pinacoteca of the State of São Paulo
(digital reconstruction by Fernanda
Martins, 2005) Cover for Vertex #1 magazine
Fernanda Martins Collection (illustration by Hércules Barsotti), 1957
Vertex magazine
Casa Almeida & Brothers packaging, 1960 c. Typographic print
Offset cardboard (reproduction) Historical Archive of the
Ricardo Almeida Collection Contemporary Art Institute
Mobília Contemporânea
Waldemar Cordeiro Typographic print
Equipament for the Esperia Club, 1963 Fernanda Martins Collection
Photographs
Private Collection Seta Gallery sign, 1964
Pesquisa e Publicações
Research and Publications
Coordenação Coordinator
Margarida Sant’Anna
Carolina Coelho Soares
Parceiros
Master
A1 Brasil
Amesp Saúde
Companhia Paulista de Outdoor
Gusmão & Labrunie – Propriedade
Intelectual
Pirelli
Proximidia
Rádio Bandeirantes
Rádio CBN
Revista BRAVO!
Revista Simples
Seven English Español
TRIP Editora e Propaganda