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Súmula 561-STJ

Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO ADMINISTRATIVO
CONSELHOS PROFISSIONAIS
Fiscalização da presença de farmacêuticos nas farmácias

Súmula 561-STJ: Os conselhos regionais de Farmácia possuem atribuição para fiscalizar e


autuar as farmácias e drogarias quanto ao cumprimento da exigência de manter profissional
legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o período de funcionamento dos
respectivos estabelecimentos.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/12/2015. DJe 15/12/2015.

Determinação legal para a presença de farmacêutico nas farmácias


A Lei Federal nº 5.991/73 determina que em todas as farmácias e drogarias deverá haver sempre um
farmacêutico trabalhando. Confira:
Art. 15. A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência de técnico responsável, inscrito no
Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.
§ 1º A presença do técnico responsável será obrigatória durante todo o horário de funcionamento do
estabelecimento.
§ 2º Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão manter técnico responsável substituto, para os
casos de impedimento ou ausência do titular.
§ 3º Em razão do interesse público, caracterizada a necessidade da existência de farmácia ou drogaria, e
na falta do farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização local licenciará os estabelecimentos sob a
responsabilidade técnica de prático de farmácia, oficial de farmácia ou outro, igualmente inscrito no
Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.

Ocorre que a Lei não disse, de forma explícita, qual seria o órgão ou entidade responsável pela fiscalização
dessa obrigação legal.

Diante disso, surgiu a seguinte dúvida: de quem é a competência para aplicar multas às empresas do
ramo farmacêutico que descumprirem a obrigação legal de manterem profissionais habilitados durante
todo o horário de funcionamento dos estabelecimentos? Trata-se de competência do Conselho Regional
de Farmácia ou do órgão de vigilância sanitária?
Do Conselho Regional de Farmácia. Compete aos Conselhos Regionais de Farmácia a atribuição para
fiscalizar e autuar as farmácias e drogarias que não cumprirem a exigência de manter profissional
legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o período de funcionamento dos respectivos
estabelecimentos.
Para o STJ, esta competência decorre dos arts. 10 e 24 da Lei nº 3.820/60. Veja o que dizem os referidos
dispositivos:
Art. 10. As atribuições dos Conselhos Regionais são as seguintes:
(...)
c) fiscalizar o exercício da profissão, impedindo e punindo as infrações à lei, bem como enviando às
autoridades competentes relatórios documentados sobre os fatos que apurarem e cuja solução não seja
de sua alçada; (...)

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Art. 24. As empresas e estabelecimentos que exploram serviços para os quais são necessárias atividades
de profissional farmacêutico deverão provar perante os Conselhos Federal e Regionais que essas
atividades são exercidas por profissional habilitado e registrado.
Parágrafo único. Aos infratores deste artigo será aplicada pelo respectivo Conselho Regional a multa de
Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

E os órgãos de vigilância sanitária?


Os órgãos de vigilância sanitária possuem competência para conceder o licenciamento do estabelecimento
e para fiscalizar as farmácias e drogarias nos aspectos relacionados com o cumprimento das exigências
sanitárias (art. 21 da Lei nº 5.991/73). As atribuições dos órgãos de vigilância sanitária não incluem a
fiscalização da atuação ou não do farmacêutico, já que este é um aspecto ligado ao exercício da profissão,
razão pela qual é tarefa do respectivo Conselho Profissional.

Resumindo:
O Conselho Regional de Farmácia é o órgão competente para fiscalização das farmácias e drogarias quanto
à verificação de possuírem, durante todo o período de funcionamento dos estabelecimentos, profissional
legalmente habilitado, sob pena de incorrerem em infração passível de multa.
O órgão de vigilância sanitária tem como atribuição licenciar e fiscalizar as condições de funcionamento
das drogarias e farmácias no que se refere a observância dos padrões sanitários relativos ao comércio
exercido, notadamente o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos.

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