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Data (páginas internas): 20 de novembro de
1996
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Assistente de Acusação: Intervenção em HC
Autonomia Universitária
Conflito entre Fundamentação e Dispositivo
Contribuição Social e Agro-Indústria
Controle Difuso de Constitucionalidade
Depositário Infiel
Escala Progressiva de Adicionais
Nulidade: Alegação Extemporânea
Prisão de Militar e Perda da Graduação
Reforma Agrária: Notificação Prévia
Revisão Geral da Remuneração
Seqüestro e Cárcere Privado
Soldo e Salário Mínimo
Supressão de Instância
Vício de Iniciativa e Usurpação de Poder
PLENÁRIO
Soldo e Salário Mínimo
Iniciado julgamento de recurso extraordinário em
que se discute sobre a validade de dispositivo da
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul que
assegura aos servidores militares locais soldo nunca
inferior ao salário-mínimo. Em seu voto, o Min. Ilmar
Galvão, relator, declara a inconstitucionalidade da
norma estadual, ao fundamento de que, sendo embora
lícito aos Estados estabelecer um piso para a
remuneração de seus servidores militares uma vez que
a CF, conquanto não estenda a esses servidores a
garantia do salário mínimo (art. 42, § 11), não proíbe
tal extensão , isso somente poderia ser feito por
iniciativa do chefe do Poder Executivo, sob pena de
violação ao art. 61, § 1º, II, a e c, da CF. O julgamento
foi suspenso por pedido de vista do Min. Maurício
Corrêa. RE 198.982-RS, rel. Min. Ilmar Galvão,
11.11.96.
Autonomia Universitária
Concluindo o julgamento de recurso ordinário
em mandado de segurança no qual se discutia, à luz do
princípio da autonomia universitária (CF, art. 207) e do
direito adquirido, sobre a possibilidade de ser
determinado pelo poder público o fechamento de curso
superior, o Tribunal decidiu, por unanimidade,
confirmar a decisão indeferitória do writ. Tratava-se de
segurança impetrada perante o STJ por universidade
particular contra portaria do Ministro da Educação que
determinara o fechamento de curso de odontologia
criado sem autorização do Presidente da República e,
portanto, em desconformidade com o Decreto 359/91.
RMS 22.111-DF, rel. Min. Sydney Sanches, 10.04.96.
PRIMEIRA TURMA
Prisão de Militar e Perda da Graduação
O militar condenado a pena restritiva de liberdade
tem direito a permanecer preso em estabelecimento
militar, enquanto não for excluído da força pública
através do procedimento específico previsto no art.
125, § 4º, da CF. Aplicação do disposto no art. 71, § 3º,
do Estatuto da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro, que encerra preceito equivalente ao da alínea
c do art. 73, par. único, da Lei 6880/80 (“São
prerrogativas dos militares: c) cumprimento de pena
de prisão ou detenção somente em organização militar
da respectiva Força cujo comandante, chefe ou diretor
tenha precedência hierárquica sobre o preso,...”) Com
esse fundamento, a Turma deferiu habeas corpus
impetrado em favor de militar condenado por
homicídio qualificado a 12 anos de reclusão, mas ainda
não submetido ao citado procedimento, contra acórdão
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que
determinara a sua transferência para o sistema
penitenciário estadual. Precedentes citados: HC 72785-
PB (DJ de 08.03.96); RE 121533-MG (RTJ 133/1342).
HC 74.575-RJ, rel. Min. Sydney Sanches, 12.11.96.
Depositário Infiel
Dando provimento a recurso extraordinário
interposto pelo Ministério Público Federal, a Turma
cassou decisão do STJ que, afirmando a diversidade
entre a condição jurídica do devedor na alienação
fiduciária e a do depositário, concedera habeas corpus
para afastar a prisão civil do paciente decretada em
ação de busca e apreensão convertida em ação de
depósito. Precedente citado: HC 72131-RJ (Pleno,
23.11.95; v. Informativo nº 14). RE 206.086-SP, rel.
Min. Ilmar Galvão, 12.11.96.
SEGUNDA TURMA
Assistente de Acusação: Intervenção em HC
À falta de previsão legal, não se admite a
intervenção do assistente de acusação no habeas
corpus, processo no qual o próprio Ministério Público
não atua como órgão acusador, mas como fiscal da lei.
Com base nesse entendimento, a Turma confirmou
despacho que não conhecera de pedido de cassação de
liminar concedida em habeas corpus formulado pelo
assistente de acusação. Precedente citado: HC 72710-
MG (DJ de 27.10.95). HC 74.203-DF (AgRg), rel.
Min. Marco Aurélio, 12.11.96.
Supressão de Instância
Anulado acórdão do STJ que, em julgamento de
recurso especial fundado na alegação de negativa de
vigência aos incisos I e II do art. 535 do CPC
(hipóteses de cabimento de embargos declaratórios),
não apenas entendeu cabíveis os embargos
declaratórios que o tribunal a quo rejeitara, como
julgou desde logo o seu mérito. Por maioria de votos, a
Turma, entendendo que essa decisão suprimira uma
instância ao resolver a matéria suscitada nos embargos,
deu provimento ao recurso extraordinário contra ela
interposto com base nos incisos LIV e LV do art. 5º da
CF (ofensa aos princípios do devido processo legal,
contraditório e ampla defesa). Vencidos os Ministros
Marco Aurélio e Carlos Velloso que não conheciam do
recurso por falta de prequestionamento. RE 190.104-
RJ, rel. Min. Néri da Silveira, 12.11.96.
P R E C E D E N T E S
citados
RECLAMAÇÃO Nº 399-PE
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: RECLAMAÇÃO: HIPÓTESE DE
ADMISSIBILIDADE E PROCÊDENCIA PARA SALVAGUARDA
DA AUTORIDADE DE DECISÃO CAUTELAR OU DEFINITIVA
EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
A jurisprudência do Supremo Tribunal admite reclamação
para assegurar a autoridade de suas decisões positivas em ação direta
de inconstitucionalidade, quando o mesmo órgão de que emanara a
norma declarada inconstitucional persiste na prática de atos
concretos que lhe pressuporiam a validade (cf. Recls. 389, 390 e
393).
No caso, dado que a medida cautelar na ação direta tem
eficácia ex nunc, o seu deferimento não afetou a do ato concreto
anterior, em relação ao qual não se conheceu da ação direta: da
decisão liminar para frente, no entanto, o efeito útil da suspensão
cautelar da resolução impugnada foi precisamente o de impedir que
se continuassem a praticar atos concretos derivados do seu conteúdo
normativo.
ADIn 822-RS
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Processo legislativo: tendência da jurisprudência do
STF no sentido de observância compulsória pelos Estados membros
das linhas básicas do modelo federal do processo legislativo, em
particular, as que dizem com as hipóteses de iniciativa reservada e
com os limites do poder de emenda parlamentar: conseqüente
deferimento de medida cautelar suspensiva de vigência de
dispositivos legais estaduais oriundos de emendas parlamentares a
projeto do executivo que implicaram aumento da despesa proposta,
na linha de precedentes (ADIns 766 e 774).
CLIPPING DO DJ
14 de novembro de 1996
AI N. 167659-1 (AgRg)
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO. ATO DO AGENTE PÚBLICO:
GOVERNADOR. C.F., art. 37, § 6º.
I. - No caso, o ato causador de danos patrimoniais e morais foi
praticado pelo Governador do Estado, no exercício do cargo: deve o
Estado responder pelos danos. C.F., art. 37, § 6º.
II. - Se o agente público, nessa qualidade, agiu com dolo ou culpa,
tem o Estado ação regressiva contra ele (C.F., art. 37, § 6º).
III. - R. E. inadmitido. Agravo não provido.
AI N. 169323-1 (AgRg)
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. ASSISTENTE SOCIAL. PROFISSIONAL
DE SAÚDE: ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS. ADCT à
Constituição do Estado do Rio de Janeiro, art. 11, § 2º. C.F., art. 17,
§ 2º, ADCT.
I. - Possibilidade de acumulação de dois cargos de assistente social,
em exercício nas unidades de saúde, tendo em vista que a
Constituição do Estado do Rio de Janeiro, art. 11, § 2º, ADCT,
considera o cargo de "assistente social, em exercício nas unidades
de saúde, como profissional da área de saúde." Aplicabilidade, em
decorrência, da disposição inscrita no § 2º do art. 17, ADCT à CF.
II. - RE inadmitido. Agravo não provido.