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Discussões sobre conhecimento cientifico e Educação em Ciências

O objetivo da educação em Ciências é formação critica, científica,


política e social do individuo, bem como como discutimos anteriormente o papel
do professor que atua no ensino de ciências é de mediar, dar meios aos alunos
que para que possam por si só entender a importância da mesma em nossas
vidas e não ver como algo difícil de entender ou alcançar, ou que ciências é
apenas para gênios, inteligentes ou para aqueles que já nasceram com um
“dom”, mas que possamos desmitificar, conseguir fazer com que o aluno possa
assimilar o conteúdo aprendido em sala de aula e aplicar em suas atividades
cotidianas onde se emprega esses conhecimentos, como pode usufruir do
mesmo para tomada de decisão no seu dia a dia. Bem como nos diz Bizzo
(2002), a escola é das poucas instituição que tem por obrigação constitucional
de proporcionar aos alunos conhecimentos variados para além do dito senso
comum, mas o conhecimento artístico, cultural e cientifico. No filme “O menino
que descobriu o vento” podemos ver que o garoto Willian com a idade de 13
anos quando ingressa na escola, que o garoto já possuía conhecimento
informal ele consertava radio e construía pequenos objetos com materiais
encontrados no lixo. Esse conhecimento rudimentar que ele tinha ainda não
lapidado fez aguçar seu desejo em ampliar seu conhecimento, sua curiosidade
fez buscar com quem poderia lhe dar respostas seu professor de ciências e
esse fez o papel de mediador indicando ao garoto a bibliografia que lhe faria a
compreender o assunto que buscava. Willian realiza sua pesquisa e se vale do
seu conhecimento, para construir um protótipo para convencer o povo da sua
vila principalmente seu pai, que conseguiria puxar agua o que auxiliaria no
plantio o ano todo. Partindo das leituras, debates, filme e o documentário
podemos observar o quanto divergem nossas concepções para o ensino de
ciências, antes e agora, pois quando nos foi perguntado sobre “o que vem a
sua cabeça quando pensamos em ciências?”, não inicio da disciplina logo
saíram resposta semelhantes umas da outras de que a primeira coisa que viria
a cabeça era cientistas com jaleco branco, fazendo experiências em
laboratório, um ser inteligente e ou que já nasceu com “dom” para ciências,
mas o que o mudou? Com o filme podemos observar que um menino simples
que vivia em um vilarejo pobre que enfrentava muitas dificuldades conseguiu
através de ensino mudar a história dos poucos que restaram no seu vilarejo,
quem não morreu de fome ou deixou o lugar na tentativa de melhores
condições. O filme que foi baseado em fatos reais, para retomar os aspectos
sobre a educação, podemos constatar que vários direitos foram negados e ou
negligenciados aos morados da vila direitos humanos básico como saúde,
alimentação, educação etc. O vilarejo só era visitado por políticos em tempos
de eleição mas depois esquecidos. A história se passa no ano de 2001 e ainda
assim podemos verificar que não existia saneamento básico, agua encanada,
esgoto, asfalto etc. Hospital não tinha. A única escola que tinha para atender a
todos do vilarejo além de ser privada, era possível ver que a estrutura da
escola lugar simples e de pouca infraestrutura havia a sala de aula que, possua
somente as carteira, cadeiras e a lousa, o piso de terra batida, telhado simples
e só. Os outros 2 espaços que podemos ver foi a biblioteca também simples, e
o pátio onde aconteceu a apresentação do diretor da escola no primeiro dia de
aula, que mal foi concluída pois começou a chover e molhar os alunos, pois
não havia cobertura o teto era a céu aberto. Ainda assim era a escola que
tinha.
Aspecto cultural que podemos observar que na sala de aula só haviam
meninos culturalmente o povo daquele vilarejo as meninas deveriam saber
cozinhar, lavar, limpar as tarefas de casa deveriam aprender ser esposa e
cuidar da casa e dos filhos. Os pais de Willian não puderam frequentar a
escola, mas sabia a importância dos estudos e queria oportunizar aos filhos,
Anne a filha mais velho só concluiu o ensino básico não conseguiu ingressar no
ensino superior, pois os pais passava por dificuldades financeiras Anne ao
questionar a Mãe sobre se iria para faculdade, pela resposta a jovem percebeu
que nunca conseguiria chegar a cursar e foi então que refletindo sobre o seu
lugar no povoado de que não haviam perspectiva de uma carreira tão pouco
seu destino seria diferente ao de sua Mãe em meio a crise econômica, hídrica
e a escassez de alimentos a situação da família era precária e sem uma
perspectiva de mudar, a garota foge para morar na capital com seu namorado
eles se casam mesmo assim Anne não consegue fazer faculdade, mas naquele
momento a garota percebendo que não conseguiria ajudar aos pais foi o que
fez pensando ser o melhor.
A história de Willian nos faz refletir e pensar que não esta longe esta
realidade de nós brasileiro, por exemplo no nordeste do Brasil podemos
facilmente encontrar as mesmas dificuldades enfrentadas pelos personagens
do filme, a terra seca, a escassez de água, a escola de terra batida, a morte do
cachorro entre outros aspectos me fizeram lembrar do livro de João Cabral de
Melo Neto “Morte e vida Severina”, que retrata dificuldades econômicas,
sociais, culturais vividas pelo povo nordestino que até os dias atuais sofrem,
um povo que foi esquecido e só é lembrado na época das eleições tal como o
filme imprime no seu enredo, o povo que passa fome e tem dificuldades com o
plantio e colheita por conta da crise hídrica, escolas precárias quando têm.
Nesse exercício de analisar volto meu pensamento nas discussões iniciais e
me pego a questionar se para o ensino de ciências naturais que tem o objetivo
de formar cidadão critico capaz de se posicionar socialmente e politicamente,
se para ensinar precisamos de muitos recursos caros ou podemos faze-lo de
forma a utilizar instrumentos básicos como recicláveis, sementes, objetos que a
escola possua e ou a observação do espaço no ambiente fora da sala de aula
como uma visita exploratória no entorno da escola ou em casa na vizinhança
entre outras medidas baratas e capazes de levar o aluno a refletir o que esta
aprendendo e ser capaz de aplicar em seu cotidiano.
O documentário “absorvendo o Tabu”, assim como filme traz a realidade
de povos de cultura diferente da nossa, mas com dificuldades que encontramos
por aqui. Recentemente o governo vetou um projeto que tinha como objetivo
distribuir absorventes femininos, para mulheres e meninas pobres sem
condições de comprar, por tanto durante o período menstrual, acabam por
faltar as aulas entre outros compromissos social. O documentário mostra a
realidade de mulheres indianas culturalmente a menstruação é um tabu por ser
pouco falado pois trata de algo intimo da mulher, as entrevistas iniciam com
meninas nas escolas que quando questionadas sobre o assunto responde com
vergonha e resiste um pouco falar sobre, incluindo mulheres que também falam
com pudor sobre o assunto e quando questionadas sobre absorvente muitas
nem sabiam que existia nem nunca tinha visto um. O período menstrual da
indiana é protegido por panos que depois de usados são enterrados em um
aterro, semelhante aqui no Brasil que muitas meninas ainda tem que usar
panos ao invés de absorventes. Na sequencia foram entrevistadas mulheres
empreendedoras que montaram uma cooperativa de mulheres indianas, só
trabalham mulheres e são elas que produzem 100% do absorventes e vende,
desde o plantio a colheita do algodão, passando pela prensa e modelagens de
cada absorvente, até as vendas dos absorventes porta a porta. O documentário
é muito interessante, pois mostra o empoderamento de mulheres e o que isto
causa na vida das mesmas tem um simbolismo ainda maior pois elas que
passam a prover o sustento do lar. O documentário muito interessante essa
ideia poderia ser implementada no nordeste, com custeio do governo, que para
além de prover o produto para as mulheres e meninas necessitadas, também
poderia trazer emprego para uma região tão deixada de lado. Contudo essas
mulheres e meninas poderiam assumir seu lugar na sociedade que lhe de
direito.
REFERÊNCIAS

ABSORVENDO Tabú. Índia: Rayka Zehtabchi, 2018. (26 min.), P&B.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Lrm2pD0qofM. Acesso em:
25 out. 2021.

BIZZO, Nélio. CIÊNCIAS: fácil ou difícil?. 2. ed. São Paulo - SP: Ática, 2002. 75
p.

O MENINO que descobriu o vento. Direção de Chiwetel Ejiofor. Malawi: Andrea


Calderwood, Gail Egan, 2019. (113 min.), color. Disponível em:
https://tudohd.top/watch/o-menino-que-descobriu-o-vento-2019-assistir-online/.
Acesso em: 25 out. 2021.

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