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Pese tratar-se ainda de um trabalho em elaboração e ainda bastante incompleto, partilhamos, tendo em vista a uma possível criação futura de uma rede das cidades da Lusitânia.
A cidade é um dos alicerces de um Império, que assenta, por um lado, na «normalização» que tenta imprimir às mais longínquas fundações, mas que se sustenta, por outro
lado, à custa da diversidade local e da maximização das potencialidades regionais, faz-nos dimensionar a complexidade de questões que se levantam ao estudo da
organização urbana em época de dominação romana (1).
A própria Romanização não consistiu num processo de aculturação único ou unidireccional, mas numa trama complexa de interacções entre grupos de agentes muito
variados. Todo este complexo processo de interacções, a variedade e diversidade infindável de situações e as estruturas urbanas pré-existentes com que os Romanos se
deparam na Hispânia fez «flutuar», numa primeira fase, os estatutos administrativos dos aglomerados urbanos, a definição dos seus «territórios», das ciuitates, a unidade
territorial de dimensão variável, organizada em torno de um lugar-chave urbanizado, a cidade, segundo conceito utilizado por Le Roux, tratando-se, em primeiro lugar, de
uma divisão territorial dotada de relativa autonomia e correspondente, nos limites do possível, a uma unidade étnica, segundo Pierre Gross e Torelli, tese esta questionável
pois é sabido que uma mesma etnia pode ter muitas ciuitas, entendidas como um núcleo urbano e seu correspondente território.
Digamos, que o conceito engloba, portanto, o aglomerado urbano e o território sobre o qual exerce autoridade administrativa e o próprio conceito de cidadania.
A noção de urbanidade, de que já os Romanos fizeram um dos pilares «civilizadores», contempla não só o fenómeno citadino propriamente dito, mas também a ideia de
centros polarizadores de unidades territoriais, administrativas, económicas e produtivas que geram e partilham da dinâmica da cidade e das permutas feitas entre esta e
outros «lugares centrais».
À volta de um aglomerado central do ponto de vista político e económico, desenvolvem-se no território pertencente à ciuitas um conjunto de actividades económicas de
características fundamentalmente rústicas, pois nelas assenta maioritariamente a estrutura do Império que, gradualmente se vai tornando mais comercial.
A relação entre estes «centros» e as suas «capitais» e entre eles e os seus «territórios» fornecedores dos produtos indispensáveis para a manutenção dos aglomerados
urbanos não é, por seu lado, estanque ou fixa no tempo, dependendo das relações de dominação militar e política que se estabelecem entre vencidos e vencedores, ou da
permeabilidade que se consegue com as pré-existências culturais e económicas.
Não obstante, a cidade foi, como continua a ser, o local onde se organizam modelos, onde se apreende o sistema de símbolos comuns que participam de uma determinada
cultura dominante, pese a capacidade de nela serem ou não integrados, ou miscigenados, valores de outras que lhe são «alheios».
A urbs foi, embora se tenha que atender ao amplo processo de adaptação entre conquistadores e conquistados, o veículo e o suporte da ordem romana dominante e do
império: «um poder ecuménico cimentado em cidades e estas num corpo social hierarquizado, em cujo seio a elite perpetuava a ordem tradicional. .... Se para os gregos ...
não existia fora da polis espaço para a liberdade, também o sentido romano de libertas era impossível fora de uma colónia ou um município. A romanização jurídica
substituía, portanto, no plano ideal o “homem bárbaro” pelo “cidadão”», utilizando as palavras de Abascal e Espinosa, e, 1989: 45, como se poderá confirmar na bibliografia
específica deste tema.
A criação de núcleos urbanos foi, pois, um dos veículos usados para a penetração e difusão da Romanidade, favorecida pelas elites locais, que procuravam a todo o custo
manter a sua situação privilegiada, garantida ou mesmo beneficiada à medida que a municipalização desses núcleos se vai alargando.
É, pois, nesta relação territorial que se afirma o poder da urbs; e é nessa articulação que se enforma o conceito de ciuitas.
De uma cidade, podemos, em traços largos, dizer que se conforma dos seus edifícios públicos que no Forum, o centro cívico da cidade, têm a sua maior concentração, pois
é aí que se localizam os espaços administrativos e lugares de decisão, os templos, as basílicas judiciais e em redor do qual, ou nas proximidades, se localiza geralmente
uma zona comercial com o seu macellum. Obviamente, e tal como anteriormente referimos, também a estruturação do Forum se altera ao longo do tempo, salientando-se,
que o período imperial assiste a um ensimesmamento do mesmo que se passa a fechar mais, pois os templos dedicados ao culto imperial também exigem essa centralidade.
Mais do que em qualquer outro lugar do Império, no Ocidente, onde a arquitectura urbana se afirma tardiamente, o forum «representa o local no qual se concentram todos os
símbolos da dignidade municipal, os edifícios administrativos e religiosos que definem a paisagem urbana e no qual as gerações que se sucedem, qualquer que seja o
estatuto da cidade, adquirem a consciência de pertencer a uma comunidade». Os seus monumentos são a «verdadeira memória da cidade ... da sua autonomia, e das suas
Em termos gerais, o modelo básico de fora construídos na Hispânia, em período imperial, é caracterizado pela combinação de três elementos fundamentais: templo, praça e
basílica e ainda a Cúria, edifício destinado a sede oficial do Senado do Município ou da cidade que, gradualmente, vai perdendo a sua importância.
Mas a cidade é também feita da sua estrutura viária que a organiza, quer os espaços privados e domésticos, os seus bairros ou insulae, os quarteirões de prédios que
podem ter vários pisos; das suas habitações ou domus, as casas abastadas; dos seus edifícios termais ou dos balneários, garante da higiene e saúde públicas; dos seus
templos ou mercados; das suas estruturas hidráulicas, garantindo o fornecimento e escoamento de águas; dos seus aquedutos, poços e cisternas; das suas actividades
artesanais ou industriais, das suas olarias, instalações metalúrgicas, geralmente periféricas, ou piscatórias; das suas zonas comerciais, e ainda dos lugares de espectáculo
através dos quais Roma se impõe também nos seus mais longínquos territórios, fossem eles os teatros, anfiteatros ou circos.
Dotadas ou não de muralhas ou portas, de plantas hipodâmicas que denunciam fundações de raiz ou precedidas de acampamentos romanos, ou de malhas urbanas menos
recticuladas, adaptando-se a topografias ou a fundações de épocas anteriores que inviabilizam o modelo ideal ortogonal, as cidades são, sem dúvida os grandes alicerces do
Império Romano e o símbolo de um sistema organizativo religioso, social e político. Falar de Cidade, é pois, falar de uma vida intensa que, em Roma, a capital, fez
concentrar tanta gente e tantas actividades que fez surgir a necessidade de criar corpos de bombeiros e legislação adequada ao tráfego de veículos de transporte de
mercadorias e que, em escala maior ou menor, as capitais do império quiseram mimetizar.
No que respeita ao Ocidente da Península Ibérica, Roma elege três cidades onde centraliza a estruturação da sua nova realidade político Administrativa: Pax Iulia (Beja),
uma colónia de cidadãos romanos; Liberalitas Iulia Ebora (Évora), uma cidade de direito latino, e Felicitas Iulia Olisipo (Lisboa), com estatuto de município, todas com o
epítetos que evocavam César e as virtudes “júlias”, utilizando as palavras de Carlos Fabião (2006) - ver bibliografia disponível no link abaixo mencionado.
Mas a criação da Lusitânia, provalvelmente em 16 ou 15 a.C. com a capital em Augusta Emerita (actual Mérida), fundada como colonia em 25 a.C. e a divisão em novas
circunscrições administrativas, os conventus, vem originar a criação de novas capitais: Augusta Emerita; Pax Iulia e Scallabis (Santarém), as três com estatuto colonial, que,
por sua vez, vem originar a proliferação de núcleos urbanos de menor escala que estruturaram o território.
Manuel Salinas de Frías, no seu artigo «O Contacto: O impacto da Presença Romana na Lusitânia» (V.V.A.A. MNA, 2016) assim se refere: «Outro fenómeno muito
importante que ocorre durante o século I a. C., (...) é a ascensão de algumas cidades indígenas, situadas no vale do Tejo ou a sul do mesmo, à condição de municípios ou
colónias. De acordo com o polígrafo romano Plínio-o-Velho (N.H. 4.35, 117), que escrevia por volta de 70 d. C., a Lusitânia tinha 45 populi (unidades políticas), dos quais 5
eram colónias, 1 município de direito romano, 3 eram oppida (cidades) com o direito latino antigo e 36 eram cidades estipendiárias. As cinco colónias
eram Augusta Emerita, Metellinum (Medellín), Pax Iulia (Beja), Norba Caesarina (Cáceres) e Scallabis Praesidium Iulium(Santarém).
O município de cidadãos romanos era Olisipo Felicitas Iulia (Lisboa); e os oppida de direito latino antigo eram Ebora Liberalitas Iulia (Évora), Myrtilis (Mértola)
e Salacia (Alcácer do Sal). Foi proposto, verosimilmente, que os municípios de direito romano e latino receberam o seu estatuto das mãos de César; do mesmo modo que o
cognome de Caesarina atribuído a Cáceres e o nomen Iulius de Scallabis (Santarém) parecem indicar uma intervenção sua. Se estas suposições estiverem corretas, as
colónias e os municípios cesarianos devem ter sido criados durante o seu último ano de governo, entre 45 e 44 a. C., quando, como ditador pela quarta vez, pôs em prática
um grande trabalho de organização do Estado.
Trate-se ou não de fundações cesarianas, permanece o facto de quatro das cinco colónias
da Lusitânia terem sido fundadas dentro da baliza cronológica de cerca de 50 anos, que vai
de 79 a. C. — primeiro ano da estadia de Metelo na Ulterior durante a guerra de Sertório e,
portanto, a data mais antiga que se pode atribuir a Metellinum , no caso de se supor que
se trata de uma fundação deste general —, até 25 a. C., ano da fundação de Augusta Emerita».
In: Manuel Salinas de Frías, «O Contacto: O impacto da Presença Romana na Lusitânia» ROMANA LUSITÂNIA ORIGEM DOIS DE POVOS pp: 62-79.
Mapa da Lusitânia, 1990, segundo os autores acima mencionados.
«No seu testamento político, as «Res Gestae», Augusto vangloriava-se de ter criado várias colónias em muitas províncias, boa parte com veteranos militares. Entre elas,
inclui-se Emerita. Para conhecer o contexto e a data de fundação de Mérida temos que recorrer à célebre passagem do livro 53 de Díon Cássio: «Terminada a guerra,
Augusto licenciou os soldados de mais idade e concedeu-lhes a fundação de uma cidade na Lusitânia a que se chamou Augusta Emerita».
Díon Cássio refere-se à guerra contra os cântabros e os ástures e refere-se ao ano de 25 a.C.
Não conhecemos os tempos exatos da contenda, mas, tendo em conta o clima e a orografia do norte peninsular, deve-se pensar que as hostilidades não devem ter
começado antes da primavera ou verão de 26 a. C. (era necessário tempo para trazer as tropas e organizar os quartéis e a estratégia de guerra). O próprio «Princeps»
assumiu in situ o comando das operações; no entanto, ficou doente e retirou-se para Tarraco, deixando no comando Caio Antístio Veto e Públio Carísio, legados da Citerior e
da Ulterior respetivamente. A campanha estendeu-se provavelmente até à segunda metade do ano 25 a. C. (quiçá com uma pausa invernal) e após a tomada de Lancia e
outros lugares dos ástures, Augusto deu por concluída a campanha e ordenou encerrar o templo de Jano em Roma, licenciar parte das tropas que tinham p articipado na
guerra, criar a colónia Augusta Emerita e que se dessem espetáculos para os restantes soldados nos próprios acampamentos»
Texto e fotografia a partir de: Lusitânia, Origem de dois povos , MNA 2016.
Maqueta da cidade de Mérida. Fotografia a partir de: Lusitânia, Origem de dois povos , MNA 2016.
Mas sobre essa temática das cidades da Lusitânia, deixaremos a quem tanto ao tema se tem dedicado …
(1) Este artigo baseia-se parcialmente na introdução da tese de mestrado da signatária, disponível
em:http://independent.academia.edu/FilomenaBarata/Papers/833828/Mirobriga_Arquitectura_e_Urbanismo
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A Estação Arqueológica de Alter do Chão, localizada em Ferragial d’El-Rei é um Imóvel de Interesse Público, classificado pelo Decreto N.º 28/82 de 26 de Fevereiro. Trata-se de um sítio
Descoberta em 1954, durante a realização de trabalhos de construção do Campo de Futebol Municipal, foi objecto de escavação passados dois anos, sob orientação de Bairrão Oleiro,
descobrindo-se, então, toda uma zona de construção correspondente ao primitivo balneário, o sistema de canalizações, pavimentados com opus signinum (argamassa) e mosaicos policromos
Entretanto, as intervenções conduzidas no sítio, em 1979, 1980 e 1982, permitiram identificar um número considerável de estruturas romanas de carácter habitacional, cronologicamente
Em data mais recente, os trabalhos foram continuados, quer de investigação, quer de valorização, sob a coordenação de Jorge António, sendo hoje o Sítio dotado de um Centro Interpretativo
ANTÓNIO, Jorge; REIS, Marta Pinto, Necrópole Tardo-Antiga de Alter do Chão: resultados preliminares
ACADEMIA.EDU
ANTÓNIO, Jorge; REIS, Marta Pinto, Legados da Antiguidade Tardia na Vila de Alter do Chão: abordagem Antropológica (primeiros...
Legados da Antiguidade Tardia na Vila de Alter do Chão: abordagem Antropológica (primeiros Resultados). Hispania Romana - Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular.
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disponível para consulta na Biblioteca Mário Sottomayor Cardia na FCHS e na Biblioteca Nacional de Portugal, sendo que, nesta última está divulgada no Registo de Documento e
parcialmente publicada online (Volume I: Rosto, índice, introdução e bibliografia), acessível em:http://dited.bn.pt/30499/index.html?m
Registo 30499
dited.bn.pt
MANTAS, Vasco Gil, 2010, Ammaia e Civitas Igaeditanorum. Dois espaços forenses lusitanos. Ciudad y Forum en Lusitania Romana, Stvdia Lusitana, 4.
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13498/1/Vasco%20Gil%20Mantas%20-%20Ammaia%20e%20civitas%20Igaeditanorum.pdf
A primeira referência à existência de Aeminium surge no itinerário de Antonino, um itinerário que procurava fixar os pontos de passagem das vias romanas no mapa de Portugal.
Tanto Aeminium como Conímbriga eram atravessadas por uma estrada romana, que ligava Olisipo a Bracara Augusta.
De Aeminium restam poucos vestígios de época romana, sendo criptopórtico, localizado no Museu Machado de Castro, um dos mais importantes.
A cidade vê o seu crescimento aumentar, quando os Suevos saquearam e destruíram Conimbriga, em 465 e 468 d.C., e os seus habitantes tiveram de fugir para Aeminium, aumentando a
Essa plataforma artificial suportava a estrutura o Forum e manteve-se inalterada até aos nossos dias, devendo-se a sua conservação ao facto de durante a Idade Média, ter sido edificado um
palácio de um membro do clero sobre o fórum, edifício que actualmente alberga o Museu Machado de Castro.
Esta complexa estrutura era composta por uma galeria de túneis subterrâneos com vários arcos no topo, tendo sido construído em dois andares. No piso superior, uma galeria em forma de II
envolve outra do mesmo traçado. Em cada braço, três passagens dão acesso de uma a outra galeria, no topo as galerias também comunicam umas com as outras. A construção desta
estructura foi a solução encontrada para ultrapassar o declive natural do terreno, permitindo assim a implantação do Forum da cidade.
Trabalhos realizados em 1930, no paço, convertido em museu desde 1911, chamaram a atenção para essa infra-estrutura romana que posteriormente (1955 a 2004) foi objecto de diversas
Junto ao topo norte do criptopórtico, encontraram-se as fundações da ábside que integrava a basílica de duas naves situada nesse lado do forum .
Por seu lado, adjacente ao criptopórtico, a sul, corre um grande esgoto, provavelmente a cloaca maxima de Aeminium, em direcção ao rio, formando patamares escavados para facilitar o
escoamento e a sua manutenção. Esta infra-estrutura manteve-se em uso até o século XX.
Tratando-se de uma imponente obra de engenharia, a construção do criptopórtico contemplou o escoamento das águas subterrâneas, recorrendo, inclusive, à instalação de um fontenário
público.
Ver:
http://www.museumachadocastro.pt/pt-PT/minisitios/ContentDetail.aspx?id=82
Bibliografia sobre Ammaia:
A Cidade de Ammaia localiza-se no concelho de Marvão, em S. Salvador da Aramenha, em pleno Parque Natural da Serra de Sº Mamede e a sua área central
é constituída pela Quinta do Deão e pela Tapada da Aramenha, numa área aproximada de 25ha.
Classificada como Monumento Nacional em 1949, as suas ruínas estiveram abandonadas até finais de 1994, altura em que foi criada a Fundação Cidade
Ammaia foi elevada a Civitas por volta do ano 44/45 d.C. tendo obtido o estatuto de Municipivm ainda durante o séc. I d.C., no entanto, apenas existem dados
Os trabalhos desenvolvidos na Ammaia mostram hoje o que resta da Porta Sul, das Termas, o Templo localizado no Fórum e sua envolvente, bem como a
AAVV: Ad Aeternitatem, 2015, Os espólios funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia.
CRAVINHO, Graça, Some engraved gems from Ammaia. Universidade Nova de Lisboa
https://www.academia.edu/778…/Some_Engraved_Gems_from_Ammaia
(info: http://128934ed.110mb.com/)
(Info: http://www2.radiopast.eu/?page_id=390)
MANTAS, Vasco Gil, “Ammaia e Civitas Igaeditanorum. Dois espaços forenses lusitanos.”
(info: https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13498/1/Vasco%20Gil%20Mantas%20-%20Ammaia%20e%20civitas%20Igaeditanorum.pdf)
eleftheria121.wordpress.com/.../ammaia-i-a-romano-lusitania
(info: http://cienciasdonossotempo.no.sapo.pt/cidade_de_ammaia.htm )
Pode ainda consultar-se; http://www.ammaia.pt/
Sobre as questões em aberto a propósito da localização e importância de Aritium Vetus, sinalizada neste mapa, leia-se:
Notas de arqueologia,
epigrafia e toponímia – II
JORGE DE ALARCÃO
«Na confluência da ribeira da Lampreia com o rio Tejo, na freguesia de Alvega do concelho de Abrantes, encontrou-se no século XVII uma placa de bronze que tinha gravado um juramento de
fidelidade dos Aritienses ao imperador Calígula, feito em 37 d.C., no oppidum de Aritium Vetus, sendo magistri (ou magistrati) um Vegetus, filho de Talticus e um Vibius, filho de [...]arionus
(CIL II 172; IRCP 467).
Parece não haver dúvidas de que, no aro da actual freguesia de Alvega, havia uma cidade romana, chamada Aritium Vetus. A sua exacta localização levanta problemas.»
Jorge de Alarcão
Notas de arqueologia,
epigrafia e toponímia – II
Revista Portuguesa de Arqueologia. volume 7. número 2. 2004, p. 193-216
http://www.patrimoniocultural.pt/…/revistaportug…/7_2/11.pdf
Ver: Mapa a partir de: Jorge de Alarcão, As Civitates da Lusitania, in Imagens e Mensagens - Escultura Romana do Museu de Évora. 2005.
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«Balsa foi uma importante cidade romana, que existiu na freguesia de Luz (concelho de Tavira, distrito de Faro), nos terrenos litorais hoje designados por Torre d’Aires, Antas e Arroio, tendo
Pedras d’El-Rei, Luz, Rato e Pinheiro como subúrbios.
É citada nas listas de cidades do Império Romano (por Pompónio Mela e Plínio-o-Velho, no séc. I d. C. e por Ptolomeu, no séc. II), posteriormente como etapa de um dos Itinerários de
Antonino (roteiro de estradas e rotas navais do séc. III) e, já após o fim do Império do Ocidente, na Cosmografia do Anónimo de Ravena (séc. VII, mas baseada em documentos muito mais
antigos).
A história urbana de Balsa romana inicia-se no séc. I a. C. e termina no séc. V ou VI da nossa era. Teve o seu apogeu urbanístico no século II, chegando a ocupar uma área de cerca de 45
hectares (ha), excluindo subúrbios e necrópoles.
Era assim uma cidade de considerável dimensão no Império Romano, muito acima da média urbana da província da Lusitânia, a que pertencia.
Destacava-se relativamente a Olisipo (Lisboa), Ossonoba (Faro) e Conimbriga (Condeixa-a-Velha, Coimbra), então respectivamente com 29, 28 e 23 ha, e era oito vezes maior do que os 5.5
ha da zona amuralhada de Tavira medieval!
Cidade portuária litoral, sede de civitas, isto é, de uma autonomia municipal, que abrangia todo o Algarve Oriental entre Bias e o Guadiana, cunhou moeda própria em meados do século I a.
C., no início da ocupação romana efectiva»
Citação a partir de: http://balsa-romana.blogspot.pt/…/01/histria-de-balsa-1.html
«Pensa-se também que o primeiro enclave portuário romano, no sítio da Torre d’Aires, só tenha sido fundado na sequência da "Guerra dos Piratas" de 67 a. C, comandada por Pompeu
Magno.
O seu legado (lugar-tenente) encarregado das operações na área atlântica foi Tibério Nero, pai do imperador Tibério. A parte naval da campanha terá porém estado sob o comando de Lúcio
Manlio Torquato. Este e o seu irmão Tito Manlio Torquato, outro comandante de Pompeu, pertenciam a uma antiga estirpe senatorial romana, célebre desde os tempos semilendários do
ataque gaulês a Roma, em 387 a. C. Era uma família de almirantes que se distinguiu na 2ª Guerra Púnica e já com interesses na Hispania desde então.
Será a partir desta época que os Manlii expandem esses interesses navais e fundiários na área do Golfo de Cádis, cujas ramificações locais encontraremos em Balsa duzentos anos mais
tarde.
Os legados pompeianos terão sido responsáveis, nos anos seguintes, pelas cunhagens de moeda em várias cidades da zona, entre as quais as de Balsa, Ossonoba e Baelo».
http://www.arkeotavira.com/balsa/atlasb/index.html
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Na imagem, Luís Fraga da Silva apresenta-nos a via romana Baesuris-Balsa referindo que «o elemento mais importante e assinalável de Tavira na Época Romana terá sido a via pública que
ligava Baesuris (Castro Marim), na margem do Guadiana, às cidades de Balsa e Ossonoba (Faro). Esta via é identificada em duas fontes documentais: no Itinerário de Antonino[3] e na
A fundação da CIVITAS da Bobadela, no séc. I d.C., remonta ao período ao período de Octávio César Augusto, embora não se conheça o nome latino da cidade.
Na Igreja Matriz da Bobadela, encontra-se uma lápide onde se lê Neptunale, testemunho epigráfico do culto de Neptuno, podendo ter pertencido a um templo dedicado à divindade das fontes
e dos rios.
Os limites da civitas da Bobadela seriam, a este, a serra da Estrela, a sudeste a serra do Açor e a serra da Lousã; a ocidente as serras do caramulo e Buçaco. A norte confrontaria com a
civitas de Viseu.
O fórum da Bobadela, sendo um fórum do período Imperial, é todo um grande complexo edificado, isolado por um muro do resto da cidade, virado para dentro é um "fórum-bloco". O Arco
Em 1884 foi descoberta uma cabeça monumental, em mármore branco, do Imperador Flávio Domiciano. Destaca-se também a descoberta de um espólio romano variado, como bases de
O Anfiteatro de Bobadela tem a arena elíptica de 40X50m., delimitada por um muro de três metros de altura. As bancadas deveriam ser de madeira, tendo sido, ao que parece, edificado no
Ao contrário do que se possa pensar, as características singelas do edifício conferem-lhe um interesse particular, por não se conhecerem muitas estruturas análogas no mundo romano. O
Anfiteatro da Bobadela não foi palco de lutas com feras, porque não dispunha de galerias subterrâneas para o alojamento dos animais; e também é duvidoso que nele se realizassem lutas de
gladiadores. Deveria sido utilizado para divertimentos do agrado popular, como:jogos diversos, canto, dança, recitais, espectáculos equestres, concertos de flauta, lira e cítara e cerimónias
religiosas.
(texto adaptado do panfleto informativo do município de Oliveira do Hospital e fotografias anterior e seguinte a partir de: Civitas Splendidissima (Bobadela)
http://www.geocaching.com/geocache/GC1XJ15_civitas-splendidissima-
bobadela-oliv-hospital
Anfiteatro de Bobadela.
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As origens de Setúbal remontam, segundo os investigadores ao ao início da Idade do Ferro, possivelmente já relacionadas com a exploração de sal e comércio marítimo. Na Época Romana
assiste-se ao crescimento do povoado inicial e das actividades comerciais e portuárias aliadas ao incremento das unidades de transformação do pescado.
Caetobriga é, portanto, essa cidade referida por Ptolomeu e que o Itinerário de Antonino localizava numa das vias que ligava Olisipo (Lisboa) a Emerita (Mérida), a 24 milhas de Olisipo (de
Olisipo a Aquabona 12 milhas; de Aquabona a Cetóbriga, 12 milhas), foi durante muito tempo identificada com as da cidade fronteira de Tróia.
Actualmente a via romana é conhecida por Estrada do Viso, de que se conhece um troço de 300m, localizado nos arredores de Setúbal, na localidade do Grelhal. Este troço de estrada
romana fazia parte da rede viária da Lusitânia, com várias ligações para Sul, a exemplo de Salacia (Alcácer do Sal) e Ebora (Évora), até Emerita Augusta (Mérida, Espanha), a capital da
Lusitània. Para Norte, a estrada ligaria a Equabona (Coina), de onde, por via fluvial, se atravessaria até Olisipo (Lisboa).
As investigações arqueológicas mais recentes revelaram vários vestígios no Centro Histórico de Setúbal, destacando-se o conjunto de cetárias na Travessa Frei Gaspar por ser visitável.
Alguma bibliografia sobre Caetobriga:
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Museu de Arqueologia e Etnografa do Distrito de Setúbal / /Assembleia Distrital de Setúbal
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Património Arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma carta arqueológica (1993)
Núcleo urbano da cidade de Setúbal / Núcleo intramuros de Setúbal
IPA.00012826
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx…
http://www.geocaching.com/…/GC3KX35_setubal-romano-via-roma
http://maeds.amrs.pt/…/PUBL…/2010/mosaicos%20_caetobriga.p
Ver ainda:
Por Idanha-a-Velha (a antiga Egitânia romana) passaram vários povos ao longo do tempo, alguns dos quais deixaram vestígios monumentais.
Idanha-a-Velha foi a capital da «Civitas Igaeditanorum», que parece ter sido fundada por Augusto, não se conhecendo vestígios de ocupação anterior do local.
Embora não sejam ainda conhecidos todos os restos que poderiam fazer parte do centro político, administrativo e religioso - o Fórum - os vestígios arqueológicos de Idanha-a-Velha
possibilitam, contudo, localizá-lo. É o caso do «podium» do templo romano que lhe pertenceria, sobre o qual, em época posterior, foi edificada uma torre de menagem pelos templários.
A sul da zona onde o Fórum se deveria implantar, foram reconhecidos vestígios de uma construção romana, provavelmente pertencendo às termas da cidade do século III d.C.
A muralha, que sucessivas interpretações cronológicas têm feito vacilar entre uma origem baixoimperial, com uma remodelação parcial em época visigótica, que a tradição atribui a Ervígio,
porque mandou circundar a cidade
com o seu castelo (DE MANN, p: 248) passando por reconstruções islâmicas a uma construção plenamente medieval, continuará a estruturar o desenvolvimento urbano medieval.
Em Idanha podemos ainda destacar a existência da monumental basílica paleocristã, de três naves (convertida mais tarde em basílica visigótica), «provavelmente fundada no século IV,
quando Idanha-a-Velha foi sede de bispado e, por conseguinte, uma das povoações mais importantes de toda a região da Beira interior.
Esta "basílica" foi sujeita a uma campanha de remodelação durante o século IX, sendo posteriormente adaptada a outros estilos entre os séculos XIV e XVI. No entretanto, era erguida a
"Torre dos Templários" precisamente sobre o embasamento de um templo romano, na antiga zona do forum, sobre a qual seria construído um templo medieval. Para além destes edifícios,
existia um vasto circuito de muralhas eventualmente subsidiário de uma primeira fortificação datada do século II, e que foi sujeito a remodelações ao longo do século IX, e a reforços durante o
período dionísio.
Desde alguns anos a esta parte que decorre um projecto integrado de conservação e valorização dos diversos edifícios históricos constitutivos do conjunto monumental de Idanha-a-Velha,
promovido pelo IPPAR, baseado na estratégia de valorização de toda a povoação. Assim, entre outras intervenções, criou-se um passadiço de visita no coroamento da muralha na zona da
"Porta Norte", reconstruindo-se os torreões aí existentes e projectando a reconstrução de uma antiga casa de fundação manuelina para instalação do posto de turismo de Idanha-a-Velha,
realizado no âmbito da filosofia de intervenção nos monumentos arqueológicos visitáveis, tendente a criar infra-estruturas imprescindíveis ao melhoramento da interpretação dos sítios
visitados, ao mesmo tempo que a regular e disciplinar os fluxos de visita.
[AMartins]
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70554/
Na imagem: Vista geral das estruturas escavadas por F. de Almeida atualmente visíveis no conjunto arqueológico de Idanha-a-Velha. Imagem obtida com um laser digital.
Fotografia a partir do artigo mencionado.
Bibliografia sumária sobre CIlpes
A cidade romana de Collippo situava-se numa colina entre os actuais concelhos de Leiria e Batalha, no sítio de S. Sebastião do Freixo. No século XIX ainda eram visíveis ruínas. Muitas das
pedras usadas para a sua construção foram reaproveitadas e são identificadas em S. Sebastião do Freixo ou no Castelo de Leiria, onde se encontraram várias lápides funerárias romanas e
A Civitas de Collippo (1996) A paisagem rural romana e alto-medieval em Portugal/Conimbriga (1998) Batalha-Casal de S. Sebastião, Palheirinhos/Informação Arqueológica 9 (1994) Civitas
Colliponensis (2002) Collippo: Uma cidade Pedida no Tempo/O Século Ilustrado nº 2028 (1977) Collippo: Uma cidade Romana do Concelho da Batalha ,/Tempos e História (2000)
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y 15 de Diciembre de 2007), Studia Lusitana, 4, Mérida: Museo Nacional de Arte Romano, p. 107-119.
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testemunhos que Roma absorveu.Cidade romana de origem indígena cuja ocupação remonta, pelo menos, ao Bronze Final.
Assim, naquele local, concentra-se a História de milénios, entre finais do 2º milénio antes de Cristo e o século IV da Era Cristã.
Este povoado foi lugar central na área do Baixo Mondego no período orientalizante, mantendo-se ao longo de toda a Idade do Ferro como um dos maiores oppida do centro do país.
Conquistada provavelmente em 136 a.C., durante as campanhas de Décimo Júnio Bruto, a cidade teve uma importante renovação urbanística ao tempo de Augusto, que se vai continuar
até finais do século I: o fórum, primeiras termas públicas (cerca de 12 a.C.), muralha, anfiteatro.
Amuralhada assim se viu a urbs desde o século I, se bem que a decadência do Império, a partir do século III, tenha visto o perímetro da cidade decrescer, dando lugar a uma imponente
Segundo Adriaan Man, neste mesmo site, o fenómeno de amuralhamento deve-se também a «uma certa dimensão competitiva entre centros ainda tecnicamente equivalentes. Uma cidade
capaz de erigir uma muralha passava a deter um novo estatuto, em particular perante os seus vizinhos imediatos. Um exemplo gráfico seria o contraste entre Conimbriga e Collipo, sítios que
nos princípios do Alto Império não difeririam muito em termos de localização geográfica e exposição aos circuitos comerciais, mas cujo destino último não poderia ter sido mais desigual.
Pondo a questão em termos algo simplistas, os núcleos urbanos que não quiseram, ou não conseguiram, investir em muralhas durante a tetrarquia acabaram por perder, com notável rapidez,
toda a relevância administrativa num mundo pós-romano, com apenas algumas excepções à regra.
Na Lusitânia, tal como noutros lados, as defesas urbanas tardias só podem ser olhadas numa relação com novas realidade fiscais, em particular a recolha anonária cada vez mais obsessiva,
e com novos paradigmas securitários de pequena amplitude. Há, de novo, vários elementos legais que enquadram neste cenário. Em suma, a pequena cidade amuralhada servia propósitos
fiscais, logísticos e de policiamento, numa dimensão regional. É de descartar o seu desígnio militar, contrastando neste aspecto com outras regiões, onde funcionaram guarnições
No século V, ao que se sabe, a cidade entra em decadência após várias incursões Suévicas, situando-se o seu abandono por volta do século IX.
Conímbriga tem pois tudo o que as cidades de Roma costumam ter: casas pobres e ricas, apartamentos, vias, termas, lugares de espectáculo, como o anfiteatro, e o seu centro cívico.
O Forum, que alguns quiseram melhor interpretar e parcialmente reconstruir, refazendo ambientes e espacialidades, tinha, sob a mira do olhar que o poder centralizado da Roma imperial
impunha, um templo, esse lugar axial. Tanto poder naquele mesmo local, esse Forum do dever e do prazer; do profano e do sagrado com o seu santuário dedicado ao culto imperial…
Diz-nos Virgílio Correia «O fórum da cidade romana de Conimbriga foi localizado durante as escavações arqueológicas que decorreram entre 1964 e 1971, que identificaram as estruturas de
um grande monumento de época flaviana e, sob estas, os restos de construções pertencentes a uma fase anterior.
A localização do fórum flaviano foi condicionada pela pré-existência do fórum construído ao longo da primeira metade do século I, que ocupou uma zona central também do ponto de vista dos
O templo é, infelizmente, um dos elementos pior conhecidos do fórum, isto acontece porque, sendo aquele que se situava a uma cota mais elevada, foi aquele que mais sofreu com a
O templo era pseudo-períptero, com as paredes da cela decoradas por meias colunas adossadas, tendo tido provavelmente quatro colunas na fachada.
Acedia-se a esta fachada por uma escada ladeada por dois grandes blocos de construção, de planta quadrangular, que substituíram as usuais antas. Estes maciços suportaram talvez
esculturas.
Nada sabemos do seu interior, ainda que seja hipótese admissível que aí estiveram as mais importantes peças de escultura imperial conhecidas na cidade, que para aí teriam sido
O templo era precedido de uma esplanada, rodeado por um largo espaço aberto e enquadrado por um porticus duplex elevado»
Mas Conimbriga teria a sua zona comercial, as suas áreas habitacionais, algumas com características mesmo sumptuosas, o seu anfiteatro e aqueduto.
Conimbriga tem um Museu que tutela as ruínas; uma réplica de um atrium com laranjas e ervas de cheiro; tem uma “Casa dos Repuxos” como poucas há igual e tem ainda, decorando as
salas e compartimentos das suas habitações, fragmentos pequeninos de pedras de cor que constituem mosaicos: histórias e histórias que os seus desenhos figurativos ou geométricos
Elemento decorativo (em estuque) com friso com óvulos. Museu Monográfico de Conimbriga.
Mas também o foi o de Teseu e do Minotauro assustador que um musaísta tão bem teceu com tesselas miúdas e belas.
Mas tem ainda as marcas que o Homem deixou nos objectos que construiu, úteis e tão belos alguns.
Depositados em vários museus estão muitos desses objectos: no Museu Monográfico de Conímbriga , no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz e no Museu Nacional de
***
séc. I a.C., Conimbriga era um povoado florescente. Graças à paz estabelecida na Lusitania operou-se uma rápida romanização da população indígena e Conimbriga tornou--se uma
próspera cidade.
Seguindo a profunda crise poíítica e administrativa do Império, Conimbriga sofreu as consequências das invasões bárbaras.
Em 465 e em 468 os Suevos capturaram e saquearam parcialmente a cidade, levando a que, paulatinamente, esta fosse abandonada.
Conimbriga corresponde actualmente a uma área consagrada como Monumento Nacional, definida por decreto em 1910».
http://www.conimbriga.pt/portugues/ruinas.html
Anel com nicolo engastado, com representação de papagaio e ramos. Casa de Cantaber, Conimbriga.
ALARCÃO, Pedro. 2009, Construir na ruína. A propósito da cidade romanizada de Conimbriga. Dissertação de Doutoramento em Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura da
ALARCÃO, Jorge de, ETIENNE; R; (Direcção) 1977, Fouiles de Conimbriga, Paris, Difusão E. de Boccard.
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CRAVINHO, Graça, G. Cravinho (2001), “Peças Glípticas de Conimbriga”. Conimbriga, XL. Coimbra. pp. 141-198.
FABIÃO, Carlos, 1997, Percursos da Arqueologia Clássica em Portugal: da Sociedade Archeologica Lusitana (1849-1857) ao Moderno projecto de Conimbriga (1962-1979).
Málaga. https://www.academia.edu/5678132/Fabiao_C._-_Percursos_da_Arqueologia_Classica_em_Portugal_da_Sociedade_Archeologica_Lusitana_1849-
1857_ao_Moderno_Projecto_de_Conimbriga_1962-1979_
Sobre os mosaicos de Conímbriga e seu território recomendamos a leitura das seguintes obras:
OLEIRO, J. M. B. (1964) - Ruínas de Conímbriga. Consolidação de mosaicos. Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Porto. 116.
OLEIRO, J. M. B. (1965) - Mosaïques romaines du Portugal. In La mosaïque gréco-romaine (Paris, 1963). Paris: CNRS, p. 257-265.
OLEIRO, J. M. B. (1971) - Conímbriga. In SERRÃO, J., ed. - Dicionário de História de Portugal, I. Lisboa: Iniciativas Editoriais, p. 670-671.
OLEIRO, J. M. B. (1973) - Mosaicos de Conímbriga encontrados durante as sondagens de 1899. Conimbriga.Coimbra. 12, p. 67-158.
PESSOA, Miguel, Contributo para o estudo dos mosaicos romanos no território das civitates de Aeminium e de Conimbriga, Portugal
É Plínio o Velho que refere a existência, na Lusitânia, de uma cidade denominada por Eburobrittium, entre Collipo (perto de Leiria) e Olissipo (Lisboa), sem que se refira à sua localização
exacta.
O Cisterciente Bernardo de Brito, autor da Monarquia Lusitana, situou a antiga cidade romana em Alfeizerão; o arqueólogo Eduíno Borges de Garcia situou-a em Amoreira de Óbidos, mas são
múltiplas as localizações indicadas, ao longo dos tempos, pelos estudiosos, a exemplo dos mais recentes de Pedro Barbosa que apontavam para Perreitas enquanto Jorge Alarcão e Vasco
Em 1994, durante os trabalhos de construção da autoestrada designada por A8, foram postos a descoberto vestígios arqueológicos que conduziram à realização de trabalhos de escavação
local.
Foi assim, por acaso, que se descobriu uma cidade romana que alguns autores reconheceram ser a velha cidade de Eburobrittium e que se terá desenvolvido entre o final do século I a.C. e a
Contudo os elementos até agora encontrados no local não permitem comprovar que, efectivamente, aquelas ruínas sejam as da cidade mencionada por Plínio.
Os trabalhos de escavação tiveram a coordenação do arqueólogo José Beleza Moreira.e foram financiadas, nas duas primeiras campanhas, através do extinto IPPAR e posteiormente pela
Câmara de Óbidos e pela Associação Nacional de Farmácias, que entretanto se tornou proprietária da quinta onde se encontra a estação arqueológica.
Foram, assim, identificados o Fórum, as Termas entre outras estruturas romanas e medievais.
Admite-se hoje que Eburobrittium foi sede de civitas, um território que se estendia por uma área que confinava com as civitas de Collipo (Leiria), Scallabis (Santarém) e Olisipo (Lisboa).
«Embora fazendo “fronteira”, a norte — que não se sabe se seria natural [talvez o Rio Alcabrichel (Alarcão, 1990, p. 381) ou a Serra de Montejunto], ou, então, artificial (mais provável) —, com
o Municipium de Eburobrittium3, todo o território do actual concelho de Torres Vedras encontra-se inserto no Municipium Olisiponense — “As estações arqueológicas são numerosas na área
de Torres Vedras, onde algumas inscrições funerárias mencionam cidadãos inscritos na tribo Galéria. É forçoso, por isso, incluir a área no Municipium de Olisipo. A Galéria era a tribo de
Olisipo, enquanto a de Eburobrittium deveria ser a Quirina.” (Alarcão, 1988, p. 47). Em obra de 1990, Jorge de Alarcão (p. 366) refere-se, novamente, a essa “fronteira”: “Do outro lado da
serra de Montejunto, situava-se Eburobrittium, civitas cuja fronteira vinha entestar com a de Olisipo por alturas de Torres Vedras.” Também Vasco Mantas, seis anos mais tarde, se lhe refere
nesse sentido (Mantas, 1996, p. 853-886). A capital do território de Eburobrittium (municipium, a partir dos finais do século I d. C.), situava-se nos arredores de Óbidos (Mantas, 1996, p. 858,
859 e 863), mais precisamente, a cerca de 1200 metros para nordeste daquela Vila (freguesia de Gaeiras, e sob o IP6), embora tivesse já sido aventada a hipótese — hoje, de todo, posta de
parte — de aquela cidade romana poder ter correspondido às actuais povoações da Amoreira de Óbidos (Garcia, 1971; Alarcão, 1988, p. 47; Mantas, 1996, p. 856), de São Mamede (Mantas,
EURICO DE SEPÚLVEDA
Consultável em:
http://www.patrimoniocultural.pt/…/revistaportug…/6_1/15.pdf
Do que se conhece, «parece ter sido uma cidade aberta, sem capacidade de defesa, aspecto que terá levado ao seu abandono no âmbito dos conturbados tempos que marcaram o declínio
do Império Romano. Terão sido por certo as preocupações de ordem defensiva, aliadas a eventuais alterações da geografia local (com o recuo das águas da Lagoa) que terão motivado a
"reinstalação" do burgo no local onde hoje se encontra a vila de Óbidos. Se assim for e tendo em conta o elevado grau de destruição dos edifícios, em altura, é de admitir que alguns dos
edifícios da actual vila, possam integrar materiais originais da antiga cidade romana».
http://historiaaberta.com.sapo.pt/lib/loc006.htm
Do seu espólio podemos destacar peças de cerâmica, nomeadamente, fragmentos de loiças finas itálicas e hispânicas e cerâmicas comuns, tendo sido as primeiras objecto de estudo por
Rodrigo Banha da Silva em «As marcas de oleiro na terra sigillata e a circulação dos vasos na Península de Lisboa». As terra sigillata são grande requinte na ornamentação, algumas das
quais com decorações onde são visíveis figuras humanas, tal como de bigas e de quadrigas.
Também significativas são as peças de vidro e de metal, destacando-se entre estas últimas pregos, fíbulas e elementos de adorno.
Os materiais cerâmicos e metálicos permitem avançar com a datação entre finais do século I a.C. até ao V d.C., estando o vidro presente a partir do século I d.C.
Alguma Bibliografia:
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Nas cidades da Lusitânia e, particularmente, aquelas que passaram a ter o estatuto jurídico-político de «municipium», foi notório o grande desenvolvimento através da edificação de obras
públicas, que de índole religiosa, administrativa, comercial, habitacional, bem como de todas as infraestruturas necessárias para o seu funcionamento.
Alguns investigadores defendem que terá sido numa data anterior ao ano 27 a.C., durante a estadia de Augusto na Península Ibérica.
Évora foi dotada de um grande Forum com o seu templo centralizado; instalações termais; arruamentos
O seu templo centralizado de planta rectangular (25 x 5m) do tipo hexástilo - períptero é assente num podium que tem quatro metros de altura, sendo o seu perímetro formado por silhares nos
cantos.
O restante é construído em opus caementicium. A colunata é encimada por capitéis de estilo coríntio, sobre os quais ainda se conserva parte da arquitrave e do friso.
O material utilizado é o granito local, à excepção dos capitéis e bases das colunas, onde foi usado mármore de Estremoz.
A sua construção situa-se na primeira metade do século I d.C. , sendo dedicado ao culto do imperador e o podium era envolvido por um espelho de água.
O templo apresenta um bom estado de conservação porque foi reutilizado ao longo dos séculos, quer como torre militar, quer como açougue municipal.
A libertação das edificações que lhe foram apostas deve-se ao cenógrafo Cinatti, tendo o asecto que apresenta actualmente há quase século e meio.
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« Parece não haver dúvidas de que, no aro da actual freguesia de Alvega, havia uma cidade romana, chamada Aritium Vetus».
http://www.igespar.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/7_2/11.pdf
http://www.portugalromano.com/2011/11/aritium-vetus-alvega-abrantes/
O território hoje designado por Algarve entrou na esfera de influência romana nos finais do século III ou inícios do século II a.C., quando Gadir (Cádis) reconheceu a supremacia latina.
As fontes clássicas referem que foi ocupado, antes da chegada de Túrdulos e Celtas, na segunda metade do I milénio a. C., pelos Cónios, um povo de origem não Indo-Europeu.
Na costa algarvia quer Plínio, quer Pompónio Mela e Ptolomeu nomeiam a existência de uma importante localidade designada Lacobriga, entre as outras que também foram referenciadas
como tal no período compreeendido, entre os dois primeiros séculos de dominação romana.
Plínio situa-a entre as populações célticas e Mela refere-se-lhe junto ao Promontório Sacro …
Muitos arqueólogos defenderam que a povoação Lacobriga referida pelos autores latinos se deveria situar junto de Monte Molião, onde se encontraram importantes vestígios arqueológicos,
se bem que sejam também conhecidos achados de origem romana em Lagos, muito possivelmente devido ao desenvolvimento de um núcleo portuário.
Efectivamente a zona de Monte Molião deve ter devido a sua importância à produção de preparados de origem piscícola, como o denuncia a existência de conjuntos de cetárias.
Mas também alguns outros autores defenderam poder-se situar em locais como a Fonte Coberta, Serro da Amendoeira, Figueira da Misericórdia, Figueiral, e o Paúl.
Mas actualmente sabe-se que a «área da baía de Lagos foi intensamente ocupada durante a época romana. Se o início dessa ocupação está aparentemente relacionada com episódios
militares decorrentes da conquista romana do extremo Ocidente peninsular, não parecem restar hoje dúvidas que, entre o século I a.C. e os finais do VI da nossa Era, cidadãos romanos
estavam instalados na região.
De ambas as situações restam vestígios abundantes na área da baía, evidenciando alterações e rupturas em relação à abordagem do espaço em épocas anteriores. Por outro lado, o novo
modelo de instalação, bem como as novas estruturas sociais e políticas que, de alguma forma o motivaram, também provocou modificações significativas em termos da exploração dos
recursos».
in:
http://vimeo.com/29196559
As escavações efectuadas no Centro Histórico de Lagos atestam a existência de uma importante ocupação de carácter industrial de época romana, para produção e envasamento de
preparados piscícolas.
ARRUDA, Ana Margarida. Laccobriga: A Ocupação Romana na Baía de Lagos. Lagos: Câmara Municipal de Lagos, 2007. 80 p.
SILVA, Luís Fraga da, LACOBRIGA,http://imprompto.blogspot.pt/2005/10/lacobriga.html
Relativamente a Monte Molião, foi identificado, durante muito tempo, com a Lacobriga referida pelos escritores da Antiguidade e Monte Molião, até que as escavações efectuadas em Lagos
vieram trazer alguma luz sobre a localização da cidade romana.
Também vários foram os arqueólogos que trabalharam em Monte Molião, motivo pelo que o seu espólio se encontra espalhado por diferentes museus.
O trabalho que apresentamos dá conta dessa história da arqueologia desse Sítio
«Nos finais do século XIX e inícios do XX, Estácio da Veiga e Santos Rocha, respectivamente, efectuaram «explorações» arqueológicas no Concelho de Lagos, tendo então entrado em
contacto com os proprietários da Quinta do Molião. Esses contactos resultaram na entregua de espólios arqueológicos àqueles pioneiros, espólios que seriam provenientes de contextos
habitacionais (os da Horta do Pimenta, no Monte Molião, propriamente dito) e funerários (os da propriedade do Sr. César Landeiro), e que se encontram depositados no Museu Nacional de
Arqueologia (MNA) e no Museu Municipal da Figueira da Foz. Registe-se ainda que Santos Rocha pode também escavar, ele próprio, duas sepulturas. Os trabalhos agrícolas na área do
Molião prolongaram-se durante boa parte da primeira metade do século XX, tendo alguns materiais recolhidos no sítio nas décadas de 30 e 40 entrado nas reservas do Museu de Lagos,
através do Dr. José Formosinho».
in: A necrópole romana de Monte Molião (Lagos)
Ana Margarida Arruda *Elisa de Sousa *Pedro Lourenço
https://www.academia.edu/1913050/A_necrópole_romana_de_Monte_Molião_Lagos_
https://www.academia.edu/299454/A_necrópole_romana_de_Monte_Molião_Lagos
O sítio arqueológico do Monte Molião situa-se no barlavento algarvio, na chamada baía de Lagos e pertence administrativamente ao distrito de Faro, concelho de Lagos.
Já conhecido do mundo científico no século XIX, foi apresentado por Santos Rocha (1895) e pelo reverendo José Joaquim Nunes, na revista Portugália (1899).
Estácio da Veiga em visita o local identificou uma cisterna de forma elíptica e reconhece sepulturas e materiais arqueológicos provenientes de uma necrópole.
Fundado na segunda metade do século IV a.C, Monte Molião evidencia uma forte ligação com a área de Cádis.
O período romano republicano está também bem documentado no local, quer em estruturas habitacionais, quer no que se refere aos seus materiais arqueológicos.
Da época imperial, destaca-se o período Flaviano, «com áreas habitacionais e industriais, as últimas destinadas à produção de vasos de cerâmica comum e de preparados de peixe. Sobre as
estruturas desta época, novas são erguidas em finais do século I/inícios do II, tendo sido abandonadas em torno a 150».
http://www.uniarq.net/projecto-moliatildeo-na-antiguidade.html
Estatueta de Mercúrio em bronze, proveniente de Monte Molião.
«Mercúrio surge representado de pé, na figura de um jovem efebo desnudo, segurando com a mão esquerda o emblemático
caduceu e apresentando, sobre a cabeça, o não menos emblemático chapéu alado - o petasus, de abas largas, característico
dos viajantes. Na mão direita, semifechada, podemos ainda ver agarrada a parte superior da bolsa, também vulgar atributo do
deus»
No âmbito de um projecto de investigação em parceria entre a Câmara Municipal de Lagos, a Faculdade de Letras de Lisboa e a UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa,
e durante a 2ª campanha de escavações em Monte Molião, em 2007, «foi identificado (...) um conjunto de quatro fornos de cronologia alto imperial que se integrava uma área de produção
cerâmica. As características construtivas destas estruturas de combustão, bem como os tipos de vasos que nelas foram cozidos, indiciam uma certa especialização da cerâmica de uso
doméstico produzida localmente. A cerâmica comum local de Monte Molião
distribui-se por formas abertas e fechadas, englobando as primeiras pratos, tigelas, caçoilas, alguidares, almofarizes e
tampas, e nas segundas, potes, panelas, tachos, púcaros, potinho, e jarros.
A produção cerâmica em Monte Molião terá ocorrido em pequena escala, num curto espaço de tempo, e destinava-se a fazer face às necessidades básicas da população que habitava sobre
o sítio, tendo, muito provavelmente, servido apenas para abastecer a comunidade localidentificou-se um conjunto de quatro fornos de cronologia alto imperial que se integrava uma área de
produção cerâmica».
Alarcão, J. e Alarcão, A. (1964) – Vidros Romanos no Museu da Figueira da Foz. Revista de Guimarães.Guimarães, 74: 1-2, pp. 80-120.
http://www.camertola.pt/biblioteca/bibliografia-sobre-m%C3%A9rtola
Sob o domínio romano na Lusitânia, a povoação que já tinha ocupação anterior foi denominada de Myrtilis.
Trata-se uma cidade de importância fundamental, pois a sua relação estreita com o rio viabilizava também um contacto fácil com o mar, escoando produtos agrícolas e minérios,
designadamente os da zona de S. Domingos, a partir do Pomorão, e controlava um vasto território.
Essa boa acessibilidade terá facilitado um contacto intenso com o Mediterrâneo e com o Mundo Romano, que se comprova existir desde os inícios do século II a.C.
Plínio, na sua História Natural, refere Myrtilis entre os «oppida veteris Latii» (H. N., 4, 117). Mas também Ptolomeu (2, 5, 5) a nomeia.
O ius Latii terá sido outorgado a Murtilis por Octaviano/Augusto, sendo «bem provável que o estatuto municipal tenha sido concedido a Murtilis entre 12 a.C. e 37 d.C.» segundo defende
António Faria no texto que abaixo partilhamos:
“OPPIDA VETERIS LATII EBORA, QVOD ITEM LIBERALITAS IVLIA,ET MYRTILIS AC SALACIA” (PLIN.NAT . 4.117)
António Marques de Faria
https://www.academia.edu/…/_Oppida_ueteris_latii_quod_item_…
Relembramos a impotância mineira da região, sabendo-se que entre o século I e IV d.C. os romanos exploraram o filão existente na Serra de S. Domingos.
Foram encontrados vestígios arqueológicos (artefactos de cerâmica comum e muitas moedas hispânicas de Emerita, Gades, Segobriga, Cesaraugusta, assim como um áureo de Nero onde
se lê: CONCORDIA AUGUSTA.), que comprovam os mais de três séculos de exploração, tendo sido extraídos cobre, prata e provavelmente ouro.
A intensidade de exploração mineira neste local é atestada pela existência de uma roda de madeira para elevação de água, que se encontra conservada no Museu Nacional das Técnicas de
Paris.
Mas a exploração mineira já era conhecida em época anterior, e são vários os vestígios da Idade do Ferro nas imediações da Mina de S. Domingos, designadamente o povoado fortificado do
“Castelo do Pomarão” e os povoados do Cerro da Texugueira e Pouso das Mós, ambos localizados na Freguesia de Santana de Cambas.
A história da mina de São Domingos é, portanto, muito anterior à Época Romana, altura em que os trabalhos se intensificaram com a exploração do chapéu de ferro que cobria a massa
piritosa.
No século XIX, em 1858, inicia-se a exploração recente da mina pela companhia Mason and Barry, tendo sido explorada por mais de um século, até 1965, ano do seu encerramento.
A Mina de S. Domingos localizada no Distrito de Beja, mais especificamente a 17 km do concelho em que pertence, Mértola, tinha ligação ao porto fluvio-marítimo do Pomarão, no rio
Guadiana, por meio de um caminho-de-ferro mineiro com cerca de 15 km de extensão que hoje se encontra desactivada.
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BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA DE MIRÓBRIGA OU QUE LHE FAÇA REFERÊNCIA DIRECTA:
Quadro geográfico: Miróbriga fica situada no limite de uma faixa acidentada que se desenvolve a Este, constituída pelos contrafortes da Serra de Grândola e do Cercal, de que a colina onde
se situa o oppidum se pode considerar a retaguarda. A Oeste, distando aproximadamente 15 Km em linha recta, o Oceano Atlântico.
Antecedentes/ocupação anterior: Oppidum da Idade do Ferro. Alguns investigadores (Carlos Tavares da Silva) fazem-na recuar até à Idade do Bronze.
Esquema da malha urbana: A área nuclear do aglomerado urbano ocupa aproximadamente 3 ha. Aparecem vestígios dispersos numa área com cerca de 8-9 ha. A sua malha urbana adapta-
Arquitectura doméstica: Várias insulae que atestam uma ocupação entre o século I d.C. e o século IV d. C. e três domus (?).
Obras Públicas
Forum: Orientado Noroeste/Sudeste. Praça praticamente quadrangular e templo in antis centralizado com podium. Estruturas que devem corresponder a uma Basílica e a uma Cúria.
Arquitectura religiosa: Dois templos um dedicado ao culto imperial e outro a Vénus (?).
Termas: Balnea com dois edifícios adossados e articulados entre si, provavelmente para uso descriminado dos dois sexos. Datáveis da segunda metade do século I-século II d. C.
Estruturas hidráulicas: São conhecidos inúmeros esgotos e canalizações ao longo do aglomerado. Não se conhecem fontes ou poços no interior do núcleo urbano actualmente conhecido,
onde apenas se identificaram reservatórios e um poço de decantação junto às termas. Nos terrenos adjacentes foram, contudo, localizados dois putei.
Locais de espectáculo: Um hipódromo ou circo, distando do centro do aglomerado aproximadamente 1 Km. Não se conhecem vestígios das suas bancadas. A sua construção deve datar do
século II d. C. e o auge da sua utilização deve ter correspondido ao século III d. C., seguida do seu declínio a partir de finais dessa centúria.
Rede viária: Os troços conhecidos de calçadas são construídos com grandes lajes assentes directamente no afloramento xistoso ou sobre o solo. Carecem de qualquer tratamento para a sua
colocação, ou seja statumen e rudus. Medem, em média, aproximadamente 10-11 pés de largura.
tardo-romano.
Estado de conservação: Razoável. Foi objecto de várias acções de manutenção, conservação e restauro, fundamentalmente nos Balnea.
https://www.academia.edu/…/Mir%C3%B3briga_Arquitectura_e_Ur…
O Sítio Arqueológico de Miróbriga, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1940, é afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico.
Miróbriga fica situada no Baixo Alentejo Litoral, no distrito de Setúbal, nas proximidades da cidade de Santiago do Cacém, sede do concelho com o mesmo nome. O acesso a Miróbriga faz-se
pela Estrada Nacional 120 que, de Santiago do Cacém, sai em direcção a Grândola/Lisboa. A cerca de 500 m de Santiago, existe um ramal que se encontra sinalizado, de onde parte para a
esquerda um segundo, igualmente sinalizado, no fim do qual se depara com a actual entrada do Sítio Arqueológico .
Quem, a partir daí, deseje dirigir-se ao hipódromo, deverá virar à esquerda até atingir, a cerca de 300m, a Estrada Nacional 261, que liga Santiago do Cacém a S. Domingos. Voltando
novamente à esquerda, e percorrendo cerca de 200 m, encontrá-lo-á do lado esquerdo da estrada.
As ruínas de Miróbriga possuem guardaria e recepção e encontram-se abertas todos os dias à excepção de segundas-feiras e feriados principais.
Alguns dos materiais arqueológicos provenientes de várias escavações efectuadas neste Sítio encontram-se expostos no Museu Municipal de Santiago do Cacém e no Centro Interpretativo
de Miróbriga.
À entrada do Sítio Arqueológico pode ver-se a capela de S. Brás, pequeno templo seiscentista, que foi edificado sobre ruínas da antiga cidade de Miróbriga.
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«Nas margens do rio fortificou Olisipo para ter mais livre o curso da navegação e o transporte dos víveres (...) O rio é muito rico em peixe e abundante de ostras» (Estrabão, Livro 30, I Parte),
diz-nos Estrabão, no século I a.C. referindo-se a um dos momentos da conquista da Lusitânia por Décimo Júnio Bruto, em finais do século II a.C., quando encontra junto ao estuário do Tagus
a antiga povoação de Olisipo, provável entreposto de Fenícios e Gregos.
Por sua vez, Plínio, no século I d.C, diz-nos «O Tejo dista do Douro duzentas milhas, ficando entre eles o Munda. O Tejo é famoso pelas suas areias auríferas. Distando dele cento e sessenta
milhas, ergue-se o promontório Sacro, aproximadamente a meio da parte frontal da Hispânia». (Plínio H.N. 4, 115).
Refere ainda Varrão que (...) entre o Anas e o promontório Sacro habitam os Lusitanos. Para lá do Tejo, as mais notáveis cidades da costa são Olisipo, célebre pelas éguas que concebem do
favónio, Salácia, cognominada urbs Imperatoria, Meróbriga e, entre os promontórios Sacro e Cúneo, os ópidos se Ossónoba, Balsa e Mírtilis», (Plínio H.N. 4, 116.).
«Uma embaixada de olisiponenses, para esse efeito enviada, anunciou ao imperador Tibério que tinha sido visto e ouvido, numa gruta, tocando búzio, um Tritão cuja forma é bem conhecida.
Também não é falsa a ideia que se tem das Nereides, com o corpo coberto por escamas, mesmo na parte em que têm figura humana. De facto, também na mesma costa se avistou uma em
agonia e cujo canto triste os habitantes ouviram ao longe».Plínio (N.H. 9,9). Versão comentada por Amilcar Guerra, Edições Colibri, 1995.
O Tejo tem de foz uma largura de uns 20 estádios e uma profundidade tão grande que pode ser remontado por barcos de dez mil ânforas de capacidade. Na altura das cheias, produz dois
esteiros, nos baixios interiores, a ponto de formar como que um mar de 150 estádios, de tornar a planície navegável e de isolar, no esteiro superior, uma ilha, de cerca de 30 estádios de
extensão e com uma largura um pouco menor, muito fértil e com belas vinhas. Esta ilha situa-se junto da cidade de Móron, que se ergue num monte próximo do rio, a 500 estádios de
distância do mar no máximo, e está rodeada por uma região fértil. A navegação até aí é fácil mesmo para barcos de grande porte numa boa parte do seu trajecto e, no resto, por embarcações
de rio. Para cima de Móron a navegação ainda é mais longa.Brutos, denominado o Galaico, utilizou esta cidade como a base das operações, quando entrou em guerra contra os Lusitanos e
os submeteu. Em seguida amuralhou Lisboa, nas margens do rio, para ter livres a navegação e o acesso aos víveres. Estas cidades são também as maiores que se encontram junto ao
Tejo.»
Estrabão, Geografia, III, 3, 1 - tradução de José Ribeiro Ferreira (Kalb; Höck, 1988: 190).
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e_da_Pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica
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guia_da_Exposi%C3%A7%C3%A3o
A localização de Olisipo deve-se, muito possivelmente, ao facto de ser um local privilegiado do ponto de vista topográfico «ponto de confluência entre realidades mediterrânicas e atlântico-
continentais, condicionando também decisivamente e nos seus mais diversos aspectos, a romanização da cidade e território envolvente.
A este facto se encontra, por exemplo, intimamente ligada a acção militar empreendida por Decimus Iunius Brutus, em 138 a.C. (...). O amuralhamento de Olisipo deve ser entendido como um
dos fundamentais preparativos que antecederam as campanhas contra Lusitanos e Galaicos: na verdade, Brutus só fortificaria a cidade se lhe tivesse reconhecido prévia e inequívoca adesão
à causa romana, e a considerasse seguramente fiel, inclusive numa eventual adversidade - ou seja, em conjuntura de derrota». José Cardim Ribeiro, Felicitas Iulia Olisipo, 1994, in Separata
de AlMadan, admite, portanto que à época da campanha de Brutus já Olisipo fosse fortemente romanizada.
É com Júlio César que recebe a denominação Felicitas Iulia, passando a ter os seus habitantes a cidadania romana.
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Os materiais arqueológicos encontrados na Rua dos Correeiros revelam a ocupação pré-romana deste local, entre os séculos V e II a.C..
Trata-se de um complexo fabril para preparados de peixe, que se alarga para fora do quarteirão, mas são visíveis 25 tanques de diversas dimensões agrupados em quatro conjuntos. O
complexo fabril entra em decadência nos finais do século V e é parcialmente abandonado.Contudo, no local, pôde ser observada uma ocupação de Época Medieval até ao Período
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«A cidade romana de Ossonoba, de origens pré-romanas, foi uma das cidades mais notáveis do sul da Lusitânia. Localizada sob a atual cidade de Faro no Algarve Português, teve uma
grande expansão a partir de Augusto e décadas seguintes. A epigrafia, bem como a presença esmagadora de cerâmicas com origem na Bética costeira, revelam uma grande proximidade
com esta província vizinha. Tal relação de proximidade vai contribuir decisiva-mente para que Ossonoba e o seu território atinjam um grande desenvolvimento nos séculos III e IV, sobretudo
em torno da exploração de preparados piscícolas e do comércio marítimo, ao ponto de mercadores Ossonobenses possuírem estreitas ligações com várias famílias gaditanas. À semelhança
de outras cidades da Hispânia, a malha urbana da cidade portuária de Ossonoba retrai-se muito a partir de finais do século IV, voltando a concentrar-se em torno do seu núcleo genético».
in: J. Bernardes, OSSONOBA E O SEU TERRITÓRIO: AS TRANSFORMAÇÕES DE UMA CIDADE PORTUÁRIA DO SUL DA LUSITÂNIA.
Ciudad y territorio: transformaciones materiales e ideológicas entre época clásica y el Altomedioevo. Córdoba, 2014
Na fotografia: Reconstituição do urbanismo romano da parte ocidental de Ossonoba (Fraga da Silva, 2006), a partir de: O mosaico do Oceano de Ossonoba (Faro).
http://imprompto.blogspot.pt/search/label/FaroPromove
OSSONOBA
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«Referida em diversos autores da Antiguidade Clássica (cit. por Gamito, 1997:344; Mantas, 1997: 286; Bernardes, 2006a:12), a cidade romana de Ossonoba foi durante largas décadas
relacionada com as ruínas de Milreu. Até mesmo Estácio da Veiga, quando a escavou em 1877, julgou tratar-se de Ossonoba, o mesmo sucedendo com diversos outros investigadores até
meados do século XX. Só nos anos 50 daquela centúria Abel Viana percebe o equívoco, ao colocar a descoberto o podium do templo do fórum, parcialmente escavado sob a actual Sé-
Catedral»
.in: Plástica decorativa do Sul da Lusitânia: a propósito dos capitéis romanos da região algarvia (abaixo mencionado).
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S/A, S/D
O núcleo sede do Museu de Sines e a Casa de Vasco da Gama localizam-se no interior do Castelo, inaugurado em 2008.
Por sua vez, a Casa de Vasco da Gama é um espaço de homenagem ao navegador, natural de Sines, situado na torre de menagem.
http://www.sines.pt/pt/viver/memoria/museucvg/paginas/default.aspx
De Sines ou do seu território já era conhecida a ocupação humana desde a Pré-História, como comprovavam os inúmeros trabalhos arqueológicos desenvolvidos por Carlos Tavares da Silva
e de Joaquina Soares, e a notável obra de sua autoria, cuja leitura ainda hoje é indispensável, “Pré-História da Área de Sines” editado em 1981 pelo Gabinete da Área de Sines.
Da Idade do Ferro, há também registo no concelho, não podendo deixar de lembrar o célebre “O Tesouro do Gaio”, descoberto numa herdade do termo de Sines, em 1966, muito
Recentes sondagens realizadas dentro do perímetro amuralhado do Castelo, coordenadas por Antónia Soares e Carlos Tavares da Silva, e que foram objecto de trabalhos publicados a que
A presença romana também já referenciada através das fábricas de salga existentes no exterior da muralha, foi confirmada em recentes trabalhos no interior da fortificação, e fazer equacionar
a função estritamente piscatória e fabril desta cidade, salientando-se o aparecimento de uma base de uma estátua de Marte, publicada por José d’Encarnação, e um importante conjunto de
elementos arquitectónicos de uma possível basílica visigótica do século VII que se encontra no Museu de Sines e que vem ajudar a comprovar a importância que Sines deve ter tido em Época
romana e tardo-romana. O pedestal, em mármore, tem uma inscrição muito erodida que indica que as estátua foi mandada erguer por disposição testamentária de um sacerdote encarregado
do culto imperial.
De acordo com José d’Encarnação, o aparecimento de um pedestal para uma estátua dedicada a Marte Augusto só se justificaria com a existência de um espaço público a que estátua
estivesse associada, muito provavelmente um templo, sobre o qual poderá ter vindo a assentar uma provável basílica visigótica.
https://estudogeral.sib.uc.pt/…/Inscri%C3%A7%C3%A3o%20a%20M…
José d’Encarnação
SILVA, Carlos Tavares e SOARES, Joaquina, 1993, "Ilha do Pessegueiro - Porto Romano da Costa Alentejana", e Joaquina Soares
http://www.sines.pt/pt/concelho/fontesdeinformacao/Paginas/default.aspx
No Museu, uma exposição que lembra-nos que «Na tradição mediterrânica, o mar desempenha um papel fundamental: para além de via de comunicação e comércio, fornece alimento e,
talvez mais importante, uma forma de o conservar o sal. Em período romano, Sines deveria ser um porto marítimo, na esfera da cidade de Miróbriga, dedicado não só ao comércio, mas
também à pesca e à manufactura de preparados de peixe, actividade atestada pela identificação, na área adjacente ao castelo, de três fábricas relacionadas com esta actividade.
A existência destas manufacturas pressupõe uma economia activa e dinâmica nas suas múltiplas vertentes, com o respectivo capital humano: a pesca, a produção ou o comércio de sal, de
recipientes contentores (ânforas), com os respectivos centros oleiros, dos preparados de peixe nas respectivas fábricas, cuja dimensão é variável, e a forma de os armazenar e comercializar.
Os preparados de peixe podiam ser produzidos com múltiplas variantes, à escala industrial, embora esta estivesse dependente do mercado consumidor (para exportação, regional ou local).
Estes "molhos" tinham múltiplas utilizações culinárias, sendo extremamente populares no mundo romano.
Vestígios da actividade marítima são os cepos de âncora provenientes das águas ao largo de Sines. Da arte da pesca, temos os pesos de rede e os anzóis. Da indústria transformadora, os
https://estudogeral.sib.uc.pt/…/Inscri%C3%A7%C3%A3o%20a%20M…
SILVA, Carlos Tavares e SOARES, jOAQUINA, 1993, "Ilha do Pessegueiro - Porto Romano da Costa Alentejana", e Joaquina Soares
http://www.sines.pt/pt/concelho/fontesdeinformacao/Paginas/default.aspx
Aí sim, onde hoje é Beja, parece terem os Romanos encontrado povos anteriores, apesar do nome que tinha a urbs latina, indiciando orgulhosamente fundação de raiz romana.
Mas não, pequenos fragmentos de cerâmica da Idade do Ferro Continental parecem comprovar que ali existiu povoamento precedente ao Romano.
De fundação provável de Júlio César, a cujo nome a cidade faz juz, a cidade vai-se monumentalizando e os capitéis de dimensão colossal, pertencentes a um templo que recentemente foi
escavado pela Doutora Conceição Lopes da Universidade de Coimbra fazem lembrar que qualquer habitante de época anterior se vergou ao jugo da Roma Imperial.
Passando a denominar-se Pax Iulia, foi sede de um conventus, Conventus Pacensis, a circunscrição administrativa que Augusto, pouco depois da fundação romana da cidade, lhe conferiu.
Mas dela, esbatido o Império, ficará a memória de um Mediterrâneo uno, sob o olhar do Cristianismo inicial, que no núcleo visigótico da Igreja de Santo Amaro tem os seus melhores
testemunhos.
Legio IV Macedonica (ou quarta legião macedónica) foi uma legião romana criada por Júlio César em 48 a.C. com legionários italianos. A legião foi desmobilizada em 70 d.C. e reestruturada
pouco depois com o nome Legio IV Flavia Firma. A legião tinha como símbolo o capricórnio e um touro. Está por confirmar a presença da legião IV na construção de Beja, contudo, existem
referências do humanista André de Resende a touros provenientes de Beja. Sabe-se que o culto ao touro é uma constante no mundo mediterrânico oriental e greco-latino, onde o seu
sacrifício assume um caracter fundacional. O culto deste animal, enraizado nas religiões do Mediterrâneo e do Próximo Oriente, deve-se ao facto de que, a partir do Neolítico, as populações
consideravam o touro, enquanto "pai do rebanho", uma fonte de riqueza de primeiríssima ordem. Em termos gerais, a sacralidade do touro funda-se na dupla percepção do seu vigor físico e
genésico. Em Portugal, são conhecidas figurações de bucrânios na arte rupestre, pelo menos, desde o Calcolítico. Na própria "Lenda da Europa" é Zeus, transformado em Touro, que rapta a
filha do rei de Sídon. Nesta narrativa o touro não aparece associado ao aspecto sacrificial, mas assume também o papel criador pois, raptando a Europa ao mundo mediterrânico oriental e
conduzindo-a para Creta, origina uma geração de "filhos gloriosos cujos ceptros dominarão todos os homens da Terra" (Hamilton, 1983, p.110). E é em Creta que se afirma o terrível poder do
Minotauro, cuja morte será libertadora. Contudo, em Época Romana, o Touro aparece-nos associado ao culto mitraico que os legionários introduziram no Império, mas também ao culto do
Com o principado de Augusto assistimos, por um lado, a um retorno dos valores antigos e, por outro, à oficialização de alguns desses cultos de origem oriental e a "nova ordem" foi
assegurada pela "restauração" dos valores ancestrais. Muito provavelmente por isso, na iconografia do século I há tal frequência na representações de touros, particularmente os bucrânios
descarnados.
"Tendo em conta a extraordinária importância que tinham os sacrifícios e os ritos na vida quotidiana, não surpreende que os signos correspondentes dominassem a nova linguagem das
imagens. Praticamente não existe nenhum monumento ou edifício em cuja decoração não figurassem caveiras dos animais sacrificados, mesmo nos que não tinham carácter sagrado. Signos
alusivos aos sacrifícios, que no passado serviam apenas como elementos decorativos convencionais, passaram a ser símbolos relevantes da nova pietas" imperial (Zanker, 1992, p. 146
FARIA, António Marques, 2001, Pax Iulia, Felicitas Iulia, Liberalitas Iulia, Revista Portuguesa da Arqueologia, Volume 4. número 2.
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MANTAS, V. G. (1996b) -Comércio marítimo e sociedade nos portos romanos do Tejo e do Sado. In FILIPE, G.; RAPOSO, J. M. C., eds. –
Museu Rainha D. Leonor - Este museu foi criado em 1927/28, no antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ordem de Santa Clara, extinto em 1834, e pode considerar-se um
Museu dotado de um acervo notável. Localiza-se num convento franciscano, estabelecido em 1459 por Fernando de Portugal, Duque de Viseu e de Beja, junto ao seu palácio ducal. As obras
continuaram até 1509. A colecção do museu divide-se em três áreas distintas; arqueologia, ourivesaria e pintura.
Núcleo Paleocristão da Capela de Santo Amaro - A igreja de Santo Amaro de Beja, localizada no Largo de Santo Amaro, é um dos poucos templos conservados de arquitectura altimedieval e
insere-se no amplo processo de reavaliação dos tradicionais conceitos de arte visigótica. Durante muito tempo foi considerada uma igreja do século V, porém à medida que se vão
conhecendo melhor as comunidades cristãs sob domínio islâmico vai-lhe sendo conferida uma datação do século X, por intermédio dos mocárabes, as comunidades cristãs que habitavam o
Nos arredores:
https://www.academia.edu/…/Um_Arco_Triunfal_romano_entre_as…
ENCARNAÇÃO, José d', 1984, Inscrições romanas do Conventus Pacensis: subsídios para o estudo da Romanização. Universidade de Coimbra.
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(...)
ENCARNAÇÃO, José d´«Salacia et l’Afrique à l’époque impériale», L’Africa Romana, XIV, Roma, 2002, 1499-1505. http://hdl.handle.net/10316/13872
FARIA, A.M , 1992, Ainda sobre o nome pré-romano de Alcácer do SAL. VIPASCA 1
https://www.academia.edu/537824/Ainda_sobre_o_nome_pre-romano_de_Alcacer_do_Sal
https://www.academia.edu/…/Ipses_uma_ceca_hispano-romana_do…
IDEM, 1996, Emissões monetárias, Imperatoria Salacia e Caesaraugusta: algumas questões historiográficas. Vipasca, n. 5.
https://www.academia.edu/530710/Emiss%C3%B5es_monet%C3%A1rias_Imperatoria_Salacia_e_Caesaraugusta_algumas_quest%C3%B5es_historiogr%C3%A1ficas.
https://www.academia.edu/33813573/Os_monumentos_epigr%C3%A1ficos_retratos_de_vida..._em_Scallabis.pdf
GOMES, Esmeralda Helena Pires, 2008, Os ex-votos proto-históricos do Castelo de Alcácer do Sal. Tese de Mestrado. Faculdade de Letras de Lisboa.
http://repositorio.ul.pt/handle/10451/488
in Marta Leitão
http://www.academia.edu/3239769/Salacia_Urbs_Imperatoria
by Marta Leitão
"Com a rivalidade entre Roma e Cartago, no decorrer do século III a.C.,dá-se a entrada dos romanos na Península Ibérica, alastrando até esta região o conflito que se prolongava desde a
posse do Mediterrâneo. Após a vitória dos romanos sobre os cartagineses, o confronto perdurava em território da Península Ibérica, os habitantes locais ofereceram um grande entrave à
ocupação latina.
Os vários partidos que em Roma contraponham-se frente-a-frente, nas suas diferenças, e das guerras civis que ocorriam, irão levar este conflito até à Hispânia. Em particular a enorme
oposição de Sertório, que tinha parte da população Ibérica do seu lado. Em 45 a.C. César vence os descendentes de Pompeu, com este panorama os seus delegados criam uma ocupação e
pacificação de toda a Península Ibérica e a sua gradual romanização. É neste âmbito que Alcácer, evoluído de uma povoação da Idade do Ferro, passa a ser uma Alcácer romana.
Salacia, que Plínio regista como Salacia Urbs Imperatoria, no ano de 45 ou 44 a.C., prova que o recurso natural que abundava na área geográfica envolvente, o sal, vai dar contributo para o
seu nome. Salário, de origem latina, era a palavra usada e que ainda hoje se confirma a sua importância deste recurso natural no mundo romano. Nesta povoação as moedas cunhadas, com
idade semelhante acima mencionada, têm gravado “IMP(eratoria) SAL(acia)”. Os seus cidadãos pertencentes à tribo Galéria, devido à povoação ter sido transformada em município ou
oppidum de direito latino, vai ganhar uma grande importância no panorama da Lusitânia".
MANTAS, Vasco Gil, 2010, «Os principais portos do Sado na época romana,
PEREIRA, Carlos, 2013, Lucernas Romanas de Alcácer do Sal entre a prática e o sagrado. Al-Madan, II Série, 17. Tomo II
https://www.academia.edu/2464397/Lucernas_Romanas_de_Alcacer_do_Sal_entre_a_pratica_e_o_sagrado
A população do povoado pré-romano teria colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a.C.
Durante este período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia. A cidade foi sede de um dos
conventus, após a divisão da Lusitânia, cuja capital era Emerita Augusta (Mérida) em três conventi: : Conventus Emeritensis, Conventus Scallabitanus e Conventus Pacensis
«Las dudas, hasta hace pocos años existentes, sobre la identi cación de Santarém con la
antigua Scallabis no tienen hoy día razón de ser, asumiéndose que corresponde a la ciudad romana referida por Plinio (IV, 117), Ptolomeo (2,5,6) y por el itinerario de Antonino, aunque
extrañamente ignorada por Estrabón. No obstante, los vestigios resultantes de los trabajos arqueológicos de las
últimas dos décadas permiten a rmar que es en el espacio de la actual Santarém donde se situaba Scallabis – el poblado indígena, en el cual se instaló el Praesidium Iulium en 61 a.C. (...)»
in: Rui de Almeida. Las ánforas del Guadalquivir en Scallabis (Santarém, Portugal). Una aportación al conocimiento de los tipos minoritarios. Instrumenta, 28. Barcelona.
ALMEIDA, Rui de, 2008, Las ánforas del Guadalquivir en Scallabis (Santarém, Portugal): una aportación al conocimiento de los tipos minoritarios. Edicions Universitat Barcelona
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João Pimenta - Câmara Municipal de Vila Franca de Xira Henrique Mendes - Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Elisa de Sousa UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Rui Soares UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.
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Bibliografia sobre Sellium
Por Sellium passava a principal estrada romana do nosso território que Iigava Lisboa (Olisipo) a Braga (Bracara Augusta), passando por Santarém (Scalabis), Conímbriga e Coimbra
(Aeminium).
Cabeça de uma estátua do imperador Augusto, século I d. C. Foi encontrada quando da construção do mercado municipal, nas proximidades do antigo Fórum.
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Admite-se que as excelentes condições portuárias e marítimas de Sesimbra, embora não tenham sido identificadas, até ao momento, as origens desta povoação, bem como a riqueza em
recursos marinhos terão permitido o estabelecimento de gentes na época romana, como o comprova o complexo industrial de preparados piscícolas que aí foi encontrado.
«No âmbito do projecto de execução dos Sistemas de Drenagem e Elevatórios do Subsistema de Sesimbra identificaram-se entre Maio e Outubro de 2007 vários vestígios que remontam à
ocupação romana na área envolvente do Forte de Santiago. Registaram-se a presença de quatro tanques de preparados piscícolas com vestígios de garum e uma estrutura portuária anterior
ao complexo industrial».
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Na imagem: Cetárias romanas junto ao Castelo de Sines, hoje enterradas. Fotografia Rui Fragoso.
De Sines ou do seu território já era conhecida a ocupação humana desde a Pré-História, como comprovavam os inúmeros trabalhos arqueológicos desenvolvidos por Carlos Tavares da Silva
e de Joaquina Soares, e a notável obra de sua autoria, cuja leitura ainda hoje é indispensável, “Pré-História da Área de Sines” editado em 1981 pelo Gabinete da Área de Sines.Da Idade do
Ferro, há também registo no concelho, não podendo deixar de lembrar o célebre “O Tesouro do Gaio”, descoberto numa herdade do termo de Sines, em 1966, muito possivelmente de origem
púnica.Recentes sondagens realizadas dentro do perímetro amuralhado do Castelo, coordenadas por Antónia Soares e Carlos Tavares da Silva, e que foram objecto de trabalhos publicados
a que Joaquina Soares vieram comprovar a presença humana desde o Paleolítico.A presença romana também já referenciada através das fábricas de salga existentes no exterior da muralha,
foi confirmada em recentes trabalhos no interior da fortificação, e fazer equacionar a função estritamente piscatória e fabril desta cidade, salientando-se o aparecimento de uma base de uma
estátua de Marte, publicada por José d’Encarnação, e um importante conjunto de elementos arquitectónicos de uma possível basílica visigótica do século VII que se encontra no Museu de
Sines e que vem ajudar a comprovar a importância que Sines deve ter tido em Época romana e tardo-romana. O pedestal, em mármore, tem uma inscrição muito erodida que indica que as
estátua foi mandada erguer por disposição testamentária de um sacerdote encarregado do culto imperial. De acordo com José d’Encarnação, o aparecimento de um pedestal para uma
estátua dedicada a Marte só se justificaria com a existência de um espaço público a que estátua estivesse associada, muito provavelmente um templo, sobre o qual poderá ter vindo a
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Voltando ao nosso tema, o das cidades, mais especificamente a Tróia, partilhamos Bibliografia sumária sobre o tema, porque existem referências ao Sítio Arqueolõgico desde o Humanista
André de Resende.
Tróia, uma cidade fundamentalmente dedicada à preparação de produtos piscícolas, dada a sua localização privilegiada junto ao estuário do Sado, teve uma ocupação que vai do século I ao
V.
Trata-se de Monumento Nacional, por Decreto de 16 de Junho de 1910, D. G. n.º 136, de 23 de Junho de 1910.
Situa-se numa língua de areia da península que forma a margem esquerda do estuário do Sado, estendendo-se por uma faixa de quase dois quilómetros.
O seu estado de conservaçáo é relativamente bom e o complexo conserveiro mantém, ainda, uma apreciável quantidade de construções e testemunhos visíveis.
O complexo industrial é constituído por um amplo conjunto de tanques de salga (cetárias) de peixe de diferentes tamanhos, bem como à produção de garum (um famoso condimento ao tempo
dos Romanos).
Para além do complexo fabril, é de assinalar a existência de uma zona habitacional, com residências de um ou mais pisos, denominada pela Rua da Princesa, e ainda um balneário localizado
Os vestigios até agora conhecidos fazem, portanto, crer que se tarava de um gigantesco aglomerado urbano industrial de transformação e processamento de peixe que, «com as suas
actividades acessórias e complementares, quase monopolizou a economia do baixo Sado durante a época imperial romana.
Estrategicamente localizada, mas implantada numa zona arenosa, sem anel agrícola que a pudesse tornar auto-suficiente, faltou-lhe ainda a existência local de madeiras, barreiros e
pedreiras, que obrigou a uma organizada teia de interdependências no baixo Sado e que levou o povoado à rápida decadência e ao seu abandono após a ruptura dos circuitos mercantis.
Tróia teve a sua única razão de existência na pesca intensiva e consequente salga industrializada do
Citação a partir de: DIAS DIOGO e Paixão, António Cavaleiro, Ânforas de escavações
http://www.patrimoniocultural.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/4_1/8.pdf
«As ruinas de Tróia são conhecidas desde o século XVI, época em que Gaspar Barreiros e André de Resende as indicam, erradamente, como sendo as da cidade romana de Cetóbriga
(actual Setúbal). Ignora-se o nome antigo deste lugar. André de Resende escritor quinhetista, humanista e, como lhe chamou Leite de Vasconcelos "o pai da arqueologia portuguesa" ali
realizou pesquisas. A designação "Tróia" encontra-se registada em documentos datados do século XVI. Ao longo dos séculos XVII e XVIII são levadas estátuas, colunas, inscrições e outros
vestígios desta estação. No séc. XVIII, organizada pela Infanta D. Maria, futura D. Maria I, realiza-se importante escavação. No século XIX, com o intuito de escavar Tróia, surge em Setúbal a
primeira sociedade arqueológica do país, a "Sociedade Arqueológica Lusitana". Desenvolve trabalhos entre 1850 e 1856. Cresce, e atrai, gradualmente, novos membros. Entre as figuras
convidadas pela "Sociedade" a visitarem Tróia, encontram-se o Duque de Palmela e o próprio D. Fernando II, mais tarde seu protector. Nos finais do século XIX, inícios do século XX, são
publicados os primeiros estudos sobre as ruínas de Tróia. Destacam-se os trabalhos de José Leite de Vasconcelos e Inácio Marques da Costa. As primeiras escavações arqueológicas
metódicas iníciam-se 1947 e 1948 dirigidas por Manuel Heleno, professor na Faculdade de Letras de Lisboa e 2º director do Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos até 1967 (hoje,
Museu Nacional de Arqueologia). Colaboram nestas escavações Fernando Bandeira Ferreira nas décadas de 40 e 50, e, Manuel Farinha dos Santos e D. Fernando de Almeida na década de
60. Este último, sucede a Manuel Heleno na direcão do Museu, e das escavações de Tróia até 1976. Centra os seus trabalhos no núcleo religioso, pondo a descoberto o complexo do templo
paleocristão, as oficinas de salga que o circundam, assim como, a necrópole das sepulturas de mesa e parte da oficina de salga a sudeste desta. Estas escavações, não obstante algumas
paragens, continuam até 1973. António Cavaleiro Paixão, colaborador de D. Fernando de Almeida foi o técnico responsável de 1976 a 2004. Este período, caracteriza-se por trabalhos de
escavação menores e levantamento topográfico de toda a estação, destacando-se ainda, a realização de alguns trabalhos de conservação e restauro. Na década de 90 do século XX
publicam-se dois importantes estudos interpretativos das ruínas de Tróia. O primeiro, da autoria de Robert Étienne, Yasmine Makaroun e Françoise Mayet, intitulado Un grand complexe
industriel à Tróia (Portugal) (1994). Foca a importância do sítio enquanto produtor de salgas de peixe. O segundo, inserido na obra de Justino Maciel, Antiguidade tardia e paleocristianismo
em Portugal, debruça-se sobre o núcleo religioso da basílica paleocristã. Em 2005, ao abrigo do protocolo celebrado com o IPPAR e o IPA (IGESPAR), com o intuito da salvaguarda,
recuperação, restauro e a valorização das Ruínas, é criada uma equipa de Arqueologia responsável por este sítio arqueológico. Após a descoberta de alguns fornos, compreendeu-se
também, que recipientes cerâmicos e louças de cozinha eram fabricados em oficinas localizadas na margem direita do rio. O abundante espólio recolhido ao longo das sucessivas campanhas
de escavação permite situar no séc. I d.C. o início da ocupação, que se estende até aos sécs. V/VI d. C. Fontes: Adília Alarcão, in "Portugal das Origens à Época Romana, MNA, 1989. Site:
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J. Aurelio Pérez Macias, Macarena Bustamante Alvárez Artur MartinsTimoteo Rivera Jiménez com a colaboração de:
Sónia Encarnação, María Gómez, Carla Godinho, Josefa Lagares,Sandra Pedro, Jessica Rodríguez, Filipe Galope, Pablo M. Santos,Isabell Neumann e Erica Hanning
https://www.academia.edu/452958/A_Ocupa%C3%A7%C3%A3o_Romana_No_Morro_De_Mangancha_Aljustrel_
de Artur Martins, Helena Alves e Teresa Costa, 2003 (formato: 27,5 x 22,5 cm / 80 páginas)
http://arlindo-correia.com/021208.html)