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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
FAMÍLIA NA ESCOLA
GENI BONATTO ZAMPOLI1

Ms. MARIA RITA SEFRIAN DE SOUZA PEINADO2

RESUMO

Este artigo trata sobre a participação da família na educação escolar dos filhos,
tema desenvolvido no projeto do PDE (Programa de Desenvolvimento
Educacional). Para tanto, estabeleceu-se como objetivo analisar algumas
situações que interferem na integração família e escola, algumas dificuldades
enfrentadas para que haja essa integração e os fatores que dificultam o
entrosamento e o ensino aprendizagem. Por meio de pesquisa bibliográfica
percebe-se na história mudanças na organização familiar. Diante disso,
buscou-se compreender a relação família e escola com o intuito de fazer com
que essas instituições se unam para o fortalecimento e a qualidade da
Educação das crianças e adolescentes. Por meio de questionários levantou-se
dados que revelam a necessidade de maiores reflexões a respeito da
participação dos pais junto a vida escolar de seus filhos. A proposta
desenvolvida constitui uma ação no sentido de educar para uma convivência
mais humana e para o desenvolvimento da cidadania, tanto dos pais pela
participação na gestão democrática escolar, quanto dos educandos; de
compreender a organização da família em diferentes períodos e nas diferentes
sociedades e de entender o papel da família e da escola no desempenho
escolar do aluno, buscando a qualidade de ensino e reconhecendo os limites
de cada parte. Foram realizadas diversas atividades como: palestras,
depoimentos, filme, levando a conscientização de pais, alunos e professores,
sobre a importância da participação e colaboração de todos, com o intuito de
fomentar a participação da família na educação escolar, de maneira que as
1
Graduada em Pedagogia. Pedagoga da Educação Básica na Rede Pública de Ensino no Estado do
Paraná, na cidade de São Miguel do Iguaçu/PR.
2
Graduada em pedagogia e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM),
Professora temporária do Colegiado de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
campus Foz do Iguaçu (UNIOESTE/FOZ) e integrante do Grupo de Pesquisa em Matemática e Educação
Matemática (UNIOESTE/FOZ).
ações desenvolvidas nesse projeto contribuem com o ensino, com a
aprendizagem e com a integração das mesmas no processo educacional.
Concluiu-se que, desde o início da vida humana, a família tem uma grande
importância para a formação de seus membros, e que a família deve estar
presente na vida escolar do seu filho, pois é ela, a promotora do
desenvolvimento pessoal, isto é, a família deve participar na sociedade e na
instituição escolar contribuindo com o aprendizado dos filhos. Por outro lado, a
instituição escolar, seja ela, pública ou privada tem como proposta pedagógica
repassar o conhecimento científico aos alunos, que desde pequenos já são
encaminhados a ela, tem o desafio de atribuir sentidos para o estudo escolar e
promover encaminhamentos para que os pais tornem-se participantes do
processo educacional.

PALAVRAS CHAVE: Família; Educação Escolar; Participação.

INTRODUÇÃO

Este artigo aborda sobre a participação da família na educação escolar


dos filhos, tema desenvolvido no projeto do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) em função da inquietação de uma profissional
da educação experiente, que compreende que os resultados de seu trabalho
junto aos alunos são influenciados pelo apoio que estes recebem por parte da
família. A mera constatação desta correlação entre o mundo familiar e o mundo
escolar não basta para mudar o quadro que está posto atualmente. Família e
escola formam uma parceria, na qual é primordial que se estabeleçam
princípios e critérios conforme os objetivos almejados. A escola poderá
desempenhar um papel transformador se estiver junto com os interessados, se
se organizar para atender aos interesses de todos que fazem parte do contexto
escolar.

A família, ao assumir seu papel na educação dos filhos em parceria com


a escola promove a corresponsabilidade, a possibilidade de mudanças para
atender aos desafios, de maneira que a perspectiva de integração deve ser
incentivada e analisada constantemente. Uma parceria se concretiza entre
família e instituição de ensino, quando há união em prol do mesmo objetivo:
formar cidadãos conscientes da sociedade em que habitam, com valores éticos
e morais e com a visão de um futuro em que cada cidadão assume sua
responsabilidade social.

A escola por sua vez, precisa garantir uma relação de diálogo ouvindo o
que a família tem a dizer e se colocando como parceira no processo de
desenvolvimento dos alunos. Ela precisa ainda, agir como moderadora na
resolução de problemas, pois, isto influencia o ensino e a aprendizagem. Essas
duas entidades socialmente constituídas, conscientes do seu papel,
participantes no desenvolvimento dos alunos e filhos, corroboram para a
formação social, para o desenvolvimento da cidadania, bem como do
conhecimento científico das novas gerações.

Em função do desenvolvimento tecnológico, a sociedade passa por


transformações que se estabelecem no estilo de vida e nas relações entre os
membros da família. O mundo virtual que é a nova maneira de integração e
relacionamento promove uma comunicação rápida, ocupa o lugar que outrora
poderia ser utilizado com uma conversa ou atividade para interagir e unir os
membros da família.

METODOLOGIA

Essa pesquisa pretendeu levantar aspectos da realidade escolar, a fim


de identificar os principais problemas que impedem a participação efetiva dos
pais nas atividades escolares de seus filhos, propondo caminhos que
contribuam para a reflexão de alguns aspectos no ambiente escolar.
O método de investigação se fundamentou na pesquisa participante,
pois é uma modalidade de pesquisa que permite ao pesquisador interagir com
o meio a ser investigado, auxiliando na identificação e na análise dos dados
coletados. Pode-se definir pesquisa participante como uma modalidade de
pesquisa que tem como propósito auxiliar a população envolvida a identificar
alguns dos seus problemas e a buscar as soluções adequadas (GERHARDT e
SOUZA 2009).
Fizeram parte dessa pesquisa profissionais da educação, pais de alunos
e alunos do Ensino Fundamental II do 6° ano, regularmente matriculados no
ano letivo de 2014. Os dados coletados por meio de questionários, através de
perguntas fechadas, também denominadas limitadas ou de alternativas fixas,
em que o informante escolhe sua resposta entre as opções preestabelecidas,
apontaram para a necessidade de se promover o envolvimento dos pais com
as questões escolares.

Um exemplo histórico: Santo Agostinho

Nesse sentido um exemplo histórico, para complementar as


ponderações sobre o desafio de educar frente às transformações sociais e
políticas que a história registra. A história de Mônica, mãe de Agostinho, ou
Santo Agostinho, como ficou conhecido o Bispo de Hipona (354-430), o qual
imortalizou a história de sua mãe dedicando a ela o capítulo nove de seu livro
“Confissões”.

Segundo Peinado (2010), Mônica se constitui em um exemplo de mulher


dedicada ao marido, aos filhos e à sociedade, na medida em que era atenciosa
com os amigos do filho, bem como às amigas. Mônica deixa o legado de
mulher sábia, na conduta com o marido, uma vez que Agostinho cita que outras
mulheres, que tinham maridos menos violentos que seu pai, apanhavam do
marido, enquanto Mônica, com sua sabedoria, convivia com um marido
iracundo, sem apanhar.

Na educação do filho, Agostinho, encaminhou-o para outra cidade com o


fim de estudar, Em outro capítulo, Agostinho cita que seus pais gastaram mais
do que as posses permitiam para que o filho estudasse e se formasse
professor de retórica. Evidenciando que a educação escolar era uma prioridade
para a família do renomado autor, que após sua conversão ao cristianismo, aos
trinta e dois anos de idade, dedicou-se aos estudos das Escrituras, a escrever
livros e sermões que ficaram com legado à humanidade.

A vida de dedicação de Agostinho aos estudos se revelou na conduta de


padre que ensinava tanto a leitura e escrita, como os preceitos das Escrituras
em um período histórico de intensas transformações políticas e sociais. Em
função do declínio do Império Romano houve grandes transformações políticas
e transformações sociais forjadas pelas invasões dos bárbaros como
consequências da violência, das mortes, das destruições provocadas e das
novas relações forçadas entre bárbaros e sobreviventes romanos.
Ainda como aponta Peinado (2010), nesse contexto, Agostinho, como
representante da Igreja exerceu papel fundamental na educação. A igreja cristã
assumiu a função de educadora dos povos na medida em que oferecia uma
mensagem conciliadora, como destaca Durkheim (1995), enquanto oferecia
consolo aos sobreviventes, ensinava a cultura romana aos bárbaros que a
desejavam.

Mônica evidencia uma conduta cristã, dedicando- se a apoiar o filho e


seus amigos que após a conversão ao cristianismo reuniram-se em um lugar
afastado para dedicarem-se aos estudos das Escrituras e ainda ensinando as
mulheres a conviver com seus maridos de maneira que não sofressem
violência.

Assim, podemos inferir que a mãe de Agostinho efetivamente deixou sua


contribuição como mãe comprometida com a educação de seu filho, bem como
comprometida com a sociedade em que vivia, deixou seu exemplo de mulher
sábia e dedicada a fé cristã.

Ainda que Santo Agostinho relatou as dificuldades que teve na infância


quando era forçado a estudar, conforme registrou no livro As Confissões de
Santo Agostinho (354-430) José Américo Motta Pessanha, 1978.

“ No período da infância, não gostava do estudo, tinha horror a ser


obrigado. Por meio desta coação faziam me um bem – embora eu
procedesse mal – , pois não aprendia se não fosse constrangido.
Todavia, contra a vontade, ninguém procede bem, ainda que a ação
em si mesma seja boa”. (p.19)

Santo Agostinho relembra a sua infância e relata que fora forçado a


estudar, talvez possamos pensar, a partir dessa consideração na importância
da parceria família e escola, porque na vida adulta o autor reconheceu que, os
que o forçaram a estudar faziam lhe um bem.

Nesse sentido a intencionalidade da educação familiar e escolar poderão


ser compreendidas pelo filho e aluno, quando ele se tornar adulto.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A família é o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus


membros são exemplos para a vida. É no lar, no seio da família que começa a
ser formado o cidadão consciente de seus deveres e direitos. Pode-se definir
também família como um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de
estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem.

Uma família é normalmente formada por um homem e uma mulher,


unidos por matrimônio ou união de fato; os filhos que vierem a existir compõem
uma família nuclear ou elementar. Ela é unida por múltiplos laços capazes de
manter membros normalmente, materialmente e reciprocamente durante uma
vida e durante as gerações.

Segundo Morgan (apud Yaegashi, 2007), a primeira etapa da família é a


família consangüínea. Nela os grupos conjugais classificam-se por gerações;
todos os avós, nos limites da família são maridos e mulheres entre si; o mesmo
sucede com seus filhos, quer dizer, com os pais e mães; os filhos destes, por
sua vez, constituem o terceiro circulo de cônjuges comuns; e os seus filhos,
isto é, os bisnetos dos primeiros, o quarto círculo.

Exemplo típico de tal família seriam os descendentes de um casal que


em cada uma das gerações sucessivas todos fossem entre si irmãos e irmãs e,
por isso mesmo, maridos e mulheres uns dos outros.

Entre os povos nômades, os pais saiam em busca de alimento e as


mães eram as responsáveis pelos filhos. Em cada sistema familiar houve a
preservação e o cuidado com a espécie humana. Primeiro apenas como
membro de um grupo e depois passar a existir o afeto, a companhia a
necessidade de se proteger entre si.

Com a descoberta da agricultura, o homem torna-se sedentário e o pai


se faz presente, se constitui em autoridade máxima da família. Na família
monogâmica a fidelidade conjugal dá direito a reconhecimento dos filhos, os
bens são passados de gerações para gerações, a demarcação de território
levou a mudanças, pois o casamento deixa de ser apenas fidelidade, passa a
ser uma transição de troca.

Desde a Idade Média que a Igreja tenta determinar social, política e


religiosamente a composição familiar, pois nela estão inseridos laços que vão
muito além de fidelidade ou bens.

Para Osório (1996, apud Yaegashi, 2007), a família pode ser um tipo de
unidade grupal, com o objetivo genético de preservar a espécie,
independentemente de seu formato, tendo como dinâmica a própria cultura que
gera o processo de socialização, a transmissão de ética e valores. Sendo que
para Orsi (2003 apud, Yaegashi, 2007), a família gera uma cultura própria que
determina as modificações e as construções sociais.

Na década de 1980 e 1990, a compreensão do que significa a família


sofre alterações significativas isso por fatores como: a inserção da mulher no
mercado de trabalho, a globalização, os movimentos feministas e o controle
sobre a reprodução humana. Organizaram-se assim, novos formatos de
família, com novos conceitos de casamento e com a presença constante da
mãe como figura materna e paterna. É a família do século XXI. Segundo
Yaegashi (2003), a forma de família que temos atualmente é uma extensão da
família preconizada pela modernidade e pelas diferentes formas culturais, na
qual se enfatiza o amor romântico e representando uma concepção
diferenciada da família tradicional e patriarcal pela redefinição de valores e
papéis e pela nova forma de poderes.

Osório destaca (1996 apud, Yaegashi, 2007) que a família é uma


instituição de extrema importância, tendo como função principal assegurar a
reprodução da espécie e a sobrevivência da mesma, oferecer afeto transmitir
cultura, preparando os filhos para exercer a cidadania. Pais presentes nas
necessidades dos filhos com atitudes e exemplos, fatores importantes para a
socialização humana.

Para Soifer (1983 apud, Yaegashi, 2007), o principal objetivo da família é


a defesa da vida, enquanto que para Aclseman (1986 apud,Yagashi,20070, a
estabilidade familiar está no padrão de equilíbrio e intercâmbio emocional, Orsi
(2003 apud Yaegashi 2007), se refere á família como ponto inicial do sujeito,
de onde se extrai sua individualidade e seu lugar no mundo.

Entende-se que a instituição familiar organiza-se conforme cada época,


mostrando comportamentos diferenciados na história. Seres humanos viveram
em comunidades compartilhando o conhecimento essencial para a
sobrevivência dos indivíduos na família. Com as mudanças sociais,
econômicas políticas e religiosas, com o passar do tempo houve o aumento da
população, com ela o início das grandes obras. O conhecimento deixou de ser
compartilhado pela comunidade e passou a ser privilégio de algumas famílias.
O poder de planejar e de decidir a vida da comunidade começa a se
tornar prioridade de poucos. Mudanças sociais tornam-se mais acentuadas e a
procura por um lugar na sociedade. A mãe passa a trabalhar fora para ajudar
na economia doméstica e proporcionar maior conforto a sua família. A
tecnologia passa a fazer parte da vida familiar, os filhos voltam a atenção para
a comunicação falada e principalmente a imagem que impressiona e causa
uma falsa sensação de felicidade. A influência da nova dinâmica familiar para o
infanto-juvenil é um dos fatores determinantes.

Soifer, (1983 apud Yaegashi, 2007), aponta vários transtornos, entre


eles a timidez, a explosão de raiva, a mentira, os furtos, condutas antissociais,
atraso na aquisição da linguagem, transtornos do sono, transtornos alimentares
e transtornos da aprendizagem. Entre outras, essas são consequências das
mudanças ocorridas na estrutura familiar e que a criança não consegue
administrá-las, com exemplo a separação dos pais, fracassos econômicos, a
falta de atenção dos pais, são fatores que refletem diretamente na vida da
criança.

Yaegashi (2007), explica que existem ainda os transtornos psicológicos


advindos de tratamentos que não atendem às necessidades básicas: respeito
entre os pais; pais sem expectativa de vida; a violência tanto na família quanto
na sociedade, os pais vivem o stress do trabalho, e até mesmo da ambição e
da conquista de poder que refletem no ambiente escolar. A dificuldade de
sociabilidade e a dificuldade de compreensão causam o transtorno na
aprendizagem.

Nesse sentido, pais, professores e equipe pedagógica em sintonia


podem detectar se há transtornos familiares ou se o professor deve mudar a
sua estratégia pedagógica. O pedagogo desempenha um importante papel
como mediador entre as partes, sem, contudo, colocar o peso da
responsabilidade em ninguém e sim, procurar conhecer, compreender e
auxiliar.

Quando o aluno apresenta problemas de comportamento e


aprendizagem a escola é afetada, procura-se logo achar um culpado que
geralmente, é o próprio aluno. Aí este aluno passa por mudanças de turma,
horários, recuperações ou até a transferência para outra escola, muda-se o
problema de lugar, apenas tentativas fracassadas. As dificuldades só tendem a
crescer, e vêm as dificuldades do sistema educacional e familiar.

A formação pedagógica precisa ter um olhar bem além dos problemas


do dia a dia e ser um pedagogo que busca estabelecer um elo entre escola,
alunos e pais. Faz-se necessário a compreensão de ética, de valores morais,
de imparcialidade no papel que lhe cabe. Ser dinâmico, prezar pelo diálogo,
tornar um ambiente escolar de aprendizagem e confiança entre todo o corpo
docente, pais e alunos.

Na Constituição Federal (1988), no artigo 205, seção I assegura a


educação como direito: “A Educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394


de 20 de dezembro de 1996 (LDB, 9394/96), no artigo 1º está disposto que a
educação passou a ser um direito da criança assegurado legalmente conforme
a Constituição Federal (1988).

O Estado se constitui em o provedor e o profissional em transmissor.


Para tanto, precisa ter regras clara e trabalhar em conjunto a fim de transmitir
conhecimentos, ao mesmo tempo em que prepara o aluno para a cidadania.
Na educação escolar, enquanto um direito de todos, há que ter um
compromisso sério entre poder, instituição e sociedade. Diante dessa realidade
exige-se dos professores maior qualificação não apenas na sua área específica
de trabalho, mas também para as novas relações humanas no processo
escolar.

Segundo Paro et al (1988, p. 228) “não basta, entretanto, ter presente a


necessidade de participação da população na escola. É preciso verificar em
que condições essa participação pode tornar-se realidade”.

É neste sentido que a escola deve organizar-se democraticamente, com


vistas a objetivos transformadores. A participação da comunidade na escola é
um caminho que se faz caminhando, com reflexão e estudos das
potencialidades e fraquezas, inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana, no preparo para a vida e o alargamento para o
mundo do trabalho. O diálogo e a prática pedagógica cooperativa são linhas de
acesso ao entendimento e a participação da comunidade escolar.

Segundo consta no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), capitulo


IV.

Do direito á Educação, á Cultura, o Esporte e ao Lazer.

No Art, 53. A criança e o adolescente têm direito a Educação, visando


ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício
da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II- Direito de ser respeitado por seus professores;
III- Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer ás instâncias
escolares superiores;
IV- Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V- Acesso á escola pública e gratuita próximo de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.

Levando em consideração o que está posto no Estatuto da Criança e do


Adolescente, para explicar a preocupação dos pedagogos e dos professores
com a ausência da família na escola, procuramos meios de investigar a
influência dos pais na educação dos filhos através do uso de questionários,
com o intuito de buscar dados que subsidiem a equipe pedagógica e os
professores para propor encaminhamentos que minimizem essa ausência que
vem acontecendo no ambiente escolar.
A escola na gestão democrática trabalha com a participação como
proposta que orienta os caminhos que possam ser construídos e percorridos
pela comunidade escolar, juntamente com a família e com outros grupos que
apóiem o trabalho realizado por todos os envolvidos com o desenvolvimento
cognitivo, psicológico, afetivo do aluno e filho.

Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 9394/96, p.09) no


artigo 1º está disposto que: “A Educação abrange os processos formativos que
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisas, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais”.

Os alunos são, em primeiro lugar, membros de uma família. O professor


ao recebê-los tem como função garantir o direito educacional, guiando-se pelas
normas do sistema do estabelecimento de ensino. A LDB (9394/96) reconhece
que a escola deve compartilhar a responsabilidade de educar as novas
gerações. Os estabelecimentos de ensino, já não podem mais, por imposição
legal, serem geridos de costas para a família e a comunidade. Assim, como
existem nas escolas projetos pedagógicos e planos de gestão, deve existir
também uma estratégia de comunicação para promover uma relação de
qualidade entre professores, alunos, funcionários e direção, e, destes, com a
família. Aos pais além de informações regulares sobre a freqüência e o
rendimento de seus filhos na escola, devem ter acesso ao conhecimento da
proposta educativa, do Projeto Político-Pedagógico da escola, de modo a ter
condições de acompanhar a sua elaboração e execução.

No artigo 2º da LDB (9394/96), diz que, a Educação dever da família e


do Estado (...) tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando (...) e
sua qualificação para o trabalho.

Isto significa que, os objetivos e finalidades da educação passam


necessariamente pela presença e participação da instituição familiar na escola,
que corresponde aos ideais pedagógicos da gestão democrática participativa e
no entendimento que, trabalho coletivo, tende a ser mais produtivo, pois resulta
de reflexão conjunta, onde a possibilidade de erro é menor, se comparada
quando a escola trabalha isolada.

Desta forma, a participação dos conselhos escolares, bem como das


associações de pais e mestres representam uma parte importante na prática
pedagógica para realizar um bom processo de ensino aprendizagem.

Dentre as funções da escola, para promover a participação da família,


cabe desenvolver um processo de inovação. É necessário compreender a
modificação atual através de uma educação participativa, abrindo espaços para
o diálogo, em um sistema de parceria que favoreça a troca de saberes, para
que a mudança seja contínua, e que o objetivo de estabelecer a socialização, o
respeito mútuo, e confiança seja alcançado de maneira a preparar o cidadão
para a sociedade, para o trabalho, garantindo-lhes a autonomia, a liberdade de
expressão, com uma prática educativa crítica e dialógica.

Com o surgimento do divórcio, a composição familiar pode variar em


uniões consensuais de parceiros separados ou divorciados; união de pessoas
do mesmo sexo; união de pessoas com filhos de outros casamentos; mães
sozinhas com seus filhos; avós com os netos; e uma infinidade de formas a
serem definidas, colocando-nos diante de uma nova realidade diferenciada do
clássico modelo de família nuclear. Essa nova estrutura de parentesco coloca
os profissionais da educação e os próprios membros da instituição familiar em
busca de novas denominações e de novos caminhos para tentar compreender
socialmente essas mudanças.

Na função pedagógica, precisa-se compreender as transformações da


organização familiar e as adaptações às novas formas de grupos familiares que
estão se organizando, ser imparcial e profissional e buscar o respeito às
diferenças, estabelecendo um diálogo em sala de aula e fora dela, sobre essas
mudanças que devem ser percebidas para o bem da sociedade como um todo.

Entendendo que algumas ações poderão contribuir para o envolvimento


maior da família na comunidade escolar, mobilizamos os pais em reuniões para
a participarem ativamente na vida escolar dos filhos, por entender o legado
para os pais que é o de ver o crescimento dos seus filhos, tornando-se
cidadãos, e com o conhecimento adquirido, contribuir com a sociedade na sua
transformação.

Sabemos que cuidar, educar e encaminhar à escola são funções


importantes da família, porém atitudes simples, como conversar com os filhos,
acompanhá-los na realização do dever de casa, ir a escola para conversar
sobre a dificuldade do filho, podem influenciar substancialmente a vida escolar
dos alunos.

A escola, na gestão democrática, trabalha com a participação como


proposta que oriente os caminhos que possam ser construídos e percorridos
pela comunidade escolar, juntamente com a família e com outros grupos que
apoiem o trabalho realizado por todos os envolvidos com o desenvolvimento
cognitivo, psicológico, afetivo do filho/aluno. A tarefa de mudar uma cultura leva
tempo, mas como dito anteriormente, ‘’participação é um processo’’, como
afirma Teixeira (2000):

Não obstante, é necessário delimitar o conceito de participação. Para


isso, é fundamental na sua caracterização o elemento poder político, que não
se confunde com autoridade nem com Estado, mas supõe uma relação em que
atores, usando recursos disponíveis nos espaços públicos, fazendo valer seus
interesses, aspirações e valores, construindo suas identidades, afirmando-se
com sujeitos de direitos e obrigações (TEIXEIRA, 2000, p.37).

Essa participação deve ser vista como uma ampliação das


possibilidades na educação do filho/aluno, visível à criança com seus
problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que possibilita novas
experiências, uma vivência social diferente daquela do grupo familiar, no
sentido, em que proporciona um universo de interações pessoais e ambientes
diferentes, capazes de provocar transformações no processo de aprendizagem
e desenvolvimento na formação do individuo.

Tradicionalmente, a família tem sido vista como parte fundamental do


êxito ou fracasso escolar. A busca de um equilíbrio entre família e escola de
fazer parte de trabalhos educativos tem como objetivo a formação do cidadão
consciente de seus direitos e deveres.

A escola também exerce uma função educativa junto com os pais


discutindo, informando, aconselhando encaminhando os mais diversos
assuntos, numa perspectiva conjunta de promover a educação.

Heidrich (2009, 14) reconhece: Todos têm direito de aprender. A


educação deve visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e
capacitar todos a participar efetivamente de uma sociedade livre. Assim as
crianças, os jovens devem ter seus direitos garantidos não só pela família, mas
pela sociedade e pelo Estado.

RELATOS DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO NA TRAGETÓRIA DO


(PDE).

O PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) ofertado pelo


governo estadual para o aperfeiçoamento dos profissionais da Educação visa
contribuir para a melhoria da escola pública. Esta oportunidade foi importante
na minha carreira de Pedagoga.

Por se tratar de um desafio, acompanhar os filhos na vida escolar e de


uma inquietação enquanto pedagoga quanto à necessidade de se estabelecer
uma parceria escola e família com vistas à educação dos filhos e alunos, o
tema escolhido foi: “Família e Escola: possíveis Problemas que Afetam esta
Relação”.

No desenvolvimento desse projeto na escola contou-se com os alunos


do 6º ano “A”, e com a presença dos pais na escola quando foram convidados
a comparecer, os quais são coparticipantes do projeto.

O cronograma flexível propiciou o desenvolvimento do projeto em suas


diferentes etapas de realização. Os temas foram definidos da seguinte forma:
Primeiramente, o estudo do Referencial Teórico para o bom andamento do
projeto. Em seguida realizou-se a elaboração do projeto de pesquisa junto à
orientadora, do projeto de intervenção, da produção didático-pedagógica.
Depois, apresentou-se a intenção de pesquisa na Semana Pedagógica aos
professores, para então desenvolver os encaminhamentos das atividades
propostas na produção didático-pedagógica, bem como do preenchimento dos
questionários para os dados da pesquisa. Houve também a participação dos
encontros na Universidade Estadual do Oeste do Paraná em Cascavel e no
campus de Foz do Iguaçu e a elaboração desse artigo. Houve avaliação em
cada atividade com verificação dos resultados, considerados bons para um
projeto envolve a participação da família a colaboração dos profissionais da
educação e dos alunos.

MATERIAL DIDÁTICO UTILIZADO

Foi realizada a apresentação do Projeto PDE na Semana Pedagógica,


no Colégio Estadual do Campo Castelo Branco, no município de São Miguel do
Iguaçu- Paraná. Apresentação e debates com os professores, leitura dos
objetivos e esclarecimento do formato do trabalho, sendo este direcionado às
famílias do 6º ano do ensino fundamental. Ressaltou-se a importância da
participação da família na escola. Realizou-se reunião com os pais e com a
presença da professora orientadora, bem como com a presença da
representante do Núcleo de Educação de Foz do Iguaçu. Formulação de
perguntas e mesa redonda com os pais e com os alunos separadamente.
Escolheu-se o filme “Um Sonho Possível” para debate envolvendo
questionamento a cerca da participação escolar por parte dos pais e opiniões
sobre o que pensam da escola dos seus filhos.

A produção do caderno pedagógico se constituiu em uma proposta, a


qual teve como finalidade mobilizar as famílias e a comunidade escolar para
participarem ativamente do processo de ensino-aprendizagem. O caderno
pedagógico foi elaborado com o intuito de desenvolver estratégias para
mobilizar a participação da família na escola, superando os problemas
relacionados ao processo ensino aprendizagem.

O caderno foi dividido em unidades com abordagem centrada no tema


específico contendo textos de fundamentação com as respectivas estratégias
de ação e de atividades diversificadas como: textos informativos, filmes,
questionários, palestras, mesa redonda.

O objetivo foi proporcionar um espaço que possibilite identificar quais


motivos dificultam a participação da família na escola, por meio de ações com a
equipe pedagógica, com os professores e com os alunos.

Em reuniões e debates pretendeu-se ampliar o conceito de participação


dos pais no processo escolar e despertar o interesse em relação ao que
acontece na escola em que o filho estuda e reforçar a importância do que é
ensinado.

INTERAÇÃO COM O GRUPO DE TRABALHO EM REDE

O trabalho desenvolvido na produção didática e a sua implementação


pedagógica com as alunas do Grupo de trabalho em Rede (GTR) foi ótima, em
função da interação com as mesmas. Elas tiveram a oportunidade de fazer as
suas considerações, opinaram e argumentaram quando foi necessário e
ampliaram o debate sobre a temática.

Quanto aos encaminhamentos metodológicos elas consideraram que o


projeto está bem embasado e fundamentado teoricamente e também
contempla a participação dos professores, da esquipe pedagógica, dos alunos
do sexto ano e culminando com a presença das famílias. As alunas também
teceram alguns comentários sobre atividades e propostas tais como: textos
informativos, filmes, questionários, palestras e mesa redonda, desenvolvido em
reuniões e debates.
A interação com as alunas do GTR proporcionou também contribuições
com relação às referências bibliográficas e afirmaram que as mesmas
contemplam sim a expectativa da família na escola, bem como o
acompanhamento escolar dos filhos e sugeriram outros autores.

Na medida em que outras pedagogas tiveram acesso ao projeto


observou-se que a problemática tratada também era inquietação de algumas
delas.

IMPLANTAÇÃO E PROBLEMAS ENFRENTADOS

Essa questão vem sem dúvida, apontar para o papel da família, da


escola e do estado, no sentido de resgatar valores que muitas vezes ficam
relegados.

Perante isso, fez-se necessário que os estudos para compreender essa


relação aconteçam e que as instituições se unam para o fortalecimento e a
qualidade da Educação. Fez-se necessário também compreender a
organização da família em diferentes períodos e nas diferentes sociedades;
compreender o papel da família e da escola no desempenho escolar do aluno;
buscar a qualidade do ensino em conjunto com a família e alternativas para
integrar a família com a escola visando estabelecer ajuda mútua.

A Interação Social na Concepção de Jean Piaget, (de Yves de La Taille,


1951, p. 11),” o homem é um ser essencialmente social, impossível, portanto,
de ser pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive”. Isto é, o
homem não social, visto como independente das influências dos diversos
grupos que frequenta, o homem como imune aos legados da história não
existe.

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

A organização da escola em que a família seja acolhida, bem como


esteja preparada para ouvir as contribuições dos pais quanto aos seus
objetivos para com os filhos, bem como as dúvidas sobre os encaminhamentos
educacionais, deve pautar-se nos princípios da gestão democrática, na
fundamentação teórica sobre as fases do desenvolvimento, bem como em
outras teorias que ofereçam aporte para a orientação aos pais.

Para compreendermos alguns aspectos que influenciam nessa interação


entre escola e família, procurou-se elaborar questionários para conhecer um
pouco mais sobre as condições sócio econômicas das famílias dos alunos dos
sextos anos, o nível de instrução e a opinião que têm da escola onde seus
filhos estudam. Unindo ao papel da escola de estabelecer critérios para cada
vez mais receber os pais com carinho e afetividade.

Nesse sentido, foram desenvolvidas ações buscando entender quais


fatores interferem na relação entre família e escola. Para tanto aplicou-se
questionários aos pais cujos resultados evidenciam que os pais vão à escola
quando chamados a comparecer em reuniões para entrega de boletins,
festividades, ou até mesmo casos de indisciplina ou para saber como está a
aprendizagem seu filho.

Dos trinta e sete questionários respondidos pelos pais, todos


responderam que: consideram que sua participação junto à escola pode
melhorar o desempenho de seu filho. Ainda que em outra questão há uma
distinção entre o que esses pais entendem por acompanhar os estudos de
seus filhos: 40,54% dos pais colocaram que ajudam nas lições 59,46% dos
pais responderam que vão nas reuniões bimestrais.

Corroborando com essa análise, no questionário direcionado aos


professores, os mesmos disseram que existe uma diferença significativa entre
os alunos em que os pais ajudam em casa a realizar suas tarefas e que
comparecem com frequência no cotidiano escolar.

Para analisar o apoio ou incentivo que os filhos recebem dos pais em


casa ao realizar as tarefas escolares. Dos alunos entrevistados, 81,08% alunos
responderam que sim e 19,92% responderam que os pais não têm tempo para
dar atenção a eles. Esse índice representa, em certa medida, a sociedade atual
em que para garantir o suprimento das necessidades, as famílias se ocupam
com o trabalho, com outros afazeres, enquanto essa ação de acompanhar as
tarefas escolares fica negligenciada por alguns, talvez essa seja uma temática
para projetos futuros, trabalhar com os pais a importância de demonstrar
interesse sobre o que os filhos estão aprendendo na escola, incentivar o
diálogo nesse sentido possibilitará a troca de conhecimentos e a comparação
de que quando os pais estudaram a organização escolar era diferente, entre
outros aspectos de interação e aprendizado mútuo.

Para a questão: Nas reuniões de pais que a escola convoca seus pais
participam? Todos responderam que sim. Quando convocados os pais
atendem à convocação, esse índice corresponde tanto ao questionário
respondido pelos pais que participaram do projeto, quanto pelos filhos.
Indicando assim, o que Caetano e Yaegashi (2011) apontam sobre os pais
terem boas intenções quanto à educação dos filhos e que deve partir da escola
a iniciativa de promover encontros com os pais para tratar sobre o
encaminhamento educacional dos filhos.

O resultado possibilitou compreender que os pais gostam de serem


convocados ao ambiente escolar, assim, pode-se conhecer a realidade das
famílias e coletivamente construir objetivos e propostas que correspondam às
expectativas das famílias e da escola.

Percebeu-se a realidade de que a educação escolar pressupõe o


envolvimento da família nesse processo. A escola sozinha não educa e a
família sem escola não é capaz de proporcionar aos seus membros uma
educação que os qualifique como cidadãos capazes de conquistar seu espaço
na sociedade que vivemos. Esse projeto mobilizou os pais para a participação
ativa na vida escolar dos filhos.

O Conselho Escolar e a Associação de Pais e Mestres são instâncias


para uma ação concreta com o fim de promover a democratização das relações
na escola. Aponta-se, portanto, para a necessidade de estreitamento das
relações entre família e escola, evitando assim, a transferência de
responsabilidades entre as partes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A educação dos filhos é uma tarefa muito difícil e desafiadora, mas


um dos caminhos mais perfeitos que o ser humano pode trilhar.
Afinal, nessa caminhada é possível acabar aprendendo mais do que
ensinando. Desse modo, diferentemente da concepção que tomava
conta das gerações passadas, de que bastava ser pai e mãe para
saber educar, as gerações contemporâneas têm reconhecido cada
vez mais a necessidade de algum tipo de ajuda externa para bem
efetuar o papel de educador. Aqui entra a escola como principal
aliada da família para educar (CAETANO e YAEGASHI, 2011, p. 64).

As ponderações de Caetano e Yaegashi (2011) a partir das pesquisas


realizadas, vêm ao encontro do intuito inicial do projeto do PDE desenvolvido
no Colégio Castelo Branco, um vez que a pedagoga tinha como inquietação a
necessidade de se estabelecer uma parceria entre a escola e as famílias com
vistas à educação dos filhos e alunos.

Um dos limites do Projeto é o tempo disponibilizado de dois anos, no


qual a pesquisa efetivamente se realiza no segundo ano e segue a elaboração
do artigo limitando a análise dos resultados da intervenção.

Destacam-se dois fatores importantes na realização desse projeto: a


atuação da orientadora e dos alunos do 6º ano “A”, os quais contribuíram com
opiniões, argumentações ampliando o meu conhecimento, de modo que O PDE
se constituiu em uma oportunidade significativa, um caminho na tentativa de
buscar alternativas para promover a integração entre escola e família.

A relevância do projeto se mostra na medida em que pesquisadores de


diferentes instituições, em diferentes localidades, estão buscando desenvolver
projetos para responder à importante e desafiadora questão: a educação das
novas gerações em um contexto de transformações tecnológicas, econômicas
e sociais que demandam novas reflexões acerca de como educar.

A escolha do tema desse projeto no PDE teve como intuito que as


famílias participassem junto com a comunidade escolar no processo de ensinar
e aprender.
Os estudos aqui aplicados contribuíram para o entendimento de como a
família está implicada no desenvolvimento saudável, ou não, de seus
membros, já que, ela é entendida como sendo o elo que une as diversas
esferas sociais. A família e a escola constituem os dois principais ambientes
de desenvolvimento humano na sociedade. Assim, é fundamental que sejam
implantadas políticas que assegurem essa aproximação de maneira a
reconhecer suas forças e fraquezas no tocante ao processo de
desenvolvimento da aprendizagem, na participação e colaboração, não só do
aluno, mas de toda a equipe inserida no projeto.
A diversidade de experiências encontradas reforçou a hipótese de que
quando escola e família participam conjuntamente favorece o desenvolvimento
integral da criança e do adolescente.
A receptividade ao tema foi boa, mas há a necessidade de continuidade,
de projetos que sejam embasados na prática pedagógica do interesse e do
diálogo para o seu desenvolvimento. Que seja sólido, confiável e promissor
para os próximos anos letivos. Flexível, para que outros profissionais possam
usá-lo e, quando necessário, fazer modificações, sem, porém, tirar a
legitimidade, numa construção teórica para interagir com os novos alunos e
novas famílias que virão ao Colégio Estadual do Campo Castelo Branco.
Conclui-se que, a instituição familiar passou e passa por mudanças e
que com erros e acertos a família e a escola devem andar juntas em busca do
mesmo objetivo: formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres.
Assim, a escola em parceria com a família pode desempenhar a importante
tarefa de educar.

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