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ESCOLA BÁSICA MARQUES LEITÃO

Teste de avaliação sumativa de Português - 8º Ano


EXCELENTE
Nome_________________________________________________ SATISFAZ BASTANTE
Nº: _____ Turma: __________ Data: _____/_______/2018 SATISFAZ
NÃO SATISFAZ
Ass. da Professora: __________________________________ FRACO

Ass. do Enc. de Educação: _______________________________

GRUPO I

Lê o texto.

O apelo do mar – entre lagoas e palheiros até à Figueira

Depois de Coimbra, o Mondego entra na planície de vastos horizontes, à procura do


mar. Antigamente seguia um curso sinuoso 1, sem relevos que o orientassem, e espelhava-se
em inundações que traziam catástrofes e a fertilidade. Depois que foi domado segue uma
linha quase reta, até se abrir nos meandros de uma foz cheia de ilhas e águas espelhadas.
5 Para o norte estendem-se os imensos pinhais e as numerosas lagoas, numa paisagem ao
mesmo tempo desolada e aconchegante, onde o sol bate com a luminosidade intensa. As
dunas arrepiam-se no vento e o oceano Atlântico, com toda a sua imponência, chama por
vocações marítimas e lembra desgraças passadas.
Estamos no mundo dos horizontes abertos, dos espaços perdidos, do tempo que, ao
10 passar sempre, nunca passa. Os povos são marítimos, tisnados 2 de sol, curtidos de vento,
lavradores de pés na água. O mar sempre trouxe o sustento, os invasores, as alegrias e as
tristezas. É para o mar que todos se voltam, para ganhar a vida, descansar, para esperar o
futuro. A terra, quando dá, larga pedras e solta sal. Cultiva-se porque é preciso viver, e a
fertilidade do chão é arrancada com muito trabalho.
15 Aqui constrói-se com menos peso e menos perspetiva histórica do que no interior. O
clima e a modorra 3 não pedem grandes obras, mas sim pequenos maneirismos. As casas são
simples coloridas, leves. No tempo das guerras construíram-se fortalezas a contragosto pela
necessidade; logo na paz se deixou que elas se desmoronassem, inúteis na geografia de
movimentos rápidos e no clima de gestos lentos.
20 Aqui está a Beira Litoral, no mais litoral que ela tem.

José Couto Nogueira, «O apelo do mar – entre lagoas e palheiros até à Figueira» in Portugal Passo a Passo – Beira Litoral,
EDICLUBE, s.d., pp. 111 (adaptado).

1
que apresenta uma série de curvas irregulares e em vários sentidos.
2
bronzeados, queimados.
3
falta de vigor, de vitalidade.

5
1. Completa o esquema com as expressões apresentadas nas alíneas (A) a (D), de forma a caracterizares o curso
do Mondego antigamente e hoje.
Faz corresponder cada uma das alíneas a um dos números (I) a (IV).

(A) (B) (C) (D)


pela planície em linha reta com inundações sinuoso, sem relevos
orientadores

(I)
Curso do rio Mondego Antigamente
(II)
de Coimbra ao mar
(III)
Hoje
(IV)

2. Seleciona a alínea que sintetiza o segundo parágrafo.

(A) Da foz do rio veem-se, a norte, pinhais e lagoas, sentem-se as dunas ao vento e ouvem-se as lembranças
do oceano Atlântico.
(B) Para o norte do rio, há pinhais, lagoas, sol, dunas, vento e o oceano Atlântico.
(C) Os imensos pinhais e as numerosas lagoas estendem-se para norte e as dunas e o oceano Atlântico para
sul.
(D) O rio, ao ir para norte, é acompanhado por pinhais, lagoas, até chegar às dunas e ao oceano Atlântico.

3. Os três últimos parágrafos descrevem uma região de Portugal, incluindo os seus povos e as casas.
Retira do texto as palavras ou expressões que completam o seguinte texto, baseado nessa descrição.

A região descrita é a a)_____. Nela habitam povos b) _____, c) _____, d) _____, e) _____.
O mar foi o responsável pelo f) _______, g) ________, h)________, i) _________.
Por isso, é nele que todos procuram j) ________, k) ________, l) _________.
Quanto à fertilidade da terra, ela é m) ________.
No passado, as casas eram n) _______; agora são o) ________, p) ______, q) _______.

a) ______________ g) _______________ m) ______________


b) ______________ h) ______________ n) ______________
c) ______________ i) ______________ o) _______________
d) ______________ j) ______________ p) _______________
e) ______________ k) ______________ q) _______________
f) ______________ l) _______________

5
GRUPO I

Sexta-Feira ou a vida selvagem


Quando Robinson voltou a si, encontrava-se deitado, o rosto na areia. Uma onda rolou
pelo areal molhado e veio lamber-lhe os pés. Girando sobre si, deixou-se ficar de costas.
Gaivotas negras e brancas volteavam no céu, de novo azul após a tempestade. Robinson
sentou-se com dificuldade e sentiu uma dor aguda no ombro esquerdo. A praia estava
5 juncada de peixes mortos, conchas quebradas e algas negras, para ali lançadas pelas vagas. A
ocidente, uma falésia rochosa entrava pelo mar dentro e prolongava-se numa série de recifes.
Aí se erguia a silhueta do Virgínia, com os mastros arrancados e os cordames flutuando ao
vento.
Robinson levantou-se e deu alguns passos. Não estava ferido, mas o ombro magoado
10
continuava a doer-lhe. Como o sol começava a queimar, fez uma espécie de chapéu,
enrolando algumas das grandes folhas que cresciam junto à praia. Depois, apanhou um ramo,
do qual se serviu como bengala, e embrenhou-se na floresta.
Os troncos das árvores caídas formavam, com a mata e as lianas que pendiam dos ramos
15 mais altos, um emaranhado denso onde era difícil penetrar, e frequentemente Robinson via-
se obrigado a rastejar para poder avançar. Não se ouvia o menor ruído, nem aparecia animal
algum. Robinson ficou, portanto, muito admirado quando viu, a uma centena de passos, a
silhueta de um bode selvagem de pelo muito comprido que, imóvel, parecia observá-lo.
Deitando fora a sua bengala, demasiado leve, Robinson apanhou um tronco mais grosso, que
20
poderia servir-lhe de cacete. Quando chegou perto do bode, o animal baixou a cabeça e
bodejou num tom surdo. Pensando que ia atacá-lo, Robinson ergueu a moca e vibrou com
toda a força uma violenta pancada entre os chavelhos do bode. O animal caiu de joelhos e,
depois, tombou sobre o flanco.
Após várias horas de penosa marcha, Robinson chegou ao sopé de um maciço de
25
rochedos amontoados irregularmente. Descobriu a entrada de uma gruta, à sombra de um
cedro gigante; só deu, porém, alguns passos dentro dela, porque era demasiado profunda
para poder explorá-la nesse dia. Preferiu escalar os rochedos, para abarcar com os olhos uma
vasta extensão. Assim, de pé no cume do rochedo mais alto, pôde constatar que o mar
30 rodeava por todos os lados a terra em que se encontrava, onde não havia vestígios de
qualquer habitação. Estava, portanto, numa ilha deserta. Compreendeu então a imobilidade
do bode que matara. Os animais selvagens que nunca viram o homem não fogem à sua
aproximação. Pelo contrário, observam-no com curiosidade.
Robinson sentia-se acabrunhado de tristeza e fadiga. Andando ao acaso em torno da
base do enorme penhasco, descobriu uma espécie de ananás selvagem, que cortou com
o seu canivete e comeu. Depois, deslizou para debaixo de uma pedra e adormeceu.

Michel Tournier, Sexta-Feira ou a vida selvagem. 41.ª ed. Ed. Presença, 1992, pp. 11-12.

4. No início do excerto Robinson está deitado na areia e volta a si.


De que modo a descrição do primeiro parágrafo revela o que aconteceu a Robinson nos momentos
anteriores?
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5. As frases a seguir apresentadas de (A) a (E) contêm informações sobre as ações de Robinson após voltar a si.
Escreve a sequência de letras que correspondem à ordem pela qual aparecem no texto.

(A) De um ponto alto, verificou que se encontrava numa ilha.


(B) Ergueu-se e pôs-se a andar com a cabeça coberta por causa do sol.
(C) Optou por não explorar uma gruta pela incapacidade de o fazer naquele dia.
(D) Percebeu o comportamento dos animais e encontrou um alimento.
(E) Da densa vegetação da floresta, retirou a arma com que atacou um animal.

6. Para responderes aos itens 6.1. a 6.3., escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
6.1. O recurso expressivo presente em «Uma onda rolou pelo areal molhado e veio lamber-lhe os pés»
(ll. 1-2) é uma
(A) comparação.
(B) personificação.
(C) aliteração.
(D) anáfora.

6.2. Na expressão «Só deu, porém, alguns passos dentro dela» (l. 25), «dela» refere-se
(A) à penosa marcha.
(B) à entrada.
(C) à sombra.
(D) à gruta.

6.3. O adjetivo «acabrunhado» presente no último parágrafo significa


(A) abatido.
(B) admirado.
(C) acelerado.
(D) amedrontado.

Grupo II

Portugal tem serra, mar e muitos recantos a descobrir.


Seleciona uma vila ou uma cidade e escreve um texto narrativo cuja ação se situe nesse lugar.
O teu texto deve ter:
− situação inicial;
− desenvolvimento:
− desfecho.
Deves escrever um texto entre 120 a 180 palavras.

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Bom ano letivo de 2018/2019

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