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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro

Antonio Cláudio da Silva

Antonio Cláudio da Silva

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ESQUEMATIZADO

Uma introdução ao Mercado Financeiro

Para Concursos Públicos:

Banco do Brasil
Caixa Econômica Federal
Banco do Nordeste
Banco da Amazônia

Fortaleza (CE)
2010

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

3. NOÇOES DE RISCO E ANÁLISE DE CRÉDITO

4. SPB – SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

5. OPERAÇÕES PASSIVAS

6. OPERAÇÕES ATIVAS

7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

8. MERCADO FINANCEIRO – MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS


E DE CÂMBIO

9. NOCÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA

10. NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS AO MERCADO FINANCEIRO

11. O BANCO DO BRASIL S.A

12. A CAIXA ECONOMICA FEDERAL

13. BANCO DO NORDESTE

14. BANCO DA AMAZÔNIA

15. GLOSSÁRIO DE TERMOS DO MERCADO FINANCEIRO

16. BIBLIOGRAFIA

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

1 - INTRODUÇÃO

Prezado Aluno/Aluna,

Muito obrigado pela aquisição do meu material de conhecimentos bancários para seleção
em Bancos Públicos.

Trata-se de um material desenvolvido ao longo de muitos anos, que venho atualizando a


cada nova edição do livro MERCADO FINANCEIRO, do Eduardo Fortuna e, considerando
também, os livros que são citados nas questões dos diversos concursos dos bancos
oficiais que participo como candidato. Muitos profissionais da CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL, do BANCO DO BRASIL, do BASA e do BNB estudaram somente pelos meus
slides, que agora estão esquematizados, e hoje encontram-se empregados e felizes.

Para me manter atualizado, sempre participo das seleções, como candidato, estando
atualmente aprovado nos seguintes certames: BANCO DO BRASIL/2007, TRE-RJ/2006,
TRF PIAUÍ/2006, MPU PIAUÍ/2006. No ano de 2004 fui aprovado em 1º. Lugar na CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL, 5º Lugar para ESCRIVÃO da Polícia Federal e 10º. Lugar para
Analista Administrativo da AGENCIA NACIONAL DO PETRÓLEO.

Também sou autor de um livro de MATEMATICA FINANCEIRA, que foi estruturado


durante quatro anos em conjunto com os alunos da disciplina MATEMATICA FINANCEIRA
numa faculdade de Teresina (PI). Recentemente recebi dois excelentes feedbacks:
primeiro uma amiga, que não estudava há mais de vinte anos, utilizando o meu livro, foi
aprovada no concurso do FNDE, em Brasilia (DF). Segundo, uma outra pessoa que estava
devendo MATEMATICA FINANCEIRA no curso de graduação em Administração de
Empresas, dependendo da aprovação na disciplina para formar, estudou pelo meu livro e
conseguir nota 10 na avaliação final.

Atualmente ministro aulas de Conhecimentos Bancários para concursos de bancos


públicos no VIP CURSOS, em Teresina (PI), e no Curso AThenas, em Fortaleza (CE). Os
alunos me apelidaram de “Professor Chiclete com Banana”, aquele que arrasta
multidões.

Eis um breve currículo:

Prof. Antônio Cláudio da Silva - prof.aclaudio@globo.com

 Graduação em Licenciatura Plena em Matemática – UESPI (PI);


 Graduando em Direito – 9º. Período - FAECE – Fortaleza (DF);
 M.B.A. Formação para Altos Executivos – Fundação Dom Cabral (MG);
 Pós-Graduação em Gestão de Negócios – Fundação Dom Cabral (MG);
 Pós-Graduação em Administração Hoteleira – UESPI (PI);
 Pós-Graduação Matemática e Estatística – UFLA (MG);
 Pós-Graduação em Ensino da Matemática – UESPI (PI);
 Pós-Graduando em Direito Internacional – UNIFOR - CE;
 Professor de Cursos de Graduação e Pós-Graduação;
 Professor de Cursos Preparatórios para Concursos – VIP CURSOS, em Teresina
(PI), Curso Athenas, em Fortaleza (CE) e pela Internet www.voupassar.com.br;

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 Experiência profissional corporativa:

No Banco do Brasil: Gerente de Agência, Gerente Regional de Negócios, Gerente de


OSM, Gerente do Núcleo de Consultoria de Brasília, Gerente de Mercado de PJ,
Gerente de Mercado de Governos, Superintendente Regional, Superintendente
Estadual Adjunto, Superintendente Estadual.
Em Empresas de Consultoria: Diretor Executivo, Consultor em Organização e Finanças,
Facilitador de Cursos Empresariais e Palestrante.
Em Instituição de Ensino Superior: Diretor Administrativo e Financeiro.
Na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL: Gerente de Relacionamento PJ, Em Teresina (PI),
Gerente de Risco de Crédito de Grandes Corporações, Projetos de Infraestrutura e
Operações Estruturadas, em Brasília (DF) e Gerente Regional de Risco de Crédito em
Fortaleza (CE).

 Autor dos Livros: MATEMÁTICA FINANCEIRA, CONSULTORIA EMPRESARIAL e


DINÂMICAS PARA TREINAMENTO.

1.1 - DICAS PARA PASSAR EM CONCURSOS PÚBLICOS

Faça o curso MOTIVAÇÃO e TÉCNICAS DE ESTUDOS, gratuitamente, no site


www.voupassar.com.br.

Para conseguir a tão sonhada aprovação em concursos públicos, algumas


orientações são importantes:

1 - As três regras de ouro para aprovação em concursos públicos

I. HUMILDADE – Nunca sabemos tudo. Sempre teremos o que aprender. Sempre


devemos ensinar. O conhecimento é democrático.

II. PACIÊNCIA – Tudo tem o seu tempo. A cada não aprovação significa que estamos
mais perto da aprovação.

III. PERSEVERANÇA – O nosso futuro é moldado conforme cada ação que


promovemos no nosso presente.

2- Somente lembramos dos concursos que somos aprovados. Aqueles que não temos
êxito, servem apenas de preparo para o que iremos participar a seguir.

3 – Não vá para a prova com a obrigação de ser aprovado. Muitas variáveis podem
contribuir para sua aprovação ou reprovação. Esteja preparado, é o melhor que você
pode fazer.

4 – Estude, no mínimo, 4 horas por dia;

6 – Estude todos os dias, não pule nenhum dia;

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7 – Se for possível, participe de um curso preparatório para concursos. Os


professores são profissionais experientes e vão repassar muitas orientações que
auxiliam no momento da prova;

8 – Quando estiver fazendo a prova, marque o tempo. Na metade do tempo, peça


para ir ao banheiro, lave o rosto, as mãos e os punhos. Se puder, passe onde possa
tomar alguns raios de sol. Você será reenergizado. Sentir-se-á da mesma maneira
que iniciou a prova;

9 – Inicie a prova sempre pelas questões que têm maior peso. Se todos os pesos
forem iguais, pela disciplina que você mais domina. Dessa forma, mais descansado,
acertará mais o que você domina ou vale mais ponto e errará mais o que você menos
domina ou o que vale menos ponto.

10 – Leia o máximo que você puder. Os alunos erram mais na interpretação das
questões do que em seus conteúdos.

11 – Não espere concluir uma disciplina para estudar outra. Monte um plano de
estudos, em que você vai estudando todas as disciplinas ao mesmo tempo, inclusive
aquela que você menos gosta.

12 – No caso de concurso para Bancos, domine Conhecimentos Bancários e


Matemática Financeira e será aprovado.

13 – Quando o concurso for num domingo, encerre seus estudos na sexta-feira.


Nunca estude de véspera. O que você não aprendeu, não aprenderá na última hora.
Curta o dia anterior. Namore, dance, brinque, se divirta. Relaxe e esqueça que o
concurso será no domingo.

14 – Quando for aprovado, me envie um e-mail informando. Fico muito realizado e


feliz em poder contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. É
energia positiva gerando energia positiva.

15 – Bons estudos e muito sucesso.

Um grande abraço, muito sucesso e que Deus o/a abençoe.

Prof. Antonio Cláudio da Silva


Prof.aclaudio@globo.com
Antonio-claudio.silva@caixa.gov.br

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2 – SFN - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

2.1 – Termos mais usados nos concursos

Vamos iniciar com os termos usados no mercado financeiro e que tem aparecido em
muitas provas nos concursos para os bancos públicos. Além desses termos, você poderá
conhecer outros no glossário, ao final da apostila.

É o ganho do Banco nas operações de crédito. É a


SPREAD BANCÁRIO diferença entre a taxa da captação de recursos e a sua
aplicação através de um empréstimo.

É o número de dias que um recurso financeiro fica a disposição do


FLOAT
Banco para aplicação como recurso livre.

FUNDING É o recurso que poderá ser aplicado em um projeto.

É a possibilidade contratual de se efetuar uma troca de taxa de juros


e/ou indexador de um contrato, como forma de reduzir um grande
SWAP
lucro ou atenuar uma grande perda, decorrente das alterações do
mercado.

HEDGE É como se fosse um seguro. É uma proteção para evitar perdas.

Empresas de grande porte. Normalmente com faturamento anual


CORPORATE
acima de 100 milhões/ano.

Empresa comercial que compra crédito (cheques ou títulos de


crédito, em especial, duplicatas.)
FACTORING
Não é empresa financeira.
Não é fiscalizada pelo BACEN.

Garantia originária do Direito Anglo-Saxão, em que o credor tem o


CONVENANTS
direito de acompanhar o processo de gestão do devedor.

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2.2 – Histórico do SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Norma Jurídica Objetivo


Lei 4.357/64 - Lei da A lei instituiu normas para a indexação de débitos fiscais, títulos
Correção Monetária públicos federais com cláusula de correção monetária (ORTN) –
destinados a antecipar receitas, cobrir déficit público e promover
investimentos.
Lei 4.380/64 - Lei do Foi criado o BNH, como órgão gestor do também criado
Plano Nacional da SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO
Habitação (SBPE).
Lei 4.595/64 - Lei da Criação do CMN e do BACEN.
Reforma do Sistema
Financeiro Nacional
Lei 4.728/65 - Lei do Foram estabelecidas as normas e regulamentos básicos para
Mercado de Capitais estruturação do Mercado de Capitais.
Lei 6.385/76 - Lei da Criação da CVM (Comissão de Valores Nobiliários).
CVM
Lei 6.404/76 - Lei das Estabeleceu as regras de organização e funcionamento das
S.A Sociedades Anônimas.
Lei 10.303/01 - Nova Atualização da Lei 6.404/76.
Lei das S.A
Resolução CMN Atualizou as regras para constituição de instituições financeiras.
3.040/02

2.3 – Composição dos SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Autoridades Monetárias

• Conselho Monetário Nacional - CMN


• Banco Central do Brasil – BC ou BACEN

Autoridades de Apoio

• Comissão de Valores Mobiliários - CVM


• Banco do Brasil – BB
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES
• Caixa Econômica Federal – CEF ou CAIXA
• Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN

Instituições Financeiras Monetárias – São as instituições que possuem depósitos à vista


e, portanto, multiplicam a moeda.

• Bancos Comerciais - BC
• Caixas Econômicas - CE
• Bancos Cooperativos - BCo
• Cooperativas de Crédito - CC

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Instituições Financeiras Não Monetárias - São as instituições que captam recursos para
empréstimos, através da emissão de títulos e, portanto, realizam somente a intermediação
da moeda. NÃO EMITEM MOEDA ESCRITURAL.

• Bancos de Desenvolvimento - BD
• Bancos de Investimento - BI
• Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – Financeiras
• Sociedade de Crédito ao Microempreendedor – SCM
• Companhias Hipotecárias-CH
• Sociedades de Crédito Imobiliário-SCI
• Associações de Poupança e Empréstimo-APE

Instituições Financeiras Auxiliares do Mercado Financeiro

• Sociedades Corretoras de títulos e Valores Mobiliários-CTVM


• Sociedades Distribuidores de Títulos e Valores Mobiliários - DTVM
• Sociedades de Arrendamento Mercantil-Leasing
• Agências de Fomento ou de Desenvolvimento-AF
• Investidores Institucionais - II
1. Fundos Mútuos de Investimento
2. Entidades Abertas ou Fechadas de Previdência Privada
3. Seguradoras

Banco Múltiplo

Instituições ligadas aos Sistemas de Previdência e Seguro

• Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Complementar;


• Seguradoras;
• Sociedade de Capitalização;
• Sociedade Administradoras de Seguro Saúde.

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2.3.1 – CMN - Conselho Monetário Nacional

Órgão NORMATIVO, por excelência, não lhe cabe funções executivas, sendo o
responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País.
Pelo envolvimento destas políticas no cenário econômico nacional, o CMN se transforma
em um Conselho de Política Econômica.

Número de Membros:

Governo Participantes
Castelo Branco 6
Costa e Silva 4
Médici 10
Geisel 8
Figueiredo 8
Sarney 15
Collor 11
Itamar 13
FHC até os dias 3
de hoje

CMN – Integrantes atuais – A MP 542, de 06/94, que criou o Plano Real, determinou que
o CMN fosse composto pelos seguintes membros:

• Ministro da Fazenda (Presidente);


• Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão;
• Presidente do Banco Central.

Competências do CMN:

• Adaptar o volume dos meios de pagamentos às reais necessidades da economia


nacional;
• Regular o valor interno da moeda;
• Regular o valor externo da moeda;
• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas;
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública
interna e externa;
• Estabelecer meta de inflação.

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Atribuições Específicas do CMN:

• Autorizar as emissões de moeda papel;


• Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo BACEN;
• Fixar diretrizes e normas da política cambial;
• Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas de operações creditícias;
• Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários;
• Determinar as taxas de recolhimento compulsório das instituições financeiras;
• Regulamentar as operações de redesconto de liquidez;
• Outorgar ao BACEN o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de
pagamento exigir;
• Estabelecer normas a serem seguidas pelo BACEN nas transações com títulos
públicos;
• Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições
financeiras que operam no País.

2.3.2 – BACEN – Banco Central do Brasil

Órgão EXECUTIVO central do sistema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de


cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as
normas expedidas pelo CMN.

Está sediado em Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo Horizonte,


Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Competência Privativa do BACEN:

• Emitir papel moeda e moeda metálica nas condições e limites autorizados pelo
CMN;
• Executar os serviços do meio circulante;
• Receber os recolhimentos compulsórios dos Bancos Comerciais e os depósitos
voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no País;
• Realizar as operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras
dentro de um enfoque de política econômica do Governo ou como socorro a
problemas de liquidez;
• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
• Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais;
• Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições
estabelecidas pelo CMN;
• Exercer o controle do Crédito sob todas as suas formas;
• Exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário;
• Autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional, de todas as
instituições financeiras;
• Estabelecer condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas
instituições financeiras privadas;
• Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais;

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• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do


mercado cambial, operando, inclusiva, via ouro, moeda ou operações de crédito, no
exterior;
• Determinar, via COPOM, a taxa de juros de referência para as operações de um dia
– A TAXA SELIC.

Demais denominações mercadológicas do BACEN

Denominação Atribuição
• Depósitos Compulsórios;
Banco dos Bancos
• Redesconto de Liquidez.
Gestor do SFN • Normas/Autorizações/Fiscalização/Intervenção
• Determinação da Taxa Selic;
• Controle dos meios de pagamento (Liquidez do
Executor da Política Monetária Mercado);
• Orçamento monetário/Instrumentos de política
monetária;
• Emissão do meio circulante;
Banco Emissor
• Saneamento do meio circulante.
• Financiamento ao Tesouro Nacional;
• Administração da Dívida Pública Interna e
Externa;
Banqueiro do Governo • Gestor e fiel depositário das reservas
internacionais do País;
• Representante junto às instituições financeiras
internacionais do SFN;
• Normas/Autorizações/Registros/Fiscalização/Inter
Centralizador do Fluxo Cambial
venção

2.3.3 – CVM – Comissão de Valores Mobiliários

Órgão NORMATIVO do sistema financeiro especificamente voltado para o


desenvolvimento , a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não
emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, basicamente o mercado de
ações e de debêntures (Mercado de Capitais).

Sob a disciplina e a fiscalização da CVM estão consolidadas as seguintes atividades:

 Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;


 Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
 Negociação e intermediação no mercado de derivativos;
 Organização, funcionamento e operação das Bolsas de Valores;
 Organização, funcionamento e operações das Bolsas de Mercadores e Futuros;
 Administração de carteiras e custódia de valores mobiliários;
 Auditoria das companhias abertas;
 Serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

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Competência ou Objetivos fundamentais da CVM:

 Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;


 Garantir o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições
auxiliares que operem no mercado;
 Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros
tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados
primários e secundários de ações;
 Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos
pelas sociedades anônimas de capital aberto.

2.3.4 - BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

É uma instituição ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, sendo o


principal agende do governo para financiamentos de médio e longo prazo aos setores
primário, secundário e terciário da economia.

Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de empréstimos e financiamentos,


sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das empresas, através da compra de
máquinas e equipamentos e as subscrição de debêntures e ações.

Competências do BNDES:

 Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;


 Fortalecer o setor empresarial nacional;
 Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de produção;
 Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de
serviços;
 Promover o crescimento e a diversificação das exportações.
 Durante os governos Collor, Itamar e FHC foi responsabilidade do BNDES gerir
todo o processo de privatização das estatais.

2.3.5 – BB – Banco do Brasil

Instituição que teve uma função típica de autoridade monetária até janeiro de 1986,
quando, por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento. É ligada ao Ministério da
Fazenda.

Hoje, é um conglomerado financeiro que atua como banco múltiplo, preservando ainda,
algumas prerrogativas de agente financeiro do Governo Federal.

Competências do Banco do Brasil:

 Administrar a Câmara de Compensação de Cheques e Outros Papéis;


 Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral
da União;
 Adquirir e financiar os estoques de produção exportável;
 Agenciar os pagamentos e recebimentos fora do País;
 Operar os fundos de investimento setorial como Pesca e Reflorestamento;
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 Captar depósito de poupança direcionada ao crédito rural;


 Operar o FCO;
 Executar a política de preços mínimos para os produtos agro-pastoris;
 Executar o serviço da dívida pública consolidada;
 Realizar por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira, ou
por conta do BACEN, nas condições estabelecidas pelo CMN
 Receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da
arrecadação de tributos e rendas federais;
 Receber em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer
entidades federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e
militares, instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departamentos,
entidades em regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou
jurídicas responsáveis por adiantamentos.

2.3.6 – CAIXA – Caixa Econômica Federal

Instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal


para habitação popular e saneamento básico, caracterizando-se cada vez mais como
o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda. É ligada ao Ministério da Fazenda.

À CAIXA é permitido atuar em todas as áreas de atividades dos bancos comerciais,


sociedade de crédito imobiliário e de saneamento e infra-estrutura urbana, além da
prestação de serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal.

Principais atividades da Caixa:

• Captar recursos em cadernetas de poupança;


• Captar recursos em depósitos judiciais;
• Recolher e administrar os recursos do FGTS;
• Administrar as Loterias;
• Administrar o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS;
• Administrar o Programa de Integração Social -PIS;
• Administrar o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS;
• Administrar o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.

2.3.7 – CRSFN – Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional

Criado pelo Decreto 91.152, de 15/03/85, como órgão integrante do Ministério da Fazenda,
para julgar, em segunda e última instância, os recursos e interpostos das decisões relativas
à aplicação de penalidades administrativas pelo Banco Central do Brasil e Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

É integrado por oito Conselheiros, de reconhecida competência e possuidores de


conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiros e de
capitais. É composto pelos seguintes participantes:

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• Um representante do Ministério da Fazenda;


• Um representante do Banco Central;
• Um representante da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio;
• Um representante da Comissão de Valores Mobiliários;
• Quatro representantes de entidades de classe, dos mercados financeiro e de
capitais, por elas indicados em lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda.

2.3.8 - Classificação das Instituições Financeiras em segmentos, segundo as suas


funções de crédito:

Funções de Crédito INSTITUIÇÕES


• Bancos Comerciais;
Instituições de Crédito a • Caixas Econômicas;
Curto Prazo • Bancos Cooperativos/Cooperativas de Crédito;
• Bancos Múltiplos com Carteira Comercial
• Bancos de Desenvolvimento;
• Bancos de Investimento;
• Caixa Econômica;
Instituições de Crédito de
• Bancos Múltiplos com Carteira de Investimento e de
Médio e Longo Prazo
Desenvolvimento;
• Sociedade de Crédito ao Microempreendedor;
• Agências de Fomento.
• Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento –
Instituições de Crédito e Financeiras;
Financiamento de Bens de • Caixa Econômica;
Consumo Duráveis • Bancos Múltiplos com Carteira de Aceite.
• Caixa Econômica Federal;
• Associações de Poupança e Empréstimos;
Instituições de Crédito • Sociedades de Crédito Imobiliário;
Imobiliário • Companhias Hipotecárias;
• Bancos Múltiplos com Carteira Imobiliária.
• Sociedades Corretoras – CCVM;
Instituições de • Sociedades Distribuidoras – DTVM;
Intermediação no Mercado • Bancos de Investimento;
de Capitais • Bancos Múltiplos com Carteira de Investimentos.
• Seguradoras;
• Corretoras de Seguros;
Instituições de Seguros e
• Entidades Abertas e Fechadas de Previdência
Capitalizações
Complementar;
• Sociedades de Capitalização.
Instituições de • Sociedades de Arrendamento Mercantil;
Arrendamento Mercantil - • Bancos Múltiplos com Carteira de Arrendamento
LEASING Mercantil.

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2.3.9 - Instituições Financeiras Monetárias

BC – Bancos Comerciais

De acordo do o MNI (Manual de Normas e Instruções do BACEN), seu objetivo precípuo é


proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a
curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as
pessoas físicas.

São intermediários financeiros que recebem recursos de quem tem (agentes


superavitários) e os distribuem através de crédito seletivo a quem necessita de recursos
(agentes deficitários), criando moeda através do efeito multiplicador do crédito.

Os bancos comerciais podem delegar uma série de operações , inclusive a captação de


depósitos e aplicações do público, a empresas localizadas em qualquer parte do País, que
podem funcionar como correspondentes bancários.

Competências dos Bancos Comerciais – BC

 Descontar títulos;
 Realizar operações de abertura de créditos simples ou em conta corrente (contas
garantidas);
 Realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio
internacional;
 Captar depósitos à vista e a prazo fixo; obter recursos junto às instituições oficiais
para repasse aos clientes;
 Obter recursos externos para repasse;
 Efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com outras
instituições.

Caixas Econômicas Estaduais (Não existem mais CAIXAS ECONÔMICAS


ESTADUAIS)

Como sua atividade principal, integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo


(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), sendo, juntamente com os bancos
comerciais, as mais antigas instituições do Sistema Financeiro Nacional. Equiparam-se aos
Bancos Comerciais e ainda tem a competência para a administração de loterias.

O seu único representante é a CEF, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de


12/08/69, das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes.

BCo – Bancos Cooperativos

O Banco Central, através da Resolução 2.193, de 31.08.95, autorizou a constituição de


bancos comerciais na forma de S.A. de capital fechado, com participação exclusiva de
cooperativas de crédito singulares. Deverão estar enquadradas nas regras do Acordo de
Basiléia. Não podem participar no capital social de instituições financeiras autorizadas a
funcionar pelo BACEN, nem realizar operações de SWAP por conta de terceiros.
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O BACEN deu autorização para que as cooperativas de crédito abrissem seus próprios
bancos comerciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco comercial faz.

A Resolução 2.788, de 30.11.2000 do BACEN, renovou as regras para a constituição dos


bancos cooperativos, cuja atuação deve observar no cálculo do PL exigido os mesmos
fatores e parâmetros estabelecidos pela regulamentação em vigor para os bancos
comerciais e múltiplos.

CC – Cooperativas de Crédito

A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional de Cooperativismo como sendo uma
atividade decorrente das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor
público ou privado, isoladas ou coordenadas entre si, desde que reconhecendo o interesse
público e, instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas.

Na lei foi estabelecido que celebram o contrato de sociedade cooperativa as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma
atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro, e as classificou da
seguinte forma:

Cooperativas Singulares – Constituídas de no mínimo 20 pessoas físicas e,


excepcionalmente, de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou
correlatas atividades econômicas das pessoas físicas.

Centrais de Cooperativas ou Federações de Cooperativas – São aquelas


constituídas de no mínimo 3 singulares, podendo, excepcionalmente, admitir
associados individuais.

A Resolução 3.442, de 28/02/2007 do BACEN, estabelece as exigências e procedimentos


que permitam as cooperativas de crédito e centrais de cooperativas de crédito a se
constituírem e funcionarem como instituições financeiras.

As cooperativas de crédito singulares podem ser constituídas com os seguintes tipos de


associados:

• Empregados servidores e pessoas físicas prestadores de serviço em caráter não


eventual, de uma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas, definidas no
estatuto, cujas atividades sejam afins, complementares ou correlatas, ou
pertencentes a um mesmo conglomerado econômico;
• Profissionais e trabalhadores dedicados a uma ou mais profissões e atividades,
definidas no estatuto, cujos objetos sejam afins, complementares e correlatos;
 Pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores, responsáveis
por negócios de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços,
incluídas as atividades da área rural;
 Pessoas que desenvolvam, na área de atuação da cooperativa, de forma efetiva e
predominante, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se dediquem a
operações de captura e transformação d pescado;
 Livre admissão de associados;
 Empresários participantes de empresas vinculadas diretamente a um mesmo
sindicato patronal, direta ou indiretamente à associação patronal de grau superior.
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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

As cooperativas de crédito podem:

 Captar depósitos somente de associados, sem emissão de certificados;


 Obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou
estrangeiras;
 Receber recursos de fundos oficiais;
 Conceder empréstimos e prestar garantias, inclusive crédito rural;
 Aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos a vista e a prazo
com ou sem emissão de certificados;
• Prestar serviços de cobrança, custódia, de recebimentos e pagamentos de contas
sob convênio com instituições públicas ou privadas;
• Prestar serviços de CORRESPONDENTE BANCÁRIO.
• Prestar serviços de administração de recursos de terceiros em favor de cooperativas
singulares filiais, bem como serviços técnicos a ouras cooperativas de crédito
centrais e singulares filiadas ou não;
• Proceder à contratação de serviços com objetivo de viabilizar a compensação de
cheques, e as transferências de recursos no sistema financeiro, além de prover as
necessidades de funcionamento da instituição ou de complementar os serviços
prestados pela cooperativa aos associados.

São três os principais sistemas de cooperativos:

• SICREDI – Sistema de Crédito Cooperativo (Região Sul, são Paulo, Mato Grosso e
Sul do Pará);
• SICOOB – Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Atua em 20 Estados);
• UNICRED BRASIL – Sistema que congrega as UNIMEDs

O SICREDI e o SICOOB criaram bancos comerciais cooperativos para ampliar a oferta de


serviços financeiros.

2.3.10 – Instituições Financeiras não monetárias

BD – Bancos de Desenvolvimento

O BNDES é o principal agende do governo para financiamentos de médio e longo prazo


aos setores primário, secundário e terciário da economia.

As principais instituições de fomento regional são:

 Banco do Nordeste – BNB


 Banco da Amazônia – BASA.

Os bancos estaduais de desenvolvimento incluem-se em um conjunto de instituições


financeiras controladas pelos governos estaduais e destinadas ao fornecimento de crédito
de médio e longo prazo às empresas localizadas nos respectivos estados. Normalmente
operam com repasses de órgãos financeiros do Governo Federal.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazo para suprimento de capital
fixo e de giro das empresas. Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de
empréstimos e financiamentos, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das
empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e as subscrição de debêntures
e ações.

BI – Bancos de Investimento

Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazo para suprimento de capital
fixo e de giro das empresas. Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de
empréstimos e financiamentos, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das
empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e as subscrição de debêntures
e ações.

Não podem manter contas correntes e captam recursos pela emissão de CDBs e RDBs ,
através da captação e repasses de recursos de origem interna ou externa ou pela venda
de cotas de fundos de investimento por eles administradas.

Não podem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.

Principais Operações ativas praticadas pelos BI:

 Empréstimos a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital fixo e de


capital de giro;
 Aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outros títulos e valores mobiliários
para investimento ou revenda no mercado de capitais (operações de underwriting);
 Repasses de empréstimos obtidos no exterior;
 Prestação de garantia de empréstimos no País ou provenientes do exterior.

FINANCEIRAS – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento

Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio de popularmente conhecido
―crediário‖ou crédito direto ao consumidor (CDC) e Créditos Consignados em Folha de
Pagamento.

Não podem manter contas correntes e os seus instrumentos de captação restringem-se à


colocação de letras de câmbio (LC).

Na esfera das financeiras, giram as chamadas promotoras de vendas, constituídas em


geral, sob a forma de sociedades civis servindo de elo entre o consumidor final, o lojista e a
financeira, por meio de contratos específicos, em que figuram como poderes especiais,
inclusive para sacar letras de câmbio na qualidade de procuradores dos financiados e,
também, prestando garantia del credere aos contratos financiados. São disciplinadas pela
Resolução 562, de 30.09.79, do CMN.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

SCM – Sociedade de Crédito ao Microempreendedor

Foram regulamentadas pela Resolução 2.874, de 26.07.2001, e tem por objetivo prover um
modelo de financiamento sem assistencialismo, que atenda com um mínimo de burocracia
a grande parcela da população que não tem acesso ao sistema bancário tradicional.

São constituídas na forma de companhias fechadas nos termos da Lei 6.404/76, ou na


forma de sociedades por quotas de responsabilidade limitada, sendo vedado ao setor
público a participação societária ou indireta em seu capital.

Podem conceder financiamentos e prestar garantias a pessoas físicas, com objetivo de


viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno
porte, e a pessoa jurídicas classificadas como microempresas.

Principais competências das SCM:

Podem obter repasses e empréstimos, de recursos voltados para ações de


fomento e desenvolvimento;
Podem aplicar suas disponibilidades de caixa no mercado financeiro;
Podem ceder contratos de créditos, inclusive as companhias securitizadoras;
Não podem captar recursos junto ao público;
Não podem ter participação do setor público;
A integralização do capital tem que ser em espécie (mínimo de R$ 100.000,00);
Não podem ter participação societária de outras empresas;
Não podem captar recursos junto ao público;
O valor máximo de empréstimo por cliente é de R$ 10.000,00;
Não podem conceder empréstimos para fins de consumo.

CH – Companhias Hipotecárias

A Resolução 2.122, de 30.11.94 do BACEN, estabeleceu as regras para a constituição e o


funcionamento das Companhias Hipotecárias, que devem ser estabelecidas sob a forma
de sociedades anônimas. A constituição e o funcionamento das CH depende de
autorização do BACEN.

Principais competências das CH:

Conceder financiamentos destinados a produção, reforma ou comercialização de


imóveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos;
Comprar, vender e refinanciar créditos hipotecários próprios ou de terceiros;
Administrar créditos hipotecários próprios ou de terceiros;
Administrar fundos de investimento imobiliário, desde que autorizada pela
Comissão de Valores Mobiliários;
Repassar recursos destinados ao financiamento da produção ou da aquisição de
imóveis residenciais.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

SCI – Sociedade de Crédito Imobiliário

A resolução 2.735, de 28.06.2000 do BACEN, estabeleceu que as SCI são instituições


financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, especializadas em operações de
financiamento imobiliário e constituídas sob a forma de sociedade anônima.

Às sociedades de crédito imobiliário é facultado, além da realização das atividades


inerentes a consecução de seus objetivos, operar em todas as modalidades admitidas nas
normas relativas ao direcionamento dos recursos captados em depósitos de poupança.

As Sociedades de Crédito Imobiliário podem empregar em suas atividades, além de


recursos próprios, os provenientes de:

Depósitos em Poupança;
Letras Hipotecárias;
Letras Imobiliárias;
Repasses e refinanciamento contraídos no País, inclusive os provenientes de
repasses e refinanciamentos de recursos externos;
Depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação em vigor;
Outras formas de captação de recursos autorizadas pelo BACEN.

APE – Associação de Poupança e Empréstimo

Criadas pela Lei 4.380/64, constituem-se obrigatoriamente sob a forma de sociedades


civis, restritas a determinadas regiões, sendo de propriedade comum de seus associados.
Suas operações ativas e passivas são fundamentalmente semelhantes às sociedades de
crédito imobiliário.

As operações ativas são constituídas basicamente por financiamentos imobiliários. Em


01/01/2008 existia uma única APE – Poupex – Poupança do Exército, administrada pelo
BB.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

2.3.11 - Instituições Auxiliares do Mercado Financeiro

CTVM – Sociedade Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra, venda e distribuição
de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Elas fazem a
intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituição depende de
autorização do BACEN e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM

Suas atividades básicas são:

Operar nos recintos das bolsas de valores e de mercadorias;


Efetuar o lançamento público de ações;
Administrar carteiras e custodiar valores mobiliários;
Instituir, organizar e Administrar fundos de investimento;
Operar no mercado aberto;
Intermediar operações de câmbio.

DTVM – Sociedade Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários

Suas atividades têm uma faixa operacional mais restrita do que a das corretoras, já que
elas não têm acesso às bolsas de valores e de mercadorias.

Suas atividades básicas são:

• Subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários


para a revenda;
• Intermediação da colocação de emissões de capital e mercado;
• Operações no mercado aberto, desde que satisfaçam as condições exigidas pelo
BACEN.

EMPRESAS DE LEASING – Sociedade de Arrendamento Mercantil

Tais sociedades nasceram do reconhecimento de que o lucro de uma atividade produtiva


pode advir da simples utilização do equipamento e não da sua propriedade. Em linhas
gerais, a operação de leasing se assemelha a a uma locação, tendo o cliente, ao final do
contrato, a opção de renová-lo, adquirir o bem, pagando o valor residual ou devolvê-lo à
empresa.

As operações de leasinf foram regulamentadas pelo CMN através da Lei 6.099, 09/74 e a
integração das sociedades arrendadores ao SFN se deu através da Resolução 351, de
1975.

Captam recursos de longo prazo, através da emissão de debêntures, corrigidas através de


diversos índices, inclusive com cláusula de variação cambial e realizam operações de sob
a forma de arrendamento mercantil (aluguel).

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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AF – Agência de Fomento ou de Desenvolvimento

A resolução 2.828, de 30.03.2001, do BACEN estabeloceu as regras atuais que dispõem


sobre a constituição e o funcionamento das agências de fomento.

Ela estabelece que a constituição e o fun cioamento de agências de fomento sobv controle
acionário de unidade da Federação, cujo objeto social é a concessão de financiamento de
capital fixo e de giro associado a projetos no País, dependem de autorização do BACEN.

As agências de fomento somente podem praticar operações de repasse de recursos


captados no País e no exterior originários de:

 Fundos constitucionais;
 Orçamentos federal, estaduais e municipais;
 Organismos e instituições financeiras nacionais e internacionais de
desenvolvimento.

As agências de fomento devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima de


capital fechado nos termos da Lei 6.404/76.

A experessão ―Agência de Fomento‖ , acrescida da unidade da federação que a controla,


deve constar, OBRIGATORIAMENTE, em sua denominação social.

Cada unidade da federação só pode constituir 01 agência de fomento. Às agências de


fomento são facultadas:

• Realizar operações de financiamento de capital fixo e de giro associado;


• Prestar garantias;
• Prestar serviços de consultoria e de agente financeiro;
• Prestar serviços de administrador de fundos de desenvolvimento.

Investidores Institucionais

Não constituem uma instituição financeira em si, mas constituem um tipo de investidor que
por gerenciar recursos de terceiros e/ou para garantir suas obrigações constratuais com
terceiros, deve aplicar os recursos de que disõem de acordo com regras previamente
definidas pela entidade fiscalizadora do seu segmento de atividade. Podem ser agrupados
em:

 Fundos Mútuos de Investimento - São constituídos na forma de condomínios


abertos ou fechados e representam reunião de recursos de poupança, destinados à
aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de
propiciar a seus condôminos valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao
mesmo tempo que tais recursos se constituem em fonte de recursos para
investimento em capital permanente das empresas.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

 Entidades Abertas e Fechadas de Previdencia Complementar - São instituições


restritas a determinado grupo, contribuintes ou não, com o objetivo de valorização
de seu patrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta
razão orientadas, a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e
de capitais.

Seguradoras - A lei da reforma bancária 4595/64 enquadrou as seguradores como


instituições financeiras, subordinando-as as novas disposições legais, sem contudo,
introduzir modificações de profundidade na legislação específica aplicável à
atividade. As seguradoras são orientadas pelo BACEN quanto aos limites de
aplicação de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável.

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

Fundada em 23 de agosto de 1890, a bolsa de valores de São Paulo – BOVESPA, tem


uma longa história de serviços prestados ao mercado de capitais e a economia brasileira.
Até meados da década de 60, a BOVESPA e as demais bolsas brasileiras eram entidades
oficiais corporativas, vinculadas as secretarias de finanças dos governos estaduais e
compostas por corretores nomeados pelo poder publico.

No passado, as bolsas de valores eram sociedades civis sem fins lucrativos. A seu
patrimônio era representado por títulos patrimoniais pertencentes as sociedades corretoras
membros.

Atualmente são sociedades anônimas, com autonomia administrativa, patrimonial e


financeira e estão sujeitas a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários, conforme as
diretrizes do CMN.

A ampliação do uso da informática, em 1999 foi lançado o HOME BROKERS e o AFTER-


MARKET, meios para facilitar e permitir a participação do pequeno e médio investidor no
mercado.

HOME BROKER – Permite que o investidor, por meio do site das corretoras na Internet,
transmita sua ordem de compra ou de venda diretamente ao sistema de negociação na
BOVESPA.

AFTER-MARKET – É a possibilidade de efetuar a ordem de compra ou de venda em uma


sessão noturna, das 17:30 as 19:00 horas.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

A legislação atual autoriza as bolsas de valores a negociarem títulos e valores mobiliários


de emissão ou co-responsabilidade de companhia abertas, registrados na CVM, tais como:

Opções de Compra e venda de Ações de Cias Abertas;


Contratos futuros de Ações;
Debêntures;
Commercial Papers registrados para colocação pública;
BDRs (Brazilian Depository Receipts)

No Brasil, a única Bolsa de Valores em operação é a Bolsa de Valores de São Paulo –


BOVESPA.

As resoluções 2.690, de 28/01/2000 e 2.709, de 30/03/2000, ambas do BACEN,


disciplinaram a nova constituição, a organização e o funcionamento das bolsas de valores,
aumentando e revolucionando sua flexibilidade.

Por estas novas regras, as bolsas puderam deixar de ser entidades sem fins lucrativos e se
transformaram em sociedade anônima. Não somente as corretoras podem ser sócias mas,
também, qualquer pessoa física ou jurídica.

BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros

A Bolsa Brasileira de Mercadorias era uma associação civil, sem fins lucrativos, com sede
administrativa e foro no Distrito Federal. Ela exerce suas atividades operacionais por meio
das corretoras vinculadas a Centrais Regionais de Operações (CROs), instaladas nas
cidades de Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE),
Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) e Escritório em
Florianópolis (SC).

Seu quadro era constituído somente pelas seguintes categorias de associados:

Associado Instituidor: a BM&F, que detém 203 títulos patrimoniais;


Corretoras Associadas: sociedades corretoras de mercadorias detentoras de 202
títulos patrimoniais.

No final de 2006, ele tornou-se uma sociedade anônima, com ações negociadas na
BOVESPA e, em 2007, fundiu-se com a BOVESPA, criando a empresa BM&F e BOVESPA
S.A.

A BM&F tem como principal objetivo organizar, desenvolver e prover o funcionamento, por
meio de sistemas de negociação, de transações com mercadorias, bens, serviços e títulos,
nos mercados primário e secundário, nas modalidades a vista, a prazo e a termo.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

No desenvolvimento dos sistemas da Bolsa Brasileira de Mercadorias, foram levados em


conta fatores estruturais, dos quais se destacam os mais importantes:

A necessidade de organizar o mercado físico, de forma a atrair compradores e


vendedores interessados em preços transparentes para seus produtos;
A necessidade de viabilizar o mercado secundário de títulos por meio do endosso
eletrônico desses papéis, com vistas em dar liquidez a esse mercado, condição
essencial para a consolidação de um mercado primário efetivamente ativo e capaz
de estimular a participação da iniciativa privada;

Em 22 de abril de 2002, foi dado início às atividades da Clearing de Câmbio BM&F


(Operação de Câmbio compra e venda para pagamento das aquisições na BM&F ).

No dia 25 de abril de 2002, a BM&F adquiriu da Companhia Brasileira de Liquidação e


Custódia (CBLC) os direitos de gestão e operacionalização das atividades da câmara de
compensação e liquidação de operações com títulos públicos, títulos de renda fixa e ativos
emitidos por instituições financeiras; e os títulos patrimoniais da Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro (BVRJ) de seus titulares, bem como os direitos de administração e
operacionalização do sistema de negociação de títulos públicos e outros ativos, conhecido
como Sisbex.

Em 29 de agosto de 2002, lançou a Bolsa Brasileira de Mercadorias, que reúne, além da


BM&F, que lhe presta serviços de compensação e liquidação, as bolsas de mercadorias
dos estados de Goiás, Mato Grosso do sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e
Uberlândia (MG), transformadas em Centrais Regionais de Operação, com o intuito de
formar um grande mercado nacional para as commodities agropecuárias, com mecanismos
modernos de formação de preços e sistema organizado de comercialização.

Em 22 de outubro de 2002, iniciou-se o funcionamento da Bolsa Brasileira de Mercadorias.

Em 2004, foi criada a Central Regional de Operação do Ceará.

Em 12 de novembro de 2002, a BM&F negociou acordo com a FEBRABAN (Federação


Brasileira de Bancos) e com a Central de Compensação e Liquidação S/A, visando a
cessação das atividades de registro, compensação e liquidação de operações com títulos
públicos e privados de renda fixa desenvolvidas por esta última e a sua conseqüente
centralização na BM&F.

Em 14 de maio de 2004, foram iniciadas as operações da Clearing de Ativos BM&F. Com


isso, a BM&F ampliou sua atuação para se transformar na principal clearing da América
Latina, proporcionando um conjunto integrado de serviços de registro, compensação e
liquidação de ativos e derivativos, e oferecendo ao mesmo tempo economias de escala,
custos competitivos e segurança operacional.

Em 12 de novembro de 2002, a BM&F negociou acordo com a FEBRABAN (Federação


Brasileira de Bancos) e com a Central de Compensação e Liquidação S/A, visando a
cessação das atividades de registro, compensação e liquidação de operações com títulos
públicos e privados de renda fixa desenvolvidas por esta última e a sua conseqüente
centralização na BM&F.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Em 14 de maio de 2004, foram iniciadas as operações da Clearing de Ativos BM&F. Com


isso, a BM&F ampliou sua atuação para se transformar na principal clearing da América
Latina, proporcionando um conjunto integrado de serviços de registro, compensação e
liquidação de ativos e derivativos, e oferecendo ao mesmo tempo economias de escala,
custos competitivos e segurança operacional.

No dia 29 de janeiro de 2004, o Banco Central do Brasil emitiu resolução por meio da qual
autorizou as bolsas de mercadorias e futuros a constituir banco comercial para atuar no
desempenho de funções de liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas
e aos agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas realizadas.

Assim, a BM&F deu início ao processo de criação do Banco BM&F de Serviços de


Liquidação e Custódia S.A.

2.3.12 – Instituições e Sistemas de Registro, Custódia e Liquidação de Títulos

SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia

É um sistema informatizado criado em 1980, sob a responsabilidade do BACEN e da


ANDIMA (Associação Nacional das Instituições dos Mercados Abertos). O SELIC é um
grande sistema computadorizado on-line. Somente as instituições financeiras credenciadas
no mercado financeiro têm acesso ao SELIC, o qual opera em tempo real, permitindo que
os negócios tenham liquidação imediata. Os operadores das instituições envolvidas em
uma transação com esses títulos, após acertarem os negócios, transferem estas
operações, via terminal, ao SELIC

O sistema imediatamente transfere o registro do título para o comprador e faz o crédito na


conta do vendedor do título. Ambas as partes têm certeza da validade da operação
efetuada.

Apenas títulos públicos federais, quer sejam emitidos pelo Tesouro Nacional que pelo
BACEN, e os títulos públicos estaduais e/ou municipais, emitidos até Janeiro de 1992,
são registrados no SELIC. Os títulos estaduais e municipais posteriores a Janeiro de
1992 são registrados no CETIP.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação

Entidade sem fins lucrativos criada pelas instituições financeiras e o Banco Central, em
03/86, para garantir mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro
brasileiro.

É uma empresa de custódia eletrônica e de liquidação financeira de títulos públicos e


privados, que se constitui na forma de um mercado de balcão organizado para registro e
negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa. Ela oferece o suporte necessário
a toda a cadeia de operações, prestando serviços integrados de custódia, negociação on-
line, registro de negócios e liquidação financeira, além de prover sistemas e suporte
tecnológico para a Câmara Interbancária de Pagamentos – CIP, a clearing de Pagamentos
da FEBRABAN, no SPB.

Os ativos negociados na CETIP representam quase a totalidade dos títulos e valores


mobiliários privados de renda fixa, as cotas de fundos de investimento, os derivativos
(contratos de swap, contrato a termo de moeda sem entrega física e derivativos de crédito),
os títulos emitidos por estados e municípios que ficaram de fora das regras de rolagem e o
estoque de papéis utilizados como moedas de privatização de emissão do Tesouro
Nacional.

2.3.13 – BM - Bancos Múltiplos

Os bancos múltiplos surgiram através da Resolução 1524/88, do CMN, a fim de


racionalizar a administração das instituições financeiras. O estatuo de um banco múltiplo
permite que algumas dessas instituições, que muitas vezes eram empresas de um mesmo
grupo econômico, se constituam em uma única instituição financeira com personalidade
jurídica própria e, portanto, com um único balanço patrimonial, um único caixa e,
conseqüentemente, significativa redução de custos. Em termos práticos, mantém as
mesmas funções de cada instituição em separado, com as vantagens de contabilizar as
operações como uma só instituição.

As carteiras de um banco múltiplo envolvem:

Carteira Comercial (regulamentação dos bancos comerciais);


Carteira de Investimento (regulamentação dos bancos de investimento);
Carteira de Crédito Imobiliário (regulamentação das SCI);
Carteira de Aceita (regulamentação das FINANCEIRAS);
Carteira de Desenvolvimento (regulamentação dos bancos de desenvolvimento)
Carteira de Leasing (regulamentação das empresas de Leasing)

Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das
carteiras acima, sendo obrigatoriamente, uma deles ser a CARTEIRA COMERCIAL ou
CARTEIRA DE INVESTIMENTO.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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2.3.14 – Instituições ligadas ao Sistema de Previdência e Seguros

SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados

O decreto 73, de 21.11.66 instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), ainda
vigente, composto da seguinte forma:

Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;


Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
IRB – Brasil Resseguros S/A – IRB-Re;
Sociedades autorizadas a operar com seguros privados;
Corretores de Seguros habilitados.

CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

É o órgão NORMATIVO das atividades de SEGUROS no Brasil.

O órgão foi criado pelo Decreto-Lei nº 73/66 e alterada pela Lei 10.190/01, diploma que
institucionalizou, também, o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual é o órgão de
cúpula.

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e


normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e
Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.77, as suas
atribuições se estenderam à Previdência Privada, no âmbito das entidades abertas.

Suas principais atribuições são:

Fixar diretrizes e normas de políticas de seguros privados, de capitalização e de


previdência complementar;
Regular a constituição, a organização, o funcionamento e a fiscalização dos que
exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como aplicação das
penalidades previstas;
Fixas as características gerais dos contratos de seguros, previdências
complementar abertas, capitalização e resseguro;
Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
Prescrever os critérios de constituição das seguradoras, sociedades de
capitalização, entidades de previdência complementar aberta e resseguradoras,
com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações;
Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor e fixar normas
gerais de contabilidade e estatística para as seguradoras, sociedades de
capitalização, entidades de previdência complementar aberta e resseguradoras.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última através
da edição da Lei nº10.190/01, que lhe determinou a atual estrutura.

Composição:

Ministro de Estado da Fazenda ou seu representante, na qualidade de


Presidente;
Superintendente da Superintendência de Seguros Privados- SUSEP, na
qualidade de Vice-Presidente;
Representante do Ministério da Justiça
Representante do Banco Central do Brasil
Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social
Representante da Comissão de Valores Mobiliários.

Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

É o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguros, previdência


complementar aberta, capitalização e resseguros no Brasil.

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo DL nº 73/66, que também
instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte ainda o Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP), o IRB-Brasil Resseguros S.A (IRB-Re), as
sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de
previdência complementar aberta e corretores de seguros habilitados.

São atribuições da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP):

Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das


Sociedades Seguradoras, de Previdência Complementar Aberta e de
Capitalização e resseguradoras;
Aprovar os limites de operações das seguradores, em conformidade com os
critérios fixados pelo CNSP;
Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados
supervisionados;
Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores desse mercado;
Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua
expansão e o funcionamento das entidades que neles operam.

IRB-Brasil Resseguros S.A. – IRB-Re

É uma entidade de economia mista, vinculada ao Ministério da Fazenda, dotada de


personalidade jurídica própria de direito privado e que goza de autonomia administrativa e
financeira. Seu capital está dividido entre a União (50%) e as seguradores autorizadas a
operar no País (50%). Atualmente o IRB-Re continua sendo o único ressegurador
autorizado a operar no Brasil, detendo o monopólio do resseguro.

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CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Instituição criada em 1939 por Getúlio Vargas para concentrar nas empresas nacionais o
resseguro do país, através da própria empresa e de sua política de retrocessão, em que a
maior parte do risco era redividido entre as seguradoras nacionais.

O IRB-Re tem a finalidade de regular o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, bem como


promover o desenvolvimento das operações de seguro, segundo as diretrizes do CNSP.

Sociedades Seguradoras

O mercado de seguros é operado por sociedades seguradoras constituídas sob a forma de


sociedades anônimas.

As seguradores recebem autorização para operar os ramos elementares, no ramo vida, ou


em ambos. As seguradoras que possuem autorização para operar no ramo vida, podem
também, comercializar planos de previdência, conforme a Lei Complementar 109/01.

Corretoras de Seguros

O corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a


angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas
físicas ou jurídicas de direito privado. Na contratação da apólice, o corretor é representante
do segurado.

O exercício da profissão, de corretor de seguros, depende de prévia habilitação e registro


junto a SUSEP.

Sociedade de Capitalização

São organizadas sob a forma de sociedade anônima, não podem distribuir lucros ou
quaisquer fundos correspondentes às reservas patrimoniais, se essa distribuição prejudicar
a reserva; não podem requerer concordata e somente estão sujeitas à falência se,
decretada a liquidação extrajudicial, o ativo não for suficiente para o pagamento de pelo
menos a metade dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios de
ocorrência de crime falimentar.

A autorização de funcionamento será concedido pelo Ministério da Fazenda e a sua


fiscalização exercida pelo CNSP através da SUSEP. Somente as sociedades de
capitalização poderão operar os planos e emitir os títulos de capitalização.

30
CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

SPC - Secretaria de previdência Complementar

É um órgão executivo do Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS,


responsável pelo controle e fiscalização dos planos de previdência complementar
FECHADOS. Em 30.04.04, foi sugerida a pela MP 233, mas não aprovada, a sua
substituição pela PREVIC, que pretendia ser uma autarquia de natureza especial do
Ministério da Previdência Social – MPS, responsável pela supervisão e fiscalização das
atividades das entidades de previdência privada fechada.

Suas principais atribuições são:

Proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência


complementar e suas operações, e aplicar as penalidades cabíveis, nos termos
da legislação vigente;
Expedir instruções e estabelecer procedimentos para aplicação das normas
relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes específicas do
Conselho Nacional de Previdência Complementar;
Autorizar a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de
previdência complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e
regulamentos de planos e benefícios e de sua alterações;
Autorizar as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra forma de
reorganização societária, relativa às entidades fechadas de previdência
complementar;
Autorizar a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e
instituidores, e suas alterações, bem como as retiradas de patrocinadores e
instituidores;
Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar
com as normas e políticas estabelecidas para o segmento;
Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de
previdência complementar, bem como nomear interventor ou liquidante nos
termos da legislação aplicável.

Entidades de Previdência Complementar

As entidades de previdência complementar têm por objetivo instituir planos privados de


concessão de pecúlios ou de rendas mediante contribuição dos seus participantes, dos
respectivos patrocinadores e/ou instituidores ou de ambos.

As entidades de previdência complementar são classificadas em:

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) -


Entidades Abertas de previdência Complementar (EAPC).

31
CONHECIMENOS BANCÁRIOS – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) – Também conhecidas


como fundos de pensão, constituem-se sob a forma de fundação ou sociedade civil e
possuem como principais características:

Ausência de finalidade lucrativa;


Abrangência restrita aos empresados ou servidores vinculados,
respectivamente, a empresas da iniciativa privada ou aos entes estatais;
São reguladas e fiscalizadas pela SPC.

Exemplos: PREVI, CENTRUS, PETROS, VOAR, FUNCEF, etc.

As Entidades Abertas de previdência Complementar (EAPC) – São constituídas sob a


forma de Sociedades Anônimas, com exceção das entidades abertas sem fins lucrativos, já
autorizadas a funcionar quando entrou em vigor a LC 109/01, que podem manter sua
organização jurídica de sociedade civil. Os planos abertos de previdência complementar
são acessíveis a qualquer pessoa física e são regulados pelo Conselho Nacional de
Seguros Privados e SUSEP.

Exemplos: CAIXA PREVIDÊNCIA, BRADESCO PREVIDÊNCIA, BRASILPREV,


PREVINVEST, etc.

32
Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Prof. Antonio Cláudio da Silva

para dar ao mercado financeiro e de capitais maior


2.3.15 – Questões de Concursos transparência, segurança e credibilidade nas
operações realizadas. Qual dos títulos abaixo NÃO
01. (FGV/BESC/2004) Assinale a afirmativa correta. é administrado pela Cetip?

(A) As companhias seguradoras subordinam-se à (A) Letras de câmbio


Bolsa de Valores e são por ela fiscalizadas.
(B) A CVM é um órgão fiscalizador dos bancos (C) Depósitos interfinanceiros
múltiplos. (D) Letras hipotecárias
(C) As sociedades de crédito imobiliário e poupança
não são instituições financeiras.
(D) As corretoras de seguros são instituições criadas 06. (FGV/BESC/2004) A taxa-Selic é a taxa básica
para dar suporte às seguradoras na captação de da nossa economia, criada e administrada por um
seguros. órgão normativo diretamente subordinado ao
(E) As companhias seguradoras são instituições presidente do Banco Central. O nome desse órgão
captadoras de depósitos à vista. é:

02. (FGV/BESC/2004) A Lei de Reforma do Sistema (A) Conselho Nacional de Seguros Privados
Financeiro Nacional (4.595/64) criou: (B) Copom – Conselho de Política Monetária
(C) Comissão de Valores Mobiliários
(A) o Comitê de Política Monetária e as bolsas de (D) Central de Liquidação Financeira e de Custódia
valores. de Títulos
(B) o Banco Central do Brasil e a Comissão de (E) Bolsa de Valores
Valores Mobiliários.
(C) a Comissão de Valores Mobiliários e o Conselho 07. (FGV/BESC/2004) Assinale a afirmativa FALSA.
Monetário Nacional.
(D) o Banco Central do Brasil e o Conselho (A) As cooperativas de crédito atuam basicamente
Monetário Nacional. no setor primário da economia, com o objetivo de
(E) a Sumoc – Superintendência da Moeda e do permitir uma melhor comercialização de produtos
Crédito. rurais.
(B) Os bancos de investimento podem manter
03. (FGV/BESC/2004) A instituição financeira contas correntes de seus clientes e captam recursos
responsável pela operacionalização das políticas do pela emissão de CDBs e RDBs.
Governo Federal para a habitação popular e (C) As sociedades de crédito, financiamento e
saneamento básico, utilizando recursos de investimentos têm a função de financiar bens de
cadernetas de poupança, é: consumo duráveis por meio do crediário ou do
crediário ao consumidor.
(A) o Banco Central do Brasil. (D) As sociedades de crédito imobiliário são
(B) a Caixa Econômica Federal. instituições financeiras integrantes do Sistema
(C) a Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Financeiro Nacional, especializadas em operações
(D) o Banco de Investimento. de financiamento imobiliário e constituídas sob a
(E) a Bolsa de Valores. forma de sociedade anônima.
(E) Depósitos à vista são operações de captação de
04. (FGV/BESC/2004) O Banco Nacional de fundos exclusivamente das instituições financeiras
Desenvolvimento Econômico e Social é a instituição monetárias.
responsável pela política de investimentos de longo
prazo do Governo Federal. Como instituição 08. (FGV/BESC/2004) Assinale a afirmativa FALSA.
financeira de fomento, NÃO é seu objetivo:
(A) O Conselho Monetário Nacional é responsável
(A) impulsionar o desenvolvimento econômico e pelas políticas monetária e cambial.
social do País. (B) O Ministro da Fazenda faz parte da composição
(B) fortalecer o setor empresarial nacional. do Conselho Monetário Nacional.
(C) atenuar os desequilíbrios regionais criando (C) O BNDES é o gestor dos recursos do fundo de
novos pólos de produção. garantia por tempo de serviço.
(D) o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, (D) O Banco Central do Brasil é o órgão regulador e
das arrecadações de tributos e rendas federais. supervisor das atividades das instituições financeiras
(E) promover o crescimento e a diversificação de no Brasil.
exportações. (E) Uma das atribuições do Conselho Monetário
Nacional é autorizar as emissões de papel-moeda.
05. (FGV/BESC/2004) A Cetip (Central de Custódia
e de Liquidação Financeira de Títulos) foi criada

33
Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Prof. Antonio Cláudio da Silva

09. (FGV/BESC/2004) São entidades ligadas aos 12. (ACEP/BNB/2004) Considerando as principais
Sistemas de Previdência e Seguros: funções e finalidades do Conselho Monetário
Nacional e do Banco Central do Brasil, analise as
(A) sociedades seguradoras e caixa de liquidação e afirmações de I a IV:
custódia
(B) administradoras de consórcio e entidades I) o Conselho Monetário Nacional é um órgão
abertas de previdência privada ligado diretamente ao Congresso Nacional;
(C) sociedades de capitalização e sociedades de II) a política do Conselho Monetário Nacional
títulos e valores mobiliários objetiva, dentre outras finalidades, zelar pela
(D) agências de fomento ou de desenvolvimento e liquidez e solvência das instituições financeiras;
entidades fechadas de previdência privada III) dentre as principais funções do Banco Central
(E) entidades fechadas de previdência privada e do Brasil destacam-se a formulação, execução e
entidades abertas de previdência privada acompanhamento da política monetária;
IV) é considerada função do Banco Central do Brasil
10. (FGV/BESC/2004) Assinale a afirmativa FALSA. a emissão e a execução dos serviços do meio
circulante.
(A) As companhias de factoring são empresas
comerciais que operam na aquisição de faturamento Marque a alternativa CORRETA:
das empresas industriais e comerciais.
(B) As companhias de leasing operam no A) são verdadeiros os itens I, III e IV.
arrendamento mercantil. B) são verdadeiros os itens I, II e III.
(C) As companhias de seguros são empresas C) são verdadeiros os itens I, II e IV.
administradoras de riscos, com a obrigação de D) são verdadeiros os itens II,III e IV.
pagar indenizações se ocorrerem perdas e danos E) apenas os itens III e IV são verdadeiros.
nos bens segurados.
(D) As companhias de crédito, financiamento e 13. (ACEP/BNB/2004) Marque a alternativa
investimento são instituições privadas, constituídas CORRETA sobre as características e atribuições
na forma de sociedade anônima, que têm por legais das instituições financeiras pertencentes ao
objetivo o financiamento ao consumo, captando Sistema Financeiro Nacional:
recursos no mercado basicamente por meio da
colocação de letras de câmbio. A) consideram-se instituições financeiras, as
(E) Os bancos múltiplos podem operar pessoas jurídicas públicas e privadas que
simultaneamente, com autorização do BNDES, tenham como atividade principal a intermediação
carteiras de banco comercial, de investimentos, de de recursos financeiros próprios.
crédito imobiliário, de crédito, financiamento e B) as instituições financeiras somente poderão
investimento, de arrendamento mercantil e funcionar no país mediante prévia autorização
desenvolvimento. do Banco Central do Brasil ou de decreto do
Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
11. (FGV/BESC/2004) Assinale a afirmativa C) as instituições financeiras públicas federais, por
verdadeira. sua personalidade jurídica, não estão sujeitas às
mesmas disposições relativas às instituições
(A) A Secretaria de Previdência Complementar é o financeiras privadas.
órgão executivo do Ministério da Previdência e D) é permitido às instituições financeiras conceder
Assistência Social, responsável pelo controle e empréstimos e adiantamentos a seus diretores e
fiscalização dos planos e benefícios e das atividades membros do conselho de administração, na
das entidades de Previdência Privada Fechada. condição dos mesmos possuírem, pelo menos,
(B) O Banco do Brasil é um órgão da administração 20% do capital da instituição.
indireta do País, sob a forma de autarquia. E) as instituições financeiras podem manter
(C) A Superintendência de Seguros Privados é o aplicações ilimitadas em bens imóveis.
órgão responsável pelo controle e fiscalização do
mercado de ações. 14. (FCC/CAIXA/2004) A CAIXA é a instituição
(D) A Comissão de Valores Imobiliários tem por financeira responsável pela operacionalização das
finalidade a fiscalização e a regulação do mercado políticas do Governo Federal para habitação popular
de seguros. e saneamento básico, caracterizando-se cada vez
(E) As distribuidoras de títulos e valores mobiliários mais como o banco de apoio ao trabalhador de
são membros das bolsas de valores e, para baixa renda.
exercício de suas atividades, não dependem de
prévia autorização do Banco Central do Brasil. Em seu estatuto estão previstos também outros
objetivos, COM EXCEÇÃO de

34
Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
Prof. Antonio Cláudio da Silva

(A) atuar nas áreas de atividades relativas a (D) Os Bancos de Investimento constituem-se em
bancos comerciais sociedade de crédito imobiliário e instituições públicas de âmbito estadual, que
de saneamento e infra-estrutura urbana. visam promover investimentos na área de
(B) Monopólio das operações de penhor, que desenvolvimento urbano da região onde
consistem em empréstimos concedidos contra a atuam.
garantia em bens e valor e alta liquidez, como jóias, (E) a criação de bancos múltiplos surgiu como
metais preciosos, pedras preciosas, etc. reflexo da própria evolução das cooperativas e
(C) administração, com exclusividade, das crescimento do mercado.
loterias federais.
(D) Ser órgão executivo e fiscalizador do (CESPE/CAIXA 2006 ) A Constituição Federal de
Sistema Financeiro da Habitação, após a 1988 consagra dispositivos importantes para a
incorporação do BNH – Banco Nacional de atuação do Banco Central do Brasil (BACEN), como
Habitação. o do exercício exclusivo da competência para emitir
(E) Ser principal operador da política agrícola do moeda em nome da União. A política econômica,
governo. que abrange a política monetária, tem relevância na
atuação do BACEN. Relativamente às políticas
15. (FCC/CAIXA/2004) Assinale a afirmativa correta. econômica e monetária, julgue os itens seguintes.

(A) O Banco do Brasil é uma sociedade anônima 17. É por meio do BACEN que o Estado intervém
de capital fechado, cujo controle acionário é diretamente tanto no sistema financeiro como na
exercido pela União. economia.
(B) O Conselho Monetário Nacional é um órgão
normativo, desempenhando atividade 18. O BACEN detém poderes para criar ou destruir
executiva. Processa todo o controle do sistema reservas bancárias em curtíssimo prazo.
financeiro, influenciando as ações de órgãos
normativos. 19. Entre os instrumentos disponíveis para a
(C) O Banco Nacional do Desenvolvimento execução da política monetária, destacam-se as
Econômico e Social define as regras, limites e operações de mercado aberto, por sua maior
condutas das instituições financeiras, além de versatilidade em acomodar as variações diárias de
ser considerado formulador de toda a política liquidez.
de moeda e do crédito.
20. A movimentação financeira da sociedade, aí
(D) Uma das atribuições do Conselho Monetário
Nacional é fixar diretrizes e normas da política incluídas as transações feitas por instituições
cambial, visando ao controle da paridade da financeiras não-bancárias, é capaz de influenciar o
moeda e o equilíbrio do balanço de saldo das reservas bancárias das instituições
pagamentos. financeiras bancárias individualmente, mas, de uma
(E) Dentre as principais atribuições de forma geral, não altera o somatório dos saldos de
competência do Banco Central destaca-se reservas bancárias.
efetuar o controle do crédito de capitais
21. O controle do papel-moeda emitido e o das
estrangeiros e executar os serviços de
reservas bancárias, que juntos formam o passivo
compensação.
monetário do BACEN ou a base monetária, implicam
o controle dos meios de pagamento mais básicos no
16. (FCC/CAIXA/2004) Em relação ao subsistema
país, que são o papel-moeda em poder do público e
de intermediação está correto afirmar que
os depósitos à vista nas instituições financeiras.
(A) os Bancos de Desenvolvimento apóiam
(CESPE/BASA/2007 ) Antes da promulgação da Lei
formalmente o setor público da economia por
n.º 4.595/1964, conhecida como Lei da Reforma
meios de operações e financiamentos às
Bancária, que criou o Sistema Financeiro Nacional
empresas governamentais.
(SFN), o mercado financeiro existia em função dos
(B) Os bancos comerciais são instituições
bancos comerciais. Após a promulgação da referida
financeiras constituídas obrigatoriamente sob a
lei, regularizou-se o mercado de crédito e a
forma de sociedades anônimas e executam
especialização das instituições de intermediação
operações comerciais, isto é, de compra e
financeira cresceu. Atualmente, o SFN é composto
venda de títulos.
por um elenco de instituições financeiras públicas e
(C) bancos múltiplos têm sua formação com base
privadas. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o
nas atividades de quatro instituições: banco
órgão máximo de representação e fixação de
comercial, banco de investimento e
políticas monetárias e creditícias. Com relação ao
desenvolvimento, sociedade de crédito,
SFN, julgue os itens subseqüentes.
financiamento e investimento e sociedade de
micro-crédito.

35
Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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22. A secretaria executiva do SFN é exercida pelo 30. As bolsas de valores podem deixar de ser
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro entidades sem fins lucrativos, transformando-se em
Nacional (CRSFN). sociedades anônimas. Nesse caso, não somente as
corretoras podem ser sócias, mas também qualquer
23. A atribuição principal do Banco Central do Brasil pessoa física ou jurídica.
é executar as normas elaboradas pelo CMN.
31 É atribuição da SUSEP fiscalizar a constituição, a
24. O CMN é uma autarquia federal. organização e o funcionamento das sociedades
seguradoras, das sociedades de previdência privada
25. O Comitê de Política Monetária do Banco aberta e das sociedades de capitalização. Zelar pela
Central (COPOM), não tem influência direta nas liquidez dessas sociedades é função privativa da
metas de inflação estipuladas pelo governo federal. SPC.

26. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma (CESPE/BASA/2007) O SFN conta com diversas
autarquia federal vinculada diretamente ao CMN. instituições de relevante importância, como o Banco
do Brasil, o Banco da Amazônia S.A., o Banco
(CESPE/BASE/2007) Com a Lei da Reforma Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Bancária, houve a especialização do sistema (BNDES), as caixas econômicas, os bancos
financeiro. A subdivisão desse sistema pode ser comerciais, os bancos múltiplos, os bancos de
explicada por meio da seguinte metáfora: imagine desenvolvimento, os bancos de investimento, os
que existam quatro tribos de índios, sendo que a investidores institucionais, as bolsas de valores, as
tribo das instituições financeiras teria como cacique, corretoras, as distribuidoras de valores mobiliários,
chefe maior, o BACEN; a tribo das bolsas de os agentes autônomos e o CRSFN. Essas
valores, corretoras de valores e distribuidoras de instituições têm suas peculiaridades e diferentes
valores mobiliários teria como cacique a CVM; a participações no sistema financeiro, sendo a maioria
tribo das sociedades seguradoras, associações de delas fiscalizadas pelo BACEN. Com relação a
previdência privada aberta e sociedades de essas instituições, julgue os próximos itens.
capitalização teria como cacique a Superintendência
de Seguros Privados (SUSEP); e, por fim, a tribo 32. Uma diferença entre as instituições financeiras
das entidades de previdência privada fechada teria bancárias e as instituições financeiras não-bancárias
como cacique a Secretaria de Previdência é que as primeiras captam depósitos à vista,
Complementar (SPC). Pode-se, ainda, comparar a enquanto as últimas não captam esse tipo de
Fundação Nacional do Índio (FUNAI), cujo conselho depósito.
cuida de todas as tribos indígenas no Brasil, com o
CMN, responsável maior do SFN, que formula a 33. O BNDES é a instituição responsável pela
política da moeda e do crédito e outras políticas política de investimentos de curto e curtíssimo
importantes para o bom funcionamento do SFN, prazos do governo federal.
como um todo. Tendo o texto acima como referência
inicial e com relação aos órgãos e autarquias 34. O CRSFN é uma autarquia federal, cuja
mencionados, julgue os itens a seguir. secretaria-executiva funciona no edifício-sede do
BACEN, em Brasília.
27.Autorizar a emissão de papel-moeda e fixar as
diretrizes e normas de política cambial, inclusive 35. O Banco da Amazônia S.A. é uma instituição
compra e venda de ouro e quaisquer operações em financeira pública federal, constituída sob a forma de
moeda estrangeira, é competência privativa do sociedade anônima aberta e economia mista.
CMN.
(CESPE/BB/2007) O Banco do Brasil S.A. (BB) teve
28. Nos casos de urgência e de relevante interesse destacado papel na criação, estruturação e
do SFN, o presidente do CMN, que é o ministro da regulação do Sistema Financeiro Nacional (SFN),
Fazenda, tem a prerrogativa de deliberar sozinho, de que ocorreram por meio das leis de Reforma
forma monocrática, independentemente do Bancária (1964), do Mercado de Capitais (1965) e
referendo dos demais membros do conselho. de Criação dos Bancos Múltiplos (1988). O SFN
pode ser definido como sendo o conjunto de órgãos
29. Na Central de Liquidação Financeira e de de regulação, instituições financeiras e instituições
Custódia de Títulos (CETIP), os ativos e contratos auxiliares, públicos ou privados, que atuam na
registrados incluem: letras de câmbio, certificados intermediação de transferência de recursos dos
de depósito bancário (CDBs) subordinado, cotas de agentes econômicos (pessoas, empresas ou
fundo de investimento financeiro e títulos públicos governo) superavitários para os deficitários. Acerca
federais emitidos após fevereiro de 1992. das atribuições e funções do BB, julgue os itens
seguintes.

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Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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36. Na qualidade de agente financeiro do Tesouro 41. A lei atribui à CVM competência para apurar,
Nacional, o BB é responsável por executar a política julgar e punir irregularidades eventualmente
de preços mínimos de produtos agropastoris. cometidas no mercado de valores mobiliários. Diante
de qualquer suspeita, a CVM pode iniciar um
37. O BB é responsável por realizar, por conta inquérito administrativo, por meio do qual recolhe
própria, operações de compra e venda de moeda informações, toma depoimentos e reúne provas com
estrangeira nas condições estabelecidas pelo vistas a identificar o responsável por práticas ilegais,
Conselho Monetário Nacional (CMN). desde que lhe ofereça, a partir da acusação, amplo
direito de defesa.
(CESPE/BB/2007) O SFN é composto pelos
subsistemas normativo e operativo. O subsistema (CESPE/BB/2007) Apesar de as suas origens
normativo é responsável pelo funcionamento do estarem na criação do mercado aberto no Brasil na
mercado financeiro e de suas instituições, década de 60 do século XX, o Sistema Especial de
fiscalizando e regulamentando suas atividades por Liquidação e Custódia (SELIC) foi formalmente
meio, principalmente, do CMN e do Banco Central criado em 22/10/1979 para organizar a troca física
do Brasil (BACEN). A Comissão de Valores de papéis da dívida e viabilizar uma alternativa à
Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio do liquidação financeira por meio de cheques do BB,
sistema financeiro, atuando mais especificamente no que implicava em risco elevado. Com isso, a
controle e fiscalização do mercado de valores liquidação financeira das operações passou a ser
mobiliários (ações e debêntures). No subsistema feita pelo resultado líquido ao final do dia,
normativo, enquadram-se, ainda, três outras diretamente na conta reservas bancárias. O SELIC é
instituições financeiras que apresentam um caráter um grande sistema computadorizado que atua sob a
especial de atuação, assumindo certas responsabilidade do BACEN e da Associação
responsabilidades próprias e interagindo com vários Nacional das Instituições dos Mercados Abertos
outros segmentos do mercado financeiro: o BB, o (ANDIMA). Por intermédio dele, os operadores
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e registram as compras e vendas relativas a títulos
Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal negociados pelas instituições participantes. No que
(CAIXA). O subsistema operativo cuida da se refere ao SELIC, julgue os itens seguintes.
intermediação, do suporte operacional e da
administração. Existem instituições que pertencem 42. A taxa referencial do SELIC, de natureza
ao subsistema de intermediação e que são remuneratória, também conhecida por SELIC-META,
classificadas em bancárias e nãobancárias. Estas é uma taxa de juros, fixada pelo BACEN após a
podem ser instituições auxiliares do mercado ou divulgação pelo Comitê de Política Monetária
instituições definidas como não-financeiras, porém (COPOM), aplicável pelas instituições financeiras
integrantes do mercado financeiro. para os títulos públicos e adotada como taxa básica
para a economia. Atualmente, essa taxa é divulgada
Tendo as informações acima com referência inicial, pelo COPOM exatamente a cada 45 dias.
julgue os itens a seguir, a respeito do SFN.
43. O SELIC é o depositário central dos títulos da
38. Compete privativamente ao BACEN determinar o dívida pública federal externa, emitidos pelo Tesouro
recolhimento de até 100% do total dos depósitos à Nacional. O sistema recebe os registros das
vista e outros títulos contábeis das instituições negociações no mercado secundário e promove a
financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou respectiva liquidação, contando, ainda, com módulos
obrigações do Tesouro Nacional ou compra de complementares por meio dos quais são efetuados
títulos da dívida pública federal, seja por meio do os leilões de títulos pelo BACEN.
recolhimento em espécie.
(CESPE/BB/2007) A Central de Liquidação e
39. A política do CMN objetiva, entre outros, adaptar Custódia de Títulos (CETIP) é uma das maiores
o volume dos meios de pagamento às reais empresas de custódia e de liquidação financeira da
necessidades da economia nacional e seu processo América Latina. Sem fins lucrativos, foi criada em
de desenvolvimento e, também, zelar pela liquidez e conjunto pelas instituições financeiras e pelo
insolvência das instituições financeiras. BACEN, em março de 1986, para garantir mais
segurança e agilidade às operações do mercado
40. É atribuição do Conselho de Recursos do financeiro. Acerca da CETIP, julgue os itens
Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) julgar, em subseqüentes.
segunda e última instância administrativa, recursos
interpostos de decisões relativas a penalidades 44. Bancos, corretoras e distribuidoras podem
administrativas aplicadas pelo BACEN, pela CVM e participar da CETIP. Não podem participar da CETIP
pela Secretaria de Comércio Exterior, nas infrações as demais instituições financeiras, as sociedades de
previstas na legislação em vigor. leasing, os fundos de investimento e as pessoas

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jurídicas não-financeiras, tais como seguradoras e


fundos de pensão.
Gabarito
45. Os ativos e contratos registrados na CETIP
representam quase a totalidade dos títulos e valores 01 02 03 04 05 06 07 08
mobiliários privados de renda fixa, além de D D B D E B B C
derivativos, dos títulos emitidos por estados e 09 10 11 12 13 14 15 16
municípios e do estoque de papéis utilizados como E E A D B C D A
moedas de privatização, de emissão do Tesouro 17 18 19 20 21 22 23 24
Nacional. C C C C C E C E
25 26 27 28 29 30 31 32
(CESPE/BB/2007) Todo processo de evolução e E E C E C C E C
desenvolvimento de uma economia exige a 33 34 35 36 37 38 39 40
participação crescente de capitais, que são
E E C C C E E C
identificados por meio da poupança disponível em
41 42 43 44 45 46 47 48
poder dos agentes econômicos e direcionados para
E C E E C C C C
os setores produtivos carentes de recursos,
49
mediante intermediários e instrumentos financeiros.
Esse processo de distribuição de recursos no C
mercado é que faz evidenciar a função econômica e
social do sistema financeiro. No SFN, algumas
instituições têm destacada atuação no processo de
intermediação financeira, processo pelo qual os
agentes que possuem recursos superavitários
transferem esses recursos para aqueles que
estejam deficitários. Acerca das instituições do SFN,
julgue os próximos itens.

46. Os bancos comerciais cooperativos, assim como


os outros bancos comerciais, têm capital social
aberto. Em seu capital social, devem constar
cooperativas de créditos singulares e seu patrimônio
de referência deve estar enquadrado nas regras do
acordo da Basiléia.

47. Bancos de desenvolvimento devem ter sede na


capital do estado que detiver seu controle acionário,
devendo adotar, obrigatória e privativamente, em
sua denominação social, a expressão Banco de
Desenvolvimento, seguida do nome do estado em
que tenha sede.

48. Banco comercial é instituição financeira bancária


privada ou pública, constituída sob o nome de
sociedade anônima, especializada basicamente em
operações comerciais de curto e médio prazo,
devendo adotar, obrigatoriamente, em sua
denominação a expressão Banco.

49. Bancos de investimento não podem manter


contas-correntes. Suas aplicações podem ter origem
em certificados de depósitos bancários (CDB) e
recibos de depósitos bancários (RDB) captados.

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Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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01- Uma forma de buscar a segurança do sistema financeiro se dá com a fixação do capital mínimo das
instituições financeiras, cuja competência é do

a) Ministro da Fazenda.
b) Presidente da República.
c) Conselho Monetário Nacional.
d) Banco Central do Brasil.
e) Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

02 - Com relação à atuação do Banco Central do Brasil, é correto afirmar que ele

a) pode realizar operações de redesconto para instituições financeiras.


b) não pode comprar ou vender títulos públicos federais.
c) pode limitar as taxas de juros.
d) pode determinar o capital mínimo das companhias abertas, no mercado de capitais.
e) fiscaliza as companhias de seguro.

03 - A Comissão de Valores Mobiliários procura atuar de várias formas para atingir seus objetivos, enquanto
reguladora do mercado de capitais. Uma dessas formas de atuação se dá com

a) o julgamento de valor quanto às informações divulgadas pelas companhias no mercado de seguros.


b) a fiscalização de todas as operações realizadas pelos bancos comerciais.
c) a autorização para funcionamento dos bancos de investimento.
d) a indução de comportamento, auto-regulação e autodisciplina.
e) a transferência, para o Banco Central, da fiscalização sobre as empresas e os investidores que
participam do mercado de capitais.

04 - O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, desde sua criação, tem importância estratégica
para o mercado financeiro e para o governo. Como uma de suas principais características, é correto afirmar
que ele

a) liquida todas suas operações no dia seguinte ao da negociação.


b) realiza a compensação de cheques para o sistema financeiro.
c) registra os depósitos interfinanceiros ? DI que são objeto de contratos futuros na BM&F.
d) é administrado pela Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN.
e) registra as negociações com títulos públicos federais.

05 - A Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP tornou-se uma entidade de importância para a realização de
operações financeiras no âmbito do sistema financeiro nacional. A respeito da CETIP é correto afirmar que

a) constitui uma empresa pública com fins lucrativos.


b) registra operações com cédulas de produto rural ? CPR.
c) liquida operações realizadas no mercado secundário de ações, no âmbito da Bolsa de Valores de São
Paulo.
d) é subordinada exclusivamente à Superintendência de Seguros Privados ? SUSEP.
e) não registra operações liquidadas com o uso do Sistema de Transferência de Reservas do Banco
Central ? STR.

06 - São instituições que podem captar depósitos a prazo junto ao público:

a) sociedades de arrendamento mercantil.


b) sociedades de crédito, financiamento e investimento.
c) sociedades de crédito imobiliário.
d) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários.

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e) bancos de investimento.

07 - É de competência privativa do Conselho Nacional de Seguros Privados

a) fixar as características gerais dos contratos de seguros.


b) autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia do
capital, das reservas técnicas e dos fundos.
c) efetuar a liquidação das sociedades seguradoras que tiverem cassada a autorização para funcionar
no País.
d) proceder à habilitação e ao registro dos corretores de seguros, fiscalizar suas atividades e aplicar as
penalidades cabíveis.
e) propor diretrizes de política monetária e cambial para apreciação do Conselho Monetário Nacional.

08 - Em sua existência, o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC consolidou sua função de
registro, custódia e liquidação de títulos. Como uma de suas principais características, é correto afirmar que

a) as operações nele registradas são liquidadas em bloco, ao final de cada dia.


b) é o depositário central dos títulos da dívida pública federal interna emitidos pelo Tesouro Nacional e
Banco Central.
c) os títulos depositados no Sistema não podem ser escriturais, ou seja, emitidos sob a forma eletrônica.
d) é gerido pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro ? ANDIMA e é operado
exclusivamente pelo Banco Central.
e) é um sistema informatizado que se destina apenas ao registro e à custódia de títulos escriturais de
emissão do Banco Central do Brasil, bem como à liquidação de operações com os referidos títulos.

09 - NÃO se refere a uma competência do Banco Central do Brasil:

a) exercer a fiscalização das instituições financeiras.


b) executar os serviços do meio circulante.
c) emitir moeda-papel e moeda metálica.
d) receber os recolhimentos compulsórios.
e) fixar as diretrizes e normas da política cambial.

10 - O Conselho Monetário Nacional constitui a autoridade maior na estrutura do sistema financeiro nacional.
Dentre as suas competências, é correto afirmar que

a) concede autorização às instituições financeiras, a fim de que possam funcionar no país.


b) efetua o controle dos capitais estrangeiros.
c) regula a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras.
d) fiscaliza o mercado cambial.
e) recebe os recolhimentos compulsórios das instituições financeiras

11 - O Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, criado pela Andima, em parceria com o Banco
Central, é um sistema que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas
com títulos públicos, garantindo transparência aos negócios, agilidade e segurança. Uma das mudanças
ocorridas com a criação do SELIC foi a

a) dilação do prazo de liquidação dos títulos públicos, gerando maior segurança nas operações.
b) redução das taxas cobradas pela custódia dos títulos federais, aumentando a demanda das
operações realizadas pelo Banco Central.
c) prorrogação da criação da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos para o ano de
1996.
d) substituição dos títulos físicos por registros eletrônicos, gerando enorme ganho de eficiência, já que
as operações são fechadas no mesmo dia em que ocorrem.
e) valorização das taxas de câmbio referentes às operações realizadas com títulos internacionais.

12 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) planeja, elabora, implementa e julga a consistência de toda a
política monetária, cambial e creditícia do país. É um órgão que domina toda a política monetária e ao qual se
submetem todas as instituições que o compõem. Uma das atribuições do CMN é

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a) administrar carteiras e a custódia de valores mobiliários.


b) estabelecer normas a serem seguidas pelo Banco Central (BACEN) nas transações com títulos
públicos.
c) executar a política monetária estabelecida pelo Banco Central.
d) regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.
e) propiciar liquidez às aplicações financeiras, fornecendo, concomitantemente, um preço de referência
para os ativos negociados no mercado.

13 - A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do
Governo Federal, principalmente, para habitação, saneamento básico e apoio ao trabalhador. As principais
atividades da Caixa Econômica Federal estão relacionadas a

a) elaboração de políticas econômicas que irão auxiliar o Governo Federal na composição do orçamento
público e na aplicação dos recursos em atividades sociais, como esporte e cultura.
b) elaboração de políticas para o mercado financeiro, viabilizando a captação de recursos financeiros,
administração de loterias, fundos, programas e aplicação dos recursos e obras sociais.
c) captação de recursos financeiros para as transferências internacionais auxiliando os trabalhadores
brasileiros residentes no exterior.
d) administração de loterias, fundos (FGTS), programas (PIS) e captação de recursos em cadernetas de
poupança, em depósitos à vista e a prazo e sua aplicação em empréstimos vinculados
substancialmente à habitação.
e) estruturação do Sistema Financeiro Nacional, auxiliando o Banco Central na elaboração de normas e
diretrizes para administração de fundos e programas como FGTS e PIS.

14 - O Sistema Financeiro Nacional (SFN), conhecido também como Sistema Financeiro Brasileiro,
compreende um vasto sistema que abrange grupos de instituições, entidades e empresas. Nesse sentido, o
Sistema Financeiro Nacional é compreendido por

a) uma rede de instituições bancárias, ONG, entidades e fundações que visam principalmente à
transferência de recursos financeiros para empresas com deficit de caixa.
b) um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam, em última análise, a
transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os
deficitários.
c) dois subsistemas: um normativo e outro de intermediação financeira, sendo que este último é
composto por instituições que estabelecem diretrizes de atuação das instituições financeiras
operativas, como a Comissão de Valores Mobiliários.
d) instituições financeiras e filantrópicas, situadas no território nacional, que têm como objetivo principal
o financiamento de obras públicas e a participação ativa em programas sociais.
e) agentes econômicos e não econômicos que objetivam a transferência de recursos financeiros, desde
que previamente autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários, para os demais agentes
participantes do sistema.

Constituição Federal de 1988 consagra dispositivos importantes para a atuação do Banco Central do Brasil
(BACEN), como o do exercício exclusivo da competência para emitir moeda em nome da União. A política
econômica, que abrange a política monetária, tem relevância na atuação do BACEN. Relativamente às
políticas econômica e monetária, julgue os itens seguintes.

15 - O BACEN detém poderes para criar ou destruir reservas bancárias em curtíssimo prazo.

Certo Errado

16 - É por meio do BACEN que o Estado intervém diretamente tanto no sistema financeiro como na economia.

Certo Errado

17 - O controle do papel-moeda emitido e o das reservas bancárias, que juntos formam o passivo monetário
do BACEN ou a base monetária, implicam o controle dos meios de pagamento mais básicos no país, que são
o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista nas instituições financeiras.

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Certo Errado

18 - A movimentação financeira da sociedade, aí incluídas as transações feitas por instituições financeiras


não-bancárias, é capaz de influenciar o saldo das reservas bancárias das instituições financeiras bancárias
individualmente, mas, de uma forma geral, não altera o somatório dos saldos de reservas bancárias.

Certo Errado

19 - Entre os instrumentos disponíveis para a execução da política monetária, destacam-se as operações de


mercado aberto, por sua maior versatilidade em acomodar as variações diárias de liquidez.

Certo Errado

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) inclui um representante do(a):

20 - Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o qual exerce a função de presidente-substituto desse conselho.

Certo Errado

21 - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Certo Errado

22 - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), o qual exerce a função de presidente desse conselho.

Certo Errado

23 - Ministério da Previdência e Assistência Social.

Certo Errado

24 - Ministério da Fazenda, escolhido entre os membros do segundo escalão.

Certo Errado

Os mercados futuros são mercados organizados onde podem ser assumidos compromissos padronizados
(contratos) de compra ou venda de determinada mercadoria, ativo financeiro ou índice econômico, para
liquidação em data futura preestabelecida. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

25 - Os swaps, que podem ser considerados carteiras de contratos a termo, são acordos privados entre duas
empresas para a troca futura de fluxos de caixa, respeitada uma fórmula previamente estabelecida.

Certo Errado

O Banco Central do Brasil (BACEN) conceitua mercado de câmbio como o ambiente abstrato onde se
realizam as operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo BACEN (bancos, corretoras,
distribuidoras, agências de turismo e meios de hospedagem) ou entre estes e seus clientes. Acerca desse
tema, julgue os itens abaixo.

26 - O BACEN executa a política cambial definida pelo Ministério do Planejamento, regulamentando o


mercado de câmbio e autorizando as instituições que nele operam. Também compete ao BACEN fiscalizar o
referido mercado, podendo punir dirigentes e instituições mediante multas, suspensões e outras sanções
previstas em lei.

Certo Errado

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O Decreto-lei n.º 73, de 21/11/1966, instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), composto por
diversas organizações públicas e privadas. A respeito desse sistema, julgue os itens abaixo.

27 - Entre outras, é atribuição do IRB prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.

Certo Errado

28 - Entre outras, são atribuições da SUSEP: fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e a


operação das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada aberta e
resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; atuar no sentido de proteger a
captação de poupança popular que se efetue por meio das operações de seguro, de previdência privada
aberta, de capitalização e resseguro.

Certo Errado

29 - As atribuições do CNSP incluem fixar diretrizes e normas da política de seguros privados e estabelecer
as diretrizes gerais das operações de resseguro.

Certo Errado

30 - O CNSP é composto pelo ministro da Fazenda, que o preside, pelo superintendente da SUSEP, que
exerce a função de presidente substituto, e por representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, do Ministério da Previdência e Assistência Social, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social e da CVM.

Certo Errado

31 - Fazem parte do SNSP: o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), a SUSEP, o IRB Brasil
Resseguros S.A. (IRB), as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as
entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados.

Certo Errado

No Sistema Financeiro Nacional, existem órgãos de regulação e fiscalização que se encarregam de verificar o
cumprimento das leis e normas administrativas referentes às atividades das instituições sob sua jurisdição.
Com relação a esse contexto, julgue os itens abaixo.

32 - Os bancos comerciais são duplamente supervisionados, pelo BACEN e pela CVM.

Certo Errado

33 - As bolsas de mercadorias e de futuros são duplamente supervisionadas, pelo BACEN e pela CVM.

Certo Errado

34 - Todas as entidades do sistema de liquidação e custódia são fiscalizadas exclusivamente pelo BACEN.

Certo Errado

35 - Os fundos mútuos são fiscalizados exclusivamente pela CVM.

Certo Errado

36 - Todas as entidades ligadas aos sistemas de previdência e seguros são supervisionadas unicamente pela
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

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Certo Errado

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus a Abrahão
Zarzur, ex-diretor-presidente do Banco Mercantil de Descontos (BMD). O executivo era réu em uma ação
penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo a partir de uma autuação do BACEN, que
apurou irregularidades no balanço da instituição financeira em 1994. O julgamento de 12 de março, cujo
acórdão ainda não foi publicado, abre um importante precedente sobre o trancamento de uma ação penal
após um órgão administrativo — BACEN — concluir que não houve irregularidades e extinguir o processo
administrativo que originou a ação penal. De acordo com o exposto pelo advogado de Zarzur no pedido de
habeas corpus, o seu cliente estaria 16 na iminência de ser submetido ao constrangimento do processo
criminal em virtude de comportamento reconhecido pacificamente como lícito pelo BACEN, cuja decisão foi
confirmada pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN). Para o advogado, se a
independência entre as instâncias penal e administrativa for interpretada restritivamente, acaba por
subordinar-se o julgador à autoridade administrativa, não nas suas decisões finais e bem discutidas, mas nos
erros que comete. Valor Econômico, 18/3/2002, ano 3, n.º 468 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue os itens subseqüentes.

37 - O presidente e o vice-presidente do CRSFN são, respectivamente, o ministro da Fazenda e o presidente


do BACEN.

Certo Errado

38 - Ao CRSFN compete julgar, em primeira instância, os recursos das decisões proferidas pelo BACEN em
processos administrativos instaurados contra instituições financeiras, seus administradores e membros de
seus conselhos, em que, cautelarmente, se impuserem restrições às atividades das instituições financeiras.

Certo Errado

39 - A decisão do STF, comentada no texto, está coerente com a legislação que ampliou a competência do
CRSFN, que recebeu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as
decisões do BACEN relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação cambial, de capitais
estrangeiros, de crédito rural e industrial.

Certo Errado

O cartão de crédito é um serviço de intermediação que permite ao consumidor adquirir bens e serviços em
estabelecimentos comerciais previamente credenciados mediante a comprovação de sua condição de
usuário. Essa comprovação é geralmente realizada no ato da aquisição, mediante apresentação do cartão ao
estabelecimento comercial. O cartão é emitido pelo prestador do serviço de intermediação, chamado
genericamente de administradora de cartão de crédito, que pode ser um banco. Acerca desse assunto, julgue
os itens subseqüentes.

40 - O Banco Central do Brasil (BACEN) autoriza e fiscaliza o funcionamento das empresas administradoras
de cartão de crédito.

Certo Errado

O Conselho Monetário Nacional é a entidade superior do Sistema Financeiro Nacional, tendo por competência

41 - zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras.

Certo Errado

42 - regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos do país.

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Certo Errado

43 - regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.

Certo Errado

O BACEN estabelece as normas operacionais de todas as instituições financeiras que operam no território
brasileiro, definindo as suas características e as suas possibilidades de atuação. Com relação a essas normas
atualmente vigentes, julgue os itens subseqüentes.

44 - As companhias hipotecárias podem captar depósitos a prazo com correção monetária, por meio de letras
imobiliárias, e estabelecer convênios com bancos comerciais para funcionarem exclusivamente como agentes
do Sistema Financeiro da Habitação.

Certo Errado

45 - As sociedades de arrendamento mercantil nasceram do reconhecimento de que o lucro de uma atividade


produtiva pode advir da simples utilização do equipamento e não necessariamente de sua propriedade.

Certo Errado

46 - As cooperativas de crédito atuam basicamente no setor primário da economia, permitindo melhor


comercialização de produtos rurais e facilitando o escoamento das safras agrícolas para os centros
consumidores. Destaca-se que os usuários finais dos créditos por elas concedidos são sempre os
cooperados.

Certo Errado

47 - As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários têm uma faixa operacional bem mais ampla
que a das sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários.

Certo Errado

48 - O objetivo principal dos bancos comerciais é proporcionar o suprimento oportuno e adequado de recursos
necessários para a concessão de financiamento a curto e médio prazos ao comércio, à indústria, às empresas
prestadoras de serviços e às pessoas físicas.

Certo Errado

A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada por
decreto que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP), o IRB Brasil Resseguros S.A. (IRB Brasil Re), as sociedades
autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os
corretores habilitados. Com relação às áreas de atuação dessas instituições, julgue os itens seguintes.

49 - B Compete ao Conselho Monetário Nacional prescrever os critérios de constituição das sociedades


seguradoras, das sociedades de capitalização, das entidades de previdência privada aberta e dos
resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações.

Certo Errado

50 - B No final do século passado, o Congresso Nacional aprovou a quebra de monopólio para a atividade de
resseguro no Brasil, delegada, até então, exclusivamente ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Um ano
depois, o IRB foi transformado em IRB Brasil Resseguros, sob a forma de autarquia de natureza especial.

Certo Errado

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No atual arranjo do sistema financeiro, as principais instituições estão constituídas sob a forma de banco
múltiplo, que oferece ampla gama de serviços bancários. Outras instituições existentes apresentam certo grau
de especialização. Acerca dessas instituições, julgue os itens a seguir.

51 - B Sociedades de crédito e financiamento são direcionadas para o crédito ao consumidor.

Certo Errado

52 - B Sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e empréstimo são fornecedoras de


crédito habitacional.

Certo Errado

53 - B Bancos cooperativos são voltados para a concessão de crédito e a prestação de serviços bancários
aos cooperados, quase sempre produtores rurais.

Certo Errado

54 - B Bancos de investimento captam depósitos à vista e depósitos de poupança e atuam mais fortemente no
crédito agrícola.

Certo Errado

55 - B Caixas econômicas captam depósitos a prazo e são especializadas em operações financeiras de médio
e longo prazo.

Certo Errado

56 - B Bancos comerciais captam principalmente depósitos à vista e depósitos de poupança, são tradicionais
fornecedores de crédito para as pessoas físicas e jurídicas e disponibilizam capital de giro para empresas.

Certo Errado

Os bancos têm ampliado sua atuação em produtos e serviços financeiros mais sofisticados, oferecendo aos
clientes, por exemplo, assessoria para compra e venda de empresas - o que o mercado chama de corporate
finance -, equipe de especialistas com experiência em operações de mercado de capitais, e assessoria em
fundos de investimentos, em especial para os clientes pessoa física, de renda mais alta, ou para clientes
pessoa jurídica. Quanto aos produtos e serviços financeiros, julgue os próximos itens.

57 - Os fundos mútuos de investimento classificados pelo BACEN como fundos referenciados são os que têm
por objetivo seguir determinado referencial, apresentam uma gestão passiva da sua carteira e classificam-se
em dois subtipos: DI e cambial.

Certo Errado

58 - O BACEN autoriza e fiscaliza o funcionamento das empresas administradoras de cartão de crédito, na


situação de coligadas de instituições financeiras.

Certo Errado

Todo processo de evolução e desenvolvimento de uma economia exige a participação crescente de capitais,
que são identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados
para os setores produtivos carentes de recursos, mediante intermediários e instrumentos financeiros. Esse
processo de distribuição de recursos no mercado é que faz evidenciar a função econômica e social do
sistema financeiro. No SFN, algumas instituições têm destacada atuação no processo de intermediação

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financeira, processo pelo qual os agentes que possuem recursos superavitários transferem esses recursos
para aqueles que estejam deficitários. Acerca das instituições do SFN, julgue os próximos itens.

59 - Bancos de desenvolvimento devem ter sede na capital do estado que detiver seu controle acionário,
devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a expressão Banco de
Desenvolvimento, seguida do nome do estado em que tenha sede.

Certo Errado

Todo processo de evolução e desenvolvimento de uma economia exige a participação crescente de capitais,
que são identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados
para os setores produtivos carentes de recursos, mediante intermediários e instrumentos financeiros. Esse
processo de distribuição de recursos no mercado é que faz evidenciar a função econômica e social do
sistema financeiro. No SFN, algumas instituições têm destacada atuação no processo de intermediação
financeira, processo pelo qual os agentes que possuem recursos superavitários transferem esses recursos
para aqueles que estejam deficitários. Acerca das instituições do SFN, julgue os próximos itens.

60 - Banco comercial é instituição financeira bancária privada ou pública, constituída sob o nome de
sociedade anônima, especializada basicamente em operações comerciais de curto e médio prazo, devendo
adotar, obrigatoriamente, em sua denominação a expressão Banco.

Certo Errado

61 - Bancos, corretoras e distribuidoras podem participar da CETIP. Não podem participar da CETIP as
demais instituições financeiras, as sociedades de leasing, os fundos de investimento e as pessoas jurídicas
não-financeiras, tais como seguradoras e fundos de pensão.

Certo Errado

Gabarito

01 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C A D E B E A B E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D B D B C E C C C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E E C E C C E C C C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C E C E E E E E C E
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C E E E C E E C E E
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C C C E E C C E C E
61
E

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3 – NOÇOES DE RISCO E ANÁLISE DE CRÉDITO

A palavra crédito deriva do latim credere que significa “acreditar, confiar”.

Em finanças crédito é definido como a modalidade de financiamento destinada a


possibilitar a realização de transações comerciais entre empresas e seus clientes.

Crédito pode ser então todo ato de cessão temporária de parte do patrimônio a um
terceiro com a expectativa de que está parcela volte a sua posse integralmente, após
decorrido o tempo estipulado.

Elementos do Crédito: Confiança e Prazo

A base do crédito é a confiança que o credor deposita na pessoa a quem concede o


crédito de que a mesma lhe restituirá o capital mutuado.

Esta confiança tem de ser entendida sob os pontos de vista subjetivo e objetivo.

 Do ponto de vista subjetivo – A CONFIANÇA significa que o devedor merece


fé, ou melhor, possui os requisitos morais básicos que fazem a pessoa do
credor ter a certeza de que ele aplicará a sua capacidade econômica no
cumprimento de sua obrigação, correspondente à devolução da quantia que
lhe foi mutuada.

 Do ponto de vista objetivo – A CONFIANÇA compreende a certeza que o


credor tem de que o devedor é economicamente capaz de liquidar o débito que
assumiu.

O prazo é outro elemento deve ser ressaltado.

O tempo, que corresponde ao período que decorre entre a prestação atual por parte
de quem concede o crédito e a prestação futura a ser cumprida por quem dele se
beneficiou e consistente na sua devolução.

Assim, para alguns o crédito consiste em uma troca de um valor presente por um
valor futuro, enquanto para outros seria a permissão de usar o capital de outrem.

Requisitos do Crédito - Sendo a confiança um pilar básico na concessão de crédito,


ela também se baseia em dois elementos fundamentais: a) vontade de o tomador
cumprir o estabelecido no contrato de crédito; e b) a habilidade do tomador em fazê-
lo. As informações sobre o cliente são importantíssimas e requisito fundamental
para a análise subjetiva do risco do crédito, essas informações são tradicionalmente
conhecidas como os 5Cs do crédito:

 Caráter;
 Capacidade de Pagamento;
 Capital;
 Condições;
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 Colateral.

Caráter – É o ”C” de crédito mais importante, tendo em vista que independente do


montante emprestado, este se refere à capacidade que o tomador tem em repagar o
empréstimo. É aqui se constrói a ficha cadastral, peça deveras importante na análise
da capacidade de pagamento do tomador, quando bem elaborada é uma fonte
preciosa de informações sobre o tomador. Para tal são utilizados os bancos de
dados de proteção ao crédito para se avaliar o histórico do tomador de recursos, sua
capacidade de pagamento, se há cheques devolvidos, protestos falência. A ficha
cadastral deve preencher todos os requisitos para uma boa análise da capacidade
do tomador.

Capacidade de Pagamento – A capacidade se refere à habilidade de pagar. A


globalização trouxe uma aceleração ainda maior no sistema econômico e as
mudanças tornaram-se cada vez mais rápidas, radicais e freqüentes. Toda essa
complexidade tem dado um peso maior à capacidade de mutação das empresas,
sendo que se uma empresa demonstra capacidade de se administrar seu negócio,
fazendo-o prosperar, assim já está demonstrando sua capacidade de pagamento.

Capital - Se refere na conversão de negócios em renda. Se as linhas de crédito


disponíveis e os recursos próprios da empresa forem insuficientes, é bem provável
que o insucesso da empresa seja grande. Esse é um sinal claro de falta de recursos
e muito provavelmente a empresa não conseguirá honrar compromissos assumidos.

Condições - As condições dizem respeito ao cenário micro e macroeconômico em


que o tomador, no caso a empresa, está inserido. As variáveis como risco país, taxa
de juros, atividade econômica, estão correlacionados.

Toda a negociação de crédito com empresas devem levar em conta o contexto atual
e as perspectivas futuras da economia. É certo que os emprestadores de recursos
tendem a ser mais liberais em momentos de recuperação econômica e mais
cautelosos em momentos recessivos.

Colateral - É grafada como em inglês e o seu significado é garantia, também


chamado garantia acessória. Refere-se à riqueza patrimonial das empresas. Sua
importância é para atenuar o risco, é uma tentativa de diminuir a inadimplência.

O ideal é nunca relacionar o colateral com os pontos fracos dentro do elemento


caráter, pois incluirá riscos que não devem ser assumidos pelo banco, e sim aos
elementos capital, capacidade e condições para minimizar os pontos fracos do
tomador de recursos para estes elementos.

O risco se refere a tudo que pode ocorrer fora do que foi previsto anteriormente.
Cada pessoa possui uma atitude frente ao risco e isso permite se dizer que alguém é
mais arrojado, moderado ou conservador.

O risco não pode ser confundido com incerteza

Em finanças risco e incerteza têm conceitos diferentes:

Risco: existe e pode ser mensurado a partir de dados históricos do tomador, assim a
concessão do crédito se faz a partir de premissas
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conhecidas e aceitáveis;

Incerteza: é quando a decisão de crédito é feita de forma subjetiva, pois os dados


históricos não estão disponíveis.

Risco é a probabilidade de perda. O risco de crédito é a probabilidade do tomador


não honrar seus compromissos no vencimento.

O risco de crédito é diferente do risco da operação, mas mantém um relacionamento


direto com a operação que deu origem ao crédito.

Se houver erro na forma da contratação, da garantia recebida e outras variáveis que


são utilizadas na decisão de se deferir o crédito. Todavia não se decide pensando
que o tomador não vai honrar seus compromissos.

Toda vez que uma instituição financeira vende um crédito está automaticamente
comprando um risco com todos os efeitos bons e ruins que a transação envolve.

A maior preocupação que uma instituição financeira tem é a inadimplência, por isso,
a análise dos cenários macroeconômicos. Acontecimentos externos, recessão,
aumento da taxa de juros, refletem-se na capacidade de pagamento da empresa por
gerarem fluxos de caixas menores.

Fatores internos e externos contribuem diretamente para o aumento do risco.

Os fatores internos em geral são de natureza administrativa, como exemplo:

a) Profissionais desqualificados;
b) Controles inadequados;
c) Concentração de crédito em clientes de alto risco;
d) Falta de modelagem estatística;
e) Política estratégica de crédito da instituição.

Os fatores externos são os de natureza macroeconômicas e por isso se relacionam


diretamente com a liquidez.

O monitoramento da situação macroeconômica é fundamental para a adequada


gestão do risco, além de disso, o credor tem que conhecer a quem pertence à
empresa, o setor da atividade econômica que atua. A inflação, a taxa de juros,
flutuações cambiais, concorrência, e outros fatores devem ser usados em
modelagens estatísticas que permitam prever o risco.

Toda a análise de crédito é baseada na Teoria de Precificação de Ativos Financeiros


e todo investimento financeiro é sujeito a diversas fontes de risco. Os principais
tipos de risco de investimentos financeiros são:

 Risco de Inadimplência ou de Crédito;


 Risco de Mercado;
 Risco de Liquidez;
 Risco Operacional;
 Risco Sistêmico.

50
Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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 Risco de Inadimplência ou de Crédito: decorre da possibilidade de uma


empresa não poder honrar seus compromissos;
 Risco de Mercado: refere-se a mudanças e expectativas do mercado;
 Risco de Liquidez: decorre de deságios e comissões de venda de ativos com
pouca liquidez;

 Risco Operacional: está relacionado a possíveis perdas como resultado de


sistemas e/ou controles inadequados, falhas de gerenciamento e erros
humanos.
 Risco Sistêmico: É a ocorrência de desequilíbrios, onde não há um ajuste de
mercado espontâneo, resultante de comportamento individual racional, que
possa reverter a situação macroeconômica precária do sistema, e que
portanto, podem se converter em situações perigosas para os sistemas
econômicos.

O modelo do credit scoring, definindo RATING, para clientes e operações, propicia


agilizar a decisão na concessão do crédito. Embora a utilização desses
conhecimentos seja prática nas Instituições Financeiras, há limitações para o seu
uso:

a) O ajuste adequado dos modelos de risco na avaliação de ativos para carteiras


de crédito;
b) As informações imperfeitas fornecidas pelo cliente, que visam “melhorar” a
capacidade de obtenção de crédito;
c) A volatilidade do risco país e suas conseqüências na economia;
d) A ausência de informações sobre o cliente em todo o mercado de crédito.

Confirme a Resolução BACEN 2682/99, cabe as instituições financeiras classificar as


operações de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis:

Níveis de Níveis de
Risco Risco

AA E

A F

B G

C H

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I - Em relação ao devedor e seus garantidores:

Situação econômico-financeira; Pontualidade e atrasos nos


pagamentos;

Grau de endividamento; Contingências;

Capacidade de geração de Setor de atividade econômica;


resultados;

Fluxo de caixa; Limite de crédito;

Administração e qualidade de controles.

A classificação da operação no nível de risco correspondente é de


responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve ser efetuada com base
em critérios consistentes e verificáveis, amparada por informações internas e
externas, contemplando, pelo menos, os seguintes aspectos:

II – Em relação à Operação de Crédito:

Natureza e finalidade da
Valor;
transação;

Características das garantias, particularmente quanto à


suficiência e liquidez.

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3 - SBP – SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO


É um sistema de liquidação composto por um complexo de instalações, equipamentos e
sistemas computacionais e de comunicação, disponibilizado por uma câmara ou prestador
de serviços de compensação e liquidação, para liquidação de operações segundo regras e
procedimentos formalmente estabelecidos. Circular BACEN 3057/2001.

A Circular 3057/2001 estabeleceu que nos sistemas de liquidação:

A liquidação financeira deve ser precedida de compensação;


A liquidação financeira interbancária é definitiva no momento em que efetuadas as
resultantes movimentações nas contas de Reservas Bancárias mantidas no BACEN.

No seu artigo 5º. a Circular 3057/2001 estabeleceu que, nos sistemas de liquidação bruta
em tempo real, a liquidação financeira interbancária:

Deve ser feita diretamente em conta de Reserva Bancária;


É definitiva no momento em que são efetuadas as movimentações nas contas
Reservas Bancárias mantidas no Banco Central do Brasil.

A liquidação em tempo real, operação por operação, a partir de 22/04/2002 passou a ser
utilizada também nas operações com títulos públicos federais cursadas na SELIC, o que
tornou possível, com a interconexão entre esse sistema e o STR (Sistema de
Transferência de Reservas) .

O SPB é caracterizado, sobretudo, pela assunção do risco de liquidação pelas


câmaras e sistemas de liquidação que o integram.

É composto pelas seguintes Câmaras de Compensação (Clearings Houses):

BM&F – Câmbio;
BM&F – Câmara de Derivativos;
CBLC – Cia Brasileira de Liquidação e Custódia;
Cetip – Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos;
Selic – Especial de Liquidação e de Custódia;
CIP – Câmara Interbancária de Pagamentos;
Câmara Tecban;
COMPE – Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros Papéis;
STR – Sistema de Transferência de Reservas.

BM&F – Câmbio

A Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) opera um sistema de liquidação de operações de


câmbio contratadas no mercado interbancário, que entrou em funcionamento em
22.04.2002. As obrigações correspondentes são compensadas multilateralmente e a
BM&F atua como contraparte central (gestora do sistema). Atualmente são aceitas
operações com dólar americano e o prazo de liquidação é quase sempre D + 2.

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Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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O sistema observa o princípio do ―pagamento contra pagamento‖ a entrega de moeda


nacional e a entrega da moeda estrangeira são mutuamente condicionadas), sendo que,
para isso, a BM&F monitora e coordena o processo de liquidação nas pontas em moeda
nacional e em moeda estrangeira.

BM&F – Câmara de Derivativos

A Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F), por meio da Câmara de Derivativos, liquida


contratos à vista, a termo, de futuros, de opções e de swaps. Os principais contratos estão
referenciados em taxas de juros, taxas de câmbio, índices de preços e índices do mercado
acionário (BOVESPA).

É um sistema com compensação multilateral de obrigações, sendo que a liquidação das


posições líquidas diariamente apuradas é feita em D + 1, por intermédio do STR (Sistema
de Transferência de Reservas), em contas mentidas no BACEN. A BM&F atua como
contraparte central e garante a liquidação das posições líquidas dos membros de
compensação.

CLBC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia

A CLBC liquida as operações realizadas na BOVESPA (renda variável privada), BVRJ


(títulos públicos) e SOMA (Mercado de Balcão Organizado) (renda variável).

A CBLC atua como depositária central de ações e títulos de dívida corporativa, mantendo
contas individualizadas, o que permite a identificação do investidor final das operações
realizadas.

A liquidação é feita com compensação multilateral de obrigações, mas, em situações


específicas previstas no regulamento de operações, pode ser feita em tempo real,
operação por operação. Na compensação multilateral de obrigações, a CBLC atua como
contraparte central, assegurando a liquidação das operações entre os agentes de
compensação. A liquidação financeira final é feita sempre por intermédio do STR, em
contas mantidas no BACEN.

CETIP - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos

A CETIP é depositária de títulos de renda fixa privados (CDBs, RDBs, DIs, LCs, LHs,
DEBÊNTURES e Commercial Papers, etc), títulos públicos estaduais e municipais e títulos
representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, FCVS, PROAGRO,
TDA.

Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos


títulos.

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Conhecimentos Bancários – Uma introdução ao Mercado Financeiro
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Os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, existem apenas sob a forma de registros
eletrônicos. As operações são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas
realizadas por intermédio do CETIPNET (Sistema Eletrônico de negociação).

SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo BACEN
e nessa condição processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O
sistema também a liquidação das operações definitivas e compromissadas realizadas em
seu ambiente.

Todos os títulos são escriturais. A liquidação financeira de cada operação é realizada por
intermédio do STR.

É um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre


condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à
disponibilidade de recursos por parte do comprador.

CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos

A CIP opera o Sistema de Transferências de Fundos (SITRAF), que utiliza compensação


contínua de obrigações.

O SITRAF funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser
debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos, que pode ser feita em nome do
próprio participante ou por conta de terceiros, a favor do participante destinatário ou de
cliente do participante destinatário.

A participação direta no SITRAF é restrita às instituições titulares de conta de Reserva


Bancária, isto é, bancos e bancos de investimento.

Câmara TECBAN

No sistema de compensação e de liquidação operado pela Tecnologia Bancária S.A


(TECBAN), que entrou em funcionamento em 22.04.2002, são processadas transferências
de fundos interbancários relacionadas principalmente com pagamentos realizados com
cartões de débito e saques na rede de atendimento automático de uso compartilhado,
conhecida como BANCO 24 HORAS. O sistema utiliza compensação multilateral de
obrigações, com a liquidação final dos resultados apurados sendo feita, pelo STR. A
liquidação é garantida pela TECBAN.

Todas as confirmações são feitas pela TECBAN em tempo real, saldo no caso de débitos
diretos e créditos diversos.

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COMPE - Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros Papéis

A COMPE liquida as obrigações interbancárias relacionadas principalmente com cheques,


documentos de crédito e boletos de cobrança.

Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e a Caixa Econômica


Federal são titulares no BACEN, de conta vinculada à liquidação financeira das obrigações
interbancárias apuradas na COMPE. Essa conta vinculada recebe depósito mediante
transferência de fundos ordenada pelo titular por meio do STR.

A Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE), regulada pelo


BACEN e executada pelo Banco do Brasil.

Sistema de Transferência de Reservas - STR

O STR é um sistema de transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real,


instituído e operado pelo BACEN. O sistema funciona com base em ordens de crédito,
onde somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de
fundos.

Entrou em funcionamento no dia 22.04.2002 e está disponível aos participantes, para


registro e liquidação de ordens de transferência de fundos, nos dias considerados úteis
para fins de operações praticadas no mercado financeiro.

No STR podem ser cursadas ordens de transferência de fundos de qualquer valor. Uma
vez realizada, a liquidação da ordem de transferência de fundos é irrevogável e
incondicional.

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(CESPE/CAIXA/2006) Até meados dos anos 90 do


3.1 - Questões de Concursos século passado, as mudanças no Sistema de
Pagamentos Brasileiro (SPB) foram motivadas pela
necessidade de se lidar com altas taxas de inflação
01. (DAVES/BANPARÁ/2005) É característica do e, por isso, o progresso tecnológico então alcançado
TED (Transferência Eletrônica Disponível) a que se visou principalmente ao aumento da velocidade de
apresenta na alternativa: processamento das transações financeiras. Na
reforma recentemente conduzida pelo BACEN, o
(A) O recurso estará disponível ao beneficiário no prazo foco foi redirecionado para a administração de
máximo de 48 (quarenta e oito) horas, ou seja, de 2
riscos. Nessa linha, a entrada em funcionamento do
(dois) dias.
Sistema de Transferência de Reservas (STR), em
(B) O recurso sairá da conta do pagador no prazo de 24
22/4/2002, marca o início de uma nova fase do SPB.
(vinte e quatro) horas, para poder compensar em até
48 (quarenta e oito) horas ao beneficiário. Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir,
(C) Se o TED for feito em cheque, poderá levar até 5
com base nos fundamentos do atual SPB.
(cinco) dias úteis para o recurso entrar na conta do
beneficiário. 03. No Brasil, as transferências de crédito interbancárias
por não-bancos, a partir da implantação do novo SPB,
(D) Se o TED for feito em cheque de valor superior a R$ passaram a ser feitas unicamente por meio das
1.000,00 (um mil reais), obrigatoriamente deverá ficar transferências eletrônicas disponíveis (TED).
disponibilizado ao beneficiário, no prazo máximo de
48 (quarenta e oito) horas. 04. Na nova fase do SPB, a liquidação em tempo real
(E) Terá liquidação no próprio dia, ou seja, atualizará o passou a ser utilizada nas operações com títulos públicos
saldo da conta do recebedor na mesma data em que federais transacionados no Sistema Especial de
é emitida pelo pagador. Liquidação e de Custódia (SELIC).

02. (ACEP/BNB/2004) O Sistema de Pagamentos 05. O SPB é operado pelo BACEN e as transferências de
Brasileiro (SPB) modernizou o sistema de fundos interbancárias, que podem ser liquidadas em
transferências de recursos interbancários, sem tempo real, têm caráter revogável e condicional.
eliminar, por completo, o sistema tradicional de
06. O atual SPB possibilita a redução dos riscos de
compensação de cheques e outros documentos.
liquidação nas operações interbancárias, com
Com relação ao seu funcionamento, assinale a conseqüente redução do risco sistêmico, isto é, do risco
alternativa CORRETA: de que a quebra de um banco provoque a quebra em
cadeia de outros bancos.
A) a Transferência Eletrônica Disponível (TED) é
utilizada para transferências de recursos 07. Compete ao ministro da Fazenda definir quais
superiores a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). sistemas de liquidação são considerados sistemicamente
B) para transferências de recursos abaixo de R$ importantes.
50.000,00 (cinqüenta mil reais) deve ser utilizado
cheque ou DOC (Documento de Compensação) 08. No âmbito de um sistema de compensação e de
liquidação, não é admitida compensação multilateral de
por intermédio da Centralizadora de obrigações.
Compensação de Cheques e Outros Papéis
(COMPE).
C) os cheques apresentados à compensação sem
provisão de fundos devem ser devolvidos pela
alínea 11 na primeira apresentação e alínea 12
na segunda apresentação.
D) os cheques e DOC's são compensados e
transferidos da conta do emitente para a do Gabarito
beneficiário no mesmo dia.
E) como o cheque é uma ordem de pagamento a 01 02 03 04 05 06 07 08
vista, os bancos e empresas são obrigados a E C E C E C E E
recebê-lo para quitar pagamentos.

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4 - OPERAÇÕES PASSIVAS – Produtos de Captação de Recursos


(Depósitos)

4.1 - Depósitos a Vista

A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica e distinta dos


bancos comerciais, o que configura como instituições financeiras monetárias. É a chamada
captação a custo zero. Assim, o depósito à vista, para o banco, é um dinheiro gratuito.
Entretanto, como existe um custo implícito na abertura e na movimentação de uma conta
corrente, os bancos podem, eventualmente, estabelecer valores mínimos para abertura e
manutenção de saldo médio em conta pelo cliente, que, pelo menos, garanta a cobertura
dos custos operacionais da conta.

A conta corrente é o produto básico da relação entre o cliente e o banco, pois através dela
são movimentados os recursos dos clientes, via depósito, cheques, ordens de pagamento,
DOC, e após o SPB, a Transferência Eletrônica Disponível – TED.

Elas podem ser:

Para pessoa física ou jurídica;


Individual ou conjunta (somente para pessoas físicas);
Não solidária (Todos os titulares devem assinar) ou solidária (qualquer um dos
titulares pode assinar individualmente (no caso de contas conjuntas);

Atualmente existem as seguintes contas:

Contas Correntes Convencionais;


Contas Especiais de Depósitos – Contas Simplificadas (Clientes de baixo poder
aquisitivo;
Contas Eletrônicas de Depósito – Contas de brasileiros no exterior;
Conta-Salário – Salários, vencimentos, pensões, proventos, aposentadorias e
similares;
Conta Investimento.

Para a abertura de uma conta corrente são exigidos os seguintes documentos:

Para Pessoas Físicas:

Documentos de identificação pessoal;


Documento de regularidade com a Fazenda Pública - CPF;
Documentos de comprovação de domicílio;
Documentos de comprovação de renda.

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São considerados documentos de identidade hábeis:

• Carteira de Identidade emitida pelos Estados (RG);


• Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
• Carteira de Identificação emitida pelas entidades de Classe (CRC, CRA, CRN, OAB,
etc.);
• Carteira Nacional de Habilitação com foto;
• Carteira de Identidade de Estrangeiro;
• Passaporte com foto;
• Carteira de identificação emitida pelas forças armadas.

Documento para comprovação de domicílio considerados hábeis:

• Contas de Água, Luz ou Telefone;


• Boletos Bancários diversos;
• Contrato de Locação.

Documentos comprobatórios de renda considerados hábeis:

• Contra-cheques e hollerith;
• A CTPS com as anotações salariais;
• DECORE.

Para Pessoas Jurídicas:

Cópia do Contrato Social e todos os seus aditivos (no caso de sociedades),


devidamente registrados na Junta Comercial (Sociedade Empresária) ou no Cartório
de Registro de Pessoas Jurídicas (No caso de Sociedade Simples);
Cópia dos Estatutos e Regimento interno devidamente inscritos no Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas, no caso de instituições sem fins lucrativos.
Cartão do CNPJ;
Relação de Faturamento dos últimos 12 meses ou projeção;
Documentos pessoais dos sócios e/ou dirigentes ( Os mesmos para o cadastro de
pessoas físicas)

4.2 - Depósitos a Prazo

O RDB (Recibo de Depósito a Prazo) e o CDB (Certificado de Depósito a Prazo) são os


mais antigos e utilizados títulos de captação de recursos, junto às pessoas físicas e
jurídicas, pelo bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento,
bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras e caracterizam um depósito a prazo
fixo.

IMPORTANTE! No caso específico do RDB, ele também pode ser instrumento de captação
de recursos por parte das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento –
Financeiras e por parte das Cooperativas de Crédito junto aos seus associados.
(Resolução 3.454/07)

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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O CDB é um título de crédito escritural (não existe fisicamente) e o RDB um recibo (existe
fisicamente), e sua emissão gera a obrigação das instituições emissoras pagar ao
aplicador, ao final do prazo contratado, a remuneração prevista. Os recursos captados
pelas instituições através desses instrumentos são normalmente repassados aos clientes
na forma de empréstimos.

Ambos podem ter a taxa pré-fixada e pós-fixada.

RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO – RDB – Podem ser resgatados antecipadamente


em caráter excepcional, desde que com o acordo da instituição depositária. Neste caso
acontecerá uma perda de rentabilidade. O cliente perde os juros do período em que o
recurso ficou aplicado no Banco.

CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO – CDB – É transferível (resgatado, a critério


da instituição financeira, antes do vencimento) por endosso nominativo (endosso em
preto), desde que respeitados os prazos mínimos. O endossante responde pela existência
do crédito, mas não pelo seu pagamento. Não pode ser prorrogado, mas renovados de
comum acordo, por uma nova contratação.

O CDB podem ser classificado de acordo com a sua natureza em:

CDB – DI (antigo CDB-Over) – Foi criado pelo mercado para substituir o


OVERNIGTH. Para viabilizar essas operações, os bancos emitiam o CDB prefixado,
garantindo liquidez antes do prazo do vencimento e taxas equivalentes a
porcentagem do CDI. Desse modo podiam recomprá-lo quando o cliente precisasse,
pagando pelo prazo decorrido a porcentagem do CDI acertada informalmente no ato
da aplicação. Com a introdução dos SWAPs, estas operações passaram a ser feitas
vinculadas a um contrato de SWAP de pré para DI.

CDB Rural – São títulos cuja captação é específica dos bancos comerciais e
múltiplos com carteira comercial e que aplicam no crédito rural e se destinam aos
financiamentos agrícolas. Seus prazos são similares aos demais CDBs e as
instituições financeira têm que provar ao BACEN que os recursos captados com
esses papéis se destinam ao financiamento da comercialização dos produtos
agropecuários e/ou máquinas e equipamentos agrícolas.

CDB com Taxa Flutuante – Nas aplicações com prazo mínimo de 120 dias, existia
a alternativa para o investidor de repactuar a cada 30 dias a taxa de remuneração
do CDB que, dessa forma, não deveria estar vinculado à TR. O rendimento deveria
ser baseado em outras taxas de juros apuradas regularmente pelo mercado, desde
que o conhecimento público, e com critérios já definidos na data da assinatura do
contrato.

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4.3 – Caderneta de Poupança

Caderneta de Poupança Tradicional - É a aplicação mais simples e tradicional, sendo


uma das poucas, senão a única, em que se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez,
apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação. É
um produto exclusivo das SCI, das Carteiras Imobiliárias dos bancos múltiplos, das
associações de poupança e empréstimos e das caixas econômicas. Conforme resolução
BACEN 3347/06, no mínimo 65% dos valores depositados devem ser aplicados em
financiamento imobiliário e 20% é encaixa obrigatório no BACEN.

Caderneta de Poupança de Rendimentos Trimestrais (Isenção da CPMF) – Foi criada


para pessoas físicas, exclusivamente, com o prazo mínimo de resgate de três meses, para
efeito de absorção dos rendimentos.

Caderneta de Poupança de Rendimentos Crescentes – Foi criada para permitir que


seus depositantes, pessoas físicas e pessoas jurídicas sem fins lucrativos, recebessem
correção monetária, mais juros, esses últimos com taxas crescentes, durante o período
pactuado com a instituição detentora da conta de depósito de poupança. Somente pode
ser feito um único depósito uma única retirada. Os rendimentos são creditados
trimestralmente e as taxas de juros são crescentes: 1,5 a.t do primeiro e ao terceiro
trimestres; 1,705% a.t. do quarto ao oitavo trimestres; 1,942% a.t. do nono ao décimo-
primeiro trimestres e 2,177% a.t. do décimo-segundo trimestre em diante..

Caderneta de Poupança com finalidade específica – Destinada a pessoas físicas, com


rentabilidade idêntica à da poupança tradicional, mensal ou trimestral, em função da
modalidade.

As modalidades disponíveis são:

Garantia Locatícia;
Revendedores Lotéricos;
Trabalho de Condenado;
Para crédito de valores de cotas de PIS/Pasep, do FGTS, de fundos de
investimento e de saldos liberados de contas de depositantes falecidos;
Leiloeiros.

Caderneta de Poupança Rural – Caderneta Verde - É idêntica à caderneta de poupança


livre. A única diferença entre as duas é que os recursos captados são basicamente
direcionados para o financiamento de operações rurais, e não para o crédito imobiliário.

Segundo a Resolução 3.224, de 29.07.2004, só são autorizados a captar recursos através


da Poupança Verde , o BB, o BNB, BASA e Bancos Cooperativos.

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Caderneta de Poupança Programada – O depositante assumia, por contrato, o


compromisso de depositar quantias fixas e determinadas por prazos que variam entre 12,
18 e 24 meses. As taxas de remuneração eram progressivas: 6,14% a.a. nos primeiro e
segundo trimestres; 6,40% a.a. nos terceiro e quatro trimestre; 6,80% a.a. nos quinto e
sexto trimestres e 7,20% a.a. do sétimo trimestre em diante. Seus rendimentos eram
creditados trimestralmente e havia uma carência inicial de seis meses para o saque.

Caderneta de Poupança Vinculada (Caucionada) a Crédito Imobiliário – Foi criada


pela Resolução 2173/95, para permitir que as entidades integrantes do SBPE acolhessem
depósitos de poupança como caução destinada a garantir a concessão de crédito ao titular
da conta para a aquisição de imóvel residencial, bem como para a construção de imóvel
residencial em terreno próprio. As suas características eram idênticas às da poupança
tradicional.

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4.4 – Questões de Concursos legalmente, cadastro de pessoa física (CPF) e título


de eleitor com comprovante da última votação.
(CESPE/BB/2007) Depósitos à vista são os que (E) documento de identificação, como cédula de
estão totalmente disponíveis para o cliente, ou seja, identidade (RG), ou documentos que a substituem
o cliente pode sacá-los quando quiser. Com a legalmente, cadastro de pessoa física (CPF) e
evolução dos serviços de acesso ao sistema comprovante de residência.
financeiro (a chamada inclusão financeira), houve a
criação de muitos tipos específicos de contas. 06. (FCC/CAIXA/2007) O certificado de depósito
Atualmente, existem vários tipos de contas que bancário (CDB) é o título de renda fixa emitido por
permitem depósitos à vista. Com relação a esses instituições financeiras, com a finalidade de
tipos de contas, julgue os itens que se seguem. captação de recursos para carregá-los em outras
carteiras de investimento, visando ao ganho
01. Para as contas-correntes, é vedada às financeiro e/ou ganho de intermediação.
instituições financeiras a cobrança de remuneração Considerando as características do CDB, analise as
pelo fornecimento de cartão magnético ou, afirmações a seguir.
alternativamente, a critério do correntista, de um
talonário de cheques com pelo menos vinte folhas I - No CDB Rural, existe a possibilidade, para o
por mês. investidor, de repactuar a cada 30 dias a taxa de
remuneração do CDB, dentro de critérios já
02. A conta investimento permite ao investidor estabelecidos no próprio contrato.
migrar de um investimento para outro, inclusive II - Quando a perspectiva é de queda da taxa de
entre bancos diferentes, sem o pagamento da juros, a modalidade de CDB mais indicada para
contribuição provisória sobre movimentação aplicação é a prefixada.
financeira (CPMF). III - O CDB não pode ser negociado antes do seu
vencimento, devendo o cliente esperar o final do
03. A conta especial de depósitos à vista (conta contrato para sacar o dinheiro.
simplificada para clientes de baixa renda) é IV - No CDB prefixado, no momento da aplicação, o
individual (apenas um titular). Cada cliente pode ter investidor já conhece o percentual de valorização
somente uma conta e não pode ser correntista em nominal de seu investimento.
qualquer outra instituição financeira. Essa conta é V - As taxas de rentabilidade do CDB são
movimentada exclusivamente com cartão determinadas pelos próprios Bancos, de acordo com
magnético, tem alíquota zero de CPMF e franquia o CDI. Estão corretas APENAS as afirmações:
mensal de 4 extratos, 4 depósitos e 4 saques.
(A) I, II, III e IV
04. A conta-salário é um tipo especial de conta de (B) I, IV e V
depósito à vista destinada a receber salários, (C) I, III e V
vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. (D) II, III, IV e V
É individual, não é movimentável por cheques, é (E) II, IV e V
isenta da cobrança de tarifas e tem alíquota zero de
CPMF. 07. (DAVES/BANPARÁ/2005) As cadernetas de
poupança são modalidades de investimento, cujo
05. (FCC/CAIXA/2007) A conta corrente é o produto rendimento é assim calculado:
básico da relação entre o cliente e o banco, pois por
meio dela são movimentados os recursos dos (A) 1% (um por cento) ao mês, mais TR (Taxa
clientes. Para abertura de uma conta corrente Referencial de Juros).
individual, são necessários e indispensáveis os (B) 0,5% (meio por cento) ao mês, mais Taxa Selic.
seguintes documentos: (C) 0,5% (meio por cento) ao mês, mais TR (Taxa
Referencial de Juros).
(A) cadastro de pessoa física (CPF), cédula de (D) 1% (um por cento) ao mês, mais Taxa Selic.
identidade (RG), título de eleitor com comprovante (E) 0,5% (meio por cento) ao mês, mais a menor
da última votação, certificado de reservista, e taxa de juros praticada no mercado financeiro
comprovante de residência. na concessão de empréstimos.
(B) cadastro de pessoa física (CPF), cédula de
identidade (RG), comprovante de residência, título 08. (FGV/BESC/2004) O CDB -
de eleitor e certidão de nascimento ou casamento, Depósito
se for o caso.
(C) documento de habilitação com foto com o (A) banco múltiplo
número do CPF, comprovante de residência, (B) casa de poupança
certidão de nascimento ou casamento e certificado (C) casa de câmbio
de reservista. (D) distribuidora de títulos e valores mobiliários
(D) documento de identificação, como cédula de (E) corretora de seguros
identidade (RG) ou documentos que a substituem

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

vencimentos, aposentadorias, pensões e


09. (CESPE/BRB/2005) Na caderneta de poupança, similares, contas essas que podem ser
os valores depositados são atualizados com base movimentadas por cheques.
na TR do dia do depósito, acrescida de juros de E) a "conta salário" pode ser aberta livremente pelo
0,5% ao mês, correspondendo a 6% ao ano, na data interessado para receber seus salários,
em que completa um mês. vencimentos, aposentadorias ou pensões, mas
essas contas estão sujeitas à cobrança de
10. (ACEP/BNB/2004) As instituições financeiras tarifas por parte das instituições financeiras.
devem observar certas condições sobre as normas
relativas a abertura, manutenção, movimentação e 12. (ACEP/BNB/2004) Existem, no mercado,
encerramentos de contas de depósito. A respeito diversos instrumentos de captação de recurso, que
deste assunto considere as afirmações abaixo: se diferenciam pelo prazo de captação, destinação e
rentabilidade. Marque a alternativa CORRETA que
I) quando a conta for titulada por menor ou pessoa caracteriza um desses instrumentos:
incapaz, além de sua qualificação, também
deverá ser identificado o responsável que o A) as cadernetas de poupança representam o mais
assistir ou o representar; popular instrumento de captação,
II) se o correntista emitir um cheque sem provisão proporcionando uma rentabilidade de 12 % a.a.
de fundos, a instituição financeira deverá B) o prazo mínimo para aplicações em Certificado
encerrar sua conta, sem necessidade de aviso de Depósito Bancário (CDB) é de 90 dias.
ao correntista; C) os recursos da caderneta de poupança são
III) as instituições financeiras estão autorizadas destinados exclusivamente para financiar casas
pelo Banco Central a cobrar tarifas sobre todos para população de baixa renda.
os serviços relativos à conta de depósitos; D) o Certificado de Depósito Bancário pode
IV) é vedada a estipulação de cláusulas na ficha- oferecer rendimento diferenciado, em função do
proposta que, em qualquer hipótese, impeçam valor e do prazo da aplicação.
ou criem limitações a sustação de pagamentos E) a Instituição Financeira pode remunerar o
de cheque. depósito a vista, desde que o cliente permaneça
com o recurso depositado na conta corrente por
Marque a alternativa CORRETA: mais de trinta dias.

A) as afirmativas I e IV são verdadeiras. 13. (FCC/CAIXA/2004) Está correto dizer que:


B) as afirmativas I e II são verdadeiras.
C) as afirmativas II e III são verdadeiras. (A) a transformação de conta conjunta em
D) as afirmativas II e IV são verdadeiras. individual é feita mediante a solicitação de um dos
E) todas as afirmativas são verdadeiras. titulares.
(B) Para abertura de uma conta corrente junto a
11. (ACEP/BNB/2004) Objetivando expandir o uma instituição financeira é necessário apenas
acesso aos serviços bancários por parte da carteira de identidade.
população de baixa renda e para facilitar (C) Para encerrar uma conta corrente Junto a
recebimentos de proventos e de microcrédito, foram uma instituição financeira é necessário
criadas contas especiais. Considerando as primeiramente verificar se todos os cheques
características dessas contas, marque a alternativa emitidos foram compensados para não evitar a
CORRETA: inclusão do nome no cadastro de emitentes de
cheques sem fundo.
A) a conta especial de depósito a vista, (D) Abrir uma conta corrente só é permitido aos
denominada de conta simplificada, somente maiores de 18 anos e aos menores, com idade entre
pode ser aberta por pessoas físicas e mantida 16 e 18 anos incompletos, desde que representados
na modalidade de conta individual, vedado o ou assistidos pelo responsável legal e aos
fornecimento de talonários de cheque para emancipados.
respectiva movimentação. (E) Os menores emancipados não podem
B) a conta especial de depósito a vista, movimentar uma conta corrente.
denominada de conta simplificada, pode ser
livremente movimentada, sem limites de
recursos.
C) por ser uma conta simplificada, é permitida a
abertura de conta de depósitos sob nome
abreviado ou de qualquer forma alterado,
inclusive mediante supressão de parte ou partes
do nome do depositante.
D) a "conta salário" foi criada para prestação de
serviços relativos ao pagamento de salários,

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

14. (FCC/CAIXA/2004)

(A) O CDB é uma taxa que mede a inflação de um


determinado período e considerada a taxa prime do
mercado.
(B) O CDB – Certificado de Depósito Bancário – e o
RDB – Recibo de Deposito Bancário – são titulo de
captação de recursos pelos bancos
(C) A liberdade de prazo dos CDB – Certificado de
Depósito Bancário – não permite que os bancos
emitam CDB com taxa pré-fixada, apenas pós -
fixada.
(D)A principal diferença ente CDB e o RDB é a
impossibilidade do certificado e depósito bancário
ser transferido a outros investidores pó endosso
nominativo.
(E) O termo CDB quer dizer a mesma coisa que a
antiga CTN.

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08
E C C E E E C A
09 10 11 12 13 14
E A A D D B

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Antonio Cláudio da Silva

5 - OPERAÇÕES ATIVAS – Produtos de Aplicação (Empréstimos e


Financiamentos)
Empréstimos – São alocações de recursos sem uma finalidade específica> Ex: Capital de
Giro, Desconto de Títulos, Desconto de Cheques, etc.

Financiamentos – São alocações de recursos com finalidade específica. Ex: Compra de


Máquinas e Equipamentos, Implantação de uma Indústria, etc.

Descontos – É o repasse de recursos para o tomador, porém deduzindo


antecipadamente os juros da operação.
Adiantamentos – É a antecipação integral de recursos para o tomador, com base
uma garantia, normalmente um título de crédito.

5.1 - HOT MONEY

É o empréstimo de curtíssimo prazo, normalmente por um dia, ou um pouco mais, no


máximo por 10 dias.

A taxa aplicada é o CDI mais o spread do produto.

Por ser uma operação de curto prazo, o hot money tem a vantagem de permitir uma rápida
mudança de posição no caso de uma mudança brusca para baixo das taxas de juros.

5.2 - CONTAS GARANTIDAS

É um valor-limite que normalmente é movimentada diretamente pelos cheques emitidos


pelo cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação. À
medida que, nessa última, existam valores disponíveis, estes são transferidos de volta,
para cobrir o saldo devedor da conta garantida.

Tem caráter apenas de conta devedora (lastreadas por garantias), funcionando separadas
da conta corrente e, normalmente, exigem do cliente o aviso com antecedência dos
valores a serem sacados, razão pela qual trabalham com taxas de juros menores que os
cheques especiais.

5.3 - CRÉDITO ROTATIVO

São linhas de crédito abertas com um determinado limite e que a empresa utiliza à medida
de suas necessidades, ou mediante apresentação de garantias em duplicatas. Os
encargos (juros e IOF) são sobrados de acordo com a utilização dos recursos, da mesma
forma que nas contas garantidas. A disponibilidade do crédito diminui na medida de sua
utilização e aumenta na medida do pagamento do principal anteriormente utilizado.

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5.4 - DESCONTOS DE TÍTULOS, DESCONTO DE CHEQUES, DESCONTO DE


FATURAS DE CARTÃO DE CRÉDITO

É um adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre os valores


referenciados em duplicatas de cobrança, notas promissórias, cheques pré-datados ou
faturas de cartões de crédito, de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.

O cliente transfere o risco do recebimento de suas vendas a prazo ao banco e garante o


recebimento imediato dos recursos que, teoricamente, só teria disponível no futuro.

A operação de desconto dá ao banco o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o


título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento,
incluindo multa e/ou juros de mora pelo atraso.

5.5 - FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO

São as operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico que


estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendem às necessidades
de capital de giro das empresas.

O plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses e necessidades das


partes e, normalmente, envolve prazo de até 12 meses.

Esse tipo de empréstimo normalmente é garantido por duplicatas em geral, numa relação
de 120% a 150% do principal emprestado. Nessa caso, as taxas de juros são mais baixas.
Quando a garantia é dada na forma de aval ou notas promissórias, os juros são mais altos.

5.6 - VENDOR FINANCE

A principal vantagem para a empresa vendedora mé a de que, como a venda não é


financiada diretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de tributos, comissões
de vendas e royalties, no caso de licença de fabricação, torna-se menor. Além disso, ao
receber à vista, a empresa tem um imediato reforço no seu caixa.

A principal vantagem para a empresa compradora é o financiamento com taxas menores


do que as praticas pelo mercado, pois está obtendo um preço à vista financiado por um
empréstimo ao custo do risco de crédito do vendedor.

Assim, é uma modalidade de financiamento de vendas para empresas na qual quem


contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Graficamente:

SEM O
VENDER

EMPRESA EMPRESA
VENDEDORA COMPRADORA

EMPRESA EMPRESA
VENDEDORA COM O COMPRADORA
VENDER

BANCO

5.7 - COMPROR FINANCE

É uma operação inversa ao vendor. No caso do compror, pequenas indústrias vendem


para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o
garantidor do contrato, o próprio comprador é que funciona como garantidor.

Trata-se de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra sem envolver o


vendedor (fornecedor).

5.8 - LEASING

É uma operação realizada mediante contrato, na qual o dono do bem (arrendador)


concede a outrem (arrendatário) a utilização do mesmo, por prazo previamente
determinado.

Tipos de Operações disponíveis em Leasing:

Leasing Operacional;
Leasing Financeiro;
Sale and Lease Back;
Leasing Imobiliário.

Leasing Operacional

É a operação, regida por contrato, praticada diretamente entre o produtor de bens


(arrendador) e seus usuários (arrendatários), podendo o arrendador ficar responsável pela
manutenção do bem arrendado ou por qualquer outro tipo de assistência técnica que seja
necessária para seu perfeito funcionamento.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

É geralmente encontrado no ramo de equipamentos de alta tecnologia, como telefones,


computadores, aviões, máquinas copiadoras, automóveis e o equipamento e/ou a empresa
arrendadora deve satisfazer uma das condições a seguir:

O equipamento possui alto valor de revenda e mercado secundário ativo;


A empresa arrendadora presta serviços adicionais aos seus clientes;
A empresa arrendadora á a fabricante do equipamento.

Ao contrário do leasing financeiro, o arrendatário pode rescindir o contrato a qualquer


tempo, mediante pré-aviso contratualmente especificado.

Na prática, as operações de leasing operacional funcionam quase como um aluguel. Se o


arrendatário quiser adquirir o bem ao final do contrato, terá de negociar com a empresa de
leasing e a aquisição, se houver, será feita pelo valor de mercado.

Em resumo, o leasing operacional deve possuir as seguintes características básicas:

1 - O prazo mínimo da operação é de 90 dias;


O prazo máximo da operação está limitado a 75% da vida útil econômica do bem
2 - arrendado;

O valor presente das contraprestações não poderá exceder ao valor de 90% do bem
3 - arrendado, sendo a taxa de desconto utilizada a equivalente aos encargos
financeiros constantes do contrato;
4 - Não é permitida a utilização do VALOR RESIDUAL DE GARANTIA – VRG;
5 - A opção de compra do bem ao final do contrato é o pelo valor de mercado;
A manutenção do bem arrendado pode ser responsabilidade do arrendador ou do
6 - arrendatário.

Leasing Financeiro

É uma operação de financiamento sob a forma de locação particular, de médio a longo


prazo, com base em um contrato, de bens móveis ou imóveis, em que intervêm uma
empresa de leasing (arrendador), a empresa produtora do bem objeto do contrato
(fornecedor) e a empresa que necessita utilizá-lo (arrendatária). É realizado pela empresa
de leasing dos bancos múltiplos, sendo na verdade uma operação de financiamento.

Esta operação se aproxima, no sentido financeiro, de um empréstimo que utilize o bem


como garantia e que pode ser amortizado num determinado número de aluguéis
periódicos, que recebem o nome de contraprestação, geralmente correspondentes ao
período de vida útil do bem.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Do ponto de vista estritamente financeiro, trata-se de um financiamento de médio a longo


prazo que, ao final do prazo de vigência do contrato, dá ao arrendatário o direito,
estabelecido no início da vigência do contrato, de escolher:

Renovar o contrato pelo valor arrendado;


Comprar o bem – opção de compra pelo valor estabelecido;
Devolver o bem ao arrendador.

Ao final do contrato, o arrendatário tem a opção de compra do bem por um valor


previamente estabelecido, que pode ser o valor de mercado, um valor simbólico ou um
valor mínimo denominado VRG (Valor Residual de Garantia).

Tem como características básicas:

O prazo mínimo da operação é de dois anos para bens com vida econômica
útil igual ou menor do que cinco anos, e três anos para bens com vida
econômica útil maior do que cinco anos;
O total pago, incluindo as contraprestações e o VRG (Valor Residual de
Garantia), deverá garantir para o arrendador o retorno financeiro da aplicação,
aí incluído os juros sobre os recursos financeiros utilizados na aquisição do
bem objeto da operação de arrendamento mercantil;
A manutenção do bem arrendado é da responsabilidade do arrendatário;
É permitida a utilização do Valor Residual de Garantia (VRG);
A opção de compra do bem ao final do contrato é pactuada ao início do
contrato, podendo ser utilizado, para tal, o VRG;
O contrato não pode ser rescindido unilateralmente.

Sale and Lease Back

É uma operação variante do Leasing Financeiro, pela qual uma pessoa jurídica vende
bens do sei imobilizado a uma empresa de leasing e, simultaneamente, os arrenda de
volta com a opção de compra exercitável após o término do prazo contratual.

Leasing Imobiliário

É a compra de um imóvel pela arrendadora que o aluga a uma pessoa física ou jurídica.
Pode ser um terreno, um prédio ou mesmo uma fábrica. No caso da arrendatária já possuir
o imóvel, pode ser feito um lease back. Sendo assim, existem três tipos de leasing
imobiliário: O normal, Construção de Edifícios e o Leasing Back Imobiliário.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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Vantagens do Leasing

Dedução no Imposto de Renda;


Melhora nos índices de endividamento e de imobilização da empresa;
Os prazos são mais longos para a compra de máquinas e equipamentos;
Financiamento de 100% do bem;
Não é realizado o cálculo de depreciação;
Alívio no capital de giro.

Desvantagens do Leasing

A empresa não acumula patrimônio;


Se a empresa não paga imposto de renda, perde a vantagem fiscal.

5.10 - FINANCIAMENTOS PARA CAPITAL FIXO (INVESTIMENTO)

É a concessão pelos bancos de Desenvolvimento, Bancos de Investimento ou Sistema


BNDES de linhas de crédito para investimento em infra-estrutura, máquinas e
equipamentos com o objetivo de contribuir com a expansão ou a modernização do sistema
produtivo do País.

São efetuados com prazos superiores a 24 meses com até 20 anos para pagar, com
carência entre 12 e 24 meses, conforme os projetos de investimento apresentados pelas
empresas.

5.11 - CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR - CDC

É o financiamento concedido por uma financeira para aquisição de bens e serviços por
seus clientes, como também, a concessão de empréstimos em dinheiro para uso não
definido.

Sua utilização é maior para aquisição de veículos e eletroeletrônicos.

O prazo dos CDC varia de três a 96 meses e, geralmente, financia de 60% a 100% do
valor do bem, já que uma parte do bem é disponibilizada no momento da aquisição, na
forma de uma entrada. No caso específico de veículos, o prazo de financiamento pode
chegar a 72 meses.

Crédito Direto ao Consumidor – CDC pode ser classificado em:

CDCI – CDC com Interveniência – São os empréstimos concedidos às empresas


clientes especiais dos bancos, normalmente empresas comerciais, que passam a
ser intervenientes (responsáveis), para repasse aos seus clientes, nos
financiamentos de compras e serviços. Os prazos e a composição da taxa são
idênticos ao CDC convencional, embora menores, em razão da garantia oferecida
pelo interveniente (empresa comercial).

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Antonio Cláudio da Silva

CD – Crédito Diretíssimo – O Banco assume a carteira dos lojistas e fica com


os riscos da concessão do crédito. Ex: Losango, Fininvest, Cacique, etc.

Consignação em Folha de Pagamento - O empréstimo em consignação em


folha de pagamento foi regulamentado por meio da Lei 10.820, de 17/12/2003.
O empréstimo tem a vantagem de oferecer taxas de juros mais baixas, já que o
pagamento é feito diretamente pela empresa.

Pela regulamentação, não há limite máximo para o valor do empréstimo nem prazo para as
operações. Entretanto, para evitar endividamento excessivo, o assalariado só pode
comprometer com a prestação até 30% do seu salário líquido.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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6- PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

6.1 - ORDENS DE PAGAMENTO (OP)

É o serviço de transferência de valores, seja em moeda estrangeira do exterior para o


Brasil, ou internamente entre agências da mesma instituição financeira.

Destina-se a pessoas físicas e jurídicas.

As ordens de pagamento recebidas com informação do número de conta para crédito


devem, obrigatoriamente, ser depositadas na conta informada.

6.2 - DOCUMENTO DE CRÉDITO (DOC)

O DOC é uma ordem de transferência de fundos inter-bancária, por conta ou a favor de


pessoas físicas ou jurídicas clientes de instituições financeiras, que somente pode ser
remetida e recebida pelos bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, participantes da Câmera Interbancária de Pagamentos –
CIP.

O VALOR MÁXIMO PERMITIDO PARA A EMISSÃO DE DOC É DE R$ 4.999,99.

6.3 - TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DE DADOS - TED

É a transferência de recursos de uma instituição financeira para outra instituição financeira,


criada pelo SPB. Este mecanismo permite que um valor, que esteja disponível na conta
corrente em um Banco possa ser transferido para outro Banco, na mesma hora, via
sistema.

ESTE PROCEDIMENTO É UTILIZADO PELO MERCADO PARA VALORES A PARTIR


DE R$ 5.000,00.

6.4 - COBRANÇA BANCÁRIA

É um dos produtos mais importantes desenvolvidos pelas instituições nos últimos anos. É
um serviço indispensável para qualquer banco comercial.

Com a cobrança os bancos estreitam o relacionamento com as empresas e engordam as


aplicações de recursos transitórios (dias de float) em títulos públicos.

A cobrança bancária é feita através dos bloquetos ou boletos que substituem duplicatas,
notas promissórias, letras de câmbio, recibos ou cheques e têm o poder de circular na
câmara de compensação.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Os valores resultantes da operação de cobrança são automaticamente creditados na


contas correntes dos clientes em D ou D+1, de acordo com o previamente acertado entre o
banco e o cliente.

Atualmente o relacionamento banco/cliente é realizado através da COBRANÇA


ESCRITURAL totalmente automatizado. Não há mais a necessidade da duplicata como
comprovação da operação. Somente o bloqueto ou boleto.

Vantagens da cobrança para o Banco:

Aumento dos depósitos a vista, pelos créditos das liquidações;


Aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços;
Consolidação do relacionamento com o cliente;
Inexistência do risco de crédito.

Vantagens da cobrança para o Cliente:

Capilaridade da Rede Bancária;


Crédito imediato dos títulos cobrados;
Consolidação do relacionamento com o banco;
Garantia do processo de cobrança (quando necessário o protesto).

Tipos de Cobrança:

1. Cobrança Imediata – sem registro de títulos;


2. Cobrança Seriada – para pagamento de parcelas;
3. Cobrança de Consórcios – para pagamento de consórcios;
4. Cobrança de Cheques pré-datados;
5. Cobrança Remunerada – Remuneração dos valores cobrados;
6. Cobrança indexada – Quando utiliza qualquer índice ou moeda;
7. Cobrança Casada – Cobrança vinculada a um outro negócio;
8. Cobrança Programada – garante o fluxo de caixa do cliente;
9. Cobrança Antecipada – eliminação de tributos de vendas a prazo;
10. Cobrança Caucionada – Garantia em contratos de empréstimos;
11. Cobrança de Títulos Descontados – Desconto de Títulos.

6.5 - PAGAMENTOS DE TÍTULOS E CARNÊS

Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo procedimento dos títulos a receber


(cobrança).

O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores com datas
e valores a serem pagos e, se for o caso, entrega os comprovantes necessários ao
pagamento.

A conjugação de cobrança com o pagamento dos títulos, adicionando o controle da folha


de pagamento das empresas, permite aos bancos prestar o serviço de gerenciamento
global de seus fluxos de caixa, conhecido como CASH MANAGEMENT.

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6.6 - TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE FUNDOS

Serviço prestado ao cliente que, por gerenciamento de seu caixa, necessite ter uma ou
mais contas em uma ou mais agências do banco.

O cliente informa previamente ao banco em que contas deseja manter este ou aquele nível
de saldo. O banco, automaticamente, ao final do dia, movimenta as contas do cliente, de
forma a fechar o saldo diário dessas contas de acordo com o valor determinado pelo
cliente.

6.7 - ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS

São serviços prestados às instituições públicas, através de acordos e convênios


específicos, que estabelecem as condições de arrecadações e repasses desses
tributos/tarifas.

Os prazos de retenção dos produtos arrecadados, os fluxos dos documentos e às formas e


prazos de repasse são próprios de cada tributo/tarifa.

Todos os clientes dos bancos são clientes desses serviços, já que hoje existem certa de 60
tributos, distribuídos em 6 impostos, 30 taxas e 24 contribuições econômicas e sociais.

6.8 - HOME BANKING

É toda e qualquer ligação entre o computador do cliente e o computador do banco,


independentemente do modelo ou tamanho, que permita as partes se comunicarem a
distância.

A segurança na transmissão de dados é garantida pelo perfil de autorização que o banco


concede, através de uma palavras-chave – password - que limita o acesso às informações.

O fax inicialmente foi incluído, dentro do home banking, como meio de ligação banco-
cliente, com todo o poder da comunicação escrita. A internet consolidou o processo.

6.9 - BANCO VIRTUAL

O conceito de remote bank está, associado à idéia de banco virtual, ou seja, o banco
diversifica os seus canais de distribuição, derrubando os limites criados, quer seja por
espaço, tempo ou meio de comunicação. A tecnologia tem papel fundamental para garantir
a integração dos requisitos de conveniência, segurança, eficácia e relacionamento,
exigidos pelo conceito de virtual bank.

A Internet viabilizou de forma definitiva esta solução.

A redução dos custos das transações bancárias, como resultado da facilitação e agilização
dos processos é, sem dúvida, o maior impacto prático de todos estes mecanismos.

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6.10 - DINHEIRO DE PLÁSTICO (Cartões de Crédito e de Débito)

É uma expressão utilizada para conceituar a crescente utilização de cartões de débito ou


de crédito, nas transações de pagamentos realizadas pelos consumidores.

Os cartões são classificados de acordo com a finalidade de uso:

Cartões Magnéticos Tradicionais;


Cartões de Débito de bancos;
Cartões de Crédito;
Cartões Inteligentes;
Cartão Virtual;
Cartões Private Label – Cartão de Loja;
Cartão de Afinidade (parceria com organizações não-lucrativas);
Cartão Co-Branded (parceria com empresas);
Cartão de Valor Agregado ou Valor Armazenado (Stored-Value-Card);
Cartão de Benefícios.

Cartões Magnéticos Tradicionais – Utilizados para saques nos quiosques tipo banco 24
horas, têm a vantagem de eliminar a necessidade de ida a uma agência bancária. Não
representam um estímulo ao consumo na medida em que apenas permitem o saque, no
momento presente, sobre valores já existentes na conta corrente do cliente.

Cartões de Débito – Utilizados como um verdadeiro cheque eletrônico, com a grande


vantagem de redução efetiva de custo operacional para os bancos, garantia de
recebimento pelos estabelecimentos comerciais, devido à menor possibilidade de fraude e
de inexistência de fundos, rapidez na operação de venda, pois a quitação da compra é
mais rápida, já que é eliminada a consulta prévia sobre a saúde financeira dos clientes.

Cartões de Crédito – Utilizados para a aquisição de bens ou serviços nos


estabelecimentos credenciados, para os quais trazem a real vantagem de ser um indutor
ao crescimento de vendas e a suposta desvantagem de um rebate no seu preço a vista
pela demora no prazo do repasse dos recursos provenientes das ventas. Eles estimulam o
consumo

Existem dois tipos de cartões de crédito quanto ao usuário:

• Pessoa Física – São os utilizados pelas pessoas individualmente.

• Pessoa Jurídica (Empresarial ou Corporate) – É chamado de cartão corporate,


destinado aos executivos em suas despesas de viagem e de outros benefícios que
lhes são concedidos, seja no conceito de cartão purchasing, destinado às pequenas
compras empresariais do dia-a-dia, seja do conceito distribution, que gerencia o
relacionamento da empresa com distribuidores e a rede varejista.

A Circular 3.243/04 do BACEN autorizou os bancos múltiplos com carteira comercial, os


bancos comerciais e a Caixa Econômica Federal a aceitarem o cartão de crédito
internacional como instrumento de realização de depósito nas contas de depósito à vista
para as pessoas físicas brasileiras que se encontrem temporariamente no exterior.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Cartões Inteligentes – São cartões dotados de processador e módulo de memória.


Diferem dos cartões convencionais. Além de reunirem as características de todos os
cartões anteriores, possuem o chip embutido, que permite sua utilização em outras
funções, como realizar internamente as operações e suportar um volume de dados 200
vezes maior. Podem ser descartáveis e operar de forma on-line ou off-line. Praticamente
isentos da possibilidade de falsificação, podem ser configurados como cartões pré-pagos,
e, ainda, assumirem configurações mistas. É considerado o dinheiro do futuro, uma vez
que, poderá ser utilizado para pequenas transações a um preço mais baixo.

Cartão Virtual – O crescimento do uso da Internet gerou o desenvolvimento deste conceito


virtual de cartão.

Todo o processo de adesão, movimentação e controle é eletrônico e com o objetivo de ser


utilizado única e especificamente nas transações via Internet. Não existe o cartão de
plástico e nem a emissão de fatura em papel.

Sua grande vantagem é a garantia de segurança dada pelos seus específicos processos
criptográficos, seu monitoramento constante e suas ferramentas de apoio, tais como as
redes neurais.

Cartão Private Label – Cartão de Loja (parceria com uma loja específica) – É o cartão
que se pode ser usado em compras na loja que o emite. O cliente possuidor do cartão tem
um prazo especifico para pagar a compra. A inadimplência da operação é zero, pois ela é
garantida pelo banco que suporte a parceria com a loja emitente, pois esse tipo de cartão é
mais um canal de distribuição e acesso aos clientes. Muitas vezes este não se relaciona
com a agência do banco, mas se relaciona com a loja emissora.

Cartão de Afinidade (parceria com organizações não-lucrativas) – É, na realidade, um


cartão de crédito em que grupos, organizações beneficentes, associações, clubes e afins
exibem sua marca ou logotipo. O produto tem todas as características, benefícios e
utilidades de um cartão de crédito comum, com a vantagem de oferecer os privilégios ou
serviços extras que o grupo social ao qual o cliente pertence quiser. Para o grupo de
afinidade, as vantagens são que seus associados passam a se identificar e a levar a marca
em todos os lugares, além do grupo receber um percentual do faturamento da operadora
pelas vendas com seus cartões.

Cartão Co-Branded (Compartilhamento de Marcas)– é uma variação dos cartões


afinidades, emitida por uma empresa reconhecida no mercado (FIAT, GM, VARIG,
BOTICÁRIO, etc) em associação como uma operadora e um banco específico. Traz
vantagens específicas para seus associados, como por exemplo, programa de incentivos.

Os cartões co-branded são ligados a montadoras de veículos, redes de varejo e


companhias aéreas oferecendo bônus, descontos ou milhas a cada compra efetuada.

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Antonio Cláudio da Silva

Cartão de Valor Agregado ou Valor Armazenado (Stored-Value-Card) - É o dinheiro


eletrônico na sua essência, emitido por um banco com valores previamente determinados,
em geral de pequeno montante, pré-pago pelo cliente, para ser utilizado como pagamento
de despesas em máquinas específicas no comércio e ou prestador de serviços.

Há vários sistemas em operação. Os fechados (nos quais o emissor reembolsa os


conveniados) e os sistemas abertos com multiemissores que, posteriormente, acertam as
contas através de uma clearing.

Há ainda um terceiro caso, na França, onde o Banco Central local está emitindo o cartão,
em uma experiência de substituição do papel-moeda circulante.

Cartão de Valor Agregado ou Valor Armazenado (Stored-Value-Card)

Existem os cartões Descartáveis e os Recarregáveis. E ainda os pré pagos e os pós


pagos.

Os cartões pré-pagos podem ser de dois tipos:

Cartões para uso específico - Como exemplo temos os cartões telefônicos ou


os cartões-presente de uma loja, que podem ser usados somente junto a loja
emissora;

Cartões Multiuso – que podem ser usados em quase todo o lugar que aceite
um cartão de crédito.

Cartão de Benefícios

É uma forma especial de cartões de avalor armazenado com uma finalidade específica e
muitas vezes de cunho social. Trata-se de um cartão pré-pago direcionado para um tipo de
aquisição específico, tais como refeições (vale-refeição), compra de gêneros alimentícios
(vale-alimentação), remédios (vale-remédios) ou despesas de transporte (vale-transporte),
desenvolvido para que os seus detentores possam, com muito mais praticidade e
segurança, realizar pagamentos a que objetivam.

Caracteriza-se como um meio de pagamentos com base em uma rede eletrônica.

Vantagens para o beneficiário:

Uma ampla rede eletrônica de cobertura do benefício específico;


Segurança pela dispensa do uso de dinheiro vivo;
Rapidez e praticidade.

Vantagens para as empresas cadastradas:

Segurança e a praticidade e eventuais incentivos fiscais concedidos pelo seu uso


junto aos trabalhadores.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

6.11 - FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO

É a idéia de um condomínio, onde recursos obtidos pela administradora do Fundo serão


aplicados no mercado financeiro interno ou externo onde houver uma melhor rentabilidade.
Os Fundos de Investimento atuam conforme determinação do BACEN e da CVM, onde
são determinados os limites de composição da carteira que reflete na liquidez da
aplicação.

Podem ser classificados quanto a liberdade de resgate das cotas em:

Fundos Abertos – Os recursos são resgatáveis a qualquer momento, junto ao


administrador do fundo, não havendo limite para o número de cotistas e têm prazo
indeterminado de duração. Ex: Fundos oferecidos pelos Bancos.

Fundos Fechados – As cotas são não resgatáveis junto ao emissor, sendo,


entretanto, negociadas em bolsas de valores e/ou mercado de balcão organizado,
tendo um número de cotistas limitado pelo seu estatuto a um prazo determinado de
duração.

Podem ser classificados quanto a característica dos papéis que compõem sua carteira em:

Fundos de Renda Fixa – São aqueles compostos, em sua maioria, por aplicações
em títulos que têm uma taxa de retorno fixa;

Fundos de Renda Variável – São aqueles cuja composição é, em sua maior parte,
de aplicações em ações e/ou títulos cuja taxa de retorno é variável.

Podem ser classificados quanto ao prazo mínimo para resgate em:

Fundos de Curto Prazo – Os recursos são aplicados até 360 dias;

Fundos de Longo Prazo – São aqueles cujos recursos são aplicados por mais de
360 dias.

No mercado eles recebem os seguintes nomes, de acordo com as características das suas
carteiras:

Fundos de Curto Prazo;


Fundos Referenciados ( Cambiais, IGP-M e DI);
Fundos de Renda Fixa;
Fundos Cambiais;
Fundos de Ações;
Fundos de Dívida Externa;
Fundos Multimercado.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Incidência de Imposto de Renda:

Prazo de Aplicação Alíquota de IR

Até 6 meses 22,5%


Mais de 6 até 12
20,0%
meses
Mais de 12 até 24
17,5%
meses
Acima de 24 meses 15,0%

A partir de Outubro de 2004, foi criado o mecanismo semestral de antecipação do IOF e


IMPOSTO DE RENDA sobre os recursos aplicados em fundos de investimento. A
antecipação e o recolhimento dos tributos acontecem nos meses de MAIO e NOVEMBRO.
Esse mecanismo é conhecido como COME COTA.

6.12 - TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

Os títulos de capitalização são um investimento com características de um jogo onde


pode-se recuperar parte do valor gasto na aposta.

O rendimento é inferior ao de um fundo ou de uma caderneta de poupança. Caracteriza-se


como uma forma de poupança de longo prazo e o sorteio funciona como um estímulo. É
um produto típico da economia estabilizada.

Características dos Títulos de Capitalização:

Capital Nominal – É o valor que o investidor irá resgatar a final do plano;


Sorteios – Podem ser de diversas periodicidade: semanais, mensais, etc;
Prêmio – É quanto o investidor paga pelo título;
Quota de Capitalização – Representa o percentual de cada pagamento que será
destinado à constituição do capital. Normalmente 70% do valor pago;
Quota de Sorteio – Representa o percentual de cada pagamento que tem como
finalidade custear os prêmios. Normalmente é de 10% do valor pago;
Quota de Carregamento – Representa o percentual de cada pagamento que
deverá cobrir os custos administrativos;
Prazo – Não podem existir Planos com prazo inferior a um ano;
Carência para Resgate – É o período inicial em que o capital fica indisponível ao
titular.

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6.13 - PLANOS DE APOSENTADORIA E PREVIDÊNCIA PRIVADA

São aplicações de recursos cujas características de longo prazo orientam-no com o


objetivo de complementação da aposentadoria do investidor.

Tais investimentos gozam do benefício da PORTABILIDADE, ou seja, da possibilidade de


transferência dos valores acumulados para aposentadorias entre empresas de previdência,
a pedido do segurado-investidor. A base legal da portabilidade é a Resolução 66/01 do
CNSP e a Circular 211/02 da SUSEP.

Assim, após cumpridos os prazos de carência estabelecidos em contrato para cada plano
– que pode ser de 6 a 24 meses - , o cliente que solicitou a transferência de suas reservas
para outra instituição tem que ser atendido em até quatro dias úteis.

Atualmente temos os seguintes planos disponíveis no mercado:

Previdência Complementar Aberta Tradicional – PCAT;


Fundo de Aposentadoria Programada Individual-FAPI;
Plano Gerador de Benefícios Livres – PGBL;
Plano com Remuneração Garantida e Performance – PRGP;
Plano com Atualização Garantida e Performance – PAGP;
Valor Gerador de Benefícios Livres - VGBL;
Previdência Privada Fechada.

Previdência Complementar Aberta Tradicional – PCAT

É uma opção de aposentadoria complementar às expensas do interessado, oferecida por


entidades abertas de previdência complementar e seguradoras. Há duas opções de acordo
com o plano adquirido:

Benefício Livre – O participante determina qual será o valor da futura rena mensal
e faz os aportes necessários para atingi-la. O beneficiário sabe quanto vai ganhar,
mas suas contribuições não são fixas;

Contribuição Definida – O valor do benefício vai depender do saldo ao final do prazo


de contribuição, que é determinado pelo participante. Este saldo depende dos
resultados obtidos pelos administradores do fundo a partir dos valores pagos pelo
beneficiário. A contribuição é fixa, mas o benefício não.

Previdência Complementar Aberta Tradicional – PCAT

Na PCAT, além da Renda Vitalícia por Sobrevivência (Aposentadoria por idade), o


aplicador também poderá, desde que contribuindo com as parcelas de valor exigidas,
garantir:

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Renda Vitalícia por Invalidez – É uma renda mensal vitalícia concedida ao


participantes com início na data que haja sido declarada sua invalidez total
e/ou permanente;

Renda vitalícia por Morte (pensão) – É uma renda mensal devida aos
beneficiários indicados quando da aquisição da PCAT;

Pecúlio por Morte – É o pagamento de uma importância em dinheiro, em uma


única vez, aos beneficiários indicados quando da aquisição da PCAT.

Previdência Complementar Aberta Tradicional – PCAT

Toda as contribuições podem ser deduzidas do Imposto de Renda até o limite de 12% da
renda bruta.

A legislação garante uma rentabilidade mínima de TR, para os planos iniciados até 1996
ou IGP-M, para os planos iniciados a partir de 1997, acrescidos de 6% a.a. mais os
excedentes financeiros que o administrador conseguir no mercado.

Sua vantagem em relação ao PGBL e ao FAPI é que o contribuinte sabe, em princípio, o


que vai ganhar e não sofre o risco de uma eventual rentabilidade negativa;

Sua desvantagem é o custo de oportunidade de uma alternativa melhor no futuro, a falta


de transparência e seus elevados custos de gestão.

Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI

A lei 9.477 de 24/07/97 instituiu o FAPI como uma nova forma de investimento voltada ao
planejamento programado de uma aposentadoria individual.

É constituído sob a forma de um condomínio aberto e administrado por instituições


financeiras, CCTVM e DTVM, desde que estas últimas tenham capital acima de
determinado valor e seguradoras autorizadas pela SUSEP.

O modelo do FAPI é inspirado no plano Individual Retirement Account – IRA dos EUA,
onde o cliente é o cotista de um fundo que administra a sua poupança.

Trata-se, portanto, de um fundo de investimento, cujo objetivo é constituir para o aplicador


um plano de complementação da aposentadoria básica da Previdência Social. Pode ser
considerado, portanto, como um produto de previdência complementar na forma de um
condomínio capitalizado.

Qualquer pessoa física pode aplicar no FAPI mediante a abertura de uma conta específica
em banco múltiplo, comercial, de investimento, caixa econômica ou seguradora.

O público alvo são as pessoas físicas que não dispõem de fundos de pensão, tais como
profissionais liberais, empresários e funcionários de pequenas e médias empresas.

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Plano Gerador de Benefícios Livres – PGBL

Em 12/97, através da Resolução 2.460, o CMN regulamentou aplicação das reservas


técnicas dos planos de previdência instituídos por entidades abertas de previdência
complementar e seguradoras, como mais uma alternativa de complementação de
aposentadoria e com o objetivo de alongamento do prazo das aplicações geradoras de
crescimento da poupança interna.

O modelo é inspirado no plano 401K dos EUA, sem garantia mínima de rendimento, e que
permite o cliente escolher o perfil do risco desejado em função de seu horizonte de
investimento.

O PGBL ao invés de garantir uma rentabilidade mínima, como na previdência privada


aberta, oferece ao investidor três modalidades de investimento:

Plano Soberano – Aplica os recursos apenas em Títulos públicos federais;

Plano Renda Fixa – Aplica os recursos em títulos públicos federais e outros títulos
com características de renda fixa;

Plano Composto – Aplica os recursos em títulos públicos federais, outros títulos


com características de renda fixa e até 49% dos valores em renda variável.

O PGBL tem como principais características:

A portabilidade do PGBL é de 60 dias;


As contribuições ao PGBL podem ser fixas ou variáveis, inclusive depósitos
adicionais;
Pode ser abatido no Imposto de Renda até o valor de 12% da Renda Bruta Anual;
A rentabilidade vai depender do plano escolhido, da capacidade do administrador e
das tendências da economia do país. Assim, é difícil prever o valor do benefício
futuro.

Plano com Remuneração Garantida e Performance – PRGP

É um plano de previdência similar aos demais PCAT, mas com novos mecanismos de
proteção e de transparência, como, por exemplo, o acesso a informações sobre os fundos
em que as reservas estão sendo aplicadas e regulamentos padronizados. Tem como
diferencial a garantia do rendimento, além de permitir o abatimento no imposto de renda
até o limite de 12% da renda bruta anual. O plano é corrigido por um índice de inflação
definido no ato do fechamento do contrato entre o cliente e a instituição e também pela
taxa de juros.

Seu objetivo é garantir uma taxa de juros básica de remuneração, associada a uma
correção por índice de preços além de um excedente financeiro, ambos predeterminados
na contratação do plano.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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Plano com Atualização Garantida e Performance – PAGP

É semelhante ao PRGP, embora não garanta uma taxa de juros, mas inclua a correção
pelo índice de preços e o excedente financeiro predeterminados na contratação do plano.

Valor Gerador de Benefícios Livres – VGBL

O plano é quase um clone do PGBL. As diferenças estão no tratamento fiscal e na


possibilidade da pessoa comprar, junto com o plano de aposentadoria, um seguro de vida.
Não permite a dedução no Imposto de Renda.

O público alvo do VGBL é formado pelas pessoas isentas de Imposto de Renda ou que
fazem a declaração no formulário simplificado, autônomos ou quem está na economia
informal.

Previdência Privada Fechada (Fundo de Pensão)

É uma opção de aposentadoria complementar. É oferecida pelas empresas aos


empregados, ou seja, a empresa constitui um fundo de pensão para o qual contribuem a
própria empresa e seus funcionários. Portanto, não é aberto à participação de outras
pessoas e tem características diferentes de uma empresa para outra. Tem como seu
principal representante a PREVI – dos funcionários do Banco do Brasil. A previdência
complementar dos empregados da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL é a FUNCEF.

6.14 - PLANOS DE SEGUROS

Esse mercado surgiu da necessidade que as pessoas e as empresas têm de se associar


para suportar coletivamente as suas perdas individuais.

Dessa forma, é possível, após o dano ou a perda (sinistro) de um bem anteriormente


segurado e graças ao pagamento antecipado de uma quantia (prêmio) que represente uma
pequena parcela do referido bem segurado, receber uma indenização que permita a
reposição integral desse bem.

Assim, quem contratar um seguro formaliza sua intenção/vontade através de um


instrumento contratual denominado PROPOSTA, que é transformado em uma APÓLICE
DE SEGURO após a aceitação da proposta pela seguradora.

A APOLICE DE SEGURO é um contrato de seguro. Pode ser alterada através do


ENDOSSO.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Para dar mais segurança ao mercado, este instituiu três formas de seguro:

Cosseguro – É o seguro que se distribui entre diversas seguradoras, dividindo-se


entre elas os riscos, proporcionalmente às cotas de cosseguro distribuídas;
Resseguro – É a operação pela qual uma seguradora se alivia parcialmente do risco
de um seguro, já feito, contraindo um novo seguro em outra seguradora.
Retrocessão é o resseguro de um contrato de resseguro.

Grupos de Riscos:

Patrimonial Automóvel
Cascos Crédito
Transportes Pessoas
Pessoas Riscos Financeiros
Rural Riscos Especiais
Responsabilidades

Seguros específicos criados a partir dos Grupos de Riscos:

 Seguros de danos à propriedade (Incêndio e lucros cessantes);


 Seguro de Automóvel e Responsabilidade Civil;
 Seguro de Valores, Roubo e fidelidade;
 Seguros de Vida, Vida em Grupo e Acidentes Pessoais;
 Seguro de Riscos de Engenharia;
 Seguros de Outros Ramos (aeronáuticos, cascos, edifícios em condomínios, etc).

7 - MERCADO FINANCEIRO – MERCADOS MONETÁRIOS, DE CRÉDITO, DE


CAPITAIS E DE CÂMBIO.

É o conjunto de intermediários e demais prestadores de serviços financeiros que


possibilitam a transferência de recursos dos agentes superavitários para os agentes
deficitários.

Quanto a natureza das operações desenvolvidas o Mercado Financeiro pode ser


segmentado em:

MERCADO MONETÁRIO;
MERCADO DE CRÉDITO;
MERCADO DE CAPITAIS;
MERCADO DE CÂMBIO.

7.1 - Mercado Monetário

É um segmento do mercado financeiro caracterizado por operações de curto e curtíssimo


prazo prazos, no qual ocorrem o ajuste da liquidez do sistema econômico e a formação
das taxas de juros básicas da economia. O mercado monetário pode ser caracterizado,
também, pelas operações com reservas bancárias efetuadas pelas instituições financeiras.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Os principais participantes do mercado monetário, além do BACEN, são as instituições


captadoras de depósitos a vista (bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira
comercial e CAIXA ECONÔMICA). As demais instituições financeiras autorizadas a emitir
e/ou adquirir depósitos interfinanceiros também participam do mercado monetário.

7.2 - Mercado de Crédito

É o conjunto de transações realizadas pelos agentes econômicos, instituições financeira e


pessoas físicas e jurídicas envolvendo risco de crédito. O incremento das transações
comerciais e financeiras desencadeou a formação e a caracterização do mercado de
crédito, que é composto por todos os agentes econômicos que realizam transações
baseadas na confiança.

O mercado de crédito é dito organizado porque os agentes econômicos envolvidos atuam


por meio de estruturas definidas e regulamentadas em que a oferta e a demanda de
recursos possuem fluxos regulares.

A INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA é o objetivo do mercado de crédito. A intermediação


financeira entre poupadores e tomadores com assunção do risco de crédito é a razão da
existência do mercado de crédito, e sua essência é que as instituições que concedem
empréstimos e financiamentos assumem o risco de crédito dos agentes econômicos, além
de prestar serviços por meio de movimentação de recursos.

O Risco de Crédito é o risco de inadimplência de empréstimos e financiamentos


concedidos pelas instituições credoras aos agentes tomadores.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Empréstimos – São operações entre agentes econômicos, em que instituições


financeiras fornecem recursos sem destinação específica e estabelecem obrigações
mediante contratos com a descrição de prazos, taxas de juros, garantias e demais
condicionantes previamente acordados. ENVOLVE RISCO DE CRÉDITO.
Financiamentos – São adiantamentos de recursos entre agentes econômicos,
instituições financeiras vinculadas a transações comerciais de compra de bens e
serviços. ENVOLVE RISCO DE CRÉDITO.
Prestação de Serviços – São todos os produtos ofertados por instituições
financeiras as seus clientes com o objetivo de facilitar o recebimento, o pagamento
e a movimentação de recursos dentro do mercado financeiro. NÃO ENVOLVE
RISCO DE CRÉDITO.

7.3 - Mercado de Capitais

É um mercado caracterizado por operações de prazo médio, longo ou indeterminado,


destinadas a suprir recursos para atender às necessidades das empresas de capital fixo e
de giro. O Mercado de Ações é um componente do mercado de capitais, onde se realizam
as operações de compra e venda de ações. Suas funções principais são: avaliação dos
valores transacionados, liquidez e capitalização das empresas.

Ações — Características e Direitos:

Ação – É um título negociável, representativo de propriedade de uma fração do


capital social de uma sociedade anônima.
As ações podem ser:
Ordinárias – São aquelas em seu o proprietário tem direito a voto no Conselho de
Administração.
Preferenciais – São aquelas em que o seu prprietário tem direito de preferência
sobre os lucros a serem distribuídos aos acionistas, seja na forma de dividendos ou
juros sobre o capital próprio, sendo que, após o plano Collor, todas ações passaram
a ser obrigatoriamente emitidas na forma nominativa ou escritural.

Outros conceitos referentes aos mercado de ações:

Ação Cheia - Ação que ainda não recebeu ou exerceu direitos (dividendos e/ou
bonificações, e/ou subscrições) concedidos pela empresa emissora.
Ação Endossável - Ação nominativa que pode ser transferida no Livro de Registro
de Ações Nominativas a partir do endosso da própria cautela.
Ação Escritural - O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que
todas as ações da empresa, de uma ou mais classes, sejam mantidas em constas
de depósito, em nome de seus titulares na instituição que designar, sem emissão de
certificados.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

Ação de Fruição - São ações de posse e propriedade dos fundadores da


companhia, já amortizadas, onde o titular recebeu, antecipadamente, o valor
contábil que elas representam. Não são negociáveis.
Ação Fungível - Ação que se encontra em custódia em uma instituição financeira,
que fica obrigada a devolver ao depositante a quantidade de ações recebidas com
as modificações resultantes de alterações no capital social ou no número das ações
da companhia emissora, independentemente do número de ordem das ações ou
dos certificados recebidos em depósito.
Ação listada em Bolsa - Ações de empresas que satisfazem aos requisites das
Bolsas de Valores para efeito de negociação de seus títulos em pregão.
Ação nominativa - Ação que identifica o nome de seu proprietário. Sua
transferência deve ser registrada no livro especial da empresa, denominado ―Livro
de Registro de Ações Nominativas.
Acionista - Proprietário de uma ou mais ações de uma sociedade anônima.
Acionista majoritário - Acionista que detém uma quantidade tal de ações com
direito a voto que lhe permite (dentro da distribuição vigente de participação
acionária) manter o controle acionário de uma empresa.
Comando Acionário - Poder exercido pelo acionista ou grupo majoritário.
Acionista minoritário - Acionista proprietário de ações com direito a voto, cujo total
não lhe garante o controle da sociedade.
Índice da Bolsa de Valores - Pode ser definido como o índice da lucratividade de
uma carteira de ações, carteira hipotética e suposta, como sendo a carteira
pertencente ao mercado. Deste modo, a evolução deste índice mostra a evolução
dos ganhos do mercado, como um todo, e a sua representação gráfica constitui
instrumentos utilizado pelos analistas para avaliação de tendências futuras dos
negócios em Bolsa.

Direitos e Proventos de uma Ação:

Dividendos – É a distribuição de parte dos lucros de uma empresa, em moeda, aos


seus acionistas. Por lei, no mínimo 25% do lucro líquido do exercício devem ser
distribuídos aos acionistas. Uma operação isenta de IR.
Juros Sobre o Capital Próprio - Foram criados pela Lei 9.249/95, para compensar
o fim da correção monetária sobre os balanços das empresas. Através deste
instrumento a empresa está autorizada a remunerar o capital do acionista até o
valor da TJLP. O valor recebido pelo acionista sofre desconto de IR de 15%.
Subscrição – É o direito do acionista de aquisição de ações por aumento de capital,
com preços e prazo determinados.
Bonificação – É a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, em função
de aumento do capital por incorporação de reservas.
Split ou Desdobramento – É a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas,
pela diluição do capital em um maior número de ações, com o objetivo, entre outros,
de dar liquidez aos títulos no mercado.
Agrupamento ou Inplit – É a condensação do capital em um menor número de
ações com consequente aumento do valor de mercado da ação, com o objetivo,
entre outros, de valorizar sua imagem em mercado.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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7.3.1 - Debêntures

É um título emitido apenas por sociedades anônimas não-financeiras de capital aberto (as
sociedades de arrendamento mercantil e as companhias hipotecárias estão autorizadas a
emiti-las), com garantia de seu ativo e com ou sem garantia subsidiária da instituição
financeira, que as lança no mercado para obter recursos de médio e longo prazos,
destinado normalmente a financiamento de projetos de investimentos ou alongamento do
perfil do passivo.

Elas garantem aoa comprador uma remuneração certa num prazo certo, não dando o
direito de participação nos bens ou lucros da empresa.

Os compradores de uma debênture são credores que esperam receber juros periódicos e
reembolso específico do principal na data do seu vencimento.

A emissão da debênture é regulamentada pela Lei 6.404/76.

Intervenientes no processo de emissão de Debentures:

Agentes Fiduciários – Os debenturistas formam um condomínio representado


perante a empresa emitente por um agente fiduciário. Este deve zelar pelos direitos
dos debenturistas. É uma terceira parte envolvida num contrato de debênture. Pode
ser um indivíduo, uma empresa ou um departamento de crédito de um banco.

Banco Mandatário – É o banco responsável pela confirmação financeira de todos


os pagamentos e movimentações efetuadas pelo emissor. Tem a função de
confirmar os diversos lançamentos, tais como pedido de depósitos e retirada do
mercado secundário, conversões, permutas, pedidos e/ou desistências fora do
prazo determinado pelo emissor, não repactuação e/ou opção de venda. Esta
função só pode ser exercida por bancos comerciais ou múltiplos com carteira
comercial.

As empresas sociedades anônimas são classificadas em:

As companhias abertas - Têm seus valores mobiliários negociados em bolsas de valores


ou no mercado de balcão, sendo-lhes permitido captar recursos junto ao público investidor.

A possibilidade de captação de recursos junto ao público investidor, as companhias


abertas submetem-se a uma série de obrigações específicas, impostas por lei e
dispositivos regulamentares, expedidos, principalmente, pela CVM, cuja finalidade
precípua é a proteção do investidor.

A companhias fechadas - Têm grande liberdade para estabelecerem suas regras de


funcionamento da forma que melhor atenda aos interesses de seus acionistas, as
companhias abertas sofrem determinadas restrições, gozando de menor flexibilidade para
a elaboração de regras próprias de funcionamento no estatuto social.

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7.3.2 – Estrutura do Mercado de Capitais

MERCADO À VISTA – É a compra e venda de uma determinada quantidade de ações, a


um preço estabelecido em pregão. Assim, quando há a realização de um negócio, ao
comprador cabe despender o valor financeiro envolvido na operação e ao vendedor a
entrega dos títulos-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela BOVESPA.

MERCADO A TERMO (a prazo) – É a compra e venda de uma determinada quantidade de


ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo pré-determinado, a contar da data da
operação em pregão, resultando em um contrato entre as partes. O prazo do contrato é
livremente escolhido pelos investidores, obedecendo ao mínimo de 12 dias úteis e ao
máximo de 999 dias corridos. O preço a termo de uma ação resulta da adição, ao valor
cobrado no mercado a vista, de uma parcela correspondente aos juros – que são fixados
livremente em mercado, em função do prazo do contrato. A liquidação de uma operação a
termo, no vencimento do contrato ou antecipadamente, se assim o comprador o desejar,
implica a entrega dos títulos pelo vendedor e o pagamento pelo comprador, do preço
estipulado no contrato.

MERCADO FUTURO – Compreende a compra ou a venda de ações listadas em bolsa, a


um preço acordado entre as partes, para liquidação em data futura específica, previamente
autorizada. Normalmente, o esperado é que o preço do contrato futuro de uma ação seja
equivalente ao preço a vista, acrescido de uma fração correspondente à expectativa de
taxas de juros entre o momento da negociação do contrato futuro e a respectiva data de
liquidação do contrato. O preço de um contrato futuro de ações muda de acordo com a
variação de preço da ação subjacente no mercado a vista. Como ambos podem ser
negociados a qualquer momento durante o período de negociações do dia, qualquer ganho
obtido pode ser fechado imediatamente realizado por meio do fechamento da posição a
futuro.

MERCADO DE OPÇÕES – Neste mercado são negociados direitos de compra ou venda


de um lote de ações, com preços e prazos de exercício preestabelecidos. Por esses
direitos, o titular de uma opção paga um prêmio, podendo exercê-lo até a data de
vencimento (no caso de opção no estilo americano) ou na data de vencimento (no caso de
opção no estilo europeu), ou revendê-los no mercado.

7.3.3 - Mercado a Vista

Principais tipos de ordem de Compra e Venda:

Ordem de Mercado – É quando o investidor especifica à corretora apenas a


quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender a sua
execução deve ser imediata.
Ordem Administrada – É quando o investidor especifica à corretora apenas a
quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender e o
momento de sua execução fica a critério da corretora.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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Ordem Limitada – É quando o investidor estabelece o preço máximo ou mínimo


pelo qual ele quer comprar ou vender determinada ação. Ela somente será
executada por um preço igual ou melhor do que o indicado.
Ordem Casada – É quando o investidor determina uma ordem de compra de um
título e uma venda de outro, condicionando sua efetivação ao fato de ambas
poderem ser executadas.
Ordem de financiamento – É quando o investidor determina uma ordem de compra
(ou venda) de um título em um tipo de mercado e uma outra concomitante de venda
(ou de compra) de igual título, no mesmo ou em outro mercado, com prazos de
vencimentos distintos.

7.3.4 - Mercado de Balcão

O mercado de balcão é um mercado de títulos sem local físico definido para a realização
das transações (fora da Bolsa de Valores) que são feitas por telefone entre as instituições
financeiras. O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um
sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um
sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios
eletronicamente.

Há duas modalidades distintas desse mercado:

Mercado de balcão não organizado - Mercado de compra e venda de ativos sem a


coordenação de uma Bolsa de Valores, no qual as transações são normalmente
conduzidas pelo telefone. São negociadas ações de empresas não registradas em Bolsas
de Valores e outras espécies de títulos. Participam deste mercado corretoras,
distribuidoras, alguns bancos e pessoas físicas.

Mercado de balcão organizado - Também chamado de SOMA (Sociedade Operadora de


Mercado Aberto), funciona como um "pré-vestibular" para empresas que pretendem mais
tarde ter suas ações negociadas nas bolsas de valores. Apresenta como vantagens
principais menor custo e menores exigências.

7.3.5 - SOMA (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos S/A)

É uma instituição auto-reguladora responsável por administrar o mercado de balcão


organizado.

Podem operar na SOMA as corretoras de valores, bancos de investimentos e


distribuidoras de valores mobiliários, representando seus clientes ou atuando como
formador de mercado;

A negociação se dá exclusivamente, através de sistema eletrônico, o SOMAtrader. Não


existe um pregão viva-voz. Os intermediários financeiros que atuam na SOMA
disponibilizam para seus clientes o SOMAbroker, um sistema que permite aos investidores
colocarem, através da Internet, ordens de compra e venda de ativos nos mercados
administrados pela SOMA.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

As ações podem ser negociadas através de um processo contínuo de negociação, com a


participação ou não de um Formador de Mercado, ou através de ―calls‖.

O formador de mercado deve manter, contínua e simultaneamente, durante todo o período


em que o sistema de negociação estiver funcionando, ofertas firmes de compra e de venda
para o ativo em que for credenciado.

Ativos negociados na SOMA:

Ações, debêntures e demais títulos e valores mobiliários de emissão de companhia


aberta;
Carteira teórica referenciada em ações negociadas na SOMA;
Quotas representativas de certificados de investimento audiovisual;
Quotas de fundos de investimento fechado;
Títulos da dívida agrária emitidos pelo Tesouro Nacional.

As ações, debêntures e demais títulos e valores mobiliários pela SOMA são custodiados
na CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia S/A, que também é
responsável pela liquidação de todas as operações realizadas neste mercado.

7.4 – Mercado de Câmbio

É aquele que envolve a negociação de moedas estrangeiras e as pessoas interessadas


em movimentar essas moedas. No Brasil, as operações de câmbio NÃO PODEM ser
praticadas livremente e devem ser conduzidas através de um estabelecimento bancário
autorizado a operar em câmbio.

Instituições autorizadas a Operar no mercado de câmbio:

Bancos, exceto os de desenvolvimento, em todas as operações prevista no


mercado;
Bancos de Desenvolvimento e Caixas Econômicas em operações específicas
autorizadas;
As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, Sociedades Corretoras
de Câmbio, SCTVM e as DTVM: Compra e venda de moeda estrangeira, cheques e
cheques de viagem e câmbio simplificado de importação e exportação;
Agências de Turismo: na compra e venda de moeda estrangeira em espécie,
cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais;
Meios de hospedagem de Turismo: Exclusivamente na compra de moedas
estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a turismo no País.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

7.4.1 – Operações de Câmbio

São, basicamente, a troca (conversão) da moeda de um país pelo de outro. Em relação ao


estabelecimento operador, elas de classificam como:

Compra – Recebimento de moeda estrangeira contra a entrega de moeda nacional;


Venda – Entrega de moeda estrangeira contra o recebimento de moeda nacional;
Arbitragem – Entrega de moeda estrangeira contra o recebimento de outra moeda
estrangeira.

A troca de moeda estrangeira surge em função de:

Exportação – Venda ao exterior de mercadorias e serviços com preço ajustado para


recebimento em moeda estrangeira.
Importação – Compra de mercadorias e serviços do exterior com preço ajustado
para pagamento em moeda estrangeira;
Operações Financeiras – Movimentação financeira de entrada eou saída de capitais
de empréstimos, financiamento ou investimento no País.

No que concerne à forma como as trocas são feitas, podemos classificá-las em:

Operação de Câmbio Manual – São operações que envolvem a compra e a venda


de moedas estrangeiras em espécie, isto é, quando a troca se efetua com moedas
metálicas ou cédulas de outros países. É o caso do turista que troca uma nota de
cem dólares pelo equivalente em reais. Trata-se de operação de menor vulto,
atendendo às necessidades de turismo ou de negocio.
Operações de Câmbio Sacado – Ocorre quanto, na troca, existem documentos ou
títulos representativos de moedas. Neste tipo de operações, as trocas se processam
pela movimentação de uma conta bancária em moeda estrangeira. Portanto, o
câmbio sacado pode ser entendido como as operações que se processam através
de saques, ou seja, as letras de câmbio ou cambiais, as cartas de crédito ou
créditos documentários, as ordens de pagamento e os cheques. É usado nas
opeações envolvendo exportação e importação, tendo um grande peso na Balança
Comercial Brasileira.

7.4.2 – O Contrato de Câmbio

O objetivo principal do contrato de câmbio é a compra e venda de moeda estrangeira, cuja


entrega da moeda corresponde à liquidação do contrato.

O contrato de câmbio visa à prestação de um serviço por um banco ao seu cliente.


Quando este cliente for um exportador, o serviço bancário será a cobrança, no exterior, de
cambiais sacado pelo exportador nacional contra o importador residente em outro país.
Quando for um importador, o serviço bancário prestado será o recebimento, em moeda
local, com o respectivo pagamento ao fornecedor no exterior, do valor referente à
mercadoria importada.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
Antonio Cláudio da Silva

O contrato de compra é, portanto, um ato bilateral e oneroso, pelo qual o vendedor


(exportador) vende ao banco (comprador) as divisas estrangeiras, cuja entrega poderá ser
à vista ou a prazo.

O contrato de câmbio está disciplinado pela Lei 4.595, de 30.09.64 e formando na Circular
2.231, de 25/09/92, do BC e documentos posteriores.

Um contrato de venda de divisas (realizado pelo exportador), para entrega futura, mediante
a cobrança de fatura, saque e demais documentos de exportação, subordina-se à prévia
existência de um comprador no exterior.

Essa cobrança indica que existe, entre exportador e importador, uma relação jurídica, isto
é, um contrato de compra e venda mercantil.

Tão logo receba a moeda estrangeira decorrente da venda da sua mercadoria, o


exportador deve entregá-la ao banco comprador para proceder à liquidação do contrato de
câmbio. Isto ocorre porque os particulares (pessoas físicas e jurídicas) não podem enviar
ou receber moeda estrangeira sem a correspondente negociação com um banco
autorizado.

O risco do negócio é, exclusivamente do exportador, pois o banco não participa da


operação mercantil, quer quanto à sua avaliação, quer quanto à análise do risco existente,
nada tendo a ver com o insucesso da exportação.

A contratação do câmbio poderá ocorrer prévia ou posteriormente ao embarque da


mercadoria:

Com prévia contratação total de câmbio – O exportador, a seu critério, contrata o


câmbio com um banco, antes do embarque da mercadoria ( a contratação do
câmbio significa a fixação de taxa cambial; normalmente, isto ocorre quando o
exportador pretende obter adiantamento sobre o contrato de câmbio – ACC - a fim
de obter recursos par produzir a mercadoria).
Com prévia contratação parcial do câmbio – O exportador, a seu critério, contrata
parte do câmbio previamente ao embarque e parte posteriormente, para permitir
uma melhor remuneração pela moeda estrangeira.
Com posterior contratação total ou parcial do câmbio – Quando o exportador não
necessitar de recursos financeiros para produzir a mercadoria, pois dispõe de
recursos próprios, contratará o câmbio em até 180 dias após o embarque da
mercadoria.

A utilização de um ACC muitas vezes é motivada pela oportunidade de conseguir reais


imediatamente, de forma a obter vantagens na aplicação financeira sobre a desvalorização
cambial.

Os contratos de câmbio de operações financeiras ou de pagamento antecipado de


exportação são celebrados para liquidação pronta, ou seja, imediatamente após sua
contratação.

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Antonio Cláudio da Silva

Os contratos de câmbio de operações financeiras ou comerciais são contratados, em sua


grande maioria, para liquidação futura, isto é, celebrados numa data e comercializados em
data futura.

7.4.3 – Taxas de Câmbio

Taxa de Câmbio Oficial (Antigo Dólar Comercial – para diferenciar do antigo Dólar
Turismo, ambos unificados) – Estabelece o parâmetro para as operações oficiais de
compra e venda de moeda no comércio exterior.
Taxa de Câmbio para Repasse e Cobertura – Estabelece o parâmetro para as
operações de repasse dos bancos ao BC, quando não encontram aplicações para
eventuais excessos na posição comprada; ou de cobertura, quando não encontram
compradores para eventuais excessos na posição vendida.
Taxa de Câmbio Interbancário Pronta (Dólar Pronto) – Estabelece o parâmetro para
as operações de compra e venda de moeda entre os bancos no segmento
comercial para entrega em 48 horas.
Taxa de Câmbio de Mercado de Cabo (Dólar Cabo) – Estabelece o parâmetro para
as operações de compra e venda de moeda que será usado para transferência
direta de e para o exterior.
Taxa de Câmbio de Mercado Paralelo (Dólar Paralelo) – Estabelece o parâmetro
para as operações de compra e venda adquirida fora dos meios oficiais, via
doleiros.
Taxa PTAX do BACEN – É a taxa média de venda (compra) do dólar comercial
ponderada em valor, apurada pelo BACEN ao final de cada dia e que serve como
referência para os negócios com dólar.

7.4.4 - Operações de Remessas

As remessas para o exterior são realizadas, normalmente através de ordens (cheques,


ordem por carta, ordem por telex, cabo, fax ou internet).

Trata-se de uma operação financeira, o banco opera o câmbio pronto, pagando à vista ao
cliente o equivalente em reais.

O banco vende moeda estrangeira, creditando em sua conta, ao banqueiro no exterior


cumpridor da ordem.

Tratando-se de operação financeira, o banco opera em câmbio pronto, recebendo do


cliente, à vista, o equivalente em reais ou debitando-o em sua conta de depósito.

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Conhecimentos Bancários – Uma Introdução ao Mercado Financeiro
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Exemplo: Remessa para pessoa física residente na Bélgica, de 300 dólares.

O remetente vai ao banco e deposita o equivalente à remessa à


1– taxa de venda, pagando, naturalmente, uma pequena
comissão, e pede a expedição da ordem.
O Banco emite a ordem e credita o valor da moeda estrangeira
2–
na conta do banqueiro no exterior, que a cumprirá.

O banqueiro no exterior avisa o favorecido, quando da recepção


3–
da ordem.

4– O favorecido recebe seu valor na moeda de seu país.

5– O banqueiro debita na conta do banco expedidor da ordem.

7.4.5 - SISCOMEX

O SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior – é uma nova sistemática


administrativa do comercio exterior brasileiro que integra as atividades afins do
Departamento de Comércio Exterior - DECEX, da Secretaria da Receita Federal do Brasil
– SRFB e do BACEN, no registro, no acompanhamento e no controle das diferentes
etapas das operações de exportação e importação.

O registro eletrônico das informações desburocratiza, reduz custos e possibilita a emissão


de um único documento institucional para cada operação, denominado REGISTRO DE
EXPORTAÇÃO (RE) ou DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI).

Os dados coletados são processados pelos computadores servidores do sistema na Rede


Serpro de Teleprocessamento.

Efetivado o registro da DI, será emitido o extrato da Declaração de Importação, que deverá
ser entregue à Aduana, juntamente com os demais documentos necessários para
instrução do despacho. Concluído o desembaraço, a Receita Federal registrará as
informações no Sistema, possibilitando a emissão do Comprovante de Importação (Cl) e a
liberação das mercadorias.

O acesso ao SISCOMEX poderá ser efetuado, desde que habilitado e credenciado em:

Agências do BB que operem em comércio exterior;


Agências de bancos que operem em câmbio;
Corretoras de Câmbio;
Despachantes Aduaneiros;
No próprio estabelecimento do exportador ou do importador, observados os critérios
específicos para ligação;
Outras entidades habilitadas;
Salas de contribuintes da Receita Federal.
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7.5 – Mercado Primário e Mercado Secundário

MERCADO PRIMÁRIO – Compreende o lançamento inicial de novas ações ao mercado


com aporte de recursos para a empresa. No caso de ações, pode estar caracterizando a
abertura de capital no mercado de ações.

MERCADO SECUNDÁRIO – Compreende a transferência de propriedade dos títulos entre


terceiros, não gerando recursos para a empresa. Uma empresa somente obtém novos
recursos por meio de subscrição de capital no mercado primário. O funcionamento do
mercado secundário de ações ocorre principalmente nas bolsas de valores, onde é
viabilizada aos investidores a oportunidade de realização de negócios com os títulos
anteriormente emitidos.

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