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CURSO TÉCNICO-INTEGRADO EM EDIFICAÇÕES

NOTAS DE AULA – Topografia

2011 Pelo prof. MSc. Ivancildo F. dos Santos


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 2

SUMÁRIO

1. FUNDAMENTOS DA TOPOGRAFIA 05
1.1. Introdução 05
1.2. Agrimensura 05
1.3. Geodésia 06
1.3.1. Classificação dos levantamentos geodésicos 07
1.4. Topografia 10
1.4.1. Métodos de levantamentos topográficos 10
1.5. Distinção entre Topografia e Geodésia 10
1.6. Formas e dimensões da terra 15
2. TOPOGRAFIA 16
2.1. Conceito 16
2.2. Finalidade 16
2.3. Importância 16
2.4. A hipótese do Plano Topográfico 16
2.5 Divisões 18
2.5.1. Topometria 19
2.5.2. Topologia 22
2.5.3. Fotogrametria 22
3. A TERRA E OS SISTEMAS DE REFERÊNCIA 24
3.1. Introdução 24
3.2. Formas e dimensões da terra 24
3.3. Os sistemas de referência 25
3.4. Os sistemas de coordenadas 27
3.4.1. Coordenadas geográficas 27
4. ESCALAS 30
4.1. Introdução 30
4.2. Tipos e usos 30
4.2.1. Escala numérica 30
4.2.2. Escala gráfica 31
4.3. Critérios para a escolha da escala numérica 32
4.4. Posição da folha 35
4.5. Legenda, selo e orientação 37
4.6. Dobragem da folha 38
5. MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS HORIZONTAIS E VERTICAIS 39
5.1. Introdução 39
5.2. Erros ocasionados nas medições 39
5.3. Processos de medição de distâncias 41
5.3.1. Processo de medição direta 41
5.3.2. Processo de medição indireta 46
5.3.3. Processo de medição eletrônica 53
5.3.4. Processo de medição por satélites 59
6. MEDIÇÃO DE ÂNGULOS 63
6.1. Introdução 63
6.2. Goniologia 63
6.2.1. Tipos de ângulos 63
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6.2.2. Condições de construção de um ângulo 64


6.2.3. Goniômetros 64
6.2.4. Operacionalização de goniômetros 69
6.3. Goniometria 69
7. MEDIDAS DE ORIENTAÇÃO 77
7.1. Introdução 77
7.2. A linha meridiana 77
7.3. Declinação magnética 78
7.4. Rumos e azimutes 80
7.4.1. Cálculo do azimute magnético 84
8. LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO E LOCAÇÃO 86
8.1. Introdução 86
8.2. Fases do levantamento topográfico 86
8.3. Levantamento por triangulação à trena 88
8.4. Levantamento por poligonação 95
8.4.1. Poligonal aberta 95
8.4.2. Poligonal fechada na mesma base 99
8.4.3. Poligonal fechada em base diferente ou enquadra 107
8.5. Levantamento por irradiação 114
8.6. Levantamento por interseção a vante 119
8.7. Levantamento por interseção a ré 122
8.8. Locação 127
8.8.1. Locação de residências 128
9. CÁLCULO DE ÁREA 134
9.1. Introdução 134
9.2. Processo geométrico 135
9.3. Processo analítico 142
9.4. Processo mecânico 145
9.4.1 Constituição dos planímetros 145
9.4.2 Operacionalização 146
10. LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO 149
10.1. Introdução 149
10.2. Referência de nível 149
10.3. Nivelamento 150
10.4. Métodos gerais de nivelamento 151
10.4.1. Nivelamento geométrico simples 152
10.4.2. Nivelamento geométrico composto 153
10.4.3. Nivelamento taqueométrico 159
10.4.4. Nivelamento trigonométrico 165
10.5. Plano cotado 172
11. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO 173
11.1. Introdução 173
11.2. Conceito 173
11.3. Formas de representação 174
11.3.1. Perfis topográficos 174
11.3.2. Curvas de nível 176
11.3.3. Relevo sombreado 182
11.3.4. Cores hipsométricas 183
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11.4. Métodos de levantamento de curvas de nível 184


11.4.1. Levantamento por seções transversais 184
11.4.2. Levantamento por quadriculação 187
11.4.3. Levantamento por irradiação 191
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1. FUNDAMENTOS DA TOPOGRAFIA

1.1. Introdução

Mesmo considerando todos os avanços tecnológicos que hoje vivenciamos, é


possível entender a condição de perplexidade de nossos ancestrais, desde o começo dos
dias, diante da complexidade do mundo a sua volta. Podemos, também, intuir de que
maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer o mundo (sua forma e dimensões)
que ele habitava, que hoje é possível conhecer tão bem.

O simples deslocamento de um ponto a outro na superfície de nosso planeta, já


justifica a necessidade de se conhecer, de alguma forma, as características físicas do
mundo. É fácil imaginarmos alguns questionamentos que surgiram nas metas de nossos
ancestrais, como, por exemplo: como orientar os deslocamentos? Como levantar
terrenos? Como demarcá-los e desenhá-los? Como medir áreas? E os instrumentos,
como construí-los?

Diante da necessidade de estudos e invenções, nasceu uma grande ciência a qual


foi denominada Agrimensura. Em função da grandiosidade dos campos de aplicação
(atualmente), costuma-se dividi-la segundo a aplicabilidade, em Geodésia e Topografia.

Este capítulo versará, especificamente, sobre os campos de aplicação dessas


ciências, enfocando as „ferramentas‟ que, direta ou indiretamente, auxiliam as operações
topográficas, que é o objetivo deste curso.

1.2. Agrimensura

A agrimensura teve suas raízes no antigo Egito, nas margens do rio Nilo. Após
as cheias os medidores de terra conhecidos, à época, como agrimensores, restituíam as
divisas entre os proprietários, divisas estas destruídas pelas grandes enchentes do Nilo.
No decorrer dos tempos as técnicas utilizadas pelos antigos egípcios, para demarcação
de terras, foram se difundindo, aperfeiçoando-se e diversificando-se.

No Brasil, as primeiras normas para a nomeação de agrimensores se deram a


partir do decreto Nº 3.198, de 1863. Naquela época, só poderiam ser empregados como
agrimensores:

Os engenheiros com carta passada pelas escolas nacionais;


Os habilitados com o curso completo da academia ou escola de Marinha da
Côrte;
Os pilotos de carta pela mesma academia ou escola;
Os agrimensores habilitados com títulos na forma destas instruções;
E os que tiverem sido empregados pelo governo até esta data;

Segundo a portaria Nº 555, daquele mesmo ano, eram os seguintes os


conhecimentos exigidos dos candidatos à carta de agrimensor:

Matemática elementar;
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Metrologia;
Topografia;
Noções de astronomia;
Desenho linear;
Prática do uso dos instrumentos e trabalhos de campo;

Atualmente, é a Engenharia de Agrimensura se encarrega de formar


profissionais para atuarem preparando áreas para obras urbanas, de infra-estrutura
hidráulica, elétrica ou de transportes.

É o engenheiro agrimensor que, com base em dados obtidos por meio de


levantamentos em solo ou por fotografias aéreas, satélites e aparelhos de sistema de
posicionamento global, analisa o ambiente e define os espaços físicos onde vai ser feita
determinada obra, e após seu início vai monitorar seu andamento e procurar mapear
determinados problemas que aparecerão em seu decurso.

A agrimensura atua nas diversas ramificações da engenharia, tais como:

Levantamento planialtimétrico;
Levantamento cadastral;
Planejamento;
Demarcações e divisas de terras;
Demarcações de movimento de terras;
Fundações;
Pontes;
Estradas;
Obras de infra-estrutura urbana;
Portos e aeroportos;
Planejamento e implantação de loteamentos;
Trabalhos geodésicos;
Perícia judicial;

1.3. Geodésia

O termo Geodésia provém do termo grego daiein e significa divisão de terra. Foi
usado, pela primeira vez, por Aristóteles (384 - 322 a.C.), e pode significar tanto
divisões geográficas da terra como, também, o ato de dividir a terra entre proprietários.

Ela é, ao mesmo tempo, um ramo das Geociências e uma Engenharia, que tem
por finalidade a determinação da forma da terra e o levantamento de glebas tão grandes
(com as suas feições naturais e artificiais) que não permitem o desprezo da curvatura da
terra.

Além disso, a Geodésia fornece, com as suas teorias e seus resultados de


medição e cálculo, a referência geométrica para as demais geociências como os
Sistemas de Informação Territoriais, os cadastros, o planejamento, as engenharias de
construção, a navegação aérea, marítima e rodoviária, entre outros e, inclusivamente
para aplicações militares e programas espaciais.
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1.3.1. Classificação dos levantamentos geodésicos

Costuma-se dividir os trabalhos geodésicos de acordo com as suas finalidades,


de tal modo que podem ser classificados em três tipos: de alta, média e baixa precisão.

Levantamento Geodésico de alta precisão ou superior

Dirigido ao atendimento de programas internacionais de cunho meramente


científico, e a Sistemas Geodésicos Nacionais, trata de determinar e representar a figura
da terra em termos globais.

A observação e descrição do 'campo de gravidade' e sua variação temporal


(produzida pela rotação e pelas massas terrestres, como também das massas do sol, da
lua e dos outros planetas), atualmente, é considerado o problema de maior interesse na
Geodésia superior no estudo da forma e dimensões da terra, porque altera a direção da
força de gravidade num ponto.

Na prática, o problema da determinação de uma figura terrestre, cuja direção do


campo de gravidade seja idêntica à direção da vertical do lugar (as superfícies
perpendiculares a estas direções são equipotenciais, e uma destas chama-se geóide) em
qualquer ponto, será possível se for conhecido o campo de gravidade dentro de um
sistema de coordenadas.

Deste modo, para uma determinação do geóide, livre de hipóteses, precisa-se em


primeiro lugar de medições gravimétricas - além de medições astronômicas,
triangulações, nivelamentos geométricos e trigonométricos e observações de satélites.
Para tanto, utiliza-se de pontos de amarração de 1º ordem (pontos que constituem um
sistema de referência mundial, básicos para amarração e controle de trabalhos
geodésicos e cartográficos) desenvolvidos segundo especificações internacionais.

Vale salientar, que a definição, implantação, e manutenção do Sistema


Geodésico Brasileiro - SGB é gerida, no Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, assim como o estabelecimento das especificações e normas gerais
para levantamentos geodésicos. A materialização desse sistema, através de estações
geodésicas distribuídas adequadamente pelo país, constitui-se na infra-estrutura de
referência a partir da qual os novos posicionamentos são efetuados. Conquanto, a rede é
desdobrada (decomposta) para redes de menores precisões (segunda e terceira ordem).

O SGB é constituído, atualmente, por cerca de 70000 estações geodésicas


implantadas pelo IBGE em todo o território nacional. Estas estão divididas em sistemas
ou redes de referência planimétrica, altimétrica e gravimétrica:

Rede de referência planimétrica com latitude e longitude de alta precisão

A maior parte das medições geodésicas aplica-se na superfície terrestre (veja


Anexo 1), onde, para fins de determinações planimétricas, são marcados pontos de uma
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rede de triangulação. Com os métodos exatos da Geodésia projetam-se estes pontos


numa superfície geométrica, que matematicamente deve ser bem definida.
Para esse fim, costuma-se definir um elipsóide de revolução ou de referência.
Existe uma série de elipsóides que antes foram definidos para as necessidades de apenas
um país, depois para os continentes, hoje para o globo inteiro;

Dentre os levantamentos geodésicos planimétricos destacam-se a triangulação,


trilateração e poligonação:

a) A triangulação – consiste na obtenção de figuras geométricas a partir de


triângulos formados através da medição dos ângulos subtendidos por cada vértice. Os
pontos de interseção são denominados vértices de triangulação. É o mais antigo e
utilizado processo de levantamento planimétrico da geodésia.

b) A trilateração – método semelhante à triangulação e, como aquele, baseia-se


em propriedades geométricas a partir de triângulos superpostos, sendo que o
levantamento será efetuado através da medição dos lados.

c) A poligonação – é o encadeamento de distâncias e ângulos medidos entre


pontos adjacentes formando linhas poligonais ou polígonos. Partindo de uma linha
formada por dois vértices conhecidos (coordenadas), determinam-se novos pontos, até
chegar a um vértice de pontos conhecidos.

N
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Rede de referência altimétrica com altitudes de alta precisão

Além do sistema de referência planimétrica (rede de triangulação e o elipsóide


de rotação), existe um segundo sistema de referência: o sistema de superfícies
equipotenciais e linhas verticais para as medições altimétricas (veja Anexo 2).

Segundo a definição geodésica, a altura de um ponto „P‟ é o comprimento da


linha vertical entre esse ponto e o geóide (altitude ortométrica „H‟). Também se pode
descrever a altura do ponto „P’ como a diferença de potencial entre o geóide e uma
superfície equipotencial (um elipsóide) que contém o ponto P (cota elipsoidal „h‟).

Cotas elipsoidais têm a vantagem, comparando-as com alturas ortométricas, de


poderem ser determinadas com alta precisão sem conhecimentos da forma do geóide.
Por esta razão, nos projetos de nivelamento de grandes áreas, como continentes,
costuma-se usar cotas elipsoidais. No caso de ter uma quantidade suficiente, tanto de
pontos planimétricos, como altimétricos, pode-se determinar o geóide local daquela
área.

Elipsóide
Geóide
h
H

Dentre os levantamentos geodésicos altimétricos, destacam-se os nivelamentos


geométricos, trigonométricos e barométricos. Este, utilizado apenas em regiões onde é
impossível o uso dos os outros dois, ou quando se queira maior rapidez no
levantamento. Não obstante, todos desenvolvidos na forma de circuitos, servindo por
ramais às cidades, vilas e povoados às margens das mesmas e distantes até 20Km.

Rede de referência gravimétrica

À semelhança das redes planimétricas e altimétricas (veja Anexo 3), a rede


gravimétrica é desdobrada em: alta precisão, média precisão e para fins topográficos.

Matematicamente, os levantamentos dessa rede são similares ao nivelamento


geométrico, medindo-se diferenças de aceleração da gravidade entre pontos sucessivos.

Levantamento Geodésico de média precisão ou nacional

Os levantamentos de média precisão se destinam a densificação do Sistema


Geodésico Nacional, a partir da decomposição de sua rede em redes de 2º e 3º ordem.
Estas são dirigidas às áreas remotas ou aquelas em que não se justificam investimentos
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imediatos, à medida que os levantamentos de 2º ordem aplicam-se às regiões sócio-


econômicas mais desenvolvidas.

Levantamento Geodésico prático ou para fins topográficos

Destinado ao atendimento dos levantamentos e representações de partes menores


da terra onde a superfície pode ser considerada plana. Na verdade, a Geodésia prática
proporciona à topografia uma rede de pontos os quais irão apoiar os seus levantamentos
topográficos.

1.4. Topografia

É a representação gráfica o mais detalhada possível, de uma parte da superfície


da terra.

Essa representação gráfica é feita sobre uma superfície plana hipotética chamada
PLANO TOPOGRÁFICO perpendicular à direção do fio de prumo em um determinado
ponto da superfície da terra.

No entanto, a hipótese do plano topográfico exige restrição quanto ao raio de


área a ser levantada, visto que as medidas topográficas são feitas considerando a terra
plana. Nestas condições, erros planimétricos e altimétricos, provenientes da curvatura
da terra, devem ser avaliados. As restrições nos levantamentos quanto à hipótese do
plano topográfico serão abordadas no capítulo seguinte.

1.4.1. Métodos de levantamentos topográficos

No que diz respeito aos métodos de levantamentos topográficos costuma-se


dividi-los em apenas duas categorias: planimétrico e altimétrico.

Levantamento planimétrico

Merecem destaque a triangulação, poligonação, irradiação, interseção e outros.

Levantamento gravimétrico

Merecem destaque os nivelamentos geométricos, trigonométricos e


taqueométricos. Esses métodos serão analisados detalhadamente nos capítulos
seguintes.

1.5. Distinção entre Topografia e Geodésia

Como se pôde observar, apesar da Topografia e Geodésia terem os mesmos


objetivos, e utilizarem métodos e instrumentos semelhantes para o mapeamento da
superfície terrestre, esta se ocupa dos processos de medida e representação cartográfica
de grandes porções desta superfície, de acordo com a consideração sobre as
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deformações devido à esfericidade da terra (trigonometria esférica); a Topografia se


ocupa da representação de uma pequena porção da superfície da terra, por uma projeção
ortogonal de todos os detalhes da configuração do solo (trigonometria plana).

Portanto, a Geodésia abrange o todo, ao passo que a Topografia se ocupa de


detalhes, de forma que elas se completam para a harmonia do conjunto, do qual
resultam cartas geográficas ou plantas topográficas.

A aplicação da Geodésia nos levantamentos topográficos é justificada quando da


necessidade de controle sobre a locação de pontos básicos no terreno, de modo a evitar
o acúmulo de erros na operação do levantamento.

Salienta-se que a Geodésia tem vários campos de aplicação que se confundem


com a topografia:

Mapas: na distribuição de pontos de controle (horizontais e verticais) para a


confecção de cartas topográficas;

Planejamento urbano: o desenvolvimento urbano (localização, utilização de


vias, etc.) deve ser definido e localizado. Necessita-se, desta feita, de pontos de
controle geodésicos;

Demarcação de limites: a definição rigorosa de limites internacionais,


interestaduais e intermunicipais é de fundamental importância para os projetos
de cada região. Ênfase tem sido dada na precisão em oleoduto e gasoduto;

Cadastro: o estabelecimento de um banco de dados que integre um sistema de


informações de uso do solo, transporte, título de terra, assentamento, etc., deve
estar baseado em mapas de localização definidos em termos de coordenadas
referenciadas a uma rede geodésica;
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LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS – PLANIMETRIA


DE ALTA PRECISÃO ÂMBITO NACIONAL DE PRECISÃO PARA FINS
ÂMBITO REGIONAL TOPOGRÁFICOS
Científico Fundamental Para áreas mais Para áreas Local
(ou de 1º ordem) desenvolvidas menos
(ou de 2º ordem) desenvolvidas
(ou de 3º ordem)
Finalidade Dirigido ao Pontos básicos para Dirigido ao Dirigido às áreas Dirigido ao
atendimento de amarrações e controle atendimento das remotas ou àquelas em atendimento dos
programas de trabalhos necessidades de uma que não se justifiquem levantamentos no
internacionais, de geodésicos e região onde se investimentos horizonte
cunho científico, cartográficos, desenvolvem imediatos e, sempre, topográfico,
segundo normas desenvolvido segundo atividades humanas em função da prevalecendo os
específicas, acordadas especificações intensas e, em inexistência ou critérios de
caso a caso. Sua internacionais, conseqüência, existe impossibilidade de se exatidão sobre as
realização deverá se constituindo o sistema uma valorização desenvolver simplificações
dar sem prejuízo do único de referência. elevada do solo. levantamentos para a figura da
fundamental, que terá geodésicos de alta Terra.
precedência de precisão.
utilização.
Exatidão Conforme as Melhor que 1:100.000 Melhor que 1:50.000 Melhor que 1:20.000 Melhor que
aplicações, sendo 1:5.000
julgada caso a caso,
mas devendo ser o
erro padrão relativo de
quaisquer duas
estações melhor que
1:500.000 após o
ajusta-mento.
Desenvolvi A estrutura será Arcos de meridianos e Em função da área a Em função da área a Em função dos
desenvolvida caso a paralelos espaçados de ser atendida, com ser atendida, com objetivos
mento caso, de acordo com as 1a estações com estações espaçadas de estações espaçadas de específicos a
finalidades de cada espaçamento desejável 10 a 20 km. Nas áreas 10 a 20 km. Nas áreas serem atingidos,
projeto. de 15 km e no máximo metropolitanas o metropolitanas o com estações
de 25 km. Nas áreas espaçamento das espaçamento das afastadas entre 5 a
metropolitanas o estações deverá ser de estações deverá ser 10 km. Nas áreas
espaçamento será até 5 km, tendo a limitado a 5 km. metropolitanas o
função das configuração adaptada espaçamento das
características do aos aspectos da estações deverá
processo de urbanização. ser de 0,5 a 2 km.
urbanização, com
estações afastadas de,
no máximo 5 km.
Exemplos Pesquisas sobre a Elaboração de cartas Elaboração de cartas Elaboração de cartas Levantamentos e
deriva continental; gerais; apoio e gerais; controle e gerais; controle e parcelamentos de
de conexões de Sistemas controle das obras de locação de projetos de locação de obras de áreas de pequeno
utilização Geodésicos; estudos e engenharia e estudos engenharia. engenharia. valor; pequenas
definição dos científicos em geral. obras locais;
parâmetros para elaboração de
Sistemas Geodésicos. cartas gerais.

http://www.concar.ibge.gov.br/files/quadro1.doc
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LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS – ALTIMETRIA


DE ALTA PRECISÃO ÂMBITO NACIONAL DE PRECISÃO PARA FINS
ÂMBITO REGIONAL TOPOGRÁFICOS
Científico Fundamental Para áreas mais Para áreas Local
(ou de 1º ordem) desenvolvidas menos
(ou de 2º ordem) desenvolvidas
(ou de 3º ordem)
Finalidade Dirigido ao Pontos básicos para Dirigido ao Dirigido às áreas Dirigido ao
atendimento de amarrações e controle atendimento das remotas ou àquelas em atendimento dos
programas de trabalhos necessidades de uma que não se justifiquem levantamentos no
internacionais, de geodésicos e região onde se investimentos horizonte
cunho científico, cartográficos, desenvolvem imediatos e, sempre, topográfico,
segundo normas desenvolvido segundo atividades humanas em função da prevalecendo os
específicas, acordadas especificações intensas e, em inexistência ou critérios de
caso a caso. Sua internacionais, conseqüência, existe impossibilidade de se exatidão sobre as
realização deverá se constituindo o sistema uma valorização desenvolver simplificações
dar sem prejuízo do único de referência. elevada do solo. levantamentos para a figura da
fundamental, que terá geodésicos de alta Terra.
precedência de precisão.
utilização.
Exatidão Conforme as Melhor que 2mm Melhor que 3mm Melhor que 4mm Melhor que 6mm
aplicações, sendo
julgada caso a caso,
mas devendo o erro
padrão ser inferior a
2mm para cada duas
RN após o
ajustamento.
Desenvolvi A estrutura será Em circuitos com até Em circuitos com até Em circuitos ou linhas, Em circuitos ou
desenvolvida caso a 400km de perímetro e 200km de perímetro e em função da área a linhas, em função
mento caso de acordo com as estações estações ser atendida, com dos objetivos a
finalidades de cada materializadas, materializadas, estações espaçadas de, serem atingidos
projeto. Basicamente afastadas de no afastadas de no no máximo, 3 km. pelos trabalhos.
em circuitos e máximo 3 km. Nas máximo 3 km. Nas
acompanhada de áreas metropolitanas áreas metropolitanas
medições dar-se-á preferência ao dar-se-á preferência ao
gravimétricas desenvolvimento em desenvolvimento em
(nivelamento circuitos, em função circuitos, com estações
geopotencial). da urbanização, com materializadas e
estações afastadas de,
materializadas e preferencialmente, 1
espaçadas de, km.
preferencialmente, 1
km.
Exemplos Avaliação de Elaboração de cartas Elaboração de cartas Elaboração de cartas Levantamentos e
movimentos da crosta gerais; apoio e gerais; controle de gerais; controle de parcelamentos de
de terrestre; conexões de controle das obras de obras de engenharia. obras de engenharia. áreas de pequeno
utilização Sistemas Geodésicos; engenharia e estudos valor; peque-nas
estudos e definição de científicos em geral. obras; estudos de
parâmetros para os drenagem e
Sistemas Geodésicos; gradientes em
determinação de áreas de
valores geopotenciais. topografia
movimentada;
elaboração de
cartas gerais.

http://www.concar.ibge.gov.br/files/quadro1.doc
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LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS (GRAVIMETRIA)


DE ALTA PRECISÃO ÂMBITO NACIONAL DE PRECISÃO PARA FINS DE
ÂMBITO REGIONAL DETALHAMENTO
Científico Fundamental Regional Local
(ou de 1º ordem) (ou de 2º ordem)
Finalidade Dirigido ao Pontos básicos para Dirigido ao desdobramento do Dirigido ao detalhamento do
atendimento de amarrações e controle fundamental, visando facilitar os campo gravitacional.
programas de trabalhos trabalhos de detalhamento do
internacionais, de geodésicos e campo gravitacional.
cunho científico, geofísicos,
segundo normas implantados segundo
específicas, acordadas especificações inter-
caso a caso. Sua nacionais, constituindo
realização deverá se o sistema único de
dar sem prejuízo do referência ao IGSN-
fundamental, que terá 71.
procedência de
utilização.
Exatidão Conforme as Melhor que 0,05 mgal Melhor que 0,1 mgal Melhor que 0,3 mgal
aplicações, sendo
julgada caso a caso,
mas devendo ser o
erro padrão
melhor que
0,05 mgal, para
qualquer estação após
o ajustamento.
Desenvolvi A estrutura será Em circuitos com Em circuitos com estações Função dos objetivos
desenvolvida caso a estações espaçadas de espaçadas de até 30 km, com específicos de cada projeto.
mento caso, de acordo com as até 100 km, ou acesso acesso para as medições com
finalidades de cada para as medições com tempo inferior a 72 horas. Serão
projeto. tempo inferior a 48 coincidentes preferencialmente,
horas. As observações com as estações estabelecidas nos
serão ajustadas a levantamentos altimétricos de alta
IGSN-71 e as estações precisão e de precisão.
deverão coincidir com
as Referências de
Nível decorrentes dos
levantamentos
altimétricos de alta
precisão e de precisão.
Exemplos Conexão de estações Estudos do campo Estudos do campo gravitacional e Estudos do campo
absolutas da rede gravitacional e estrutura da crosta terrestre; gravitacional e estrutura da
de mundial e estudos de estrutura da crosta prospecção mineralógica; estudos crosta terrestre; prospecção
utilização escala nos terrestre; prospecção de movimentos da crosta. mineralógica; pesquisa de
levantamentos mineralógica; estudos geondulações e desvio da
geométricos. de movimentos da vertical; determinação dos
crosta. parâmetros definidores de um
sistema Geodésico.

http://www.concar.ibge.gov.br/files/quadro1.doc
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1.6. Formas e dimensões da terra

O nosso planeta (forma e dimensões) é um tema que vem sendo pesquisado ao


longo dos anos em várias partes do mundo. Muitas foram as interpretações e conceitos
desenvolvidos para definir qual seria a forma da terra.

A superfície da terra sofre freqüentes alterações devido à natureza e à ação do


homem, portanto, não serve para definir forma sistemática da terra.

A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre foram


adotadas algumas referências (superfícies) matemáticas simples. Essas referências
podem ser encontradas, quando folheamos cronologicamente o período histórico desde
os mais longínquos tempos, senão vejamos:

ERASTÓTENES (276 a 175 a.C.)

Calculou o raio da Terra e o meridiano terrestre. Considerando os valores atuais


dos raios terrestres, Erastótenes cometeu um erro inferior a 2%.

JOÃO PICARD (1620 a 1682)

Introduziu várias melhorias nos instrumentos de medidas angulares e escreveu


novas medidas da Terra.

ISSAC NEWTON (1642 a 1727)

Estudos sobre a gravitação, considerando a Terra achatada nos pólos, devendo a


força da gravidade decrescer dos pólos para o equador.

Várias expedições foram organizadas desde 1737 sob os auspícios da Academia


de Ciências de Paris que conduziram a evidências que a razão estava com
Newton; a Terra se assemelharia a um elipsóide de revolução, o eixo menor
deste coincidindo com o eixo de rotação da Terra.

CARL FRIEDERICH GAUSS (1777 a 1855)

Introduziu a forma de planeta como um „Geóide‟ que corresponde à superfície


do nível médio do mar homogêneo (ausência de correntes, ventos, variação de
densidade da água, etc.) supostamente prolongado por sob continentes. Essa
superfície se deve, principalmente, às forças de atração da gravidade e centrífuga
(rotação da terra).

Nesse modelo a superfície da terra tem a forma aproximada de um esferóide


com achatamento nos Pólos. Todavia, devido às irregularidades de distribuição
das massas da terra, e à variação da gravidade nos diversos pontos, a forma
geoidal se torna complexa.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 16

2. TOPOGRAFIA

2.1. Conceito

A palavra “Topografia” provém do grego Topos (lugar) e Graphein (descrever) e


significa descrição exata e minuciosa de um lugar. È, portanto, uma ciência que estuda a
representação detalhada de um trecho da superfície da terra.

O termo só se aplica a áreas relativamente pequenas, sendo utilizado o termo


Geodésia quando se fala de áreas maiores.

2.2. Finalidade

Determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da


superfície da terra, desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da terra.

2.3. Importância

È a topografia que, através de plantas representa o relevo do solo com todas as


suas elevações e depressões.

Pelo fato de que as obras de engenharia são executadas sobre o terreno, se


partimos de obras de menor vulto: construção civil (casas, prédios,... etc.), eletrotécnica
em industria (linhas de eletrificação,... etc.), agricultura (cadastro de áreas cultivadas,
drenagens, irrigação,... etc.), até obras de maior vulto: barragens, rodovias, pontes,
subestações de distribuição de energia, telecomunicações, reflorestamento, etc..., impõe-
se um prévio levantamento topográfico do lugar onde a mesma deverá ser implantada.
Por outro lado, se dispusermos do planejamento, impõe-se a locação, estando presente
também a topografia.

Portanto, podemos afirmar sem exageros, que a topografia encaixa-se dentro de


qualquer atividade de um profissional da área de engenharia. Atua muitas vezes como
atividade fim e atividade meio em qualquer trabalho de planejamento, contribuindo com
os métodos e instrumentos de precisão que permitem o adequado conhecimento do
terreno, e a correta implantação da obra.

2.4. A hipótese do Plano Topográfico

A projeção ortogonal, de todos os detalhes da configuração do solo, mesmo que


se trate de detalhes, naturais ou artificiais é que denominamos de planta topográfica.
Conforme visto no capítulo anterior, esta projeção se faz sobre uma superfície de nível
(hipotética), a qual conhecemos como Plano Topográfico. Esta superfície é
perpendicular à vertical do lugar em um determinado ponto da superfície da terra.

No entanto, a hipótese do plano topográfico exige restrições quanto ao raio de


área a ser levantada, visto que as medidas topográficas são realizadas sobre uma
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 17

superfície curva (superfície da terra), e os dados coletados são projetados sobre uma
superfície plana (Plano Topográfico). Nestas condições, deve-se avaliar a extensão dos
levantamentos planimétricos e altimétricos.

O erro planimétrico

A adoção da hipótese do Plano Topográfico implica na substituição do arco „d‟


(raio de uma área circular) pela tangente „D‟, cometendo assim um erro, denominado de
erro de esfericidade (veja figura a seguir).

Por outro lado, sabemos que não existe uma figura matemática que represente
fielmente a superfície física da terra, a não ser a superfície geoidal (apresentada como a
superfície teórica ou ideal que mais se aproxima da forma real da terra) utilizada na
análise do erro planimétrico, conforme mostra na figura, a seguir:

∆D
D

Superfície
física
Plano Topográfico

Superfície
Geoidal
Raio
da terra

A hipótese admite que o limite da finura do traço no desenho seja igual 0,1mm
(visível ao olho „nu‟), e que o erro gráfico ∆D cometido a partir do levantamento
topográfico não ultrapasse este limite de finura. Na verdade, o que se pretende é que o
erro planimétrico „∆D‟ cometido por conta do caminhamento „d‟ seja absorvido no
desenho topográfico.

Para tanto, as condições supracitadas devem atender ao limite para representação


gráfica em topografia, cujo módulo de escala é 1/10.000, e o raio médio da terra de
6.370Km.

As deduções revelam que o raio da área a ser levantada „d‟ não deve exceder de
30 a 50 Km. Neste limite „∆D‟ alcança valores de 100cm.

Havendo a necessidade do levantamento de uma faixa estreita de terra, para


estudos e projetos de distribuição de energia, rodovias e estradas de ferro, por exemplo,
as operações topográficas não estão sujeitas a limites, desde que seja considerada uma
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 18

série de planos tangentes. A planta resultará numa série de rebatimentos sobre um plano
horizontal de projeção.

O erro altimétrico

Conhecido por efeito C & R, pela soma algébrica de influências da curvatura da


terra e da refração atmosférica, o erro altimétrico gera uma linha com a curvatura
voltada para o centro da terra.

O erro altimétrico causado pelo efeito da curvatura da terra é a linha „cb‟. No


entanto, a refração atmosférica „R‟ (fenômeno natural que faz com que uma linha vista
vá caindo gradualmente à medida que aumenta a distância topográfica) diminui o efeito
da curvatura em 14%, e o raio visual cai de „ab‟ para „af‟ (veja a figura abaixo, que
utiliza também a figura do geóide).

Superfície
física
Plano Topográfico
a b
d f

Superfície
Geoidal c
Raio
da terra

Se considerarmos a mesma distância dos 50 Km para „d‟, as deduções indicam


que o erro altimétrico seria muito elevado 168,7m, já considerando o efeito positivo da
refração atmosférica. Isto significa dizer, que se pudemos substituir a superfície geoidal
por um Plano Topográfico na representação planimétrica, o mesmo não acontece na
representação altimétrica.

Por outro lado, outras deduções que descartam os efeitos C & R, e que seguem o
limite de representação gráfica em topografia M = 10.000, estabelecem que a distância
topográfica „d‟ não deve exceder os 3,6Km. Nestas condições, pode-se afirmar que a
hipótese do Plano Topográfico é satisfatória simultaneamente às medidas horizontais e
verticais, quando aplicada até distâncias de 3,6Km entre dois pontos subseqüentes de
um levantamento.

2.5. Divisões

Definido o campo que limita as operações topográficas em extensão, a


topografia pode ser dividida em topometria, topologia e fotogrametria:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 19

2.5.1. Topometria

Trata de medidas das grandezas lineares e angulares que definem a posição dos
pontos topográficos, tanto nos planos horizontais e/ou verticais.

As grandezas lineares são as distâncias horizontais e diferenças de nível; As


angulares são os ângulos horizontais e verticais.

Para tanto, a obtenção das medições compreende um conjunto de processos de


medidas, baseadas na geometria aplicada, onde os ângulos e distâncias são obtidos por
instrumentos topográficos, tais como teodolitos, estações totais, níveis, receptores de
satélite, trenas, para o cálculo e traçado da planta topográfica.

A topometria se divide em:

Planimetria

Altimetria

Que utilizam para o seu desenvolvimento, como ciências auxiliares a:

Taqueometria

Trigonometria

Planimetria

Consiste na obtenção de ângulos e distâncias horizontais, não só para a


representação em projeção horizontal dos lados e contorno perimetral do terreno, como
também para a representação dos detalhes existentes (não levando em consideração o
relevo).

Para efeito de representação planimétrica ou avaliação de área, as distâncias


inclinadas são reduzidas às dimensões de suas bases produtivas.

Entende-se por base produtiva as dimensões que são aproveitadas na prática; É o


que acontece com as edificações, pois exigem o aplainamento dos terrenos para que
possam ser construídas.

Os trabalhos provenientes da planimetria dão origem às plantas planimétricas.

Obtenção de distância horizontal:


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 20

DH

Obtenção de ângulo horizontal:

Obtenção de azimutes:

☼sol

Altimetria

Consiste na obtenção de ângulos verticais e distâncias verticais, de um certo


número de pontos do terreno, referidos a um plano horizontal de comparação (plano
topográfico).

O trabalho de planimetria juntado ao de altimetria dá origem à planta


planialtimétrica. A altimetria, isoladamente, só dá origem a perfis, através da obtenção
de distâncias verticais, ou alturas.

Obtenção de distâncias verticais:


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 21

Taqueometria

A Taqueometria tem por finalidade o levantamento de pontos do terreno, pela


resolução de triângulos retângulos, dando origem às plantas cotadas ou com curvas de
nível. A sua principal aplicação é em terrenos altamente acidentados, por exemplo:
morros, montanhas, vales, etc., sobre o qual oferece reais vantagens em relação aos
métodos topométricos, já que os levantamentos são realizados com maior rapidez e
economia.

Os aparelhos usados na taqueometria são chamados taqueômetros, porque o


campo ótico de suas lunetas é dotado de fios estadimétricos.

Ademais, taqueometria é a parte da topografia que trata da medida indireta de


distância horizontal e vertical, que discutiremos adiante.

O campo ótico do taqueômetro possui;

Fio vertical – fio de referência para as medidas de ângulos horizontais;


Fio médio – fio de referência para as medidas de ângulos verticias;
Fios horizontais superior e inferior – fios de referência para as leituras
estadimétricas;

Fio vertical
Fio superior

Fio médio

Fio inferior

Trigonometria

A Trigonometria tem por finalidade, assim como a taqueometria, o levantamento


de pontos do terreno, só que pela resolução de triângulos quaisquer, não retângulos,
dando origem às plantas cotadas ou com curvas de nível. As suas principais aplicações
se assemelham, também, as da taqueometria.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 22

Qualquer goniômetro que permita medir ângulos verticais, pode ser usado na
trigonometria.

As medições obtidas de distância horizontal e vertical são indiretas.

2.5.2.Topologia

A Topologia, complemento indispensável à Topometria, tem por objetivo de


estudo a conformação e representação de terrenos, suas modificações através dos
tempos e as leis que as regem.

A principal aplicação da Topologia dá-se na representação cartográfica do


terreno pelas curvas de nível.

Curvas de nível são interseções obtidas por planos eqüidistantes, paralelos com o
terreno a representar.

2.5.3. Fotogrametria

Compreende o estudo indireto de medição de forma, tamanho e posição de um


terreno extenso, através de medições e interpretações de imagens fotográficas terrestres
ou aéreas. Tem como objetivo realizar medições sobre fotografias para a elaboração de
cartas topográficas planialtimétricas.

Algumas aplicações:

▪ Mapas topográficos, temáticos (solos, vegetação), foto-índice e mosaicos;

▪ Projetos rodoviários, ferroviários, obras de arte especiais, de controle à erosão


e às cheias, planejamento e desenvolvimento rural e urbano, e projetos
ambientais;

De acordo com o tipo e a posição espacial da câmara, e segundo a sua finalidade,


a fotogrametria pode ser classificada em:

▪ Terrestre – utiliza-se de fotografias obtidas de estações fixas sobre a superfície


do terreno. Este tipo de fotogrametria pode ser útil para fins topográficos
(mapeamento de regiões de difícil acesso) e não topográficas (engenharia de
tráfego);

▪ Aérea – utiliza-se de fotografias obtidas de estações móveis no espaço (avião


ou balão);

▪ Espacial – utiliza-se de fotografias obtidas de estações móveis fora da


atmosfera da terra;
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 23

Como obter uma visão estereoscópica:

Estereoscopia é um fenômeno natural que ocorre quando se observam duas


imagens fotográficas de uma mesma cena, tomadas de pontos distintos.

Visão estereoscópica é a sensação de profundidade que pode ser obtida através


de processo estereoscópico, capaz de fornecer uma sensação bastante precisa da
profundidade.

Para se obter uma visão 3D (terceira dimensão) através de fotografias, é


necessário que se tenha um par de fotos de uma mesma cena ou região, tomadas de
pontos distintos, e dispor de estereoscópio. O estereoscópio pode dispor, ainda, de eixos
óticos cruzados, convergentes e paralelos:

▪ Eixos óticos cruzados – observa-se a foto da direita com o olho esquerdo e a


foto da esquerda com o olho direito;

▪ Eixos óticos convergentes – a observação da imagem se faz de maneira natural,


porém, as fotos é que são impressas em filmes coloridos e superpostas com um
pequeno deslocamento. Para fazer a observação, são utilizados óculos de lentes
nas cores contrárias às dos filmes adotados.

▪ Eixos óticos paralelos – observa-se a foto da direita com o olho direito e a foto
da esquerda com o olho esquerdo.

Exemplo de estereoscópio de eixos óticos paralelos:


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 24

3. A TERRA E OS SISTEMAS DE REFERÊNCIA

3.1. Introdução

O nosso planeta, com as suas formas e dimensões, é um tema que vem sendo
pesquisado ao longo da história da humanidade em várias partes do mundo. Muitas
foram as interpretações e conceitos desenvolvidos no passado, para definir qual seria a
melhor forma a adotar para a ele. Hoje as preocupações se voltam, principalmente, para
as anomalias que a superfície da terra vem sofrendo, relacionadas basicamente aos
fenômenos naturais, como terremotos, placas tectônicas, vulcões, desertificações, etc.
Estas anomalias têm provocado deslocamentos de pontos sobre a superfície da terra, que
precisam ser atualizados.

Contudo, essa tarefa não recai sobre a Topografia, mas sim, sobre a Geodésia.
As preocupações da Topografia se resumem, tão somente, ao conhecimento dos
sistemas de referência existentes para “amarrar” os pontos sobre a superfície da terra.

Assim sendo, este capítulo fará um breve histórico sobre as formas


historicamente adotadas para a terra, como representá-las matematicamente, e afunilará
os conceitos para os sistemas de referência atualmente adotados pela Geodésia para
localização de pontos sobre a superfície da terra, que podem facilmente ser aplicados
nos projetos topográficos.

3.2. Formas e dimensões da terra

Folheando cronologicamente as páginas da história, desde os mais longínquos


tempos, no que diz respeito aos estudos sobre as formas e dimensões da superfície
terrestre, podemos enumerar algumas formas estudadas, senão vejamos:

HOMERO (S.D.)

Alguns dos escritos descrevem a terra como sendo um grande disco que flutuava
sobre o oceano, e o sol como sendo o coche em que os deuses efetuavam o seu passeio.

ANAXÁGORAS (500 428 a.C.)

Afirmou que o sol é uma pedra incandescente, maior que o Peloponeso


(península do sul da Grécia) e que a lua é feita de terra e não de luz própria.

ERASTÓTENES (276 a 175 a.C.)

Calculou o raio da Terra e o meridiano terrestre. Considerando os valores atuais


dos raios terrestres, Erastótenes cometeu um erro inferior a 2%.
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JOÃO PICARD (1620 a 1682)

Introduziu várias melhorias nos instrumentos de medidas angulares e escreveu


novas medidas da Terra.

ISAAC NEWTON (1642 a 1727)

Estudos sobre a gravitação, considerando a Terra achatada nos pólos, devendo a


força da gravidade decrescer dos pólos para o equador. Várias expedições foram
organizadas desde 1737 sob os auspícios da Academia de Ciências de Paris que
conduziram a evidências que a razão estava com Newton; a Terra se assemelharia a um
elipsóide de revolução, o eixo menor deste coincidindo com o eixo de rotação da Terra.

CARL FRIEDERICH GAUSS (1777 a 1855)

Introduziu a forma de planeta como um „Geóide‟ que corresponde à superfície


do nível médio do mar homogêneo (ausência de correntes, ventos, variação de
densidade da água, etc.) supostamente prolongado por sob continentes. Essa superfície
se deve, principalmente, às forças de atração da gravidade e centrífuga (rotação da
terra).

Nesse modelo a superfície da terra tem a forma aproximada de um esferóide


com achatamento nos Pólos. Todavia, devido às irregularidades de distribuição das
massas da terra, e à variação da gravidade nos diversos pontos, a forma geoidal se torna
complexa.

3.3. Os sistemas de referência

Com o decorrer dos tempos, e precisando buscar um modelo mais simples para
representar o nosso planeta, os geofísicos resolveram adotar o elipsóide de revolução
proposto por Newton.

Os trabalhos geodésicos foram se multiplicando, sendo medidos arcos de


meridianos e paralelos em várias regiões do globo, com precisão sempre crescente. Com
base em trabalhos desta natureza, e, adotando o elipsóide de revolução como sendo
forma matemática da terra, foram sendo calculados os parâmetros do elipsóide ideal.
Dentre muitos, destacam-se os resultados obtidos por Bessel (1841), Clarke (1886) e
Hayford (1909).

Em 1924, a Assembléia Geral da Associação de Geodésia Internacional em


Madrid, resolveu adotar o elipsóide de Hayford como sendo o elipsóide de referência
internacional.

Em 1967, a mesma assembléia recomendou para a América do Sul, o Sistema


Geodésico Sul-Americano que adota para modelo geométrico da terra o elipsóide de
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 26

referência 1967, o qual conhecemos como Sul American Datum – SAD69. Este modelo
é o que mais se aproxima do geóide na região considerada, e faz parte do SGB.
A forma e tamanho de um elipsóide, bem como sua posição relativa ao geóide,
define um sistema geodésico. No caso do SAD69, ele possui as seguintes
características:

Origem das coordenadas (ou Datum planimétrico)

- Estação: Vértice CHUÁ (Estado de Minas Gerais);


- Coodenada latitude: 19º45'41,6527"S;
- Coordenada longitude: 48º06'07,0639"W;
- Azimute geodésico para o vértice Uberaba 271º30'04,05";

Origem das altitudes (ou Datum altimétrico)

- Altura geoidal: 0 m;
- Imbituba: corresponde ao nível médio determinado por um marégrafo
instalado em Imbituba (Estado de Santa Catarina) para referenciar a rede
altimétrica nacional, à exceção do Estado do Amapá, que dispõe do Datum
Porto de Santana;

DATUM é o ponto de partida de uma rede geodésica, sendo utilizado como um


sistema de referência para o cômputo ou correlação dos resultados de um levantamento.
É conhecido pelos parâmetros iniciais; coordenadas do vértice; uma base e um azimute.
As coordenadas iniciais tem a finalidade de fixar o elipsóide em relação a terra, o
azimute orienta o sistema e a base fornece a escala.

Conquanto, existem as redes estaduais GPS que procuram georeferenciar todas


as propriedades rurais existentes no país, tendo como referência o SGB. Elas procuram
suprir as demandas atuais da sociedade que são cada vez mais ampliadas devido à
utilização das técnicas de posicionamento por satélites artificiais.

Pretende-se, ao estabelecê-las, que todas as Unidades da Federação possuam


uma rede altamente precisa e conectada entre si, tendo como referência a Rede
Brasileira de Monitoramento Contínuo - RBMC, a qual é a principal estrutura geodésica
no território nacional.

Até dezembro de 2006 foram estabelecidas 13 redes GPS estaduais (abrangendo


18 estados): São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa
Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Acre e a rede
Nordeste. A rede Nordeste foi um caso a parte, pois foi estabelecida em uma única
campanha de medição contemplando os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco,
Paraíba e Rio Grande do Norte.

A localização de cada marco da rede é previamente escolhida juntamente com


representantes de instituições federais, estaduais e municipais de forma a zelar pela
integridade física do marco, isto é, evitar abalos que possam interferir nas coordenadas
do mesmo ou até mesmo a sua destruição.

A implantação de uma rede geodésica estadual vem a colaborar na elaboração


dos seguintes produtos e informações:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 27

Confecção de mapas e cartas;


Referência para obras de engenharia tais como: construção e pavimentação de
rodovias e estradas, construção de pontes, viadutos e túneis; transmissão de energia;
abastecimento de água;
Demarcação de unidades estaduais, unidades municipais, áreas indígenas,
áreas de proteção ambiental;
Regulamentação fundiária;

3.4. Os sistemas de coordenadas

Para que cada ponto seja localizado na superfície terrestre, existe um sistema de
linhas imaginárias, que são representadas em uma carta: os meridianos e paralelos.

Os meridianos são as linhas que passam através dos pólos e ao redor da Terra. O
ponto de partida para numeração dos meridianos é o meridiano que passa pelo
Observatório de Greenwich, na Inglaterra. Portanto, o meridiano de Greenwich é o
meridiano principal. As localizações são feitas a partir dele que é o marco 0º (zero
grau), para oeste e para leste, 180º.

Partindo-se do Pólo Norte em direção ao Pólo Sul, ou vice-versa, exatamente na


metade do caminho, encontra-se o Equador, uma linha imaginária que intercepta cada
meridiano e que rodeia a Terra, contida em um plano perpendicular ao seu eixo de
rotação. Dividindo-a em duas metades exatas.

O Equador é um círculo máximo, cujo plano é perpendicular à linha dos pólos.


Seu valor é de 0º, e partindo-se dele em direção ao Pólo Norte e Sul, pode-se construir
uma infinidade de planos paralelos, cujas seções são círculos que progressivamente
diminuem de tamanho. São chamados de paralelos. Numeram-se os paralelos de 0º a
90º, para Norte e para Sul.

O conjunto de meridianos e paralelos forma uma rede de linhas imaginárias ao


redor do globo, constituindo as coordenadas geográficas. Em uma carta topográfica, este
conjunto é chamado de rede, e constitui a base da sua construção. Ademais, as cartas
utilizadas em projetos de engenharia podem apresentar, além do sistema que expressa as
coordenadas geográficas (latitude e longitude), um outro sistema de projeção construído
em coordenadas plano-retangulares, o Universal Tranversa de Mercator – UTM. Estas
coordenadas são usadas na maioria das cartas, de grande e média escala, para corrigir
distorções de formas de massa terrestre ocasionada pela projeção de uma área da
superfície curva da terra em uma superfície plana.

Em regiões onde não há rede geodésica ou a rede existente está destruída, é


necessária a implantação de pontos cujas coordenadas são determinadas por
rastreamento de satélite usando a tecnologia GPS.

3.4.1. Coordenadas geográficas

A superfície geometricamente definida que mais se aproxima da superfície física


da terra é o elipsóide de revolução. É a partir do elipsóide de revolução, que se
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 28

determinam as latitudes e longitudes que definem a posição de um ponto na superfície


da terra.

N
80º 80º
70º 70º
60º 60º
50º 50º
40º Greenwich 40º
30º 30º

20º 20º

10º 10º
39º N
0ºE Latitude 0ºE

EQ 95º W Longitude
UA
DOR

90º 10º
80º 70º 20º
60º 50º 40º 30º

Elipsóide de
revolução

Latitude (Ф)

Latitude de um ponto da superfície terrestre é a distância expressa em graus,


minutos e segundos de arcos Norte ao Sul do Equador, medidos ao longo do meridiano
do ponto. O ângulo de latitude é determinado pelas linhas que vão do Equador e do
paralelo no qual está o ponto a ser localizado, até o ponto onde elas se encontram, que é
o centro da terra.

Variação:

0º a + 90º no hemisfério norte, indicada pela letra “S”


0º a – 90º no hemisfério sul, indicada pela letra “N”

Exemplo: Ф = 39º00'00,00"N

Longitude (λ)

Longitude de um ponto é a distância expressa em graus, minutos e segundos de


arco Leste ou Oeste do Meridiano de Greenwich, medidos ao longo do paralelo do
ponto. O ângulo de longitude é determinado pelas linhas que vão do Meridiano
Principal e do meridiano no qual está o ponto a ser localizado, até o ponto onde elas se
encontram, que é o centro da terra.
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Variação:

0º a + 180º a leste de Greenwich, indicada pela letra “E”


0º a – 180º a oeste de Greenwich, indicada pela letra “W”

Exemplo: λ = 98º00'00,00"W
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 30

4. ESCALAS

4.1. Introdução

O desenho topográfico por motivos óbvios, não pode ser feito jamais em
verdadeira grandeza e muito menos, ampliado. Seria inútil o desenho de uma parte da
superfície terrestre nas suas dimensões naturais ou ampliadas. Não poderíamos desenhá-
lo.

Diante destas restrições, resta-nos a necessidade do emprego constante de uma


redução de grandezas naturais da superfície para possíveis e adequadas representações
gráficas.

A esta relação entre a medida linear “l” da representação gráfica, e a medida de


comprimento horizontal “L” correspondente no campo, damos o nome de ESCALA, ou
seja, através desta relação estaremos traçando no papel uma figura semelhante a do
terreno levantado. Você não pode esquecer que apenas as medidas lineares são passíveis
desta redução. As medidas angulares continuam sendo desenhadas com grandeza
natural.

4.2. Tipos e usos

Um dos elementos indispensáveis na construção de uma carta ou planta


topográfica é a indicação clara e precisa da escala. Tecnicamente o seu trabalho não terá
valor se não for acompanhado dessa indicação. Em tal representação não se pode saber
o tamanho dos acidentes nem as distâncias que os separam.

As escalas, em função de sua utilização na topografia, se apresentam sob dois


aspectos:

4.2.1. Escala numérica

Chama-se de escala numérica de um desenho, a razão constante entre o


comprimento “l” de uma linha medida na planta e o comprimento “L” de sua medida
homóloga no terreno. Deste modo:

l 1 a
L = M

Esta concepção leva a determinar o que se pode chamar de módulo de escala,


elemento que muito facilita o emprego das escalas nos desenhos técnicos. Quanto à
representação, os módulos podem ser sob a forma de fração ou proporção:

1 1 ; 1: M ; 1/M
M
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 31

Assim, quanto maior for o denominador M, tanto menor será a escala e menor o
desenho, sendo também menor o número de pormenores que podem figurar na planta.

Exemplo elucidativo 1:

Numa planta, verifica-se que os pontos A e B tem uma distância indicada de


858m e que aparecem, no desenho, afastados 0,39m. Qual a escala numérica da planta?

Solução:
l = 1 → 0,39 = 1 → M = 2200
L M 858 M

A escala desejada é 1:2200

Exemplo elucidativo 2:

Numa planta em escala 1:200, dois pontos estão afastados de 75cm. Qual a
distância real entre eles?

Solução:

l = 1 → 75 = 1 → M = 15000cm
L M L 200

A distância real entre eles é 15000cm ou 150m

4.2.2. Escala gráfica

É uma figura geométrica representativa de uma determinada escala numérica. É


geralmente empregada em desenhos feitos com escala numérica, cujo denominador M é
um número elevado. Daí ser utilizada em desenhos topográficos.

As escalas gráficas, além de facilitarem rápidas determinações no desenho,


apresentam a vantagem de experimentar, sob a influência do calor ou da umidade, e até
das reproduções(ampliações e reduções), as mesmas variações que as dimensões do
desenho, o que evidencia maior precisão nas determinações gráficas.

Como construir a escala gráfica na planta

Seja o caso da construção de uma escala gráfica de módulo 1:500:

▪ No espaço do selo, reservado à construção da escala, trace uma reta horizontal


com, por exemplo, 8cm de comprimento. Limite-se ao comprimento máximo de até
10cm, na escolha da reta, para que a escala não apresente um aspecto feio na
ornamentação do selo;
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▪ Usando a fórmula conhecida de cálculo de escala, determina-se que valor no


terreno corresponde aos 8cm adotados para o desenho;

Assim,

l = 1 → 0,08 = 1 → M = 40 metros
L M L 500

▪ Divide-se a reta em quatro partes iguais a 2cm que representarão cada uma
10,0m;

▪ Para apreciar décimos da divisão principal, subdivide-se a seção extrema da


esquerda (talão) em dez partes iguais, e finalmente se escreve a numeração da escala;

logo,

0 30m
Dado que, as escalas gráficas têm efeitos ornamentais nas plantas, elas devem
ser construídas em forma retangular, para que apresentem melhor aspecto.

Como medir grandezas

1. Tomar na planta a distância gráfica que se pretende medir. Essa distância


pode ser tomada com o auxílio de um compasso;

2. Transportar essa distância para a escala gráfica. Coloca-se uma das pontas do
compasso no ponto 0 (zero) da escala, e observa-se à direita em qual seção se
encontra a outra ponta. Conhecida a seção, coloca-se a ponta direita do
compasso no início desta seção, e verifica-se no talão o décimo da escala;

3. Proceder à leitura dos resultados obtidos. Os valores menores de um décimo


da divisão principal do talão só poderão ser apreciados por estimativa;

Obs.1: A escala construída tem precisão de 1m.


Obs.2: Caso necessário, pode-se aumentar as divisões principais da escala já
construída, desde que não atinja a largura do selo, que é de 15cm. Veja:

0 4 5m

4.3. Critérios para a escolha da escala numérica

Não existem normas rígidas para a escolha da escala. Entretanto, compete ao


desenhista sua determinação de acordo com a natureza do trabalho. Em casos
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específicos, porém, a escala já é pré-determinada, restando apenas a determinação do


tamanho da folha de desenho.

Existem certas condições que orientam sobre o modo de proceder a respeito da


escala mais conveniente para uma dada planta ou carta. São elas:

▪ A extensão da área do terreno levantado, comparada com as dimensões do


papel que deve receber o desenho, visto que, em determinados casos, tem-se de atender
a determinadas especificações, que definem as dimensões de desenho;

▪ A natureza e do número de detalhes que se pretende colocar na planta com


clareza e precisão;

▪ A precisão gráfica com que o desenho deve ser executado;

Precisão gráfica das escalas

Denomina-se precisão gráfica à menor grandeza suscetível de ser representada


em um desenho.

Fundamentando-se na estatística, admite-se que a menor grandeza possível de


ser apreciada a olho nu pelo ser humano de visão normal, é de 0,1mm. Segmentos
menores só podem ser assinalados e observados ou medidos com o auxílio de
instrumentos especiais, ou seja, só conseguiremos apreciar pontos sobre a planta com
espessura mínima de 0,1mm.

A extensão de 0,1mm é, pois, o que chamamos de limite de precisão gráfica que,


uma vez fixado, determina o valor do maior erro tolerável nas medições feitas sobre um
desenho executado em uma escala de módulo 1:M.

Se chamarmos este erro de L:

l = 1 → 0,1 = 1 → L = 0,1.M (mm)


L M L M

Portanto se temos um desenho feito na escala de módulo 1:5000, por exemplo, o


erro máximo tolerável será:

L = 0,1.5000 = 500mm ou 50cm

Isto quer dizer que, em tal desenho, os acidentes cujas dimensões forem
inferiores à tolerância de 50cm, não terão representação gráfica, portanto, não figurarão
no desenho. Para fazei-lo, tem-se que adotar uma escala de módulo maior (1:1000 ou
1:500, por exemplo) ou utilizar convenções topográficas, conforme descrito no anexo –
convenções topográficas, da NBR 13133/1994.

Principais escalas para plantas e cartas topográficas e seus respectivos empregos:


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Escala M Equivalência 100m (no campo


1:100 1 Representação em plantas de edifícios, pequenos
1:200 0,5 lotes urbanos, terraplanagem, etc...
1:500 0,2 Planta de pequena fazenda, loteamento urbano,
1:1000 0,1 vila, parque, etc...
1:2000 0,05 Planta de grande propriedade, pequena cidade.
1:5000 0,02
1:10 000 0,01
1:50 000 0,002 Cartas de países...
--- ---
1:1 000 000 0,0001 Mapa mundi

Tamanho da porção de terreno levantado

Quando a porção levantada e a ser projetada é bastante extensa e, se deseja


representar convenientemente todos os detalhes naturais e artificiais a ela pertinentes,
procura-se, ao invés de reduzir a escala para que toda a porção caiba numa única folha
de papel, dividir esta porção em partes e representar cada parte em uma folha. É o que
se denomina representação parcial. Porém, pode-se optar por formatos alongados,
mantendo-se numa única folha a porção levantada.

No Brasil é a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que trata do


formato padronizado para o papel do desenho, e os tamanhos de folha devem seguir as
normas por ela estabelecidas.

Formato Linha de corte Margem Medidas mínimas da


(mm) (mm) folha sem cortar
4AO 1682 x 2378 20 1720 x 2420
2AO 1189 x 1682 15 1230 x 1720
AO 841 x 1189 10 880 x 1230
A1 594 x 841 10 625 x 880
A2 420 x 594 10 450 x 625
A3 297 x 420 10 330 x 450
A4 210 x 297 5 240 x 330
A5 148 x 210 5 165 x 240
A6 105 x 148 5 120 x 165

Para chegarmos ao formato do papel, inicialmente imaginemos um retângulo de


área 1m2 (841 x 1189mm) o qual chamamos de formato A0. Deste formato, deriva-se
por bipartição, ou duplicação, os demais formatos, conforme mostrado na tabela acima.

Na obtenção de formatos alongados de papel, o comprimento deve ser múltiplo


de 185 mm e a altura múltipla de 297mm. Estes, depois, de dobrados terão o formato
único de apresentação A4 (210 x 297mm).

A margem de arquivo deve seguir as dimensões 25 x 297mm, conforme


esquema:
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4.4. Posição da folha

Os pontos de um levantamento topográfico sejam eles de uma área ou de linhas,


devem ser expressos em coordenadas no espaço R2. Daí a necessidade, em função das
diferenças de coordenadas máximas e mínimas, de determinarmos a posição da folha.

A folha poderá assumir duas posições:

▪ Posição vertical, quando

(Xmáx – Xmin) < (Ymáx – Ymin)

▪ Posição horizontal, quando

(Xmáx – Xmin) > (Ymáx – Ymin)

Onde,

Xmáx = abscissa maior obtida na coluna das coordenadas absolutas;


Xmin = abscissa menor obtida na coluna das coordenadas absolutas;
Ymáx = ordenada maior obtida na coluna das coordenadas absolutas;
Ymin = ordenada menor obtida na coluna das coordenadas absolutas;

Exemplo elucidativo 1:

Dado,

Ponto Coordenadas absolutas


Abscissa (X)m Ordenada (Y)m
0 1000,00 1000,00
1 1230,05 1020,39
2 1643,45 949,36
3 1731,62 873,24
4 2039,31 840,05
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Solução:

Posição do papel,

Xmáx = 2039,31 Xmáx – Xmin = 1039,31


Xmin = 1000,00

Ymáx = 1020,39 Ymáx – Ymin = 180,34


Ymin = 840,05

O papel deve assumir a posição horizontal!

Espaço horizontal destinado


para o desenho

Exemplo elucidativo 2:

Dado,

Ponto Coordenadas absolutas


Abscissa (X)m Ordenada (Y)m
0 1000,00 1000,00
1 980,05 1001,39
2 943,45 949,36
3 831,62 863,14
4 839,31 850,02
5 904,96 799,94
6 971,78 735,18
7 997,22 805,81
8 1063,85 864,03
9 1042,82 920,20
0 1000,00 1000,00

Solução:

Posição do papel,

Xmáx = 1063,85
Xmáx – Xmin = 232,23
Xmin = 831,62

Ymáx = 1001,39 Ymáx – Ymin = 266,21


Ymin = 735,18
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O papel deve assumir a posição vertical!

Espaço vertical destinado para o


desenho

4.5. Legenda, selo e orientação

O espaço de 185mm no canto direito do papel, a partir da linha de corte, é


destinado ao desenho do selo, legenda e orientação.

Orientação – a orientação da poligonal deve ser indicada seguindo os critérios


de posicionamento da legenda ou se situar imediatamente acima do selo.

Legenda – vai mostrar apenas os símbolos empregados no desenho topográfico


acompanhados de suas explicações. Sua falta implica em tirar grande parte do
significado e utilidade do desenho da planta. Deve estar situada no espaço superior do
canto direito do papel de forma que, após a dobragem, não apareça na frente do formato
de apresentação.
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Selo – é espaço reservado na planta para informar o nome do proprietário, o


título da planta, local, escalas, profissionais envolvidos (levantamento topográfico,
desenho, responsável pelo projeto, etc.). Deve ter dimensões de 150 x 70mm,
localizando-se na parte inferior do canto direito do papel.

4.6. Dobragem da folha

Após a dobragem, a folha da planta deve ter o formato definitivo A4 (210 x


297mm). Veja a seguir, na ilustração, como dobrar a folha:
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5. MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS HORIZONTAIS E VERTICAIS

5.1. Introdução

Comentamos anteriormente que a medida de distância horizontal entre dois


pontos, em Topografia, é o comprimento do segmento de reta entre estes pontos,
projetado sobre um plano horizontal. Significa dizer que as distâncias naturais
inclinadas ou não, são reduzidas às dimensões de sua projeção horizontal equivalente,
isto para que estejamos sobre o plano de projeção. Já a distância vertical entre os pontos
será a diferença de altura entre eles.

Para a obtenção da distância horizontal, existem alguns processos que devem ser
empregados. Alguns autores costumam dividi-los segundo o instrumento de medição
utilizado, outros por comparação da distância a uma grandeza padrão previamente
estabelecida. Na obtenção da distância vertical, os processos são semelhantes, porém,
restringem-se aos instrumentos utilizados. Qualquer que seja a forma, o que importa é
que todos os processos implicam em erros decorrentes do operador ou do próprio
instrumento, e podem ser minimizados ou corrigidos.

Este capítulo tratará sobre dos erros ocasionados na medição de distâncias


horizontais e verticais, e como minimizá-los, assim como dos processos de medição, de
maneira que se obtenha os melhores resultados possíveis nas medições.

5.2. Erros ocasionados nas medições

Independente do processo de medição (horizontal ou vertical), os valores que


manipulamos nas operações são sempre errôneos. Não representam estritamente o
verdadeiro valor, isto porque são provenientes de causas diversas, como por exemplo, a
imperfeição dos instrumentos, distração ou falta de habilidade do operador. Nem por
isso, deixamos de dividi-los em dois tipos:

▪ Erros acidentais

Erros cuja causa nem sempre é a mesma, não seguindo uma lei conhecida. Tais
erros não admitem cálculo para uma compensação, porque não podem ser mensurados.
Vão depender da prática e cuidado do operador.

▪ Erros sistemáticos

Decorrentes de falhas da própria aparelhagem e que agem sempre do mesmo


modo. Os seus valores podem ser calculados e aplicadas correções aos resultados, de
forma a anulá-los.

Os erros sistemáticos não são objeto de estudo deste curso, e ainda que fosse
precisaríamos de laboratório específico (termômetro, dinamômetro, barômetro, etc.)
para aferição dos equipamentos e monitoramento dos mesmos durante a realização de
medidas no campo.
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Todavia, podemos nos precaver no item manutenção prévia do equipamento e,


quando necessário o seu reparo, encaminhá-lo para uma empresa especializada. Assim
sendo, alguns cuidados básicos devem ser levados a cabo, senão vejamos:

 É fundamental, não só para o levantamento a ser executado como também


para a obra final ao qual se destina, que seja observada a qualidade e o estado
geral dos instrumentos de medição e do material de apoio antes do uso.

Isso porque, por melhor que sejam os cuidados, a ação do tempo e o próprio
transporte para os locais de medição podem causar alterações.

Tomemos, como exemplo, os aparelhos transportados em pick-up que enfrentam


estradas precárias e cheias de buracos: Todos os componentes do aparelho,
principalmente os parafusos tendem a afrouxar-se o que diretamente alteraria o
ajuste dos mesmos.

 Outro fator muito importante é a proliferação dos fungos na ótica dos


aparelhos. Estes nada mais são que micro-organismos provenientes da excessiva
umidade do clima tropical que, quando em seu início, são fáceis de serem
eliminados, mas deixarem proliferarem-se pode causar danos irremediáveis nas
lentes e prismas (caso da estação total), pois eles liberam uma substância ácida,
corrosiva, para os elementos óticos.

 Após longos períodos de utilização sob condições adversas, aliando-se outros


fatores como o pó em obras de construção civil e estradas, é fundamental que o
aparelho passe por uma revisão geral para que volte a funcionar perfeitamente
(jatos de ar muitas vezes são suficientes). Caso contrário o acúmulo destes
agentes vai agindo gradativamente nos elementos mecânicos provocando
desgastes, folgas e por vezes o bloqueio dos movimentos levando à necessidade
de substituírem-se as peças defeituosas.

 Complementarmente, é aconselhável somente após a utilização do


instrumento, limpá-lo externamente, com um pincel macio, tirando-se o pó, e a
ótica externa com algodão embebido em um pouco de álcool, com cuidado e
observando a presença de areia, a qual riscaria as lentes. Após isto, o aparelho
deve ser guardado em local ventilado e seco. Caso tenha apanhado chuva,
convém guardá-lo com a tampa do estojo aberta.

 Para finalizar frisa-se que o prazo médio para se realizar uma revisão numa
empresa espcializada é de um ano e meio, podendo, em casos de trabalho intenso
diminuir este prazo. Para a verificação das colimações vertical e horizontal e do
ajuste do prumo ótico, aconselha-se verificá-los pelo menos três vezes por ano
ou no início de cada obra, evitando-se assim ter que repetir o levantamento caso
haja algo errado.

Observando-se estes cuidados, seu aparelho estará sempre valorizado além de


prolongar a sua vida útil e garantir condições ideais de uso que significa confiabilidade
no mesmo.
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5.3. Processos de medição de distâncias

Os processos de medição de distâncias horizontais e verticais podem ser


considerados em três tipos, conforme os instrumentos de medição utilizados para
mensuração do comprimento. São eles: Medição direta (apenas nas medições de
distâncias horizontais), medição indireta e medição eletrônica.

5.3.1. Processo de medição direta

Uma medida é considerada direta se o instrumento usado apoiar-se no terreno ao


longo do alinhamento, ou seja, a medida da distância horizontal é feita por meio de
instrumento de medida aplicado diretamente sobre o terreno. Assim, percorrendo o
alinhamento a ser medido, determina-se o número de vezes que a unidade escolhida está
contida nele e, multiplicando este número pelo valor da unidade empregada ter-se-á a
distância percorrida.

Os principais dispositivos utilizados na medida direta de distância, também


conhecidos como diastímetros, são as trenas de fibra de vidro. Elas são feitas de
material bastante resistente, com o comprimento total variando até 100 metros. São as
mais usadas, em relação aos demais tipos de trena encontradas no mercado (lona, aço),
porque deformam menos quando expostas a variações de tensão e temperatura, além de
não se deteriorarem facilmente. São altamente resistentes à unidade e a produtos
químicos.

Trena de fibra de vidro


com invólucro

Trena de fibra de vidro


com invólucro

Trena de fibra de vidro


sem invólucro
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Apesar da qualidade e da grande variedade de diastímetros disponíveis no


mercado, toda medida direta de distância só poderá ser realizada se for feito uso de
alguns acessórios especiais. Os principais são:

Piquete

Estaca feita de madeira resistente a intempéries, com a superfície do topo plana


(com taxa ou marcação em cruz) e apontada na outra extremidade. O comprimento para
a cravação vai depender da dureza do terreno, mas parte dele (cerca de 10cm) deve
permanecer visível.

Sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.


Ponto topográfico é aquele escolhido no terreno, que serve como vértice ou ponto de
balizamento em uma operação topográfica de levantamento ou demarcação.

Estaca

Pedaço de madeira, com dimensões maiores do que a do piquete e chanfrada na


parte superior. O chanfro permite uma inscrição numérica ou alfabética, que pertence ao
piquete testemunhado. Ela deve ser cravada a cerca de 50cm do piquete com o chanfro
voltado para o mesmo.

A finalidade dessa estaca é possibilitar achar a posição do piquete, que por ter
sido cravado quase rente ao solo, há dificuldade em achá-lo.

Ficha

Haste de ferro ou aço de pequeno diâmetro com comprimento variável entre 35 e


55cm. Uma das extremidades é pontiaguda e a outra em formato de argola.

Jogo de fichas e argola


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É utilizada na marcação de lances efetuados com o diastímetro, quando a


distância a ser medida é superior ao comprimento deste.

Baliza

Haste feita de metal, arredondado, sextavado ou oitavado, com 2 metros de


comprimento, inteiriça ou desmontável, pintada alternadamente de branco e de
vermelho. Possui uma ponta em uma das extremidades, para facilitar o posicionamento
sobre a taxa do piquete.

É usada no terreno (delimitando ou balizando alinhamentos), juntamente com o


pique, e para executar lances com diastímetro.

Na materialização do ponto topográfico a baliza deve coincidir com a taxa ou


marcação em cruz do piquete não deixando de ficar na vertical. Para tanto, o operador
deve tentar fazê-la ficar em equilíbrio e aprumada, ao mesmo tempo em que deverá
fixar os olhos no outro operador.

Baliza de seção circular desmontável

Nível de cantoneira

Haste em forma de cantoneira acoplável à baliza e dotada de bolha circular.


Permite à pessoa que segura a baliza (balizeiro) posicioná-la corretamente na vertical
sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir.

Nível de cantoneira
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Caderneta de campo

É um documento onde são registrados todos os elementos levantados no campo,


tais como, leituras de distâncias, ângulos, croquis dos pontos, etc. normalmente são
padronizadas, todavia nada impede que a empresa responsável pela operação adote
cadernetas que melhor atendam às suas necessidades.

Métodos de medição direta

As medidas de distâncias horizontais entre dois pontos A e B, por exemplo,


devem ser projetadas em um plano horizontal, seguindo a orientação da projeção
ortogonal dos pontos anteriormente discutida.

O que se indaga é: Se esses pontos estiverem muito distantes um do outro, ou se


não forem visíveis um do outro, como medir distâncias entre eles usando um
diastímetro? Aí surge a necessidade de se pensar em trabalhar em um ou mais lances:

O lance único:

Diz-se que o lance de medição é único, quando â distância do ponto A ao ponto


B é inferior ao comprimento do diastímetro. Neste caso, a equipe de trabalho composta
por três membros, um balizeiro de ré, um de vante e um apontador, consegue fazer a
medição.

Vários lances:

Neste caso, a distância entre os pontos A e B supera o comprimento do


diastímetro, necessitando-se fazer várias medições. A equipe de trabalho aumentará em
mais um operador, o balizeiro intermediário.

Na medição, depois de executado o primeiro lance, o balizeiro intermediário


marca o final do diastímetro com uma ficha. O balizeiro de ré ocupa a posição do
balizeiro intermediário, e este, por sua vez, ocupará nova posição ao final do distímetro.
Repete-se o processo de deslocamento das balizas (ré e intemediário) e de marcação dos
lances até que se chegue ao ponto B onde deve está localizado o balizeiro de vante.

Obs.: Existe, ainda, a possibilidade dos pontos A e B não serem visíveis um do


outro. Neste caso, serão necessários, além dos balizeiros de ré e de vante, mais dois
balizeiros intermediários, totalizando quatro balizeiros. A medição poderá acontecer
somente quando estiver assegurada a linha AB. Para tanto, os dois balizeiros
intermediários (veja figura) M e M‟ devem se posicionar no ponto de invisibilidade, de
maneira que M‟ consiga ver A e M consiga ver B.

Para conseguir o alinhamento, o balizeiro M‟ orienta o balizeiro M para que ele


fique na linha AM‟. Em seguida, e da mesma forma, o balizeiro M orienta o balizeiro
M‟ para que ele fique na linha MB. Essa operação será repetida tantas vezes seja
necessária até que não haja mais a necessidade de corrigir a linha. Nesse momento
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estará assegurado o alinhamento entre A e B. Coloca-se fixas nos pontos onde estão M e
M‟, e inicia-se a medição da distância AB.

M

A B

M‟

Cuidados na medição de distâncias diretas:

É preciso que se tomem alguns cuidados quando da realização de medidas de


distâncias com diastímetros. Alguns podem ser citados:

▪ que os operadores se mantenham no alinhamento a medir;

A inobservância a esse cuidado ocasiona o erro que chamamos de desvio lateral.


Para eliminar ou minimizar este erro, deve-se ao longo da linha a ser medida, fixar fixas
espaçadas, entre si, de uma distância menor que o comprimento a ser utilizado do
diastímetro a ser utilizado na medida. O alinhamento dessas fixas deve ser feito com o
uso de balizas ou mesmo de medidores de ângulo.

▪ que se assegurem da tensão nas extremidades do diastímetro

A falta de tensão nas extremidades do diastímetro aumenta a flecha que já


aparece devido ao seu peso próprio. Embora não se possa eliminar essa flecha, também
conhecida como catenária, pode-se diminuir os seus efeitos, mantendo-se as
extremidades do diastímetro sempre bem tencionadas e evitando longos lances nas
medições.
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▪ que se assegurem da horizontalidade do diastímetro

Caso o diastímetro não seja posicionado em nível, dizemos que o erro cometido
é de horizontalidade. A minimização ou eliminação desse tipo de erro vai depender da
experiência dos operadores, ou da utilização de uma mangueira de nível nas duas
balizas que limitam o trecho da medição.

Mangueira de nível é uma mangueira de água transparente que permite, em


função do nível de água das extremidades, proceder à medida de distâncias com o
diastímetro na horizontal.

▪ que se assegurem da verticalidade da baliza

Muitas vezes, no afã de diminuir o efeito da catenária, o operador exerce grande


esforço para tensionar o diastímetro, e esquece de tomar os cuidados com a
verticalidade da baliza, puxando-a mais para o seu lado e, conseqüentemente,
desviando-a da vertical.

Esse erro que chamamos de erro de inclinação da baliza pode ser evitado
quando se acopla à haste da mesma um nível de cantoneira, ou minimizado, fazendo-se
a medição com o diastímetro na parte mais baixa das balizas.

5.3.2. Processo de medição indireta

Diz-se que o processo de medida de distâncias é indireto quando estas distâncias


são calculadas em função da medida de outras grandezas com ela relacionada
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matematicamente, não havendo, portanto, necessidade de percorrê-las para compará-las


com a grandeza padrão.

Os principais instrumentos utilizados na medida indireta de distância são os


teodolitos e níveis. Os teodolitos são utilizados na leitura de ângulos horizontais e
verticais e da régua graduada. O nível é utilizado somente para a leitura de régua.

Teodolito mecânico Teodolito mecânico


de leitura externa ótico prismático com
leitura interna

Nível mecânico
de leitura interna

Entretanto, toda medição de distância indireta necessita de acessórios especiais


(além dos já conhecidos) não apenas para estacionar o instrumento, mas também para
possibilitar o ponto onde se deseja a distância horizontal ou vertical. Destarte, podemos
enumerar os principais:
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Tripé

Peça de madeira ou alumínio utilizada para estacionar o trânsito ou nível sobre o


terreno. Pode se apresentar em madeira ou alumínio.

tripé em alumínio e madeira tripé em madeira

Mira graduada ou régua

Régua de alumínio, madeira ou PVC, graduada em „m‟, „dm‟, „cm‟ e em


algumas em „mm‟, de comprimento máximo de 7m. É utilizada na determinação de
distâncias horizontais e diferença de nível entre pontos.

Parte de uma régua


graduada de alumínio
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Métodos de medição indireta:

As medidas diretas podem ser medidas por dois métodos:

 Taqueométrico

É um método de medição de distâncias horizontais e diferença de nível. Os


taqueômetros funcionam, na verdade, como teodolitos ou níveis, porque estes são
dotados de fios estadimétricos.

O método consiste em visar uma régua graduada estacionada no ponto onde se


deseja as distâncias, e fazer três leituras nos fios estadimétricos (Ls, Lm e Li). Os
ângulos verticais ou zenitais, correspondentes, e a altura do instrumento devem ser
anotados. As distâncias serão determinadas a partir de fórmulas taqueométricas:

Ls

Lm (fio médio)

Z
Li
β
β

AI DN

DH

Dependendo do tipo de ângulo lido no instrumento (vertical β ou zenital Z), as


fórmulas podem ser:

DH = (Ls – Li) . 100 . cos2β e DN = DH . tgβ + AI - Lm

DH = (Ls – Li) . 100 . sen2Z e DN = DH . cotgZ + AI - Lm

Elementos das fórmulas:

DH = distância horizontal;
DN = diferença de nível;
Ls = leitura no fio superior (conveniente em milímetros);
Li = leitura do fio inferior (conveniente em milímetros);
Lm = leitura do fio médio (conveniente em milímetros)
Z = distância zenital em teodolito que possui a origem do ângulo vertical no
zênite (entenda-se por zênite a direção contrária a direção do fio de prumo
prolongada ao infinito);
β = ângulo vertical em teodolito que possui a origem deste ângulo no horizonte;
AI = altura do instrumento;
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Exemplo elucidativo:

Ls = 2351mm;
Lm =1846mm;
Li = 1341mm;
Z = 254°36'14";
AI = 1,53m;
Quanto vale DH e DN?

Solução:

DH = (Ls–Li).100.sen2Z = (2351–1341).100.sen2254°36'14" = 93881mm


DH = 93,881m

DN = DH.cotgZ + AI - Lm = 93,881.cotg254°36'14" + 1,53 – 1,846 = 25,536m.


Estando Z compreendido entre 90º e 270º, é necessária a troca do sinal de DN,
porque a visada é descendente.
Logo,
DN = -25,536m.

 Trigonométrico

Assim como na taqueometria, a trigonometria consiste na visada em uma régua


graduada, só que apenas no fio de retículo Lm, anotando-se, também, o ângulo vertical
ou zenital e a altura do instrumento.

As leituras na mira devem ser feitas deslocando o fio médio para o ponto mais
baixo da mira (Lm1), lendo o ângulo vertical ou zenital correspondente. Em seguida,
deslocando-se o fio médio para um ponto acima da primeira leitura e efetua-se nova
leitura (Lm2) e do ângulo.

Como, normalmente, se faz uma terceira leitura, para realizar cálculos médios,
sobe-se novamente o fio médio deixando-o no ponto mais alto da mira e efetua-se a
leitura (Lm3), não esquecendo de fazer a leitura do ângulo vertical ou zenital
correspondente. As distâncias serão determinadas a partir de fórmulas trigonométricas:

L2

Z2 L1
Z1
β2
β1

DN
AI

DH
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 51

DH = L2 – L1 DN = DH . cotgZi + AI - Li
CotgZ2 – CotgZ1

DH = L2 – L1 DN = DH . tgβi + AI - Li β acima do horizonte é (+)


tgβ2 – tgβ1 β abaixo do horizonte é (-)

Elementos das fórmulas:

DH = distância horizontal;
DN = diferença de nível;
L1 = primeira leitura na mira (conveniente em milímetros);
L2 = Segunda leitura na mira (conveniente em milímetros);
Z1 = primeira distância zenital no teodolito que possui a origem do
ângulo vertical no zênite;
Z2 = Segunda distância zenital no teodolito;
β1 = primeiro ângulo vertical no teodolito que possui a origem deste
ângulo no horizonte;
β2 = segundo ângulo vertical no teodolito;
AI = altura do instrumento;

Para uma mira de 4m de comprimento, por exemplo, estudos revelam que o


limite de aplicação da trigonometria para obtenção de precisão de 1:5000 tem as
seguintes distâncias máximas:

TEODOLITO DISTÂNCIA MÁXIMA


1" 250m
6" 200m
10" 150m
20" 100m

Exemplo elucidativo:

AI = 1,39m;
L1 = 200mm;
L2 = 300mm;
L3 = 7500mm;
Z1 = 90°51'20"
Z2 = 90°47'10"
Z3 = 85°52'30"
Quanto vale DH e DN?

Solução:

DH1 = (L3 – L1) ÷ (CotgZ3 – CotgZ1)


= (7500 – 200) ÷ (Cotg85°52'30" - Cotg90°51'20")
= 83857mm ou 83,857m
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 52

DH2 = (L3 – L2) ÷ (CotgZ3 – CotgZ2)


= (7500 – 300) ÷ (Cotg85°52'30" - Cotg90°47'10")
= 83876mm ou 83,876m
DHmédia = (DH1 + DH2) ÷ 2
= 83867mm ou 83,867m

DN1 = DH1 . cotgZ1 + AI – L1


= 83857.cotg90°51'20" + 1390 – 200
= - 62,2677mm ou – 0,062m
DN2 = DH2 . cotgZ2 + AI – L2
= 83876.cotg90°47'10" + 1390 – 300
= - 60,8699mm ou – 0,061m
DNmédia = (DN1 + DN2) ÷ 2
= - 61,5688mm ou - 0,0615m

Cuidados na medição de distâncias indiretas:

É preciso que se tomem alguns cuidados quando da realização de medidas de


distâncias indiretas. Alguns podem ser enumerados:

▪ na medida do ângulo (vertical ou zenital)

A influência da leitura do ângulo (zenital ou vertical) na distância horizontal é


mínima, pelo menos na taqueometria. Contudo, estudos mostram que um erro de 30' na
medida do ângulo vertical ocasiona um erro de 1cm na medida da distância horizontal.

Para atenuar a influência do erro no ângulo vertical na distância horizontal,


efetua-se a medida do ângulo vertical nas posições direta e inversa do taqueômetro.

▪ na focalização dos fios de retículo

Para atenuar a influência de erros no ângulo (vertical ou zenital), deve-se


focalizar bem os fios de retículo.

▪ na hora dos trabalhos de campo

O efeito do sol ao meio dia faz tremer os fios estadimétricos, impossibilitando a


sua leitura, principalmente, na avaliação dos milímetros. Para atenuar o efeito deve-se,
sempre que possível, evitar os trabalhos de taqueometria no período das 10:30hs às
13:30hs. O posicionamento do fio inferior a um metro acima do solo diminui o efeito da
reverberação.

▪ no posicionamento do fio inferior (na taqueometria) e médio (na trigonometria)

Em vistas muito próximas ao solo, principalmente nos horários de sol „quente‟,


ocorre o desvio da visada na régua graduada por efeito de um fenômeno natural
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 53

chamado refração atmosférica, que acaba por ocasionar erro das distâncias. Para atenuar
esse efeito da refração, deve-se posicionar o fio inferior ou médio, conforme o caso, a
um metro acima do solo.

▪ na inclinação da mira

Quando a mira não está devidamente posicionada na vertical, o segmento lido


(Ls – Li), no caso da taqueometria, ocasionará erro na medida da distância horizontal,
resultando sempre valor superior ou inferior ao que deveria ser.

▪ na iluminação da mira

Devem-se evitar leituras na mira, quando a luneta está posicionada com a


objetiva contra o sol, porque os valores observados podem discrepar do que deveria ser.

▪ na conservação da mira

Miras com desgaste na pintura devem ser substituídas.

▪ na leitura da mira
As miras normalmente são graduadas em centímetros. Para distâncias superiores
a 100m fica difícil uma avaliação precisa do milímetro.

5.3.3. Processo de medição eletrônica

A medida eletrônica de distâncias não pode ser considerada um tipo de medida


direta, pois não necessita percorrer o alinhamento a medir para obter o seu
comprimento, nem por isso deve ser considerado um tipo de medida indireta, pois não
envolve a leitura da régua graduada e cálculos para a obtenção das distâncias
horizontais ou mesmo verticais.

Na verdade, durante uma medição eletrônica o operador intervém muito pouco


na obtenção das medidas horizontais e verticais, pois todas são obtidas automaticamente
através de um simples apertar de botão. Entretanto, esse tipo de medição não isenta o
operador das etapas de estacionamento e outras que serão discutidas posteriormente,
qualquer que seja a tecnologia envolvida no processo.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 54

A medida eletrônica de distâncias baseia-se na emissão/recepção de sinais


luminosos (visíveis ou não) ou de microondas que atingem um anteparo ou refletor. O
instrumento calcula eletronicamente a distância entre o emissor/receptor e o anteparo ou
refletor em função do tempo que o sinal emitido leva para atingir o alvo, ser refletido e
recebido de volta; a freqüência e o comprimento de onda são conhecidos pelo
dispositivo do instrumento.

Assim, entre os principais equipamentos utilizados atualmente na medida de


distâncias, e mesmo de ângulos, pode-se citar a trena eletrônica, o teodolito eletrônico, o
distanciômetro eletrônico, a estação total, o nível digital e a lazer e os equipamentos
motorizados, automáticos e robotizados:

Trena eletrônica

Dispositivo eletrônico composto de um emissor/receptor de sinais que podem se


pulsações ultra-sônicas ou feixe de luz infravermelho. Na determinação de distâncias
horizontais acima de 50 metros, é necessário utilizar um alvo eletrônico para a correta
devolução do sinal emitido. A distância é calculada quando o sinal emitido pelo
dispositivo é recebido de volta. Ela não mede distâncias verticais.

Trena eletrônica

Teodolito eletrônico

Instrumento que possui mecânica de precisão, facilidade de utilização e altíssima


confiabilidade na leitura de ângulos horizontais e verticais. Normalmente faz parte de
um sistema modular que permite adaptar outros equipamentos (distanciômetro, trena
eletrônica, etc.), que permitem medição eletrônica de distâncias horizontais e verticais.

Teodolito eletrônico com


trena eletrônica acoplada
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Distanciômetro eletrônico

Equipamento exclusivo para medição eletrônica de distâncias horizontais e


verticais, podendo ainda medir distâncias inclinadas. A tecnologia utilizada na medição
destas distâncias é a do infravermelho. O alcance varia de 500m a 20000m e depende da
quantidade de prismas utilizados para a reflexão do sinal, bem como, das condições
atmosféricas.

Prisma é um espelho circular, de faces cúbicas, acoplado a uma haste e que tem
por finalidade refletir o sinal emitido pelo aparelho precisamente na mesma direção em
que foi recebido. A haste deve ser posicionada sobre o ponto a medir, na posição
vertical, com a ajuda de um nível de bolha.

Trabalhos de altíssima precisão requerem que o prisma (ou conjunto de prismas)


seja apoiado sobre uma base niveladora que deve está posicionada sobre um tripé.

Vistas posterior (teclado e visor) e anterior (emissor e receptor de infravermelho)


De um distanciômetro

Conjunto de haste e prismas acoplados a bases niveladoras.

Estação total

Instrumento que incorpora o teodolito eletrônico mais distanciômetro eletrônico


e possui um microprocessador que, automaticamente, monitora o estado de operação do
instrumento. A tecnologia utilizada na medição de distâncias é a do infravermelho.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 56

Portanto, a estação total representa um instrumento completo, pois permite


medir ângulos verticais e horizontais, distâncias horizontais, verticais e inclinadas, além
de fazer monitoramento das condições de nivelamento do instrumento, altitude do
ponto, altura do aparelho, etc.

O instrumento é dotado, ainda, de um coletor de dados (conectado ao


instrumento) para registrar as etapas do levantamento.

Coletor de dados e estação total de alcance de 2Km com um prisma

Nível digital

O seu funcionamento está baseado no processo digital de leitura, ou seja, num


sistema eletrônico de varredura e interpretação de padrões codificados (como o código
de barras nos produtos de supermercado) numa régua graduada em códigos de barra.

É utilizado para medição eletrônica de distâncias horizontais e diferenças de


nível. Na determinação das distâncias, o aparelho deve ser apontado e focalizado sobre
a régua que deve estar aprumada com a ajuda de um nível de bolha circular. Os valores
medidos podem ser armazenados internamente ou em coletores de dados, como nas
estações totais. O alcance vai depender do aparelho e das condições ambientais (luz,
calor, vibrações, sombra, etc.).

Nível digital e régua graduada em código de barras


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Nível a lazer

É um tipo de aparelho que não é provido de luneta nem visor LCD e funciona
baseado na tecnologia do raio infravermelho; a leitura da altura da régua graduada (Lm),
utilizada no cálculo das distâncias por estadimetria, é efetuada diretamente sobre a
mesma, com o auxílio do detetor lazer.

Conjunto régua graduada nível a lazer nível a lazer


e detetor a lazer

O detetor lazer é dotado de um visor que automaticamente se ilumina e soa uma


campainha ao detectar o raio emitido pelo nível. Uma régua de alumínio, metal ínvar ou
fibra de vidro deve se utilizada como suporte para o detetor. Assim como o nível digital,
o nível a lazer é utilizado na obtenção de distâncias verticais ou diferenças de nível e
também não mede ângulos. Conquanto, é desprovido de luneta.

E equipamentos motorizados, automáticos e robotizados

São versões mais sofisticadas de teodolitos ou estações totais, à base de raios


infravermelhos (ou microondas), destinados a medições de altíssima precisão
(geodésia).

Os motorizados (Programáveis) são indicados para medição em que não há


necessidade de contato com o objeto a ser medido e em tarefas que requerem valores
medidos a intervalos regulares de tempo. Por exemplo, o monitoramento de recalque de
uma superestrutura ou deslocamentos de terra.

Estação total convencional (motorizada)


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 58

Os automáticos combinam a tecnologia dos motorizados com o reconhecimento


automático do alvo (estático ou dinâmico).

Estação total com reconhecimento

O robótico combina a tecnologia dos automáticos com o acionamento por


controle remoto. Um levantamento utilizando uma estação total robótica carece de
apenas um operador para segurar o sinal refletor e controlar remotamente a estação.

Estação total robotizada

Cuidados na medição de distâncias eletrônicas:

É preciso que se tomem alguns cuidados durante a medida eletrônica de


distâncias, mesmo que os instrumentos sejam altamente precisos e de fácil utilização,
porque erros semelhantes aos discutidos, anteriormente, nas medições indiretas de
distâncias podem ocorrer nas medições eletrônicas. Assim:

▪ na medida do ângulo, o centro do retículo do aparelho (cruzeta) pode não coincidir


com o centro do prisma que compõe o sinal refletor, o que ocasionaria erro de pontaria.

▪ quando a projeção do centro do sinal-refletor não coincide com a posição do ponto


sobre o qual está estacionado ocorre um erro que chamamos de erro linear de
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 59

centragem do sinal-refletor. Pode ser evitado utilizando um bipé para o correto


funcionamento do sinal sobre o ponto.

▪ erros podem ocorrer também na centragem e nivelamento do instrumento.

▪ a falta de familiaridade do operador com as funções do instrumento, programas e


acessórios informatizados contribui para os erros de operação do instrumento.

5.3.4. Processo de medição por satélites

A localização por satélites é uma prática muita empregada atualmente em


serviços topográficos e geodésicos. É baseada em posicionamento global (localização
espacial) do ponto, de onde se obtém as suas coordenadas planas (E,N) ou geográficas
(λ,φ), além da altitude. O equipamento utilizado é denominado Global Positioning
System – GPS. O GPS não é utilizado na medida de ângulos e/ou distâncias.

Constelação de satélites - Sistema TRANSIT

O posicionamento de pontos por GPS

Os receptores GPS estacionados em qualquer parte da superfície da terra só


funcionam, porque existe uma constelação de satélites orbitando sobre a terra vinte e
quatro horas por dia, em planos inclinados em relação à linha do equador. Essa
constelação permite, a qualquer hora do dia ou da noite, o rastreamento de pelo menos
quatro satélites para elevações acima de 15º, em relação à linha do horizonte.

Em qualquer tempo, cada satélite emite uma mensagem que, a grosso modo,
significa: “Eu sou o satélite X, minha posição atual é Y e esta mensagem foi enviada no
tempo Z”. Esta mensagem é recebida pelos receptores que, em função da diferença de
tempo entre a recepção das mesmas, calculam as suas distâncias em relação a cada
satélite.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 60

Dessa forma, a determinação da localização de um ponto (veículo, alvo, ponto


topográfico ou geodésico, etc.) na superfície terrestre segue o princípio da triangulação,
onde com um mínimo de três referências (satélites) o receptor obtém seu
posicionamento em duas dimensões, correspondentes a E,N ou λ,φ. Uma quarta
referência adiciona a componente altitude, que completa a posição do ponto em três
dimensões, permitindo maior precisão na sua localização.

E como se efetivam as determinações da posição dos satélites e das distâncias


deles ao receptor?

▪ A determinação da posição do satélite provém de um conjunto de parâmetros


previstos para todos os satélites, o chamado almanaque que é, em geral,
armazenado na memória do receptor, além de ser constantemente transmitido
pelos satélites. Eventuais desvios na órbita de cada satélite, detectados pelas
estações de controle, definem novos parâmetros, que a descrevem de modo ainda
mais preciso, e cujo conjunto é chamado de efemérides, também incluído nas
mensagens transmitidas pelos satélites (cada satélite transmite suas próprias
efemérides, enquanto todos transmitem todo o almanaque). Com todos esses
dados, os receptores podem „rastrear‟ os satélites „visíveis‟, determinando sua
posição a cada instante.

▪ A determinação da distância de um satélite ao receptor é calculada, e de


maneira indireta. Na verdade, o que o receptor mede é o intervalo de tempo
necessário para o sinal percorrer a distância entre satélite e receptor.
Multiplicando esse tempo pela velocidade de deslocamento do sinal, o receptor
obtém a sua distância ao satélite.

Ocorre que a medição do tempo de percurso do sinal é afetada pela baixa


precisão do relógio interno do receptor. Com isso, a distância do receptor a cada
satélite apresenta um erro considerável, sendo, então, chamada de pseudo-
distância. Porém, ao se tomarem as distâncias a pelo menos 4 satélites
diferentes, num mesmo instante, os efeitos da imprecisão do relógio se anulam.
É por isso que um receptor precisa, também, captar sinais enviados por, no
mínimo, 4 satélites.

Portanto, a precisão na determinação da posição de um receptor e,


conseqüentemente, das suas coordenadas, depende da precisão das posições dos satélites
e das distâncias a eles.

As mensagens dos satélites aos GPSs

As mensagens dos satélites são emitidas através de sinais de radiofreqüência,


baseados em uma freqüência fundamental (fo) de 10,23MHz. Desta se obtém duas novas
freqüências operacionais, multiplicando-se a fo por pelas constantes 154 e 120, gerando
as ondas portadoras pertencentes à banda L, quais sejam: L1 e L2 respectivamente.
Banda L é uma gama de freqüências eletromagnéticas entre 390 e1550MHz. A
transmissão GPS se localiza nesta banda, razão da denominação das portadoras L1 e L2.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 61

Essas duas ondas portadoras (L1 e L2) são moduladas em fases no satélite,
gerando códigos chamados Pseudo Randon Noise – PRN, de ruído falsamente aleatório,
sendo únicos e empregados para identificação dos satélites. Uma vez, demoduladas
pelos receptores, permitem aumentar a precisão no posicionamento do ponto. Os
códigos que formam o PRN são basicamente os C/A e P. Existe ainda o código D que
gera no interior do receptor o almanaque de efemérides dos satélites.

O código C/A é o principal componente do serviço de posicionamento padrão –


SPS disponibilizado para uso civil. Opera na freqüência de 1,023 MHz com grande
comprimento de onda por volta de 300 metros.

O código P é transmitido na mesma freqüência da freqüência fundamental: fo =


10,23 MHz, gerando um comprimento de onda da ordem de 30 metros. A maior
freqüência e o menor comprimento de onda para este código, tornam ele muito mais
preciso que o código C/A, por isso que ele é reservado ao uso militar e aos usuários
autorizados.

As fontes de imprecisão no posicionamento

O erro na determinação da posição de um satélite pode ocorrer em função de um


eventual desvio de órbita e do atraso com que esse desvio é detectado pelas estações de
controle e registrado nas efemérides dos satélites (pode provocar imprecisão de 2,5m na
determinação da posição do receptor). Já a medição da distância entre satélite e receptor
pode ser afetada por uma série de fatores: Desvios nos relógios dos satélites que não
podem ser detectados pelos receptores (efeito de aproximadamente 1,5m na posição do
receptor); variação da velocidade dos sinais eletromagnéticos emitidos pelos satélites
receptores (efeito de aproximadamente 5,5m na posição do receptor); o efeito do
multicaminhamento, isto é, das múltiplas reflexões que o sinal de um satélite pode
sofrer, em obstáculos próximos à antena do receptor (da ordem de 0,6m).

Todos esses fatores, e, ainda, eventuais imprecisões do receptor GPS, somados,


conduzem a um erro típico, na determinação da posição do receptor, da ordem da
dezena de metros.

Finalmente, existem ainda fatores referentes à disposição relativa dos satélites,


no instante em que seus sinais são captados por um receptor, que definem a chamada
diluição de precisão. Quanto mais espalhados no céu estiverem os satélites, mais
precisa é a determinação da posição do receptor.

Mecanismos de correção

A técnica chamada de GPS diferencial surgiu para reduzir, ou mesmo eliminar,


os efeitos das diversas fontes de imprecisão.

O princípio de rastreamento por GPS diferencial é bastante simples: além do


receptor GPS itinerante, isto é, que se locomove pelos pontos cujas coordenadas se
deseja determinar, utiliza-se um outro receptor GPS, chamado de base ou de referência,
que permanece fixo, num ponto cuja posição é bem conhecida. Esse receptor base,
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 62

utilizando os sinais que recebe dos satélites (código C/A e as portadoras L1 e L2),
determina a sua posição, sujeita a todos os erros anteriormente descritos. Comparando-a
com a sua posição real, previamente conhecida, ele pode, a cada instante, determinar o
erro a que está sujeito o sinal enviado por cada satélite que ele avista. Dessa forma, o
receptor base pode tentar corrigir os erros dos sinais captados pelo receptor itinerante,
assumindo que esses erros sejam iguais aos que afetam a determinação de sua própria
posição.

Destarte, existem também receptores de pequeno porte, chamados de receptores


de navegação ou autônomos, que utilizam as pseudodistâncias por meio do código C/A
para o posicionamento. Por não demodularem as informações das portadoras L1 e L2,
permitem posicionamento mais rápido e dinâmico, contudo, de baixa precisão.

GPS de navegação GPS diferencial

Portanto, no posicionamento absoluto, emprega-se somente um receptor,


enquanto que no posicionamento relativo utiliza-se de dois ou mais receptores. No
entanto, com o advento dos Sistemas de Controle Ativos (SCA), um usuário que
disponha de um único receptor poderá realizar o posicionamento relativo, desde que
acesse os dados de uma ou mais estações pertencentes ao SCA. No caso do Brasil, tem-
se a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo - RBMC, a Rede INCRA de Base
Comunitárias - RIBAC, entre outras, cujos dados de uma ou mais estações podem ser
introduzidos no processamento, sendo as coordenadas das estações utilizadas para fazer
a vinculação ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).

Para os usuários da área de Topografia e Geodésia, uma característica muito


importante do GPS, em relação aos tradicionais métodos de levantamento, discutidos
anteriormente, é a não necessidade, no posicionamento diferencial e relativo, de
intervisibilidade entre as estações. Além de poder ser usado sob quaisquer condições
climáticas.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 63

6. MEDIÇÃO DE ÂNGULOS

6.1. Introdução

Um dos elementos necessários, além dos alinhamentos, à representação gráfica


dos pontos topográficos que definem levantamentos topográficos de um terreno, ou a
sua locação, é o ângulo.

Sabemos que nas operações topográficas cujos instrumentos de medição são os


GPSs, a determinação dos ângulos entre alinhamentos não pode acontecer: Primeiro,
porque esses instrumentos não permitem leitura de ângulos e nem tampouco de
distâncias; segundo, os ângulos se tornam desnecessários (a princípio), já que são as
coordenadas de cada um são suficientes para confeccionar um desenho.

Entretanto, quando se trata do uso de instrumentos como os diastímetros,


teodolitos, estações totais e medidores eletrônicos (que não permitem obter diretamente
no terreno as coordenadas dos pontos), as medidas horizontais e verticais devem ser
complementadas com ângulos. Portanto, é imprescindível conhecermos a parte da
topografia relacionada à avaliação numérica de ângulos, e os instrumentos destinados
para esse fim.

Este capítulo é destinado ao conhecimento dos ângulos, a classificação e,


também, ao conhecimento dos instrumentos de medição de ângulos na topografia, dada
a necessidade de levantamento ou locação. Para tanto, dividiremos o estudo em duas
partes, a goniologia e a goniometria.

6.2. Goniologia

Ângulo é um trecho de um plano compreendido entre duas semi-retas que têm


origem comum (vértice).

Goniologia é a parte da topografia que estuda, de modo geral, os tipos de


ângulos e os instrumentos (goniômetros) necessários às realizações das medições.

6.2.1. Tipos de ângulos

Dentre os tipos de ângulos existentes (plano, diedro, triedro e esférico), os


ângulos construídos na topografia são considerados do tipo plano, porque são formados
sobre um plano que pode ser horizontal ou vertical. Quando os planos são verticais os
ângulos formados recebem a denominação de zenital e vertical, e quando horizontais os
ângulos recebem as denominações de horizontal e de orientação.

A parte do goniômetro para a avaliação de ângulos chama-se limbo. O limbo


consiste de uma coroa circular graduada, podendo ser de dois tipos: o que mede ângulos
horizontais e de orientação, chamado de limbo horizontal, e o que mede ângulos zenitais
e verticais, denominado limbo vertical. O limbo pode, ainda, apresentar-se visível ou
não ao operador do goniômetro, dependendo do tipo de aparelho utilizado.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 64

Z
H N

Zenital Vertical Horizontal Azimutal

6.2.2. Condições de construção de um ângulo

A construção de um ângulo mediante o uso de um goniômetro, requer pelo


menos duas exigências básicas, senão vejamos:

▪ que o eixo vertical de rotação do instrumento passe pelo centro do limbo


graduado horizontal, e tenha a direção normal ao seu plano. Esta condição garante, por
si só, que o centro do limbo coincida com o vértice do ângulo a ser medido.

▪ que o eixo de colimação do instrumento seja concorrente com o eixo principal


do instrumento. Esta condição complementa a primeira, pela centralização da luneta.

Eixo de colimação

Eixo secundário

Eixos de um goniômetro
Eixo principal

6.2.3. Goniômetros

De acordo com as direções que a luneta pode tomar (horizontal e/ou vertical), os
goniômetros podem se apresentar sob quatro tipos: Nível, teodolito, estação total e
bússola.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 65

Nível

Comentamos antes sobre níveis digitais e eletrônicos à base de infravermelho


(lazer). Os primeiros possuem luneta e permitem medir tanto distâncias verticais como
horizontais. Os outros não são dotados de luneta e, por conseguinte, mede somente
distância vertical.

Além desses existem os níveis óticos mecânicos estadimétricos dotados de limbo


horizontal que permitem, ainda, a medição de ângulos horizontais. Devido à pouca
precisão angular, quando comparados aos teodolitos modernos e as estações totais, esses
instrumentos são usados apenas em medições expeditas.

Medições expeditas são aquelas de baixa precisão, feitas apenas para


reconhecimento de ângulos ou distâncias no terreno.

Nível ótico mecânico – graduação


do limbo 1º; precisão por Km duplo
de nivelamento 2,0mm; ampliação
24x;

Teodolito

Instrumento dotado de luneta, limbo horizontal e vertical. A sua função é a


medição de distâncias horizontais, verticais e ângulos.

À parte do instrumento que suporta o conjunto luneta e limbos, com os seus


parafusos de blocagem e ajuste, chama-se alidade.

Embora o teodolito tenha sofrido constante avanço tecnológico nas ultimas


décadas, passando de teodolito mecânico para teodolito prismático e eletrônico,
costumamos dividi-lo em três categorias:

▪ teodolito mecânico
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 66

Nestes instrumentos os limbos horizontais horizontal e vertical estão localizados


na periferia da alidade, onde a graduação dos ângulos é visível através de janelas ou de
parafusos micrométricos. Nestas janelas existe uma parte chamada vernier, que serve
para apreciar o ângulo.

Teodolito mecânico modelo TW-20T Teodolito mecânico modelo T1


precisão 6 segundos; prumo ótico; precisão 6 segundos; prumo ótico

Teodolito mecânico modelo CST56- Teodolito mecânico – leitura 1 minuto;


SCT1– leitura 1 minuto; prumo ótico; fio de prumo; bússola de rumo
bússola declinatória

▪ teodolito eletrônico

Da mesma forma que nos teodolitos mecânicos, os eletrônicos também dispõem


de alidade com limbos horizontais e verticais, só que o sistema de varredura do ângulo é
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 67

eletrônico. Não existem janelas ou parafusos micrométricos para as avaliações de


ângulos. É o „display‟ do instrumento que fornece automaticamente os valores.

Teodolito eletrônico modelo NE203-202 Teodolito eletrônico modelo NE20H-20S


de leitura 10 segundos de leitura 20 segundos

Estação total

Conforme visto anteriormente, as estações totais permitem a leitura de ângulos


horizontais e verticais. Por ser uma versão completa do teodolito eletrônico e do
medidor eletrônico de distâncias, as avaliações de ângulos são mostradas no „display‟
do instrumento.

Estação total modelo Estação total modelo Estação total modelo


GTS 235W 5605DR 200 autolock 5605DR 200 robótica
leitura 1seg e precisão Leitura angular 1 segundo com coletor de dados.
Leitura angular 1 segundo
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Bússola

Chama-se bússola a uma agulha de aço imantada, suspensa em seu centro de


gravidade, por um pião. Permite a leitura apenas de ângulos horizontais, e de forma
expedita, devido à baixa precisão angular (a divisão do limbo é geralmente de grau). Na
topografia ela pode ser usada para orientação dos alinhamentos.

Formas de apresentação

As bússolas podem se apresentar sob três formas:

▪ Bússola de azimute – graduada de 0º a 360º;


▪ Bússola de rumo – graduada de 0º a 90º nos quatro quadrantes;
▪ Bússola declinatória – graduada de 0º a 360º com dispositivo para aferir a
declinação magnética;

Bússola azimutal acoplada a um


teodolito

Existem também as bússolas prismáticas portáteis, com graduação para rumos e


azimutes, que não podem ser acopladas ao teodolito. Estas possuem um sistema de
pínulas para sua visada e um prisma de reflexão total para sua leitura.

Bússola prismática

A operacionalização das bússolas será discutida detalhadamente no capítulo


destinado às medidas de orientação.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 69

6.2.4. Operacionalização de goniômetros

As principais operações efetuadas com um goniômetro antes de medir ângulos


são:

▪ Centragem

Consiste em fazer com que o eixo principal do goniômetro passe pelo ponto
topográfico. Uma regra prática:

- Regular as pernas do tripé à altura do operador;


- Deslocar o tripé para o ponto topográfico;
- Procurar deixar a base do tripé aproximadamente na horizontal, ajustando
brevemente o prumo de cordão sobre o ponto topográfico;
- Fixar o goniômetro ao tripé através do parafuso de ancoragem, deixando
folga para que possa ser feita a perfeita coincidência do prumo de cordão ou
ótico sobre o ponto topográfico. Satisfeita a condição, fixa-se
definitivamente o parafuso;

▪ Calagem

Consiste em fazer com que o prato do goniômetro fique perpendicular ao seu


eixo principal, ou seja, a horizontalidade do prato do limbo. Uma regra prática:

- Verificar se o parafuso de fixação do movimento geral da alidade está


apertado;
- Soltar o movimento da alidade através do parafuso de fixação do movimento
particular;
- Escolher dois parafusos niveladores quaisquer e um dos níveis de bolha do
círculo graduado horizontal. Girar a alidade até o eixo longitudinal do nível
tubular escolhido ficar paralelo e superposto aos dois parafusos niveladores;
- Girar os dois parafusos para dentro ou para fora simultaneamente, tornando a
bolha centrada;
- Usar apenas o terceiro parafuso para centralizar o segundo nível tubular;
- Dar um giro qualquer no goniômetro, a fim de verificar a calagem. Com o
goniômetro calado, os níveis tubulares ficam centrados em qualquer posição;

Ressalta-se que os parafusos calantes podem variar na quantidade, de um


goniômetro para outro (existem níveis, por exemplo, com apenas um parafuso calante),
assim como os tipos de níveis de bolha (esférico ou tubular). A posição dos parafusos de
blocagens e ajustes também é variável, dependendo da marca e do modelo do
goniômetro.

6.3. Goniometria

É a parte da gionologia que trata da medição de ângulos. O tipo de ângulo a ser


avaliado vai depender do levantamento, se é horizontal ou vertical:
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Levantamento de ângulos horizontais

Para a medida do ângulo horizontal a dois alinhamentos consecutivos, devem ser


feitas as operações básicas de centragem e calagem sobre um dos pontos que a definem.
O prolongamento do eixo principal do instrumento deve coincidir com a tachinha ou
cruz sobre o piquete. Os ângulos podem ser assim classificados: Ângulos internos,
externos, de deflexão, repetição e reiteração.

Ângulos internos

O método de leitura do referido ângulo consiste em:

- Executar a pontaria fina sobre o ponto a ré (primeiro alinhamento);


- Zerar o círculo horizontal do goniômetro nesta posição (procedimento
padrão Hz = 000º00‟00‟‟);
- Liberar e girar o aparelho (sentido horário), executando a pontaria (fina)
sobre o ponto a vante (segundo alinhamento);
- Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor ou no vernier
correspondente ao ângulo horizontal interno medido;

4 3
Hz3
Hz4
Hz2 Ângulos internos medidos numa
Hz1
poligonal fechada de quatro vértices.
1 2

Exemplo elucidativo:

Medir os ângulos Hz dos vértices de 1 a 4, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO PELO ÂNGULO INTERNO


Ponto visado Ângulo Croqui
Est. Ré Vante Horiz.
ponto Horiz ponto Horiz
P1 4 000º00‟00‟‟ 2 60º18'16" 60º18'16"
P2 1 000º00‟00‟‟ 3 120º25'56" 120º25'56"
P3 2 000º00‟00‟‟ 4 60º19'18" 60º19'18"
P4 3 000º00‟00‟‟ 1 118º56'30" 118º56'30"

Ângulos externos

O método de leitura do referido ângulo consiste em:

- Executar a pontaria fina sobre o ponto a ré (primeiro alinhamento);


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 71

- Zerar o círculo horizontal do goniômetro nesta posição (procedimento


padrão Hz = 000º00‟00‟‟);
- Liberar e girar o aparelho (sentido horário), executando a pontaria (fina)
sobre o ponto a vante (segundo alinhamento);
- Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor ou no vernier
correspondente ao ângulo horizontal externo medido;

Hz4 Hz3

2 3

1 4
Ângulos externos medidos numa
Hz1 poligonal fechada de quatro vértices.
Hz2

Exemplo elucidativo:

Medir os ângulos Hz dos vértices de 1 a 4, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO PELO ÂNGULO EXTERNO


Ponto visado Ângulo Croqui
Est. Ré Vante Horiz.
ponto Horiz ponto Horiz
P1 4 000º00‟00‟‟ 2 309º41'44" 309º41'44"
P2 1 000º00‟00‟‟ 3 241º03'30" 241º03'30"
P3 2 000º00‟00‟‟ 4 299º40'41" 299º40'41"
P4 3 000º00‟00‟‟ 1 239º34'04" 239º34'04"

Ângulos de deflexão

É o ângulo horizontal que o alinhamento de vante forma com o prolongamento


do alinhamento à ré num determinado vértice. Este ângulo varia de 0º a 180º, podendo
ser positivo (deflexão à direita), se o sentido do giro for horário, ou negativo (deflexão à
esquerda), se o sentido do giro for anti-horário.

O método de leitura do referido ângulo consiste em:

- Executar a pontaria fina sobre o ponto a ré (primeiro alinhamento);


- Zerar o círculo horizontal do goniômetro nesta posição (procedimento
padrão Hz = 000º00‟00‟‟);
- Liberar somente a luneta do aparelho e tomá-la segundo o prolongamento do
primeiro alinhamento;
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 72

- Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário) executando a


pontaria (fina) sobre o ponto a vante (segundo alinhamento);
- Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor ou no vernier
correspondente à deflexão medida;

Dd

2 3
Dd

Dd 1 4
Ângulos de deflexão medidos numa
Dd poligonal fechada de quatro vértices.

Exemplo elucidativo:

Medir os ângulos αi dos vértices de 1 a 4, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO POR


DEFLEXÃO
Est. Deflexão D(m)
Esquerda Direita
P1-P2 - 120º25'56"
P2-P3 - 60º18'16"
P3-P4 - 118º56'30"
P4-P1 - 60º19'18"

Repetição

Consiste em visar, sucessivamente, os alinhamentos a vante e a ré de um


determinado ponto, fixando o ângulo horizontal lido e tomando-o como partida para a
medida seguinte.

O método de leitura do referido ângulo consiste em:


- Apontar a luneta do goniômetro para o ponto a ré (pontaria fina) e o círculo
horizontal do mesmo é zerado (procedimento padrão Hz = 000º00‟00‟‟);
- Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada (pontaria fina) para o
ponto a vante;
- O ângulo horizontal resultante é registrado ou anotado;
- O aparelho é liberado e a luneta é novamente apontada (pontaria fina) para o
ponto a ré;
- O ângulo de partida utilizado neste momento para a segunda medida do
ângulo horizontal não é mais zero, e sim, o ângulo anotado ou registrado
anteriormente;
- Liberar novamente o aparelho e aponta-se para o ponto a vante;
- Um novo ângulo horizontal é anotado ou registrado;
- O processo se repete um certo número „n‟ de vezes;
- O processo se repete um certo número „n‟ de vezes;
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 73

A este processo de medir sucessivamente várias vezes o mesmo ângulo


horizontal denomina-se séries de leituras. As séries são compostas, normalmente, de 3
leituras, dependendo da precisão exigida para o levantamento. O valor final do ângulo
horizontal, para os alinhamentos medidos, é dado pela relação:

Hz = Hzn – Hz1
(n-1)

Exemplo elucidativo:

Medir o ângulo “α” do vértice A, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO PELO ÂNGULO DA REPETIÇÃO


Ponto visado Ângulo
Est. Ré Vante Croqui
Horiz.
ponto Horiz ponto Horiz
0º 123º18'16" 123º18'16"
A 1 2
123º18'16" 246º36'16" 123º18'22"

Solução:

Quando L0 = 00º, L1 = 123º18'16", L2 = 246º36'38"

α1 = L1 – L0 = 123º18'16" – 0º = 123º18'16"
α 2 = L2 – L1 = 246º36'38" - 123º18'16" = 123º18'22"

α = (α 1 + α 2 ) = (123º18'16" + 123º18'22") = 123º18'19"


2 2

Reiteração

Este método consiste em visar, sucessivamente, os alinhamento a vante e a ré de


um determinado ponto ou estação, tomando como partida para a medida do ângulo
horizontal intervalos regulares do círculo.

O método de leitura do referido ângulo consiste em:

- Apontar a luneta do goniômetro para o ponto a ré (pontaria fina) e o círculo


horizontal do mesmo não deve ser zerado;
- O ângulo horizontal deve ser registrado ou anotado;
- Liberar somente a luneta do aparelho e tomá-la no sentido inverso;
- Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada (pontaria fina)
novamente para o ponto a ré;
- O ângulo horizontal resultante é mais uma vez anotado ou registrado;
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 74

- Liberar somente a luneta do aparelho e tomá-la de volta no sentido direto;


- Libera-se novamente o aparelho e aponta-se, desta vez, para o ponto de
vante;
- O ângulo horizontal deve ser registrado ou anotado;
- Liberar somente a luneta do aparelho e tomá-la no sentido inverso;
- Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada (pontaria fina)
novamente para o ponto a vante;
- O ângulo horizontal resultante é mais uma vez anotado ou registrado;

A reiteração pode ser simples ou múltipla:

Quando a reiteração é simples, ela é efetuada numa única posição do limbo em


apenas uma série de leituras. Usada para trabalhos de média precisão.

O ângulo horizontal (sentido horário) é determinado pela fórmula

α = (PD2 – PD1) + (PI2 – PI1)


2

Onde:

Posições do instrumento: PD = Luneta tomada na posição direta;


PI = Luneta tomada na posição inversa;

Exemplo elucidativo:

Determinar o ângulo α do vértice B, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO PELA REITERAÇÃO SIMPLES


Est. PV Leitura na Mira D(m) Ângulo Croqui
PD PI
01 123º18'20" 01 02
B 303º18'12" 113º18'20" α
02 236º36'38"
56º36'34" B

Solução:

α = (236º36'38" - 123º18'20") + (56º36'34" - 303º18'12")


2

α = (113º18'18") + (- 246º41'46" + 360º) = 113º18'20"


2

Quando a reiteração é múltipla, ela é efetuada em várias posições do limbo. A


cada posição denomina-se uma série.
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Para trabalhos que requerem uma maior precisão, recomenda-se efetuar no


mínimo 3 séries. Nas poligonais geodésicas utilizam-se: 12 séries para levantamento de
1ª ordem, 6 séries para levantamento de 2ª ordem.

Para um bom trabalho topográfico recomenda-se dividir o limbo do instrumento


conforme o número de séries. Assim em 3 séries as leituras são efetuadas próximas a 0º,
120º e 240º.

Exemplo elucidativo:

Determinar o ângulo α do vértice B, conforme caderneta de campo abaixo:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO PELA REITERAÇÃO MÚLTIPLA


Est. PV SÉRIE Leitura na Mira D(m) Ângulo Croqui
PD PI
1 00º23'16"
180º23'19"
2 120º10'28"
01 02
1 300º10'25"
α
3 240º15'34"
60º15'33" 73º03'58"
B
1 73º27'14"
253º27'12" B
2 193º14'23"
2 13º14'26"
3 313º19'32"
133º19'35"

Solução:

α 1 = (73º27'14" - 00º23'16") = 73º03'58"


α 2 = (253º27'12" - 180º23'19") = 73º03'53"
α 3 = (193º14'23" - 120º10'28") = 73º03'55"
α 4 = (13º14'26" - 300º10'25") = 73º04'01"
α 5 = (313º19'32" - 240º15'34") = 73º03'58"
α 6 = (133º19'35" - 60º15'33") = 73º04'02"

α = α 1 + α 2 + α 3 + α 4 + α 5 + α 6 = 73º03'58"
6

Levantamento de ângulos verticais

Para a medida do ângulo vertical basta saber que, em alguns aparelhos, poderá
ser feita da seguinte maneira:

▪ Com origem no horizonte


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 76

Quando recebe o nome de „ângulo vertical‟ propriamente dito, variando de 0º a


90º em direção ascendente (acima do horizonte) ou descendente (abaixo do horizonte).

▪ Com origem no zênite

Quando recebe o nome de „ângulo zenital‟ variando de 0º a 360º.

As relações entre o ângulo zenital e o vertical são as seguintes:

Ângulo zenital Ângulo vertical ou Direção


inclinação
000º < V ≤ 90º α = 90º - V Ascendente
090º < V ≤ 180º α = V - 90º Descendente
180º < V ≤ 270º α = 270º - V Descendente
270º < V ≤ 360º α = V - 270º Ascendente

Levantamento de ângulos de orientação

São ângulos destinados a orientar os alinhamentos num plano topográfico de


projeção.

Sabe-se que não existe na superfície da Terra uma referência melhor do que o
seu eixo Norte-Sul para orientar os alinhamentos topográficos, porque a qualquer tempo
podermos voltar ao campo e retomar os trabalhos achando diversos elementos que a eles
se achem relacionados.

O capítulo seguinte versará sobre a adoção desse sistema de referência nas


orientações topográficas e, conseqüentemente, da linha meridiana formada a partir dele,
bem como dos métodos e instrumentos que permitirão o seu levantamento.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 77

7. MEDIDAS DE ORIENTAÇÃO

7.1. Introdução

Sabemos da geografia que toda e qualquer linha que passe por um ponto
localizado na superfície da terra, e que vá à direção dos pólos recebe o nome de
meridiana, e que não existe na superfície da terra uma referência melhor do que esta
para orientar as navegações (terrestres e aéreas).

Por outro lado, na Topografia, sabemos que os acidentes projetados num plano
horizontal poderão ocupar diferentes posições, embora estejam levantados em suas
formas e dimensões naturais. É a introdução do conceito de meridiana nas operações
topográficas „norteará‟ as mesmas, de forma que em qualquer tempo possamos voltar ao
campo e retornar os trabalhos achando diversos elementos que a ela se achem
relacionados. O grande problema reside, entretanto, na escolha dessa meridiana, uma
vez que ela pode ser magnética ou verdadeira.

Obviamente que nas operações topográficas, cujos instrumentos utilizados são


os GPSs, o conhecimento da meridiana magnética se torna relativamente desnecessário,
uma vez que as coordenadas obtidas nos diversos pontos levantados são expressas
sempre em termos de coordenadas geográficas. Estas permitem analiticamente, a
obtenção da meridiana verdadeira. O que não ocorre na topografia convencional, cujas
medidas obtidas se restringem à medição de ângulos, distâncias e declividades. Nesta, a
obtenção da meridiana (magnética ou verdadeira) se dará, efetivamente, a partir de
levantamento de campo.

Sendo assim, este capítulo abordará a questão da orientação de projetos


topográficos, a partir da meridiana magnética, e tratará do método e instrumentos que
permitirão a obtenção da mesma.

7.2. A linha meridiana

Como já explicitado, anteriormente, a linha que une os pólos Norte ao Sul da


Terra (aquelas representadas nos mapas geográficos) é denominada linha dos pólos.
Esses pólos são denominados geográficos ou verdadeiros e, em função disso, a linha
meridiana que os une, também é tida como meridiana verdadeira.

No entanto, sabe-se que a terra, devido ao seu movimento de rotação, gera um


campo magnético fazendo com que se comporte como um grande imã. Assim, uma
bússola estacionada sobre a superfície terrestre, tem sua agulha atraída pelos pólos deste
imã. Acontece que, Como estamos falando de propriedades magnéticas, a meridiana
gerada pelo prolongamento da agulha da bússola (pontas norte e sul) irá de encontro aos
pólos norte e sul magnéticos, pela atração que sofrerá. Neste caso, porém, os pólos que
atraem a agulha da bússola são denominados magnéticos, e a meridiana formada é tida
como meridiana magnética.

Portanto, para cada ponto da superfície da terra podemos ter um plano vertical
absolutamente imutável que passa por esse ponto e pelos pólos, e que recebe o nome de
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 78

meridiano verdadeiro ou geográfico, e um plano vertical mutável que não passa


necessariamente pelos pólos e recebe o nome de meridiano magnético, determinável
pela agulha da bússola.

7.3. Declinação magnética

O ângulo de declinação magnética (δ) é aquele formado pela variação da


meridiana magnética em relação à meridiana verdadeira. Este ângulo varia de lugar para
lugar e também varia num mesmo lugar com o passar do tempo, e será positivo quando
o norte magnético estiver à direita do norte verdadeiro ou negativo quando o norte
magnético estiver à esquerda do norte verdadeiro. Quando houver coincidência a
declinação será nula.

Nv Nv = Nm Nv
Nm
Nm

-δ δ=0 +δ

Para o cálculo da declinação magnética, pode-se usar utilizar a carta isogônica


(contém linhas de mesma declinação magnética ou isogônicas) e a carta isopórica
(contém linhas de mesma variação da declinação magnética ou isopóricas). Ambas são
publicadas pelo Observatório Nacional do Rio de Janeiro, a cada cinco anos.

Assim, em Palmeira dos Índios no campus do IFAL, por exemplo, a declinação


magnética de uma linha formada entre o marco geográfico GPS01 e o ponto topográfico
04 existentes no terreno, é de aproximadamente -24º520‟. Estas informações foram
obtidas mediante levantamento topográfico astronômico e convencional, mas poderiam
ter sido obtidas através de consulta a uma carta isogônica o (por interpolação).

04

Poligonal existente no
Campus do IFAL/PIn
GPS02

δ = -24º20‟
Nv
Nm
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 79

Carta isogônica do Brasil – ano 2005

Quanto à escolha de um ou de outro sistema de referência não implica em erro


na orientação. O que vai definir a escolha é o rigor do trabalho a ser apresentado. Os
trabalhos de apoio topográfico, por exemplo, exigem orientação para o Norte
Verdadeiro, senão vejamos o que recomenda a Norma brasileira para levantamentos
topográficos:

“... Convém, então, proceder de modo que a rede topográfica de apoio seja
orientada para o norte geográfico(ou verdadeiro),...determinando o azimute
geográfico de um lado deste apoio, por meio de observação astronômica... . Não
sendo possível este procedimento orientar pelo menos este lado em relação ao
norte magnético, por meio de observação com bússola ou declinatória acoplada
a um teodolito, ficando o levantamento topográfico orientado para o norte
magnético. É imprescindível que sejam mencionados no desenho topográfico
final do levantamento a data do levantamento, a declinação magnética nesta
data bem como a sua variação anual, uma vez que a indicação do norte
magnético é variável em função do tempo”(NBR, 1997).

A informação da data do levantamento topográfico, supracitada na Norma, está


relacionada diretamente à necessidade de aviventação da orientação, ou seja, ao
restabelecimento dos alinhamentos e ângulos magnéticos marcados para uma poligonal,
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 80

na época de sua medição, para os dias atuais. Este trabalho é necessário, visto que a
posição dos pólos norte e sul magnéticos varia com o passar dos tempos. Assim, para
achar a posição correta de uma poligonal levantada em determinada época, é necessário
que os valores resultantes deste levantamento sejam reconstituídos para a época atual. O
mesmo processo é utilizado para a locação em campo, de linhas projetadas sobre plantas
de estradas, linhas de transmissão, etc.

As cartas isopóricas permitem essa atualização, e ainda programas específicos de


computador para cartografia.

7.4. Rumos e azimutes

Os ângulos de orientação formados a partir da meridiana magnética ou


verdadeira a um alinhamento, são conhecidos como azimutes ou rumos. Este último é
raramente encontrado em memoriais descritivos recentes de projetos topográficos.

Chama-se azimute ao ângulo que o alinhamento forma com a direção norte-sul


do meridiano. Como esta direção pode ser magnética ou verdadeira, o azimute assume
os nomes magnético ou verdadeiro, respectivamente. É contado de 0º a 360º no sentido
horário. Assim, os azimutes entre dois pontos AB e BC são:

Nv ou Nm Nv ou Nm

0º 0º

Azv ou Azm
A B
270º 90º 270º 90º

Azv ou Azm
B
C
180º 180º

Estando o alinhamento na direção AB, o azimute da linha AB será AzA-B, e se


estiver na direção BC, o azimute será AzB-C.

Já o rumo de uma linha é o menor ângulo horizontal, formado entre a direção


Norte-sul da agulha magnética e o alinhamento, medindo a partir do Norte ou do Sul, no
sentido horário (à direita) ou sentido anti-horário (à esquerda) e variando de 0º a 90º.
Quando tomamos como referência a meridiano magnético, o rumo obtido é chamado
rumo magnético, e quando usamos o meridiano verdadeiro, o rumo obtido é chamado
rumo verdadeiro.
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 81

Conforme mencionado no capítulo anterior, a bússola de rumos é dividida em


quatro quadrantes:

▪ Nordeste (NE);
▪ Sudeste (SE);
▪ Sudoeste (SW);
▪ Noroeste (NW);

Tomando o exemplo, desta vez para rumos, tem-se:

0º 0º

RA-B B

B
90º (W) 90º (E) 90º (W) 90º (E)
A

RBC
C

0º 0º
Quadrante NE Quadrante SE

0º 0º

E
RDE

C
90º (W) 90º (E) 90º (W) 90º (E)
D

RCD
D

0º 0º

Quadrante SE Quadrante NW

Estando o alinhamento na direção AB, o rumo da linha AB será R A-B(NE), se


estiver na direção BC, o rumo será RB-C(SE), se estiver na direção CD, o rumo será RC-D
(SW), e se estiver na direção DE, o rumo será RD-E(NW).

Uma relação pode ser feita entre rumos e azimutes:

▪ 1º Quadrante (NE) → Rumo = Azimute;


▪ 2º Quadrante (SE) → Rumo = 180º - Azimute;
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 82

▪ 3º Quadrante (SW) → Rumo = Azimute – 180º;


▪ 4º Quadrante (NW) → Rumo = 360º - Azimute;

Operacionalização da bússola azimutal

Para operacionalizar a bússola azimutal acoplada ao teodolito, é necessário que


se tenham cumpridas as etapas básicas de centragem e calagem do goniômetro. Uma
regra prática:

- Zerar o limbo horizontal do goniômetro;


- Liberar o parafuso de blocagem da agulha da bússola;
- Fazer coincidir a linha de fé Norte-sul do limbo da bússola com a linha
Norte-sul da agulha magnética;
- Girar a luneta do teodolito no sentido horário e na direção do alinhamento
para se obter o azimute;

Exemplo elucidativo:

Determinar o ângulo azimutal das linhas 1-2 e 2-3, conforme esquema abaixo:

1
3

Solução:
Nm

Nm

Az1-2

1 Az2-3
3

2
Nm Nm

Az2-3 = 42º27‟17”
Az1-2 = 99º45‟32” 3
1 2

2
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 83

Operacionalização da bússola de rumo

Assim como nas bússolas azimutais, as de rumo acopladas ao teodolito carecem


de centragem e calagem. Uma regra prática:

- Zerar o limbo horizontal do goniômetro;


- Liberar o parafuso de blocagem da agulha da bússola;
- Fazer coincidir a linha de fé Norte-sul da bússola com a linha Norte-sul da
agulha magnética;
- Posicionar e girar (posição direta ou inversa) a luneta do teodolito para a
direção do alinhamento e, no sentido horário ou anti-horário, obter o rumo;

Obs.: As aproximações nas leituras das bússolas variam de acordo com a


fabricação e modelo do teodolito e da bússola acoplada, prevalecendo aquela de menor
precisão.

Exemplo elucidativo:

Determinar o rumo das linhas 1-2 e 2-3, conforme esquema abaixo:

1
3

Solução:
Nm
Nm

1 R2-3
3
R1-2
2

Nm Nm

R2-3 = 42º27‟17”
3
1 2
2

R1-2 = 80º14‟28”
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 84

7.4.1. Cálculo do azimute magnético

Conhecido o azimute do primeiro alinhamento, e os ângulos que formam os


vértices dos alinhamentos seguintes, pode-se determinar analiticamente os azimutes dos
demais alinhamentos, sem que seja necessário percorrer todo o perímetro usando uma
bússola. A expressão abaixo simplifica as operações no campo:

Azn = Azn-1 ± An ± 180º

Onde:
Azn = azimute da linha;
Azn-1 = azimute da linha anterior;
An = ângulo do vértice na linha;

Observação 1: A variação do sinal em An vai depender do sentido do


caminhamento, ou seja, se o caminhamento for com o polígono à sua esquerda
implica em sinal (-), e se for com polígono à sua direita implica em sinal (+);

Observação 2: Uma maneira prática de saber se o polígono está à sua direita é


verificar se os ângulos da poligonal foram gerados de ré para vante, de acordo
com o sentido progressivo dos trabalhos. Caso contrário, o polígono estará à sua
esquerda;

Observação 3: Quando Azn-1 ± An ≥ 180º, deve-se usar o sinal (-) ao termo 180º.
Caso contrário, usar o sinal (+);

Exemplo elucidativo:

Determinar analiticamente os azimutes magnéticos dos vértices 2 a 6, sabendo-


se que o azimute magnético inicial do vértice 1 é Az1-2 = 70º:

Nm ou Nv
195º
190º

3 210º
2
Az1-2 4
7
5
1
280º
6

320º

Solução:

Az1-2 = 70º
Como o polígono está à direita no caminhamento, tem-se (+) An.
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Daí,

Az2-3 = 70º + 190º ± 180º = 260º - 180º = 80º


Az3-4 = 80º +195º ± 180º = 275º - 180º = 95º
Az4-5 = 95º + 210º ± 180º = 305º - 180º = 125º
Az5-6 = 125º + 280º ± 180º = 405º - 180º = 225º
Az6-7 = 225º + 320º ± 180º = 545º - 180º = 365º → 5º pois (365º - 360º = 5º)

Exemplo elucidativo:

Determinar analiticamente os azimutes magnéticos dos vértices 2 a 6, sabendo-


se que o azimute magnético inicial do vértice 1 é Az1-2 = 45º:

Nm ou Nv
3
2
4
Az1-2 165º 150º
170º
7
80º
1 5
40º

Solução:

Az1-2 = 70º

Como o polígono está à esquerda no caminhamento, tem-se (-) An.

Daí,
Az2-3 = 70º - 170º ± 180º = -100º + 180º = 80º
Az3-4 = 80º - 1165º ± 180º = -85º + 180º = 95º
Az4-5 = 95º - 150º ± 180º = -55º + 180º = 125º
Az5-6 = 125º - 80º ± 180º = -45º + 180º = 225º
Az6-7 = 225º - 40º ± 180º = 185º - 180º = 5º
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8. LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO E LOCAÇÃO

8.1. Introdução

Conhecidos os métodos e os instrumentos empregados na medição de ângulos e


distâncias, é necessário que sejam atendidas algumas fases e procedimentos que
viabilizarão a execução dos levantamentos ou locações topográficas planimétricas.

Este capítulo será dedicado ao estudo dessas etapas. Para tanto, será mostrado
como elas devem transcorrer durante um levantamento topográfico, e como preencher
planilhas que resultarão nas coordenadas dos pontos topográficos observados. Além
disso, serão tratadas algumas questões gerais referentes à locação de obras de
engenharia, especificamente, residências e prédios.

8.2. Fases do levantamento topográfico

O levantamento topográfico é um conjunto de operações realizadas no campo, a


fim de se obter com precisão os elementos necessários e suficientes à representação
geométrica de determinada área do terreno estudada topograficamente, em escala
conveniente.

Segundo a NBR 13.133 da ABNT, item 5.1, o levantamento topográfico, em


qualquer de suas finalidades, deve ter, no mínimo, as seguintes fases:

a) Planejamento, seleção de métodos e aparelhagem;


b) Apoio topográfico;
c) Levantamento de detalhes;
d) Cálculos e ajustes;
e) Original topográfico;
f) Desenho topográfico final;
g) Relatório técnico;

Entretanto, o desconhecimento da norma vigente, associado à outros fatores


como o preço de aquisição de equipamentos de alta precisão, má qualidade profissional
e número reduzido de pontos de apoio geodésico, tem dificultado bastante o
atendimento a essa Norma.

Destarte, costuma-se sintetizar essas fases em apenas quatro etapas, podendo a


primeira se confundir com a segunda, dependendo dos recursos instrumentais
disponíveis:

Fase de reconhecimento do terreno

É nesta fase que se percorre a região a ser levantada, elegendo-se os principais


vértices da poligonal básica do levantamento, não deixando de determinar o ponto de
partida do levantamento. Nesta fase de trabalho, deve-se também providenciar a
cravação de piquetes, com a sua numeração. Organizar também a turma de auxiliares,
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 87

ministrando-lhes as instruções e recomendações necessárias, para que todo o trabalho se


desenvolva normalmente.

É conveniente a abertura de picadas e a limpeza dos rumos divisórios “aceiro”,


antes de iniciar os trabalhos de levantamento.

Finalmente, organiza-se um croqui da área do terreno, que servirá de subsídio


tanto nos trabalhos de campo como nos de escritório.

Essas exigências são indispensáveis, mesmo que o levantamento seja feito por
meio de equipamentos rastreadores de satélite, e poderão ser aumentadas. Vai depender
do rigor desejado nos levantamentos e da área do terreno.

Fase de caracterização

Durante esta fase, serão levantados todos os elementos que caracterizam as


linhas divisórias do terreno em estudo. Quando o levantamento é feito por instrumentos
topográficos convencionais, deve-se lançar mão de alguns métodos de levantamento:

▪ Triangulação a trena
▪ Poligonação
▪ Irradiação
▪ Interseção à vante
▪ Interseção à ré
▪ Outras

Fase de cálculos e memorial descritivo

Terminadas as operações de campo, deve-se proceder à computação, em


escritório, dos dados obtidos. Este é um processo que envolve o “fechamento” angular e
linear, o transporte dos rumos ou azimutes e das coordenadas, e o cálculo da área caso
necessite.

Fase de desenho

Depois de calculadas as coordenadas dos diversos pontos medidos, e redigido o


memorial descritivo, procede-se à confecção do desenho da planta topográfica. Este
desenho pode ser feito à nanquim ou no computador. Qualquer que seja o recurso de
desenho disponível, os pontos de referência devem ser plotados segundo suas
coordenadas, enquanto os pontos de detalhes comuns (feições), devem ser ajustados
como auxílio de escalímetro, se o desenho for à mão, ou do CAD se forem no
computador.

Além do mais, devem ser obedecidos os critérios de apresentação, tais como:

A orientação magnética e verdadeira;


A data do levantamento;
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As escalas gráfica e numérica;


A legenda e convenções utilizadas;
O título do trabalho;
O número de vértices, distâncias dos alinhamentos;
Os eixos de coordenadas;
Os responsáveis pelo trabalho;
As feições naturais e/ou artificiais (representadas através de símbolos
padronizados ou convenções e sua respectiva toponímia);

8.3. Levantamento por triangulação à trena

Processo - 1

É um método expedito, porque se utilizam apenas de trenas, balizas e piquetes. É


aplicado para a caracterização de pequenas áreas (planas) e amarrações de pontos, tais
como postes, árvores, etc. Consiste na decomposição do terreno em triângulos, com a
instalação de diversos piquetes nos seus vértices e no interior.

Medem-se as distâncias de todos os lados dos triângulos, e calculam-se as áreas


através da resolução de triângulos quaisquer.

1 10
9
2 11
● 12
8

3
7
4
5 6

O desenho da planta topográfica será feito com os artifícios de desenho


geométrico, utilizando-se de escala e compasso.

Processo - 2

Aplicado para levantamentos de áreas planas que exigem melhor precisão que o
processo anterior. Este método permite que a planta topográfica seja desenhada através
de coordenadas retangulares. Para tanto, alguns passos precisam ser seguidos, tais
como:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 89

▪ Decompor o terreno em triângulos com a instalação de piquetes;


▪ Medir as distâncias de todos os lados dos triângulos;
▪ Levantar o azimute do primeiro vértice;
▪ Calcular os ângulos internos de cada triângulo levantado, a partir das
dimensões de seus lados;
▪ Determinar as coordenadas retangulares dos vértices principais;
▪ Desenho;

Exemplo elucidativo:

Dada a caderneta de campo abaixo, obtida a partir de um levantamento de


campo feito à trena, determinar as coordenadas dos vértices B até H. As coordenadas
iniciais do vértice „A‟ foram arbitradas e o azimute inicial de „A‟ na direção de „B‟ foi
levantado através uma bússola prismática.

DISTÂNCIAS HORIZONTAIS MEDIDAS À TRENA


AB = 60280m EF = 91790m AG = 101720m CE = 123770m
BC = 69890m FG = 57515m BH = 93500m DF = 114760m
CD = 74880m GH = 75520m BF = 106080m BG = 84900m
DE = 112695m HÁ = 58590m GC = 88900m CF = 65070m
Coordenadas iniciais Azimute magnético
XA = YA = 1000000 AzAB = 93º19'43"

N
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Solução:

1) Cálculo dos ângulos

Triângulo AGH
G
H
22
ArcCos1 = GA2 + HA2 –GH2 ArcCos22 = AG2 + HG2 –AH2
1
2.GA.HA 2.AG.HG
ângulo 1 = 47º20'42" ângulo 22 = 34º47'25"
A

Triângulo AGB

21 ArcCos2 = GA2 + BA2 – BG2 ArcCos21 = AG2 + BG2 – AB2


2.GA.BA 2.AG.BG
ângulo 2 = 56º28'39" ângulo 21 = 36º17'35"
2
A B

Triângulo BCG
G
20
ArcCos7 = BC2 + GC2 – BG2 ArcCos20 = CG2 + BG2 – BC2
2.BC.GC 2.CG.BG
7 C ângulo 7 = 63º19'07" ângulo 20 = 47º21'13"

Triângulo CDF

16 ArcCos11= FD2 + CD2 – FC2 ArcCos16 = CF2 + DF2 – CD2


2.FD.CD 2.CF.DF
ângulo 11 = 32º12'06,66" ângulo 16 = 37º49'28,11"
11
C D

Triângulo CDE

E
13 ArcCos13 =CE2 + DE2 – CD2 ArcCos10 = EC2 + DC2 – ED2
2.CE.DE 2.EC.DC
ângulo 13 = 36º32'37,14" ângulo 10 = 63º39'16,27"
10
C
D
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Triângulo DEF
E
F 15 ArcCos15 =EF2 + DF2 – DE2 ArcCos12 = FD2 + ED2 – EF2
2.EF.DF 2.FD.ED
12 ângulo 15 = 65º01'30,24" ângulo 12 = 47º35'24,63"

Triângulo CEF

E
14
F
ArcCos14 =FE2 + CE2 – FC2 ArcCos9 = FC2 + EC2 – FE2
9 2.FE.CE 2.FC.EC
ângulo 14 = 30º49'58,97" ângulo 9 = 46º18'11,07"
C

Triângulo CFG

F
G 19
ArcCos8 = CG2 + FC2 – GF2 ArcCos19 = CG2 + FG2 – FC2
2.CG.FC 2.CG.FG
8 ângulo 8 = 40º15'23,10" ângulo 19 = 46º58'41,35"

Triângulo BFG
F
G 18

ArcCos5 = GB2 + FB2 – GF2 ArcCos18 = BF2 + GF2 – GB2


5 2.GB.FB 2.BF.GF
ângulo 5 = 32º43'37,77" ângulo 18 = 52º56'41,93"
B

Triângulo BGH
G

H 23 ArcCos23 =BH2 + GH2 – GB2 ArcCos4 = BH2 + GB2 – GH2


2.BH.GH 2.BH.GB
4 ângulo 23 = 59º10'12,55" ângulo 4 = 49º48'08,34"

B
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Triângulo BHA

24
ArcCos3 = AB2 + HB2 – HA2 ArcCos24 =AH2 + BH2 – AB2
2.AB.HB 2.AH.BH
ângulo 3 = 37º29'54,71" ângulo 24 = 38º46'39,59"
3
A H

Triângulo BFC

17 ArcCos17 =BF2 + CF2 – BC2 ArcCos6 = FB2 + CB2 – FC2


2.BF.CF 2.FB.CB
ângulo 17 = 39º49'30,72" ângulo 6 = 36º36'13,85"
6 C
B

Portanto, os ângulos da poligonal somam

A= 1+2 = 103º49'21"
B= 3+4+5+6 = 156º37'55"
C= 7 + 8 + 9 + 10 = 213º31'57"
D= 11 + 12 = 79º47'32"
E= 13 + 14 = 67º22'36"
F= 15 + 16 + 17 + 18 = 195º37'11"
G= 19 + 20 + 21 + 22 = 165º24'54"
H= 23 + 24 = 97º56'52"

2) Cálculo dos azimutes

AzAB = 93º19'43"
AzBC = 93º19'43" + 156º37'55" – 180º = 69º57'38"
AzCD = 69º57'38" + 213º31'57" - 180º = 103º29'35"
AzDE = 103º29'35" + 79º47'32" – 180º = 3º17'07"
AzEF = 3º17'07" + 67º22'36" + 180º = 250º39'43"
AzFG = 250º39'43" + 195º37'11" – 180º = 266º16'54"
AzGH = 266º16'54" + 165º24'54" –180º = 251º41'48"
AzHA = 251º41'48" + 97º56'52" – 180º = 169º38'40"

3) Cálculo das projeções no eixo do X e do Y

ΔXAB = DAB.senAzAB = 60280.sen93º19'43" = 60178,304


ΔXBC = DBC.senAzBC = 69890.sen69º57'38" = 65658,645
ΔXCD = DCD.senAzCD = 74880.sen103º29'35" = 72813,178
ΔXDE = DDE.senAzDE = 112695.sen3º17'07" = 6458,269
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 93

ΔXEF = DEF.senAzEF = 91790.sen250º39'43" = - 86611,320


ΔXFG = DFG.senAzFG = 57515.sen266º16'54" = -57393,926
ΔXGH = DGH.senAzGH = 75520.sen251º41'48" = -71699,232
ΔXHA = DHA.senAzHA = 58590.sen169º38'40" = 10531,912

ΔYAB = DAB.cosAzAB = 60280.cos93º19'43" = -3500,010


ΔYBC = DBC.cosAzBC = 69890.cos69º57'38" = 23948,995
ΔYCD = DCD.cosAzCD = 74880.cos103º29'35" = - 17471,564
ΔYDE = DDE.cosAzDE = 112695.cos3º17'07" = 112509,794
ΔYEF = DEF.cosAzEF = 91790.cos250º39'43" = - 30395,449
ΔYFG = DFG.cosAzFG = 57515.cos266º16'54" = - 3729,941
ΔYGH = DGH.cosAzGH = 75520.cos251º41'48" = - 23716,882
ΔYHA = DHA.cosAzHA = 58590.cos169º38'40" = - 57635,640

4) Cálculo das coordenadas

XA = 1000000
XB = XA + ΔXAB = 1000000 + 60178,30 = 1060178,3
XC = XB + ΔXBC = 1060178,3 + 65658,64 = 1125836,94
XD = XC + ΔXCD = 1125836,94 + 72813,18 = 1198650,12
XE = XD + ΔXDE = 1198650,12 + 6458,27 = 1205108,39
XF = XE + ΔXEF = 1205108,39 – 86611,32 = 1118497,07
XG = XF + ΔXFG = 1118497,07 – 57393,93 = 1061103,14
XH = XG + ΔXGH = 1061103,14 – 71699,23 = 989403,91
XA = XH + ΔXHA = 989403,91 – 10531,91 = 999935,82 ≈ 1000000

YA = 1000000
YB = YA + ΔYAB = 1000000 – 3500,00 = 996500
YC = YB + ΔYBC = 996500 + 23948,99 = 1020448,99
YD = YC + ΔYCD = 1020448,99 – 17471,56 = 1002977,43
YE = YD + ΔYDE = 1002977,43 + 112509,79 = 1115487,22
YF = YE + ΔYEF = 1115487,22 – 30395,45 = 1085091,77
YG = YF + ΔYFG = 1085091,77 – 3729,94 = 1081361,83
YH = YG + ΔYGH = 1081361,83 –23716,88 = 1057644,95
YA = YH + ΔYHA = 1057644,95 –57635,64 = 1000009,31 ≈ 1000000

5) Montagem da planilha de cálculo

E Ré PV Angulo Azimute Dist. Projeções Coordenadas


Horiz. (m) ΔX ΔY X Y
A - - - - - - - 1000000 1000000
A - B - 93º19'43" 60280 60178,30 -3500,00 1060178,3 996500
B A C 156º37'55" 69º57'38" 69890 65658,64 23948,99 1125836,94 1020448,99
C B D 213º31'57" 103º29'35" 74880 72813,18 -17471,56 1198650,12 1002977,43
D C E 79º47'32" 3º17'07" 112695 6458,27 112509,79 1205108,39 1115487,22
E D F 67º22'36" 250º39'43" 91790 -86611,32 -30395,45 1118497,07 1085091,77
F E G 195º37'11" 266º16'54" 57515 -57393,93 -3729,94 1061103,14 1081361,83
G F H 165º24'54" 251º41'48" 75520 -71699,23 -23716,88 989403,91 1057644,95
H G A 97º56'52" 169º38'40" 58590 10531,91 -57635,64 999935,82 1000009,31
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 94

PLANILHA DE CÁLCULO ANALÍTICO


TRIANGULAÇÃO À TRENA
SERVIÇO: Exemplo elucidativo LOCAL:
AZIMUTE INICIAL: AzP03-A = 93˚19'43" COORDENADAS INICIAIS: XA = 1000000 YA = 10000
FOLHA: Única

ÂNGULO
E PV HORIZON- AZIMUTE DISTÂN PROJEÇÕES COORDENADAS CROQUI/OBSERVA
TAL CIA ÇÕES
º ' " º ' " (m) ΔX ΔY X Y
A - - - - - - - 1000000 1000000
A B - - - 93 19 43 60280 60178,30 -3500,00 1060178,3 996500
B C 156 37 55 69 57 38 69890 65658,64 23948,99 1125836,94 1020448,99
C D 213 31 57 103 29 35 74880 72813,18 -17471,56 1198650,12 1002977,43
D E 79 47 32 3 17 07 112695 6458,27 112509,79 1205108,39 1115487,22
E F 67 22 36 250 39 43 91790 -86611,32 -30395,45 1118497,07 1085091,77
F G 195 37 11 266 16 54 57515 -57393,93 -3729,94 1061103,14 1081361,83
G H 165 24 54 251 41 48 75520 -71699,23 -23716,88 989403,91 1057644,95 LEVANTAMENTO DE CAMPO:

H A 97 56 52 169 38 40 58590 10531,91 -57635,64 999935,82 1000009,31


DATA:
CÁLCULO:

DATA:
VISTO:

DATA:

Adaptado do formulário organizado pelo Professor Luiz Carlos da Silveira.


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 95

8.4. Levantamento por poligonação

Consiste no levantamento de poligonais em uma área ou linha, pela medição de


distâncias e ângulos. Os resultados obtidos podem ser analisados e compensados
analiticamente, podendo-se obter coordenadas de alta precisão. Assim, podem existir
três tipos de poligonais:

▪ Aberta;
▪ Fechada na mesma base;
▪ Fechada em base diferente;

O caminhamento para a obtenção das distâncias e dos ângulos pode ser feito
internamente ou externamente às poligonais, e ao mesmo tempo à direita ou à esquerda
delas. Ressalta-se que a exatidão do levantamento não depende apenas do
caminhamento, mas também, da habilidade do operador, do emprego de bons
instrumentos e, sobretudo, de se saber escolher, de acordo com o processo de
levantamento mais adequado a determinadas condições de trabalho, o aparelho a ser
empregado, procurando, assim, harmonizar a natureza do instrumento e o método a ser
usado com o tipo de operação topográfica que se tem em vista realizar.

8.4.1. Poligonal aberta

A poligonal aberta é usada apenas para amarração de pontos distantes da área


que está sendo levantada. Parte de pontos com coordenadas conhecidas e não tem
fechamento, ou seja, o último vértice não coincide com o primeiro, não caracterizando,
desta forma um polígono.

Sendo uma poligonal aberta não é possível verificar a presença de erros com a
análise dos dados.

O cálculo analítico de uma poligonal aberta consiste em calcular o azimute,


projeções e coordenadas, a partir dos ângulos horizontais e distâncias, que são extraídos
da caderneta de campo.

Exemplo elucidativo:

Determinar as coordenadas em UTM dos vértices A, B, C, D e E de uma


poligonal aberta iniciada a partir do marco geográfico P03 de coordenadas conhecidas:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO
Estação Ré Pv Ang. Horiz. Distância (m)
P03 - A - 29,56
A P03 B 289º30'30" 28,80
B A C 176º24'06" 36,03
C B D 100º05'56" 33,44
D C E 129º11'20" 23,29
Azimute inicial Coordenadas de P03
AzP03-A = 259º56'36" EP03 = 4416,319 NP03 = 5719,717
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Croqui:
D

C
E
N

P03
A

Solução:

1) Cálculo dos azimutes

AzP03-A = 259º56'36"
AzA-B = 259º56'36" + 289º30'30" – 180º = 369º27'06" ou 9º27'06"
AzB-C = 9º27'06" + 176º24'06" – 180º = 5º51'12"
AzC-D = 5º51'12" + 100º05'56" + 180º = 285º57'08"
AzD-E = 285º57'08" + 129º11'20" – 180º = 235º08'28"

2) Cálculo das projeções

ΔEP03-A = DP03-A.senAzP03-A = 29,56.sen259º56'36" = 21,387


ΔEA-B = DA-B.senAzP03-A = 28,80.sen9º27'06" = -0,774
ΔEB-C = DB-C.senAzP03-A = 36,03.sen5º51'12" = -15,015
ΔEC-D = DC-D.senAzP03-A = 33,44.sen285º57'08" = -2,248
ΔED-E = DD-E.senAzP03-A = 23,29.sen235º08'28" = 10,720

ΔNP03-A = DP03-A.cosAzP03-A = 29,56.cos259º56'36" = - 20,406


ΔNA-B = DA-B.cosAzP03-A = 28,80.cos9º27'06" = -29,790
ΔNB-C = DB-C.cosAzP03-A = 36,03.cos5º51'12" = 32,752
ΔNC-D = DC-D.cosAzP03-A = 33,44.cos285º57'08" = -33,364
ΔND-E = DD-E.cosAzP03-A = 23,29.cos235º08'28" = -20,676

3) Cálculo das coordenadas

EP03 = 4416,319
EA = EP03 + ΔEP03-A = 4416,319 + 21,387 = 4437,706
EB = EA + ΔEAB = 4437,706 + (-0,774) = 4436,932
EC = EB + ΔEBC = 4436,932 + (-15,015) = 4421,917
ED = EC + ΔECD = 4421,917 + (-2,248) = 4419,669
EE = ED + ΔEDE = 4419,669 + (10,720) = 4430,389
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NP03 = 5719,717
NA = NP03 + ΔNP03-A = 5719,717 + (- 20,406) = 5699,110
NB = NA + ΔNAB = 5699,11 + (-29,790) = 5669,521
NC = NB + ΔNBC = 5669,521 + 32,752 = 5702,273
ND = NC + ΔNCD = 5702,273 + (-33,364) = 5668,909
NE = ND + ΔNDE = 5668,809 + (-20,676) = 5648,233

4) Montagem da planilha de cálculo

E Ré PV Angulo Azimute Dist. Projeções Coordenadas


Horiz. (m) ΔE ΔN E N
P03 - - - - - - - 4416,319 5719,717
P03 - A - 259º56'36" 29,56 21,387 - 20,406 4437,706 5699,110
A P03 B 289º30'30" 89º27'06" 28,80 -0,774 -29,790 4436,932 5669,521
B A C 176º24'06" 355º51'12" 36,03 -15,015 32,752 4421,917 5702,273
C B D 100º05'56" 275º57'08" 33,44 -2,248 -33,364 4419,669 5668,909
D C E 129º11'20" 225º08'28" 23,29 10,720 -20,676 4430,389 5648,233
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PLANILHA DE CÁLCULO ANALÍTICO


POLIGONAL ABERTA
SERVIÇO: Exemplo elucidativo LOCAL: TEODOLITO:
AZIMUTE INICIAL: AzP03-A = 259˚56'36" COORDENADAS INICIAIS: EP03 = 4416,319 NP03 = 5719,717
FOLHA: Única

ÂNGULO
E PV HORIZON- AZIMUTE DISTÂN PROJEÇÕES COORDENADAS ALTITUDES CROQUI/
TAL CIA COTA OBSER -
º ' " º ' " (m) ΔE ΔN E N VAÇÕES
P03 - - - - - - - - - - 4416,319 5719,717
P03 A - - - 259 56 36 29,56 21,387 - 20,406 4437,706 5699,110
A B 289 30 30 89 27 06 28,80 -0,774 -29,790 4436,932 5669,521
B C 176 24 06 355 51 12 36,03 -15,015 32,752 4421,917 5702,273
C D 100 05 56 275 57 08 33,44 -2,248 -33,364 4419,669 5668,909
D E 129 11 20 225 08 28 23,29 10,720 -20,676 4430,389 5648,233

LEVANTAMENTO DE
CAMPO:

DATA:
CÁLCULO:

DATA:
VISTO:

DATA:

Adaptado do formulário organizado pelo Professor Luiz Carlos da Silveira.


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8.4.2. Poligonal fechada na mesma base

A poligonal fechada na mesma base é caracterizada por ter o último vértice


coincidindo com o vértice inicial, formando, desta forma, um polígono.

Na poligonal fechada há controle de fechamento angular e linear a partir de uma


precisão pré-estabelecida pela NBR 13.133.

Normalmente para precisão linear, são aceitos os valores:

1/1000 → para poligonais taqueométricas;


1/2000 → para poligonais medidas com trigonometria;
1/4000 → para poligonais medidas a trena;
1/10000 → para poligonais eletrônicas (dependendo da precisão da estação total
pode-se chegar a precisões, no fechamento da poligonal, da ordem de 1/30000
ou melhor);

A precisão angular depende, fundamentalmente, do teodolito ou estação


utilizada no levantamento topográfico. Estas precisões são fornecidas pela NBR 13.133
para os diversos tipos de poligonais.

O cálculo de uma poligonal fechada é idêntico ao cálculo de uma poligonal


aberta, diferindo apenas na verificação e compensação dos erros cometidos.

Exemplo elucidativo:

Determinar as coordenadas em UTM dos vértices P01 à P09 da poligonal-escola


fechada na mesma base P00 de coordenadas conhecidas:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO
Estação Ré Pv Ang. Horiz. Distância (m)
P00 P09 P01 122º12' 20,00
P01 P00 P02 121º08' 63,60
P02 P01 P03 197º14' 141,20
P03 P02 P04 97º13' 15,20
P04 P03 P05 167º14' 96,00
P05 P04 P06 166º56' 80,40
P06 P05 P07 75º58' 75,10
P07 P06 P08 209º02' 88,50
P08 P07 P09 110º38' 60,00
P09 P08 P00 172º18' 90,60
Azimute inicial Coordenadas de P00
AzP00-P01 = 274º EP03 = 757533,195 NP03 = 8959419,244

Croqui:
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Solução:

1) Soma dos ângulos internos

A poligonal estará geometricamente fechada angularmente, se:

ΣAi = 180º(n-2)

Onde:

ΣAi = soma dos ângulos internos;


n = número de vértices;

Logo,
ΣAi = 180º (10 – 2)
ΣAi = 1440º

2) Erro angular

O erro angular dá uma idéia de precisão com que os ângulos foram medidos. É
dado pela diferença entre a soma dos ângulos lidos em campo e a soma calculada pela
expressão teórica:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 101

Soma de campo = 1439º53'


ΣAi = 1440º00'
Erro angular = 1439º53' - 1440º00' = - 0º07'

A distribuição desse erro pode ser feita em quantidades iguais por vértice.

3) Erro admissível

O erro admissível é aquele que expressa um limite para o erro angular, abaixo do
qual o trabalho de leitura de ângulos é considerado de boa qualidade.

Eadm = ± m.a.√n

Eadm = erro angular admissível;


m = valor de 1 a 3 de acordo com a precisão requerida para o levantamento;
a = metade da menor divisão da leitura do limbo horizontal;
n = número de vértices da poligonal;

Logo,

E = ± 3.00º00'30". √10 ≈ 00º04'45"

A determinação desse erro não se constitui num índice rígido quanto à qualidade
do trabalho, pois o valor encontrado é simplesmente um resíduo dos erros acidentais,
pois podem ocorrer compensações durante o levantamento.

4) Ângulo compensado

Conhecido o erro angular, faz-se a sua distribuição igualmente entre os vértices.

Erro distribuído = 00º07' = 00º00'42"


10

O ângulo compensado é obtido adicionando o erro distribuído do ângulo lido. O


sinal da correção deverá ser contrário do sinal do erro angular. Ao final da
compensação, a soma dos ângulos compensados deve ser igual a soma determinada pela
fórmula teórica. Assim:

Compensado em P00 = 122º12' + 42" = 122º12'42"


Compensado em P01 = 121º08' + 42" = 121º08'42"
Compensado em P02 = 197º14' + 42" = 197º14'42"
Compensado em P03 = 97º13' + 42" = 97º13'42"
Compensado em P04 = 167º14' + 42" = 167º14'42"
Compensado em P05 = 166º56' + 42" = 166º56'42"
Compensado em P06 = 75º58' + 42" = 75º58'42"
Compensado em P07 = 209º02' + 42" = 209º02'42"
Compensado em P08 = 110º38' + 42" = 110º38'42"
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Compensado em P09 = 172º18' + 42" = 172º18'42"


Total 1440º00'00"

5) Azimutes

AzP00-P01 = 274º
AzP01-P02 = 274º + 121º08'42" – 180º = 215º08'42"
AzP02-P03 = 215º08'42" + 197º14'42" - 180º = 232º23'24"
AzP03-P04 = 232º23'24" + 97º13'42" – 180º = 149º37'06"
AzP04-P05 = 149º37'06" + 167º14'42" - 180º = 136º51'48"
AzP05-P06 = 136º51'48" + 166º56'42" – 180º = 123º48'30"
AzP06-P07 = 123º48'30" + 75º58'42" –180º = 19º47'12"
AzP07-P08 = 19º47'12" + 209º02'42" – 180º = 48º49'54"
AzP08-P09 = 48º49'54" + 110º38'42" – 180º = 339º28'36"
AzP09-P00 = 339º28'36" + 172º18'42" - 180º = 331º47'18"

Para conferência
AzP00-P01 = 331º47'18" + 122º12'42" – 180º = 274º00'00" Ok!

6) Projeções

ΔX‟P00-P01 = DP00-P01.senAzP00-P01 = 20,00.sen274º = - 19,9513


ΔX‟P01-P02 = D P01-P02.senAz P01-P02 = 63,60.sen215º08'42" = - 36,6112
ΔX‟P02-P03 = D P02-P03.senAz P02-P03 = 41,20.sen232º23'24" = - 111,8563
ΔX‟P03-P04 = D P03-P04.senAz P03-P04 = 15,20.sen149º37'06" = 7,6875
ΔX‟P04-P05 = D P04-P05.senAz P04-P05 = 96,00.sen136º51'48" = 65,6391
ΔX‟P05-P06 = D P05-P06.senAz P05-P06 = 80,40.sen123º48'30" = 66,8046
ΔX‟P06-P07 = D P06-P07.senAz P06-P07 = 75,10.sen19º47'12" = 25,4296
ΔX‟P07-P08 = D P07-P08.senAz P07-P08 = 88,50.sen48º49'54" = 66,6209
ΔX‟P08-P09 = D P08-P09.senAz P08-P09 = 60,00.sen339º28'36" = - 21,0353
ΔX‟P09-P00 = D P09-P00.senAz P09-P00 = 90,60.sen331º47'18" = - 42,8294

ΔY‟P00-P01 = DP00-P01.cosAzP00-P01 = 20,00.cos274º = 1,3951


ΔY‟P01-P02 = D P01-P02.cosAz P01-P02 = 63,60.cos 215º08'42" = -52,0056
ΔY‟P02-P03 = D P02-P03.cosAz P02-P03 = 41,20.cos 232º23'24" = - 86,1720
ΔY‟P03-P04 = D P03-P04.cosAz P03-P04 = 15,20.cos 149º37'06" = - 13,1127
ΔY‟P04-P05 = D P04-P05.cosAz P04-P05 = 96,00.cos136º51'48" = - 70,0536
ΔY‟P05-P06 = D P05-P06.cosAz P05-P06 = 80,40.cos123º48'30" = - 44,7359
ΔY‟P06-P07 = D P06-P07.cosAz P06-P07 = 75,10.cos19º47'12" = 70,6636
ΔY‟P07-P08 = D P07-P08.cosAz P07-P08 = 88,50.cos48º49'54" = 58,2572
ΔY‟P08-P09 = D P08-P09.cosAz P08-P09 = 60,00.cos339º28'36" = 56,1918
ΔY‟P09-P00 = D P09-P00.cosAz P09-P00 = 90,60.cos331º47'18" = 79,8374

7) Soma das projeções:

ΣΔX‟ = -0,1018
Σ|ΔX‟| = 464,4652
ΣΔY‟ = 0,2653
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 103

Σ|ΔY‟| = 532,4249

8) Erro linear

O erro linear é dado pela fórmula:

EL = [(ΣΔX‟)2 + (ΣΔY‟)2]½

Logo,

EL = [(-0,1018)2 + (0,2653)2 ]½ = 0,2842

9) Precisão

A precisão indica o perímetro de levantamento para se obter o erro de 1 metro. A


precisão do levantamento é dada pela fórmula:

P = Perímetro
EL

Onde:

Perímetro = soma dos lados da poligonal;


EL = erro linear;

Logo,

P = 730,60 = 2570,7
0,2842

A precisão é anotada na forma de escala → P = 1:2570

10) Correções do Erro Linear:

No eixo do X

Cx = |ΔX‟.ΣΔX‟|
Σ|ΔX‟|

Cx = | ΔX‟.(0,1018) | = 0,000219176.ΔX‟
464,4652

CP00-P01 = 0,000219176.(19,9513) = 0,004372


CP01-P02 = 0,000219176.(36,6112) = 0,008024
CP02-P03 = 0,000219176.(111,8563) = 0,024516
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CP03-P04 = 0,000219176.(7,6875) = 0,001685


CP04-P05 = 0,000219176.(65,6391) = 0,014386
CP05-P06 = 0,000219176.(66,8046) = 0,014642
CP06-P07 = 0,000219176.(25,4296) = 0,005574
CP07-P08 = 0,000219176.(66,6209) = 0,014602
CP08-P09 = 0,000219176.(21,0353) = 0,004610
CP09-P00 = 0,000219176.(42,8294) = 0,009387

No eixo do Y

Cy =|ΔY‟.ΣΔY‟|
Σ|ΔY‟|

Cy = | ΔY‟.(0,2653) | = 0,000498286.ΔY‟
532,4249

CP00-P01 = 0,000498286.(1,3951) = 0,000695


CP01-P02 = 0,000498286.(52,0056) = 0,025914
CP02-P03 = 0,000498286.(86,1720) = 0,042938
CP03-P04 = 0,000498286.(13,1127) = 0,006534
CP04-P05 = 0,000498286.(70,0536) = 0,034907
CP05-P06 = 0,000498286.(44,7359) = 0,022291
CP06-P07 = 0,000498286.(70,6636) = 0,035211
CP07-P08 = 0,000498286.(58,2572) = 0,029029
CP08-P09 = 0,000498286.(56,1918) = 0,027999
CP09-P00 = 0,000498286.(79,8374) = 0,039782

11) Projeções compensadas

As projeções compensadas são calculadas pelas fórmulas:

ΔX = ΔX‟ + Cx ΔY = ΔY‟ + Cy

Deve-se no cálculo das projeções compensadas, observar que os sinais de Cx e


Cy devem ser contrários aos sinais obtidos nos (ΣΔX‟ e ΣΔY‟). Assim, Cx será positivo
neste exemplo, porque ΣΔX‟ é negativo e Cy será negativo porque ΣΔY‟ é positivo.

A soma das projeções compensadas deve ser zero.

Logo,

ΔXP00-P01 = ΔX‟P00-P01 + C P00-P01 = - 19,9513 + 0,004372 = - 19,946928


ΔXP01-P02 = ΔX‟P01-P02 + C P01-P02 = - 36,6112 + 0,008024 = - 36,603176
ΔXP02-P03 = ΔX‟P02-P03 + C P02-P03 = - 111,8563 + 0,024516 = - 111,831784
ΔXP03-P04 = ΔX‟P03-P04 + C P03-P04 = 7,6875 + 0,001685 = 7,689185
ΔXP04-P05 = ΔX‟P04-P05 + C P04-P05 = 65,6391 + 0,014386 = 65,653486
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 105

ΔXP05-P06 = ΔX‟P05-P06 + C P05-P06 = 66,8046 + 0,014642 = 66,819242


ΔXP06-P07 = ΔX‟P06-P07 + C P06-P07 = 25,4296 + 0,005574 = 25,435174
ΔXP07-P08 = ΔX‟P07-P08 + C P07-P08 = 66,6209 + 0,014602 = 66,635502
ΔXP08-P09 = ΔX‟P08-P09 + C P08-P09 = - 21,0353 + 0,004610 = - 21,03069
ΔXP09-P00 = ΔX‟P09-P00 + C P09-P00 = - 42,8294 + 0,009387 = - 42,820013
ΣΔX =0

ΔYP00-P01 = ΔY‟P00-P01 + C P00-P01 = 1,3951 – 0,000695 = 1,394405


ΔYP01-P02 = ΔY‟P01-P02 + C P01-P02 = -52,0056 – 0,025914 = - 52,031514
ΔYP02-P03 = ΔY‟P02-P03 + C P02-P03 = - 86,1720 – 0,042938 = - 86,214938
ΔYP03-P04 = ΔY‟P03-P04 + C P03-P04 = - 13,1127 – 0,006534 = - 13,110234
ΔYP04-P05 = ΔY‟P04-P05 + C P04-P05 = - 70,0536 – 0,034907 = -70,088507
ΔYP05-P06 = ΔY‟P05-P06 + C P05-P06 = - 44,7359 –(-0,022291) = - 44,758191
ΔYP06-P07 = ΔY‟P06-P07 + C P06-P07 = 70,6636 – 0,035211 = 70,628389
ΔYP07-P08 = ΔY‟P07-P08 + C P07-P08 = 58,2572 – 0,029029 = 58,228171
ΔYP08-P09 = ΔY‟P08-P09 + C P08-P09 = 56,1918 – 0,027999 = 56,163801
ΔYP09-P00 = ΔY‟P09-P00 + C P09-P00 = 79,8374 – 0,039782 = 79,797618
ΣΔY =0

12) Coordenadas planas-UTM

XP00 = 757533,195
XP01 = XP00 + ΔXP00-P01 = 757533,195 + (-19,95) = 757513,245
XP02 = XP01 + ΔXP01-P02 = 757513,245 + (-36,60) = 757476,645
XP03 = XP02 + ΔXP02-P03 = 757476,645 + (-111,83) = 757364,815
XP04 = XP03 + ΔXP03-P04 = 757364,815 +7,69 = 757372,505
XP05 = XP04 + ΔXP04-P05 = 757372,505 + 65,65 = 757438,155
XP06 = XP05 + ΔXP05-P06 = 757438,155 + 66,82 = 757504,975
XP07 = XP06 + ΔXP06-P07 = 757504,975 + 25,43 = 757530,405
XP08 = XP07 + ΔXP07-P08 = 757530,405 + 66,64 = 757597,045
XP09 = XP08 + ΔXP08-P09 = 757530,405 + (-21,03) = 757576,015
XP00 = XP09 + ΔXP09-P00 = 757576,015 + (-42,82) = 757533,197 ok!

YP00 = 8959419,244
YP01 = YP00 + ΔYP00-P01 = 8959419,244 + 1,39 8959420,634
YP02 = YP01 + ΔYP01-P02 = 8959420,634 + (-52,03) = 8959368,604
YP03 = YP02 + ΔYP02-P03 = 8959368,604 + (-86,21) = 8959282,394
YP04 = YP03 + ΔYP03-P04 = 8959282,394 + (-13,20) = 8959269,194
YP05 = YP04 + ΔYP04-P05 = 8959269,194 + (-70,09) = 8959199,104
YP06 = YP05 + ΔYP05-P06 = 8959199,104 + (-44,76) = 8959154,344
YP07 = YP06 + ΔYP06-P07 = 8959152,344 + 70,63 = 8959224,974
YP08 = YP07 + ΔYP07-P08 = 8959222,974 + 58,23 = 8959283,204
YP09 = YP08 + ΔYP08-P09 = 8959281,204 + 56,16 = 8959339,364
YP00 = YP09 + ΔYP09-P00 = 8959337,364 + 79,80 ≈ 8959419,244
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 106

PLANILHA DE CÁLCULO ANALÍTICO – POLIGONAL FECHADA NA MESMA BASE


SERVIÇO: Exemplo elucidativo LOCAL: perímetro do IFAL Campus Palmeia dos Indios TEODOLITO: Wild de precisão 6”
AZIMUTE INICIAL: AzP00-P01 = 274º COORDENADAS INICIAIS: XP00 = E P00 = 757533,197 ; YP00 = N P00 = 8959419,244

ÃNGULOS AZIMUTE DIST. PROJEÇÃO NO EIXO X PROJEÇÃO NO EIXO Y COORDENADAS


E PV ER COMPEN (m) CALCU CORRE COMPEN CALCU CORRE COMPEN
LIDO
RO SADO LADA ÇÃO SADA LADA ÇÃO SADA
º ' " " º ' " º ' " ΔX’ CX ΔX ΔY’ CY ΔY X Y
P00 P01 122 12 00 42 122 12 42 274 20,0 -19,9513 0,004372 -19,946928 1,3951 0,000695 1,394405 757513,2 8959420,6
P01 P02 121 08 00 42 121 08 42 215 08 42 63,6 -36,6112 0,008024 -36,603176 -52,0056 0,025914 -52,031514 757476,6 8959368,6
P02 P03 197 14 00 42 197 14 42 232 23 24 141,2 -111,8563 0,024516 -111,831784 -86,1720 0,042938 -86,214938 757364,8 8959282,3
P03 P04 97 13 00 42 97 13 42 149 37 06 15,2 7,6875 0,001685 7,689185 -13,1127 0,006534 -13,119234 757372,5 8959269,1
P04 P05 167 14 00 42 167 14 42 136 51 48 96,0 65,6391 0,014386 65,653486 -70,0536 0,034907 -70,088507 757438,1 8959199,1
P05 P06 166 56 00 42 166 56 42 123 48 30 80,4 66,8046 0,014642 66,819242 -44,7359 0,022291 -44,758191 757504,9 8959154,3
P06 P07 75 58 00 42 75 58 42 19 47 12 75,1 25,4296 0,005574 25,435174 70,6636 0,035211 70,628389 757530,4 8959224,9
P07 P08 209 02 00 42 209 02 42 48 49 54 88,5 66,6209 0,014602 66,635502 58,2572 0,029029 58,228171 757597,5 8959283,2
P08 P09 110 38 00 42 110 38 42 339 28 36 60,0 -21,0353 0,004610 -21,03069 56,1918 0,027999 56,163801 757576,0 8959339,3
P09 P00 172 18 00 42 172 18 42 331 47 18 90,6 -42,8294 0,009387 -42,820013 79,8374 0,039782 79,797618 757533,1 8959419,2

SOMA 1439 53 00 1440 00 00 730,6 0,1018 ΣΔX = 0 -0,2653 ΣΔY = 0


DISTRIBUIÇÃO DO ERRO: ΣΔX’ Σ│ΔX’│ ΣΔY’ Σ│ΔY’│ ERRO
180. (N-2) = 1440º00'00" PRECISÃO
42” por vértice LINEAR
ERRO = 00º07’ -0,1018 464,4652 0,2653 532,4249 0,2842 1/2570
LEV. CÁLCULO: VISTO:
PRECISÃO (P) = PERÍMETRO ; CORREÇÕES CX= ΔX’. ΣΔX’ CY = ΔY’. ΣΔY’ ; TOPOGRAF.: PROF. E
EL Σ│ΔX’│ Σ│ΔY’│ PROF. E ALUNOS
ALUNOS
ERRO LINEAR(EL) = [(ΣΔX‟)2 + (ΣΔY‟)2] ½ ; PROJEÇÕES ΔX‟ = D.senAz ΔY‟ = D.cosAz
DATA: 1996 DATA: 1996 DATA: 1996

Adaptado do formulário organizado pelo professor Luiz Carlos da Silveira


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 107

8.4.3. Poligonal fechada em base diferente ou enquadrada

A poligonal fechada em base diferente parte de uma linha de uma poligonal


fechada e chega numa outra linha da mesma poligonal ou de outra poligonal cujos
pontos das linhas são conhecidos. Caracteriza-se pelo último vértice não coincidir com
o vértice inicial, formando, desta forma, um polígono aberto, mas de coordenadas
iniciais e finais conhecidas.

Desta forma são conhecidos:

Estação de saída;
Azimute na saída (pode não ser conhecido);
Ré de saída;
Estação de chegada;
Vante de chegada;

Elementos a levantar:

Azimute na chegada;
Projeções;
Coordenadas;

Neste tipo de poligonal o erro angular é dado pela diferença entre o azimute de
chegada existente e o azimute de chegada calculado. Quanto ao erro linear, este é
calculado pela diferença entre as coordenadas de chegada e as coordenadas de saída,
comparadas com as projeções calculadas.

Exemplo elucidativo:

Determinar as coordenadas dos vértices A, B, C e D de uma poligonal


enquadrada que partiu de um ponto P02 e findou num ponto P14, ambos de coordenadas
conhecidas:

CADERNETA DE LEVANTAMENTO
Estação Ré Pv Ang. Horiz. Distância (m)
P02 P01 A 43º54'53" 136,009
A P02 B 288º44'07" 120,015
B A C 71º05'06" 152,770
C B D 305º40'16" 123,220
D C P14 16º15'37" 139,210
P14 D P15 175º17'56" -
Azimute de saída AzP01-P02 = 177º28'03"
Coordenadas da estação de XP02 = 1119,714 YP02 = 343,119
saída
Coordenadas das estações de XP14 = 1405,714 YP14 = 475,129
chegada
XP15 = 1402,127 YP15 = 606,723
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 108

Croqui:

● P15
AzP01-P02
● P14
P01

A
C
P02

B
D

Solução:

1) Azimutes

AzP01-P02 = 177º28'03"
AzP02-A = 177º28'03" + 43º54'53" – 180º = 41º22'56"
AzA-B = 41º22'56" + 288º44'07" - 180º = 150º07'03"
AzB-C = 150º07'03" + 71º05'06" – 180º = 41º12'09"
AzC-D = 41º12'09" + 305º40'16" - 180º = 166º52'25"
AzD-P14 = 166º52'25" + 16º15'37" – 180º = 3º08'02"
AzP14-P15 = 3º08'02" + 175º17'56" – 180º = 358º25'58"

2) Erro angular

O erro angular do levantamento é calculado na linha P14 – P15 pela diferença


entre o azimute de chegada (conhecido) e o calculado.

Erro angular P14-P15 = AzP14-P15 (conhecido) – AzP14-P15 (calculado)

Mas, o termo „azimute calculado‟ precisa ainda ser conhecido:

Calcula-se AzP14-P15 pela fórmula

Az'P14-P15 = arc Cos ∆Y


D

Sendo,
Az = Az' → Sempre que ∆X for positivo

Az = 360º - Az' → Sempre que ∆X for negativo, porque o Az estará


entre 180º e 360º
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 109

Onde:

∆Y= projeção da linha no eixo das ordenadas;


D = comprimento da linha 14-15;

Logo

∆Y= YP15 – YP14 = 606,723 – 475,129 = 131,594


∆X = XP15 – XP14 = 1402,127 – 1405,714 = -3,587
D = [∆X2 + ∆Y2 ]½ = [(-3,587)2 + (131,594)2 ]½ = 131,6428m

Az‟P14-P15 = arc Cos131,594 = arc Cos 0,999635374 = 1º33'40,99"


131,642

AzP14-P15 = 360º - Az‟ = 360º - 1º33'40,99" = 358º26'19"

Finalmente

Erro angular = AzP14-P15 (conhecido) – AzP14-P15 (calculado)


Erro angular = 358º26'19" - 358º25'58" = 000º00'21"

3) Azimute compensado

Conhecido o erro angular, faz-se a sua distribuição igualmente da estação de


saída (P02) até a estação de chegada (P14).

Erro distribuído = 21" = 3,5"


6
A correção deve ser acumulada a cada estação.

Ao final da compensação, o AzP14-P15 (calculado) deverá ser igual ao AzP14-P15


(conhecido):

AzP02-A Compensado = 41º22'56" + 3,5" = 41º22'59,5"


AzA-B Compensado = 150º07'03" + 7,0" = 150º07'10"
AzB-C Compensado = 41º12'09" + 10,5" = 41º12'19,5"
AzC-D Compensado = 166º52'25" + 14" = 166º52'39"
AzD-P14 Compensado = 3º08'02" + 17,5" = 3º08'19,5"
AzP14-P15 Compensado = 358º25'58" + 21" = 358º26'19"

4) Projeções

ΔX‟P02-A = DP02-A.senAzP02-A = 136,009.sen41º22'59,5" = 89,9144


ΔX‟A-B = DA-B.senAzA-B = 120,015.sen150º07'10" = 59,7907
ΔX‟B-C = DB-C.senAzB-C = 152,770.sen41º12'19,5" = 100,6388
ΔX‟C-D = DC-D.senAzC-D = 123,220.sen166º52'39" = 27,9751
ΔX‟D-P14 = DD-P14.senAzD-P14 = 139,210.sen3º08'19,5" = 7,6223
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 110

ΔY‟P02-A = DP02-A.cosAzP02-A = 136,009.cos41º22'59,5" = 102,0482


ΔY‟A-B = DA-B.cosAzA-B = 120,015.cos150º07'10" = -104,0609
ΔY‟B-C = DB-C.cosAzB-C = 152,770.cos41º12'19,5" = 114,9396
ΔY‟C-D = DC-D.cosAzC-D = 123,220.cos166º52'39" = -120,0023
ΔY‟D-P14 = DD-P14.cosAzD-P14 = 139,210.cos3º08'19,5" = 139,0012

5) Soma das projeções:

ΣΔX‟ = 285,941
Σ|ΔX‟| = 285,941
ΣΔY‟ = 131,926
Σ|ΔY‟| = 580,052

6) Erro linear

O erro linear é dado pela fórmula:

EL = [(ErroX)2 + (ErroY)2]½

ErroX = ΣΔX - ΣΔX’

Sendo
ΣΔX = XP14 (chegada) – XP02 (saída)
ΣΔX = 1405,714 – 1119,714
ΣΔX = 286,000

Erro X = 286,000 – 285,941 = 0,059m


ErroY = ΣΔY - ΣΔY’

Sendo
ΣΔY = YP14 (chegada) – YP02 (saída)
ΣΔY = 475,129 – 343,119
ΣΔY = 132,01

Erro Y = 132,01 – 131,9258 = 0,0842m

Finalmente

EL = [(0,059)2 + (0,0842)2 ]½
EL = 0,103

7) Precisão

A precisão indica a distância de levantamento para se obter o erro de 1 metro. A


precisão do levantamento é dada pela fórmula:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 111
P = Perímetro
EL

Onde:

Perímetro = soma dos lados da poligonal;


EL = erro linear;

Logo,

P = 671,224 = 6516,74
0,103
A precisão é anotada na forma de escala → P = 1: 6516,74

8) Correções do Erro Linear:

No eixo do X

Cx = |ΔX‟.ErroX|
Σ|ΔX‟|

Cx = | ΔX‟.(0,059) | = 0,000206336.ΔX‟
285,941

CP02-A = 0,000206336.(89,9144) = 0,018552


CA-B = 0,000206336.(59,7907) = 0,012336
CB-C = 0,000206336.(100,6388) = 0,020765
CC-D = 0,000206336.(27,9751) = 0,005772
CD-P14 = 0,000206336.(7,6223) = 0,001573

No eixo do Y

Cy = |ΔY‟.ErroY|
Σ|ΔY‟|

Cy = | ΔY‟.(0,0842) | = 0,000145159.ΔY‟
580,052

CP02-A = 0,000145159.(102,0482) = 0,014813


CA-B = 0,000145159.(-104,0609) = -0,015105
CB-C = 0,000145159.(114,9396) = 0,016684
CC-D = 0,000145159.(-120,0023) = -0,017419
CD-P14 = 0,000145159.(139,0012) = 0,020178

9) Projeções compensadas

As projeções compensadas são calculadas pelas fórmulas:


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 112

ΔX = ΔX‟ + Cx ΔY = ΔY‟ + Cy

Logo,

ΔXP02-A = ΔX‟P02-A + C P02-A = 89,9144 + 0,018552 = 89,9329


ΔXA-B = ΔX‟A-B + C A-B = 59,7907 + 0,012336 = 59,8030
ΔXB-C = ΔX‟B-C + C B-C = 100,6388 + 0,020765 = 100,6596
ΔXC-D = ΔX‟C-D + C C-D = 27,9751 + 0,005772 = 27,9809
ΔXD-P14 = ΔX‟D-P14 + C D-P14 = 7,6223 + 0,001573 = 7,6239
ΣΔX = 286,0000

ΔYP02-A = ΔY‟P02-A + C P02-A = 102,0482 + 0,014813 = 102,0630


ΔYA-B = ΔY‟A-B + C A-B = -104,0609 + (-0,015105) = -104,0760
ΔYB-C = ΔY‟B-C + C B-C = 114,9396 + 0,016684 = 114,9563
ΔYC-D = ΔY‟C-D + C C-D = -120,0023 + (-0,017419) = -120,0197
ΔYD-P14 = ΔY‟D-P14 + C D-P14 = 139,0012 + 0,020178 = 139,0214
ΣΔY = 131,945

10) Coordenadas

XP02 = 1119,714
XA = XP02 + ΔXP02-A = 1119,714 + 89,9329 = 1209,65
XB = XA + ΔXA-B = 1209,65 + 59,8030 = 1269,45
XC = XB + ΔXB-C = 1269,45 + 100,6596 = 1370,11
XD = XC + ΔXC-D = 1370,1095 + 27,9809 = 1398,09
XP14 = XD + ΔXD-P14 = 1398,09 + 7,6239 = 1405,71 → OK!

YP02 = 343,119
YA = YP02 + ΔYP02-A = 343,119 + 102,0630 = 445,18
YB = YA + ΔYA-B = 445,18 -104,0760 = 341,11
YC = YB + ΔYB-C = 341,11 + 114,9563 = 456,06
YD = YC + ΔYC-D = 456,06 – 120,0197 = 336,04
YP14 = YD + ΔYD-P14 = 336,04 + 139,0214 = 475,06 → OK!
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 113

PLANILHA DE CÁLCULO ANALÍTICO – POLIGONAL ENQUADRADA


SERVIÇO: Exemplo elucidativo LOCAL: TEODOLITO:
FOLHA nº: Única
AZ.SAÍDA: AzP0-P02 = 177º28'03" COORD. SAÍDA: XP02 = 1119,714 YP02 = 343,119 AZ.CHEGADA: Az14-15 = 358º26'19"
COORD. CHEGADA: X14 =1405,714 Y14 = 475,129

AZIMUTE ER PROJEÇÃO NO EIXO X PROJEÇÃO NO EIXO Y


ÂNGULOS AZIMUTE
E PV CALCULAD RO DIST. CALCU CORRE COMPEN CALCU- CORRE COMPEN COORDENADAS
LIDOS CORRIGIDO
O (m) LADA ÇÃO SADA LADA ÇÃO SADA
º ' " º ' " " º ' " ΔX’ CX ΔX ΔY’ CY ΔY X Y
P02 A 43 54 53 41 22 56 3,5 41 22 59,5 136,009 89,9144 0,018552 89,9329 102,0482 0,014813 102,0630 1209,65 445,18
A B 288 44 07 150 07 03 7,0 150 07 10 120,015 59,7907 0,012336 59,8030 -104,0609 -0,015105 -104,0760 1269,45 341,11
B C 71 05 06 41 12 09 10,5 41 12 19,5 152,770 100,6388 0,020765 100,6596 114,9396 0,016684 114,9563 1370,11 456,06
C D 305 40 16 166 52 25 14 166 52 39 123,220 27,9751 0,005772 27,9809 -120,0023 -0,017419 -120,0197 1398,09 336,04
D 14 16 15 37 3 08 02 17,5 3 08 19,5 139,210 7,6223 0,001573 7,6239 139,0012 0,020178 139,0214 1405,71 475,06

AZIMUTE CALCULADO 358 25 58 671,224


AZIMUTE CONHECIDO 358 26 19 DISTR ERRO ANGULAR ACUMULADO ERRO X Σ│ΔX’│ ERRO Y Σ│ΔY’│ E. Linear PRECISÃO
ERRO 21 3,5”/vértice 0,059 285,941 0,0842 580,052 0,103 1/6516,74

PRECISÃO(P) = PERÍMETRO ; CORREÇÕES CX = ΔX’.ERROX ; CY = ΔY’.ERROY ; LEV.TOPOGRÁFICO: CÁLCULO: VISTO:


Σ│ΔX’│ Σ│ΔY’│
ERRO LINEAR (EL) =[(ErroX)2+(ErroY)2] ½ ΣΔX’ ΣΔY’
ErroX = ΣΔX – ΣΔX’ = (Xchegada – Xsaída) - ΣΔX’ ; ErroY = ΣΔY – ΣΔY’ = (Ychegada – Ysaída) - ΣΔY’ ;
PROJEÇÕES ΔX’ = D.senAz ΔY’ = D.conAz 286 131,945 DATA: DATA: DATA:

Adaptado do formulário organizado pelo professor Luiz Carlos da Silveira.


Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 114

8.5. Levantamento por irradiação

Conhecido também como método das coordenadas polares, este método é


bastante útil em projetos que exigem “amarração” de detalhes.

Uma vez demarcada e levantada a poligonal principal (aberta ou fechada), o


método consiste em escolher, estrategicamente, um ou mais pontos „P‟ pertencentes a
essa poligonal, de onde possam ser avistados os pontos que definem o detalhe a
levantar. Assim, deste ponto „P‟ são medidas as distâncias (através dos métodos de
medição de distâncias horizontais conhecidos) aos pontos definidores do referido
detalhe, bem como, os ângulos horizontais entre os alinhamentos que possuem „P‟ como
vértice.

A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de


dispositivo ou equipamento utilizado.

A execução dos cálculos para a obtenção das coordenadas dos diversos pontos
avistados pode ser feita na mesma planilha de cálculos da poligonal principal (poligonal
fechada ou enquadrada), ressaltando-se que o fechamento desta independe dos pontos
irradiados.

Exemplo elucidativo:

Determinar as coordenadas planas-UTM dos pontos irradiados P10, P11, P12 e


P13 a partir da poligonal-escola de coordenadas previamente levantadas.

Croqui:
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 115

Caderneta de campo

CADERNETA DE LEVANTAMENTO
Estação Ré Pv Ang. Horiz. Distância (m)
P02 P01 P12 142º14'00" 71,20
P02 P01 P13 172º13'50" 82,10
P09 P08 P10 87º12'06" 29,00
P09 P08 P11 121º08'18" 20,62
Coordenadas P02 E = 757476,6 N = 8959368,6
Coordenadas P09 E = 757576,0 N = 8959339,3
Azimute saída Az P01-P02 = 215º08'42"
AzP08-P09 = 339º28'36"

Solução:

1) Azimutes

AzP01-P02 = 215º08'42"
AzP02-P12 = 215º08'42" + 142º14'00" – 180º = 177º22'42"
AzP02-P13 = 177º22'42" + 172º13'50" – 180º = 169º36'32"

AzP08-P09 = 339º28'36"
AzP09-P10 = 339º28'36" + 87º12'06" – 180º = 246º40'42"
AzP09-P11 = 246º40'42" + 121º08'18" – 180º = 187º49'00"

2) Projeções

ΔEP02-P12 = DP02-P12.senAzP02-P12 = 71,20.sen177º22'42" = 70,673


ΔEP02-P13 = DP02-P13.senAzP02-P13 = 82,10.sen169º36'32" = -3,046
ΔEP09-P10 = DP09-P10.senAzP09-P10 = 29,00.sen246º40'42" = 28,942
ΔEP09-P11 = DP09-P11.senAzP09-P11 = 20,62.sen187º49'00" = -12,947

ΔNP02-P12 = DP02-P12.cosAzP02-P12 = 71,20.cos177º22'42" = 8,640


ΔNP02-P13 = DP02-P13.cosAzP02-P13 = 82,10.cos169º36'32" = 82,043
ΔNP09-P10 = DP09-P10.cosAzP09-P10 = 29,00.cos246º40'42" = -1,834
ΔNP09-P11 = DP09-P11.cosAzP09-P11 = 20,62.cos187º49'00" = 16,047

3) Coordenadas

A partir do vértice P02

EP02 = 757476,6
EP12 = EP02 + ΔEP02-P12 = 757476,6 + 70,673 = 757547,27
EP13 = XP12 + ΔEP01-P13 = 757547,27 + (-3,046) = 757544,23

NP02 = 8959368,6
NP12 = NP02 + ΔNP02-P12 = 8959368,6 + 8,64 = 8959377,24
NP13 = NP12 + ΔNP02-P13 = 8959377,24 + 82,043 = 8959459,28
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 116

A partir do vértice P09

EP09 = 757576,0
EP10 = EP09 + ΔEP09-P10 = 757576,0 + 28,942 = 757604,94
EP11 = XP12 + ΔEP09-P11 = 757604,94 + (-12,947) = 757591,99

NP09 = 8959339,3
NP10 = NP09 + ΔNP09-P10 = 8959339,3 + (-1,834) = 8959337,47
NP11 = NP12 + ΔNP09-P11 = 8959377,47 + 16,047 = 8959393,52
Ivancildo F. dos Santos – IFAL/Campus Palmeira dos Índios - Alagoas 118

PLANILHA DE CÁLCULO ANALÍTICO – POLIGONAL FECHADA NA MESMA BASE


SERVIÇO: Exemplo elucidativo LOCAL: perímetro da UNED/PIn TEODOLITO: Wild de precisão 6”
AZIMUTE INICIAL: AzP00-P01 = 274º COORDENADAS INICIAIS: XP00 = E P00 = 757533,197 ; YP00 = N P00 = 8959419,244
ÃNGULOS PROJEÇÃO NO EIXO X PROJEÇÃO NO EIXO Y
E PV ER COMPEN AZIMUTE DIST. CALCU CORRE COMPEN CALCU CORRE COMPEN COORDENADAS
LIDO
RO SADO (m) LADA ÇÃO SADA LADA ÇÃO SADA
º ' " " º ' " º ' " ΔX’ CX ΔX ΔY’ CY ΔY X Y
P00 P01 122 12 00 42 122 12 42 274 20,0 -19,9513 0,004372 -19,946928 1,3951 0,000695 1,394405 757513,2 8959420,6
P01 P02 121 08 00 42 121 08 42 215 08 42 63,6 -36,6112 0,008024 -36,603176 -52,0056 0,025914 -52,031514 757476,6 8959368,6
P02 P03 197 14 00 42 197 14 42 232 23 24 141,2 -111,8563 0,024516 -111,831784 -86,1720 0,042938 -86,214938 757364,8 8959282,3
P03 P04 97 13 00 42 97 13 42 149 37 06 15,2 7,6875 0,001685 7,689185 -13,1127 0,006534 -13,119234 757372,5 8959269,1
P04 P05 167 14 00 42 167 14 42 136 51 48 96,0 65,6391 0,014386 65,653486 -70,0536 0,034907 -70,088507 757438,1 8959199,1
P05 P06 166 56 00 42 166 56 42 123 48 30 80,4 66,8046 0,014642 66,819242 -44,7359 0,022291 -44,758191 757504,9 8959154,3
P06 P07 75 58 00 42 75 58 42 19 47 12 75,1 25,4296 0,005574 25,435174 70,6636 0,035211 70,628389 757530,4 8959224,9
P07 P08 209 02 00 42 209 02 42 48 49 54 88,5 66,6209 0,014602 66,635502 58,2572 0,029029 58,228171 757597,5 8959283,2
P08 P09 110 38 00 42 110 38 42 339 28 36 60,0 -21,0353 0,004610 -21,03069 56,1918 0,027999 56,163801 757576,0 8959339,3
P09 P00 172 18 00 42 172 18 42 331 47 18 90,6 -42,8294 0,009387 -42,820013 79,8374 0,039782 79,797618 757533,1 8959419,2

P02 P12 142 14 00 - - - - - - - 71,2 70,673 - - 8,640 - - 757547,2 8959377,2


P02 P13 172 13 50 - - - - - - - 82,10 -3,046 - - 82,043 - - 757544,2 8959459,2
P09 P10 87 12 06 - - - - - - - 29,0 28,942 - - -1,834 - - 757604,9 8959337,4
P09 P11 121 08 18 - - - - - - - 20,62 -12,947 - - 16,047 - - 757591,9 8959393,5

SOMA 1439 53 00 1440 00 00 730,6 0,1018 ΣΔX = 0 -0,2653 ΣΔY = 0


180. (N-2) = 1440º00'00" DISTRIBUIÇÃO DO ERRO: ΣΔX’ Σ│ΔX’│ ΣΔY’ Σ│ΔY’│ ERR LINEAR PRECISÃO
ERRO = 00º07’ 42” por vértice -0,1018 464,4652 0,2653 532,4249 0,2842 1/2570
LEV. CÁLCULO: VISTO:
PRECISÃO (P) = PERÍMETRO ; CORREÇÕES CX= ΔX‟. ΣΔX‟ CY = ΔY‟. ΣΔY‟ ; TOPOGRAF.: PROF. E
EL Σ│ΔX‟│ Σ│ΔY‟│ PROF. E ALUNOS
ALUNOS
ERRO LINEAR(EL) = [(ΣΔX‟)2 + (ΣΔY‟)2] ½ ; PROJEÇÕES ΔX‟ = D.senAz ΔY‟ = D.cosAz
DATA: 1996 DATA: 1996 DATA: 1996
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 119

8.6. Levantamento por interseção a vante

Conhecido também como método das coordenadas bipolares, este método é


bastante útil em projetos que exigem “amarração” de detalhes inacessíveis, seja pela
distância ou por obstáculos intransponíveis.

Porém, não deixa de ser semelhante ao método anterior, exigindo que se tenha
uma poligonal principal demarcada e levantada (aberta ou fechada). Desta vez, deve-se
escolher na poligonal, não um, mais dois vértices „P‟ e „Q‟ subseqüentes (Ambos
extremos de um mesmo alinhamento – linha base) que possam avistar,
simultaneamente, os pontos que definem o detalhe a levantar.

Os pontos topográficos a serem levantados serão definidos pelas interseções dos


lados de ângulos horizontais medidos das extremidades da base estabelecida na
poligonal. A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de
dispositivo ou equipamento utilizado.

Para a execução dos cálculos das coordenadas bipolares dos diversos pontos
avistados, pode-se aproveitar a planilha de cálculos da poligonal principal.

Exemplo elucidativo:

Determinar as coordenadas planas-UTM dos pontos P14 e P15, que delimitam a


fachada de um terreno existente em uma área externa e inacessível da poligonal-escola
de coordenadas previamente levantadas.

Croqui:

-
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 120

Caderneta de campo

LEVANTAMENTO DE CAMPO
Estação Ré Pv Ang. Horiz.
P09 P08 P14 214º33'00"
P09 P08 P15 244º31'50"
P00 P09 P14 300º18'06"
P00 P09 P15 325º48'18"
Coordenadas P00 E = 757533,197 N = 8959419,244
Coordenadas P09 E = 757576,0 N = 8959339,3
Azimute saída Az P08-P09 = 339º28'36"
AzP09-P00 = 331º47'18"

Solução:

1) Azimutes

AzP08-P09 = 339º28'36"
AzP09-P14 = 339º28'36" + 214º33'00" = 554º01'36" ou 194º01'36"
AzP09-P15 = 339º28'36" + 244º31'50" = 584º00'26" ou 224º00'26"

AzP09-P00 = 331º47'18"
AzP09-P14 = 331º47'18" + 300º18'06" = 632º05'24" ou 272º05'24"
AzP09-P15 = 331º47'18" + 325º48'18" = 657º35'36" ou 297º35'36"

2) Coordenadas

Estamos diante da interseção de retas oblíquas nos pontos P14 e P15. Da


trigonometria, pode-se conhecer as coordenadas dos pontos (EP14,NP14) e (EP14,NP15) por
interseção das linhas oblíquas P00-P14 com P09-P14 e P00-P15 com P09-P15:

N
N N
N

P15
P14 ●
● P09
P09 Az3P00-P15
Az3P00-P14

P00 Az3P09-P15
P00 Az3P09-P14

Coordenadas do ponto P14

XP14 = (YP00 – XP00.cotgAzP00-P14) – (YP09 - XP09.cotgAzP09-P14)


cotgAzP09-P14 - cotgAzP00-P14
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 121

XP14 = (8959419,244 -757533,197.cotg272º05'24") – (8959339,3 -757576,0.cotg194º01'36")


cotg194º01'36" - cotg272º05'24"
XP14 = (8959419,244 + 269874,2773) – (8959339,3 + 809821,5038)
-1,068964043 – (-0,35625406)
XP14 = 9229293,521 – 9769160,804 =
-0,71270998
XP14 = 757485,2298

YP14 = (XP00 – YP00.tgAzP00-P14) – (XP09 - YP09.tgAzP09-P14)


tgAzP09-P14 - tgAzP00-P14

YP14 = (757533,197 – 8959419,244.tg272º05'24") – (757576,0 – 8959339,3tg194º01'36")


tg194º01'36" - tg272º05'24"
YP14 = (757533,197 + 25148960,36) – (757576,0 + 8381328,97)
-0,935485 – (-2,806985)
XP14 = 25906493,56 – 9138904,97 =
1,8715
XP14 = 8959438,199

Coordenadas do ponto P15

XP15 = (YP00 – XP00.cotgAzP00-P15) – (YP09 - XP09.cotgAzP09-P15)


cotgAzP09-P15 - cotgAzP00-P15

XP15 = (8959419,244 -757533,197.cotg297º35'36") – (8959339,3 -757576,0.cotg224º00'26")


cotg224º00'26" - cotg297º35'36"
XP15 = (8959419,244 + 654854,8749) – (8959339,3 – 537020,9294)
0,7088674 - (-0,864457)
XP15 = 9614274,119 – 8422318,371 = 1191955,748
1,5733244
XP15 = 757603,294

YP15 = (XP00 – YP00.tgAzP00-P15) – (XP09 - YP09.tgAzP09-P15)


tgAzP09-P15 - tgAzP00-P15

YP15 = (757533,197 – 8959419,244.tg297º35'36") – (757576,0 – 8959339,3tg224º00'26")


tg224º00'26" - tg297º35'36"
YP15 = (757533,197 + 10364213,76) – (757576,0 – 12638948,76)
1,4107009 – (-1,1567952)
XP15 = 11121746,96 +11881372,76 =
2,5674961
XP15 = 8959359,167
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 122

8.7. Levantamento por interseção a ré

O problema de interseção à ré ou problema de Pothenot, foi inicialmente


concebido para utilização em navegação. O navegador visava três pontos na costa
(faróis 03, 02 e 01, por exemplo), media os ângulos A e B, e através da geometria,
determinava sua posição no mar.

02

03 01

AB

observador

Com o passar dos tempos o problema de Pothenot também foi implantado na


solução de problemas rotineiros da topografia em pontos de difícil acesso em áreas
rurais e urbanas.

Exemplo elucidativo:

Determinar por Pothenot as coordenadas do ponto topográfico P04, quando


através dele foi possível observar e medir os ângulos aos pontos inacessíveis 01, 02 e 03
de coordenadas (X,Y) conhecidas:

Croqui
02

03 ^
2' ^
2"
^D ^C 01
'
' '

^
^ B
A
' '

P04

Considerando como dados:


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 123

Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03


X01 = 108,31 X02 = 57,964 X03 = 10,033
Y01 = 106,215 Y02 = 126,701 Y03 = 112,415
Ângulo horizontal medido
A = 34º36'20" B = 38º41'20"

Solução:

1) Comprimento das linhas 01-02 e 02-03:

Linha 01-02:
D01-02 = [(X02 – X01)2 + (Y02 – Y01)2 ]½
D01-02 = 54,354m

Linha 02-03:
D02-03 = [(X03 - X02)2 + (Y03 – Y02)2 ]½
DGPS02-03 = 50,015m

2) Azimute das linhas 01-02 e 02-03:

Conhecidas as coordenadas da linha 01-02, calcula-se o azimute Az'01-02:

Az'01-02 = arcCos ∆Y
D

Analisando Az em função do Az':

Az = Az' → Sempre que ∆X da linha for positivo

Sempre que ∆X da linha for negativo, porque o Az estará entre


Az = 360º - Az' → 180º e 360º

Onde: ∆Y= projeção da linha no eixo das ordenadas;


D = comprimento da linha 01-02;

Daí,

Az‟01-02 = arccos(Y02 – Y01) = arcos(126,701 – 106,215) = arccos 0,3768


D02-01 54,354

Az‟01-02 = 67º51'29,64"

Sendo
∆X (X02 – X01) < 0
Az01-02 = 360º - Az‟01-02 = 360º - 67º51'29,64" = 292º08'30,36"
Az01-02 = 292º08'30,36"
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Analogamente,

Az‟02-03 = arccos (Y03 – Y02 )


D02-03

Az‟02-03 = arccos (112,415 – 126,701) = arccos (-0,285634)


50,015

Az‟02-03 = 106º35'48,3"

Sendo
∆X (X03 – X02) < 0
Az02-03 = 360º - Az‟02-03 = 360º - 106º35'48,3"
Az02-03 = 253º24'11,7"

3) Ângulo ^2 = ^2' + ^2" :


' ' '

02 Az02-03
N

^2
' 01
03 Az01-02

Az02-03 = Az01-02 + 2^ ± 180º


'
Onde
^
2 = Az02-03 – Az01-02 ± 180º
'
^
2 = 253º24'11,7" - 292º08'30,36" ± 180º
^
2 = 141º15'41,3"

4) Ângulos D e C:
^A + ^B + ^C + ^D + ^2 = 360º

34º36'20" + 38º41'20" + C + ^D + ^141º15'41,3" = 360º


^ +D
C ^ = 145º26'38,7"

Por outro lado,

tg(D – C) = tg(D + C) . K – 1
2 2 K +1
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 125

K = D01-02 sen A E= 54,354 . sen 34º36'20" = 0,987364857


D02-03 sen B 50,015 . sen 38º41'20"

K -1 = 0,987364857 - 1 = - 0,00635773700187
K+1 0,987364857 + 1

Substituindo os valores na expressão acima,

tg(D – C) = tg(145º26'38,7") . (-0,00635773700187)


2 2
tg(D – C) = - 0,020440035
2
(D – C) = 2.arctg (-0,020440035)
(D – C) = - 2,341929365
D – C = -2º20'30,95"

Os ângulos C e D são determinados a partir do sistema de duas equações a duas


incógnitas
^ ^
D + C = 145º26'38,70"
^D - C
^= -2º20'30,95"

Logo,
^ = 71º33'03,88"
D
^
C = 73º53'34,82"

5) Lados 03-04 e 01-04:

Do triângulo de vértices 02, 03 e 04,

02

^
03 ^D 2'
'
'

^A
'

04
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 126

^ ^ ^
2‟ + D + A = 180º
^2‟ = 180º - D - A = 180º - 71º33'03,88" - 34º36'20"
'
^
2‟ = 73º50'36,12"
'

Numa relação de senos,


D03-04 = D02-03
sen 2‟ sen A
^ = 50,015 . sen73º50'36,12" s
D03-04 = D02-03 sen 2‟
'
sen A sen34º36'20"
D03-04 = 84,588m

Do triângulo de vértices 01, 02 e 04,

02

^
2”
' 01
^C
'

^B
'

04

^ ^ ^
2” + B + C = 180º
^2” = 180º - B - C = 180º - 38º41'20" - 73º53'34,82"
'
^
2” = 67º25'05,18"
'

Numa relação de senos,


D01-04 = D01-02
sen 2” sen B
^ = 54,354 . sen67º25'05,18" s
D01-04 = D01-02 sen 2”
'
sen B sen38º41'20"
D01-04 = 80,287m
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 127

6) Coordenadas do vértice 04:

Precisa-se de
^
Az01-04 = Az02-01 – C ± 180º
'
Az01-04 = (Az01-02 – 180º) - 73º53'34,82" ± 180º
Az01-04 = (292º08'30,36" – 180º) - 73º53'34,82" ± 180º
Az01-04 = 112º08'30,36" - 73º53'34,82" ± 180º
Az01-04 = 218º14'55,5"
^ ± 180º
Az03-04 = Az02-03 + D
' + 71º33'03,88" ± 180º
Az03-04 = 253º24'11,7"
Az03-04 = 144º57'15,5"

Coordenadas (X04 , Y04) do vértice 04 a partir do ponto 01,

X04 = X01 + D01-04 . senAz01-04


X04 = 108,31 + 80,287.sen218º14'55,5"
X04 = 58,606

Y04 = Y01 + D01-04 . cosAz01-04


Y04 = 106,215 + 80,287.cos218º14'55,5"
Y04 = 43,163

Coordenadas (X04 , Y04) do vértice 04 a partir do ponto 03,

X04 = X03 + D03-04 . senAz03-04


X04 = 10,033 + 84,588.sen144º57'15,5"
X04 = 58,606

Y04 = Y03 + D03-04 . cosAz03-04


Y04 = 112,415 + 84,588.cos144º57'15,5"
Y04 = 43,163

8.8. Fase da locação

Conforme dito no início deste capítulo, locação é a operação inversa do


levantamento. No levantamento, também chamado de medição, o profissional vai ao
terreno obter medidas de ângulos e distâncias para, no escritório, calcular e desenhar.

Na locação, também chamada de marcação, os dados foram previamente


elaborados no escritório através de um projeto. O projeto da obra, no entanto, deverá ser
implantado no terreno. Para isso, o profissional em topografia, munido dos dados do
projeto, irá locá-los no terreno.

Basicamente, a locação pode ser efetuada usando-se os dois sistemas de


coordenadas conhecidos:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 128

▪ Retangulares

▪ Polares

Como regra geral, pode-se afirmar que as coordenadas retangulares ou


cartesianas são melhores para locar alinhamentos, e as coordenadas polares (ângulo em
uma direção e uma distância) para locar pontos.

O processo de locação de um edifício, por exemplo, não significa apenas sua


locação no plano. É necessário observar as diversas cotas de apoio e de arrasamento
para sapatas, blocos, tubulões ou estacas. Não observar tal arrasamento (nível adotado
para corte da cabeça de estacas, por exemplo) fatalmente acarretará grandes prejuízos,
gastos adicionais desnecessários e grandes dificuldades de execução.

8.8.1. Locação de residências

O processo de locação de uma residência é praticamente semelhante ao de um


prédio com vários andares. Difere apenas no controle da verticalidade e transferência
dos alinhamentos para os andares superiores (etapa que independe da presença de um
profissional em topografia).

Para as locações dos pilares, blocos, sapatas isoladas ou corridas, estacas ou


tubulões, vigas baldrames e as paredes deve-se dispor da planta de arquitetura e
estrutura. Como os alinhamentos para vigas e baldrames são a base do projeto, o uso das
coordenadas retangulares é mais favorável.

Os engenheiros calculistas normalmente entregam ao engenheiro de obra os


cálculos estruturais constando de dimensões das vigas, pilares e demais elementos
estruturais. Todavia, estas informações são insuficientes para a locação, devendo
constar ainda:

▪ Planta de locação do gabarito, no sistema de coordenadas retangulares;

▪ Planta de amarração dos eixos aos demais elementos estruturais (estacas,


tubulões, blocos, pilares e vigas baldrames);

▪ Cotas de arrasamentos das sapatas, estacas ou tubulões;

O procedimento de locação no campo:

Para um bom controle de locação de uma residência ou prédio devemos seguir


os seguintes passos:

▪ De posse da planta com os eixos, loca-se a posição do gabarito que deve


contornar a área de construção, observando-se uma folga entre as paredes e o sarrafo de
1,30 a 1,50 metros para que os pontaletes (de caibros ou eucaliptos) possam ser
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 129

utilizados como futuras "passarelas” dos andaimes. Essa locação não carece da presença
do profissional em topografia.

Área a construir

▪ Loca-se, aleatoriamente, dois pontos A e B. O primeiro ponto “amarrado”, por


exemplo, na linha do meio fio e o segundo (B) na transversal dessa linha e dentro da
área a construir. A partir do ponto B, e transversalmente à linha que o gerou, cria-se
uma linha que vai de encontro às faces da tábua corrida. Registra-se esse cruzamento
colocando um prego em cada seccionamento.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 130

Após tal locação, estica-se uma linha através do uso de diastímetro e fazem-se
medidas aleatórias de tamanho (Y), por exemplo, verificando essas medidas por meio de
medidas aleatórias (X) e de diagonais do retângulo. Se estas diagonais tiverem o mesmo
valor significa que construímos ou demarcamos realmente um quadrilátero.

Caso ocorra diferença devemos verificar e corrigir eventuais erros. Somente


após a total correção é que deveremos continuar a locação da obra.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 131

▪ Concluída a verificação da ortogonalidade dos eixos aleatórios é que


iniciaremos a locação (na tábua corrida) dos diversos eixos fornecidos pelo projetista
estrutural. Após a demarcação desses eixos, amarra-se a eles as respectivas estacas ou
tubulões, pilares, blocos, vigas baldrames e paredes. A amarração deve ser efetuada
sempre pelos eixos. A fixação dos eixos e feito por intermédio de cravação de pregos
nas quatro faces da tábua corrida.

Por exemplo, a estaca X tem seu local fixado pela interseção de duas linhas
esticadas: uma do prego “Ax” ao prego “Ax” e outra do prego “Ay” ao “Ay”. Depois de
terminada a cravação de todos os pregos necessários, iremos esticando linhas 2 a 2 e as
interseções estarão no mesmo prumos do local escolhido pelo projeto para a cravação
das estacas ou tubulões.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 132

▪ Deve-se ainda, transferir a cota do RN para o gabarito (que deve estar


nivelado). Com esta cota do gabarito podemos marcar todas as cotas de arrasamento das
estacas.

▪ Identificar as estacas ou tubulões em função da cota de arrasamento. Preparar


para o mestre, encarregado, construtor ou operador de máquina do estaqueamento uma
galga para cada valor de arrasamento. Esta galga deve ter como referência a cota da
parte superior do gabarito.

▪ Após a conclusão das locações dos eixos, caberá ao mestre de obra ou


construtor a colocação de pregos laterais que marquem a largura necessária para
abertura da vala, das vigas baldrames e paredes.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 133

A Figura anterior mostra um conjunto de pregos que 2 a 2 marcam com 12 cm a


largura da parede (só tijolo, sem revestimento), com 20 cm a largura da viga baldrame
(dado em função do projeto estrutural, normalmente coincidem com a largura da
parede) e com 40 cm a largura da vala. Este último par de pregos pode ser dispensado,
sendo que os pedreiros abrem a vala um pouco maior do que a largura do alicerce. É
importante também o controle da profundidade da vala, controlada através de uma
galga.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 134

09. CÁLCULO DE ÁREA

9.1. Introdução

Na medição da área de um terreno, compreende-se determinar a área com limites


pré-fixados. Deve-se considerar que, as áreas avaliadas topograficamente são aquelas
que realmente nos interessam, porque além de só podermos contar efetivamente com
elas, todas as construções apóiam-se em projeção horizontal.

Para fins legais, uma área de um terreno é calculada segundo as projeções dos
seus limites.

Assim sendo, este capítulo enfoca a medida das áreas topográficas, através de
medições feitas diretamente no terreno, por meio de números que representam as
diversas dimensões obtidas ou, usando-se as grandezas gráficas (desenhos) medidas nas
plantas topográficas, sendo estas transformadas em grandezas naturais, antes ou após os
cálculos, obedecendo-se à escala da planta.

Para alcançar esses objetivos, três são os processos empregados, dependendo do


maior ou menor rigor com que se deseja a avaliação da área:

▪ Processo geométrico

▪ Processo analítico

▪ Processo mecânico
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 135

9.2. Processo geométrico

Pela decomposição do polígono em figuras geométricas conhecidas

Consiste em dividir o polígono em figuras geométricas conhecidas, fazer o


cálculo da área de cada uma dessas figuras e, posteriormente, o cálculo da área total.
Neste processo, cabe, diante das dificuldades apresentadas em cada caso, escolher a
forma mais conveniente de decomposição, a fim de que as fórmulas geométricas
conhecidas de cálculo de áreas possam ser aplicadas.

Algumas expressões básicas para triângulos:

Seja um triângulo qualquer de lados a, b e c e ângulos A, B e C:

b a

A B
c

Pela fórmula dos senos:

A a = b a A a = c a A b = c a
Sen A Sen B Sen A Sen C Sen B Sen C

Pela fórmula dos co-senos (para ângulos)

2 2 2 2 2 2 2 2 2
Cos A = b + c – a Cos B = c + a – b Cos C = b + a – c
2.b.c 2.c.a 2.b.a

Pela fórmula dos co-senos (para lados)

a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA

b2 = c2 + a2 – 2.c.a.cosB

c2 = a2 + b2 – 2.a.b.cosC
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 136

Deduções para cálculo de áreas:

1. Dado um triângulo qualquer com um lado b, por exemplo, e os ângulos adjacentes A


e C também conhecidos, o cálculo da área será deduzido da seguinte maneira:

C B = 180º - (A + C)

b a
A b = c a c = b.senC
Sen B Sen C senB

A c B
A b = a a a = b.senA
Sen B Sen A senA

Portanto,

2
ÁREA = b .senC.senA
2.senB

2. Dado um triângulo qualquer com dois lados b e c conhecidos, por exemplo, e o


ângulo A por eles formados, o cálculo da área será deduzido da seguinte maneira:

b a
a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA
A c B

A a = b a senB = b.senA B = arc.sen. b.senA


Sen A Sen B a a

A a = c a senC = c.senA C = arc.sen. c.senA


Sen A Sen C a a

Portanto,

ÁREA = b.c.senA
2
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 137

3. Dado um triângulo qualquer com três lados a, b e c conhecidos, por exemplo, o


cálculo da área será deduzido da seguinte maneira:

C
S= a+b+c
2
b a

A B Área = [s.(s – a).(s – b).(s – c)]½


c

Veja a seguir outras formas geométricas, e suas respectivas fórmulas para o cálculo de
área:

NOME FIGURA PERÍMETRO ÁREA

QUADRADO 4.l l2 ou [d2]÷2

RETÂNGULO 2.(l + h) l.h

PARALELOGRAMO 2.(l + s) l.h

TRAPÉZIO a+b+c+d [h.(a + b)] ÷2

TRIÂNGULO a+b+c (b.h)÷2

CÍRCULO π.d ou 2.π.R π.R2


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 138

Exemplo elucidativo:

Seja calcular a área de um polígono fechado, conforme mostra a figura abaixo,


onde existem limites sinuosos no mesmo:

Solução:

A2 A3
A4 A5
A1
A7
A6

A8

Como se pôde observar, o lado curvo dessa área foi substituído pelos lados planos. A
soma das áreas parciais geradas, assim determinadas, dará a área total (aproximada) do
polígono topográfico.

Portanto,

Área = A1 + A2 + A3 + A4 + A5 + A6 + A7 + A8

Os métodos a serem descritos, a seguir, permitirão calcular a área do lado sinuoso do


perímetro com melhor precisão.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 139

Pela fórmula de Bezout

Este processo permite a obtenção do valor da área (S) através da divisão do


polígono em um número qualquer de trapézios “n”, tendo todos eles a mesma altura “d”
e ordenadas “y1, y2, y3, ..., yn dos respectivos trapézios.

Quanto maior o número de trapézios, maior será a proximidade entre a área


calculada e a natural.

Fórmula de Bezout:

S= 1 .d.[(y1 + yn) + 2.(y2 + y3 + y3 + ... + yn-1)]


2

Esquema:

Pela fórmula de Simpson

Desta vez o polígono deve ser dividido, necessariamente, em um número par de


trapézios, tendo todos eles a mesma altura “d” e ordenadas “y1, y2, y3, ..., yn dos
respectivos trapézios.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 140

Fórmula de Simpson:

S = 1 .d.[(y1 + yn) + 2.(y3 + y5 + y7 + ... + yn-2) + 4.( y2 + y4 + y6 + ... + yn-1)]


3

Esquema:

Pela fórmula de Poncelet

Analogamente, seguindo a divisão par de trapézios no polígono, também para a


altura “d” e ordenadas “y1, y2, y3, ..., yn dos respectivos trapézios.

Fórmula de Poncelet:

S = 1 .d.[4.(y2 + y4 + … + yn-1) + 1 .(y1 + yn) - 1 .( y2 + yn-1)]


2 2 2

Exemplo elucidativo:

Calcular a área do polígono abaixo, usando os métodos de Simpson, Bezout e Poncelet:


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 141

Dados os valores (fora de escala)

Abscissa Comprimento (m) Abscissa Comprimento (m)


Y1 80,0 Y8 68,0
Y2 57,0 Y9 76,0
Y3 56,0 Y10 90,0
Y4 60,0 Y11 91,5
Y5 63,5 Y12 79,0
Y6 61,5 Y13 55,5
Y7 60,5

Solução:

Usando Bezout:

S = 1 .d.[(y1 + yn) + 2.(y2 + y3 + y3 + ... + yn-1)]


2

S = 1 .14.[(80,0 + 55,5) + 2.(57,0 + 56,0 + 60,0 + 63,5 + 61,5 + ... + 79,0)]


2
S = 11630,5m2

Usando Simpson:

Fórmula de Simpson:

S = 1 .d.[(y1 + yn) + 2.(y3 + y5 + y7 + ... + yn-2) + 4.( y2 + y4 + y6 + ... + yn-1)]


3

S = 1 .14.[(80,5 + 55,5) + 2.(56,0 + 63,5 + … + 91,5) + 4.(57,0 + 60,0 + … + 79,0)]


3
S = 11631,7m2

Usando Poncelet:

S = 1 .d.[4.(y2 + y4 + … + yn-1) + 1 .(y1 + yn) - 1 .( y2 + yn-1)]


2 2 2

S = 1 .14.[4.(57,0 + 60,0 + 61,5 + … + 79,0) + 1 .(80,0 + 55,5) - 1 .(57,0 + 79,0)]


2 2 2
S = 11632,2m2
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 142

9.3. Processo analítico

O método é aplicável para poligonais de lados retos, permitindo obter valor da


área apenas por cálculos, ou seja, não necessita fazer divisões na área a determinar.
Áreas sinuosas não podem ser determinadas por esse processo.

1) Por Gauss (ou determinante)

Este método é função das coordenadas retangulares dos vértices da poligonal.

Fórmula:

S = 1 .[(x1.y2 + x2.y3 + x3.y4 + ... + xn.y1) - (x2.y1 + x3.y2 + x4.y3 + ... + x1.yn)]
2

2) Por área dupla

Este método é função, também, das coordenadas retangulares dos vértices da


poligonal.

Fórmula:

2S = [(x1 + x2).(y1 - y2) + (x2 + x3).(y2 - y3) + … + (xn + x1).(yn - y1)]

Ou,

2S = [(y1 + y2).(x1 - x2) + (y2 + y3).(x2 - x3) + … + (yn + y1).(xn - x1)]

Exemplo elucidativo 1:

Calcular a área de um polígono de coordenadas conhecidas, usando o método de Gauss


e área dupla:

ponto Coordenada X (m) Coordenada Y (m)


01 1000,00 1000,00
02 980,05 1001,39
03 943,45 949,36
04 831,62 863,14
05 839,31 850,02
06 904,96 799,94
07 971,78 735,18
08 997,22 805,81
09 1063,85 864,03
10 1042,82 920,20
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 143

Solução:

Usando Gauss

Cálculo de área
Método de Gauss - determinante

Ponto Coordenada X(m) Coordenada Y (m) Cálculos


01 1000,00 _ 1000,00
+
02 980,05 _ 1001,39 Produto dos (+) = 8456212,28
+
03 943,45 _ 949,36 Produto dos ( - ) = 8396984,91
+
04 831,62 _ 863,14
+
05 839,31 _ 850,02 Soma algébrica = 8456212,28
+
06 904,96 _ 799,94 - 8396984,91
+
07 971,78 _ 735,18 59227,37
+
08 997,22 _ 805,81
+
09 1063,85 _ 864,03 Área (S) = (soma algébrica) ÷ 2
+
10 1042,82 _ = 59227,37 ÷ 2
+ 920,20
01 1000,00 1000,00 = 29613,68m2
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 144

Usando a área dupla

Cálculo de área – Área dupla

Soma binária Diferença binária Áreas duplas


Ponto Coord. (X)m Coord. (Y)m 1000,00 + 980,05 1000,00 + 1001,39 1000,00 – 980,05 1000,00 – 1001,39 1980,05 . (-1,39) 2001,39 . 19,95
∑X ∑Y ΔX ΔY ∑XΔY ∑YΔX

01 1000,00 1000,00 1980,05 2001,39 19,95 -1,39 -2752,27 39927,73


02 980,05 1001,39 1923,50 1950,75 36,60 52,03 100079,71 71397,45
03 943,45 949,36 1775,07 1812,50 111,83 86,22 153046,53 202691,88
04 831,62 863,14 1670,93 1713,16 -7,69 13,12 21922,60 -13174,20
05 839,31 850,02 1744,27 1649,96 -65,65 50,08 87353,04 -108319,87
06 904,96 799,94 1876,74 1535,12 -66,82 64,76 121537,68 -102576,72
07 971,78 735,18 1969,00 1540,99 -25,44 -70,63 -139070,47 -39202,79
08 997,22 805,81 2061,07 1669,84 -66,63 -58,22 -119995,50 -111261,44
09 1063,85 864,03 2106,67 1784,23 21,03 -56,17 -118331,65 37522,36
10 1042,82 920,20 2042,82 1920,20 42,82 -79,80 -163017,04 82222,96
01 1000,00 1000,00 ---- ---- ---- ---- ---- ----
Soma -59227,37 ou 59227,37
2
Área (m ) = |soma ÷ 2 | 29613,68 ou 29613,68
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 145

9.4. Processo mecânico

Este processo se caracteriza pelo emprego de instrumento que fornece


automaticamente a área de uma superfície. O uso deste método tem sido largamente
utilizado para desenhos que possuem formas irregulares (sinuosidades).

O método mecânico do planímetro polar é rápido e proporciona ótima avaliação


de uma área topográfica.

Planímetro polar consiste num instrumento mecânico capaz de medir áreas por
linhas retas e sinuosas, a partir de leitura feita em uma carruagem que deve percorrer
todo a margem da mesma.

9.4.1. Constituição dos planímetros

Os planímetros são constituídos de duas hastes de metal e um conjunto em forma


de engrenagem contendo discos graduados.

Componentes:

01 – Braço traçador;
02 – Braço do pólo;
03 – Base do peso do pólo;
04 – Amplificador traçador;
05 - Apoio da mão;
06 – Parafuso de blocagem do vernier;
07 – Parafuso de ajuste do vernier;
08 – Vernier do braço traçador;
09 – Disco de revolução;
10 – Disco de medição;
11 – Vernier da carruagem;
12 – Parafuso de apoio da carruagem;
13 – Carruagem;
14 – Barra de zeragem.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 146

9.4.2. Operacionalização

A fim de se obter melhores resultados com o planímetro é essencial que a planta


topográfica ou carta seja estendida e fixada sobre um superfície plana e na horizontal.

Para assentar o planímetro sobre a mesa, coloque o braço traçador com a


carruagem sobre a planta e insira a bola do final do braço do pólo no receptáculo da
carruagem. O instrumento está montado e em condições de uso.

Há dois métodos que se pode empregar na medição de uma área:

- Com o pólo do planímetro fora dessa área;


- Com o pólo do planímetro dentro dessa área.

O primeiro método será empregado, pois dá melhores resultados e demanda


poucos cálculos:

O modelo de tabela abaixo é exclusivo do aparelho de número de série 06270,


não servindo para nenhum outro. Portanto, cada aparelho deve estar acompanhar de sua
tabela.

TRACE ARM
149,3 116,0
LENGTH
1:1 0,1 cm2 0,08 cm2
1:10 10 cm2 8,00 cm2
1:50 250 cm2 200 cm2
1:100 0,1 m2 0,08 m2
1:200 0,4 m2 0,32 m2
1:250 0,625 m2 0,5 m2
1:300 0,9 m2 0,72 m2
1:400 1,6 m2 1,28 m2
1:500 2,5 m2 2 m2
1:600 3,6 m2 2,88 m2
1:1000 10 m2 8 m2
1:1500 22,5 m2 18 m2
1:2000 40 m2 32 m2
1:2500 62,5 m2 50 m2
1:3000 90 m2 72 m2
1:5000 250 m2 200 m2
1:6000 360 m2 288 m2
1:10000 1000 m2 800 m2
1:20000 4000 m2 3200 m2
1:25000 6250 m2 5000 m2
1:30000 9000 m2 7200 m2
1:50000 25000 m2 20000 m2
CONSTANT 23103 24265
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 147

- Escolhido o braço traçador 149,3 ou 116,0 no sistema métrico, por exemplo, move-se
a carruagem grosseiramente até este arranjo, e através dos parafusos (6) e (7) leva-se o
vernier até o ponto desejado no braço traçador;

- Coloque o amplificador traçador (4) no centro da área a ser medida. Mova o peso do
pólo até a posição onde o ângulo entre o braço traçador e o braço do pólo formem
aproximadamente um ângulo reto. Certifique-se que o amplificador traçador percorrerá
toda a margem da área. Senão ajuste o peso do pólo ou divida a área em duas ou mais
partes;

- Marque o ponto de partida nas margens da figura. Segure a ponta do amplificador


traçador no ponto de partida e com a barra do zero na parte frontal da carruagem (14)
ajuste o botão de medidas e zere as leituras;

- Risque cuidadosamente a linha da margem em direção horária até o ponto de partida,


sempre mantendo o ponto central do círculo do traçador na linha da margem;

- Faça a leitura dos discos. Multiplique esse número pelo valor da roda do vernier como
indicado na tabela métrica ou inglesa adotada. Para cada revolução completa do tambor
horizontal deve-se adicionar 10000 unidades vernier à leitura final;

- Para os resultados serem mais rigorosos, devem-se repetir as operações indicadas e


tomar a média deles.

- A leitura:

Ao percorrer o perímetro, o planímetro oferecerá quatro algarismos, que


justapostos em uma determinada ordem formam um número que associado à escala da
planta dá o valor da área em “m2” ou “ft2” (pés). Cada algarismo provém de uma leitura
sobre uma das peças do planímetro que são:

1º algarismo – leitura do disco de revolução ou contador de voltas;


2º algarismo – leitura do número inteiro do disco de medição;
3º algarismo – leitura do número fracionário do disco de medição;
4º algarismo – leitura do vernier da carruagem.

Exemplo elucidativo:

Assumindo uma figura na escala 1:2000 e o braço traçador do planímetro polar


de valor selecionado (149,3), conforme tabela série nº 06270, obteve-se leituras finais
de 2396, 2390 e 2384 ao final de três observações. A área do desenho será:

Solução:

Média das três leituras = (2396 + 2390 + 2384) ÷ 3 = 2390


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 148

O valor por unidade de área é determinado na tabela pelo cruzamento da linha


(escala 1:2000) com a coluna (comprimento do braço 149,3), obtendo-se 40m2. A área
da figura é 2390.40 = 95600 m2.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 149

10. LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO

10.1. Introdução

Conforme vimos às etapas de levantamento topográfico planimétrico, nenhuma


requereu informações de campo que permitisse a representação do relevo do terreno.
Isto, porque foi levado em consideração apenas o levantamento da parte plana do
mesmo, já que muitos projetos necessitam apenas desse tipo de levantamento.

No entanto, na elaboração de projetos para aterros, barragens, estradas,


loteamentos, adução de água, rede elétrica, rede de esgotos e tantos outros, a
representação altimétrica do terreno, a partir do levantamento topográfico, se torna
indispensável, porque susidiará a tomada de decisões nos projetos seguintes. Basta citar,
por exemplo, o caso da construção de barragens: como conhecer o volume de água a
acumular num maciço de terra a construir, se não se conhece a micro-bacia a montante
do mesmo? E numa rede de distribuição de energia, como localizar o posteamento, de
forma que os cabos não toquem o chão?

Diante do exposto, este capítulo se destina ao conhecimento dos métodos que


permitirão a representação do terreno em forma de cotas e altitudes. Para tanto, será
mostrado como medir a distância vertical entre pontos, como preencher planilhas de
cálculos de cotas ou altitudes e, finalmente, como cotá-los.

10.2. Referência de nível

Chama-se altura de um ponto em altimetria o comprimento da perpendicular


baixada deste ponto sobre um plano horizontal denominado superfície de nível de
comparação.

Essa superfície de nível pode ser tomada arbitrariamente, e as alturas dos


diferentes pontos característicos com ela relacionados recebem a denominação de cotas,
ou ser tomada em relação ao geóide ou elipsóide, e as alturas recebem a denominação
de altitudes:

Nas ilustrações, a seguir, a superfície de nível referida a uma superfície de nível


qualquer recebe o nome de cota (nível aparente). Quando é referida à superfície do
geóide, recebe o nome de altitude geoidal (ortométrica), e quando a superfície do geóide
é a referência, a diferença de nível recebe o nome de altitude elipsoidal.

A
B Superfície física
da terra
cota

cota

Superfície de nível
arbitrada(RN)
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 150

A Superfície física
B

Altitude
da terra

geoidal

Altitude
geoidal
Superfície
geoidal

A Superfície física
B da terra
Altitude

Altitude
elipsoid

elipsoid
al

al
Superfície
elipsoidal

As cartas topográficas editadas pelo IBGE, e outros órgãos possuem altimetria


referenciada ao geóide. Em levantamentos de altitude com rastreadores GPS, as
altitudes elipsoidais obtidas são referenciadas ao datum escolhido para visualização,
cabendo ao operador do GPS transformar as altitudes elipsoidais para altitudes
ortométricas (também conhecidas como MSL).

Assim, ao se fazer a escolha no rastreador, para altitudes MSL, um Modelo


Geoidal Global é então acionado pelo dispositivo de controle do rastreador, calculando
a ondulação geoidal para as coordenadas Ф e λ determinadas. Em conseqüência, é desta
maneira que o rastreador transforma altitudes elipsoidais em ortométricas.

Acontece que a modelagem geoidal utiliza o princípio da interpolação para o


cálculo da ondulação, o que o torna inexato, comprometendo a precisão final alcançada
em termos altimétricos. O geoposicionamento GPS pelo método diferencial, minora
sobremaneira a degradação altimétrica.

10.3. Nivelamento

Para determinar as diferenças de nível entre os pontos característicos da


altimetria de um terreno, é necessário proceder a um trabalho topográfico denominado
Nivelamento, através de aparelhos denominados níveis, podendo ser usados teodolitos
quando o método requerer ângulos verticais.

Portanto, nivelamento é a operação topográfica que consiste na determinação da


diferença de nível entre dois ou mais pontos do terreno.

São dois os referenciais de nivelamento:


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 151

Referencial de nível verdadeiro

▪ Nivelamento barométrico – obtido pela diferença de pressão com a altitude do


ponto, tendo como princípio que, para um determinado ponto da superfície da terra, o
valor da altitude é inversamente proporcional ao valor da pressão atmosférica. Devido a
sua fragilidade, é dispensável em operações topográficas.

Atualmente, com os avanços da tecnologia GPS e dos níveis laser e digital, esse
método não é mais empregado, mas é possível, no entanto, utilizar-se dos seus
equipamentos para trabalhos rotineiros de reconhecimento.

Altímetro digital com


precisão de até 0,04m

▪ Nivelamento GPS – fornece resultados extremamente satisfatórios, quando no


modo diferencial.

Referencial de nível aparente

Obtido pela diferença de nível entre pontos de cotas arbitrárias. O inconveniente


do emprego das cotas, nos nivelamentos, é a impossibilidade de não se poder relacionar
plantas provenientes de levantamentos topográficos diferentes.

Assim, se dispusermos de duas plantas topográficas de terrenos diferentes, e


desejando determinar a diferença de altura entre dois pontos nelas fixados, não será
possível esta determinação se as alturas dos respectivos pontos estiverem expressas em
cotas, visto que para cada um dos levantamentos se tomou uma superfície de
comparação arbitrária, para se determinar as alturas dos respectivos pontos.

10.4. Métodos gerais de nivelamento

Os métodos de nivelamento utilizados para a determinação das diferenças de


nível e o posterior transporte da cota ou altitude, são nivelamento geométrico simples,
nivelamento geométrico composto, taqueométrico e trigonométrico.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 152

10.4.1. Nivelamento geométrico simples

A determinação da diferença de nível entre dois pontos, ou entre um ponto e


diversos outros pontos, é efetuada com o nível estacionado num único local, ou seja, o
nível é colocado em uma posição tal que seja possível visar a mira colocada em
qualquer dos pontos do nivelamento.

Em particular, quando mais de um ponto é nivelado, a partir de um ponto


ocupado pelo nível, costuma-se chamar nivelamento por irradiação.

LA LB LC LD LE LF

C
RN B
E

(A) D F

RN

De acordo com a ilustração vista, o nível foi estacionado em um ponto


conveniente sobre a linha a nivelar, de onde podem ser visados todos os pontos
necessários: B, C, D, E e F além do RN;

Visadas

Ré – é a visada que é efetuada no RN (A) ponto de cota ou altitude conhecida.


É a primeira visada do nivelamento;

 Vante – é a visada nos pontos de cota ou altitude a determinar (B, C, D, E, F);

Cálculos

 Plano de referência (PR) – eqüivale a soma da altura do ponto visado em ré e


a leitura da mira no mesmo ponto. É dado pela fórmula:

PR = RN (A) + LA

 Cota ou altitude – eqüivale a diferença entre o plano de referência, que passa no centro ótico da luneta
do nível, e a leitura na mira no mesmo ponto.

Cota ou altitude = PR - LM
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 153

Exemplo elucidativo:

Determinar as cotas dos pontos B, C, D, E e F a partir da caderneta de


nivelamento abaixo:

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO SIMPLES


Leitura na mira Cota ou
Est. Ré Vante PR Altitude
RN(A) 1295 - 10520
B - 1610
C - 890
D - 2733
E - 1800
F - 3125

Solução:

PR = cota + ré = 10520 + 11815


CotaB = PR – VanteB = 11815 – 1610 = 10205
CotaC = PR – VanteC = 11815 – 890 = 10925
CotaD = PR – VanteD = 11815 – 2733 = 9082
CotaE = PR – VanteE = 11815 – 1800 = 10015
CotaF = PR – VanteF = 11815 – 3125 = 8690

Preenchimento da caderneta de campo

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO SIMPLES


Leitura na mira Cota ou
Est. Ré Vante PR Altitude
A(Ha) 1295 - 11815 10520
B - 1610 10205
C - 890 10925
D - 2733 9082
E - 1800 10015
F - 3125 8690

10.4.2. Nivelamento geométrico composto

A determinação da diferença de nível entre diversos pontos é efetuada através de


mudanças sucessivas do nível, numa associação de nivelamentos geométricos simples.
A única preocupação, neste caso, é relacionar devidamente as medições, para cada
posição do instrumento.

Aconselha-se cravar um piquete nos pontos de mudança, para evitar a perda do


ponto enquanto ocorre a mudança de posição do nível.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 154

O nivelamento geométrico composto pode ser de poligonal aberta e de poligonal


fechada:

Nivelamento geométrico composto de poligonal aberta

É o caso mais comum de nivelamento, onde o ponto de partida do nivelamento


não é o mesmo ponto de chegada. Neste nivelamento, se quiser saber o erro de
fechamento vertical, é necessário fazer a operação de contra-nivelamento. O ponto final
será aquele de partida.

A precisão do nivelamento:

Emáx = 2.e.(μ)½

Onde:

Emáx = Erro máximo aceitável;


e = precisão do nível utilizado;
μ = extensão da poligonal;

Ec = Cota final – Cota inicial

Onde:

Ec = Erro cometido;
Cota inicial = cota de partida do nivelamento;
Cota final = última cota do contra-nivelamento;

Δη = Ec / NºPR

Onde:

Δη = distribuição do erro;
Ec = erro cometido;
NºPR = número de planos de referência;

OBS: O erro deve ser distribuído em partes iguais nos pontos de estacionamento
do instrumento, ou seja, nos PR.

Exemplo elucidativo:

A caderneta de campo, a seguir, é resultado de um nivelamento realizado em 7


vértices (A, B, C, D, E, F, e G) de uma poligonal aberta. Verificar o erro de fechamento
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 155

vertical, distribuindo-o ao longo dos pontos levantados, e calcular as cotas finais desses
pontos:

Dados complementares:
- Precisão do nível utilizado: 1,5mm/Km ;
- Extensão da poligonal somente ida: 1,2Km ;
- Cota inicial (partida da poligonal em RN): 12370mm;
- Cota final (chegada do contra-nivelamento em RN): 12378mm;

Solução:

1) Erros e distribuição:

Emáx = 2.e.(μ)½ = 2.1,5.(1,2)½


Emáx = 3,286mm

Ec = Cota final – Cota inicial = 12378 – 12370


Ec = 8mm > Emáx !

Considerando apenas a metade de Ec para a ida, já que temos um contra-


nivelamento, teremos Ec = 4mm
2
Δη = 4 = 1mm/PR
4

2) Altitudes provisórias (sem as correções):

PRRN = cotaRN + réRN = 12370 + 4800 = 17170


Altitude provisóriaA = PRRN – PIA = 17170 – 4655 = 12515
Altitude provisóriaB = PRRN – PIB = 17170 – 3700 = 13470
Altitude provisóriaC = PRRN – PIC = 17170 – 4500 = 12670

PRC = Altitude provisóriaC + réC = 12670 + 2330 = 15000


Altitude provisóriaD = PRC – PMD = 15000 – 4990 = 10010

PRD = Altitude provisóriaD + réD = 10010 + 4128 = 14138


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 156

Altitude provisóriaE = PRD – PIE = 14138 - 4748 = 9390


Altitude provisóriaF = PRD – PMF = 14138 – 760 = 13378

PRF = Altitude provisóriaF + réF = 13378 + 2800 = 16178


Altitude provisóriaG = PRF – PIG = 16178 - 1535 = 14643
Altitude provisóriaH = PRF – PMH = 14178 - 4650 = 11528

3) Altitudes definitivas (após as correções):

Altitude definitivaRN = 12370 não corrige


Altitude definitivaA = 12515 – 1 = 12514
Altitude definitivaB = 13470 – 1 = 13469
Altitude definitivaC = 12670 – 1 = 12669
Altitude definitivaD = 10010 – 2 = 10008
Altitude definitivaE = 9390 – 3 = 9387
Altitude definitivaF = 13378 – 3 = 13375
Altitude definitivaG = 14643 – 4 = 14639
Altitude definitivaH = 11528 – 4 = 11524

4) Preenchimento da caderneta de campo

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO


Est. Visada Visada Vante PR Altitude Correção Altitude
Ré PI PM provisória Definitiva
RN 4800 17170 12370 - 12370
A 4655 12515 1 12514
B 3700 13470 1 13469
C 4500 12670 1 12669
2330 15000 -
D 4990 10010 2 10008
4128 14138 -
E 4748 9390 3 9387
F 760 13378 3 13375
2800 16178 -
G 1535 14643 4 14639
H 4650 11528 4 11524

Nivelamento geométrico composto de poligonal fechada

Neste nivelamento não é necessário fazer a operação de contra-nivelamento, pois


o ponto inicial é o mesmo ponto de chegada do nivelamento.

A diferença entre a cota (ou altitude) de saída e a cota (ou altitude) de chegada é
o erro que foi cometido no nivelamento, e as fórmulas para a compensação do erro de
fechamento vertical são semelhantes àquelas usadas na poligonal aberta.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 157

Exemplo elucidativo:

Dado o croqui de nivelamento de uma poligonal fechada, a partir das estações A,


B, C, D, E e F, calcular as cotas definitivas dos pontos levantados 1, 2, 3, 4, 5 e 6:
Dados complementares:
- Precisão do nível utilizado: 7mm/Km ;
- Extensão da poligonal somente ida: 1,264Km ;
- Cota inicial (partida da poligonal em RN): 110,328m = 110328mm;
- Cota final (chegada do contra-nivelamento em RN): 12378mm;

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO


Visada Visada Vante Altitude Correção Altitude
Est. Ré PR Provisória Definitiva
PI PM
A/1(RN) 2348 - - 110,328
A/2 - - 3418
B/2 1320 - -
B/3 - - 265
C/3 963 - -
C/4 - - 1342
D/4 1928 - -
D/5 - - 2329
E/5 1629 - -
E/6 - - 3418
F/6 3912 - -
F/(RN) - - 1322

Solução:

1) Erros e distribuição:
Emáx = 2.e.(μ)½ = 2.7.(1,264)½
Emáx = 15,78mm

Ec = Cota final – Cota inicial = 110334 – 110328


Ec = 6mm < Emáx !

Δη = 6 = 1mm/PR
6
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 158

2) Altitudes provisórias (sem as correções):

PRA = altitudeRN + réRN = 110328 + 2348 = 112676


Altitude provisória2 = PRA – PM2 = 112676 – 3418 = 109258

PRB = Altitude provisória2 + ré2 = 109258 + 1320 = 110578


Altitude provisória3 = PRB – PM3 = 110578 – 265 = 110313

PRC = Altitude provisória3 + ré3 = 110313 + 963 = 111276


Altitude provisória4 = PRC – PM4 = 111276 - 1342 = 109934

PRD = Altitude provisória4 + ré4 = 109934 + 1928 = 111862


Altitude provisória5 = PRD – PM5 = 111862 - 2329 = 109533

PRE = Altitude provisória5 + ré5 = 109533 + 1629 = 111162


Altitude provisória6 = PRE – PM6 = 111162 - 3418 = 107744

PRF = Altitude provisória6 + ré6 = 107744 + 3912 = 111656


Altitude provisóriaRN = PRF – PMRN = 111656 - 1322 = 110334

3) Altitudes definitivas (após as correções):

Altitude definitivaRN = 110328 não corrige


Altitude definitiva2 = 109258 – 1 = 109257
Altitude definitiva3 = 110313 – 2 = 110311
Altitude definitiva4 = 109934 – 3 = 109931
Altitude definitiva5 = 109533 – 4 = 109529
Altitude definitiva6 = 107744 – 5 = 107739
Altitude definitiva1 = 110334 – 6 = 110328

4) Preenchimento da caderneta de campo

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO


Visada Visada Vante PR Altitude Correção Altitude
Est. Ré PI PM Provisória Definitiva
A/(RN 2348 112676 110328 - 110328
) 1
A/2 3418 109258 109257
B/2 1320 110578 -
B/3 265 110313 2 110311
C/3 963 111276 -
C/4 1342 109934 3 109931
D/4 1928 111862 -
D/5 2329 109533 4 109529
E/5 1629 111162 -
E/6 3418 107744 5 107739
F/6 3912 111656 -
F/(RN) 1322 110334 6 110328
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 159

10.4.3. Nivelamento taqueométrico

Sabemos que a taqueometria trata da medida indireta da distância horizontal e


diferença de nível, e que os aparelhos usados na taqueometria podem ser o nível e o
teodolito (taqueômetros), ambos diferenciando apenas no deslocamento vertical da
luneta.

Nas operações de nivelamento, é comum fazer na mesma caderneta a distância


horizontal entre pontos nivelados. O ângulo horizontal deve ser medido pelo método das
direções, conforme indicação da NBR 13.133.

Quando o levantamento for executado com teodolito eletrônico, pode-se zerar na


visada de ré. Já nos teodolitos óticos mecânicos, recomenda-se ler o ângulo horizontal
existente no ato da colimação em ré.

Exemplo elucidativo:

Determinar as altitudes definitivas dos pontos 2 a 12 pertencentes a uma


poligonal fechada. O nivelamento foi do tipo taqueométrico, conforme descrito na
caderneta de campo a seguir.

Croqui:
2 12 11
10

3
4 5
7
6
8
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 160

CADERNETA TAQUEOMÉTRICA
EST. LIMBO RED. DO LIMBO DIST.
ÂNG. HORIZ. LEITURA DN ALTI
HORIZONTAL VERTICAL HORIZ.
NA MÉDIA TUDE
AI PV º ‘ “ º ‘ “ MIRA º ‘ “ DIF.
NÍVEL
DH.
MÉDIA
00 00 00 SUP 2500 89 53 40
12 180 00 00 MED 2000
2 INF 1500
95 29 10 SUP 2220 89 39 00
1,374 3 275 29 10 MED 1800 123,203
MÉDIA → INF 1380
00 00 00 SUP 2620 89 32 50
2 180 00 00 MED 2200
3 INF 1780
84 57 50 SUP 3420 89 28 00
1,485 4 264 58 00 MED 3000
MÉDIA → INF 2580
00 00 00 SUP 1420 89 49 30
3 180 00 00 MED 1000
4 INF 0580
180 55 40 SUP 2120 86 24 10
1,454 5 00 55 40 MED 1800
MÉDIA → INF 1480
00 00 00 SUP 1320 93 38 30
4 180 00 00 MED 1000
5 INF 0680
183 36 40 SUP 2055 85 09 00
1,418 6 03 36 50 MED 1600
MÉDIA → INF 1145
00 00 00 SUP 1850 94 47 30
5 180 00 00 MED 1400
6 INF 0950
170 51 30 SUP 2370 91 39 30
1,475 7 350 51 30 MED 2000
MÉDIA → INF 1630
00 00 00 SUP 1470 88 13 10
6 180 00 00 MED 1100
7 INF 0730
184 55 50 SUP 1345 93 14 50
1,493 8 04 55 40 MED 0800
MÉDIA → INF 0255
00 00 00 SUP 1545 87 23 00
7 180 00 00 MED 1000
8 INF 0455
93 48 50 SUP 1690 90 47 10
1,484 9 273 48 50 MED 1300
MÉDIA → INF 0910
00 00 00 SUP 2390 88 52 50
8 180 00 00 MED 2000
9 INF 1610
90 45 10 SUP 2390 87 49 40
1,367 10 270 45 10 MED 1800
MÉDIA → INF 1210
00 00 00 SUP 2590 91 44 00
9 180 00 00 MED 2000
10 INF 1410
174 59 00 SUP 2620 88 16 30
1,531 11 354 59 00 MED 2200
MÉDIA → INF 1780
00 00 00 SUP 2120 91 08 10
10 180 00 00 MED 1700
11 INF 1310
179 44 20 SUP 2490 93 38 30
1,520 12 359 44 20 MED 1900
MÉDIA → INF 1310
00 00 00 SUP 2390 86 03 20
11 180 00 00 MED 1800
12 INF 1210
179 56 10 SUP 2300 89 34 30
1,529 2 359 56 10 MED 1800
MÉDIA → INF 1300
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 161

Solução:

1) Ângulos horizontais:

α2 = [(95º29'10" - 00º00'00") + (275º29'10" - 180º00'00")]÷2 = 95º29'10"


α 3 = [(84º57'50" - 00º00'00") + (264º58'00" - 180º00'00")]÷2 = 84º57'55"
α 4 = [(180º55'40" - 00º00'00") + (00º55'40" - 180º00'00")]÷2 = 180º55'40"
α 5 = [(183º36'40" - 00º00'00") + (3º36'50" - 180º00'00")]÷2 = 183º36'45"
α 6 = [(170º51'30" - 00º00'00") + (350º51'30" - 180º00'00")]÷2 = 170º51'30"
α 7 = [(184º55'50" - 00º00'00") + (4º55'40" - 180º00'00")]÷2 = 184º55'45"
α 8 = [(93º48'50" - 00º00'00") + (273º48'50" - 180º00'00")]÷2 = 93º48'50"
α 9 = [(90º45'10" - 00º00'00") + (270º45'10" - 180º00'00")]÷2 = 90º45'10"
α 10 = [(174º59'00" - 00º00'00") + (354º59'00" - 180º00'00")]÷2 = 174º59'00"
α 11 = [(179º44'20" - 00º00'00") + (359º44'20" - 180º00'00")]÷2 = 179º44'20"
α 12 = [(179º56'10" - 00º00'00") + (359º56'10" - 180º00'00")]÷2 = 179º56'10"

2) Distâncias horizontais:

DH2-12 = (2500 – 1500).100.sen289°53'40" = 99999 mm = 99,99m


DH2-3 = (2220 – 1380).100.sen289°39'00" = 83996mm = 83,996m
DH3-2 = (2620 – 1780).100.sen289°32'50" = 83995mm = 83,995m
DH3-4 = (3420 – 2580).100.sen289°28'00" = 83993mm = 83,993m
DH4-3 = (1420 – 580).100.sen289°49'30" = 83999mm = 83,999m
DH4-5 = (2120 – 1480).100.sen286°24'10" = 63747mm = 63,747m
DH5-4 = (1320 – 680).100.sen293°38'30" = 63742mm = 63,742m
DH5-6 = (2055 – 1145).100.sen285°09'00" = 90349mm = 90,349m
DH6-5 = (1850 – 950).100.sen294°47'30" = 89372mm = 89,372m
DH6-7 = (2370 – 1630).100.sen291°39'30" = 73938mm = 73,938
DH7-6 = (1470 – 730).100.sen288°13'10" = 73928mm = 73,928m
DH7-8 = (1345 – 255).100.sen293°14'50" = 108650mm = 108,650m
DH8-7 = (1545 – 455).100.sen287°23'00" = 108773mm = 108,773m
DH8-9 = (1690 – 910).100.sen290°47'10" = 77985mm = 77,985m
DH9-8 = (2390 – 1610).100.sen288°52'50" = 77970mm = 77,970m
DH9-10 = (2390 – 1210).100.sen287°49'40" =117830mm = 117,830m
DH10-9 = (2590 – 1410).100.sen291°44'00" = 117892mm = 117,892m
DH10-11 = (2620 – 1780).100.sen288°16'30" = 83924mm = 83,924m
DH11-10 = (2120 – 1310).100.sen291°08'10" = 80968mm = 80,968m
DH11-12 = (2490 – 1310).100.sen293°38'30" = 117524mm = 117,524m
DH12-11 = (2390 – 1210).100.sen286°03'20" = 117442mm = 117,442m
DH12-2 = (2300 – 1300).100.sen289°34'30" = 99994mm = 99,994m

3) Diferenças de nível:

DN2-12 = 99,99.cotg89°53'40" + 1,374 – 2,000 = -0,442


DN2-3 = 83,996.cotg89°39'00" + 1,374 – 1,800 = 0,087
DN3-2 = 83,995.cotg89°32'50" + 1,485 – 2,200 = -0,051
DN3-4 = 83,993.cotg89°28'00" + 1,485 –3,000 = -0,733
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 162

DN4-3 = 83,999.cotg89°49'30" + 1,454 – 1,000 = 0,710


DN4-5 = 63,747.cotg86°24'10" + 1,454 – 1,800 = 3,662
DN5-4 = 63,742.cotg93°38'30" + 1,418 – 1,000 = -3,639
DN5-6 = 90,349.cotg85°09'00" + 1,418 – 1,600 = 7,484
DN6-5 = 89,372.cotg94°47'30" + 1,475 – 1,400 = -7,417
DN6-7 = 73,938.cotg91°39'30" + 1,475 – 2,000 = -2,666
DN7-6 = 73,928.cotg88°13'10" + 1,493 – 1,100 = 2,691
DN7-8 = 108,650.cotg93°14'50" + 1,493 – 0,800 = -5,471
DN8-7 = 108,773.cotg87°23'00" + 1,484 – 1,000 = 5,455
DN8-9 = 77,985.cotg90°47'10" + 1,484 – 1,300 = -0,886
DN9-8 = 77,970.cotg88°52'50" + 1,367 – 2,000 = 0,890
DN9-10 = 117,830.cotg87°49'40" + 1,367 – 1,800 = 4,036
DN10-9 = 117,892.cotg91°44'00" + 1,531 – 2,000 = -4,036
DN10-11 = 83,924.cotg88°16'30" + 1,531 – 2,200 = 1,857
DN11-10 = 80,968.cotg91°08'10" + 1,520 – 1,700 = -1,786
DN11-12 = 117,524.cotg93°38'30" + 1,520 – 1,900 = -7,860
DN12-11 = 117,442.cotg86°03'20" + 1,529 – 1,800 = 7,827
DN12-2 = 99,994.cotg89°34'30" + 1,529 – 1,800 = 0,471

4) Distâncias horizontais médias:

DH2-3 = (83,996 + 83,995)÷2 = 83,995


DH3-4 = (83,993 + 83,999)÷2 = 83,996
DH4-5 = (63,747 + 63,742)÷2 = 63,745
DH5-6 = (90,349 + 89,372)÷2 = 89,860
DH6-7 = (73,938 + 73,928)÷2 = 73,933
DH7-8 = (108,650 + 108,773)÷2 = 108,691
DH8-9 = (77,985 + 77,970)÷2 = 77,977
DH9-10 = (117,830 + 117,892)÷2 = 117,861
DH10-11 = (83,924 + 80,968)÷2 = 82,446
DH11-12 = (117,524 + 117,442)÷2 = 117,483
DH12-2 = (99,990 + 99,9945)÷2 = 99,99

5) Diferenças de nível médias:

DN2-3 = (0,087 + 0,051)÷2 = 0,069


DN3-4 = (0,733 + 0,710)÷2 = 0,7215
DN4-5 = (3,662 + 3,639)÷2 = 3,6505
DN5-6 = (7,484 + 7,417)÷2 = 7,4505
DN6-7 = (2,666 + 2,691)÷2 = 2,6785
DN7-8 = (5,471 + 5,455)÷2 = 5,463
DN8-9 = (0,886 + 0,890)÷2 = 0,888
DN9-10 = (4,036 + 4,036)÷2 = 4,036
DN10-11 = (1,857 + 1,786)÷2 = 1,821
DN11-12 = (7,860 + 7,827)÷2 = 7,843
DN12-2 = (0,442 + 0,471)÷2 = 0,456
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 163

6) Altitudes:

Altitude3 = 123,203
Altitude4 = altitude3 + DNmédia3-4/4-3 = 123,203 + (-)0,721 = 122,482
Altitude5 = altitude4 + DNmédia4-5/5-4 = 122,482 + 3,650 = 126,132
Altitude6 = altitude5 + DNmédia5-6/6-5 = 126,132 + 7,450 = 133,582
Altitude7 = altitude6 + DNmédia6-7/7-6 = 133,582 + (-)2,678 = 130,904
Altitude8 = altitude7 + DNmédia7-8 = 130,904 + (-)5,463 = 125,441
Altitude9 = altitude8 + DNmédia8-9 = 125,441 + (-)0,888 = 124,553
Altitude10 = altitude9 + DNmédia9-10 = 124,553 + 4,036 = 128,589
Altitude11 = altitude10 + DNmédia10-11 = 128,589 + 1,821 = 130,410
Altitude12 = altitude11 + DNmédia11-12 = 130,410 + (-)7,84 = 122,567
Altitude2 = altitude12 + DNmédia12-2 = 122,567 + 0,456 = 123,023
Altitude3 = altitude2 + DNmédia2-3/3-2 = 123,023 + 0,069 = 122,092 ≠ 123,203 OK!

7) Preenchimento da caderneta:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 164

CADERNETA TAQUEOMÉTRICA
EST. LIMBO HORIZ. REDUÇÃO DO LEITURA LIMBO VERT. DIST. H
ÂNG. HORIZONTAL NA DN. MÉDIA ALTI
º ‘ “ º ‘ “ MIRA º ‘ “ DH. MÉDIA TUDE
AI PV DIF. N

00 00 00 SUP 2500 89 53 40 99,99


12 180 00 00 MED 2000
2 INF 1500 -0,442
95 29 10 SUP 2220 89 39 00 83,996
1,374 3 275 29 10 MED 1800 0,069 123,203
MÉDIA → 95 29 10 INF 1380 0,087
00 00 00 SUP 2620 89 32 50 83,995
2 180 00 00 MED 2200 83,995
3 INF 1780 -0,051
84 57 50 SUP 3420 89 28 00 83,993
1,485 4 264 58 00 MED 3000 (-)0,721 122,482
MÉDIA → 84 57 55 INF 2580 -0,733
00 00 00 SUP 1420 89 49 30 83,999
3 180 00 00 MED 1000 83,996
4 INF 0580 0,710
180 55 40 SUP 2120 86 24 10 63,747
1,454 5 00 55 40 MED 1800 3,650 126,132
MÉDIA → 180 55 40 INF 1480 3,662
00 00 00 SUP 1320 93 38 30 63,742
4 180 00 00 MED 1000 63,745
5 INF 0680 -3,639
183 36 40 SUP 2055 85 09 00 90,349
1,418 6 03 36 50 MED 1600 7,450 133,582
MÉDIA → 183 36 45 INF 1145 7,484
00 00 00 SUP 1850 94 47 30 89,372
5 180 00 00 MED 1400 89,860
6 INF 0950 -7,417
170 51 30 SUP 2370 91 39 30 73,938
1,475 7 350 51 30 MED 2000 (-)2,678 130,904
MÉDIA → 170 51 30 INF 1630 -2,666
00 00 00 SUP 1470 88 13 10 73,928
6 180 00 00 MED 1100 73,933
7 INF 0730 2,691
184 55 50 SUP 1345 93 14 50 108,650
1,493 8 04 55 40 MED 0800 (-)5,463 125,441
MÉDIA → 184 55 45 INF 0255 -5,471
00 00 00 SUP 1545 87 23 00 108,773
7 180 00 00 MED 1000 108,691
8 INF 0455 5,455
93 48 50 SUP 1690 90 47 10 77,985
1,484 9 273 48 50 MED 1300 0,888 124,553
MÉDIA → 93 48 50 INF 0910 -0,886
00 00 00 SUP 2390 88 52 50 77,970
8 180 00 00 MED 2000 77,977
9 INF 1610 0,890
90 45 10 SUP 2390 87 49 40 117,830
1,367 10 270 45 10 MED 1800 4,036 128,589
MÉDIA → 90 45 10 INF 1210 4,036
00 00 00 SUP 2590 91 44 00 117,892
9 180 00 00 MED 2000 117,861
10 INF 1410 -4,036
174 59 00 SUP 2620 88 16 30 83,924
1,531 11 354 59 00 MED 2200 1,821 130,410
MÉDIA → 174 59 00 INF 1780 1,857
00 00 00 SUP 2120 91 08 10 80,968
10 180 00 00 MED 1700 82,446
11 INF 1310 -1,786
179 44 20 SUP 2490 93 38 30 117,524
1,520 12 359 44 20 MED 1900 (-)7,843 122,567
MÉDIA → 179 44 20 INF 1310 -7,860
00 00 00 SUP 2390 86 03 20 117,442
11 180 00 00 MED 1800 117,483
12 INF 1210 7,827
179 56 10 SUP 2300 89 34 30 99,994
1,529 2 359 56 10 MED 1800 0,456 123,023
MÉDIA → 179 56 10 INF 1300 0,471 99,99
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 165

10.4.4. Nivelamento trigonométrico

O nivelamento trigonométrico a mira é mais preciso do que o nivelamento


taqueométrico, no entanto, deve-se ter o cuidado de limitar a linha de visada em 150m,
independente da precisão do teodolito utilizado, para atenuar o erro altimétrico
ocasionado pela curvatura terrestre.

Exemplo elucidativo:

Determinar as altitudes definitivas dos pontos 2 a 8 pertencentes a uma poligonal


fechada. O nivelamento foi do tipo trigonométrico, conforme descrito na caderneta de
campo a seguir.

Croqui:
8 7

6
5
3
4
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 166

CADERNETA TRIGONOMÉTRICA
RED. DO LEITURA DNmédia
EST. LIMBO HORIZ. ÂNG. HORIZ. NA LIMBO VERT. DISTÂNCIA DIFERENÇA DE Altitude
DHmédia
MIRA HORIZONTAL NÍVEL
AI º ‘ “ º ‘ “ º ‘ “
PV
00 00 00 LM1 0,200 90 51 20 DH1 DN1
2
3 180 00 05 LM2 0,300 90 47 10 DH2 DN2
LM3 7,500 85 52 30 MÉDIA MÉDIA 123,134
1,390
84 57 40 LM1 0,500 91 05 50 DH1 DN1
4
264 57 50 LM2 0,700 90 57 35 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 7,500 86 21 10 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 0,400 90 14 05 DH1 DN1
3
4 179 59 55 LM2 0,700 90 01 50 DH2 DN2
LM3 7,600 85 21 50 MÉDIA MÉDIA
1,465
183 02 45 LM1 0,400 86 15 20 DH1 DN1
5
03 02 45 LM2 0,500 86 13 10 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 7,600 83 35 35 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 0,100 94 40 40 DH1 DN1
4
5 180 00 00 LM2 0,300 94 36 10 DH2 DN2
LM3 7,500 91 56 00 MÉDIA MÉDIA
1,542
175 17 45 LM1 0,400 92 55 15 DH1 DN1
6
355 17 40 LM2 0,700 92 49 30 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 2,600 92 13 40 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 0,700 87 40 30 DH1 DN1
5
6 180 00 00 LM2 0,800 87 38 40 DH2 DN2
LM3 5,700 86 06 15 MÉDIA MÉDIA
1,423
95 47 20 LM1 0,700 91 11 50 DH1 DN1
7
275 47 10 LM2 0,900 91 03 00 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 2,700 89 43 50 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 0,200 90 13 15 DH1 DN1
6
7 180 00 00 LM2 0,300 90 08 50 DH2 DN2
LM3 4,700 86 55 00 MÉDIA MÉDIA
1,407
88 06 20 LM1 0,900 88 25 30 DH1 DN1
8
268 06 20 LM2 1,000 88 23 35 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 7,600 86 31 10 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 0,200 92 05 55 DH1 DN1
7
8 179 59 55 LM2 0,300 92 04 20 DH2 DN2
LM3 7,600 89 59 30 MÉDIA MÉDIA
1,485
177 57 20 LM1 1,000 92 06 45 DH1 DN1
2
357 57 25 LM2 1,000 92 06 45 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 7,000 90 31 50 MÉDIA MÉDIA
00 00 00 LM1 2,600 87 42 30 DH1 DN1
8
2 180 00 05 LM2 2,700 87 40 50 DH2 DN2
LM3 7,640 86 22 55 MÉDIA MÉDIA
1,390
93 50 55 LM1 0,380 90 39 05 DH1 DN1
3
274 50 55 LM2 0,400 90 38 05 DH2 DN2
MÉDIA → LM3 7,700 85 39 00 MÉDIA MÉDIA
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 167

Solução:

1) Ângulos horizontais:

α3 = [(84º57'40" - 00º00'00") + (264º57'50" - 180º00'00")]÷2 = 84º57'42"


α 4 = [(183º02'45" - 00º00'00") + (03º02'45" - 179º59'55")]÷2 = 183º02'47"
α 5 = [(175º17'45" - 00º00'00") + (355º17'40" - 180º00'00")]÷2 = 175º17'42"
α 6 = [(95º47'20" - 00º00'00") + (275º47'10" - 180º00'00")]÷2 = 95º47'05"
α 7 = [(88º06'20" - 00º00'00") + (268º06'20" - 180º00'00")]÷2 = 88º06'20"
α 8 = [(177º57'20" - 00º00'00") + (357º57'25" - 179º59'55")]÷2 = 177º57'25"
α 2 = [(93º50'55" - 00º00'00") + (274º50'55" - 180º00'00")]÷2 = 94º50'55"

2) Distâncias horizontais:

DH3-2
DH1 = (7,500 – 0,200) ÷ (cotg85°52'30" – cotg90°51'20") = 83,857m
DH1 = (7,500 – 0,300) ÷ (cotg85°52'30" – cotg90°47'10") = 83,876m
DHmédia = (83,857 + 83,876) ÷ 2 = 83,866m
DH3-4
DH1 = (7,500 – 0,500) ÷ (cotg86°21'10" – cotg91°05'50") = 84,444m
DH1 = (7,500 – 0,700) ÷ (cotg86°21'10" – cotg90°57'35") = 84,478m
DHmédia = (84,444 + 84,478) ÷ 2 = 84,461m
DH4-3
DH1 = (7,600 – 0,400) ÷ (cotg85°21'50" – cotg90°14'05") = 84,518
DH1 = (7,600 – 0,700) ÷ (cotg85°21'50" – cotg90°01'50") = 84,532
DHmédia = (84,518 + 84,532) ÷ 2 = 84,525m
DH4-5
DH1 = (7,600 – 0,400) ÷ (cotg83°35'35" – cotg86°15'20") = 153,699
DH1 = (7,600 – 0,500) ÷ (cotg83°35'35" – cotg86°13'10") = 153,641
DHmédia = ( 153,699 + 153,641) ÷ 2 = 153,7m
DH5-4
DH1 = (7,500 – 0,100) ÷ (cotg91°56'00" – cotg94°40'40") = 153,946
DH1 = (7,500 – 0,300) ÷ (cotg91°56'00" – cotg94°36'10") = 154,007
DHmédia = (153,946 + 154,007) ÷ 2 = 153,977m
DH5-6
DH1 = (2,600 – 0,400) ÷ (cotg92°13'40" – cotg92°55'15") = 181,508
DH1 = (2,600 – 0,700) ÷ (cotg92°13'40" – cotg92°49'30") = 181,925
DHmédia = (181,508 + 181,925) ÷ 2 = 181,716m
DH6-5
DH1 = (5,700 – 0,700) ÷ (cotg86°06'15" – cotg87°40'30") = 181,825
DH1 = (5,700 – 0,800) ÷ (cotg86°06'15" – cotg87°38'40") = 181,719
DHmédia = (181,825 + 181,719) ÷ 2 = 181,772m
DH6-7
DH1 = (2,700 – 0,700) ÷ (cotg89°43'50" – cotg91°11'50") = 78,121
DH1 = (2,700 – 0,900) ÷ (cotg89°43'50" – cotg91°03'00") = 78,156
DHmédia = (78,121 + 78,156) ÷ 2 = 78,139m
DH7-6
DH1 = (4,700 – 0,200) ÷ (cotg86°55'00" – cotg90°13'15") = 77,962
DH1 = (4,700 – 0,300) ÷ (cotg86°52'00" – cotg90°08'50") = 76,774
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 168

DHmédia = (77,962 + 76,774) ÷ 2 = 77,368m


DH7-8
DH1 = (7,600 – 0,900) ÷ (cotg86°31'10" – cotg88°25'30") = 201,043
DH1 = (7,600 – 1,000) ÷ (cotg86°31'10" – cotg88°23'35") = 201,415
DHmédia = (201,043 + 201,415) ÷ 2 = 201,229m
DH8-7
DH1 = (7,600 – 0,200) ÷ (cotg89°59'30" – cotg92°05'55") = 201,144
DH1 = (7,600 – 0,300) ÷ (cotg89°59'30" – cotg92°04'20") = 200,945
DHmédia = (201,144 + 200,945) ÷ 2 = 201,045m
DH8-2
DH1 = DH2 = (7,000 – 1,000) ÷ (cotg90°31'50" – cotg92°06'45") = 217,182
DHmédia = 217,182m
DH2-8
DH1 = (7,640 – 2,600) ÷ (cotg86°22'55" – cotg87°42'30") = 217,124
DH1 = (7,640 – 2,700) ÷ (cotg86°22'55" – cotg87°40'50") = 217,363
DHmédia = (217,124 + 217,363) ÷ 2 = 217,243m
DH2-3
DH1 = (7,700 – 0,380) ÷ (cotg85°39'00" – cotg90°39'05") = 83,717
DH1 = (7,700 – 0,400) ÷ (cotg85°39'00" – cotg90°38'05") = 83,767
DHmédia = (83,717 + 83,767) ÷ 2 = 83,742m

3) Diferenças de nível:

DN3-2
DN1 = 83,857.cotg90°51'20" + 1,390 – 0,200 = - 0,062
DN2 = 83,876.cotg90°47'10" + 1,390 – 0,300 = -0,061
DNmédia = -0,061m
DN3-4
DN1 = 84,444.cotg91°05'50" + 1,390 – 0,500 = -0,727
DN2 = 84,478.cotg90°57'35" + 1,390 – 0,700 = -0,725
DNmédia = (0,726 + 0,725) ÷ 2 = -0,726m
DN4-3
DN1 = 84,558.cotg90°14'05" + 1,465 – 0,400 = 0,719
DN2 = 84,538.cotg90°01'50" + 1,465 – 0,700 = 0,720
DNmédia = (0,719 + 0,720) ÷ 2 = 0,719m
DN4-5
DN1 = 153,699.cotg86°15'20" + 1,465 – 0,400 = 11,124
DN2 = 153,641.cotg86°13'10" + 1,465 – 0,500 = 11,117
DNmédia = (11,124 + 11,117) ÷ 2 = 11,120m
DN5-4
DN1 = 153,946.cotg94°40'40" + 1,542 – 0,100 = -11,154
DN2 = 154,007.cotg94°36'10" + 1,542 – 0,300 = -11,157
DNmédia = (11,154 + 11,157) ÷ 2 = -11,155m
DN5-6
DN1 = 181,508.cotg92°55'15" + 1,542 – 0,400 = -8,119
DN2 = 181,925.cotg92°49'30" + 1,542 – 0,700 = -8,135
DNmédia = (8,119 + 8,135) ÷ 2 = -8,127
DN6-5
DN1 = 181,825.cotg87°40'30" + 1,423 – 0,700 = 8,105
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 169

DN2 = 181,719.cotg87°38'40" + 1,423 – 0,800 = 8,098


DNmédia = (8,105 + 8,098) ÷ 2 = 8,1
DN6-7
DN1 = 78,121.cotg91°11'50" + 1,423 – 0,700 = -0,909
DN2 = 78,156.cotg91°03'00" + 1,423 – 0,900 = -0,909
DNmédia = (0,909 + 0,909) ÷ 2 = - 0,909
DN7-6
DN1 = 77,962.cotg90°13'15" + 1,407 – 0,200 = 0,908
DN2 = 76,774.cotg90°08'50" + 1,407 – 0,300 = 0,91
DNmédia = (0,908 + 0,91) ÷ 2 = 0,909
DN7-8
DN1 = 201,043.cotg88°25'30" + 1,407 – 0,900 = 6,035
DN2 = 201,415.cotg88°23'35" + 1,407 – 1,000 = 6,057
DNmédia = (6,035 + 6,057) ÷ 2 = 6,046
DN8-7
DN1 = 201,144.cotg92°05'55" + 1,485 – 0,200 = -6,086
DN2 = 200,945.cotg92°04'20" + 1,485 – 0,300 = -6,086
DNmédia = (6,086 + 6,086) ÷ 2 = -6,086
DN8-2
DN1 = DN2 = 217,182.cotg92°06'45" + 1,485 – 1,000 = -7,526
DNmédia = -7,526
DN2-8
DN1 = 217,124.cotg87°42'30" + 1,390 – 2,600 = 7,479
DN2 = 217,363.cotg87°40'50" + 1,390 – 2,700 = 7,494
DNmédia = (7,479 + 7,494) ÷ 2 = 7,486
DN2-3
DN1 = 83,717.cotg90°39'05" + 1,390 – 0,380 = 0,058
DN2 = 83,767.cotg90°38'05" + 1,390 – 0,400 = 0,062
DNmédia = (0,058 + 0,062) ÷ 2 = 0,060

4) Distâncias horizontais médias:

DH3-4 = (84,461 + 84,525)÷2 = 84,493


DH4-5 = (11,120 + 11,155)÷2 = 11,137
DH5-6 = (181,772 + 181,716)÷2 = 181,744
DH6-7 = (78,139 + 77,368)÷2 = 77,753
DH7-8 = (201,229 + 201,045)÷2 = 201,137
DH8-2 = (217,182 + 217,243)÷2 = 217,212
DH2-3 = (83,742 + 83,866)÷2 = 83,804

5) Diferenças de nível médias:

DN3-4 = (0,726 + 0,719)÷2 = 0,7225


DN4-5 = (11,120 + 11,155)÷2 = 11,137
DN5-6 = (8,127 + 8,1)÷2 = 8,113
DN6-7 = (0,909 + 0,909)÷2 = 0,909
DN7-8 = (6,046 + 6,086)÷2 = 6,066
DN8-2 = (7,526 + 7,486)÷2 = 7,506
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 170

DN2-3 = (0,060 + 0,061)÷2 = 0,060

6) Altitudes:

Altitude3 = 123,134
Altitude4 = altitude3 + DNmédia3-4 = 123,134 + (-)0,722 = 122,411
Altitude5 = altitude4 + DNmédia4-5 = 122,411 + 11,137 = 133,548
Altitude6 = altitude5 + DNmédia5-6 = 133,548 + (-)8,113 = 125,436
Altitude7 = altitude6 + DNmédia6-7 = 125,436 + (-)0,909 = 124,527
Altitude8 = altitude7 + DNmédia7-8 = 124,527 + 6,066 = 130,593
Altitude2 = altitude8 + DNmédia8-2 = 130,593 + (-)7,506 = 123,087
Altitude3 = altitude2 + DNmédia2-3 = 123,087 + 0,060 = 123,147 OK!

7) Preenchimento da caderneta:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 171

CADERNETA TRIGONOMÉTRICA
RED. DO LEITURA DN média
EST. LIMBO HORIZ. ÂNG. HORIZ. NA LIMBO VERT. DISTÂNCIA DIFERENÇA DE Altitude
DH média
MIRA HORIZONTAL NÍVEL
AI º ‘ “ º ‘ “ º ‘ “
PV
00 00 00 LM1 0,200 90 51 20 DH1 83,85 DN1 -0,062
2 7
3 180 00 05 LM2 0,300 90 47 10 DH2 83,87 DN2 -0,061
6
83,86 123,134
1,390 LM3 7,500 85 52 30 MÉDIA MÉDIA -0,061
6
84 57 40 LM1 0,500 91 05 50 DH1 84,44 DN1 -0,727
4 4
264 57 50 LM2 0,700 90 57 35 DH2 84,47 DN2 -0,725
8 (-
MÉDIA → 84 57 42 LM3 7,500 86 21 10 MÉDIA 84,46 MÉDIA -0,726 )0,722
1
00 00 00 LM1 0,400 90 14 05 DH1 84,51 DN1 0,719 84,493
3 8
4 179 59 55 LM2 0,700 90 01 50 DH2 84,53 DN2 0,720
2
84,52
122,41
1,465 LM3 7,600 85 21 50 MÉDIA MÉDIA 0,719
5 1
183 02 45 LM1 0,400 86 15 20 DH1 153,6 DN1 11,124
5 99
03 02 45 LM2 0,500 86 13 10 DH2 153,6 DN2 11,117 11,137
41
MÉDIA → 183 02 47 LM3 7,600 83 35 35 MÉDIA 153,7 MÉDIA 11,120
153,96
00 00 00 LM1 0,100 94 40 40 DH1 153,9 DN1 - 1
4 46 11,154
5 154,0
180 00 00 LM2 0,300 94 36 10 DH2 DN2 -
07 11,157 133,54
1,542
LM3 7,500 91 56 00 MÉDIA 153,9 MÉDIA - 8
77 11,155
175 17 45 LM1 0,400 92 55 15 DH1 181,5 DN1 -8,119
6 08
355 17 40 LM2 0,700 92 49 30 DH2 181,9 DN2 -8,135 (-
25
181,7
)8,113
MÉDIA → 175 17 42 LM3 2,600 92 13 40 MÉDIA MÉDIA -8,127
16
00 00 00 LM1 0,700 87 40 30 DH1 181,8 DN1 8,105 181,77
5 25 4
6 180 00 00 LM2 0,800 87 38 40 DH2 181,7 DN2 8,098
19
181,7
125,43
1,423 LM3 5,700 86 06 15 MÉDIA MÉDIA 8,1
72 6
95 47 20 LM1 0,700 91 11 50 DH1 78,12 DN1 -0,909
7 1
275 47 10 LM2 0,900 91 03 00 DH2 78,15 DN2 -0,909 (-
6
)0,909
MÉDIA → 95 47 05 LM3 2,700 89 43 50 MÉDIA 78,13 MÉDIA -0,909
9
00 00 00 LM1 0,200 90 13 15 DH1 77,96 DN1 0,908 77,753
6 2
7 180 00 00 LM2 0,300 90 08 50 DH2 76,77 DN2 0,91
4
124,52
1,407 LM3 4,700 86 55 00 MÉDIA 77,36 MÉDIA 0,909
8 7
88 06 20 LM1 0,900 88 25 30 DH1 201,0 DN1 6,035
8 43
268 06 20 LM2 1,000 88 23 35 DH2 201,4 DN2 6,057 6,066
15
MÉDIA → 88 06 20 LM3 7,600 86 31 10 MÉDIA 201,2 MÉDIA 6,046
29 201,13
00 00 00 LM1 0,200 92 05 55 DH1 201,1 DN1 -6,086 7
7 44
8 179 59 55 LM2 0,300 92 04 20 DH2 200,9 DN2 -6,086
45
130,59
1,485 LM3 7,600 89 59 30 MÉDIA 201,0 MÉDIA -6,086
45 3
177 57 20 LM1 1,000 92 06 45 DH1 217,1 DN1 -7,526
2 82
357 57 25 LM2 1,000 92 06 45 DH2 217,1 DN2 -7,526 (-
82
)7,505
MÉDIA → 177 57 25 LM3 7,000 90 31 50 MÉDIA 217,1 MÉDIA -7,526
82
00 00 00 LM1 2,600 87 42 30 DH1 217,1 DN1 7,479 217,21
8 24 2
2 180 00 05 LM2 2,700 87 40 50 DH2 217,3 DN2 7,494
63
217,2
123,08
1,390 LM3 7,640 86 22 55 MÉDIA MÉDIA 7,486
43 7
93 50 55 LM1 0,380 90 39 05 DH1 83,71 DN1 0,058
3 7 0,060
274 50 55 LM2 0,400 90 38 05 DH2 83,76 DN2 0,062 83,804
7
MÉDIA → 94 50 55 LM3 7,700 85 39 00 MÉDIA 83,74 MÉDIA 0,060
2
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 172

10.5 Plano cotado

Processo utilizado apenas para cotar pontos resultantes das projeções horizontais
numa planta topográfica. É um processo que normalmente não é empregado só, porque
não ressalta à vista.

(↓)123,1
3

(↓)123,0
23
(↓)123,0
7
(↓)123,1
2
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 173

11. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

11.1. Introdução

A representação do relevo do terreno sempre constitui um sério problema para o


desenhista, porque as feições nunca se repetem; mais ainda para o operador dos
equipamentos topográficos: Este precisa, além do conhecimento técnico, de
sensibilidade para escolher este ou aquele método de trabalho, pois deles resultarão
informações do relevo, que devem ser confiáveis para o leitor.

Sendo assim, este capítulo se dedica ao estudo da representação do relevo de


uma área topográfica. Serão apresentados métodos de representação bastante
conhecidos, que permitirão confeccionar cartas planialtimétricas com bastante
confiabilidade.

11.2. Conceito

Planialtimetria é a representação das informações obtidas dos levantamentos


planimétricos e altimétricos em uma única planta ou carta topográfica. A finalidade é de
fornecer o maior número possível de informações da superfície representada para
efeitos de estudo, planejamento e viabilização de projetos.

A planialtimetria pode ser utilizada para:

✔ Rodovias e ferrovias na escolha do melhor traçado e locação.


- Declividades máxima e mínima;
- Mínimo de curvas necessárias;
- Movimentação de terra;
- Locais sujeitos a inundação;
- Necessidades de obras de arte especiais.

✔ Linhas de transmissão de energia.


- Direção e largura da faixa de domínio da linha;
- Áreas de desapropriação;
- Melhores pontos para instalação de torres, postes e etc.

✔ Dutos de óleo, gás, água, esgoto, produtos químicos, etc.


- Estudar o relevo para a idealização do projeto;
- Determinar pontos onde é necessária a utilização de bombas para
recondução do escoamento.

✔ Serviços de terraplenagem.
- Estudar o relevo para fins de planificação;
- Movimentação de terras para construir edificações;
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 174

- Retificar as curvas de nível em atendimento a projetos idealizados;

✔ Construção de açudes, barragens e usinas.


- Determinar áreas de inundação pelas águas;
- Projetar desvios de cursos d‟água;
- Realizar estudos de impacto ambiental.

✔ Planejamento de uso da terra.


- Organizar o plantio;
- Prevenir erosões;
- Realizar projetos de irrigação;
- Definir a economia (criação ou plantio) mais apropriada para a região;
- Preservar áreas de interesse ecológico e ambiental.

✔ Planejamento urbano.
- Estudar e planejar a direção das vias;
- Estudar e planejar áreas industriais, comerciais, residenciais, de lazer e
recreação;
- Estudar e planejar o tráfego de veículos;

✔ Peritagem.
- Avaliar judicialmente a propriedade, estimando preço de venda e
valores de tributação.

11.3. Formas de representação

O relevo de uma área pode ser representado, pelo menos, das seguintes
maneiras:

- Perfis topográficos;
- Curvas de nível;
- Relevo sombreado; e
- Cores hipsométricas.

11.3.1. Perfis topográficos

Perfil é o desenvolvimento em um plano vertical da interseção do alinhamento


com a superfície topográfica.

Se o perfil é referente ao eixo do caminhamento recebe o nome de perfil


longitudinal. Se for perpendicular ao alinhamento, recebe o nome de perfil ou seção
transversal.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 175

Para o levantamento de um perfil, sobre um eixo, para projeto de abastecimento


d‟água, gasoduto, oleoduto, linhas de transmissão e outros projetos, necessita-se efetuar
um projeto preliminar onde os PI‟s, pontos de interseção, são previamente escolhidos. A
distância horizontal e a diferença de nível entre cada PI, é que determinarão o traçado
do perfil. O traçado se dará através da ligação em linha reta (de preferência) ou não,
entre cada PI.

Levantamento da linha

Os dados topográficos da poligonal, ângulos (horizontal e vertical) e distâncias


(distância horizontal e diferença de nível) são anotados nas cadernetas de campo de
nivelamento que já conhecemos.

Os detalhes altimétricos correspondem aos pontos da superfície topográfica que


mudam de aclividade ou declividade, sendo obtidos simultaneamente ao levantamento
da poligonal. Aclividade é a parte da superfície topográfica que sobe em relação ao
observador, e declividade é a parte da superfície topográfica que desce em relação ao
observador.

Os detalhes planimétricos referem-se a travessias sob ou sobre o eixo que está


sendo nivelado para o perfil, tais como, drenos, cursos d‟água, estradas, redes de
transmissão de energia, etc.

Com a finalidade de dar mais realce às variações das alturas, toma-se a escala
vertical dez vezes maior do que a escala horizontal:
Altitudes (m)
Ev = 1:200

706,1
705,5
705,2

704,4
703,8
703,5
702,9
702,6

701,9
701,5 Estacas (m)
EH = 1:2000

700
500 509 516 528 546 555 564 573 598 614 635

Perfil com linhas curvas

Exemplo elucidativo:

Desenhar o perfil do eixo de uma poligonal, que parte da estaca E0 (zero) até a
estaca E14. A nomenclatura „estaca‟ corresponde a uma distância de 20,00m.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 176

Estaca Cota Observações Estaca Cota Observações


0 164,50 Ponto A 7 158,70 N.A. do rio; margem esq. Ponto F
1 165,00 8 159,15
+ 10,40 165,40 Ponto A‟ 9 160,20
2 165,10 10 160,90
3 164,30 Ponto B 11 161,12
4 160,40 + 15,00 159,50 Ponto G
+ 10,50 158,70 Leito da estrada. Ponto C 12 158,80
+ 19,00 158,40 Leito da estrada. Ponto D 13 159,40
5 158,00 14 160,10
+ 18,00 158,60 N.A. do rio; margem esq. Ponto E

Solução:

A B

C F
D E

11.3.2. Curvas de nível

Curva de nível é uma linha sinuosa que liga pontos, na superfície do terreno, que
têm a mesma cota (ou altitude).

A curva de nível é uma forma de representação gráfica de extrema importância:


a planimetria possui uma forma de representação gráfica perfeita, que é a planta
(resultado da projeção da superfície num plano horizontal). Nela, os ângulos e
distâncias, embora reduzidos na escala, são representados fielmente. Enquanto isso, a
altimetria só conta com a representação gráfica em perfil. Mas o perfil só representa a
altimetria de um eixo, mas não de uma área. Então a visão geral do terreno fica
prejudicada, pois precisaríamos de um número imenso de perfis da mesma área em
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 177

diversas posições e direções, para termos uma visão panorâmica e nunca poderíamos
visualizá-los todos ao mesmo tempo.

A visão imaginativa geral da sinuosidade do terreno é dada então pelas curvas de


nível, que abrangem toda a área em estudo. Qualquer profissional conhecedor de curvas
de nível é capaz de visualizar o relevo do terreno com suas características.

As linhas das curvas de nível são geradas pela interseção de planos horizontais
com a superfície do terreno. Veja a seguir:

Elevação:

Os planos horizontais são paralelos e eqüidistantes. O valor da eqüidistância


vertical varia de acordo com a precisão requerida. A eqüidistância escolhida em cada
trabalho topográfico depende basicamente da escala da planta:

Escala Eqüidistância
1:500 0,5 metros
1:1000 1,0 metros
1:2000 2,0 metros
1:10000 10,0 metros

Para numerar as curvas de nível, costuma-se seccionar a linha, e colocar a sua


cota (ou altitude) entre os extremos seccionados.

Veja de forma elucidativa, a seguir, o esquema de delimitação de uma área


retangular ABCD a ser representada em planta planialtimétrica:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 178

O corte vertical do terreno, em bloco diagrama, segundo o contorno retangular


ABCD até uma profundidade de 15 metros abaixo do nível d‟água:

Corte horizontal de 5 em 5 metros do bloco diagrama, possibilitando visão


imaginativa do terreno:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 179

Projeção das curvas de nível na planta:

Características das curvas de nível:

● Duas curvas de nível jamais se cruzam, porque disto resultaria um único ponto
com duas cotas (altitudes) diferentes:

68
67
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 180

● Curvas de nível muito afastadas uma das outras significa que o terreno é
levemente inclinado, e quando muito próximas, um terreno fortemente inclinado:
68 68

67

66
67
65

66
64

65

● Curva de nível não pode desaparecer repentinamente:

68
67

66
65

64

Interpretação das curvas de nível:

1) Vertente:

É o elemento mais simples de se interpretar na superfície topográfica, pois é a


própria inclinação do terreno. Corresponde a superfície compreendida entre a linha de
cumiada e a linha de talvegue.
68
67
66
65
64

2) Linha de cumiada (cumeeira):

É o lugar geométrico dos pontos de cotas (ou altitudes) mais altas, onde são
divididas as águas.

62
63
64

64
63
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 181

3) Vale:

É o lugar geométrico dos pontos de cotas (ou altitudes) mais baixas, onde são
acumuladas as águas.

64
63
62

62
63

4) Linha de talvegue:

Quando as vertentes têm inclinações rápidas e uniformes provocando na sua


representação curvas de nível em ângulo agudo, formando uma linha de reunião de
águas. As cotas (ou altitudes) maiores abraçam as cotas menores.

62 61 60 59

5) Linha de espigão:

Quando as vertentes têm inclinações rápidas e uniformes provocando na sua


representação curvas de nível em ângulo côncavo, formando uma linha de divisão de
águas. As cotas (ou altitudes) menores abraçam as cotas menores.

60 62
59 61

6) Garganta:

Conhecida também como ponto obrigatório de passagem, a garganta é um ponto


de mínima cota (ou altitude) ao longo de uma seqüência de pontos elevados, ou seja,
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 182

quando queremos atravessar de um espigão para outro com qualquer via de transporte,
uma ferrovia, uma rodovia, uma linha de transmissão de energia elétrica, etc., este ponto
de mínima cota (ou altitude) é o local ideal para a travessia, pois subiremos menos de
um lado e desceremos menos do outro.

Pode-se entender a garganta também, como o ponto de cota (ou altitude) mais
baixa na linha de talvegue.

7) Depressão e elevação:

As depressões se distinguem das elevações, pelo fato de nas depressões as


curvas de nível de cotas (ou altitudes) maiores envolverem as curvas de cotas (ou
altitudes) menores e vice-versa no segundo.

Depressão Elevação

11.3.3. Relevo sombreado

O sombreamento executado diretamente em função das curvas de nível é uma


modalidade de representação do relevo.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 183

Consiste na pintura de sombras contínuas sobre certas vertentes, dando a


impressão de saliências iluminadas e reentrâncias não iluminadas.

A execução do relevo sombreado requer um ângulo de 45º com o plano da carta,


a partir de uma fonte luminosa (imaginária) à noroeste, de forma que as sombras sobre
as vertentes fiquem voltadas para sudoeste.

Representação de relevo sombreado

11.3.4. Cores hipsométricas

Além das curvas de nível, adotam-se cores para facilitar o conhecimento geral
do relevo. Faixas de determinadas altitudes recebem cores diferentes como o verde,
amarelo, laranja, sépia, rosa e branco.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 184

11.4. Métodos de levantamento de curvas de nível

São três os métodos que podem ser empregados para a obtenção das curvas de
nível:

- Seções transversais;
- Quadriculação; e
- Irradiação (taqueométrica);

11.4.1. Levantamento por seções transversais

Método rápido e preciso, quando a área a levantar tiver a forma de uma faixa
estreita e longa. É adequado na construção de estradas de rodagem, canais de irrigação e
drenagem, eletrificação rural, etc.

Consiste no traçado de uma poligonal aberta ou enquadrada acompanhando o


eixo longitudinal da faixa do terreno. Após o estaqueamento dos vértices, feito
normalmente a cada 20m, faz-se o nivelamento dos mesmos. Em seguida, a partir de
cada estaca dessa poligonal, traçam-se perpendiculares que devem abranger toda a faixa
da largura do terreno. O passo seguinte é nivelar as transversais, tendo cada uma como
referencial a estaca de ré, que deverá pertencer à poligonal de base. A obtenção das
cotas inteiras deverá vim de perfis correspondentes a cada nivelamento.

Exemplo elucidativo:

Eixo da poligonal: E0 – E11+10


Precisão do nível utilizado: 7mm/Km
Extensão da poligonal enquadrada: 0,230Km
Altitude inicial E0(partida da poligonal enquadrada): 12,370m
Altitude de chegada E11+10(chegada da poligonal): 18,002m

E0 E1 E2 E10 E11 E11+10


E3 E9
E4
E5 E8
E6 E7

1/1000
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 185

Apresentação da caderneta de nivelamento geométrico preenchida, do eixo da


poligonal enquadrada:

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO

Visada Visada Vante Altitude Correção Altitude


Est. Ré PI PM PR Provisória (mm) Definitiva
(m)
RN(E0) 4,800 17,170 12,370 - 12,370
E1 4,655 12,515 1 12,516
E2 3,700 13,470 1 13,471
E3 4,500 12,670 1 12,671
E4 4,990 12,180 1 12,181
4,128 16,308 -
E5 3,700 12,608 2 12,610
E6 3,448 12,860 2 12,862
E7 0,760 15,548 2 15,550
2,800 18,348 -
E8 1,535 16,813 4 16,817
E9 4,650 13,698 4 13,702
E10 2,700 15,648 4 15,652
E11 1,030 17,318 4 17,322
E11+10 0,350 17,998 4 18,002

Emáx = 2.e.(μ)½ = 2.7.(0,230)½ = 6,71mm

Ec = altitude de chegada real – altitude de chegada calculada = 18,002 – 17,998 = 4mm

Δη = 4 = 1,33mm/PR
3

Veja, a seguir, o modelo de preenchimento da caderneta de campo, para as três


primeiras seções transversais:
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 186

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO

Est. Leitura na mira PR Cota ou


Ré Vante Altitude
EO/1,650 - - 14,02 12,370
E+7,0 - 3,230 - 10,790
E+16,0 - 4,710 - 9,310
D+9,0 - 4,550 - 9,470
D+15,0 - 3,870 - 10,150
D+25,0 - 0,920 - 13,100
E1/1,72 - - 14,236 12,516
E+6,5 - 3,155 - 11,081
E+19,0 - 4,815 - 9,421
E+23,0 - 4,990 - 9,246
D+7,0 - 4,325 - 9,911
D+18,0 - 1,923 - 12,313
E2/1,69 - - 15,161 13,471
E+7,0 - 2,994 - 12,167
E+18,0 - 4,910 - 10,251
E+26,0 - 5,500 - 9,661
D+5,0 - 4,680 - 10,481
D+14,0 - 5,005 - 10,156
D+29,0 - 5,627 - 9,534

Perfil longitudinal:

1/100
18
17
16
15
14
13
12

1/1000
E0 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12

Cotas inteiras do perfil longitudinal:


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 187

1/100
18

17
16
15
14
13
12
13

13

13

14
15

16

15
14
14

15

16

17

18
E0 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 1/1000

Da mesma maneira, faz-se o perfil de cada seção transversal, passando as cotas


inteiras encontradas e suas respectivas posições para a planta planimétrica.

A união dos pontos de mesma cota dará as curvas de nível:

16
9
10
11 12
17 18

E0 E1 E2
E3 E10 E11 E11+10
E4 E9
E5 E8
E6 E7
14 15
10 14
11 16
10 15
12 11 13
13 11
12
12

1/1000

11.4.2. Levantamento por quadriculação

É o método mais exato e também o mais trabalhoso. É facilmente aplicável para


pequenas áreas e impossível para grandes glebas. Pela precisão, é recomendado quando
se trata de movimentação de terra para edificações, irrigação, barragens, etc.

O método consiste em fazer a quadriculação do terreno, colocando estacas em


cada vértice dos quadrados, e proceder ao nivelamento geométrico de todas as estacas.

A quadriculação deve ser feita com o emprego do teodolito, para dar as direções,
e a trena, para a marcação das distâncias.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 188

Para a marcação, marca-se inicialmente uma linha M-N de preferência no eixo


longitudinal do terreno (se existir). A subdivisão desta linha em estacas de d em d
metros, vai depender do grau de precisão desejado, podendo ser a cada 5, 10, 20 metros.
Em seguida são tiradas perpendiculares para cada estaca da linha M-N, que também são
estaqueadas de d em d metros. Costuma-se utilizar letras para definir as linhas, numa
direção e algarismos nas outras.

A operação seguinte é o nivelamento geométrico de todas as estacas. A obtenção


das cotas inteiras para o traçado das curvas de nível, vai depender de processos de
interpolação ou gráficos.

Como fazer a interpolação:

Considere uma linha AB de cotas (ou altitudes) conhecidas nos seus extremos
A=12,4 e B=13,4. O propósito é encontrar nesta linha a cota inteira 13,0, por onde
deverá passar a curva de nível.

Compr. da linha 20m

D
Cota 13
Cota A (12,4) 0,4 Cota B (13,4)
0,6

Perpendicular à linha AB foram marcadas as distâncias 0,6 e 0,4 em qualquer


escala, contanto que iguais. São os valores para chegar de 12,4 a 13 (0,6) e de 13,4 a 13
(0,4). Obtêm-se os pontos C e D da reta CD que cruza a linha AB exatamente na cota
13.

Como construir o gráfico:

Na situação anterior, linha AB, reconstitui-se o perfil

13,4
13

12,4
12

Escala da planta
A E B
Dist. a ser transportada
Compr. da linha AB = 20m

Transporte a distância AE a partir de A, para marcação no desenho,


determinando a posição da cota inteira de 13m.
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 189

Exemplo elucidativo:

A partir da caderneta (preenchida), abaixo, de um levantamento planialtimétrico


pela quadriculação do terreno, desenhar as curvas de nível.

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO


Visada Visada Vante Altitude Altitude
Est. PR Correção
Ré PI PM Provisória Definitiva
A (RN) 0,10 100,10 100,00 -
B1 1,60 98,50 -
B 0,80 99,30 -
C 1,40 98,70 -
D 2,10 98,00 -
E 3,20 96,90 -
C1 1,80 98,30 -
D1 3,10 97,00 -
D2 3,30 96,80 -
C3 3,50 96,60 -
C2 2,60 97,50 -
B3 3,70 96,40 -
B2 2,60 97,50 -
A2 2,90 97,20 -
A1 1,50 98,60 -
E 3,20 96,90 -
0,10 97,00 -
F 0,70 96,30 -
G 1,00 96,00 -
F1 1,10 95,90 -
G1 1,10 95,90 -
G2 1,40 95,60 -
G3 1,70 93,30 -
F3 1,90 95,10 -
E3 1,00 96,00 -
E2 0,70 96,30 -
F2 1,40 95,60 -
E1 0,50 96,50 -
E3 1,00 96,00 -
0,60 96,60 -
E4 1,00 95,60 -
F4 2,00 94,60 -
G4 1,30 95,30 -
G5 1,50 95,10 -
F5 2,60 94,00 -
E5 1,80 94,80 -
D5 1,60 95,00 -
D4 0,80 95,80 -
D3 0,10 96,50 -
0,40 96,90 -
C4 1,00 95,90 -
C5 1,90 95,00 -
B5 2,00 94,90 -
A5 2,20 94,70 -
A4 1,60 95,30 -
A3 0,90 96,00 -
B4 1,20 95,70 -
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 190

Solução:

Croqui com as cotas calculadas (apenas perfis verticais) e interpoladas.

Planta planialtimétrica desenhada:


Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 191

11.4.3. Levantamento por irradiação

É o método recomendado para áreas grandes e relativamente planas. Consiste em


levantar poligonais principais e secundárias interligadas. Todas as poligonais devem ser
niveladas e delas serem irradiados os pontos notáveis do terreno, nivelando-os e
determinando a sua posição através de ângulos e de distâncias horizontais.

O uso da taqueometria na determinação das distâncias horizontais é de grande


ajuda, e economiza tempo, além de reduzir o número de pontos topográficos a serem
cravados no terreno ao longo das linhas de nivelamento.

Os perfis devem ser traçados para a confecção das curvas de nível, tanto para as
poligonais principais, como para as secundárias e linhas irradiadas.

Exemplo elucidativo:

Seja desenhar curvas de nível em um terreno de quatro lados:


03
20m
7m
• 15m
20m
20m
20m 20m
04
10m

20m
20m 197m

20m
20m
167m

20m
20m
145m
20m
20m

20m
20m

121m 20m
20m
20m

20m • 02
• 20m 20m
20m 20m
01 20m 20m

Medida do comprimento dos lados:


Linha 01-G = 121m
Linha 01-J = 145m
Linha 01-03 = 197m
Linha 01-P = 167m
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 192

Solução:

Criar perfis para as linhas principais e irradiadas da poligonal (Linha 01-02;


Linha 02-03; Linha 03-04; Linha 04-01; Linha 01-P; Linha 01-03; Linha 01-J; e Linha
01-G), a partir de caderneta de nivelamento apresentada:

47 m
N
40 m O
P M
Q

75 m
L
R

197 m
167 m K
S

145 m I

60 m
150 m

G
121 m
X
40 m

D E
B C
A
120 m

Ilustração do perfil longitudinal da linha 01-02.

Sem escala

40
35
30
25
20
15
10 Sem escala

01 A B C D E 02
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 193

Passar as cotas inteiras encontradas nos perfis, e suas respectivas posições, para
a planta planimétrica;

Ilustração da projeção das cotas inteiras a cada metro para o perfil da linha 01-
02.

Sem escala

40

35
30
25
20
15
10 Sem escala

01 A B C D E 02
Ivancildo F. dos Santos – IF-AL Campus Palmeira dos Indios 194

Unir pontos de cotas inteiras gerando as curvas de nível.

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