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Aperfeiçoamento em Acionamentos Elétricos

INSTALAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO
DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA
Conselho Regional do SENAI - CE

Roberto Proença de Macêdo


Presidente

Aluísio da Silva Ramalho


Ricard Pereira Silveira
Edgar Gadelha Pereira Filho
Ricardo Pereira Sales
Delegados das Atividades Industriais

Luiz Eugênio Lopes Pontes


Francisco Túlio Filgueiras Colares
Paula Andréa Cavalcante da Frota
Luiz Francisco Juaçaba Esteves
Suplentes dos Delegados das Atividades Industriais

Cláudio Ricardo Gomes de Lima


Representante do Ministério da Educação

Samuel Brasileiro Filho


Suplente do Ministério da Educação

Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto


Representante da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará

Eduardo Camarço Filho


Suplente da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará

Júlio Brizzi Neto


Representante do Ministério do Trabalho e Emprego

Francisco Antônio Ferreira da Silva


Representante dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará

Antônio Fernando Chaves de Lima


Suplente dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará

Departamento Regional do SENAI – CE

Fernando Ribeiro de Melo Nunes


Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE
Departamento Regional do Ceará

Instalação e
Parametrização do Inversor
de Frequência

Maracanaú
2014
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, deste que citada a fonte

SENAI/CE
Departamento Regional do Ceará
Este trabalho foi elaborado por uma equipe cujos nomes estão relacionados na folha de créditos.

Ficha Catalográfica

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do


Ceará.
Instalação e parametrização do inversor de Frequência / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional do Ceará. – Fortaleza: SENAI CE, 2013.
__ p. : il.

1. Acionamentos Elétricos. I Título

CDD

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional do Ceará
Av. Barão de Studart, 1980.
1º Andar Aldeota
CEP 60120-024 Fortaleza – CE
Tel: (85)3421.5900
Fax: (85) 3421.5909
E-mail: senai-ce@sfiec.org.br
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1 APRESENTAÇÃO

O controle da velocidade dos motores elétricos trifásicos de indução se tornou


elemento essencial para a garantia da eficiência nos métodos de conformação
industrial com o alcance da qualidade desejada e a economia da energia elétrica
aplicada nos processos.
A tecnologia que envolve a aplicação de drives controladores em sistemas
industriais é procurada cada vez mais por empreendedores que buscam uma
atualização tecnológica perante as inovações industriais e de meio ambiente,
sugeridos por órgãos reguladores, alegação de concorrentes e por satisfazer os
anseios de seus adquirentes habituais.
Por estas e outras mais que o SENAI disponibiliza no seu quadro de portfólio
um treinamento sofisticado e envolvente que demonstra a facilidade de utilização
dos conversores estáticos por projetistas, instaladores, programadores e
mantenedores de máquinas elétricas que se predispõem a aquisição da melhoria
das operações nas suas composições de funcionamento, facilitando e satisfazendo
anseios adrenalináticos para resolução das propostas de questões subjetivadas que
surgem todos os dias em torno das faculdades intelectuais das personagens do
mundo real no trabalho dentro da indústria brasileira.
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2 INTRODUÇÃO

O merecido destaque da eletrônica permitiu a invenção do conversor estático


das formas de onda da tensão elétrica. O equipamento mais desejado de se
conhecer e se utilizar em sistemas não só industriais, mas também de outras áreas
que almejam o desempenho com qualidade de energia e a perfeição na prestação
de tarefas executadas por dispositivos que utilizam a automação.

O inversor de frequência é o equipamento eletroeletrônico capaz de converter


a tensão alternada de entrada com frequências constantes em tensão contínua, e
depois modulando essa tensão contínua para gerar em sua saída uma tensão
novamente alternada com frequências variáveis. Porém, essa saída de tensão e
frequência controlada e variável, permite controlar a velocidade e o torque dos
motores de indução trifásicos. Estas duas características provem os sistemas em
que estão inseridas de uma infinita gama de aplicações, sendo possibilitadas nas
máquinas dos processos industriais.
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3 INVERSOR DE FREQUÊNCIA
3.1 Definição do Inversor de Frequência

Os inversores de frequência, também conhecidos como conversores de


frequência ou inversores AC são equipamentos utilizados na indústria para controlar
a velocidade dos motores elétricos de indução trifásicos.
Os sistemas anteriores ao inversor não possibilitavam grande grau de
precisão no ajuste da velocidade e do torque, impedindo que as indústrias
empregassem processos produtivos eficazes e de qualidade. A evolução tecnológica
em certos processos e máquinas só foi possível pela utilização dos inversores de
frequência.

3.2 Princípio de funcionamento do Inversor de Frequência

3.2.1 Diagrama de blocos do Inversor de Frequência

O título mais popular utilizado é Inversor de Frequência, porém o inversor é


um dos componentes internos do conversor de frequência, que é composto
basicamente por quatro blocos.

 Circuito de Entrada: composto por diodos retificadores para converter a


tensão alternada monofásica ou trifásica em tensão contínua.

 Circuito Intermediário: que inclui um circuito de pré-carga, um banco de


capacitores eletrolíticos para filtro de tensão que suaviza as variações e gera
uma tensão contínua constante.

 Circuito Inversor: compreendido por transistores de potência que


chaveiam a tensão contínua e produzem uma tensão alternada de frequência
variável aproximando sua forma de onda ao modelo senoidal.

 Circuito de controle: onde são recebidos os comandos e sinais do


usuário ou do processo para o controle do chaveamento dos transistores
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através de pulsos de tensão que geram as formas de ondas necessárias para


o controle da velocidade dos motores, além de armazenar a parametrização
do inversor de frequência.

Como já percebemos o controle e a variação da velocidade feita a partir


desses circuitos eletrônicos, são utilizados para uma inversão controlada a fim de
variar não apenas a tensão, mas também a frequência que é fundamental para
variação de velocidade.

 (ω) → ômega, representa a velocidade angular


 (π) → pí, representa o ângulo de 360º, tido como constante
 (f) → frequência desenvolvida pelo sistema que será aplicado diretamente ao
motor elétrico trifásico de corrente alternada.

ω = 2π . f
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3.2.2 Etapas do circuito de potência do Inversor de Frequência

Podemos notar que a rede AC é retificada na entrada como já citamos.


Através dos capacitores forma-se o circuito intermediário, também chamado
de Barramento DC ou ainda mais citado como Link DC. A tensão DC pode chegar a
380 Vcc para redes trifásicas de 220Vca e até 660 Vcc para redes de 380Vca. Onde
dessa tensão, alimentam-se os tiristores do tipo IGBT’s (Transistor Bipolar de Gate
Isolado) que irão fazer a inversão da tensão DC em tensão CA.

3.2.3 Etapa do circuito inversor

A etapa principal das conversões é a de inversão, portanto iremos analisar


melhor seu funcionamento. Após a etapa de filtragem e estabilização no Link DC,
podemos observar duas chaves trabalhando como inversor de tensão.
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Se observarmos o tempo em que cada chave permanece aberta e também


fechada, podemos perceber que quando controlamos este período estamos
controlando também a frequência de alternância da tensão, portanto se a velocidade
de um motor depende diretamente da frequência, através deste controle do período
podemos controlar diretamente a velocidade do motor.

Os IGBTs são chaveados três a três, formando uma tensão alternada na


saída U, V e W defasadas de 120º elétricos, exatamente como a rede de
alimentação. A única diferença é que, ao invés de uma senóide, teremos uma forma
de onda quadrada. Portanto, o motor elétrico AC alimentado por um inversor tem em
seus terminais uma onda quadrada de tensão que pode ser analisada da seguinte
maneira.
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3.2.4 Controle PWM

O sistema de chaveamento
utilizado para controlar o disparo
dos tiristores é o mais utilizado e
mais eficaz para os sistemas de
controle de potência industrial.
Esse controle é chamado de PWM
- Pulse Width Modulation –
Modulação por largura de pulso,
que podemos ver sua interação
com o controle de potência dos
tiristores.

A figura ao lado mostra o padrão


resultante do chaveamento da tensão e a
corrente obtida em uma fase aplicada ao
motor elétrico quando utilizamos a técnica
PWM para comando dos transistores de
potência.
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3.2.5 Principais interfaces das placas do Inversor de Frequência

Assim como nos circuitos de Comandos Elétricos, os circuitos do Inversor de


Frequência possuem dois circuitos básicos e principais. Onde o circuito de comando
é chamado de circuito de controle e o circuito de força é representado pelo circuito
de potência.
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3.3 Tipos de controle para o Inversor de Frequência

3.3.1 Controle do Inversor de Frequência com o tipo escalar ou (V/f)

No controle escalar, a variação de tensão média e frequência são feitas


linearmente pelo Inversor para atingir um conjugado constante. Conjugado este,
formado por linhas de fluxo magnético impostas ao estator do motor. Portanto, o
conjugado será constante se o produto entre o fluxo magnético e a corrente rotórica
for constante. Dessa forma podemos analisar o conjugado do motor considerando
que a corrente seja praticamente constante. Assim devemos avaliar como se
comporta o fluxo magnético.

Dividindo a tensão aplicada pela frequência imposta ao motor, será produzida


uma quantidade igual a 3,6Wb de linhas do fluxo magnético, ideal para manter o
conjugado do motor constante. Na medida em que controlamos a velocidade através
da frequência, o valor da tensão imposta será proporcional para manter o fluxo
constante.
Quando esta proporcionalidade ultrapassa os valores nominais, deixamos de
ter um conjugado constante, pois a frequência poderá ser alterada além da nominal,
já a tensão não poderá ser ultrapassada da nominal, mesmo assim o motor irá girar
com a velocidade pré-definida se a carga estiver com um conjugado menor que o
nominal dimensionado para a potência do motor, pois se o conjugado resistente
aumentar, a velocidade imposta além da nominal diminuirá e o motor irá girar em
uma velocidade diferente da desejada, sofrendo o famoso escorregamento e
entrando na região de enfraquecimento de campo.
18 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

Temos as observações em gráficos a serem feitas para a região de


enfraquecimento de campo.

Esse sistema que utiliza um controle da tensão pela frequência (V/f) que
analisamos é conhecido por se utilizar um sistema de controle escalar, onde se
entende que o controle da velocidade é feito por inversores de frequência
convencionais, onde é necessária apenas a variação de velocidade em aplicações
normais e que não requerem elevadas dinâmicas e precisões com controle de
torque.

3.3.2 Controle do Inversor de Frequência com o tipo vetorial

Um sistema com controle do tipo vetorial diferencia do escalar pela


possibilidade do controle de torque dentro dos limites de corrente e uma melhor
precisão de velocidade quando utilizado um sistema de malha fechada.
Em aplicações onde se faz necessário alto desempenho e uma performance
dinâmica com o motor elétrico deve-se obter um controle preciso de torque para uma
faixa extensa de condições nas operações, onde nestes casos podemos utilizar uma
realimentação com sensores de velocidade.
A diferença de velocidade é processada na placa de controle por sinais de
realimentação atuando no motor, sobre a forma da referência de velocidade
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sobreposta a corrente aplicada que é responsável pelo torque do motor, variando


esta de modo a zerar o escorregamento.
A aplicação dos inversores de frequência em controle vetorial exige
conhecimento e práticas com o controle escalar para sua implementação.
O encoder incremental acoplado ao eixo do motor fornece a referência de
velocidade.

O sistema de controle vetorial é caracterizado por algumas instâncias, como


analisaremos a seguir.

 Considerar os vetores das grandezas elétricas instantâneas.


 Regulação independente de torque e fluxo.
 Maior precisão e rapidez.

Os inversores vetoriais recebem esse nome devido a alguns fatores, onde a


corrente que circula no bobinado do estator de um motor de indução pode ser
separada em duas componentes:

 Corrente direta (Id) que é a produtora do fluxo magnético.


 Corrente de quadratura (Iq) que produz o conjugado.

A corrente total é a soma vetorial destas duas componentes, onde o torque


produzido no motor é proporcional ao produto vetorial das duas componentes e a
qualidade com a qual estas componentes são identificadas e controladas define o
nível de desempenho do inversor.
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3.4 Identificação do Inversor de Frequência

Existem duas etiquetas para identificação, uma completa, localizada na lateral


do inversor e outra resumida sob a IHM. A etiqueta sob a IHM permite identificar as
características mais importantes mesmo em inversores montados lado a lado.
A etiqueta Nº 1 fica colada no dissipador do inversor é a mostrada a seguir.

A etiqueta Nº 2 fica no inversor por trás da IHM é a seguinte abaixo.

A seguir como localizar as etiquetas de identificação no inversor.

Caso não saibamos interpretar a etiqueta ou dimensionar o inversor desejado,


teremos que recorrer ao manual do usuário, onde encontraremos tabelas com os
valores desejados.
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3.5 Funções e caraterísticas do Inversor de Frequência

3.5.1 Boost de torque

Em baixas frequências sua a proporcionalidade de tensão também é baixa


provocando uma corrente reduzida e a atuação do inversor de frequência começa a
ser afetada pela falta de torque. Daí em baixas velocidades deve-se utilizar o boost
de torque para ir aumentando a tensão de saída do inversor para compensar a
queda de tensão na resistência estatórica do motor, a fim de manter o torque
constante.

3.5.2 Compensação de escorregamento

Em velocidades diferentes da estabelecida pelo inversor para o motor pode-


se atuar na compensação do escorregamento incrementando a frequência de saída
em função do aumento de corrente ativa do motor. P0138.
22 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

3.5.3 Rampas de aceleração e desaceleração

As rampas definem o tempo para qual o motor deverá atingir a velocidade


estabelecida e a partir da inércia ou vice-versa.

3.5.4 Rampa S

Permite que a aceleração ou desaceleração tenham um perfil não linear,


evitando choques mecânicos nos sistemas acoplados.

3.5.5 Referências de velocidade

A referência de velocidade consiste em estabelecer por onde será controlada


a velocidade do motor pelo tipo de interface do inversor.
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3.5.5.1 Backup da referência de velocidade


Ativa o inversor para salvar o valor da referência de velocidade para quando o
inversor for desabilitado. Assim quando o inversor for novamente habilitado ele
assumirá a velocidade na qual o motor se encontrava pela última vez. P0120

3.5.5.2 Referência de velocidade por IHM


Podemos alterar a frequência imposta pelo inversor ao motor através das
teclas da IHM quando as mesmas estiverem ativas. P0221 ou P0222.

3.5.5.3 Referência de velocidade por JOG


Aceleração do motor quando o inversor estiver desabilitado e fornecendo uma
velocidade pré-definida em um parâmetro especifico para este armazenamento. Este
acionamento pode ser feito via teclas ou entradas digitais. P0225 ou P0228.

3.5.5.4 Referência de velocidade por JOG + e JOG –


Comandos sempre realizados por entradas digitais, onde estes comandos
assumem valores adicionados ou subtraídos da referência gerando um total de
velocidade imposto ao motor. JOG+ P0122 e JOG- P0123.
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3.5.5.5 Limites de velocidade

Definidos em parâmetros os valores mínimos e máximos de velocidade em


que o motor irá operar. Limite mínimo P0133 e limite máximo P0134.

3.5.5.6 Referências externas de velocidade

 Entrada analógica (AI)

As entradas analógicas podem ser utilizadas para fornecer a referência de


velocidade para acionar o motor elétrico na saída do inversor, dentro dos limites
mínimos e máximos. (AI1)P0231, (AI2)P0236 e P0221 ou P0222.

 Potenciômetro eletrônico (EP)

A função potenciômetro eletrônico (E.P.) permite que a referência de


velocidade seja feita através de duas entradas digitais, onde uma incrementa e a
outra decrementa a referência de velocidade. P0263, P0270 e P0221 ou P0222.
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 Multispeed (MS)

A referência de velocidade pode ser pré-determinada em oito velocidades


utilizando a função Multispeed e comandada através da ativação combinada por
lógica binária de três entradas digitais.
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3.5.6 Entradas digitais

Os parâmetros relacionados podem configurar as seis entradas digitais


padrão em 30 ou até 31 configurações diferentes possíveis, que são descritas na
tabela a seguir.

As entradas digitais são configuradas de acordo com a aplicação que o


usuário deseja, mas devemos observar que a função desejada também tem que ser
configurada no seu parâmetro de função definido para que fiquem de acordo com a
aplicação que se deseja executar durante o funcionamento do Inversor de
Frequência.
Para analisar cada aplicação detalhadamente devemos verificar o manual de
programação e os possíveis acionamentos sugestionados no manual do usuário.
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3.5.7 Saídas digitais

Existem parâmetros que configuram as três saídas digitais a relé que poderão
ser a transistor no caso de se adquirir um cartão opcional e sua aquisição dependerá
da aplicação específica dessas saídas.
Podemos então verificar 42 configurações disponíveis para essas saídas.
Cada configuração dependerá de sua aplicação em regime de funcionamento.
Podemos analisar suas configurações possíveis a seguir.
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3.5.8 Entradas analógicas

Na configuração padrão, estão disponíveis duas entradas analógicas, mas


podemos adquirir mais duas em dispositivos opcionais.
Com essas entradas podemos utilizar uma referência de velocidade externa
ou a utilização de sensores para aquisição dos sinais de temperatura.
Existem sete opções para a configuração das entradas analógicas que
deverão ser analisadas de acordo com uma aplicação desejada, verificando o
manual de programação para melhor compreensão da função que deseja aplicar.

Ainda existem aplicações específicas para as entradas analógicas que


utilizam ganhos em cima da referência de velocidade e permitem uma melhoria da
dinâmica do funcionamento pelo tipo de programação com zonas mortas em seu
acionamento com faixas de grandezas definidas de acordo com a aplicação.
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3.5.9 Saídas analógicas

Da mesma forma que nas entradas analógicas, existem duas saídas


analógicas padrões com mais duas em dispositivos opcionais.
Essas saídas se utilizam para fornecer apenas valores de leitura do
funcionamento do Inversor de Frequência como exemplo os valores de corrente de
saída e referência de velocidade aplicada ao Inversor.
Dentre os exemplos existem outras funções para as saídas analógicas
interpretadas na tabela a seguir.

3.5.10 Seleção de comandos por Local ou Remoto

Nesse grupo de parâmetros, pode-se configurar a fonte de origem dos


principais comandos do Inversor na situação Local ou Remoto.
Além dos exemplos, Referência de velocidade, Sentido de giro, Gira/ Para e
JOG; podemos fazer algumas observações sobre as opções desses parâmetros:
30 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

 Os valores ajustados para referência de velocidade pelas teclas de


incremento e decremento estarão armazenados no parâmetro P0121.
 Quando selecionar as opções de E.P. ou Multispeed deverá ser analisado sua
descrição na seção do manual de programação para perceber os parâmetros
associados à aplicação.
 Quando selecionado a função P.I.D. não poderemos utilizar a função de E.P.

3.5.11 Frenagem

A função de Frenagem Reostática somente pode ser usada se um resistor de


frenagem estiver conectado ao CFW-11, assim como os parâmetros relacionados à
mesma, devem estar ajustados adequadamente.
Existe ainda um parâmetro que define o nível de sobretensão que o IGBT de
frenagem deve estar programado para perceber o aumento de tensão e dissipar a
energia regenerada.

3.5.12 Proteção de sobrecarga no motor

A proteção de sobrecarga no motor baseia-se no uso de curvas que simulam


o aquecimento e resfriamento do motor em casos de sobrecarga.
A sobrecarga do motor é dada em função do valor de referência por In x FS
(corrente nominal do motor multiplicado pelo fator de serviço), que é o valor máximo
em que a proteção de sobrecarga não deve atuar, pois o motor consegue trabalhar
indefinidamente com esse valor de corrente sem danos. Entretanto, para que essa
proteção atue de forma adequada, estima-se a imagem térmica do motor, que
corresponde ao tempo de aquecimento e resfriamento do motor.
A imagem térmica é importante para que seja dado um “derating” no tempo de
atuação da falha, de forma que se tenha tempos menores de atuação quando o
motor estiver “a quente”. Para garantir maior proteção em caso de religamento, essa
função mantém as informações relativas à imagem térmica do motor na memória.
Desta forma, após o religamento do inversor, a função utilizará o valor salvo na
memória térmica para efetuar uma nova avaliação de sobrecarga.
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Para definir melhor as proteções de sobrecarga no motor, deve-se dispor das


Normas aplicadas para uma melhor utilização dessa proteção e uma proteção
adequada de conservação do sistema em que o motor está aplicado.

3.5.13 Comunicação serial

Para a troca de informações via rede de comunicação, o CFW-11 dispõe de


vários protocolos padronizados de comunicação, como Modbus, CANopen,
DeviceNet, Ethernet/IP.

3.5.14 Flyng start / Ride through

A função FLYIN-START permite acionar um motor que está em giro livre,


acelerando-o a partir da rotação em que ele se encontra.
Já a função RIDE-THROUGH possibilita a recuperação do inversor, sem
bloqueio por subtensão, quando ocorrer uma queda na rede de alimentação.
Como essas funções operam de formas diferentes dependendo do modo de
controle utilizado (V/f ou Vetorial), elas serão descritas em uma sequência para cada
um dos modos.

3.5.15 PID

O Inversor de Frequência dispõe da função especial para regulação PID, que


pode ser utilizada para fazer o controle de um processo em malha fechada. Essa
função coloca um regulador proporcional, integral e derivativo superposto ao
controle normal de velocidade do Inversor.
O controle do processo é feito através da variação da velocidade do motor,
mantendo o valor da variável do processo (aquela que se deseja controlar) no valor
desejado.
Temos aqui exemplos de aplicação: o controle da vazão ou da pressão em
uma tubulação, da temperatura de um forno ou estufa, ou da dosagem de produtos
químicos em tanques.
32 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

Para definir os termos utilizados por um controle PID, vamos usar um


exemplo simples:
Uma moto bomba é utilizada em um sistema de bombeamento de água onde
se deseja controlar a pressão desta no cano de saída da bomba. Um transdutor de
pressão é instalado no cano e fornece um sinal de realimentação analógico para o
inversor, que é proporcional à pressão de água. Esse sinal é chamado de variável
do processo, e pode ser visualizado no parâmetro de leitura. Um “setpoint” é
programado no inversor via HMI ou através de uma entrada analógica (como um
sinal de 0 a 10 V ou de 4 a 20 mA). O “setpoint” é o valor desejado da pressão de
água que se quer que a bomba produza, independente das variações de demanda
na saída da bomba em qualquer instante.
O inversor irá comparar o “setpoint” com a variável do processo e controlar a
rotação do motor para tentar eliminar qualquer erro e manter a variável do processo
igual ao “setpoint”. O ajuste dos ganhos P, I e D determina a velocidade com que o
inversor irá responder para eliminar esse erro.

3.6 Instalação mecânica do Inversor de Frequência

A instalação mecânica deve ser feita observando as permissões do ambiente:

3.6.1 Ambiente não permitido

 Sol, chuva, umidade ou maresia.


 Gases corrosivos ou explosivos.
 Vibração.
 Poeira, metálicos, óleos suspensos no ar.

3.6.2 Ambiente permitido

 -10ºC a 50ºC ao redor do inversor. De 50ºC a 60ºC reduz 2% da corrente a


cada grau.
 5% a 90% de umidade sem condensação.
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 1.000m de altitude para condições nominais. Redução da corrente em 1%


para cada 100 m acima de 1.000 m de altitude.
 Grau de poluição 2, conforme EN50178 e UL508C.

3.6.3 Posição de fixação

 Plano e vertical.
 Espaços ao redor para circulação do ar.
 Determinadas mecânicas podem ser fixadas lado a lado.

3.7 Instalação elétrica do Inversor de Frequência

3.7.1 Bornes de potência

Dependendo do modelo, os bornes podem vir em posições diferentes e


devem ser identificados no manual do usuário de acordo com sua mecânica.
Para o modelo que utilizaremos, temos a seguinte configuração:

3.7.2 Fiação

 Usar terminais adequados ao tipo de borne e tipo de cabo utilizado.


 Cabos de controle com 0,25m de distância dos cabos de potência.
 Nunca alimentar a saída do inversor.
 Nunca alimentar o inversor com uma tensão mais alta do valor nominal
especificado.
 Quando utilizar um “DR”, determinar 300mA para corrente de atuação.
 Utilizar fusíveis conforme tabela do manual.
34 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

3.7.3 Diagrama básico

3.7.4 Frenagem Reostática

Sem utilizar o resistor de frenagem, o conjugado de frenagem pode ser de


10% a 35% do conjugado nominal do motor. Em casos específicos utiliza-se a
frenagem ótima.

3.7.5 Dimensionamento do resistor de frenagem

Para esse dimensionamento, devemos observar os seguintes aspectos:

 Tempo da rampa de desaceleração.


 Inércia da carga.
 Ciclo de frenagem.
 Utilizar tabela para dimensionamento com os valores da corrente eficaz e
corrente máxima para frenagem com potência referente a 20% da potência
nominal do motor.
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3.7.6 Instalação do resistor de frenagem

Para uma correta instalação, devemos observar os bornes de conexão DC+ e


BR com a configuração dos parâmetros associados.

3.7.7 Conexões de saída

As características do cabo utilizado para conexão do inversor ao motor, bem


como a sua interligação e localização física, são de extrema importância para evitar
interferência eletromagnética em outros dispositivos, além de afetar a vida útil do
isolamento das bobinas e dos rolamentos dos motores acionados pelos inversores.
36 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

Instruções para os cabos do motor:

 Proteção de sobrecarga para um motor conforme seus dados.


 Quando usar mais de um motor, utilizar relés de sobrecarga.
 Utilizar blindagem no caso de não atenderem a Norma (89/336/EEC) ou
use filtros RFI interno.
 Sempre separar esses cabos dos cabos de controle.

3.7.8 Aterramento

Para o aterramento, devemos seguir as seguintes indicações:

 Não compartilhar com outros equipamentos que utilizam altas correntes.


 A bitola ideal deve ser conferida por uma tabela demonstrada no seu
manual.
 A resistência deste aterramento deverá ser de ≤ a 10Ω.

3.7.9 Conexões de controle

 DI’s: Para utilizar a ativação das entradas digitais em nível baixo, deve-se
remover o jumper interno XC1:11 e XC1:12 e passá-lo para XC1:12 e
XC1:13.
 AI’s e AO’s: A configuração para reconhecimento das grandezas vem de
fábrica com uma faixa de 0 a 10Vcc. Para modificar essa grandeza para
correntes de 4mA a 20mA ou 0mA a 20mA, devemos configurar as chaves
“dip switch” S1 interna.
 Quando utilizar dispositivos com bobinas próximos do inversor, devemos
utilizar supressores RC para tensão CA ou diodo roda livre para tensão
CC.
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3.8 HMI ou IHM do Inversor de Frequência

Interface Homem Máquina que possibilita o comando, a visualização e ajuste


de todos os parâmetros com acesso sequencial por grupos de Menus.

A bateria da IHM é necessária para operações com relógio e possui


autonomia de 10 anos.

Ao energizar o inversor ou executar o carregamento dos padrões de fábrica o


display irá para o modo de monitoração.
38 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

3.9 Estrutura dos parâmetros para programação do Inversor de Frequência

Quando pressionamos a tecla que indica o “Menu” no modo monitoração


surgirá os quatro níveis de acesso aos parâmetros.

Os níveis serão indicados de acordo com o tipo de acesso:

O número e o nome dos grupos podem mudar dependendo da versão de


software utilizada. Para mais detalhes dos grupos existentes na versão de software
em uso, consulte o manual de programação.
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3.10 Diagnóstico de problemas em sistemas com Inversores de Frequência

Indica as causas mais prováveis e lista as ações corretivas segundo uma


tabela indicadora de erros e falhas.

Caso não consiga resolver o problema entra em contato com a assistência


técnica com os seguintes dados em mãos:

 Modelo do inversor.
 Nº de série.
 Versão do software.
 Dados de aplicação.

Para ações que necessitem de uma manutenção preventiva, devemos seguir


as seguintes recomendações:

 Desenergizar o inversor em sua alimentação geral antes de qualquer


desconexão.
 Aguardar pelo menos 10 minutos antes de abrir após a desenergização.
 Fazer uso de dispositivos anti-estáticos ao lidar com suas as placas
eletrônicas.

3.11 Práticas de funcionamento com acionamentos típicos

3.11.1 Verificações antes da energização:

a) Verificar firmeza das conexões.


b) Verificar se existem restos de materiais dentro do inversor.
c) Verificar a correta ligação do motor.
d) Desacoplar a carga.
e) Fechar a tampa.
f) Medir a tensão da rede.
g) Energizar e verificar o sucesso no led na cor verde.
40 | Instalação e Parametrização do Inversor de Frequência

3.11.2 Parametrização básica do inversor de frequÊncia

Na parametrização básica, podemos utilizar dois métodos para essa prática,


onde a determinação de cada modelo deve ser observada quando necessitamos
analisar a aplicação desejada antes do acoplamento da carga e quando já
devemos acoplar a carga com o motor e as funções do inversor definidas.

Para uma aplicação com análise sem o motor acoplado, podemos utilizar o
Start Up14 orientado com uma sequência de parâmetros automáticos para
inserção de valores com rapidez e as mínimas proteções imprescindíveis. Este
tipo de parametrização facilita o diagnóstico para as funções mais avençadas do
inversor de frequência. Os parâmetros que surgem nessa aplicação são: P000,
P317, P201, P202, P296, P298, P398, P400, P401, P402, P403, P404, P406.
Após esta sequência, devemos pressionar a tecla de reset para salvar os
parâmetros modificados. Pronto, o inversor está preparado para ser habilitado.

Mas veja bem, se desejarmos uma aplicação com a carga acoplada e as


funções do inversor pré-definidas, teremos que aplicar uma parametrização
básica com mais alguns parâmetros além dos descritos na aplicação anterior,
pois devemos inserir regulações e configurações através de mais alguns
parâmetros que forneçam qualidade a aplicação desejada.

Em uma aplicação básica devemos parametrizar o inversor para que ele trabalhe
a partir da IHM com todos os parâmetros necessários para o acionamento do
motor proposto com a aplicação determinada através do inversor de frequência.
Para esta aplicação, deveremos montar o circuito elétrico seguindo o diagrama
que se encontra na página anterior, para então inserir os parâmetros que darão
embasamento para inserirmos os parâmetros associados as funções das
aplicações desejadas para o funcionamento do sistema.
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PARAMETRIZAÇÃO BÁSICA DO CFW11

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


P000
P204
P000
P295
P296
P298
P398
P399
P400
P401
P402
P403
P404
P406
P407
P431
P100
P101
P133
P134
P159
P007
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4 EXERCÍCIOS

4.1 Acionamento sugerido para:

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


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4.2 Acionamento sugerido para:

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


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4.3 Acionamento sugerido para:

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


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4.4 Acionamento sugerido para:

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


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4.5 Acionamento sugerido para:

PARÂMETRO VALOR DESCRIÇÃO


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REFERÊNCIAS

WEG Drives & Controls - Automação. Manual de programação do Inversor de


Frequência CFW11. Jaraguá do Sul, 2012.

SENAI – CE. Instalação e Parametrização dos Inversores de Frequência. Ceará,


2006
SENAI/CE

Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues - CETAFR

Tarcisio José Cavalcante Bastos

Gerente CETAFR

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Coordenação CETAFR

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