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DE JULHO 1821.
POLÍTICA.
Espécie Seguros.
Ouro em barra £ 3 17 10J Brazil. Ilida 25s Volta 25
Peças de 6400 reis 3 17 6 Lisboa 20s 20s
Dobroens Hespa- por Porto 25s 25f>
nhoes 3 14 6 . onça Madeira 25s 25 t
r e i o s . . ..dictot 4 1C Açores 25E 25 fi
Prata em barra Riu da Prata 35t 35,
lirnpala 63Í 63
( 16 )
LITERATURA E SCIENCIAS.
PORTUGAL.
O EREMITERIO DE KANDU.
Introducçaõ.
Para que o Leitor conheça todo o artificio desta peque-
na Fábula, releva o informemos de algumas particulari-
Literatura e Sciencias. 19
O Eremiterio de Kandu.*
Vertido em vulgar per Jozé da Fonseca.
Sobre as orlas sagradas do rio Gomati, n'uma solitária
floresta abundante em todas as sortes de frutas e raízes,
floresta onde soa de continuo o chilrar das avezinhas, ou
o manso estrepito dos pulos do Veado, e da tímida Ga-
zella, jaz, longe de bulicio humano, o plácido Eremiterio
de Kandu.
'im.
MISCELLANEA.
PROCEDIMENTOS DAS CORTES DE PORTUGAL.
Regência no brazil.
Liberdade da Imprensa.
ria, vai muito além das ideas, que mostraram vários deputados
das Cortes, e ainda do que adoptou a maioridade. Sem duvida
as Cortes de Portugal contemporizaram com prejuízos, que pa-
rece que El Rey naõ teve em grande conta. Mas deste objecto
trac taremos, quando publicarmos a ley, que se fez em Cortes.
Banco do Rio-de-Janeiro.
Portaria.
" Constando á Regência do Reyno, que o Juiz de Fora da
Villa do Crato, Manuel Monteiro da Fonseca Quaresma, naõ ob-
stante ter prestado o juramento ás Bazes da Constituição e ex-
ecutar promptamente as ordens, que lhe saõ dirigidas, se mani-
festa por sua própria confissão pouco addido ao Systema Con-
stitucional, declarando elle mesmo por escripto, que lhe custa a
conceber, que a presente forma de Governo seja a preferrivel á
pretérita; e sendo necessário, que a authoridade publica esteja
depositada em maõs, que naõ vacillem, mas sustentem firme-
mente a causa da Naçaõ, empenhada em fazer seguro e estável
aquelle systema ; a Regência do Reyno, em nome d* El Rey o
Senhor D. Joaõ VI. ha por bem dimittir do serviço o mencio-
nado Juiz de Fora do Crato, Manuel Monteiro da Fonseca Qua-
resma. A Juncta do Estado e Sereníssima Casa do Infantado,
e mais authoridades, a quem competir, o tenham assim exten-
dido e executem e façam executar. Palácio de Regência, 14 de
Junho de 1821.— S. Luiz. Carvalho. Cunha. Oliveira.'
Parece-nos que se deve fazer, como nesta portaria se faz,
grande distineçaõ, entre as opinioeus de um particular, que aa
naõ reduz á practiça, e as de um empregado publico, cujas ac-
çoens, expressoens, e modo de pensar nunca se podem reputar
indifierentes, em matérias desta natureza.
Ao particular deve ser livre o pensar como lhe parecer dos
negocies públicos; seus erros naõ saõ de conseqüência, em
70 Miscellanea.
quanto elle naõ passa a actos; mas quanto aos empregados,
quaesquer que ellés sejam, he evidente que devem ter ideas
favoráveis ao Systema Constitucional, para que possam ser úteis,
formando alguma parte da Administração, que tem de susten-
tar esse systema.
Seja livre aos indivíduos o pensar como melhor souberem,
sobre os negócios públicos, mas o systema constitucional nunca
poderá prosperar, se se soffrerem nos encargos públicos aquelles,
que lhe naõ forem bem affectos. Esta regra naõ deve admittir
excepçoens.
Mas os abusos acham-se de tal modo arraigados na naçaõ, que
he necessária uma força verdadeiramente Hercúlea, para os ar-
rancar. Vê-se isto pela Administração do Correio, aonde, a pe-
zar das Bazes terem determinado a inviolabilidade das commu-
nicaçoens particulares, se continuam a abrir as cartas, mesmo
aquellas, que saõ dirigidas a Membros das Cortes, como se vê
dos debates na sessaõ 107.
Isto naõ pôde provir, senaõ das intrigas do partido anti-con-
stitucional, que, tendo ainda d'entre os seus muitos emprega-
dos, acha meios de practicar essas traças, para indagar do que se
passa, e tirar disso vantagem. Mas as Cortes mandaram de-
vassar deste caso para lhe dar o remédio, o qual porém julga-
mos que nunca será efficaz, em quanto se naõ cuidar em que o
character dos empregados seja conforme aos princípios consti-
tucionaes.
Educação Publica.
Diplomáticos "Portuguezes.
Conde de Sabugal.
Suscítou-se nas Cortes uma questão, que supposto seja de
pouca monta, em quanto respeita um so indivíduo, he impor-
tante pela matéria geral que envolve. O Conde de Sabugal,
por ter sido dos afrancezados, acháva-se desterrado da Corte por
Miscellanea. 79
ordem d' El Rey» quando aconteceo a Revolução; mas a abrigo
desta voltou a Lisboa: e nisto fez-lhe conta a Revolução ; mas
quando a mudança foi a favor do povo, e naõ dos fidalgos, de
tal modo se portou o Conde de Sabugal a respeito do systema
constitucional, que a Regência se vio obrigada a mandar-lhe que
saísse de Lisboa, e fosse para o destino, que El Rey lhe havia
determinado, até que essa ordem fosse legitimamente revogada.
Entaõ appellou o Conde, outra vez, para essas authoridades revo-
luciona/as, que desapprovara, queixou-se ás Cortes do compor-
tamento da Regência, e foi esta obrigada a justificar-se perante
as Cortes.
Ora aqui temos um bom exemplo, do patriotismo daquella
classe de homens : toda a mudança he boa, em quanto pode fa-
vorecer os interesses da Aristocracia; cessa de ser boa, quan-
do protege o bem publico, e torna a ser boa quando pôde, com
o pretexto da administração da justiça, livrar esses mesmos in-
divíduos do que se suppoem vexame.
Mas todo este comportamento do afrancezado Conde de Sa-
ougal se achara mui coherente, quando se considerar, que se
elle seguio o partido Francez na guerra contra Portugal, assim
também o Conde de Palmella foi um dos que assignou a peti-
ção para pedir um Rey a Bonaparte, e foi este mesmo Conde de
Palmella quem aconselhou ao de Sabugal, que se aproveitasse da
Revolução para quebrar a menagem, em que se achava por or-
d' EI Rey, e vir a Lisboa, para se offerecer a servir contra os
rebeldes do Porto, como lhes chamou a proclamaçaõ aconselha,
da por esse Palmella á passada Regência. Ex uno discite om-
nes.
Partido anti-Constitucional.
Referimos o Leitor á falia do Deputado em Cortes, Castello
Branco, sobre o incêndio em Lisboa, para que ajuize da opinião
que em Portugal se faz dos anti-constitucionalistas; e dos estra-
80 Miscellanea.
tagemas a que tem recorrido, com suas cartas anonymas e amea-
çadoras.
He mui possivel, que alguns edifícios sejam queimados por
esses incendiaiios : he tam bem possivel, que um ou outro de-
putado seja assassinado ou envenenado por esses sanginarios;
mas dahi se naõ seguiria mal algum ao systema constitucional,
antes nos parece que de taes atrocidades, como as que se amea-
çam, só resultaria maior ódio contra tal partido, e mais affeiçaõ
ás formas constitucionaes.
O mesmo expediente dessas vinganças particulares provaria a
injustiça de sua causa; e faria sair da apathia aos que se mos-
tram indifferentes. Mas naõ dizemos o mesmo das tramas de
maior importe, que atraiçoadamente se dirigem a desacreditar a
nova ordem de cousas. Ataques indirectos, dirigidos por maõs
astutas, podem surtir mais effeito, do que talvez pensam muito
dos mais bem intencionados membros das Cortes; e se conside-
rarmos os materiaes, que vieram na esquadra do Rio-de-Janeiro,'
os que existem no seio de Portugal, e os que se combinam em
Cortes Estrangeiras, assas objectos haverá em que empregar
bastante vigilância.
Montevedio.
Maranhão.
AMERICA-HESPANHOLA.
BONAPARTE.
FRANÇA.
HESPANHA.
INGLATERRA.
O Parlamento Britânico acabou a sua sessaõ aos 11 de Julho,
e foi prorogado por uma falia dos Commissarios d'El Rey.
Seguio-se a isto a Coroaçaõ de S. M. que teve lugar aos 19,
com toda a pompa e magnificência. El Rey depois da ceremonia
da Coroaçaõ, na Igreja da Abbadia de Westtninster, jautou em
publico no extenso sallaõ chamado Westminster Hall, aonde tam
cg Misce llanea.
bem comeram em separada meza todos os grandes, que por sua
graduação tinham direito a esta distincçaõ.
A exteasaõ e variedade de actos de tal funcçaõ, exclue a pos-
sibilidade de que demos a nossos Leitores se quer um resumo do
que se passou naquelle dia.
Commercio da Escravatura.
Occupadas como estaõ as Cortes de Portugal, em matérias de
tam immediata necessidade, mal podemos esperar que sua atten-
çaõ se distraha para o objecto do Commercio da Escravatura,
cujas conseqüências saõ um tanto remotas, posto que por isto
naõ deixem de ser de grandíssimo pezo para os interesses do
Brazil.
Com estas consideraçoens, do que se poderá fazer mais ao di-
ante, julgamos que devemos deixar aqui registrado o que se pas-
sa agora em Inglaterra a este respeito. O Parlamento Britânico
occupou-se nesta sessaõ, mui seriamente, com o objecto do trafi-
co da escravatura, e se lhe apresentaram factos da mais revoltan-
te atrocidade, comettidos por alguns navios Francezes, empre-
gados na compra e transporte dos escravos de África. Pelo que
se adoptaram na Casa dos Communs as seguintes resoluçosns.
l. a Que todo o producto dos navios e cargas, pertencentes a
subditos dos Reys de Hespanha, Portugal, ou Raizes-Baixos,
respectivamente, capturados por se acharem occupados no illicito
trafico de escravatura, em violação da Convenção feita com
aquelles estados, seja relaxada pelos Lords Commissarios do
Thesouro de Sua Majestade aos captores dos mesmos, em todos
os casos em que tal pioducto se haja de distribuir actualmente
pelos captores.
2. a Que a metade do producto dos vasos e cargas, pertencen-
encentes a subditos dos Reys, de Hespanha, Portugal ou Paizes-
Baixos, respectivamente, empregados no trafico illicito de es-
cravos, em violação da convenção feita com aquelles Estados,
seja concedida pelos Lords Commissarios do Thesouro de S. M-
aos seus captores, em todos os casos em que tal producto aiuds
naõ esteja distribuído pelos captores.
Misctllanea. 87
3.a Que se dê aos captores de taes vasos, um prêmio de dez
libras, por cada escravo perdido, por se achar a bordo de navios
pertencentes a subditos dos Reys de Hespanha Portugal ou
Pàizes-Baixos, respectivamente, capturados por se acharem
empregados no illicito trafico de escravatura, em violação da
Convenção feita com aquelles Estados.
Ora claro está, que a concessão de taes prêmios estimulará
os officiaes de Marinha a prevenir o trafico da Escravatura; e
os resultados devem ser importantes ao Brazil.
TURQUIA
POLÍTICA.
Instrucçoens.
HESPAUHA.
Espécie Seguros.
Onro em barra £3 17 10J Brazil. Ilida 25s Volta 85i
£•?*» da 6400 reis 3 17 6 Lisboa 20s 20B
Dobroens Hespa- Porlo 25» 25a
nhoes 3 14 6 Madeira 25s 25»
Pesos.... di c(o , 4 J0 Açores 52a 25a
Prata em barra Rio da Prata 35s 35e
Bengala 63» «3s
( no )
LITERATURA E SCIENCIAS.
PORTUGAL.
M1SCELLANEA.
CORTES DE PORTUGAL.
Total 514:235.000
Isto he um milhaõ e duzentos e oitenta e sette mil cru-
zados.
Fica pertencendo a El Rey os palácios de Ajuda, e
quintas immediatas; de Alcântara, e Tapada, de Mafra
e sua Tapada, Salvaterra, Vendas Novas e Cintra.
A' Snr.a Raynha os rendimentos da Casa da Raynha.
Ao Principe Real as rendas da Casa de Bragança, que
por agora entram no Erário, visto naõ ter elle vindo para
Lisboa, e serem estas medidas temporárias. A casa do
Infantado para o Snr. Infante D- Miguel.
Os palácios seraõ concertados pelo Erário, e a dotação
d'El Rey he restricta á Ucharia de toda a Família Real,
Mantearia, Guarda Roupa, Cavalhariça, Cocheira, e
Criados de todas as ordens do Paço.
Governo do Brazil.
Melhoramentos em Portugal.
Diplomáticos Portuguezes.
A M F . R I C A - H f . S P A N HO L A .
Circular.
E S T A D O S - U N IDOS.
HESPANHA.
INCI.ATBKEA.
EU88IA.
Total 19:450.000
Divida do Império, que naõ vence juros em notas do
Baaco.
Rubles de papel 639.460.000, avaliados em libras
esterlinas 27:000.000
Total £46:450.000
Para encontrar esta divida possue o Banco do Governo um
capital de 35:799.531 rubles: e 60.000.000 rubles das rendas do
Império saõ annualmente fixos para o pagamento dos juros da
divida nacional, e para o fundo de amortização, e para o fim de
diminuir as notas do Banco do Governo que servem de papel
moeda.
O fundo de amortização tem ja um capital, excedente as des-
pejas, de 15.000.000 rublos, que a 6 por cento dá annualmen-
te 900.000 rublos, e terá de comprar no decurso deste anno, 9
milh oens da divida nacional, que vence juros.
Pelo que respeita a questão da guerra ou paz entre Rússia ea
Turquia, continua a mesma incerteza, assim como os preparati-
vos de guerra de ambas as partes. Explicam alguns a indecisão
que se observa, pela circumstancia de haver tanto no Gabinete
de Rússia como no Divan em Constantninopla dous paritdos de
175 [182] Miscèllanea.
TURQUIA
POLÍTICA.
Espécie eguros.
Ouro em barra £ 3 17 10J ' Brazil. Ilida 25s Vol
Peças de 6400 reis 3 17 6 Lisboa 20»
Dobroens Hespa- por
. onça Porto 2bs
nhoes 3 M 6 Madeira 25s
P e z o s . . . .dietos 4 9j' Açores 52>
Prata em barra Rio Ha Praia 35s
Bengala 63s
209
LITERATURA E SCIENCIAS.
NOVAS P U B L I C A Ç O E N S E M I N G L A T E R R A .
MISCELLANEA.
CORTES DE PORTUGAL.
3* Sessaõ Extraordinária.
4. a Sessaõ extraordinária.
Esta sessaõ começou ás 5 horas da tarde do mesmo dia.
Tractou-se das ultimas promoçoens no exercito e mari-
nha, feita no Rio-de-Janeiro, e das preteriçoens, que en-
taõ houveram. Remetteo-se a matéria depois de longa
discussão a uma commissaõ especial.
Examinaram-se vários pareceresde Commisoens,quese
achavam atrazados»
Negócios do Brazil.
Evacuação de Monte-Vedio.
Por mais de uma vez se tem mencionado nas Cortes o negocio
de Monte Vedio ; e sentimos dizer, que alguns deputados tractá-
ram esta matéria, que suppomos da maior importância ao Bra.
zil, como objecto de mera bagatella. Na sessaõ do dia 21 de
Julho se leo nas Cortes o parecer da Commissaõ do Ultramar, á
cerca de Monte-Vedio, que propunha se mandassem render as
tropas que ali se achavam. O parecer ficou por entaõ adiado.
No entanto o Governo do Rio-de-Janeiro mandou ordens ao
General Lecor, para que, convocando os habitantes de Monte
Vedio, soubesse delles se queriam continuar unidos ao Brazil,
ou recobrar sua independência; no primeiro caso, que nomeas-
sem Deputados para as Cortes; no segundo, que o general Lecor
se retirasse com suas tropas para o Rio-Grande,
O General Lecor fez a convocação do povo, mas esta tornou-
se tam desregrada e tumultuosa, que o General decidio naõ
estarem as cousas em estado de poder haver deliberaçoeus ma-
duras, e por tanto, que continuaria na oocupaçaõ da praça, e
darta parte ao Governo.
Havendo tractado tam diffusamente, como temos feito em
outros números deste periódico, da importância do território de
Monte Vedio para o Brazil, e do direito que Portugal tem
áquellaoccupaçaõ, só nos resta dizer, que seria muito em descré-
dito das Cortes, determinar ousanccionar a evacuação de Monte
Vedio, sem tomar em consideração todas as circumstancias desta
240 Miscellanea.
Liberdade da Imprensa.
Finanças.
Diplomáticos Portuguezes.
Referimos no nosso N.° passado, p. 171, que o Ministro Con-
de de Barbacena, tinha recommendado ás Cortes a contempla-
ção com o Marquez de Marialva, e outros Diplomáticos, que se
tinham feito obnoxios á Naçaõ. Este officio do Ministro foi re.
mettido a uma Commissaõ Diplomática especial, a qual fez o seu
relatório na sessaõ extraordinária de 4 de Agosto.
Em conseqüência deste relatório determinaram as Cortes, que
se respondesse ao Ministro, quanto a nomeação de novos Diplo-
máticos, que as Cortesficavaminteiradas ; e quanto á exposição
officiosa a respeito do Marquez de Marialva, Saldanha e Conde
de Oriola, se devia responder, que as Cortes ja tem tomado a
sua deliberação á cerca dos Diplomáticos.
Na verdade he inconcebível a tergiversação, que temos obser-
vado, a respeito deste negocio dos Diplomáticos Portuguezes.
Se naõ houvessem factos, tam positivos como como ha, bastava *
Miscellanta. 253
pre8umpçaõ para o presente Governo naõ continuar em tam de-
licados empregos, homens de que o passado Governo usara, quan-
do tudo tendia ao systema do despotismo; pois tal he a natureza
dos lugares diplomáticos, que os agentes de um governo despo-
tico nunca podem bem servir um governo constitucional; e quan-
to melhor servissem o despotismo, tanto menos aptos saõ para
favorecer as vistas he um systema liberal.
O primeiro cuidado do Governo de Hespanha, logo que obteve
a sua regeneraçeõ, foi remover todos os seus ministros diplomá-
ticos, e substituídos por outros homens de differentes opinioens
políticas. Mas a conveniência desta medida he tam obvia, que
naõ precisa de citação de exemplos.
Com effeito, como se pode esperar que os Diplomáticos Por-
tuguezes cumpram honradamente as ordens do presente Governo,
quando elles haõ desacreditado os motivos da revolução. Até
no modo ordinário de negociar entre os gabinetes, todas as vezes
que he preciso mudar o systema, que se tinha mandado susten-
tar por algum ministro, he este mudado, para o naõ obrigar a
contradizer o que elle mesmo dantes advogara, ou lançar contra
seu Governo e Naçaõ a culpa da mudança de medidas. Suppc—
mos este principio tam bem sabido, que em sua prova so daremos
um insignificante facto.
A gazeta Ingleza, chamada o Courrier, publicou falsificados
ou exaggerados factossobre o ter a populaça em Lisboa quebrado
pedradas as janellas do Cônsul Austríaco, porque naõ puze-
ra luminárias, quando toda a Cidade de Lisboa se illuminava. A
Corte de Áustria tomou daqui pretexto para se formalizar, pela
publicidade que tal insulto obtivera, em conseqüência do que
disse aquella gazeta.
Se a queixa se originou nessa publicidade, isso se remediava,
mandando o Ministro Portuguez em Londres contradizer official-
mente aquelle jornal, e nas paginas do mesmo jornal; de manei-
ra que junctamente com o veneneo apparecesse o antídoto. Mas
elle naõ fez isso, nem éra de esperar que o fizesse ; e por tanto
a culpa he das Cortes, que naõ tem attendido a este negocio dos
254 Miscellanea.
Direitos de Cidadão.
Muito estranho nos tem parecido, que, declarando-se tam al-
tamente a voz da Naçaõ Portugueza, a favor de uma Consti-
tuição liberal; haja nas Cortes quem tanto insista em restrin-
gir e limitar os direitos de cidadão, o que está bem longe de ser
principio liberal, e mais parece dictado pelos princípios da mes-
quinhez.
Naõ admira, q u e o Bispo de Beja propuzesse riscar de ser
cidadão Portuguez todo o que deixar de ser Catholico Romano,
256 Miscellanea.
a seu modo: nao admira isto; primeiro porque he Bispo, e
segundo porque he o Bispo de Beja. Como Bispo segue a má-
xima dos fanáticos, que assentam, que a verdadeira religião pre-
cisa da força, do ferro e fogo, para se sustentar: como Bispo
de Beja, que ja votou pelo que houvesse de decidir a maioridade;
e quem assim votou uma vez, merece toda a indulgência, em
tudo quanto disser nas Cortes.
Mas o mesmo naõ podemos dizer de outros deputados, que
tem em tantos pontos mostrado seu juizo, e discernimento, quan-
do os vemos inclinados a quartar os direitos do cidadão : ja pro-
pondo uma distincçaõ odiosissima, entre Portuguezes e cida-
dã õs Portuguezes; ja limitando a eleição dos deputados de
Cortes áos que residirem na província aonde se faz a eleição; e
ja propondo a regra de que os Portuguezes, que residirem fora
do Reyno por cinco annos sem licença do Governo, percam o
direito de cidadão, &c.
Esta ultima restricçaõ nos parece por extremo illiberal: e
desafiamos os membros das Cortes, a que nos mostrem um ex-
emplo de tal legislação, naõ dizemos ja em paizes livres e con-
stituoionaes, mas em qualquer Estado civilizado da Europa,
por mais despotico, que seja seu Governo.
A faculdade loco-motiva, he inherente ao homem, emil casos
acontecem diariamente, em que o cidadão he forçado a sair da
pátria, e se a licença do Governo se lhe deve dar em todos ca-
sos, vem a ser uma cerimonia inútil; e se o Governo a pode ne-
gar he fazer o cidadão servus gleba, escravo do terreno, donde
naõ pode sair sem licença de seu senhor, debaixo da máxima
pena, próxima á de morte natural, de perder seu direito de
cidadão.
Motivos de família justíssimos, consideraçoens pecuniárias
pes8oaes,e muitos outros motivos, obrigarão o cidadão a ausen-
tar-se temporariamente, sem que deva revelar seus motivos, nem
ao Governo nem a ninguém; e por isso seria a maii tyraonica
oppressaõ ao indivíduo expôllo por isso á máxima pena da morte
civil.
Muito má idea se dá daquella pátria, em que he preciso for
çar os cidadãos a viver ntlla, por leys penaesde tal severidade :
Misccllanca. 257
AMERICA IIESPANHOI.A.
HESPANHA.
KUSSIA.
TURQUIA
CONRESPONDENCIA.
Resposta do Brazil
O BBAZILEIRO.
Avizos a Conrespondentes.
POLtTICA.
Espécie eguros.
Onro em barra £ 3 17 10J BTazil. Hida 25» Volta 26'
Peças de 6400 reia 3 17 6 Lisboa 20s 20s
Dnbroea» Heapa. por
. onça . Porto 25» 35s
uboes 3 14 6 II Madeira 25a 2»a
Vez<n dielos 4 9 I Açores 52» *6»
Prata em barra 4 Itf j ' Ria da Prata 3Ss
Be»gala 6Ss fij»
( *77< )[280e]
LITERATURA E SCIENCIAS.
NOVAS PUBL1CAÇOEN3 E U I N G L A T E R R A .
PORTUGAL.
MISCELLANEA.
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Mistellanea. 287
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288 Miscellanra.
Observaçoens á Despeza.
Observaçoens â Receita.
CORTES S E PORTUGAL.
I 8 5 . a Sessaõ. 1 9 de Septembro.
Mudança de Ministério,
Os nossos Leitores estaõ ja informados de se haver mudado o
Ministro dos Negócios Estrangeiros em Lisboa : agora temos de
annunciar, que todos os outros Ministros foram também removi-
dos, nomeando S. M. os seguintes:
Para os Negócios do Reyno, o Desembargador Felippe Ferrei-
ra de Aiaujo e Castro. Para a repartição da Justiça, o Dr.
Jozé da Silva Carvalho. Fazenda, o Dr. Jozé Ignacio da Costa.
Guerra, Manuel Martins Pamplona.
Precedeo a esta mudança o ter o Ministro dos Negócios do
Reyno mandado perguntar ás Cortes, se El Rey poderia nomear
um Conselheiro d'Estado para a Secretaria do Ministério da Jus-
tiça, que por um decreto das Cortes de 23 de Agosto se desanne-
xára dos Negócios do Reyno.
As Cortes responderam pela negativa, mas na sessaõ 168, em
que isto se resolveo, se fizeram acres observaçoens, sobre os mo-
tivos de tal pergunta, e conseqüências desta doutrina.
Suscitou-se também nas Cortes grande queixa contra os demais
Ministros, apontando alguns Deputados faltas consideráveis,
como éra a de se naõ ajunetarem em Conselho de Gabinete, e
deliberarem junetos sobre as matérias de Governo Geral: naõ at-
tenderem á má administração de Justiça, punindo os culpados ;
ícc. O Ministro da Fazenda, que também fora comprehendido
nessas queixas, principalmente por oecupar mais de um emprego,
eipedio a 27 de Agosto uma portaria mui enérgica, para que
os empregados públicos prestassem a devida attençaõ a suas obri-
gnçocns, mas como naõ passou de uma admoestaçaõ geral, naõ
satitfez isso aos clamores, que se haviam suscitado nas Cortes.
Seguio-se a isto a nomeação dtí" novos Ministros, para todas as
Keparliçoens, como fica dicto: o que evidentemente se deve at-
320 Conrespoudencia.
Cortes de Portugal.
Monte-Vedio.
AMERICA HESPANHOLA.
ESTADOS-UNIDOS.
HESPANHA.
CONRESPONDENCIA.
CORREIO BRAZILIENSE
D E NOVEMBRO 1821
POLÍTICA.
AMERICA HESPANHOLA.
Etpecie Seçitras.
Onroembsrra £3 17 10I Brnril. Ilida 25s Volta 23s
H«-Ç.s dê 6400 reis 3 17 0 f.isl.na 20s 20s
Dobroens Hespa- por
<in <n
Porto 25P 25S
nhoes 3 ,, Madeira 25s 25s
Pezot. ..dictos 4 Açores 52s 25»
Prata em barra 4 Rio da Praia 35% 35s
liengala 63s 83*
VOL. XXVII. N.o 161. 3A
( 360 )
LITERATURA E SCIENCIAS,
N O V A S p u n i . i t A Ç O E N S EM I N G L A T E R R A .
PORTUGAL.
Introducçaõ.
(Continuar-se-ha.)
387
MISCELLANEA.
Systema de Intolerância.
Quando se tractou nas Cortes o artigo da Constituição, que
declarava a Religião Catholica Apostólica Romana, a Religião
dos Portuguezes; quizéram alguns Deputados, que se estabele-
cesse, que o Portuguez, que deixasse de ser Catholico Apostó-
lico Romano, perdesse os direitos de Cidadão; e se resolveo,
que naõ entrasse a matéria naquelle lugar; mas que se reservas-
se para outro artigo, em que se tracte dos direitos de cidadão e
modo de perder esse direito.
Naõ foliaremos da tolerância religiosa, mas sim da tolerância
civil; porque naõ escrevemos como theologns, mas como políti-
cos ; e isto, naõ porque nos faltem argumentos, mas porque
naõ be sobre as decisoens de um concilio, e sim á cerca de me-
didas de uma asseuiblea legislativa, que nos propomos tractar.
Como christaõs, basta-nos ter lido os Evangelhos, e os escrip-
tos dos Apóstolos, para estarmos convencidos de que a Religião
Chriataâ be fundada na tolerância, porque os seus preceitos saõ os
da brandura, sorTrimento, charidade, e resignação na humildade;
e que somente o espirito anti-christaõ de alguns ecclesiasticos,
com as vistas de conservar suas riquezas e poder, a despeito e
em detrimento das máximas do Evangelho, poderiam jamais
lembrar-se de querer sustentar essa religião de brandura, com
ferro e fogo, valendo-se para isso do auxilio de governos tempo-
raes, assas ignorantes, ou assas perversos, para traficarem com
a religião, em apoio de suas sinistras intençoens.
Basta lêr a vida de Jesus Christo, como a referem os Evange-
listas, para conhecer, que os seus preceitos se destinavam a cor-
tar pela raiz a intolerância dos Judeos, que se tinha introduzido
entr'elles, da maneira a mais perniciosa, tanto para seus negó-
cios civis, como para a pureza de seus dogmas. Foi precibu
todo o sophisma dos ecclesiasticos, todo o manejo oculto de suas.
Miscellanca. 423
Cortes de Portugal.
Brazil.
Pelo documento, que publicamos no principio deste N.° se ve
a resolução das Cortes para que volte do Brazil S. A. R. o Prin-
cipe Regente, e passe a viajar algumas das Capitães da Europa.
Também se apresentou ás Coites um officio do mesmo Princi-
pe Regente, em que S. A. R. representa a pouca authoridade,
que exerce no Brazil, porque as provincias naõ contribuem para
o Erário do Rio-de-Janeiro, e este se acha com déficit de vinte
milhoens, que o mesmo Principe diz naõ sabe d'ondc lhe haõ de
vir.
Misccllunca. 435
Pernambu co.
Armada Portugueza.
Banco do Brazil.
AMERICA HESPANHOLA.
México.
Columbia.
Buenos-Ayres.
Chili.
HESPANHA.
INGLATERRA.
Ilhas Ionias.
SARDENHA.
CONRESPONDENCIA.
POLÍTICA.
nEYNO U N I D O DE P O R T U G A L D R A Z I L E AT.CARVES,
D. Joaõ, &c.
As Cortes Geraes Extraordinárias e Constituintes da
Naçaõ Portugueza, attendendo a que a accumulaçaõ dos
negócios do Ultramar na Secretaria de Estado da Marinha,
demanda conhecimentos e trabalhos superiores ás forças
de um homem só, decretam o seguinte:—
1.° Os negócios rias provincias Ultramarinas, que até
o presente tem estado annexos á Secretaria de Estado da
Marinha, ficam pertencendo a cada uma das diversas Se-
cretarias de Estado, segundo a sua natureza for, do In-
terior do Reyno, da Justiça, da Fazenda, da Guerra, e
Estrangeiros.
2. A Secretaria de Estado da Marinha ficam em conse-
qüência competindo somente aquelles negócios, que forem
relativosà Repartição da Marinha, 110 Reyno Unido de
Portugal, Brazil e Algarves, equantoaté agora dizia res-
peito ao Ultramar, correrá daqui em diante pelas mesmas
lvepartiçoens, por onde se expedem os negócios de Por-
tugal e Algarve.
3. I odos os livros, documentos e mais papeis, que na
47C Púlitüii.
Secretaria de Estado ria Marinha se acharem pertenc
ao Ultramar, seraõ classificados, distribuídos o rei
dos, segundo o seu objecto, ás respectivas Secretav
Estado.
4. Fica nesta parte revogado o alvará de 28 deJu
1736, e qualquer outra legislação contraria á riispc
do presente Decreto.
Paço das Cortes em 6 de Novembro de 1821.
Pelo que mando, árc.—Palácio de Queluz 8 de Ni
bro de 1821.
Er. R E Y , com guarda.
Felippe Ferreira ri'Araujo e Cas
Accordan.
Pernambuco, salgados
Rio Grande de cavallo
Ipecacuanh» Brazil por lb. 4s. } ,,
Olco de cupaiba St. íP°r,b-
Orucu
1
Pio Amarelo. Brazil direitos pagos pelo
Pao Brazil . . . . Pernambuco 200Í. por ton . . . . comprador,
Snlia Parrilha. Para . 2s. Op, a 2s, 6p.
T.baco \emt °\l
r
£ direitos pagos pelo
/ em lolh $ comprador,
Tapioca Brazil 6£ porlb.
l.specie Seguros.
'"«""barra £3 17 10A Brazil. Hida 2ãs Volta 25s
; Í » U . 6400 reis 3 17 0 Lisboa 20s 2l)s
l>^roe„, Hcspa. por Porta 25s 25»
I»,., J 14 0 onça Madeira 25s 25s
'""••'.•4.1-1.,
1
4 «;i Açores 2fts 25s
" " em barra , w\ Rio da Prata 35s 63*
Bengala 63s 63a
480
LITERATURA E SCIENCI
PORTUGAL
(Continuado de p. 386.)
Continuai-se-ha.
490
MISCELLANEA.
CORTES SE PORTUGAL.
2 2 l \ Sessaõ. 2 de Novembro.
Constituição.
Conselho de Estado.
Quando seinstitnio o Conselho de Estado, expuzemos as ob-
jecçoens, que eram obvias, á cerca de sua composição e attri-
buiçoens. Começam a apparecer os resulados, no segniute
officio :—
" Illustrissimo e Excellentissimo Senhor.—O Conselho de
Estado remette a Vossa Excellencia o requirimento incluso de
Joaõ Gomez da Cruz, para que Vossa Excellencia se sirva es-
clarecello sobre os objectos de que elle tracta, ordenando a re-
messa para o mesmo Conselho, de todos os papeis, que elle men-
ciona, e que devem existir nessa Secretaria, ou no Conselho da
Fazenda. Deus guarde a V. Ex,a Paço da Bemposta, em 13
de Outubro de 1821. Joaõ Antônio Ferreira de Moura.—Snr.
Jozé Ignacio da Costa."
Ora perguntamos aos fautores de tal Conselho de Estado, se o
Ministro de Estado, a quem este officio foi remettido, naõ o
quizesse cumprir } a quem se queixaria o Conselho ? A El Rey:
e se El Rey acha-se que o Conselho, e naõ o Ministro estava
no erro, como se livraria El Rey desse Conselho, que as Cortes
e naõ elle nomearam? Appellaria para as Cortes—entaõ estas
tomariam ssbre si a responsabilidade de resolver as questoens do
Gabinete, e por tanto tirariam do Ministro esta responsabilidade.
i Ora he isto o que se intenta estabelecer pela presente Consti-
tuição, ou pelas bazes ja adoptadas ? Julgamos que naõ. E
seja isto prova da necessidade de pôr as leys todas em harmonia
com o principio, que se adoptar, para a Constituição do Estado.
Com o Conselho de Estado tal qual está, El Rey naõ he livre no
seu Governo, e a Responsabilidade dos Ministros naõ he perfeita.
Brazil.
Deixamos para o N.° seguinte a consideração do segundo pon-
to, que mencionamos a cima (conservação da uniaõ do Brazil
532 Miscellanea.
com Portugal) naõ só porque o primeiro (responsabilidade dos
Ministros) nos occupou mais espaço do que pensávamos; mas
porque he esta matéria em que entramos de mui pouca vontade ;
posto que em fim he preciso entrar nella, ja que assim o quer a
sorte. Limitar-nos-heinos agora aos suecessosde Pernambuco e
Rio-de-Janeiro.
Os 42 prezos, que de Pernambuco remetteo para Lisboa o
Governador Rego, foram soltos, como tínhamos annunciado no
nosso N." passado : o que se fez pelo accordaõ, que publicamos
a p. 476. Pareceria que depois daquella decisão naõ haveria
mais duvida sobre o character dos procedimentos daquelle Gover.
nador; visto que uns dos prezos foram absolvidos, porque até
nem tinham pronuncia; outros porque naõ havia prova contra
elles ; e outros porque ja tinham sido soltos por sentenças, pelo
mesmo crime por que Rego agora os tornou a prender.
Naõ obstante isto houve ainda quem fallasse nas Cortes contra
os prezos, como foi o Deputado Bastos ; o Deputado Pereira do
Carmo pedio, que se suspendesse o juizo sobre o proceder de
Rego; mas nós vendo o accordaõ,que he juizo definitivo, mal po-
demos em nosso entender dar sentença suspensiva somente.
Em quanto isto se passava em Lisboa, esforçava-se Rego em
Pernambuco, para obrigar a Juncta Piovisoria de Governo, (que
se creou na Goyana, e que para se crear tinha a mesma autho-
rídade, que todas as mais das outras partes do Brazil, que tem
sido approvadas pelas Cortes) a que prestasse obediência á que
elle creáracomo lhe pareceo, e levou suas ameaças e prizoens ao
ponto de que os de Goyana foram obrigados a armar-se para se
defenderem, e pura naõ terem a sorte dos mais, que Rego podia
colher ás maõs. Rego, ein vez de accommodar as cousas, con-
tinuou seus roucos em Pernambuco, os outros vieram contra
elle, e o modo por que o apertaram o descreveremos com o se-
guinte extracto de nnia Gazetta dos Estados Unidos, que por
ser narrativa estrangeira fica izenta da suspeita de ser parcial a
algum partido.
Miscellanea. 533
Liberdade da Imprensa.
Chegou ja o caso, que lilibamos previsto, quando demos nossa
Misccilauca. 511
Despachos Diplomáticos.
Conde de Palmella,
AMERICA HESPANHOLA.
Cotnmbiu.
A Republica de Columbia, propoz á província de Guayaquil,
que se unisse aos outros Estados de Venezuela e Nova Granada,
com que a Republica de Columbia terá importantes portos no
Oceano e mar Pacifico. Aos 15 de Maio se concordou em
Guayaquil, n'uma convenção, que conta 7 artigos, e que de-
termina esta uniaõ.
Tendo os Columbianos tomado posse de Carthagena, única
praça que ainda restava aos Hespanhoes naquella costa, des-
tinava-se o General Bolívar a ir com uma expedição contra Pa-
namá, o que dará á Republica de Columbia o commando do
ithmo daquelle nome, e completará o território de que aquelle
novo Estado se deve compor.
Segundo estes planos vein o Brazil a ficar em contacto com a
Republica de Columbia, pela demarcação do Governo do Rio-
Negro.
México.
Chile.
ESTADOS UNIDOS,
FRANÇ A.
Ordenança Real.
nr:si'AN H A .
R U S s I A.
TURQUIA.
DO VOLUME XXVII.
No. 158.
POLÍTICA.
COMMERCIO E A R T E S .
L I T E R A T U R A E SCIENCIAS.
Novas publicaçoens em Inglaterra 16
Portugal 17
O Eremeterio de Kandu 18
556 Index.
MISCELLANEA.
No. 159.
POLÍTICA.
COMMERCIO E ARTES.
LITERATURA E SCIENCIAS.
Novas publicaçoens em Inglaterra 11
Portugal 112
MISCELLANEA.
Cortes de Portugal, desde sessaõ 116 ate 143 113
V O L . XXA 7 II. N°. 1Ü3. 4c
558 Inde.i.
No. 160.
COMMERCIO E A R T E S .
L I T E R A T U R A E SCIENCIAS.
MISCELLANEA.
C O N R E S P O N D E N CIA
N o . 161
POLÍTICA.
COMMERCIO E A R T E S .
L I T E R A T U R A E SCIENCIAS.
MISCELLANEA.
CONRESPONDENCIA.
No. 162.
POLÍTICA.
COMMERCIO E ARTES.
MISCELLANEA.
Relatoiioda Commissaõ de .Marinha ás Cortes 38?
Cortes de Portugal. Sessaõ 199. a até 210 394
CONRESPONDENCIA.
N o . 163.
POLÍTICA.
COMMERCIO E ARTES.
LITERATURA E SCIENCIAS.
MISCELLAMiA.