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UNIDADE CURRICULAR SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO – AÇÃO DA ESCOLA NO BRASIL

Profa. Dra. Marieta Gouvêa de Oliveira Penna


Primeiro semestre de 2020/ Noturno
Estudante: Carla Cristina Duncan Cavalcante
Matricula: 148475
Síntese do Documentário “Pro dia nascer feliz”

O documentário começa com uma propaganda de 1962 a respeito da educação brasileira


que apresenta dados alarmantes: apenas a metade de 14 milhões da brasileiros em idade
escolar chega a aprender a ler e escrever. Segue nos informando os dados atuais que,
ainda que tenham se passado 44 anos e sido elevada a quantidade de ingressantes na
escola, o ensino como um todo não apresentou melhoras a qualitativas relevantes, reflexo
disso é a elevada evasão escolar e precarização do ensino.

O filme dirigido por João Jardim se passa em 5 locais diferentes: em Manari, município de
Pernambuco considerado o mais pobre do Brasil nos anos 2000, em um ambiente escolar
precarizado em Duque de Caxias no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, em
Itaquaquecetuba, também em São Paulo, e em uma escola privada de elevado poder
aquisitivo em São Paulo.

O documentário reflete o olhar do estudante sobre seu cotidiano escolar, desde alunos de
uma das regiões mais desprovidas do país até de uma escola de elite, vemos as
desigualdades sociais que estruturam todo o viver educacional. Enquanto alunos de
instituição privadas têm acesso a segurança, outros não conseguem contar sequer com o
transporte, sendo impossibilitados de frequentarem a escola, além de convivem com a
barbarie diariamente. Também mostra como os alunos, não importando sua condição
financeira, buscam tornar a instituição algo aprazível a si, querendo ser parte ativa
naquilo que estão inseridos, nesse ponto o filme toca na problemática de qualquer
instituição em si, que se alicerçam em mecanismos de controle e alienação.

Entre depoimentos marcantes, desde professores que duvidam da capacidade de escrita


de uma aluna à forma como a violência e morte é banalizada por outros alunos, nos
chama atenção os discursos nas reuniões entre professores debatendo o futuro dos
alunos. O mérito do filme está em não tornar o professor um herói que leva redenção
através da educação e nem como culpado do fracasso da instituição, mas como um ser
humano que, longe de esteriótipos românticos, buscam melhorar as condições mas
acabam desanimando frente as condições estruturais massacrantes. O filme também
ainda traça esse paralelo comparando os professores precarizados e professores bem
remunerados.

O documentário consegue trazer questões pertinentes e sensíveis a respeito da


instituição escolar e das desigualdades sociais vivenciadas por diversos adolescentes
brasileiros. Nos mostra o quanto a falta de estrutura se encontra precarizada no todo: não
falta apenas educação e investimento, falta água, saneamento, segurança, alimentação...
falta muito mais do que interesse dos alunos e vontade docente.

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