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PPR

PROGRAMA DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA

Agosto/2018

Coordenação: Key Lima


Instrutor: Eng Ricardo Silva

Fonte: OIT, CAP 10


Fonte: PPR-2016, FUNDACENTRO
A relevância do tema de uma publicação da RBSO (Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional) é amplamente reconhecida.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima em 35


milhões anuais os casos de doenças relacionadas ao trabalho por
exposição a substâncias químicas com a ocorrência de 439.000
mortes, incluindo, entre outras causas relacionadas, 36.000 óbitos
por pneumoconioses, 35.500 óbitos por doenças respiratórias
crônicas, 30.700 óbitos por doenças cardiovasculares e 315.000
óbitos por câncer (ILO, 2004).

.
A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, estima que esses
cânceres provoquem uma perda anual de 1,4 milhão de anos de vida
saudável e que as intoxicações agudas por produtos químicos sejam
responsáveis por outros 7,5 milhões de anos de vida saudável perdidos
pela população mundial (WHO, 2002). Certamente, há muito por
conhecer, discutir e fazer a respeito da origem, do controle e da
prevenção desses problemas, que não são recentes, embora estejam
ganhando amplitude pela inclusão constante de novas substâncias no
mercado e pelo aumento contínuo de seu uso.
Em um dos artigos (RBSO), intitulado Características da Exposição
Ocupacional a Poeiras em Marmorarias da cidade de São Paulo,
são reportadas altas concentrações de poeira originadas pelas
ferramentas utilizadas no setor de acabamento a seco.
As concentrações de sílica chegaram a ser muitas vezes
superiores ao valor do limite de exposição ocupacional
recomendado, mas foi apontada a possibilidade de se reduzir
significativamente as concentrações ambientais com a
adoção de um processo de acabamento a úmido, uma
medida de proteção coletiva dos trabalhadores......
Avaliação

Caracteriza-se pelo conjunto de ações


necessárias para se realizar uma
caracterização completa de um
determinado ambiente ou da exposição
ocupacional de trabalhadores.
Monitoramento

É o processo periódico
e sistemático de avaliação
ambiental de um agente de risco.
• Programa - Pode ser a prévia
declaração daquilo que se pondera
fazer relativamente a alguma matéria
ou ocasião, convém destacar que um
programa de desenvolvimento é a
noção que dá nome à serie de ações
organizadas com o objetivo de
melhorar as condições de vida numa
dada população.

P • Proteção – ato/ação de manter,


cuidar ou preservar algo, ou
P continuar uma prática de costumes.
Preservação, manter algo na sua

R forma inicial ou natural. Cuidar para


que a natureza do ser, objeto ou idéia
se mantenha no estado puro, como
foi criado.

• Respiratória – relativo ao sistema


respiratório e, ou à cadeia
respiratória.
Defesas Naturais do
Organismo

Pelos: os pelos do nariz servem para segurar e


prender as partículas maiores que inalamos junto
com o ar

Cílios: os cílios são pequenos pelos que auxiliam no trabalho de


purificação do ar. Pulsando de 10 a 12 vezes por segundo, eles
movimentam as partículas que possam ter passado pelo nariz, de modo
que seja possível expectorá-las.

Muco: as vias respiratórias possuem uma substância líquida chamada


muco, que serve, juntamente com os cílios, para arrastar essas
partículas até a garganta. A tosse é um reflexo do corpo que expulsa e
joga fora essas partículas.
O objetivo da publicação da FUNDACENTRO é auxiliar os
profissionais responsáveis pela elaboração, implementação e
administração de um programa que abrange a seleção, a
utilização e a manutenção corretas dos equipamentos de
proteção respiratória (EPR).

Estas recomendações referem-se à proteção de


trabalhadores contra a inalação de contaminantes perigosos e
contra a inalação de ar com deficiência de oxigênio nos locais
de trabalho por meio do uso de respiradores.

Não cobrem os respiradores para mergulho, os sistemas com


oxigênio para aviação, o uso de respiradores em combates
militares e os inaladores ou ressuscitadores utilizados na área
médica.
Objetivo do PPR

O uso de EPR tem como objetivo principal prevenir a exposição


por inalação de substâncias perigosas e/ou ar com deficiência
de oxigênio.

Quando não for possível prevenir a exposição ocupacional, o


controle da exposição adequada deve ser alcançado, tanto
quanto possível, pela adoção de outras medidas de controle
que não o uso de EPR.

Medidas de controle de engenharia, tais como, substituição de


substâncias por outras menos tóxicas, enclausuramento ou
confinamento da operação e sistema de ventilação local ou
geral e medidas de controles administrativos, como a redução
do tempo de exposição, devem ser consideradas.
O uso de EPR é considerado o último recurso na hierarquia
das medidas de controle e deve ser adotado somente após
cuidadosa avaliação dos riscos.
Existem situações, entretanto, nas quais ainda pode ser
necessário o uso de um respirador, tais como:
a) outras medidas de controle já foram adotadas, mas a exposição à inalação
não está adequadamente controlada;

b) a exposição por inalação excede os limites de exposição e as medidas


de controle necessárias estão sendo implantadas;

c) a exposição por inalação é ocasional e de curta duração, sendo impraticável


a implantação de medidas de controle permanentes (por exemplo,
em trabalhos de manutenção, de emergência, fuga e resgate).
DESAFIOS DO DIA-A-DIA
SEGURANÇA:
•Correta
Identificação dos
Riscos
•Confiabilidade
da concentração
dos químicos no SAÚDE:
ORGANIZAÇÃO:
•NR 1 ar •Aptidão
•NR 6 •ControlesX EPI POPULAÇÃO: •Acompanha-
•Treinamento •Participação mento
•IN 01, de •Validação de
11/04/1994 - PPR •Vedação efetiva
•Melhoria •Visão Exames
•Sensibilização
da Supervisão Contínua •Exames •Monitoramento
•Fornecedores Médicos das condições
•Planejamento físicas e de
•Recursos •Higienização do •Regras
EPR saúde
•Procedimentos
Legislação Aplicável

•Instrução Normativa nº 1 do Ministério do Trabalho


e Emprego, publicada em 11/04/1994;

•Base: NR 1, 6, 7, 9, 15, 22, 32, 36

* Normas e documentos internacionais (ANSI, ISO e


Regulamentos – OSHA são considerados na
elaboração e nas revisões do PPR.
Instrução Normativa nº 1, de
11 de abril de 1994

Art. 1º O empregador deverá adotar um conjunto de


medidas com a finalidade de adequar a utilização os
equipamentos de proteção respiratória – EPR, quando
necessário para complementar as medidas de proteção
coletiva implementadas ou enquanto as mesmas
estiverem sendo implementadas, com a finalidade de
garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os
riscos existentes nos ambientes de trabalho.
§ 1º As medidas previstas neste artigo deverão observar os seguintes
princípios:
I. o estabelecimento de procedimentos escritos abordando, no mínimo;
a. os critérios para a seleção dos equipamentos;
b. o uso adequado dos mesmos levando em conta o tipo de atividade e as
características individuais do trabalhador;
c. a orientação ao trabalhador para deixar a área de risco por motivos
relacionados ao equipamento;
II. a indicação do equipamento de acordo com os riscos aos quais o
trabalhador está exposto;
III. a instrução e o treinamento do usuário sobre o uso e as limitações do
EPR;
IV. o uso individual dos equipamentos, salvo em situações específicas,
de acordo com a finalidade dos mesmos;
V. a guarda, a conservação e a higienização adequada;
VI. o monitoramento apropriado e periódico das áreas de trabalho e dos
riscos ambientais a que estão expostos os trabalhadores;
VII. o fornecimento somente a pessoas fisicamente capacitadas a realizar
suas tarefas utilizando os equipamentos;
VIII. o uso somente de respiradores aprovados e indicados para as
condições em que forem utilizados;
IX. a adoção da proteção respiratória individual após a avaliação
prévia dos seguintes parâmetros:
a. características físicas do ambiente de trabalho;
b. necessidade de utilização de outros EPI;
c. demandas físicas específicas das atividades de que o usuário está
encarregado;
d. tempo de uso em relação à jornada de trabalho;
e. características específicas de trabalho tendo em vista a
possibilidade da existência de atmosfera imediatamente perigosas
à vida ou à saúde;
X. a realização de exame médico no candidato ao uso do EPR,
quando por recomendação médica, levando em conta, dentre
outras, as disposições do inciso anterior, sem prejuízo dos exames
previstos na NR 07.
§ 2º Para a adequada observância dos princípios previstos
neste artigo, o empregador deverá seguir, além do disposto nas
Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho,
no que couber, as recomendações da Fundação Jorge Duprat
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho –
Fundacentro contidas na publicação intitulada “Programa de
Proteção Respiratória – Recomendações , Seleção e Uso de
Respiradores” e também as Normas Brasileiras, quando
houver, expedidas no âmbito do Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
CONMETRO.
Art. 2º A seleção dos EPR deverá observar, dentre outros, os
valores dos fatores de proteção – FP atribuídos (FPA) contidos
no Quadro I anexo à presente IN.

Parágrafo único. Em atmosferas contendo sílica e asbesto, além


dos requisitos estabelecidos neste artigo, o empregador deverá
observar, na seleção do respirador adequado, as indicações dos
Quadros II e III anexos à presente I.N.
Art. 3º Os EPR somente poderão ser comercializados acompanhados
de instruções impressas contendo, no mínimo, as seguintes
informações:
I. a finalidade a que se destina;
II. a proteção oferecida ao usuário;
III. as restrições ao seu uso;
IV. a sua vida útil;
V. orientação sobre guarda, conservação e higienização;

Parágrafo único. As instruções referidas neste artigo deverão


acompanhar a menor unidade comercializada de equipamentos.
Fonte: Manual de Proteção Respiratória. Torloni, M. Classificação dos riscos respiratórios com
vistas à seleção de respiradores ou filtros (adaptado da ABNT NBR 12543)
AGENTES DE RISCOS AMBIENTAIS
ESTADO FORMA CONCENTRAÇÃO NO OPERAÇÕES / FONTES
FÍSICO AR GERADORAS
Indústria Química,
GASOSO GASES Geralmente grande, pois se Petroquímica, Processos de
mistura totalmente no ar Combustão
Utilização de solventes,
VAPORES Função da (Temp..e aplicação de tintas e colas
Pr.Vapor)

NÉVOAS Geração mecânica d> 0,5 Pulverizações


um
LÍQUIDO
NEBLINAS Geração por. Condensação e Ácidos e bases
têm d<0,5 um

POEIRAS Natural: d > 10 um Erosão eólica


Lixamento, moagem e
Industrial: d entre 0 e 100 peneiramento
um
SÓLIDO Processos de soldagens e
FUMOS Gerados por condensação fundição
ou oxidação e têm d<0,5um

FIBRAS Função (L, D) Moagem de amianto, fiação


e tecelagem
Fração de amostra do ar

•Inalável
(Entrada pelo
nariz e boca)

•Torácica
(Penetração além
da Laringe)

•Respirável
(Penetração além
dos Bronquíolos)
RESPIRABLE

THORACIC

INHALABLE

1 4 7 10 30 100
Fonte: American Chemical Society
Química no mundo!!!
O que temos HOJE?

Data: 11/04/2012 Hora: 19:36:34


Cont.: 65.990.377 Substâncias orgânicas e inorgânicas
63.675.147 sequências

Data: 15/11/2009 Hora: 18:00:59


Cont.: 50.958.793 Substâncias orgânicas e inorgânicas
61.398.519 sequências

Date: 7 de abril, 17:01 de 2006


Count: 27.704.019 Substâncias orgânicas e inorgânicas
57x106 sequências
> 100.000.000 entre substâncias e produtos químicos
no mundo. (fonte C.A.S.)

> 65.000 são de uso industrial.

Aprox. 1.000 possuem Limite de Tolerância no


mundo (ref. NIOSH)

Aprox. 700 possuem TLV na ACGIH.

Aprox. 160 possuem L.T. no Brasil.

IBE: da ACGIH ~ 40 / da NR 7 ~ 26
Riscos aceitável?

Probabilidade de
que um efeito ou
dano seja
tolerado por um
organismo.
Ou seja, que o
benefício real
trazido pela
SITUAÇÃO seja
maior do que o

risco......

Eng Ricardo Silva


ricardo@sigmaster.c
FISPQ
A FISPQ é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) conforme norma, ABNT-NBR 14725. Este documento,
denominado “Ficha com dados de Segurança” segundo Decreto nº 2.657 de
03/07/1998 (promulga a Convenção número 170 da Organização Internacional
do Trabalho - OIT), deve ser recebido pelos empregadores que utilizem
produtos químicos, tornando-se um documento obrigatório para a
comercialização destes produtos.

Para atender aos requisitos atuais da NR 26 – MTE a FISPQ


deve estar nas configurações do GHS.

Os trabalhadores devem receber capacitação para


identificação de perigos.

Para atender a NR 9 e NR 20 os produtos químicos, análise


de riscos para NR 20 devem estar vinculados no PPRA
Foto: Ricardo Silva Foto: Ricardo Silva

O2 UV Oº Oº CO – combustão incompleta
F- - Liberados do fluxo de solda
N2 UV Nº Nº
Nº + O2 = NO2 Nos livros: A + B C+D
NO Nos processos Industriais:
A+B A+B+C+D+.........+W+Z
O3

Metais Fe, Cu, Mn, Mg, Ni, Si, Mo.......;


Compostos das ligas utilizadas em cada processo / Névoa de óleo, óleo impregnado em peças metálicas
 COMPOSIÇÃO DO AR
 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Ar respirável, em condicões normais, significa:


 Conter, no mínimo 19,5% de oxigênio;
 Estar livre de substâncias estranhas;
 Estar com pressão e temperatura que não
causem lesões ao organismo humano.
Concentração de O2 em volume

% de O2 EFEITOS
20,9 a 16,0 Nenhum;
16,0 a 12,0 Perda da visão periférica, dificuldade respiratória;
perda de raciocínio;
12,0 a 10,0 Perda da capacidade de julgamento, baixa
coordenação muscular, possibilidade de danos ao
coração;
10,0 a 6,0 Náuseas e vómitos , incapacidade de executar
movimentos com vigor, inconsciência e em
seguida a morte;
<6 Movimentos convulsivos, morte em minutos.
Consumo de oxigênio e volume de ar
Nível de esforço físico
Níveis de esforço e atividades correspondentes (de
acordo com a ISO 16975.1)
Limiar de Odor / IPVS
IPVS - Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde
Condição considerada imediatamente perigosa à vida ou à
saúde. Refere-se à exposição aguda, que supões uma
ameaça direta de morte ou consequências adversas
irreversíveis à saúde, imediatas ou retardadas, ou
exposição aguda aos olhos que impeça a fuga da
atmosfera perigosa.
A concentração IPVS é o nível máximo de exposição
durante 30 minutos, na qual o trabalhador pode escapar
na eventualidade de o respirador falhar, sem perda de
vida ou a ocorrência de feito irreversível à saúde, imediato
ou retardado.
(Procurar valores em NIOSH IDHL).... Álcool etílico: LT=780
ppm; IPVS=15000 ppm, Gás sulfídrico: LT= 8 ppm; IPVS =
300 ppm Cádmio: LT= 0,005 mg/m3; IPVS = 9 mg/m3;
Cloro (Cl2 ) LT=0,8 ppm; IPVS= 30 ppm
Um local é considerado IPVS quando:

1. É desconhecido
2. A concentração do contaminante é superior a
sua concentração IPVS ou suspeita-se de ser
superior a IPVS.
3. É um espaço confinado com % O2 menor 20,9
(a não ser que a causa da redução seja
conhecida ou controlada).
4. % O2 menor que 12,5 % ao nível do mar (ou
pressão parcial de oxigênio menor que 95
mmHg).
5. Pressão atmosférica local menor que 450
mmHg (4240 m de altitude)
Respiradores para uso em atmosferas IPVS

• Máscara autônoma de demanda com


pressão positiva, com peça facial inteira, ou
• Respirador de linha de ar comprimido de
demanda com pressão positiva, com peça
facial inteira, combinado com cilindro auxiliar
para escape
Classificação dos respiradores (adaptado da ABNT NBR12543).
Fonte: Manual de Proteção Respiratória; Torloni, M.
FATOR DE PROTEÇÃO ATRIBUÍDO - FPA
(PPR - FUNDACENTRO)

DEFINIÇÃO: É o nível de proteção que se espera


alcançar no ambiente de trabalho, quando um
trabalhador treinado usa um respirador em bom
estado, ajustado de modo correto, durante todo o
tempo que permanece na área contaminada.
Respirador semi-facial
(sem manutenção, descartável)
Respirador semi-facial
(com manutenção)
PFA =10
Filtros
Respiradores Purificadores de Ar
Não Motorizados Peça Facial
Inteira FPA = 100
Respirador – Linha de Ar

AR RESPIRÁVEL PODE VIR:


A) COMPRESSOR DE AR PORTÁTIL NESTE CASO DEVE-SE USAR UMA UNIDADE FILTRANTE DE
TRÊS ESTÁGIOS QUE REMOVA PARTÍCULAS SÓLIDAS, LÍQUIDAS, VAPORES DE
HIDROCARBONETOS E ODORES DO AR FORNECIDO E DE PREFERÊNCIA COM
MONITORAMENTO DE MONÓXIDO DE CARBONO.

B) LINHA DE AR COMPRIMIDO, NESTE CASO USAR A MESMA UNIDADE FILTRANTE DESCRITA


ACIMA.
Mascara Facial
Linha de
ar fluxo
contínuo
Mascaras Facial e semi-facial

Linha de
ar fluxo
contínuo
Unidade móvel de ar Sistema portátil de tratamento de ar
Mascaras Autonomas
Mascara de Fuga
ETAPAS - PPR
Item 3.2 do PPR - Elementos do programa
Conteúdo mínimo: O texto do PPR deve conter, no mínimo, os
seguintes elementos:
a) política da empresa na área de proteção respiratória;
b) abrangência;
c) indicação do administrador do programa;
d) regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos;
e) avaliação dos riscos respiratórios;
f) seleção do respirador;
g) avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários;
h) treinamento;
i) ensaio de vedação;
j) uso do respirador e política da barba;
k) manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores;
l) guarda e estocagem;
m) uso de respirador para fuga, emergências e resgates;
n) qualidade do ar/gás respirável;
o) revisão do programa;
p) arquivamento de registros.
A maioria desses elementos deve ser detalhada na forma de procedimentos
operacionais escritos.
3.2.2 do PPR - Procedimentos operacionais
Os procedimentos operacionais descrevem as ações tomadas
pela empresa para atender aos requisitos contidos nos itens
3.2.2.1 e 3.2.2.2. 3.2.2.1 Procedimentos operacionais para o uso
rotineiro de respiradores
Os procedimentos operacionais devem ser escritos e, incluir, no
mínimo:
a) seleção dos respiradores para cada operação em que seu uso seja
considerado necessário;
b) avaliação da condição médica dos usuários;
c) treinamento dos usuários;
d) ensaios de vedação adotados;
e) distribuição dos respiradores;
f) limpeza, higienização, inspeção, manutenção, descarte e guarda dos
respiradores;
g) monitoramento do uso;
h) monitoramento do risco.
Esses tópicos serão detalhados adiante.
A avaliação dos riscos respiratórios é essencial para o
processo de seleção e uso do respirador adequado e
deve ser realizada por pessoa competente.

A avaliação completa dos riscos inclui três etapas:


a) avaliação dos perigos no ambiente;
b) avaliação da adequação do respirador à
exposição;
c) avaliação da adequação do respirador à tarefa, ao
usuário e ao ambiente de trabalho.

A análise dos parâmetros contidos nessas etapas deve ser realizada


antes de serem iniciadas as tarefas, sejam de rotina ou de
emergência, e repetida quando as condições de trabalho se
alterarem.
Avaliação dos perigos no ambiente de trabalho
a) determinar se existe risco potencial de deficiência
de oxigênio. Quando existir, determinar o nível de
oxigênio mais baixo que possa ocorrer em trabalhos
de rotina ou em emergência;

b) identificar os contaminantes que possam estar presentes no


ambiente de trabalho e seu estado físico (particulado, gás, vapor).
Quando o contaminante não puder ser identificado e não existirem
orientações
claras, o perigo deve ser considerado desconhecido e a atmosfera
deve ser considerada IPVS. Deve ser verificado também se a pressão
de vapor de cada contaminante, que indica maior ou menor
quantidade de vapor gerado por um líquido ou um sólido, é
significativa na máxima temperatura prevista no ambiente de
trabalho;
c) determinar se existe óleo presente no caso de
contaminantes particulados.
Se a presença de aerossol oleoso é desconhecida, será
assumido como existente. Exemplos de atividades
conhecidas por produzirem aerossol oleoso incluem o uso
de compressor de ar com lubrificantes oleosos e a
operação de veículos com motor de combustão interna. A
presença de óleo no ar pode ser determinada pelo método
NIOSH 5026 (oil mist, mineral);

d) identificar o limite de tolerância, ou qualquer outro limite de


exposição, ou estimar a toxidez dos contaminantes. Verificar se
existe concentração IPVS para os contaminantes;
e) determinar se existem regulamentos ou legislação
específica para os contaminantes. Se existir, a seleção do
respirador dependerá desses regulamentos;
f) medir ou estimar a concentração dos contaminantes na
condição de exposição ocupacional mais crítica prevista
nas operações de rotina, emergência, resgate ou escape,
obedecendo às boas práticas de Higiene Ocupacional;
g) determinar a possibilidade de ocorrência de condições IPVS;
h) determinar se os contaminantes presentes podem ser absorvidos
pela pele, se produzem sensibilização da pele, se são radioativos,
irritantes ou corrosivos para os olhos ou a pele, carcinogênicos etc.;
i) determinar se são conhecidos os limiares de odor, de paladar ou para
a indução de irritação da pele para os gases e vapores contaminantes.

Informações sobre o monitoramento de riscos respiratórios podem ser


obtidas no Anexo 3 do PPR-FUNDACENTRO.
Parâmetros especificados para utilização
dos respiradores

Tempo
Característic
Outros de Uso
as Físicas Atividade
Epis Durante Substanc
Do que o Tipo de
Demanda Utilizado a Frequênc ias que
Setor Ambiente, Empregado Respirad
Física s na Jornada ia Estão
Temperatura Utiliza or
Atividad De Expostos
Umidade, Respirador
e Trabalho
PPO2.
.
Respira .
Temperatur Trabalho dor Protetor
a: 20º Leve purifica 4 horas Formald
auditivo Diário
Umidade: XXX. dor de /Media eído
tipo
58% ar tipo concha,
XXX PPO2: peça Luvas
Média facial nitrílicas
estimada . 4 horas Clorofór
anual: 145 Trabalho Botina Diário
XXXXX facial /Media mio
mmHg Leve de
couro.
Avaliação da adequação do respirador à
exposição
Respirador adequado à exposição a agentes químicos é
aquele que reduz a exposição do usuário a valores abaixo
dos valores considerados aceitáveis, como, por exemplo, o
Limite de Exposição Ocupacional (LEO).
Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR), COMO DETERMINAR?

a) calculando quantas vezes a concentração mais crítica de exposição (C)


prevista nas operações de rotina ou de emergência é maior do que o
limite de exposição ocupacional aplicável (LE), isto é, FPMR = C/LE; ou

b) obedecendo a regulamentos ou legislação específica.

O Anexo 5 do PPR-FUNDACENTRO apresenta um


procedimento para a seleção do respirador para
uso rotineiro que permite obter o FPMR pelo
método das bandas de controle (control banding).
Caso 1
Exposição a Poeira contendo Sílica

Para determinar o FPMR é necessário conhecer o


Limite de Exposição a concentração do contaminante no ar....

1. Qual será o LT para uma amostra de poeira respirável


contendo sílica? Considere que a amostra possui 0,12% de sílica

2. Considere que a amostra apresentou concentração de


4,12 mg/m³ de poeira

FPMR?
Exemplos:

Aplicar e determinar o FPMR para o Caso 1


Omissão de Uso – Queda do FPA

FPE = FATOR DE PROTEÇÃO EFETIVO


T = TEMPO DURANTE O QUAL RESPIRADOR DEVE SER USADO
TU = TEMPO DURANTE O QUAL RESPIRADOR FOI EFETIVAMENTE USADO
FPA = FATOR DE PROTEÇÃO ATRIBUÍDO
TO = TEMPO DE OMISSÃO DE USO DO RESPIRADOR
Deixar de usar por apenas 30 minutos,
resultou na redução da proteção
FPA=100 para 10.
Caso 2
Usando TLV-ACGIH
1-Na legislação brasileira onde localizamos LTs para agentes
químico?
De que forma eles são tratados, os estudos estão baseados
somente no tempo de exposição?
2-O método NIOSH 0600 é utilizado para avaliações quantitativas
de poeiras insolúveis ou pouco solúveis, não classificadas de outra
forma. Sabendo que no Brasil não há LT para esta forma de poeira
e que na ACGIH o TLV-TWA é de 3 mg/m³ para PNOS Respirável
qual deve ser o valor de referência (novo TLV) bem como o nível
de ação se a jornada for de 44 horas/semana?
Caso 3
Indicação da Proteção Respiratória
1-Analisamos 3 atividades diferentes na mesma
empresa, conforme quadro 1, a seguir. Com base
nos dados das 3 atividades (A; B; C), determine:
a) tipos de respiradores purificadores de ar, atendendo as condições previstas na IN nº1
de Abril de 1994 do MTE.
b) Quais são os efeitos críticos relacionados aos agentes ambientais?
c) Há necessidade de prever outros tipos de proteção individual, além da respiratória?
d) Quais são os estados físicos (da matéria) que esses contaminantes se apresentam no
ambiente, nas condições atmosféricas?
e) Qual a forma de contato com o trabalhador (absorção, adsorção, ingestão, inalação.....)?
g) Na situação “A”, existem 4 expostos, em “B” 10 expostos e em “C” 6 expostos.
Se você, fosse solicitado a orientar a empresa qual a situação de trabalho que merece
prioridade de atuação para controle, conforme prevê a NR 9 MTE- PPRA,
pelo fato de que a organização que você está orientando não dispõe de verba para
atuação imediata em todos os casos; para qual situação você estabeleceria a
prioridade imediata? Qual o parâmetro utilizado para sua resposta? Há nele apoio legal e
fundamento técnico?
Quadro 1. Empresa WSS1PYD

Condição/Local de Tempo de
Agente químico Concentração
Trabalho exposição/dia
A (Mistura de
Formaldeído 2,1 ppm 4h
componentes)
Fumos de metais: --------------
B (processo de
Ferro 4,92 mg/m³ 8h
soldagem)
Manganês 1,06 mg/m³
C (limpeza de
Tolueno 62 ppm 8h
peças)
Caso 4
Seleção de Respirador

Outras
Limite exposição
caracterís
Conc Nível
FPMR ticas
Setor Atividade Agen-te entra- de
ACGIH (C/LT) Irritante
ção NR 15 ação
Corrigido olhos /
pele/ TRS
Formal- 6,5 TWA 0,1
Analise deído ppm ppm 0,8
Analises 1,6 ppm Sim
Laborato STEL 1,0 ppm
físico
rial ppm
químico
Animal Clorofór 22,75 TWA 8,8 10
20 ppm Sim
mio ppm ppm ppm
Efeitos Tipo de risco
combinado com maior
s da efeito
mistura individual

Outras considerações para a seleção do tipo de respirador


( ) Protetor aurditivo ( ) Óculos de proteção
Necessidade de uso de
( ) Capacete de proteção
outros EPI's:
( ) Máscara solda ( ) Outros
( ) Ambiente com baixas temperaturas
Temperatura do local é diferente da temperatura ( ) Ambiente com altas temperaturas
ambiente: ( )Temperatura variável
( ) Não
Necessidade de comunicação sonora com outros
Finalidade da comunicação:
empregados: ( ) Sim ( ) Não
Dados para seleção do tipo de respirador
Fator de proteção Consultar o Quadro I - Fatores de Proteção
requerido Atribuídos para EPR da IN 01.
4,06 ppm
(intensidade/limite de O Fator de Proteção Atribuído deve ser maior que
exposição) Fator de Proteção Requerido

Tipo de respirador indicado segundo IN 01. Fator de Proteção Atribuído:


Seleção do Respirador para uso rotineiro
utilizando o método de bandas de
controle, Anexo 5 do PPR -
FUNDACENTRO
Baseia-se em conceitos e parâmetros técnico-
científicos modernos segundo tendências
internacionais, não havendo, contudo,
equivalência com o critério legal.

Este procedimento permite obter o FPMR pelo


método das bandas de controle (control
banding).
Não exige o conhecimento do valor da concentração de
exposição, nem do limite de exposição.
A toxicidade das substâncias químicas e
as frases de perigo
(Hazard Phrases) ou “frases H”

Nota 1: A classificação das substâncias por tipo de perigo foi


estabelecida pelo Parlamento Europeu no Regulamento nº
1.272/2008 sobre Classificação, Rotulagem e Embalagem de
Substâncias e Misturas (Classification, Labelling and Packaging of
Substances and Mixtures – CLP Regulations).
Nota 2: A equivalência entre as frases H e as frases R (Risk Phrases –
Frases de Risco), adotadas inicialmente pelo Sistema Globalmente
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos
(GHS), pode ser obtida em
http://ghs.dhigroup.com/PagesGHS/TranslationTool.aspx.
Passo 1: Determinação do grupo de perigo à
saúde
Passo 2: Determinação da quantidade da
substância utilizada
Quadro 3 Quantidade da substância utilizada
Determinação da facilidade de geração de aerossol ou da
volatilidade da substância utilizada

Passo 4: Determinação do fator de


proteção mínimo requerido
1ª. ETAPA: consiste em classificar o potencial de perigo da substância. A
classificação pode ser baseada nas frases R (Sistema de classificação da
Comunidade Européia) ou no GHS (Sistema de classificação proposto pela
ONU) (ILO, 2006; RIBEIRO et al, 2011).

2ª. ETAPA: consiste na determinação da quantidade do composto químico utilizado no


processo/operação e, alguns casos, a quantidade utilizada por dia. Para a determinação da
quantidade, há uma tabela que descreve a quantidade utilizada em: (i) gramas (sólidos) e
mililitros (líquidos) – quantidade pequena; (ii) kilogramas (sólidos) e litros (líquidos) –
quantidade média; e (iii) toneladas (sólidos) e metros cúbicos (líquidos) – quantidade grande
(ILO, 2006; RIBEIRO et al., 2011).

3ª.ETAPA: fundamenta-se na determinação da propagação da substância química no ambiente


e, a forma física é o que determina essa dispersão do composto no ambiente. Quando a
substância se encontra na forma sólida, avalia-se a quantidade de poeira produzida durante o
processo/atividade, enquanto para líquidos a volatilidade do composto é o que determina sua
dispersão. Nesta etapa deve-se verificar se o processo/atividade é realizado em temperatura
ambiente ou não (ILO, 2006).

4ª. ETAPA: é a junção das informações obtidas nas etapas anteriores, (ILO, 2006).
Caso 5
Seleção de Respirador pelo
Método das Bandas de Controle

Fotos: Ricardo Silva


A partir da análise das FISPQ disponibilizadas
determine o FPMR pelo método das
Bandas de Controle

Considerar as informações cedida


sobre quantidade utilizada, estado físico,
condições ambientais, volatilidade e
geração de poeira.

Consulte o Anexo 5 – PPR e siga os 4 passos


ENSAIOS DE VEDAÇÃO

1 - VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO
1.1 - Ensaio de Pressão Negativa
1.2 - Ensaio de Pressão Positiva

2 - ENSAIO DE VEDAÇÃO
2.1 – QUALITATIVOS
2. 2 - QUANTITATIVOS
Consultar Anexo 11 do PPR -
Procedimentos para a realização dos
“ensaios de vedação” qualitativos e
quantitativos (Normativo)
Nota: Convém observar a diferença entre as expressões “Verificação de Vedação” e “Ensaio de
Vedação” empregadas nesta publicação. A “Verificação de Vedação” é um ensaio rápido, feito
pelo próprio usuário antes de entrar na área de risco ou repetido na própria área. O “Ensaio
de Vedação” é feito em uma sala fora da área de risco, onde se determina, qualitativa ou
quantitativamente, a capacidade do usuário em obter uma selagem adequada de um
determinado modelo e tamanho de respirador, obedecendo a um procedimento padronizado.
Anexo 12 do PPR - Limpeza,
higienização, inspeção, manutenção,
descarte e guarda de respiradores
(Informativo)

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