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Estruturas Algébricas
Este material é de apoio para a disciplina de Estruturas Algébricas, oferecida ao curso de Informática da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, não tendo a pretensão de esgotar os assuntos aqui abordados, mas sim de
enfocar os aspectos importantes para o uso em Informática.
O relato de quaisquer erros ou outras sugestões e criticas construtivas será sempre bem-vindo.
Não alterar este material!
Estruturas Algébricas i
Sumário
Vedada a alteração ou o uso sem o consentimento prévio dos autores © Vaccaro & Canto
Estruturas Algébricas 1
1.2.1 Exemplos
São exemplos de conjuntos:
(a). A = { a }
(b). B = { 0, 3, 6, 9, 12, 15, ... }
(c). C = { 1, 2, 3, 4, 6, 12, ... }
(d). D = { Terra, Sol, Lua }
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Estruturas Algébricas 2
1.2.2 Notações
A seguinte notação é a usual em Teoria de Conjuntos:
Elementos: são normalmente representados por letras latinas minúsculas
Exemplos: a, b, c, ...
Conjuntos: são normalmente representados por letras latinas MAIÚSCULAS
Exemplos: A, B, C, ...
Relação de Pertença: é representada pelo símbolo ∈, criado por Georg Cantor.
x∈A significa o elemento x pertence ao conjunto A
x∉A significa o elemento x não pertence ao conjunto A
1.3.1.1 Exemplos
(a). A = { C++, Delphi, Smalltalk, Java, ... }
(b). B = { análise, projeto, implementação, teste, correção, término }
(c). C = { 1, 3, 5 }
(d). D = { N, R, Q, I, C }
(e). E = { ( 2, sair da cama ), ( 4, acordar ), ( 3, escovar os dentes ), ( 1, abrir os olhos ) }
(f). F = { a, e, i, o, u }
(g). G = { (1, a), (3, b), (5, c) }
1.3.1.2 Observações
Pontos positivos: permite a visualização de todos os elementos do conjunto, facilitando
raciocínios de inspeção.
Pontos negativos: só é prática ao se trabalhar com conjuntos finitos e com poucos elementos.
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1.3.2.1 Exemplos
(a). C = { x / x ∈ N ∧ x é ímpar ∧ x ≤ 5 }
(b). F = { z / z é múltiplo de 4 }
(c). U = { T / T é conjunto }
(d). G = { ( x, y ) / x ∈ R ∧ y = x + 1 }
m m
(e). Q = { x / x = ∧ m ∈ Z ∧ n ∈ Z* } = { / m ∈ Z ∧ n ∈ Z* }
n n
(f). S = { x / x ∈ N } ou, simplesmente, S = N
(g). P = { k / k = 2n ∧ n ∈ N }
1.3.2.2 Observações
Pontos positivos: sucinta, fácil de manipular, formal e útil para o desenvolvimento de raciocínios.
Permite representar conjuntos com muitos (ou infinitos) elementos.
Pontos negativos: não permite a visualização direta dos elementos, exige a determinação formal
de uma proposição para a propriedade que define o conjunto.
1.3.3.1 Exemplos
(a). A = { x ∈ R / -1 ≤ x < 2 }
R
-1 2
(b). B = { ( x, y ) / x ∈ Z ∧ y ∈ R } R
-2 -1 0 1 1 Z
1.3.3.2 Observações
Pontos positivos: São úteis para a compreensão de propriedades gráficas.
Pontos negativos: Em geral são difíceis de construir.
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1.3.4.1 Exemplos
A
(a). A = { 1, 2, 3 }
2
1
3
(b). B = { 1, 2, 4 }
B C
C = { 2, 3, 4, 6 }
1 2 6
4 3
1.3.4.2 Observações
Pontos positivos: São úteis apenas para a compreensão de propriedades através de exemplos.
Pontos negativos: Não podem ser usados em provas formais, pois não são capazes de
representar propriedades de forma abstrata. Somente podem representar conjuntos finitos e
discretos1.
1.4.1 Notações
Conjunto Universo: usualmente representado pelo símbolo U.
Conjunto Vazio: usualmente representado pelos símbolos ∅ ou { }.
1.4.2 Observações
Há muitas formas de se definir, por compreensão, estes conjuntos. Por exemplo:
U = { x / x = x } = { x / x existe }
1
Isto é, cujos elementos não necessitam ser dispostos de forma contígua, ou seja, podem ser “contados com os dedos”.
Formalmente diz-se que a propriedade de densidade não é satisfeita, ou seja, que, chegará o momento que entre dois
elementos quaisquer do conjunto não será possível encontrar outro elemento do mesmo conjunto. Por exemplo, no conjunto
dos números naturais, N, não é possível encontrar outro número natural entre 2 e 3. O mesmo acontece com todos os naturais
consecutivos...
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1.5 Intervalos
Intervalos são conjuntos de números reais. Devido a sua importância e para facilitar sua escrita, foi
adotada a seguinte notação:
{x∈R/a≤x≤b} [a;b]
(a;b]
{x∈R/a<x≤b}
]a;b]
[a;b)
{x∈R/a≤x<b}
[a;b[
(a;b)
{x∈R/a<x<b}
]a;b[
2
Explicação da Demonstração:
Vamos demonstrar isto através de um raciocínio denominado “por contradição” ou “redução ao absurdo”. A idéia da prova é
simples, apesar de os detalhes poderem ser um pouco indigestos para o leitor de primeira viagem...
Queremos mostrar que o conjunto vazio é único. Pois bem:
Inicialmente, vamos supor, por mais absurdo que seja, que existam dois conjuntos vazios diferentes;
Em seguida, vamos chegar à conclusão de que isto não pode acontecer. Então estaremos mostrando que não há outra
alternativa a não ser existir somente um conjunto vazio.
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Estruturas Algébricas 6
2.1 Inclusão
Dados dois conjuntos, A e B, diz-se que A está contido em B se e somente se qualquer elemento de
A for também elemento de B. Nestas condições escreve-se A ⊆ B.
Em notação lógica:
A ⊆ B ⇔ (∀x) (x ∈ A → x ∈ B)
2.1.1 Exemplos
(a). N ⊆ Z
(b). { x ∈ Z / (∃ y ∈ Z )( y = 6x ) } ⊆ { x ∈ Z / (∃ y ∈ Z )( y = 2x ) }
x
(c). { x / x é par } ⊆ { x / ∈Z}
2
2.1.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
∅⊆A
A⊆A (Reflexividade)
(A⊆B)∧(B⊆C)⇒A⊆C (Transitividade)
Prova:
Seja A um conjunto. Então: ∅ ⊆ A
Pela definição de inclusão temos que (∀x)( x ∈ ∅ → x ∈ A ).
Como a primeira proposição é falsa, então a implicação é verdadeira.
Logo, ∅ ⊆ A.
(Reflexividade)
Seja A um conjunto. Então: A ⊆ A
(∀x)( x ∈ A → x ∈ A ), já que x ∈ A é uma proposição verdadeira, então a implicação é
verdadeira.
(Transitividade)
Sejam A, B, C conjuntos. Então A ⊆ B ∧ B ⊆ C → A ⊆ C
Seja x ∈ A. Como A ⊆ B, temos que x ∈ B. Da mesma forma, como x ∈ B e B ⊆ C, então x ∈ C.
Logo, podemos concluir que A ⊆ C.
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2.1.3 Exemplos
(a). N ⊆ Z ∧ Z ⊆ Q ⇒ N ⊆ Q
x x x
(b). { x / x é par } ⊆ { x / ∈ Z } ∧ { x / ∈ Z } ⊆ { x / x é par } ⇔ { x / x é par } = { x / ∈ Z }
2 2 2
2.1.4 Observações
Pode-se também dizer que B contém A, denotando por B ⊇ A.
Em Teoria da Computação é muito comum se utilizar a notação em vez de ⊆. Isto porque a
intepretação da inclusão é feita de maneira diferente:
Ao se escrever A ⊆ B está-se dizendo que B contém todos os elementos de A e, provavelmente,
mais alguns.
Ao se escrever A B, que matematicamente é a mesma coisa, está-se dando a interpretação de
que A possui mais qualidade de informação que B, pois possui menos elementos que B.
2.2.1 Exemplos
(a). N ⊂ Z
(b). Z ⊂ R
2.2.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A≠∅⇒∅⊂A
(A⊂B)∧(B⊂C)⇒A⊂C (Transitividade)
Não provaremos as propriedades acima pelo fato de as demonstrações serem semelhantes às
apresentadas para a relação de Inclusão.
2.3 Igualdade
Dois conjuntos, A e B, são iguais se e somente se tiverem exatamente os mesmos elementos.
Nestas condições escreve-se A = B.
Em notação lógica:
A = B ⇔ (∀x)( x ∈ A ↔ x ∈B )
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2.3.1 Exemplos
(a). { − 3 , 3 } = { x / x2 = 3 }
(b). { -4, -2, -1, 1, 2, 4 } = { x / x é divisor de 4 }
x
(c). { x / x é par } = { x / ∈Z}
2
2.3.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A=A (Reflexividade)
A=B⇒B=A (Simetria)
(A=B)∧(B=C)⇒A=C (Transitividade)
Prova:
(Reflexividade)
Seja A um conjunto. Então: A = A
Para todo x, x ∈ A se e somente se x ∈ A. Como a primeira proposição é verdadeira, logo a
equivalência é verdadeira.
(Simetria)
Sejam A e B conjuntos tais que A = B. Então: B = A
Como A = B para todo x, x ∈ A se e somente se x ∈ B. Pela equivalência lógica ( p ↔ q ) ⇔
⇔ ( p → q ) ∧ (q → p), vem que (∀x ) ( x ∈ A → x ∈ B ). Assim, temos que B ⊆ A. Desta forma,
A ⊆ B e B ⊆ A. Logo, B = A.
(Transitividade)
Sejam A, B, C conjuntos, tais que A = B e B = C ⇒ A = C
Como A = B, pela hipótese, então A ⊆ B e B ⊆ A. Tomando B = C, temos que B ⊆ C e C ⊆ B.
Como A ⊆ B e B ⊆ C, pela propriedade transitiva da inclusão, vem que A ⊆ C e C ⊆ A. Logo,
A = C.
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3.1 União
Dados dois conjuntos, A e B, a operação de união gera um novo conjunto cujos elementos são
provenientes tanto de A, como de B. O conjunto união de A e B é denotado por A ∪ B.
Em notação lógica:
A∪B={x/x∈A∨x∈B}
3.1.1 Exemplos
(a). Sejam A = { a, b, c } e B = { a, b, d }. Então A ∪ B = { a, b, c, d }
(b). Sejam A = ∅ e B = { 1, 2, 4 }. Então A ∪ B = { 1, 2, 4 }
(c). Sejam A = U e B = { 1, 2, 4 }. Então A ∪ B =U
3.1.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A∪B=B∪A (Comutatividade)
(A∪B)∪C=A∪(B∪C) (Associatividade)
A∪A=A (Idempotência)
A∪∅=A (elemento neutro)
A∪U=U (elemento absorvente)
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de união, não
sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou extra-classe.
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3.1.4 Exemplos
3.1.4.1 Exemplo
N ∪ Z = Z, pois N ⊆ Z
Seja x ∈ N ∪ Z. Então, x ∈ N, ou x ∈ Z. Como N ⊆ Z, então podemos concluir que x ∈ Z.
Por outro lado, se x ∈ Z, então x ∈ N ∪ Z.
Logo, N ∪ Z = Z
3.1.4.2 Exemplo
Mostre que, sendo A e B conjuntos, então A ⊆ A ∪ B.
Demonstração:
Sejam A e B conjuntos.
(∀x) (x∈A* ⇒ x∈A ∨ x∈B ⇔ x ∈ A ∪ B)
*p⇒p∨q
3.1.4.3 Exemplo
Mostre que ( ∀ A, B )( A ⊆ B → A ∪ B = B ).
Demonstração:
Sejam A e B conjuntos, tais que
Caso 1: Seja x ∈ A ∪ B.
Então x ∈ A ou x ∈ B.
Como x ∈ B, temos que A ∪ B ⊆ B.
Logo, A ∪ B = B
Caso 2: Seja x ∈ B.
Como B ⊆ A ∪ B e A ∪ B ⊆ B.
Logo, A ∪ B = B
Logo ( ∀ A, B )( A ⊆ B ⇒ A ∪ B = B ).
3.2 Interseção
Dados dois conjuntos, A e B, a operação de interseção gera um novo conjunto cujos elementos
devem ser os comuns a A e B. O conjunto interseção de A e B é denotado por A ∩ B.
Em notação lógica:
A ∩ B = { x ∈U / x ∈ A ∧ x ∈ B }
3.2.1 Exemplos
(a). Sejam A = { a, b, c } e B = { a, b, d }. Então A ∩ B = { a, b }
(b). Sejam A = { ☺, , }eB={ , }. Então A ∩ B = ∅
(c). Sejam A = ∅ e B = { 1, 2, 4 }. Então A ∩ B = ∅
(d). Sejam A = U e B = { 1, 2, 4 }. Então A ∩ B = { 1, 2, 4 }
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3.2.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A∩B=B∩A (Comutatividade)
(A∩B)∩C=A∩(B∩C) (Associatividade)
A∩A=A (Idempotência)
A∩∅=∅ (elemento absorvente)
A∩U=A (elemento neutro)
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de interseção, não
sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou extra-classe.
3.2.4 Exemplos
3.2.4.1 Exemplo
Mostre que ( ∀ A )( A ∩ ∅ = ∅ ).
Demonstração:
Seja A um conjunto. Então A ∩ ∅ = ∅
Vamos supor que A ∩ ∅ ≠ ∅. Então existe x ∈ A ∩ ∅.
Assim, x ∈ A e x ∈ ∅. Porém, x ∈ ∅ é falso. Então x ∈ A ∩ ∅ é falso.
Logo, A ∩ ∅ = ∅
3.2.4.2 Exemplo
Mostre que ( ∀ A, B )( A ⊆ B → A ∩ B = A ).
Demonstração:
Sejam A e B conjuntos, tais que A ⊆ B. Mostraremos a tese observando que
A ∩ B = A ⇔ ( A ∩ B ⊆ A ) ∧ ( A ⊆ A ∩ B ).
Caso 1: Seja x ∈ A ∩ B. Então:
x∈A∩B⇔x∈A∧x∈B⇒x∈A
Logo, A ∩ B ⊆ A
Caso 2: Seja x ∈ A.
Se x ∈ A, então, pela hipótese, x ∈ B, pois A ⊆ B ⇔ ∀x, x ∈ A → x ∈ B ⇔ V.
Logo, A ⊆ B ⇒ A ⊆ A ∩ B
Logo ( ∀ A, B )( A ⊆ B ⇒ A ∩ B = A ).
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3.4 Diferença
Dados dois conjuntos, A e B, a operação de diferença entre A e B gera um novo conjunto cujos
elementos são aqueles que pertencem a A, mas não pertencem a B. O conjunto diferença de A e B é
denotado por A – B.
Em notação lógica:
A–B={x/x∈A∧x∉B}
3.4.1 Exemplos
(a). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 2, 4 }. Então A – B = { 1, 3 }
(b). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 4, 5, 6 }. Então A – B = { 1, 2, 3 }
(c). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { ♦, ♥, ♠, ♣ }. Então A – B = { 1, 2, 3 }
(d). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = ∅. Então A – B = { 1, 2, 3 }
(e). Sejam A = { x ∈ N / x é múltiplo de 5 } e B = { x ∈ N / x é par }. Então
A – B = { 5, 15, 25, 35, ... }
3.4.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A–B⊆A
A∩B=∅⇔A–B=A
A∩B=∅∧A∪B=C⇔A =C–B
(A–B)∩B=∅
(A–B)∪B=A∪B
(A∪B)–C=(A–C)∪(B–C) (Distributividade)
(A∩B)–C=(A–C)∩(B–C) (Distributividade)
A–∅=A
A–U=∅
∅–A=∅
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de diferença de
conjuntos, não sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou extra-classe.
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3.5 Complementação
Em notação lógica:
CEA = { x / x ∈ E ∧ x ∉ A }
Um caso particular, mas muito útil, é o conjunto complementar de A em relação ao conjunto universo.
Neste caso, temos E = U. Então o conjunto complementar é denotado por CA , por A’ ou por A .
Em notação lógica:
A’ = { x ∈ U / x ∉ A }
Observação: A Complementação é um caso particular (muito importante) da operação de diferença.
3.5.1 Exemplos
(a). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 2 }. Então CBA não está definido, pois A ⊄ B.
(b). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 1,2, 3, 4, 5, 6 }. Então CBA = {4, 5, 6}
(c). Seja A = { 1, 2, 3 }. Então AN’ = { 0, 4, 5, 6, ...}
3.5.2 Propriedades
Sejam A, B e E conjuntos tais que A ⊆ E e B ⊆ E. Então são válidas as seguintes propriedades:
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de diferença de
conjuntos, não sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou extra-classe.
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3.5.3 Exemplos
3.5.3.1 Exemplo
Mostre que ( U )’ = ∅.
Demonstração:
Pela definição de conjunto complementar, temos que ( U )' é o complementar de ( U )em relação ao
conjunto Universo. Como U é o próprio conjunto universo.
Logo, só podemos ter ( U )' = ∅
3.5.3.2 Exemplo
Mostre que ( ∀ A, B )( A ∩ B ∩ A’ = ∅ )
Demonstração:
Seja x ∈ A ∩ B. Assim x ∈ A e x ∈ B. Como x ∈ A, pela definição de complementar, x ∉ A'. Assim,
podemos concluir que se x ∈ A ∩ B, então x ∉ A'.
Logo, A ∩ B ∩ A' = ∅
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Estruturas Algébricas 15
Em notação lógica:
A ∆ B = { x / ( x ∈ A ∧ x ∉ B ) ∨ ( x ∈ B ∧ x ∉ A ) } = (A – B) ∪ (B – A)
3.7.1 Exemplos
(a). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 2, 3, 4 }. Então A ∆ B = { 1 } ∪ { 4 }
(b). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 4, 5, 6 }. Então A ∆ B = { 1, 2, 3 } ∪ { 4, 5, 6 }
(c). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 3, 6, 9 }. Então A ∆ B = {1, 2 } ∪ { 6, 9}
3.7.2 Propriedades
Sejam A, B e C conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
A∆B=(A–B)∪(B–A)
A∆B=(A∪B)–(B∩A)
A∆B=B∆A (Comutatividade)
(A∆B)∪C=(A∆C)∩(B∆C) (Distributividade)
(A∆B)∩C=(A∆C)∪(B∆C) (Distributividade)
A∆∅=A
A∩B=∅⇔A∆B=A∪B
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de diferença de
conjuntos, não sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou extra-classe.
3.7.3 Exemplo
Mostre que
( ∀ A, B )( ( A – B ) ∪ ( B – A ) = ( A ∪ B ) – ( B ∩ A ) )
Demonstração:
Sejam A e B conjuntos. Seja x ∈ (A – B) ∪ (B – A). Então x ∈ (A – B) ou x ∈ (B – A).
Como x ∈ ( A – B ), então x ∈ A e x ∉ B. Assim, x ∈ A ∪ B e x ∉ B ∩ A.
Logo, x ∈ (A ∪ B) – (B ∩ A).
Um outro modo:
Demonstração:
Sejam A e B conjuntos. Seja x ∈ (A ∪ B) – (B ∩ A). Então x ∈ (A ∪ B) e x ∉ (B ∩ A).
Como x ∈ (A ∪ B), então x ∈ A ou x ∈ B. Porém, x ∉ (B ∩ A), então x ∉ B ou x ∉ A.
Logo, x ∈ (A – B) ∪ (B – A).
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4 Produto Cartesiano
O produto cartesiano de conjuntos ocupa lugar de destaque dentre as operações definidas na Teoria
de Conjuntos, principalmente no que toca as suas aplicações à Informática. Isto porque permite
definir conjuntos de natureza diferente dos originais, através da associação ordenada de seus
elementos. Aplicações comuns do produto cartesiano são, entre outras:
gráficos;
especificação de relações entre conjuntos de dados;
representação de regras lógicas através de relações.
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Ternas Ordenadas: Uma terna ordenada é uma seqüência ordenada de três elementos.
Exemplos: ( 1, 2, 3 ),
( a, 1, v ),
( Informática, 401, PUCRS ),
( ( nome, endereço ), código, saldo )
4.2.1 Definição
Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano de A e B é o conjunto formado por pares ordenados
cujo primeiro elemento é proveniente de A e o segundo, de B. Este conjunto é denotado por A x B.
Em notação lógica:
A x B = { ( x, y ) / x ∈ A ∧ y ∈ B }
4.2.2 Exemplos
(a). Sejam A = { 1, 2, 3 } e B = { 4, 5 }. Então:
A x B = { ( 1, 4 ), ( 1, 5 ), ( 2, 4 ), ( 2, 5 ), ( 3, 4 ), ( 3, 5 ) }
B x A = { ( 4, 1 ), ( 4, 2 ), ( 4, 3 ), ( 5, 1 ), ( 5, 2 ), ( 5, 3 ) }
Estes conjuntos podem ser representados pelos gráficos abaixo:
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4.2.3 Propriedades
Sejam A, B, C e D conjuntos. Então são válidas as seguintes propriedades:
Ax(B∪C)=(AxB)∪(AxC)
Ax(B∩C)=(AxB)∩(AxC)
A⊆B⇒AxC⊆BxC
(AxB)∩(CxD)=(A∩C)x(B∩D)
AxB=∅⇔(A=∅)∨(B=∅)
AxB=BxA⇔(A=∅)∨(B=∅)∨(A=B)
Observação: As provas das propriedades acima são obtidas a partir da definição de diferença de
conjuntos, não sendo apresentadas aqui, mas deixadas a título de exercício de aula ou
extra-classe.
4.2.5 Exemplos
4.2.5.1 Exemplo
Determine { x ∈ N / ( x – 1 )( x – 3 ) = 0 } x { x ∈ N / ( x – 2 )( x – 3 ) = 0 }.
Solução: { 1, 3 } x { 2, 3 } = { ( 1, 2 ), ( 1, 3 ), ( 3, 2 ), ( 3, 3 ) }
4.2.5.2 Exemplo
Encontre o valor lógico da proposição ( ∀ A, B, C )( A x C = B x C → A = B )
Solução:
Seja ( x, y ) ∈ A x C. Então x ∈ A e y ∈ C. Como A x C = B x C, então ( x, y ) ∈ B x C. Assim, x ∈ B e
y ∈ C.
Logo, A = B.
Logo, a proposição é verdadeira.
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4.2.5.3 Exemplo
Represente graficamente o subconjunto do produto cartesiano R2 definido por S = { ( x, y ) / x+y ≥ 1 }.
Solução:
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5.1 Notação
Representados sempre usando chaves. A única exceção é feita aos intervalos, que
possuem notação própria.
Conjuntos Os nomes são dados por letras maiúsculas. A atribuição é feita pelo sinal de
igualdade.
Exemplo: A = { 1, 2, 3 }.
Representados por letras minúsculas. Um elemento pertence a um conjunto.
Elementos
Exemplo: x ∈ R.
∈ Relação de pertença. Um elemento pertence a um conjunto.
Negação da relação de pertença. Indica que um elemento não pertence a um
∉
conjunto. Escrever x ∉ A é o mesmo que escrever ¬ ( x ∈ A ).
Relação de igualdade.
=
A = B ⇔ ( ∀ x )( x ∈ A ↔ x ∈ B )
Relação de inclusão.
⊆
A ⊆ B ⇔ ( ∀ x )( x ∈ A → x ∈ B )
Relação de inclusão estrita
⊂
A ⊂ B ⇔ ( ∀ x )( x ∈ A → x ∈ B ) ∧ ( ∃ y )( y ∈ B ∧ y ∉ A )
Negação da relação de inclusão.
⊄
A ⊄ B ⇔ ( ∃ x )( x ∈ A ∧ x ∉ B )
Operação de união.
∪
A∪B={x/x∈A∨x∈B}
Operação de Interseção.
∩
A∩B={x/x∈A∧x∈B}
Operação de Diferença.
–
A–B={x/x∈A∧x∉B}
Operação de Complementação do conjunto A em relação ao conjunto E.
AE’ ou CEA
A ⊆ E ⇒ AE’ = E – A = { x / x ∈ E ∧ x ∉ A }
Operação de Complementação do conjunto A em relação ao conjunto Universo.
A’ ou CA
A’ = U – A = { x / x ∉ A }
Operação de Diferença Simétrica.
∆
A∆B={x/(x∈A∧x∉B)∨(x∈B∧x∉A)}
Operação de Produto Cartesiano de dois conjuntos.
x
A x B = { ( x, y ) / x ∈ A ∧ y ∈ B }
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(15). A’ ∪ A = U
(16). A’ ∩ A = ∅
(17). ( A’ )’ = A
( U )’ = ∅
( ∅ )’ = U
(18). ( A ∪ B )’ = A’ ∩ B’ (Lei de De Morgan)
(19). ( A ∩ B )’ = A’ ∪ B’ (Lei de De Morgan)
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(5). AxB=∅⇔(A=∅)∨(B=∅)
(6). AxB=BxA⇔(A=∅)∨(B=∅)∨(A=B)
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6 Exercícios
1. Descreva cada um dos conjuntos a seguir, listando seus elementos :
(a) { x ∈ R / | x | < 2 }
(b) { x ∈ N / ( ∀ y ) ( y é par → x ≠ y ) }
6. Para cada uma das sentenças a seguir, encontre as condições mais gerais possíveis para os
conjuntos A e B de modo a tornar as sentenças verdadeiras:
(a) A ∪ B = A (b) A ∪ ∅ = ∅ (c) A ∪ B ⊆ A ∩ B
(d) A ∩ B = A (e) B - A = ∅
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(c) A ∩ B = A ∩ C ↔ B = C
(d) ( A' ∪ B' )' = A ∩ B
(e) ( A ∪ B ) - C = A ∪ ( B - C )
(f) ( A ∪ B )' = B' ↔ A ⊆ B
(g) ( A ∪ B ) ∩ B' = A ↔ A ∩ B = ∅
(h) A ∩ B = ∅ → A ⊆ B'
(i) A - B = A - C ↔ B = C
(j) A x B = B x A ↔ A = B
(k) ( A x C ) ∪ ( B x C ) = ( A ∪ B ) x C
(l) ( A ∪ B ) ∩ C = A ∪ ( B ∩ C )
(m) A ∆ B = ( A ∪ B ) - ( A ∩ B )
(n) A ∆ B ⊆ A ∪ B
Seja A um conjunto. Chamamos de Conjunto das Partes de A ao conjunto formado por todos os
subconjuntos de A. Notação: P(A)
Ex.: A = { 1, 2 } P(A) = { ∅, {1}, {2}, A }
12. De acordo com o nosso uso da palavra conjunto, se A é um subconjunto do conjunto universo S,
então qualquer elemento de S ou pertence ou não pertence a A. Em outras palavras, a
probabilidade de um elemento x de S pertencer a A é 1 (quando x é um elemento de A) ou 0
(quando x não é um elemento de A) .A é um conjunto FUZZY se todo elemento de S tem a
probabilidade p, 0 ≤ p ≤ 1, de ser um elemento de A. A probabilidade p associada a x é uma
estimativa da possibilidade de que x possa pertencer a A quando a composição de A é
desconhecida. Operações de conjuntos podem ser realizadas com conjuntos FUZZY da seguinte
maneira: “Se o elemento x tem a probabilidade p1 de pertencer a A e a probabilidade p2 de
pertencer a B, então a probabilidade de x ser um elemento de A ∪ B é dada por p1 + p2 – p1.p2.”
Seja S um conjunto de possíveis agentes causadores de doenças,
S = { genética, vírus, nutrição, bactéria, ambiente }.
Os conjuntos FUZZY "AIDS" e "mal de ALZHEIMER" são definidos como:
AIDS = { genética, 0.2; vírus, 0.8; nutrição, 0.1; bactéria, 0.4; ambiente, 0.3 } e
ALZHEIMER = { genética, 0.7; vírus, 0.4; nutrição, 0.3; bactéria, 0.3; ambiente, 0.4 }
Encontre o conjunto FUZZY AIDS ∪ ALZHEIMER
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2. A = { a, b, d, e }, B = { d, e, f }
5. Q = { -4 , 6 } ⊆ { x ∈ Z / -100 ≤ x ≤ 100 } = E
8.
(a). Sejam A, B conjuntos.
Então: B' - A'= { x / x∈ B'∧ x ∉A'} = { x / x ∉B ∧ x ∈ A } = { x / x ∈ A ∧ x ∉B } = A - B
Logo, A – B = B’ - A'.
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9.
OBSERVAÇÃO: Equivalências lógicas usadas em vários itens :
p↔q⇔(p→q)∧(q→p)
(p∧q)∨r⇔(p∨r)∧(q∨r)
(p∨q)∧r⇔(p∧r)∨(q∧r)
p∧q⇒p
p∨f⇒p
p⇒p∧v
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Mas B ≠ C.
Logo, ¬ (A ∩ B = A ∩ C → B = C).
Logo, a proposição (A ∩ B = A ∩ C ↔ B = C) é falsa.
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Conclusão final : Por (1) e (2) vem que A' ∩ B' = B' ⇔ A ⊆ B.
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10.
(a). (b).
(c). (d).
11.
(a). A x B = { ( 1, 2 ), ( 1, 3 ) }
P( A x B ) = { ∅, { ( 1, 2 ) }, { ( 1, 3 ) }, A x B }
(b). P( A x B ) x B = { ( ∅, 2 ), ( ∅, 3 ), ( { ( 1, 2 ) }, 2 ), ( { ( 1, 2 ) }, 3 ),
( { ( 1, 3 ) }, 2 ), ( { ( 1, 3 ) }, 3 ), ( A x B, 2 ), ( A x B, 3 ) }
(c). CDxD A x B = ∅
12.
AIDS ∪ ALZHEIMER = { genética, 0.76; vírus, 0.88; nutrição, 0.37; bactéria, 0.58; ambiente, 0.58 }
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