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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Crimes Dolosos Contra a Vida: Inquérito
Defensoria: Atuação perante Tribunais
Estabilidade Financeira: LC 43/92 de SC
Lei de Segurança Nacional
Pensão Alimentícia
Protocolo de Las Leñas
Reclamação: Cabimento
Reincidência
Soldo e Salário Mínimo
“Sursis”
Suspensão de Segurança: Competência
PLENÁRIO
Protocolo de Las Leñas - 1
Com a entrada em vigor do Protocolo de Las Leñas
(Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em
Matéria Civil, Comercial, Trabalhista, Administrativa,
concluído pelos governos da Argentina, do Brasil, do
Paraguai e do Uruguai, em 27 de junho de 1992, no âmbito
do Tratado de Assunção, e promulgado pelo Decreto 2.067,
de 12 de novembro de 1996), as sentenças estrangeiras
oriundas dos países integrantes do MERCOSUL poderão ser
homologadas e executadas no Brasil mediante carta
rogatória, à vista do que dispõe o art. 19 do Protocolo (“O
pedido de reconhecimento e execução de sentenças e de
laudos arbitrais por parte de autoridades jurisdicionais será
tramitado por via de cartas rogatórias e por intermédio da
Autoridade Central.”).
Reclamação: Cabimento
A recorribilidade da decisão que usurpa a
competência do STF ou desafia a autoridade de suas
decisões não impede que, desde logo, seja ajuizada a ação de
reclamação perante esta Corte (CF, art. 102, I, l). Precedente
citado: RCL 329-SP (RTJ 132/620). RCL 655-ES (AgRg),
rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10.4.97.
PRIMEIRA TURMA
Estabilidade Financeira: LC 43/92 de SC
Não ofende a garantia do direito adquirido lei que,
no tocante à parcela remuneratória decorrente do exercício
de cargo em comissão, adota critérios de reajuste
diferenciados a) para os servidores que se encontrem no
efetivo exercício desses cargos, e b) para os servidores,
aposentados ou não, beneficiados pelo instituto da
estabilidade financeira (incorporação da diferença de
remuneração entre o cargo efetivo e o cargo em comissão em
virtude do exercício deste por determinado período de
tempo). Com base nesse entendimento, a Turma reformou
decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que,
fundada no princípio da intangibilidade do direito adquirido
e no da isonomia, determinara a observância, no reajuste da
parcela remuneratória incorporada por servidor aposentado,
dos mesmos critérios aplicáveis aos servidores em exercício
de cargos em comissão. RE 193.810 - SC, rel. Min. Moreira
Alves, 1º.4.97.
“Sursis”
A existência de processo criminal, no qual o acusado
foi absolvido, não pode ser levada em conta para a
caracterização de maus antecedentes. Afastando essa
circunstância judicial que motivara o indeferimento do
sursis , a Turma deferiu em parte habeas corpus para que o
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul se pronuncie
novamente sobre a concessão, ou não, daquele benefício. HC
74.977-MS, rel. Min. Ilmar Galvão, 8.4.97.
Reincidência
O prazo qüinqüenal do art. 64, I, do CP (não
prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
tiver decorrido período de tempo superior a cinco anos,
computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação) conta-se
da data em que extinta a pena (CP, art. 82), e não do dia da
sentença declaratória do cumprimento das condições do
sursis. Com esse entendimento, e reconhecendo que, no
caso, a condenação anterior embora pudesse ser considerada
nos antecedentes não mais se prestava à caracterização da
reincidência, a Turma, excluindo o acréscimo desta
agravante, deferiu em parte habeas corpus para reduzir a
pena a um ano de reclusão. Em conseqüência, determinou
que o Tribunal de origem se manifestasse sobre o regime
inicial de cumprimento da pena e sobre a concessão, ou não,
do sursis. Precedente citado: HC 73.394-SP ( DJU de
21.03.97). HC 74.967-SP, rel. Min. Moreira Alves, 8.4.97.
SEGUNDA TURMA
Soldo e Salário Mínimo
Julgando recurso extraordinário interposto pelo
Estado do Rio Grande do Sul contra decisão que reconhecera
a policiais militares do Estado o direito a vencimento básico
(soldo) não inferior ao salário mínimo nos termos do art. 29,
I, da CE (“São direitos do servidores públicos civis do
Estado...: I - vencimento básico ou salário básico nunca
inferior ao salário mínimo fixado pela União...”), a Turma,
por maioria, não conheceu do recurso, afastando o
argumento de que apenas a remuneração dos referidos
servidores submeter-se-ia a esse piso salarial. Vencido o Min.
Marco Aurélio. Precedente citado: ADIn 751-GO (RTJ
142/86). Matéria semelhante encontra-se sob julgamento
plenário no RE 198.982-RS (v. Informativo 53). RE
205.491-RS, rel. Min. Carlos Velloso, 1º.4.97.
CLIPPING DO DJ
11 de abril de 1997
ADIn N. 640-1
REL. P/ ACORDÃO: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
PROVIMENTO DOS CARGOS DE DIREÇÃO DE UNIDADES
ESTADUAIS DE ENSINO POR ELEIÇÃO: ART. 196, VIII, DA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, LEI Nº 10.486, DE 24.07.91, E
DECRETO Nº 32.855, DE 27.08.91, TODOS DO ESTADO DE
MINAS GERAIS. INCONSTITUCIONALIDADE: ART. 37, II, IN
FINE, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. Cabe ao Poder Executivo fazer as nomeações para os cargos em
comissão de diretor de escola pública (CF, art. 37, II, in fine).
2. É inconstitucional a norma legal que subtrai esta prerrogativa do
Executivo, ao determinar a realização de processo eleitoral para o
preenchimento destes cargos.
3. Ação direta julgada procedente para declarar a
inconstitucionalidade do art. 196, VIII, da Constituição Estadual, da
Lei nº 10.486/91 e do Decreto nº 32.855/91, todos do Estado de
Minas Gerais.
RE N. 188349-9 (EDcl)
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: (...)
1. Não é de ser considerado intempestivo o recurso, se esse foi
protocolado no cartório do Tribunal no último dia do prazo, após o
expediente forense. Alegação improcedente.
1.1 É de presumir-se que o funcionamento da Secretaria fora
estendido além da hora prevista, ou que, cerradas as portas do
protocolo daquela Corte às 18:00 horas, as partes que lá estavam
foram admitidas a permanecer no recinto para efetivarem a entrega
da peça.
1.2 O possível acúmulo de trabalho naquela Seção Judiciária não
pode prejudicar a parte recorrente. (...)
Embargos de declaração rejeitados.
RE N. 178236-6
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Titular de Ofício de Notas da Comarca do Rio de
Janeiro.
Sendo ocupantes de cargo público criado por lei, submetido à
permanente fiscalização do Estado e diretamente remunerado à
conta de receita pública (custas e emolumentos fixados por lei), bem
como provido por concurso público - estão os serventuários de notas
e de registro sujeitos à aposentadoria por implemento de idade
(artigos 40, II, e 236, e seus parágrafos, da Constituição Federal de
1988).
Recurso de que se conhece pela letra c, mas a que, por maioria
de votos, nega-se provimento.
* noticiado no Informativo 22
RE N. 198746-4
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.
USUCAPIÃO. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA FEDERAL. C.F., art. 109, I.
I. - Ação de usucapião promovida no Juízo Estadual: compete à
Justiça Federal emitir juízo de valor sobre o interesse manifestado
pela União, vale dizer, avaliar a realidade ou não desse interesse.
II. - R.E. conhecido e provido.
RE N. 202520-8
REL. P/ ACÓRDÃO: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA:
NÃO OCORRÊNCIA. ATO ADMINISTRATIVO LOCAL
ORIGINÁRIO DA CÂMARA DE VEREADORES DECIDIDO
PELA JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. COMUNICAÇÃO À
JUSTIÇA ELEITORAL DO AUMENTO DO NÚMERO DE
VAGAS DE VEREADORES PARA EFEITO DE DIPLOMAÇÃO E
POSSE: MATÉRIA AFASTADA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO PARANÁ. INEXISTÊNCIA DE
LITISPENDÊNCIA.
1. Mandado de segurança impetrado contra ato do Presidente da
Câmara de Vereadores de Curitiba, que se negou a dar posse a
suplentes diplomados, em face da Resolução n° 01, de 02 de
dezembro de 1992, que fixou o número de edis de 33 (trinta e três)
para 37 (trinta e sete), para a legislatura seguinte.
2. Não ocorre a litispendência se a decisão proferida pela Justiça
Comum se limitou ao exame da ilegalidade do ato administrativo
oriundo do Presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba e não da
ilegalidade do aumento do número de vagas no Legislativo local,
refutando tese da existência de conflito de competência entre a
Justiça Comum e a Eleitoral.
3. Não caracteriza litispendência simples requerimento formulado
pelo Presidente da Câmara de Vereadores, solicitando em data
anterior à diplomação e posse, providências às autoridades da Justiça
Eleitoral do Estado. Correta, portanto, a decisão da Justiça Estadual
que decidiu a questão do ponto de vista do ato administrativo
impugnado.
4. Inviabilidade de declaração de conflito positivo de competência,
porque a matéria eleitoral suscitada resultou afastada, não tendo sido
objeto de acolhimento pelo acórdão do Tribunal de Justiça do Estado
que se circunscreveu ao mero exame da ilegalidade do não
cumprimento do ato legislativo da Câmara de Vereadores que
aumentou o número de seus membros.
5. O STJ ao acolher conflito de competência a ele diretamente
dirigido pelo Ministério Público Eleitoral e reconhecer a
competência da Justiça Eleitoral do Estado vulnerou as balizas do
artigo 105, I, d, em combinação com o artigo 125 da Constituição
Federal, circunstância que enseja a manutenção do decisum
proclamado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná que julgou
a questão dentro dos limites definidos pela sua Lei de Organização
Judiciária.
Recurso Extraordinário que se conhece e se dá provimento para
restabelecer o acórdão originário da Justiça do Estado do Paraná.
* noticiado no Informativo 43
RE N. 204742-2
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: IMPOSTO DE RENDA. ATUALIZAÇÃO PELA UFIR.
LEI Nº 8.383/91. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AOS
PRINCÍPIOS DA IRRETROATIVIDADE E DO DIREITO
ADQUIRIDO.
Não há inconstitucionalidade na utilização da UFIR, prevista na Lei
nº 8.383/91, para atualização monetária do imposto de renda, por
não representar majoração de tributo ou modificação da base de
cálculo e do fato gerador. A alteração operada foi somente quanto ao
índice de conversão, pois persistia a indexação dos tributos
conforme prevista em norma legal.
Recurso extraordinário não conhecido.
RMS N. 21587-2
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: MILITAR DA RESERVA E REFORMADO.
ADICIONAL DE INATIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE DIREITO
LÍQUIDO E CERTO À PERCEPÇÃO NA FORMA PREVISTA NO
DECRETO-LEI Nº 728/69 E NA LEI Nº 5.787/72, COM AS
ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELOS DECRETOS-LEI NºS
1.824/80 E 1.901/81. APLICÁVEL, À ESPÉCIE, O DISPOSTO NA
LEI Nº 8.237 E SEU NOVO CRITÉRIO DE CÁLCULO.
1. O Estado não firma contrato com seus servidores, mas
estabelece, unilateralmente, regime estatutário, sendo-lhe lícito, a
qualquer tempo, alterar as condições de serviço e pagamento, desde
que o faça por lei e sem discriminações pessoais.
2. A tese de suporte ao pedido não é nova no âmbito desta Corte,
que insistentemente tem entendido não caracterizar violação ao
direito adquirido, quando lei superveniente cria situação diferente de
remuneração, sobretudo no cálculo de adicionais.
3. Impossibilidade de o Poder Judiciário legislar
positivamente, para criar norma votada pelo Poder competente, além
de ministrar perversa iniquidade ao estabelecer para os inativos
situação remuneratória superior a de seus colegas da ativa.
Recurso a que se nega provimento.