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Apostila Resistência dos Materiais II – Módulo B - Tensões

Por: Thiago Demétrio Alves

Assuntos necessários para resolução do segundo exercício:

1- Vamos usar um tubo vazado, com a configuração da figura abaixo:

2- Primeiramente vamos analisar as forças Px, Py e Pz que atuam no tubo, como


mostrado na figura anterior. Para que serve essa análise? Com ela, iremos definir o
sentido anti horário/horário [positivo (tração) ou negativo (compressão)] de cada
força, qual causará o torque no eixo que fura a seção, e toda essa análise será muito
importante para o cálculo dos momentos em cada eixo.

● A força Px causa tração em 2 e compressão em 4, e nada nos pontos 1 e 3, e causa um


torque anti-horário no eixo z (que fura a seção).

Explicação: Note que a força Px movimenta o tubo da direita para esquerda, dessa maneira, o
ponto 2 é esticado (causando tração) e o ponto 4 é comprimido (causado compressão), e nada
acontece nos pontos 1 e 3, isso em relação ao eixo x e a distância L2. Note também que a força
Px rotaciona o tubo no sentido anti-horário pela distância L1, gerando um torque no tubo. Veja
abaixo:

(vista superior do tubo)


● A força Py causa tração em 1 e compressão em 3, e nada nos pontos 2 e 4.

Explicação: Note que a força Py movimenta o tubo de cima para baixo, dessa maneira, o ponto
1 é esticado (causando tração) e o ponto 3 é comprimido (causado compressão), e nada
acontece nos pontos 2 e 4. Veja abaixo:

(vista lateral direita do tubo)

● A força Pz causa tração em 3 e compressão em 1, e nada nos pontos 2 e 4.

Explicação: Note que a força Pz empurra o tubo para baixo, da esquerda para a direita, dessa
maneira, o ponto 3 é esticado (causando tração) e o ponto 1 é comprimido (causado
compressão), e nada acontece nos pontos 2 e 4. Veja abaixo:

(vista lateral direita do tubo)


● Só iremos estudar as forças que atuam do fim do tubo até a seção:

Explicação: Observado a figura acima vemos que existe uma força de 100N no sentido de x
(circulada em verde) que está atrás da seção de estudo (do inicio do tubo até a seção), mas
não estamos estudando esse trecho, logo essa força não será usada para absolutamente nada.

● Sempre devemos calcular o momento resultante em determinado eixo (e colocá-los no corte


da seção em estudo):

Explicação: Observado a figura acima vemos que existem 2 forças no eixo x, P1 e P2. Vemos
que a força P1 gira o tubo no sentido horário em relação ao eixo z, e que a força P2 gira o tubo
no sentido horário em relação ao eixo z. Como elas giram o tubo em relação ao eixo z no
mesmo sentido (horário), nós iremos somá-las.

● Sempre devemos calcular a força resultante em determinado eixo (e colocá-los no corte da


seção em estudo):
Explicação: Observado a figura acima vemos que existem 3 forças no eixo z, Fz1,Fz2 e Fz3.
Devemos ver qual delas é a maior, e essa maior força irá determinar o sentido da força
resultante. Nesse nosso exemplo existe uma força de 890N da direita para esquerda e 2 forças
de 222N da esquerda para a direita, logo a maior força de 890N determina o sentido final.

3- A seção a ser estudada nesse tubo é a seguinte:

O que podemos extrair dessa figura da seção? Com ela, iremos descobrir o momento ao redor
de cada ponto que estamos estudando. Observado a figura anterior temos:

● O eixo y corta os pontos 1 e 3, logo, o My (momento em y) desses pontos é igual a 0;

● O eixo x corta os pontos 2 e 4, logo, o Mx (momento em x) desses pontos é igual a 0;

● O eixo y é paralelo aos pontos 4 e 2, logo, o momento ao redor desses pontos é o My


(momento em y);

● O eixo x é paralelo aos pontos 1 e 3, logo, o momento ao redor desses pontos é o Mx


(momento em x);

● O eixo z fura essa a seção que estamos estudando, logo o Mz (momento em z) é o que gera o
Torque no sistema (Mz=T). Em Relação a figura, quem gera o movimento de Torque é a força
Px, girando o eixo z a na distância L1 no sentido anti-horário (regra da mão direita).

4- Cálculo dos momentos:

● Dica: como sabemos quais forças entram em cada momento dos eixos? Existe uma regra
simples, basta analisar duas situações na figura da parte 1: 1) Se uma força é paralela ao eixo
em análise, ela não entra no seu momento e 2) Se uma força corta o eixo em análise, ela
também não entra no seu momento. Devemos fazer a visualização de que força faz o tubo
girar em determinado eixo (visualização do momento). Assim temos:

Mx= Py.L2 – Pz.L1 (para o ponto 1) e Mx= -Py.L2 + Pz.L1 (para o ponto 3);

My= Px.L2 (para o ponto 2) e My= -Px.L2 (para o ponto 4)

Mz= Px.L1 (Mz=T) sempre positivo

Obs.: Devem ser calculados todos os momentos, mesmo que não precisem ser usados
5- Análise do Tubo:

● Como já sabemos que a figura se trata de um tubo, vamos usar as seguintes fórmulas:

Obs.: Caso a figura mude, essas fórmulas também irão mudar. É desejado que essas medidas
tenha pelo menos 3 casas decimais. Exemplos mais comuns usados em prova:

● Tubo (cheio):

● Tubo quadrado (seção quadrada):

6- Corte na seção estudada:

Obs.: Devem ser colocados todos os momentos e todas as forças atuantes na seção, mesmo
que não precisem ser usadas, inclusive o valor numérico das forças Resultantes: Fx, Fy e Fz e
dos Momentos Resultantes: Mx,My,Mz.

7- Cálculo das tensões (vamos usar o ponto 1 como exemplo):

● Tensões normais.

1) Como o eixo que fura a seção é o z, as tensões normais nesse eixo, serão chamadas de:

A) Tensão normal causada pelo Momento Fletor:

Obs.: Como mostrado na parte 3, o momento ao redor do ponto 1 é o Mx (momento em x), e


como mostrado na parte 2 e calculado na parte 4, seu sinal é positivo (tração)
B) Tensão causada pela Força Normal:

Como saber qual força é a normal? É aquela que está no eixo que fura a seção, e nesse caso, é
a força z (Fz), e como ela está entrando no tubo, seu sinal é negativo:

Obs.: Se a força Fz estivesse saindo do tubo, seu sinal seria positivo.

C) Tensão causada pela Pressão Interna (existe apenas em tubos vazados):

Fórmula para tensão Circunferencial Fórmula para tensão


longitudinal

A tensão longitudinal é a metade da tensão circunferencial.

D) Tensão Normal em z no Ponto 1 (soma de todas as tensões em z calculadas):

Em relação da tensão devido a pressão em z, usamos a tensão longitudinal (paralelas ao


eixo z ou perpendiculares ao eixo x).

E) Tensão Normal em x no Ponto 1:

É igual a tensão circunferencial (porque são paralelas ao eixo x).

Encontrado o valor da Tensão Normal, seu sinal (positivo ou negativo), indicará a direção da
seta no desenho dos elementos: Positivo: saindo do elemento, Negativo: entrando no
elemento.
● Tensões de cisalhamento.

A) Tensão causada pelo Torque:

Torque sempre positivo, devemos saber apenas seu sentido.

B) Tensão causada pelo Esforço Cortante:

Obs.: O esforço cortante ocorre na direção do eixo x, logo, devemos usar o Fx (Vx=Fx=Px).
Como estamos tratando de um tubo vazado, a espessura cisalhada na linha de estudo é igual a
2t (parede do tubo). Se fosse um tubo “cheio”, essa espessura seria igual a d (diâmetro do
tubo).

C) Tensão de cisalhamento Total (soma de todas as tensões de cisalhamento calculadas):

Como o esforço cortante está no mesmo sentido do torque, somamos a tensão de


cisalhamento devido ao torque com a tensão de cisalhamento devido ao esforço cortante (ver
parte 8).

8- Determinação do Sentido das Tensões:

Observando a figura acima, vemos que o torque é no sentido anti-horário, definindo assim a
direção das tensões de cisalhamento;

Em relação ao esforço cortante, devemos analisar o sentido da força na figura do enunciado


em desenhá-lo no mesmo sentido na figura acima. Dessa maneira, concluímos que quando o
esforço cortante e tensão de cisalhamento devido ao torque estão no mesmo sentido,
devemos soma-los, e quando estão em sentidos opostos, devemos subtraí-los. Quando não
existe força cortante em algum dos eixos, V=0, consequentemente Q=0 (não existe área para
ser calculada).
9- Elemento Tridimensional:

Em relação ao ponto 1, achamos uma tensão normal positiva em ambos os eixos, logo essa
força é saindo do desenho (seta azul), e a direção da tensão de cisalhamento será da direita
para esquerda no eixo z ou no plano zx (observe a marcação feito no desenho acima).

10- Elemento Planificado:

Observando o elemento tridimensional, conseguimos identificar o elemento planificado,


basta olhar o sentido das setas no plano zx (onde se encontra o ponto 1).

Obs: Caso ainda tenha dificuldades em retirar os elementos, observar o anexo no fim da
apostila.

11- Círuculo de Mohr (passos para construção):

1° passo: Calcular a distância da origem (O) até o centro do círculo (C), chamado de OC (média
entre as tensões normais calculadas):
2° passo: Calcular a distância da origem (O) até o ponto de aplicação da força (F), chamado de OF
(que é a tensão normal em x nesse exemplo), depois a distância do centro do círculo (C) até o
ponto de aplicação da força (F), chamado de CF (diferença entre OF e OC):

Obs.: CF tem que possuir mesmo sinal de OC, por isso nesse caso .

3° passo: Descobrir o valor de FZ (que é o valor da tensão de cisalhamento calculada) e depois


calcular o raio do círculo (R), que é dado pela fórmula abaixo:

4° passo: Descobrir as coordenadas X (eixo das abscissas) e Z (eixo das coordenadas), dadas pela
fórmula:

Obs.: Ver explicação detalhada no anexo no fim da apostila.

5° passo: Descobrir o valor das tensões 1,2,3 para construirmos os outros dois círculos faltantes,
através da fórmula:

6° passo: Descobrir o valor dos ângulos, através das fórmulas, encontrando assim os planos
principais:

Caso o ângulo escolhido (com sentido anti-horário) seja o da figura abaixo (ângulo maior), a
fórmula será a seguinte:
Caso o ângulo escolhido (com sentido horário) seja o da figura abaixo (ângulo menor), a fórmula
será a seguinte:

Obs.: Para descobrir o sentido dos ângulos (planos principais), basta fazer a seguinte análise: o
sentido do ângulo é da reta (XZ ou YZ) até o eixo das abscissas (ver figura), se estiver subindo será
anti-horário, se estiver descendo será horário.

7° passo: Construção do Círculo de Mohr:

Obs.: Antes de começar a desenhar, verificar qual será o maior círculo: das tensões nos eixos (x,y,z)

ou das tensões no plano .

12- Cálculo da tensão de cisalhamento máxima no plano, que é dada pela fórmula abaixo:
13- Cálculo da tensão de cisalhamento máxima absoluta, que é dada pela fórmula abaixo:

14- Cálculo do coeficiente de segurança de Tresca, que é dado pela fórmula abaixo:

15- Cálculo do coeficiente de segurança de Von Mises, que é dado pela fórmula abaixo:

16- Deformações principais (usar tensões principais), deformação de cisalhamento


máxima absoluta, no ponto 1:

Obs.: , , , logo, para o resultado dar certo, basta no


final multiplicar tudo por 103.

17- Coeficiente de Segurança de Mohr:


ANEXO:

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