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Produção Limpa Produção Mais Limpa Produção Enxuta 5S e Manutenção Autônoma - Uma Proposta Metodológica de Implantação PDF
Produção Limpa Produção Mais Limpa Produção Enxuta 5S e Manutenção Autônoma - Uma Proposta Metodológica de Implantação PDF
ISSN 1984-9354
Resumo
Este trabalho apresenta uma proposta de um modelo metodológico
para a implantação conjunta das metodologias da Produção Limpa
(PL) e Mais Limpa (PML), 5S, Manutenção Autônoma e Produção
Enxuta, através de seus objetivos e das suas etapas dee implantação,
contribuindo para traçar o desenvolvimento acadêmico e profissional
para implementar e aperfeiçoar o conhecimento para novas
metodologias. Esta pesquisa teve natureza qualitativa em relação aos
temas tratados, foram realizadas buscas na literatura e em normas
técnicas dos últimos dez anos. A Produção limpa e mais Limpa (PLML)
são conceitos e trazem ferramentas que associam benefícios
econômicos, sociais e ambientais às atividades de uma organização. A
Produção Enxuta é um conceito cujas ferramentas eliminam
desperdícios, minimizam tempo de produção e aumentam a qualidade
do produto. O programa de qualidade 5S objetiva a melhoria do
desempenho organizacional por meio da limpeza, organização e
sistematização dos ambientes da empresa. A Manutenção Autônoma
objetiva que os próprios operadores/colaboradores dos equipamentos
prestem manutenção a esses e aos ambientes em que estão alocados. A
aplicação conjunta dessas ferramentas pode contribuir, efetivamente,
para a melhoria da competitividade e da sustentabilidade ambiental
nas empresas.
1 Introdução
A gestão ambiental é um tema de muitas discussões, principalmente a partir da
Conferência de Estocolmo na Suécia em 1972. A partir daí, compreendeu-se que a solução
para a conservação dos recursos naturais e minimização da degradação ambiental, seria o
desenvolvimento de técnicas ambientais e de gerenciamento que acabassem com o
desperdício, colaborando para um desenvolvimento mais sustentável. A Produção Limpa e a
Produção Mais Limpa são frutos da visão “fim de tubo”, da prevenção à poluição e da
melhoria contínua. Apesar das propostas virem de organismos diferentes, das Nações Unidas
e Greenpeace, são aliados ao mesmo tema do “Desenvolvimento Sustentável”.
No atual cenário de competitividade e com o mercado cada vez mais dinâmico e
direcionado ao consumidor, emerge a exigência sobre as empresas em constantemente buscar
melhorias, inclusive em seus métodos de controle de qualidade, meio ambiente e manutenção.
Nesta situação as empresas se tornam cada vez mais dependentes da necessidade da geração
de garantias em seus processos a fim de atender às exigentes demandas por produtos
diferenciados e ainda construir a capacidade do ganho de mercado consumidor frente à
competição provinda de sua concorrência.
Porém, toda atividade industrial provoca impacto ambiental. A geração de resíduos,
como subprodutos, não importa de que material seja feito, provoca um impacto ambiental,
seja em função do processo produtivo, da matéria-prima utilizada, ou da disposição final do
produto. Isto faz com que as empresas busquem a evolução de seus métodos de articulação
com seus colaboradores, máquinas e com os demais recursos envolvidos e necessários á
produção. Tal ambiente competitivo faz com que as empresas, principalmente as de micro e
pequeno porte, busquem soluções que demandam baixos custos de implantação e
mantenimento, e ainda que as auxiliem a garantir sua produção, tanto em termos de escala,
como em qualidade e customização direcionada ao consumidor de seu produto final, além de
cuidados com o meio ambiente.
No objetivo de manter as empresas atuantes e competitivas, emerge a utilização de
programas de gestão da qualidade e gestão ambiental que propõem controlar e,
consequentemente, garantir a qualidade em seus produtos finais e que não danem o meio
ambiente, além da utilização de programas de manutenção, os quais interferem diretamente à
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estrutura operacional de uma indústria pontualmente por meio de seus equipamentos. Neste
contexto, o presente artigo aborda a implantação do programa de qualidade 5S, gestão
ambiental com a Produção mais Limpa em conjunto ao modelo de gestão e operacionalização
da manutenção denominada manutenção autônoma e produção enxuta. Na qual a Produção
mais Limpa, de acordo com Pimenta e Gouvinhas (2007), apresenta-se como uma ferramenta
favorável ao desempenho das empresas de forma preventiva em relação aos seus aspectos
ambientais, através da minimização de impactos associados à diminuição de custo e
otimização de processos, recuperação e otimização do uso de matérias-primas e energia, tendo
de forma geral ganho de produtividade a partir de um controle ambiental preventivo.
Análoga a isso a busca contínua pelo aumento da eficiência produtiva e
organizacional, cada vez mais motivada pela acirrada competição entre as empresas no atual
mercado globalizado, faz do programa 5S um escopo geral, objetivo a melhoria do
desempenho organizacional por meio da limpeza, organização e sistematização dos ambientes
da empresa que o implanta, partindo do envolvimento direto de seus colaboradores nesses
processos. A Produção Enxuta pode ser definida conforme Ohno (1997), como uma filosofia
que querer menos tempo de processamento para entregar produtos e serviços com alta
qualidade e baixos custos, através da melhoria do fluxo produtivo via eliminação dos
desperdícios no fluxo de valor.
Já o modelo de manutenção autônoma, em aspectos gerais, objetiva que os próprios
operadores/colaboradores dos equipamentos prestem manutenção a esses e aos ambientes em
que estão alocados, com base conceitual no formato preventivo de manutenção,
descentralizando assim a responsabilidade por essa atividade de uma pessoa ou equipe em
específico, direcionando-a para cada colaborador da empresa que entre em contato com os
equipamentos pontualmente. Sendo assim, a partir disso, atribuem-se novas responsabilidades
e agregam-se novos valores a esses colaboradores. Assim, este artigo teve como objetivo
apresentar uma proposta de um modelo metodológico para a implantação conjunta dessas
ferramentas, através de seus objetivos e das suas etapas de implantação, contribuindo para
traçar o desenvolvimento acadêmico e profissional para implementar e aperfeiçoar o
conhecimento para novas metodologias.
2 Referencial teórico
2.1 Produção Limpa e Mais Limpa (PLML)
A Produção Limpa (PL) engloba as estrategias de administração industrial (SILVA,
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2004), foi proposta pela organização ambientalista não governamental Greenpeace, afirma
Furtado et al. (1998), para representar o sistema produtivo industrial que levasse em conta: (1)
A auto-sustentabilidade de fontes renováveis de matérias-primas; (2) A redução do consumo
de água e energia; (3) A prevenção da geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de
produção; (4) A reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira
atóxica e energia-eficiente (consumo energético eficiente e eficaz); (5) A geração de produtos
de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e o ambiente, cujos restos (inclusive as
embalagens), tenham reaproveitamento atóxico e energia-eficiente; (6) A reciclagem (na
planta industrial ou fora dela) de maneira atóxica e energia-eficiente, como substitutivo para
as opções de manejo ambiental representadas por incineração e despejos em aterros.
Borges (1999), afirma que o objetivo da PL é eliminar as causas da degradação
ambiental, através de ações corretivas, minimizar a geração dos poluentes na fonte, o que
significa reduzir o uso de materiais e energias para uma quantidade suficiente à produção.
A abordagem e implementação da PL, segundo Greenpeace (1997) envolve oito
etapas, apresentadas a seguir: (1) Identificação da substância perigosa a ser gradualmente
eliminada com base no Princípio Precautório; (2) Execução de análises química e de fluxo de
material; (3) Estabelecimento e implementação de um cronograma para a eliminação gradual
da substância nociva do processo de produção, bem como de correspondente tecnologia de
gerenciamento de resíduos; (4) Implementação de processos de produção limpa para produtos
existentes e pesquisa de novos; (5) Treinamento e fornecimento de apoio técnico e financeiro;
(6) Ativa divulgação de informações para o público e garantia de sua participação na tomada
de decisões; (7) Viabilização da eliminação gradativa da substância poluente através de
incentivos normativos e financeiros; (8) Viabilização da transição para a Produção Limpa
com planejamento social, envolvendo trabalhadores e comunidades afetados.
Andrade, Marinho e Kiperstok (2001) afirmam que a PL envolve um conjunto de
medidas relativas à produção, tais como: boas práticas operacionais e adoção de medidas para
evitar perdas, armazenamento e disposição final adequada dos resíduos, redesenham de
produtos e processos, minimização e uso suficiente de matérias-primas e energia, substituição
de substâncias tóxicas. Também esta relacionada a valores de comportamento sociais e
econômicos. Os sistemas de Produção Limpa não são poluentes em todo o seu ciclo de vida
útil, afirma Silva (2004), eles preservam a diversidade na natureza e na cultura e garante às
gerações futuras a satisfação de suas necessidades.
Já o conceito de Produção Mais Limpa (PML) refere-se à produção integrada á
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proteção ambiental de forma mais ampla, considerando todas as fases do processo produtivo e
o ciclo de vida do produto final, segundo PNUMA (1993). A PML surgiu em 1991, ocorreu
em um programa da UNIDO/UNEP como uma abordagem intermediária entre a Produção
Limpa do Greenpeace e a diminuição de resíduos do Environmental Protection Agency – EPA
(CNTL, 2003). De acordo com o Centro Nacional de Tecnologia Limpa – CNTL (2003),
Produção mais Limpa, constitui o aproveitamento contínuo de uma estratégia econômica,
ambiental e tecnológica associada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficácia no
uso de matérias-primas, água e energia através da não geração, diminuição ou reciclagem de
resíduos gerados em todos os setores produtivos.
A tecnologia (PML) apresenta várias vantagens quando comparada às tecnologias de
fim de tubo, sendo elas: (1) Redução da quantidade de materiais e energia usados,
apresentando assim um potencial para soluções econômicas; (2) A minimização de resíduos,
efluentes e emissões; (3) A responsabilidade pode ser assumida para o processo de produção
como um todo e os riscos no campo das obrigações ambientais e da disposição de resíduos
podem ser minimizados; (4) A minimização de resíduos, efluentes e emissões (CNTL, 2002).
A PML tem como objetivo fortalecer economicamente a indústria através da
prevenção da poluição, colaborando com o progresso da situação ambiental de determinada
região. Explora o processo produtivo e as demais atividades de uma empresa e avalia a
utilização de materiais e energia. A partir disto, são criteriosamente examinados os produtos,
as tecnologias e os materiais, com a intenção de diminuir os resíduos, as emissões e os
efluentes, e descobrir modos de reutilizar os resíduos inevitáveis (CNTL, 2002). A Figura 1
apresenta a abordagem de PML e a declaração de prioridades na identificação de
oportunidades.
Figura 1 - Processo de oportunidades de prioridades técnicas do gerenciamento da PML
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prática dos 3S’s anteriores, somente com o acréscimo de ações habituais e rotineiras no que
tange a segurança e higiene no trabalho e saúde pessoal, para evitar a que os outros três Sensos
retrocedam.
Senso da autodisciplina, disciplina, do autocontrole, respeito. Entre Silva (1996) e Colenghi
(2003) ha uma concordância quanto ao significado deste Senso, a qual se detém em torno
SHITSUKE
comprometimento dos colaboradores no que tange ao cumprimento dos objetivos e metas
estabelecidos pela empresa.
Fonte: Autoria Própria
A implantação do programa 5S em sua forma mais abrangente e eficaz pode ser
realizada em duas grandes etapas genéricas. Segundo Ribeiro (2006) a primeira etapa trata-se
da implantação dos três primeiros “Ss”, e a segunda, da implantação dos dois “Ss” restantes:
1ª Etapa da Implantação: Nesta etapa, anterior ao desenvolvimento das atividades
fundamentadas e objetivadas por cada “S” em “chão de fábrica”, existe uma série de outras
atividades preparatórias quem devem ser realizadas. A primeira delas trata da sensibilização
dos colaboradores quanto à implantação do programa, a qual é realizada pelo gestor de
implantação do programa na empresa. A segunda atividade é a de preparação do plano de
implantação do 5S na empresa, nesse momento, com ênfase ao três primeiros “Ss”, contendo
este as atividades que deverão ser realizadas no lançamento do programa na empresa e suas
divisões dentre os colaboradores e os líderes de cada departamento. A terceira atividade dessa
etapa de implantação consiste em realizar o treinamento dos colaboradores para o
desenvolvimento das atividades objetivadas pelos três primeiros “Ss”. Por fim, a quarta e
última atividade dessa etapa trata-se do lançamento oficial do programa na empresa. É nesse
momento que todos se encaminham para o “chão de fábrica” e começam a desenvolver as
atividades previstas pelos três primeiros “Ss”.
2ª Etapa de Implantação: Depois de realizadas as atividades objetivadas pelos três
primeiros Sensos (Ss), é planejada a implantação para os dois últimos na mesma sistemática
que para os três primeiros. No entanto, a implantação é realizada com separação dos “Ss” em
função de seus objetivos básicos, onde, as atividades dos três primeiros estão fundamentadas
em parar por determinado período de tempo a produção da empresa, e deixá-la em condições
capazes de serem consideradas perfeitas para o ambiente de cada departamento. A partir
disso, é que somente consegue-se implantar os dois últimos “Ss”. Frente ao exposto, pode-se
observar a complexidade da implantação do programa de qualidade 5S nas organizações. Para
que essa ferramenta seja adaptável é indispensável o prévio estudo com a complementação da
Manutenção com os itens Produção Enxuta e Manutenção Autonoma, que será descrito a
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seguir.
2.2.1 Produção Enxuta (Lean Production)
O sistema de Produção Enxuta foi baseado na evidência empírica da melhoria da
competitividade na indústria. Podendo ser introduzida em uma indústria, fábrica, loja ou em
qualquer outro estabelecimento para aumentar a produtividade, minimizar tempos e custos,
melhoria da qualidade (MORENGHI, ANDRADE, ROSANO, 2006). A Produção Enxuta
apresenta cinco princípios fundamentais para ser implementada, salientam Womack e Jones
(2004), sendo elas: (1) Valor: ser empregado ao produto de acordo com as especificações dos
clientes, e não sobre a óptica da empresa; (2) Fluxo de valor: conjunto de etapas necessário a
ser produzido a um produto específico; (3) Fluxo: um fluxo de valor contínuo para que as
etapas corram adequadamente; (4) Puxar: produzir apenas o que o cliente deseja, para evitar
desperdícios; (5) Perfeição: manter sempre uma produção contínua sem que haja perdas e
desperdícios.
A Produção Enxuta pode ser definida conforme Ohno (1997), como uma filosofia que
querer menos tempo de processamento para entregar produtos e serviços com alta qualidade e
baixos custos, através da melhoria do fluxo produtivo via eliminação dos desperdícios no
fluxo de valor. Segundo Womack e Jones (1992) o objetivo da produção enxuta é eliminar
tudo que não acarrete valor ao produto ou serviço empregado, podendo assim ser considerado
como um desperdício para empresa.
Os mesmos autores salientam ainda as sete categorias de desperdícios em uma
produção, sendo elas: (1) Desperdício de superprodução; (2) Desperdício de espera; (3)
Desperdício de transporte; (4) Desperdício de processamento; (5) Desperdício de inventário;
(6) Desperdício de movimentação; (7) Desperdício de produtos defeituosos. Para ser
implantada a Produção Enxuta, as fabricas devem adotar algumas outras técnicas, que juntas,
a tornam possível, sendo elas: Kanban, manufatura celular, 5S, setup rápido, inspeção
autônoma, manutenção produtiva total, dispositivos a prova de erros (poka-yoke), afirmam
Elias e Magalhães (2003).
2.2.2 Manutenção Produtiva Total - TPM e a Manutenção Autônoma - MA
A manutenção autônoma é considerada uma parte importante no processo de
implantação da TPM em qualquer organização. A TPM possui sua atenção concentrada na
extinção das perdas geradas pela má utilização dos equipamentos e dos recursos humanos,
eliminando as não conformidades e inserindo por meio do desenvolvimento sistemático dos
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objetivados pelos três primeiros “Ss”, são realizados treinamentos preparatórios para os
colaboradores e demais envolvidos na implantação do programa 5S. A relação da atividade de
implantação do 5S, o treinamento, é correlata e desenvolve-se juntamente com a quarta etapa
de implantação da manutenção autônoma. E com a quinta (treinamento e fornecimento de
apoio técnico e financeiro) e sexta etapa de implantação da Produção Limpa, com a
divulgação de informações para o público e garantia de participação na tomada de decisões.
Nesta proposta, essa etapa foi realocada junto às atividades de treinamento
desenvolvidas durante a fase implantação do programa 5S. Nakajima (1989) comenta que essa
quarta etapa de implantação da MA se trata da preparação para as atividades que objetivarão o
a prevenção dos desgastes e a recuperação de parte dos equipamentos que poderiam estar
afetadas, ao mesmo tempo em que se buscará a formação de colaboradores polivalentes, ou
seja, com a capacidade de ministrar tais atividades e coordená-las junto a seu grupo de
“subordinados”, mesmo que esses também receberam os treinamentos necessários para
realização de tais atividades.
Desta forma, este novo modelo apresentado na figura 3, propõe que os treinamentos
sejam realizados inicialmente com a presença de todos os colaboradores da empresa e,
posteriormente, os sejam realizados treinamentos direcionados e mais específicos aos líderes
de cada departamento, com o objetivo de capacitá-los para que sejam capazes de coordenar e
auxiliar a realização das atividades de manutenção e questões ambientais, tanto dos
equipamentos pontualmente, quanto dos ambientes como um todo e da geração de resíduos.
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objetiva a limpeza (em forma de inspeção) dos ambientes como um todo, e em seguida, o
descarte adequado dos materiais desnecessários anteriormente selecionados.
Estes dois sensos estão diretamente ligados à primeira etapa da implantação da
manutenção autônoma, que objetiva realizar a limpeza inicial dos equipamentos e a promoção
e/ou motivação pelo desenvolvimento do valor e/ou cultura de “não mais sujar”, ou seja, de
zelar pelo mantenimento da limpeza dos equipamentos e consequentemente o ambiente onde
estão posicionados.
A realização das atividades de limpeza, dentro deste escopo, dá-se em formato de
inspeção, sendo assim possível a detecção de necessidades de manutenção nos equipamentos
da empresa, das quais naturalmente não foram percebidas. Tal método de limpeza na forma de
inspeção é um dos pilares do senso SEISO. Mas, além da limpeza, a primeira etapa de
implantação da manutenção autônoma, num segundo momento visa estabelecer medidas de
combate à reincidência de sujeira e estabelecer os métodos de inspeção em função do
mantenimento dos equipamentos.
Por esse motivo, a primeira etapa da implantação da manutenção autônoma foi diluída
em duas partes. A primeira (parte A) possui relação com o senso SEISO, como descrito logo
acima. Já a segunda (parte B) tem relação direta com o senso SEIKETSU, descrito
posteriormente. O SEIRI esta relacionada com a primeira etapa da Produção Limpa que trata
da identificação das substancias perigosas, ou seja, produtos tóxicos na produção, a ser
gradualmente eliminada com base no Princípio Precautório. E incluída com a segunda e
quarta etapa da implantação da Produção mais Limpa.
Sendo a segunda é composta pela elaboração de fluxogramas de processos (lineares,
redes, intermediários, globais quantitativos ou qualitativos) com a definição de indicadores de
desempenho (água, energia, etc.) que serão utilizados pela empresa. Analisando de forma
crítica as informações obtidas, enfocando na quantidade e toxidade dos resíduos gerados e de
matéria-prima consumida; regulamentos legais que devem ser cumpridos para utilização e
disposição dos materiais e resíduos; custos envolvidos de compra, tratamento e relativos a
possíveis punições do órgão ambiental (IBAMA, IAP, entre outros). Assim, definindo as
etapas, processos, produtos ou/e equipamentos que serão priorizados para as efetivas
medições e realização dos balanços de massa e/ou do indicador escolhido.
A quarta, pelo estudo de viabilização técnica, econômica e ambiental da empresa. Na
qual se realiza a avaliação técnica, que questiona a viabilidade técnica para se implementar
cada nível de priorização de minimização de geração de resíduos; avaliação ambiental,
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avaliam os benefícios ambientais que poderão ser obtidos e a avaliação econômica avalia a
viabilidade econômica de cada um dos níveis elaborados. Esses níveis são divididos em três,
sendo:
O nível 1 é o que abrange ações mais complexas objetivando minimizar as emissões
sólidas, líquidas e gasosas do processo produtivo na fonte. Este nível inclui ações que vão
desde as modificações no produto até alterações do processo. Para tanto, podem ser utilizadas
técnicas de boas práticas de fabricação, substituições de matéria-prima e modificações
tecnológicas. O nível 2 é composto por ações complexas também, tendo como objetivo a
minimização de resíduos através da reciclagem interna. Todo resíduo oriundo do processo
produtivo é reprocessado internamente. O nível 3 apresenta a oportunidade de reuso dos
resíduos através da reciclagem externa. Os materiais são comercializados para terceiros e ao
reciclarão e os utilizarão com a matéria-prima para novos produtos (CNTL, 2003).
Assim, realiza-se a avaliação das diversas opções identificadas para a redução do
resíduo, escolhe-se aquela que apresenta a melhor condição técnica, com os maiores
benefícios ambientais e econômicos. Já o SEISO esta diretamente relacionada com a segunda
etapa de implantação da Produção Limpa, que trata da execução de análises químicas e de
fluxos de materiais.
Outra etapa deslocada cronologicamente da ordem de implantação da manutenção
autônoma, e que possui correlação com o senso SEITON, é a sexta etapa, da qual objetiva
abrir o campo de visão do colaborador para o ambiente envoltório ao equipamento e os
demais itens ali posicionados, como por exemplo, bancadas, ferramentas manuais,
dispositivos, iluminação e etc., agregando valor a esta visão que antes se dava pontualmente
em relação ao equipamento. Nesse sentido, tal colaborador deverá detectar as necessidades de
manutenção, não somente do equipamento, do qual geralmente se encontra “centralizado” em
determinada região e/ou departamento da fábrica.
A relação direta com o SEITON provém de que esse colaborador, além de identificar
tais características citadas acima, deverá, após selecionar os materiais desnecessários, eliminá-
los e limpar o ambiente, além de organizá-lo posteriormente. Tendo isto por base, realizam-se
essas atividades na mesma ordem cronológica ao padrão estabelecido pela sexta etapa de
implantação da manutenção autônoma, como acima descrito.
O SEITON esta relacionada com primeira etapa da Produção mais Limpa, que se faz
necessária o comprometimento da alta direção para implantação da ferramenta. Além, da
sensibilização dos funcionários com informações a respeito da realização do programa na
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características conceituais do SEIKETSU, em que as melhorias trazidas pelas práticas dos três
primeiros “Ss” devem ser mantidas e, principalmente, aperfeiçoadas. Esse aperfeiçoamento
está diretamente ligado ao objetivo desta segunda etapa da manutenção autônoma, sendo
realizado no ataque e/ou estudo dos equipamentos e problemas que esses apresentam, a fim de
detectar a causa fundamental e, a partir disso, eliminá-la com o objetivo de reduzir a
reincidência de manutenções emergenciais (também chamadas de corretivas não planejadas).
A característica da atribuição de maior atenção aos locais de difícil acesso dos
equipamentos, também dada pela segunda etapa de implantação da manutenção autônoma, faz
apologia à fase de implantação dos três primeiros “Ss”. Vale salientar, que a correlação não
altera o novo ordenamento cronológico dessa segunda etapa, sendo que ela é
fundamentalmente baseada na prática da melhoria contínua e/ou aperfeiçoamento permanente.
Por isso, justifica-se o deslocamento cronológico para junto da implantação dos dois últimos
“Ss”, precisamente junto ao SEIKETSU.
Há ainda mais uma etapa correlata ao SEIKETSU, no que tange o estabelecimento dos
padrões anteriormente descritos, sendo essa a terceira etapa da implantação da manutenção
autônoma, que também foi deslocada de sua ordem cronológica original para a ordem
cronológica de implantação dos dois últimos “Ss”. Para maiores esclarecimentos, a terceira
etapa de implantação da manutenção autônoma possui em seu escopo, segundo os autores
citados, as seguintes características referentes aos equipamentos: é a etapa de elaboração e
estabelecimento dos padrões de limpeza e lubrificação dos equipamentos.
O objetivo dessas é alcançar o “estado ideal”, tanto do equipamento quanto do local de
trabalho onde esse está localizado, objetivando gerar a garantia da eficácia das ações
anteriormente realizadas nas etapas anteriores que trataram da manutenção das condições
básicas e ideais. Ainda essa etapa é considerada como o caminho para atingir o objetivo de
padronização da inspeção e lubrificação que deverão ser realizadas periodicamente nos
equipamentos.
Neste contexto, diretamente relacionados aos padrões estabelecidos para os
equipamentos, além das fotografias que ilustradamente determinam o padrão em que os
equipamentos e os ambientes onde estão alocados devem se encontrar, estabelecem-se ainda
padrões descritivos junto ao manual técnico do 5S, do qual cada colaborador deve receber
uma cópia no momento e/ou etapa de treinamentos. Este manual se trata de um documento
contendo todas as informações pertinentes ao programa de qualidade 5S da empresa que o
implantará. Informações como: a divisão dos setores, seus devidos líderes e “subordinados”,
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Agradecimentos
O autor Rodolfo Reinaldo Petter agradece a CAPES pelo suporte financeiro por meio
de bolsa de mestrado vinculada ao Projeto Pró-engenharia para a realização da presente
pesquisa.
A coautora Caroline Rodrigues Vaz agradece ao CNPq pelo suporte financeiro por
meio de bolsa de doutorado para a realização da presente pesquisa.
Referências
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