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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS/ESPANHOL

MARIA EDUARDA PADILHA PEIXOTO

RESENHA CRÍTICA

DOURADOS-MS
2022
MARIA EDUARDA PADILHA PEIXOTO

RESENHA CRÍTICA

Proposta de resenha crítica do filme: Que horas ela volta, do


Curso de Graduação em Letras/Espanhol, da Universidade
Estadual do Mato Grosso do Sul, apresentado como requisito
para a obtenção de nota na disciplina de História e Filosofia da
educação, ministrado pela Prof(a): Flávia Paula Nogueira
Aranda.

DOURADOS-MS
2022
O filme trabalhado é: Que horas ela volta, publicado em 2015, filme Brasileiro, que
tem como base a crítica social. Em minha opinião a ideia central do filme é a desigualdade
social, pois mostra a vida de Val, que deixou sua filha quando pequena, para poder trabalhar e
ter sustento, e a forma encontrada por ela foi trabalhando para uma família abastada de
dinheiro, os nomes são: Fabinho: filho de Bárbara sua patroa, esposa de Carlos, Val cuida de
Fabinho desde pequeno, sendo assim, ele tem um enorme carinho e respeito por ela, a
considerando como uma mãe.
Afetividade essa que não tem com sua mãe biológica, pois o nome do filme, se chama
que horas ela volta, por ser a pergunta que Fabinho sempre fazia para Val, pois sua mãe nunca
estava em casa, sempre estava trabalhando. A empregada doméstica sempre viveu de uma
forma precária se comparado com seus patrões e tinha tudo separado deles, pois não se achava
digna de comer, ou ter o que tinham, dessa maneira, enxergava o mundo apenas pela lente
minoritária.
Tudo muda quando sua filha Jéssica chega na casa dos patrões, onde Val mora desde o
nascimento dela, por esse motivo ela não tinha um bom relacionamento com sua mãe, mesmo
ela pagando tudo para ela, mesmo de longe, pois sua mãe apesar de não citado no filme, é
evidente que sua mãe teve uma educação básica, e não queria o mesmo para sua filha. A
jovem estava no estado de São Paulo, para fazer um vestibular concorrido, o mesmo que
Fabinho iria fazer, e ao citar isso a patroa de sua mãe, a mesma achou impressionante, pois
ainda se tem a visão de que apenas ricos entram na Universidade Federal (a citada pelo filme
é a FAU), a jovem queria fazer arquitetura, pois como cita no filme o curso para ela seria:
“um instrumento de mudança social”.
Por ter uma visão diferente, sua filha se enxergava como um ser humano normal o que
de fato é verídico, então fazia, comia, tudo o que os patrões faziam e comiam, até que a mãe
de Fabinho começou a reclamar, pois se achava superior a menina pela classe social,
mostrando a desigualdade que gera uma estratificação social, divida através de seu acesso à
bens e riqueza, essa estratificação expressa uma visão desumanizadora, justificada pela ideia
de mérito que não se manifesta na realidade impedindo a mobilidade social.
Algo que achei de extrema importância e tem relação com o pensamento de Paulo
Freire, é o fato da menina ter estudado em um colégio, que segundo ela não tinha uma
estrutura boa, mas resolveu estudar e fazer faculdade, pois seu professor de História a ajudou
a ter uma visão crítica das coisas, fazendo com que ela tivesse consciência de sua
realidade(tese apontada e discutida no texto de Paulo Freire), sendo assim, tem-se no filme o
professor como base, que se relaciona com o artigo que lemos que cita que: A escola que
compreendemos ser necessária, é aquela que investe na formação de seus docentes e por essa
razão, compreende o educador e a educadora progressista, de acordo com Paulo Freire:
Não se permite a dúvida em torno do direito, de um lado, que os meninos e as
meninas do povo têm de saber a mesma matemática, a mesma física, a mesma
biologia que os meninos e as meninas das “zonas felizes” da cidade aprendem mas,
de outro, jamais aceita que o ensino de não importa qual conteúdo possa dar-se
alheado da análise crítica de como funciona a sociedade. (2000, p. 44).

Ele cita que desde cedo as crianças precisam entender a realidade, e que os professores
ensinem um pensamento racional, para que elas entendam, que devem sair daquela situação,
trabalhando com a educação na perspectiva da luta de classes, ou seja, a escola pode e deve
servir na luta contra o sistema implantado pelos mais abastados, trazendo que a escola é uma
forte aliada para mudanças desejáveis para uma sociedade justa e igualitária.
Os conflitos vividos pelos personagens são:
Jéssica- deixada por sua mãe, quando pequena, menina pobre, que enxergava a
educação como ferramenta de mudança, e a partir dela iniciou em uma universidade pública,
vivia o conflito da pobreza, de ver sua mãe em uma situação precária e acomodada a isso, e o
conflito de ser mãe solteira e universitária.
Val: Tem o conflito no início com sua filha, que deixou de criar, para cuidar e criar
como seu uma criança com dinheiro, e na metade do filme tem um conflito interno onde
percebe, que nunca foi de fato da família como eles diziam, e resolve fazer tudo aquilo que
tinha medo, por conta de sua visão etilista, onde ela acreditava que não tinha direito de
usufruir de nada da família.
Fabinho: Tem o conflito de ser rico, dessa forma tinha tudo que queria e nunca
precisou lutar, dessa forma, não passou no vestibular, por não saber o que queria, e acabou se
sentindo mal por isso e tendo um pequeno conflito familiar.
Bárbara: era a patroa e por isso se achava superior a todos, seu conflito era seu
relacionamento familiar tanto com o filho como com o marido.
Carlos: esposo de Bárbara, vivia o conflito de ter fracassado no mundo artístico, tendo
dinheiro apenas por conta de seu pai, dessa maneira, era um profissional frustrado, que vivia
luxo e riqueza, mas vivia infeliz.

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