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DOMÍNIOS DE AUTONOMIA CURRICULAR: 5 PERGUNTAS – 5 RESPOSTAS

1. O que são Domínios de Autonomia Curricular (DAC)?


Os DAC são áreas de confluência de trabalho interdisciplinar e de
articulação curricular, integradas na matriz curricular-base de uma oferta
educativa e formativa, em resultado do exercício de gestão local de
flexibilidade inscrito por cada escola nos instrumentos de planeamento
curricular. Implicam trabalho colaborativo e interdisciplinar no
planeamento, na realização e na avaliação das aprendizagens. Os DAC
constituem-se como uma opção curricular, a par de outras, que procura
responder a necessidades em contexto, identificadas pela escola e pela
turma, visando o desenvolvimento das finalidades inscritas no Perfil dos
Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA).

2. O que pode dar origem a um DAC?


Um DAC resulta de uma qualquer situação, seja ela um problema, um
projeto, uma tarefa…, cuja concretização ou possível resolução dependa
de uma abordagem multidisciplinar, num contexto de trabalho em equipa.
Um DAC é desenhado a partir do que é, por exemplo, uma área de
confluência temática, uma identidade metodológica, ou uma redundância
curricular detetada entre as disciplinas ou áreas disciplinares que
constituem a matriz curricular.
3. Definida essa “situação”, quais os próximos passos?
Reunidos e relacionados os contributos disciplinares para que sejam dadas
respostas às competências a desenvolver, essa “situação” é, então,
planificada, identificando-se grandes linhas orientadoras:
Que temas e subtemas devem ser trabalhados?
Que competências (conhecimentos, capacidades, atitudes) a
desenvolver?
Quais as etapas desse percurso do trabalho?
Que atividades e com que responsáveis?
Que espaços e que tempos de trabalho?
Que informações devem ser recolhidas sobre o desempenho dos
alunos?
Que desempenhos são observáveis, detetáveis?
Que instrumentos e procedimentos de avaliação utilizar para melhor
recolher informação?
4.Como proceder à avaliação numa situação de DAC?
Tratando-se de um processo em que o ensino se organiza para o
desenvolvimento de uma área de competências, pode afirmar-se que não
há DAC sem avaliação de competências: tem de ser claro para o professor
o que se pretende que o aluno saiba, o que se pretende que o aluno saiba
fazer, bem como o que o aluno tem de saber ser. Assim, os instrumentos e
os procedimentos de avaliação utilizados devem permitir recolher
informação quantitativa e qualitativa relativamente a uma determinada
área de competência. Um DAC permite também uma abordagem
avaliativa multidisciplinar. Um instrumento ou um procedimento de
avaliação pode (a) integrar contributos multidisciplinares; (b) convocar
simultaneamente diferentes professores para, por exemplo, um processo
de observação conjunto; e (c) incluir tarefas, ou itens construídos
colaborativamente, em que se avaliam saberes provenientes de áreas
disciplinares diferentes; entre outras possibilidades.
5. De que forma permite o referencial curricular sustentar decisões
tomadas em situação de DAC?
Na conceção do DAC, são considerados, desde logo, os conhecimentos, as
capacidades e as atitudes previstas nas Aprendizagens Essenciais (AE) para
cada disciplina no quadro das áreas de competências inscritas no PA,
traduzidas numa seleção de descritores personalizados (e.g., Indagador,
Investigador, Comunicador, Avaliador) relativos a capacidades e atitudes a
promover nos alunos, através do trabalho que se projeta desenvolver. No
PA, as áreas de competência e os descritores que lhes estão associados
constituem um enunciado âncora para o exercício de formalização do
trabalho de desenvolvimento curricular, por exemplo de conceção de um
DAC. Nas AE, a apresentação do conjunto base de conhecimentos,
capacidades e atitudes encontra-se articulado com os descritores do PA
através de um conjunto de exemplos possíveis de ações de ensino. Em
algumas AE, são ainda referenciadas possibilidades de
interdisciplinaridade.

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