O documentário "Pro Dia Nascer Feliz", dirigido por João Jardim, apresenta um
panorama da realidade educacional brasileira, evidenciando as diversas
problemáticas enfrentadas pelas escolas do país. Um dos principais pontos abordados pelo filme é a desigualdade social e educacional, que se reflete na discrepância entre o ensino oferecido para alunos de escolas públicas e particulares. Enquanto as escolas particulares possuem um ensino mais completo e melhores recursos, as escolas públicas enfrentam dificuldades como a falta de professores, de materiais didáticos adequados e a infraestrutura precária das escolas. Além disso, é evidenciado a falta de preparo dos professores para lidar com as diferenças culturais e sociais presentes nas salas de aula. Muitas vezes, os professores não estão preparados para lidar com alunos de diferentes realidades, o que prejudica o aprendizado dos estudantes. Outro ponto importante levantado pelo documentário é a desmotivação dos estudantes em relação à escola. Muitos alunos se sentem desestimulados a frequentar as aulas e a aprender, seja por falta de interesse nos conteúdos oferecidos, por dificuldades no aprendizado ou pela sensação de que a escola não atende às suas necessidades. A crescente necessidade de se repensar o modelo educacional brasileiro, para que ele possa atender às demandas de uma sociedade cada vez mais complexa e tecnológica. Há a necessidade de uma educação mais inclusiva, que valorize as diferenças individuais e culturais dos estudantes, e que promova uma formação crítica e cidadã. O filme também destaca a violência nas escolas, mostrando casos de agressões físicas e verbais entre alunos, além da presença de armas e drogas nas escolas. Essa realidade afeta não somente o aprendizado dos estudantes, mas também a sua segurança e bem-estar. O documentário mostra ainda as diferenças regionais na qualidade da educação no Brasil, com escolas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais apresentando melhor qualidade de ensino do que em outras regiões, como no Nordeste do país. Uma crítica importante é que o filme não oferece soluções práticas para os problemas apresentados. Ele é mais uma denúncia do que um guia para a mudança. É importante discutir políticas educacionais que possam ajudar a melhorar as condições das escolas, como a valorização dos professores, a melhoria da infraestrutura escolar, a garantia de recursos para as escolas mais pobres e a promoção da igualdade educacional em todo o país. Embora haja algumas lacunas na análise apresentada pelo documentário, ele ainda é uma obra importante e necessária, pois chama a atenção da sociedade para os desafios enfrentados pelas escolas brasileiras. O filme contribui para o debate público sobre a educação e incentiva a busca de soluções para esses problemas.