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Fundação Bienal
1ª Bienal de São Paulo (1951)
Unidade tripartida (1948-49) do suíço Max Bill,
Cândido Portinari e Di Cavalcanti,
Pablo Picasso e do belga René Magritte
Unidade tripartida (1948-49)
do suíço Max Bill,
2ª Bienal de São Paulo (1953)
“Bienal da Guernica”, em alusão à mais famosa obra de Pablo Picasso, datada de 1937 e
considerada o grande destaque do evento. Com quase o dobro de obras em relação à edição
anterior, a 2ª Bienal foi realizada já no Parque do Ibirapuera, aproveitando sua inauguração e
ocupando dois pavilhões projetados por Oscar Niemeyer (1907-2012): o Palácio dos Estados
(atual Pavilhão das Culturas Brasileiras) e o Palácio das Nações (atual Pavilhão Padre Manoel da
Nóbrega, onde está situado o Museu Afro Brasil).
A exposição foi um marco histórico mundial pela espantosa seleção de artistas estrangeiros, a
qual incluía o fundador da escola alemã Bauhaus, Walter Gropius, o suíço Paul Klee, o holandês
Piet Mondrian, o norte-americano Alexander Calder e o austríaco Oscar Kokoschka, além de uma
sala inteiramente dedicada a 69 obras do ícone expressionista Edvard Munch. A representação
francesa no evento proporcionou ao público brasileiro o contato com obras dos protagonistas do
cubismo, Pablo Picasso e Georges Braque, além de Robert Delaunay e Marcel Duchamp. A
delegação italiana, por sua vez, destacou-se pela seleção de seus principais artistas futuristas,
entre eles, Giorgio Morandi e Umberto Boccioni. Alfredo Volpi recebeu o prêmio de Pintura e
Lívio Abramo o de Gravura. Antônio Bandeira, por sua vez, assinou o cartaz da edição.
Livio Abramo
3ª Bienal de São Paulo (1955)
Ao alcançar seu objetivo e consolidar-se como evento de arte de relevância no cenário mundial,
a 3ª Bienal teve como destaque as obras dos muralistas mexicanos Diego Rivera, José Clemente
Orozco e David Alfaro Siqueiros. A presença de artistas concretos brasileiros, como Waldemar
Cordeiro, Geraldo de Barros, Lygia Clark, Luiz Sacilotto, Mary Vieira e Maurício Nogueira Lima,
demonstrava o esforço do evento em apresentar a arte nacional como expressão madura e
digna de inclusão no cenário internacional. Salas Especiais foram dedicadas aos pintores
brasileiros Cândido Portinari e Lasar Segall, além do pintor francês Fernand Léger, cuja
retrospectiva trouxe 38 pinturas, entre elas a peçaLes loisirs (hommage à Louis David) (1948-49),
que teve enorme aceitação pela simplicidade estética e de sentido empregadas em sua criação.
O cartaz desse ano é de autoria de Alexandre Wollner.
Frans Krajcberg
Aluísio Carvão Hermelindo Fiaminghi
Flavio-Shiró
Amilcar de Castro
Anatol Wladyslaw
Ivan Serpa
7ª Bienal de São Paulo (1963)
A 7ª Bienal foi a primeira edição desvinculada do Museu de Arte Moderna de São Paulo e
realizada sob responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo, instituição criada um ano
antes. De um lado, ao olhar para a produção contemporânea, a exposição abarcava a obra de
Flávio de Carvalho e apontava para o início da febre pop, protagonizada pela presença do norte-
americano George Segall e do inglês Eduardo Paolozzi. De outro, prosseguia com mostras
retrospectivas promovidas pelas delegações estrangeiras, como as salas do expressionista
alemão Emil Nolde e do modernista uruguaio Rafael Barradas, o que punha em xeque o sentido
conceitual do evento. Yolanda Mohalyi recebeu o prêmio de Pintura. Os brasileiros Anatol
Wladyslaw, Sérvulo Esmeraldo, Eleonore Koch e Arthur Piza também participaram da edição
Arthur Piza
Yolanda Mohalyi
8ª Bienal de São Paulo (1965)
Início da ditadura militar no Brasil
pós-golpe de 1964.
Apesar de estrategicamente “protegida” pelo governo, interessado na aproximação da entidade
com os outros países e o apoio efetivo destes para que o evento acontecesse, a Bienal era um
espaço privilegiado em que os intelectuais reivindicavam direitos e pensavam o futuro. Tal
ambiguidade fez com que os premiados brasileiros Sérgio Camargo e Maria Bonomi
entregassem ao presidente uma moção a favor da libertação de quatro intelectuais durante a
cerimônia de abertura da exposição, causando constrangimento. A despeito das complicações
políticas, consagrou-se a apresentação de uma grande sala hours-concours, dedicada ao
surrealismo e à arte fantástica. Marcel Duchamp, com seu ready-made famoso Roue de
bicyclette (1913), era visto ao lado de Max Ernst, Marc Chagall, Joan Miró, Jean Arp, Man Ray,
Paul Klee, Paul Delvaux, René Magritte e Francis Picabia.
Sérgio Camargo
9ª Bienal de São Paulo (1967)
A Bienal da arte pop foi inaugurada sob uma polêmica já prevista: o governo militar, regido
então pelo marechal Costa e Silva, retirou duas obras que “feriam” as autoridades e a
constituição brasileira: uma pintura da brasileira Cybele Varela considerada antinacionalista e a
série Meditação sobre a Bandeira Nacional, de Quissak Jr., que utilizava o símbolo para fins não
patrióticos. A delegação estadunidense, grande destaque do evento, foi a responsável por
apresentar o preciso recorte de arte pop que trouxe ao evento obras de Andy Warhol, Roy
Lichtenstein, Robert Rauschenberg e a premiada Three Flags, de Jasper Johns. Também imersos
na linguagem pop, que requeria uma aproximação mais estreita com o espectador, estavam os
brasileiros Marcello Nitsche, que apresentou sua famosa Bolha amarela, e os
fundadores/participantes do Grupo Rex: Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Geraldo de Barros,
Carlos Fajardo, José Resende, Carlos Vergara, Carlos Zilio, Claudio Tozzi, Sérgio Sister, Luiz Paulo
Baravelli, Rubens Gerchman e Antonio Manuel. Uma retrospectiva dedicada ao pintor Edward
Hopper, falecido no mesmo ano, foi ponto alto da mostra.
Nessa mesma edição, Zanini dedicou um módulo ao cruzamento entre arte e tecnologia, no
qual os visitantes apertavam teclas para acionar desenhos, poemas ou formas gráfico-visuais
exibidos em televisores.
Embora a mostra se voltasse para o presente da arte, um módulo foi dedicado à arte plumária
indígena.
18ª Bienal de São Paulo (1985)
Influência marcadamente expressionistas e uma expografia inusitada pautaram o debate ao
longo de toda a 18ª Bienal. A curadora Sheila Leirner dispôs boa parte das obras em três
corredores de cem metros de extensão, instalou dezenas de quadros lado a lado e criou o que
ficaria conhecido como a Grande Tela, numa escolha provocativa e polêmica. Entre os brasileiros
que participavam da Grande Tela, destacavam-se especialmente os jovens pintores da Casa 7:
Paulo Monteiro, Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez e Rodrigo Andrade. Além de
Jorge Guinle, Leonilson, Daniel Senise e Leda Catunda. A mostra apresentou ainda obras de
Joseph Beuys, Rebecca Horn, Wilfredo Lam e do grupo CoBrA, para citar alguns.
Sheila Lerner
•Desmaterialização da arte
“A consolidação da figura do curador coincidiu nesta década com a progressiva
constatação de que pensar a cultura sob o prisma estrito dos cânones eurocêntricos é
tão anacrônicos quanto supor que a Europa continua detendo o controle socio-
econômico. Similarmente, noções como centro e periferia não mais dão conta de um
panorama complexo e diverso, atravessado pelo intercâmbio entre tradições diversas,
que freqüentemente resultam em obras híbridas e cheias de vitalidade. Essas
concepções não são consensuais, bastando evocar as recentes edições da Bienal de
Veneza que insistiram em perpetuar o paradigma clássico, segundo o qual não acontece
nada de importante abaixo da linha do equador.”
Aracy AMARAL,. (Org.) . Mundo, Homem, Arte em Crise., PEDROSA. Mário - Por Dentro e
por fora das Bienais,
Esta edição da Bienal de São Paulo, a última do
milênio, foi realizada sob a direção
XXIV curatorial de Paulo
Herkenhoff e do curador - adjunto Adriano
Pedrosa, e o trabalho de mais de 70 curadores.
A proposta do curador era que cada uma das
três mostras propostas ("Roteiros",
"Representações Nacionais" e "Núcleo
Histórico") orbitasse em torno do conceito de
antropofagia.
Bruscky
Beatriz Milhazes
Artur Barrio
27ª Bienal de São Paulo (2006)
O mote Como viver junto, título de um conjunto de seminários proferidos por Roland Barthes
nos anos 1970, norteou a curadoria de Lisette Lagnado para a 27ª Bienal. Numa edição marcada
pela extinção das representações por país e a afirmação da arte como linguagem transnacional,
a curadora concebeu uma homenagem a Gordon Matta-Clark, além de reunir obras
emblemáticas de Thomas Hirschhorn, Dan Graham e León Ferrari. Entre os brasileiros, Marilá
Dardot e Laura Lima compuseram um panorama especialmente fértil de reflexão sobre os novos
rumos da arte contemporânea nacional. Como uma inovação fundamental para a Fundação
Bienal, os projetos curatoriais passaram a ser escolhidos a partir de processos de seleção.
Hélio Oiticica
Marilá Dardot
Detalhe da instalação Restore Now, de Thomas
Hirschhorn, na Bienal de São Paulo
28ª Bienal de São Paulo (2008)
Momento de repensar rumos e funções, a 28ª Bienal entraria para a história como a “Bienal do
Vazio”. Concebida por Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen, a mostra deixou um andar inteiro sem
obras, numa metáfora clara da crise conceitual atravessada pelos sistemas expositivos
tradicionais. Com apenas 54 obras de 41 artistas e 4 projetos especiais, a edição escolheu a
performance como um de seus canais principais, tendo Maurício Ianês e Marina Abramovich
como ilustres representantes. Ianês apresentou o trabalho A bondade de estranhos, em que
“morou” no prédio da Bienal durante treze dias, e comeu e se vestiu apenas com o que lhe foi
doado por visitantes. Iran do Espírito Santo e Rubens Mano foram outros nomes convidados,
numa edição em que os limites de apropriação do espaço por artistas e pichadores estiveram
em permanente discussão.
Rubens Mano
29ª Bienal de São Paulo (2010)
Com novo fôlego, a Bienal inaugurou sua 29ª edição apostando na permanência de seu Projeto
Educativo e numa ampla programação paralela. Privilegiando obras de cunho político, a
curadoria de Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos misturou nomes nacionais consagrados –
Leonilson, Lygia Pape, Antonio Dias, Artur Barrio, Antonio Manuel e Cildo Meireles – com
expoentes da nova geração, como Tatiana Blass e Marcius Galan. Entre os internacionais,
destacaram-se a fotógrafa norte-americana Nan Goldin e o ativista chinês Ai Weiwei. Intitulados
terreiros, seis espaços conceituais receberam atividades especialmente concebidas. No Pavilhão,
causou polêmica a instalação Bandeira branca, de Nuno Ramos, com urubus vivos voando com o
acompanhamento de uma montagem de sons do cancioneiro nacional.
Marcius Galan.
Tatiana Blass
Os curadoresAgnaldo Farias e
Moacir dos Anjos optaram pela
palavra poética para criação de seis
eixos conceituais que funcionam
também como aglutinadores das
obras no espaço, além de serem
materializados pelos chamados
Terreiros.
o curador Luis Pérez-Oramas
Oramas Inspiração – Documenta X – Curadoria de Catherine David -
CUBO BRANCO
Benet Rossel
CUBO BRANCO
NÃO É UM TÍTULO MAS MOTIVO: (Oramas)
Documenta de Kassel 13