Arquiteturas
2.Cidades
3.Edifícios
4.Preservação
Grande Sertão:
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Arquiteturas
Introdução
• Cultura
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Arquiteturas
A colonização do interior do
território brasileiro foi muito
lenta
• Os portugueses instalaram-se
inicialmente no litoral, onde se
explorava a economia agroaçucareira
nos séculos XVI e XVII.
•Elas se localizam entre dois mundos, o do conquistador e o dos adversários, sejam estes povos igualmente
conquistadores ou nativos.
•A fronteira assume, ainda, um caráter simbólico entre o mundo conhecido e razoavelmente dominado e o mundo
desconhecido, de uma natureza inóspita, impenetrável.
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• A uniformidade do terreno
correspondia à uniformidade
dos partidos arquitetônicos: as
casas eram construídas de forma
uniforme e, em certos casos, essa
padronização era fixada em Cartas
Régias ou em posturas municipais.
• Dimensões e números de
aberturas, altura dos pavimentos e
alinhamentos com as edificações
vizinhas foram exigências
correntes no século XVIII.
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ARQUITETURA COLONIAL
De acordo com o Inventário de uma herança ameaçada: registro e estudo de centros históricos do Seridó,
as características exteriores dominantes no Nordeste para este estilo são:
• Construção alinhada sobre a testada do lote; a relação do edifício com o lote é, portanto, quase sempre SEM RECUO ou, às vezes,
com RECUO LATERAL ou BILATERAL;
• Caixa mural inteiriça (volumetria SIMPLES);
• Cobertura com 2 ÁGUAS paralelas à fachada principal, em telhas cerâmicas de "capa e canal", as chamadas telhas coloniais, usadas
até hoje, sendo que maiores e mais espessas, seus beirais avançando sobre a fachada, apoiados em cornija; EMPENAS LATERAIS que
se aproximam dos 45° e paredes muito espessas (+ ou - 0,50m);
• Nas fachadas principais, CHEIOS predominam sobre VAZIOS com vãos SEMELHANTES e dispostos a intervalos REGULARES, sendo
uma ou duas portas nas extremidades da fachada
• Se uma só porta, uma ou mais janelas são dispostas em um dos lados da porta, se duas portas, podem existir ou não existir janela(s)
entre elas;
• Vergas RETAS ou em ARCO ABATIDO; molduras de pedra ou reboco acompanham, geralmente, o contorno do vão;
• Superfícies da fachada entre os vãos, rebocadas e caiadas, sem adornos de qualquer espécie;
• Predominância de simetria, linhas e planos horizontais.
(TRIGUEIRO & CAVALCANTI, [s.d]; s.p)
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ARQUITETURA COLONIAL
Rugendas registrou no
século XIX o modelo da
habitação brasileira
mais elementar.
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ARQUITETURA COLONIAL
Igreja de
Nossa
Senhora do
Carmo,
Olinda, 1720
Foto: Ana Paula Gurgel, 2013
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ARQUITETURA COLONIAL
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ARQUITETURA COLONIAL
Igreja de Nossa
Sra. do Rosário,
Acari - RN.
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ARQUITETURA COLONIAL
Igreja Matriz de
Nossa Senhora do
Rosário dos
Brancos, Aracati/CE
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ARQUITETURA COLONIAL
Igreja de Nossa
Senhora da
Expectação - Icó/CE
Casario
de
Icó/CE
Foto: Ana Paula
Gurgel, 2012
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ARQUITETURA COLONIAL
Sobrado de
Icó/CE
Foto: Analia Campos, 2012
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ARQUITETURA COLONIAL
Casa de
Icó/CE
Foto: Ana Paula
Gurgel, 2012
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ARQUITETURA COLONIAL
Teatro
Ribeira -
Icó/CE
Foto: Ana Paula Gurgel,
2012
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ARQUITETURA ECLÉTICA
De acordo com o Inventário de uma herança ameaçada: registro e estudo de centros históricos do Seridó,
as características exteriores dominantes no Nordeste para este estilo são:
• construção recuada em relação à testada do lote, os recuos podendo ser FRONTAL-LATERAL, FRONTALBILATERAL ou, menos
frequentemente apenas FRONTAL
• caixa mural apresenta volumetria SIMPLES ou COMPOSTA por AJUNTAMENTO, INTERPENETRAÇÃO e/ou JUSTAPOSIÇÃO;
• coberturas, em DUAS, QUATRO ÁGUAS, recobertas de telhas cerâmicas planas, as chamadas "telhas francesas" ou de "capa e
canal"; com empenas FRONTAIS, LATERAIS ou ENCOBERTAS por platibandas; destacam-se, elementos decorativos nas platibandas
que são frequentemente recortadas em linhas sinuosas e, mais tardiamente, em recortes escalonados;
• na modenatura das fachadas predominam CHEIOS sobre VAZIOS, embora a presença de elementos decorativos, geralmente
adornos em massa ou estuque, contribua para disfarçar a continuidade dos cheios;
• vãos SEMELHANTES ou DISTINTOS, dispostos a intervalos regulares ou irregulares nas fachadas;
• vergas RETAS, em ARCO PLENO, em ARCO OGIVAL, RECORTADAS, MISTAS; molduras em reboco acompanhando o contorno do vão
ou a eles acrescentando elementos decorativos no topo e laterais;
• superfícies da fachada entre os vãos, preenchidas com adornos segundo a(s) inspiração(ções) estilística(s) adotada(s);
• predominância de assimetria (exceto nos casos de forte influência neo-clacissista) e de linhas e planos verticais.
(TRIGUEIRO & CAVALCANTI, [s.d]; s.p)
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Casario – Icó/CE
Foto: Ana Paula Gurgel, 2012
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Casario
–
Quixadá/
CE
Foto: acervo
NIPHAS, 2012
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Chalé da pedra –
Quixadá/CE
Foto: Ana Paula Gurgel, 2012
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Museu – Quixadá/CE
Casa – Crato/CE
Casa – Crato/CE
Prefeitura-
Paus dos
Ferros/RN
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Loja (atualmente) –
Caruaru/PE
Foto: Rodrigo Macedo, gentilmente cedido por Amanda Casé
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ARQUITETURA ECLÉTICA
Catedral –
Fortaleza/CE
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ARQUITETURA ECLÉTICA
• O neocolonial, naquela
época chamado de
“tradicionalismo” ou
“colonialismo” – este
último termo ainda não
tendo tomado a
conotação política
negativa atual.
• Usavam os elementos
decorativos do período
colonial em harmonia
compositiva
Casa – Crato/CE
Foto: Ana Paula Gurgel, 2008
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Arquiteturas
ARQUITETURA PROTOMODERNISTA
Quanto à tipologia dos edifícios desta época, explica Ramos (1999) acerca do bairro Petrópolis, Natal/RN, que:
a) Volumetria: pode ser simples ou composta por interpenetração ou ajuntamento (volumes lado a lado).
b) Cobertura: telhados ora aparentes, cobrindo partes diversas de uma volumetria complexa, ora encobertos por
platibandas, quando em volumetrias mais simplificadas. Utilização de telha canal.
c) Superfícies: rebocadas e pintadas, com poucos exemplares apresentando textura irregular, frisos ou imitação de blocos
de cimento. Menos decoração superficial em relação a linguagem eclética, mas ainda apresentando “ornatos retilíneos”
(REIS FILHO, 1995: p.68). Presença mais freqüente de elementos vazados.
d) Vãos e cercaduras: alguns exemplares apresentam cercaduras em argamassa ou cerâmica em volta dos vãos das
esquadrias. Vergas sempre retas e sem molduras decorativas. (RAMOS,1999; p. 68 e 69)
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ARQUITETURA PROTOMODERNISTA
Banco Caixeiral –
Crato/CE
Foto: Ana Paula Gurgel, 2008
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ARQUITETURA PROTOMODERNISTA
Casa – Crato/CE
Casa – Crato/CE
Biblioteca Municipal
Felix Araújo – Campina
Grande/PB
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ARQUITETURA PROTOMODERNISTA
Residência –
Caruaru/PE
Foto: Rodrigo Macedo,
gentilmente cedido por
Amanda Casé
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ARQUITETURA PROTOMODERNISTA
Rádio Jornal de
Garanhuns/PE
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ARQUITETURA MODERNISTA
De acordo com o Inventário de uma herança ameaçada: registro e estudo de centros históricos do Seridó,
as características exteriores dominantes no Nordeste para este estilo são:
• edifício recuado em relação à testada e freqüentemente aos limites laterais do lote, demarcados por elementos que não obstruem
ou obstruem apenas minimamente sua visibilidade a partir da rua;
• caixa mural formada por volumes SIMPLES ou mais comumente COMPOSTOS, JUNTOS, INTERPENETRANTES, JUSTAPOSTOS,
cobertos por número variado de ÁGUAS (inclusive UMA ÁGUA), freqüentemente ENCOBERTAS por platibandas RETAS às vezes
conformando empenas INVERTIDAS;
• os telhados podem ser de telhas de "capa e canal" sobre madeirame ou sobrepostas diretamente às lajes, o que permite declives
mais suaves ou, ainda, de cimento amianto com mínima angulação; ocorrem, embora raras, coberturas em lajes planas;
• nas fachadas predominam os VAZIOS sobre os CHEIOS;
• os vãos tendem a ser mais largos que altos, SEMELHANTES ou DISTINTOS, dispostos a intervalos IRREGULARES e freqüentemente
ocupando a maior parte das fachadas; as vergas são quase sempre RETAS sobre janelas predominantemente longitudinais; vazios
são, ainda, freqüentemente fechados por elementos vazados (cobogós e brise-soleils);
• as superfícies dos cheios podem ser rebocadas e pintadas ou revestidas por cerâmica, azulejo e pedra, com destaque para as
chamadas "pedras de parelhas";
• predominância de assimetria, de prismas horizontais e de planos e linhas horizontais e diagonais.
(TRIGUEIRO & CAVALCANTI, [s.d]; s.p).
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ARQUITETURA MODERNISTA
Casa – Crato/CE
Casa – Crato/CE
Foto: Ana Paula Gurgel, 2008
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ARQUITETURA MODERNISTA
Casa – Campina
Grande/PB
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ARQUITETURA MODERNISTA
Casa – Campina
Grande/PB
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Preservação
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A Exceção e a Regra
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
Bertold Brecht
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Foto: Ana Paula Gurgel, 2008
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Foto: Daniel Paulo, 2016
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Foto: acervo NINPHAS, 2012
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Foto: Ana Paula Gurgel, 2010
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Foto: Ana Paula Gurgel, 2012
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Descansem
em paz...
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