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Ana Paula Ramos


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Ana Paula Ramos

Ana Paula Ramos

CAMINHO DA VOCAÇÃO

Guia prático para quem ainda não sabe o que quer fazer da vida

2016
Caminho da Vocação 3
Ana Paula Ramos

Copyright© 2016 por Ana Paula Ramos

Edição: Ana Paula Ramos

Capa: Arte Canva

Projeto Gráfico: Ana Paula Ramos

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Ramos, Ana Paula.

Caminho da Vocação / Ana Paula Ramos – Belo Horizonte, 2016.

1. Vocação. 2. Talentos. 3. Paixões


I. Título.

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2016

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Contato: contato@anapaularamos.com
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Ana Paula Ramos

ÍNDICE

 O que eu gostaria de te contar primeiro

 Introdução

 # 1: Comece por você


- Sobre a importância do autoconhecimento

 # 2: Entenda seus valores


- Sobre a importância de saber o que é realmente importante pra
você

 # 3: Liste suas paixões


- Sobre entender o que faz os seus olhos brilharem e o seu coração
bater mais animado

 # 4: Mapeie seus talentos e habilidades


- Porque você é muito talentoso sim!

 Sobre a autora
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Ana Paula Ramos

O que eu gostaria de te
contar primeiro
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Ana Paula Ramos

D
urante muito tempo eu me senti completamente perdida em relação à
minha missão no mundo. Eu simplesmente não conseguia reconhecer
em mim nenhum talento ou habilidade especial que me levasse a algum
lugar que fizesse sentido pra mim. Eu olhava para pessoas que já tinham
conquistado e realizado tantas coisas na vida – pessoas que pareciam muito
felizes e bem-sucedidas – e eu tinha a sensação de que eu continuava
exatamente no mesmo lugar, de que a minha vida não evoluía em nada, sabe?
Era como se eu vivesse constantemente adiando decisões importantes ou à
espera que algo inusitado acontecesse comigo: que alguém acendesse a tal da
luz no fim do túnel ou que batesse na minha porta só para dizer que, agora sim, já
tinha a resposta que eu tanto procurava: “Qual é o meu propósito no mundo?”.

Quando eu tinha 17 anos, o sentimento de estar completamente perdida se


manifestou de forma ainda mais intensa e assustadora. Eu não tinha a menor ideia
do que queria fazer da vida, mas, como a cartilha dizia que o término da vida
escolar pressupunha, inevitavelmente, prestar o vestibular e entrar numa boa
faculdade, não vi muita saída.

Como eu gostava de escrever e de contar histórias – e sempre fui muito curiosa –


pensei: vou prestar vestibular para jornalismo então. Mas te confesso que eu não
sabia quase nada a respeito da vida real de um jornalista. Eu sequer conhecia
pessoalmente um.

E então me atirei meio às cegas naquela escolha, porque o mundo ao redor só


falava em vestibular, todos os colegas, amigos, professores e familiares só
pareciam ter esse assunto comigo. Vestibular. Vestibular. Vestibular.

“Vai prestar vestibular para qual curso?”.

Como resultado, você já pode imaginar que a minha vida acadêmica foi bem
conturbada, né?

Após trancar mais de três vezes a faculdade de jornalismo por não estar certa de
que aquilo era pra mim e, nesse meio tempo, concluir a minha formação em
teatro, fazer disciplinas isoladas nos cursos de pedagogia e relações públicas e
cogitar seriamente migrar para a psicologia, eu finalmente entendi que era uma
multipotencial.

E que estava perdida.


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Durante grande parte da minha vida, eu tinha feito escolhas em função do que as
outras pessoas podiam pensar ou falar a meu respeito. Durante grande parte da
minha vida, tentei agradar e ser aceita, corresponder às expectativas dos outros,
alcançar um ideal de sucesso e felicidade que, a bem da verdade, nem era o meu.

Na ânsia de tentar agradar o tempo todo – e empacada em função do medo de ser


julgada e criticada, de fracassar e fazer papel de boba – eu tinha me perdido de
mim mesma. Eu não sabia mais quem eu era, do que gostava, no que acreditava,
pelo que valia a pena lutar. Eu já não vivia com propósito e paixão. E aquilo que
angustiava muito.

Num daqueles dias que valem por todos os outros, porém, tomei a decisão mais
importante de toda a minha vida: não dava para adiar mais. Se eu não sabia quem
eu era e qual era o meu propósito nesse mundo – o que eu queria fazer da vida,
afinal de contas? – eu precisava descobrir.

Era chegada a hora de me reconectar com a minha própria essência, olhar para
dentro mesmo, e começar a fazer escolhas mais alinhadas com quem eu
realmente era e valorizava na vida.

Assim, ao longo da minha jornada de reconexão comigo mesma, fui aprendendo a


redescobrir as minhas paixões, os meus valores mais preciosos, os meus talentos
e habilidades e tudo o que eu podia fazer ao alinhá-los num modelo de vida e
trabalho que me inspirava.

Eu gostava de escrever, orientar, ensinar, conversar com as pessoas sobre


questões da psique humana, observar mudanças concretas na minha vida e na
dos outros, contar histórias, buscar alternativas e soluções para todo e qualquer
desafio que eu visse pela frente e ainda tinha uma facilidade enorme para falar em
público.

Ok.

Esses eram os meus talentos e as minhas paixões.

Mas, o que eu ainda não sabia – e que só fui descobrir depois de passar por um
processo de coaching – é que eu podia reuni-los, sim, em um trabalho que fizesse
os meus olhos brilharem e o meu coração bater mais animado. Eu só precisava
descobrir exatamente qual trabalho era esse e, caso ele ainda não existisse, eu
precisava criá-lo!
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Ao decidir que queria ser escritora, um leque de opções se abriu bem na minha
frente, porque eu comecei a pensar fora da caixa, considerando, dessa forma,
todas as possibilidades que aquela escolha podia me oferecer. Ser escritora
significava apenas publicar livros em papel por meio de grandes editoras? Era só
isso?

E se eu pudesse escrever sobre aqueles assuntos que eu mais gostava, como


autoconhecimento e transformação pessoal, e, a partir daí, pudesse publicar e-
books, palestrar, dar workshops e cursos, orientar indivíduos em sessões de
coaching e, por que não, ganhar um bom dinheiro fazendo aquilo que eu mais
amava?

Com foco, clareza, consistência, coaching, prática e muita pesquisa, cheguei à


conclusão de que era aquilo que eu queria fazer. Era aquela a minha missão
maior, o meu propósito de vida:

Ajudar pessoas que se sentem “perdidas” ou infelizes nas suas


escolhas de vida e trabalho a descobrirem a sua real vocação, para
que elas possam viver com mais empoderamento e propósito.

É exatamente este o meu objetivo com este e-book, que funciona mais como um
guia prático: ajudar você a se conhecer melhor e descobrir, aí dentro, talentos e
habilidades que você nem sabia que existiam, para que você sinta que está
vivendo plenamente a sua vida, de acordo com a sua vocação.

Se você existe, se você está aqui agora, é porque você é importante, é porque
você tem o que oferecer para o mundo. É porque você tem o que fazer da vida,
sim, uma missão a cumprir.

Nossa existência não é em vão. Nada é em vão.

Vamos juntos nesse passo a passo.

Com amor,

Ana
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Introdução
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“Alguns estão solteiros. Alguns estão casados e esperaram 10 anos para ter um
filho, e outros tiveram um filho depois de um ano de casados. Alguns se formaram
aos 22 anos e esperaram 5 anos para conseguir um bom emprego. Outros se
formaram aos 27 e encontraram o emprego de seus sonhos imediatamente.
Alguns se tornaram presidentes de grandes empresas aos 25 e morreram aos 50,
enquanto outros se tornaram presidentes aos 50 e viveram até os 90. Cada um
trabalha com seu próprio ‘fuso horário’. As pessoas conseguem lidar com
situações apenas de acordo com seu próprio tempo. Trabalhe com o seu próprio
tempo. Seus colegas, amigos e conhecidos mais jovens podem parecer estar ‘à
frente’ de você, e outros podem parecer estar ‘atrás’. Não os inveje nem zombe
deles. Estão em seu próprio tempo. E você está no seu. Segure firme, seja forte e
seja verdadeiro consigo mesmo. Tudo irá conspirar ao seu favor. Você não está
atrasado, nem adiantado, você está exatamente na hora certa”.

(Sri Sri Ravi Shankar)

E
u sei bem o que é se sentir perdido e/ou infeliz com as nossas escolhas
de vida e trabalho. Como te contei, durante muito tempo da minha vida,
vivi para agradar e ser aceita.

É aquela velha história: você cresce e uma série de crenças e valores alheios vai
sendo embutida em você, repetida à exaustão, como se fosse uma verdade
absoluta mesmo. E, na correria do dia a dia, diante de tantas pressões, a gente
quase nunca para pra refletir sobre tudo isso. Sobre quem realmente é. O que
realmente busca na vida. Qual é a nossa vocação.

O único caminho para ser reconhecido e bem-sucedido no mundo de hoje parece


ser o do curso superior + trabalho árduo no mundo corporativo. É isso que nos
dizem desde sempre. E a gente acredita. E segue a boiada.

Até que chega uma hora em que a gente estoura e chega à conclusão de que está
vivendo a vida de outra pessoa. E, então, nos perguntamos atônitos: o que foi que
fizemos com a nossa?

Passei por isso quando trabalhava como jornalista no mundo corporativo e vivia
com a pele empolada e vermelha. Depois de vários e vários testes alérgicos e
exames clínicos mais específicos, chegou-se à conclusão do que já me parecia
óbvio: estresse.
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Eu estava tão estressada com aquele modelo de vida e trabalho que o meu corpo
precisou me dar o alerta: aquilo não era pra mim.

Pode ser que você realmente goste do modo de trabalho do mundo corporativo.
Conheço pessoas, inclusive, que se sentem muito felizes e realizadas batendo
cartão e trabalhando numa baia. Elas gostam do que fazem. Gostam de como
fazem. E está tudo bem.

O que te convido a refletir é sobre você. Sobre o que você gosta. Sobre o que
você não gosta. Sobre o que se encaixa no modelo de vida que você deseja
construir e o que não se encaixa.

Se você sente que já está usando seus talentos na potencialidade máxima e


vivendo de acordo com as suas paixões e valores mais preciosos, talvez esse guia
venha mais como um complemento a tudo o que você já está fazendo.

Agora, se você nem sabe exatamente quais são seus talentos e valores no
mundo, quem realmente é e o que realmente almeja nessa jornada às vezes
maluca chamada vida, tenha certeza de que este guia vai fazer toda a diferença
pra você.

É como se fosse um começo, sabe? Aquele primeiro passo fundamental em toda


e qualquer jornada, o primeiro movimento que vai te ajudar a gerar mais clareza a
respeito de si mesmo e do seu papel no mundo.

No Caminho da Vocação, vamos falar um pouquinho sobre autoconhecimento,


valores, talentos, paixões e vida com mais propósito, que é aquela que nos
preenche, nos abastece e nos dá um porquê para seguir em frente todos os dias,
mesmo quando todos os outros pensarem em desistir.

Ao começar a se fazer perguntas poderosas sobre si mesmo e a sua própria vida,


tenha certeza de que o caminho da sua vocação – ou das suas vocações – vai se
revelar de forma mais clara pra você.

Escute-se para escutar o seu chamado. Essa é uma das lições mais preciosas
que já aprendi na vida.

Se quiser descobrir para onde ir, entenda primeiro quem realmente é.


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Comece por você

- Sobre a importância do autoconhecimento -


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E
u sempre digo que o autoconhecimento é a chave para qualquer porta
que a gente queira abrir na vida. E que essa chave não pode estar em
outras mãos que não as nossas próprias. Conhecer-se é também se
empoderar diante do mundo, porque só quem se conhece de verdade – sem
máscaras e sem disfarces – consegue enxergar com mais clareza o que busca e o
que realmente considera ser importante na jornada. Se você quer saber qual pode
ser o caminho da sua vocação, se quer ter uma ideia mais clara sobre aonde ir, se
quer entender, afinal de contas, por que é que você existe no mundo e o que você
quer fazer da vida, comece por conhecer-se. Olhe pra dentro. Porque é dentro de
você que estão todas as respostas que você procura.

Durante muito tempo fiz escolhas na vida em nome do que as outras pessoas
consideravam ser o caminho certo a ser seguido, o tal do caminho do sucesso.
Como eu não me conhecia direito, acabei por seguir o fluxo, acompanhar a
boiada, fazer o que todo mundo estava fazendo simplesmente porque eu não tinha
a menor ideia do que fazer.

Como resultado dessa busca cruel e injusta, acabei ficando doente. Estresse,
crises de ansiedade, prostração e falta de interesse nas coisas foram alguns dos
sintomas mais evidentes que me acompanharam durante anos de trabalho no
mundo corporativo.

Lembro-me de um dia em que, após uma reunião de equipe, dessas que têm o
poder de potencializar todo o seu estresse, fui até a minha baia de trabalho e caí
no choro. Eu tinha milhões de metas para cumprir, prazos para lidar, tarefas para
fazer e quase vontade nenhuma de continuar com aquilo. As metas não eram
minhas, os prazos não eram meus, as tarefas não eram tarefas que me levariam a
alcançar os meus sonhos na vida... Quais eram os meus sonhos mesmo?

Eu não sabia. Há muito eu já tinha deixado de sonhar ao ligar o piloto automático


da vida. Por que cargas d’água eu ainda continuava naquele trabalho? O que eu
havia feito com os meus sonhos de criança?

Tudo aquilo me parecia distante demais naquele momento, porque algumas


razões maiores me prendiam ali:

- Não saber o que eu queria fazer da vida


- Não achar que eu era boa o suficiente para fazer algo diferente daquilo que eu já
estava fazendo
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- Mania de me comparar da forma errada (quem sou eu para conseguir o que


Fulano conseguiu?)
- Ficar sempre esperando pelo momento perfeito para fazer alguma coisa por mim
mesma
- Influência externa (você é louca de querer abrir mão de tudo o que já conquistou
e começar do zero?)
- Necessidade de me sentir segura (dinheiro caindo na conta todo final do mês)

Basicamente, era isso.

E esses sabotadores todos foram desculpas ideais que eu encontrei para justificar
a minha falta de ação e me manter quietinha na tal da zona de conforto.

Mas só que tinha uma coisa: a zona de conforto estava sendo beeem
desconfortável pra mim. Eu não queria permanecer nela, porque estar ali me
infelicitava e me estressava de tal forma que, como te contei, até o meu corpo
passou a refletir esse incômodo.

O corpo fala.

Eu precisava fazer alguma coisa a respeito, e esse movimento não podia começar
de fora pra dentro, não. Ele tinha que partir de mim, de dentro pra fora, porque era
me conhecendo melhor e entendendo quem eu realmente era que eu conseguiria
encontrar as respostas que tanto procurava.

Para que você comece com esse primeiro passo também, vou te apresentar agora
algumas perguntas poderosas que vão te ajudar a embarcar nessa jornada incrível
que é o autoconhecimento.

Preparado para se investigar?

1- Quem é você? (o seu eu real, não aquele que quer passar uma imagem
disso e daquilo pras pessoas).

2- O que você pensa sobre você?

3- E o que você acha que as pessoas pensam sobre você?

4- Do que você gosta?


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5- E do que você não gosta de jeito nenhum?

6- O que você tem aceitado na sua vida e que não tem te ferido por dentro?

7- E o que você tem aceitado na sua vida que te fere e que você acha que não
deve aceitar mais de jeito nenhum?

8- Por que você acha que continua aceitando isso?

9- O quanto você acha que é capaz de conseguir realizar coisas importantes


na sua vida?

10- O que tem importância pra você hoje?

11- Com o que você sonha?

12- Em quem você se inspira?

13- Como você gostaria de ser lembrado?

14- Qual a sua maior qualidade?

15- E o seu pior defeito?

16- O que te empolga?

17- E o que te tira do sério?

Dica!

Responda a todas essas perguntas de próprio punho, num caderno específico


para essa atividade. Quando você escreve de próprio punho, você exercita a parte
mais criativa e reflexiva do seu cérebro, o que é limitado quando você digita no
computador. Portanto, literalmente: mãos à obra!
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Entenda seus valores

- Sobre a importância de saber o que é realmente


importante pra você -
-
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S
ão os nossos valores que governam as nossas decisões, e é num
momento de decisão que o nosso destino é traçado. Isso significa dizer
que, quando tomamos alguma decisão na vida, mesmo que de forma
inconsciente, estamos ativando dentro de nós aqueles valores que julgamos
serem os mais importantes pra gente. Por isso, conhecer nossos próprios valores
é fundamental para entender melhor o porquê de escolhermos determinadas
coisas em detrimento de outras. E de que forma somos impactados por isso.

Quando você se sente desconfortável em uma situação ou com alguma pessoa,


certamente algum dos seus valores mais preciosos está sendo atingido naquela
situação. Se você se sente mal por ter que permanecer num trabalho que você
não gosta e que não te faz feliz, por exemplo, é porque, de repente, liberdade e
sentimento de contribuição são valores pra você.

No entanto, se ao mesmo tempo em que permanecer onde está te infelicita, mas,


ainda assim, você opta por ficar, é porque, muito provavelmente, valores como
segurança, status ou reconhecimento vêm à tona com frequência na hora de você
fazer escolhas.

E aí, quem fala mais alto? Segurança ou liberdade? Reconhecimento ou


necessidade de contribuição? Vontade de ser mais criativo e autêntico ou de se
sentir estável financeiramente?

Será que tem que ser sempre um OU outro? Não dá pra negociar com ambos,
numa relação do tipo um E outro?

O que aprendi ao longo da minha jornada é que, ao conhecermos profundamente


quais são os nossos valores mais preciosos (e o significado de determinado valor
para mim pode ser diferente do que o significado desse mesmo valor para você),
podemos, sim, negociar internamente, de forma inteligente, como tomar as
melhores decisões sem afetar os nossos valores principais ou minimizando o
impacto sobre eles. E que os nossos valores trabalham em forma de hierarquia.

Mas o que isso significa exatamente?

No meu caso, por exemplo...

Embora eu soubesse que a segurança sempre foi um valor muito forte pra mim
(associo segurança a dinheiro e sempre tive muita necessidade de me sentir
segura financeiramente), chegou uma hora na minha vida em que o desejo por
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mais liberdade falou mais alto do que qualquer outra coisa. Eu precisava me sentir
mais livre para ser eu mesma, para ter os meus próprios horários, ser dona do
meu próprio tempo, criar, experimentar, construir o meu próprio negócio, desenhar
o meu próprio modelo de trabalho, arriscar, enfim... Me dar uma chance para viver
uma vida mais plena e mais autêntica, de acordo com as minhas paixões e com
aquele caminho que eu começava a entender que podia ser o meu caminho.

Por mais que me desse um medo gigante de assumir esse risco, já não dava mais
para ignorar a minha vontade enorme por mais liberdade. Liberdade. Liberdade.
Liberdade. E desejo de contribuição.

Porque ali, sentada naquela baia, escrevendo textos e fazendo matérias que só
atendiam aos interesses da empresa, eu não sentia que estava contribuindo com
nada que julgava ser realmente importante pra mim. Eu queria fazer a diferença
na vida das pessoas, queria deixar um legado de esperança e positividade, um
legado de que vale a pena arriscar na vida e lutar pelos nossos sonhos, entende?

E eu também queria ser mãe. E queria ter mais tempo de qualidade com os meus
filhos e com o que realmente importava para mim: a minha família, os meus
amigos, o contato com a natureza, viajar, aprender...

Liberdade, contribuição e família foram valores que, hierarquicamente, superaram


o meu valor de segurança, por mais que este último fosse – e ainda seja – muito
importante pra mim.

Sendo importante, eu simplesmente não poderia ignorá-lo, concorda? Até porque,


muitas e muitas pessoas valorizam tanto a família que, por ela, em nome de
garantir a segurança dela, continuam em trabalhos que não gostam e que não os
satisfazem como pessoa, atribuindo, então, à segurança, um valor muito elevado
(no meu caso, o mais importante em relação à família se traduziu na necessidade
que eu tinha de passar mais tempo com ela).

Mas ok. Eu ainda precisava me sentir segura financeiramente, logo, como fazer?

Nas minhas buscas internas e externas, aprendi que o planejamento é a palavra


de ordem sempre que a gente for pensar em uma maneira de preencher alguns
dos nossos valores.
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Ou seja: como eu tinha uma necessidade grande de segurança, eu simplesmente


não podia chutar o balde e me lançar no mundo. Era preciso planejamento
financeiro mesmo. E foi o que eu fiz.

Assim, ao me planejar financeiramente e criar uma conta que chamei de “conta


propósito”, fui juntando aquela reserva que me permitiria, em dois ou três anos,
com segurança, pedir a minha demissão e criar o meu próprio negócio.

Se foi fácil? Não, não foi (e não posso mentir pra você). Mas hoje creio que ficou
claro o quanto foi possível.

Se eu não conhecesse os meus valores e não entendesse quais tinham prioridade


sobre os outros, nada teria sido feito. Eu simplesmente não teria saído do lugar.

E para que você possa começar a refletir sobre os seus, vão aí algumas perguntas
poderosas que vão te ajudar nessa tarefa.

Pronto para respondê-las?

1- Quando você pensa na sua vida, hoje, qual é a coisa mais importante pra
você?

2- E quais são aquelas coisas que você gostaria que fizessem mais parte da
sua vida?

3- Quais são os valores que você acha que têm falado mais alto na hora de
você fazer escolhas profissionais?

4- Pense num episódio da sua vida profissional em que você sentiu orgulho de
você mesmo. Quais valores importantes pra você se evidenciaram nessa
situação?

5- Agora pense num episódio da sua vida profissional em que você se sentiu
realmente mal (consigo mesmo e/ou com os outros). Quais valores
importantes pra você foram feridos nessa situação?

6- Elenque, em ordem de importância, os principais valores que têm guiado as


suas decisões na vida.
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Liste suas paixões

- Sobre entender o que faz os seus olhos brilharem


e o seu coração bater mais animado -
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O
quanto você tem vivido as suas paixões no seu dia a dia? O quanto
você tem se aproximado de situações, pessoas e atividades que te
fazem sorrir, vibrar e celebrar a vida?

Depois de ter me reconectado com a minha essência, entendido meus valores


mais preciosos e topado assumir os riscos de abraçar as minhas vulnerabilidades
e correr atrás dos meus sonhos (porque, ao olhar pra dentro, descobri sonhos há
muito adormecidos e que mereciam ser despertos), eu já não conseguia mais
imaginar viver uma vida sem paixão.

É a paixão que nos move, que nos alimenta, que nos faz querer levantar da cama
todos os dias e viver a vida. É a paixão que faz os nossos olhos brilharem, o
nosso sorriso se desenhar na face, o nosso coração bater mais animado, a nossa
mente viajar numa determinada atividade sem que a gente perceba o tempo
passar.

Sim, a paixão nos faz perder a hora. Não nos prende ao relógio. Não deseja que
chegue logo sexta-feira ou seis horas da tarde para, finalmente, a gente poder se
libertar e ser feliz.

E é por isso que você deve sempre procurar viver as suas paixões, se aproximar
do que te encanta, descobrir atividades que te dão prazer e alegria e que, mesmo
que sejam trabalho, não pareçam tanto com essa ideia de trabalho “carrasco” que
a gente tem hoje em dia.

Você pode trabalhar com a sua paixão. Você pode trabalhar muito – muito mesmo
– e ser plenamente feliz.

E aí, quais são as suas paixões?

1- O que você gosta de fazer por horas, sem ver o tempo passar?

2- Quais são as suas sessões preferidas numa livraria?

3- Que tipo de site você costuma visitar por vontade própria?

4- Quais são os seus assuntos preferidos?

5- Com que tipo de companhia você gosta de estar?

6- Que tipo de lugares você gosta de frequentar?


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Mapeie seus talentos


e habilidades

- Porque você é muito talentoso sim -


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muito comum que clientes de coaching me procurem ou que leitores me

É escrevam com o seguinte questionamento: “Ana, eu não tenho talento pra


nada. O que faço?”.

Não tem nada que funcione mais como uma pedra no caminho da nossa vocação,
do nosso chamado, do que essa crença de que a gente não tem talento nenhum e
de que existem pessoas muito talentosas por aí, pessoas que – a gente acredita –
nunca vamos conseguir alcançar.

Se o talento nasce com a gente ou se ele se desenvolve com os anos é uma


questão que ainda gera muita discussão. De qualquer forma, é possível definir o
talento como algo que você faça bem feito e com muita facilidade, seja esse
talento algo que tenha nascido com você – um dom – seja esse talento algo que
foi sendo desenvolvido por você ao longo dos anos, com muita disciplina, estudo,
repetição e dedicação.

O fato é que muitas pessoas não sabem o quão boas são em algumas coisas.
Conheço muita gente talentosa em determinado assunto ou atividade e que não
tem noção do quão talentoso é.

A grande questão é que, muitas vezes, o seu talento está justamente naquelas
coisas que você faz com naturalidade e facilidade, naquelas coisas que, de tão
simples pra você, você nem presta muita atenção ou nem valoriza.

Então, de repente, você tende a achar que aquilo não é um talento – só porque é
muito fácil de fazer, só porque você faz com muita naturalidade, sem muito esforço
– quando, na verdade, pode estar aí um indicativo forte da sua vocação.

E o que eu quero dizer com isso?

Que a tendência é você achar que, se é fácil pra você, se é tão simples pra você,
é fácil e simples pra todo mundo, quando, na verdade, não é.

E não é mesmo!

Para que você consiga pensar com mais clareza sobre seus talentos e
habilidades, reflita sobre as perguntas poderosas que eu vou te fazer!

Está pronto?
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1- Quais eram as suas brincadeiras preferidas na infância?

2- Quando você era criança, o que realmente te encantava?

3- O que você faz normalmente, sem um grande esforço, e que você se sente
muito bem quando você faz?

4- Quais são aquelas características que você tem que você acha que são os
seus pontos fortes? (pense nas suas qualidades, nas coisas que as
pessoas elogiam e admiram em você, mas, principalmente que você
acredita que você faz bem).

5- O que você faz sem esforço e que as outras pessoas admiram e têm
dificuldade de realizar?

6- O que as pessoas pediriam pra você ensinar pra elas? (pense naquelas
coisas que você faz muito bem, sem grande esforço, e que, às vezes, é
uma coisa natural pra você, mas que, para as pessoas, não é).

7- Se eu ligasse para uma pessoa que te conhece muito bem (muito bem
mesmo!), o que ela diria que você faz melhor na vida? (que talentos seus
essa pessoa destacaria?).
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Sobre a autora
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Ana Paula Ramos

Saiba mais sobre a Ana.


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Ana Paula Ramos

N
atural de Belo Horizonte, Ana Paula Ramos descobriu a paixão pelas
palavras ainda na infância, quando escrevia, em diários, fatos
vivenciados em seu cotidiano. Desde então, nunca mais parou de
escrever. Em 2011, tirou seus textos da gaveta e criou o blog de crônicas Cookies
and Words. O Caderno de Ágape, publicado em formato digital, foi seu romance
de estreia.

Após um processo incrível de autoconhecimento e mudança de vida, Ana Paula


resolveu escrever seu primeiro e-book sobre transformação pessoal:
Transformação – dez razões para abraçar a vulnerabilidade, uma coletânea de
aprendizados que surgiram a partir de um trabalho intenso de coaching, que a fez
enxergar a vida e a si mesma de uma forma muito mais plena e verdadeira.

Escolha Ser Você: as cinco coisas que te impedem de ser você mesmo. E como
você pode superá-las foi seu segundo livro sobre o tema, em que a autora jogou
luz sobre o poder da mente e a importância do foco, da verdade e da consistência
para o alcance de uma vida autêntica.

Reconecte-se: uma jornada milagrosa em busca do que realmente importa, foi seu
terceiro e-book do gênero, cujo objetivo principal foi o de chamar a atenção do
leitor para a importância da reconexão com a própria essência como energia
propulsora para a manifestação de verdadeiros milagres na nossa vida.

No Caminho da Vocação: um guia prático para quem ainda não sabe o que quer
fazer da vida, a autora pretende ajudar o leitor a gerar mais clareza no que diz
respeito aos seus valores, seus talentos e sua vocação no mundo, para que ele
possa viver uma vida mais plena e autoconsciente e consiga responder à questão
principal:

O que eu quero fazer da vida?

Ana Paula é formada em Jornalismo e em Teatro, pela PUC Minas, em Personal


and Professional Coaching, pela Sociedade Brasileira de Coaching, e em
Curiosidade Absoluta, pela Vida.

Atualmente, além de escritora, Ana atua como coach em dois nichos


complementares:
Caminho da Vocação 28
Ana Paula Ramos

- Reorientação vocacional: adultos que estão se sentindo perdidos ou infelizes nas


suas escolhas de vida e trabalho atuais e que precisam descobrir sua real
vocação.

- Desenvolvimento pessoal: pessoas que querem se conhecer melhor, driblar


sabotadores e se sentirem mais empoderadas diante das várias circunstâncias da
vida.

Saiba mais sobre o trabalho dela em:


www.anapaularamos.com

Para entrar em contato, mande um e-mail para:


contato@anapaularamos.com

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