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ELETRÔNICO
DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
Ano 2010, Número 170 Divulgação: quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Publicação: quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Secretaria Judiciária
Sumário
DIRETORIA-GERAL ................................................................................................................................. 1
CORREGEDORIA ELEITORAL ................................................................................................................ 1
SECRETARIA JUDICIÁRIA ...................................................................................................................... 2
Coordenadoria de Registros Partidários, Autuação e Distribuição ....................................................... 2
Despacho ........................................................................................................................................... 2
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento I ......................................................... 4
Decisão monocrática.......................................................................................................................... 4
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento II ...................................................... 32
Decisão monocrática........................................................................................................................ 32
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III ..................................................... 36
Decisão monocrática........................................................................................................................ 36
Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções ......................................................................................... 55
Acórdão............................................................................................................................................ 55
Atas de Julgamento ......................................................................................................................... 69
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO .................................................................................................... 79
SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO ............................................................................................. 79
Coordenadoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias ............................................................. 79
Balanço Patrimonial ......................................................................................................................... 79
SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................................... 80
DIRETORIA-GERAL
CORREGEDORIA ELEITORAL
Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n.
2.200-2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser
acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 2
SECRETARIA JUDICIÁRIA
Despacho
DESPACHO
Notifique-se o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) - Nacional para, no prazo de 20 (vinte)
dias, em conformidade com o § 1º do art. 20 da Res.-TSE nº 21.841/2004, atender ao disposto no item
23 da Informação nº 479/2010 - COEPA/SCI/TSE (fls. 342-349), referente à prestação de contas do
exercício financeiro de 2007.
Brasília, 30 de agosto de 2010
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
RELATOR
2. Pelo exposto, proceda-se ao acondicionamento dos anexos da petição n. 1464 nas instalações do
anexo III do Tribunal Superior Eleitoral.
3. Publique-se.
Brasília, 26 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
DESPACHO
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 3
1. O Partido Trabalhista Brasileiro - PTB solicita ao Tribunal Superior Eleitoral a anotação e o registro
das alterações no seu Estatuto, aprovadas durante a Convenção Nacional do Partido realizada nos
dias 18 e 19.6.2010 em São Paulo/SP (fl. 751).
2. Publicado o edital de que trata o art. 21 da Resolução n. 19.406/95 do Tribunal Superior Eleitoral,
não houve impugnação (fls. 759-761).
3. Entretanto, conforme parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral (fls. 766-767), o partido "não trouxe aos
autos certidão do registro de pessoas jurídicas, comprobatória da averbação das alterações no
Estatuto" (art. 10, caput, da Lei n. 9.096/95 e art. 27 da Resolução n. 19.406 do Tribunal Superior
Eleitoral).
4. Intime-se o Requerente para que junte aos autos o documento acima mencionado, no prazo de cinco
dias.
5. Após juntada, encaminhem-se os autos à Procuradoria Geral Eleitoral.
Brasília, 26 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
DESPACHO
Vistos.
Cuida-se de prestação de contas referente ao exercício financeiro de 2009 do Partido Republicano
Progressista (PRP).
Pela Informação nº 474/2010, a Coordenadoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (COEPA)
com a anuência da Secretaria de Controle Interno e Auditoria indicou diligências a serem realizadas
pelo partido (fls. 34-108). Solicitou, ainda, autorização para a adoção dos procedimentos de
circularização de documentos recomendados pelo Tribunal de Contas da União por meio do Aviso nº
1.077 GP/TCU (Protocolo TSE nº 12.200/2007).
Ante o exposto, determino que se oficie ao Diretório Nacional do PRP para que atenda às providências
indicadas no item 7 da referida informação, no prazo de 20 (vinte) dias, nos termos do art. 20, § 1º, da
Res.-TSE nº 21.841/2004.
Encaminhe-se cópia da Informação de fls. 34-49.
Por fim, autorizo a COEPA promover os procedimentos de circularização, conforme proposto no item 8
da referida Informação à fl. 47.
Cumpra-se.
Brasília (DF), 27 de agosto de 2010.
MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Relator
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 4
Decisão monocrática
DESPACHO
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - SUBSTABELECIMENTO - JUNTADA - INTIMAÇÕES.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
Antônio Charles Lucena de Oliveira Mello requer a juntada de substabelecimento, assinado por
profissional da advocacia regularmente constituída, e indica o nome do advogado André Ávila para
constar das futuras intimações.
O processo está no Gabinete.
2. Juntem.
3. Observem o que requerido quanto às intimações, ante a regularidade da representação processual.
4. Publiquem.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
DESPACHO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - CONTRARRAZÕES - APRESENTAÇÃO - OPORTUNIDADE.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais encaminha petição por meio da qual o Partido
Democrático Trabalhista apresenta contrarrazões ao Recurso Especial Eleitoral nº 8624/TRE/MG.
O processo está no Gabinete.
2. O prazo para apresentação de contrarrazões está há muito suplantado.
3. Recebo a peça como memorial, devendo vir-me com o processo.
4. Publiquem.
Brasília, 17 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Protocolo n. 24.510/2010
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 5
DESPACHO
1. A presente petição é o original daquela protocolizada sob o n. 24.538/2010, devidamente apreciada.
2. O art. 12 da Resolução n. 21.711/2004 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que "o envio da petição
por fac-símile dispensará a sua transmissão por correio eletrônico e a apresentação dos originais".
3. Pelo exposto, proceda-se à restituição da presente petição ao subscritor.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
DESPACHO
AGRAVO REGIMENTAL - MANIFESTAÇÃO - OPORTUNIDADE - JUNTADA.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
Edgar Horácio de Medeiros e Silvan Alencar de Medeiros apresentam originais da manifestação ao
agravo regimental, em peça subscrita por profissionais da advocacia regularmente constituídos.
O despacho de abertura de vista para o contraditório foi publicado em 2 de agosto de 2010, segunda-
feira, tendo ocorrido a protocolação da peça, encaminhada via fac-símile, em 4 de agosto de 2010,
quarta-feira, juntada no processo às folhas 578 a 589.
Anoto ser a presente manifestação de idêntico teor à constante às folhas 578 a 589 do processo.
O processo está no Gabinete.
2. Noto que a manifestação foi protocolada no prazo.
3. Juntem.
4. Publiquem.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 6
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 7
Embora não se tenha notícia da admissão do recurso especial eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral já
se posicionou pela concessão excepcional de efeito suspensivo nessas situações.
Nesse sentido, "em regra, não compete ao Tribunal Superior Eleitoral conceder liminar para dar efeito
suspensivo a recurso especial que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade, salvo casos
excepcionais" (AgR-AgR-AC n. 3.345/PI, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe 5.2.2010, grifos nossos).
A espécie em foco demonstra essa excepcionalidade.
É que, em exame preliminar, têm-se como relevantes as teses suscitadas no recurso especial eleitoral,
principalmente aquela que trata da validade ou não de depoimentos colhidos em fase extrajudicial e
não ratificados oportunamente em juízo, como meio de prova da ocorrência do ilícito apontado.
A esse respeito, há que se destacar trecho do voto vencido do relator no acórdão recorrido, segundo o
qual "os depoimentos colhidos em sede extrajudicial pela promotoria eleitoral (Adalberto Alves
Cavalcante - fls. 518/519 e Juanúbio de Jesus Conceição - fls. 520/521), não foram ratificados em
juízo" (fl. 31-v).
É de relevar, ainda, que a orientação jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral é no sentido de que,
como regra, as decisões fundamentadas no art. 41-A da Lei n. 9.504/97 são de cumprimento imediato,
ressalvada eventual excepcionalidade (AgR-MS n. 4.216/RS, Rel. Min. Felix Fischer, DJe 1o.9.2009).
Todavia, é igualmente consabido que " para a caracterização da captação de sufrágio e da
arrecadação e gasto ilícito de recursos, previstos nos arts. 41-A e 30-A da Lei 9.504/1997,
respectivamente, é indispensável, em razão da gravidade das penalidades aplicadas, a presença de
provas contundentes dos atos praticados" (AgR-RO n. 2.260/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe
11.5.2010).
Portanto, é de inegável relevância a questão da admissibilidade ou não das provas objeto do recurso
especial.
7. Quanto ao perigo na demora, destaca-se do voto condutor do acórdão a determinação de execução
imediata do julgado, com a consequente assunção da chapa majoritária segunda colocada nas
eleições municipais de 2008.
Nesse ponto, foi designada sessão solene de diplomação da candidata segunda colocada para o dia
24.8.2010 (fl. 75) e posse para 27.8.2010, conforme petição protocolizada no Tribunal Superior Eleitoral
sob o n. 26.567/2010, em 25.8.2010.
Anote-se, ainda, que "o posicionamento desta Corte é no sentido de se evitar a sucessiva alternância
na chefia do Poder Executivo Municipal" (AC n. 3.273/SC, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJe 18.9.2009).
Os requisitos autorizadores da tutela cautelar estão, por essas razões, preenchidos.
8. Pelo exposto, defiro a medida liminar para suspender os efeitos do Acórdão n. 23.295 do Tribunal
Regional Eleitoral do Pará, garantindo ao Autor Olávio Silva Rocha a permanência no cargo de prefeito
do Município de Rondon do Pará/PA até o julgamento do recurso especial eleitoral, se admitido.
Comunique-se com urgência ao Tribunal Regional Eleitoral do Pará.
Vista à Procuradoria-Geral Eleitoral.
Publique-se.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
DECISÃO
AGRAVO - TRASLADO DEFICIENTE - NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. A regência deste agravo decorre do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), o qual prescreve serem de
traslado obrigatório, para a composição do instrumento, as seguintes peças:
Art. 279. (...)
§ 1º O agravo de instrumento será interposto por petição que conterá:
(...)
III - a indicação das peças do processo que devem ser trasladadas.
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão recorrida e a certidão da intimação.
2. Na espécie dos autos, o agravante não providenciou o traslado da certidão de intimação da decisão
agravada.
3. Diante de tal quadro, nego seguimento ao agravo.
4. Intimem.
5. Publiquem.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 8
DECISÃO
RECURSO ESPECIAL - FORMALIDADE - ENQUADRAMENTO NO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL
- NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. O acórdão impugnado mediante o recurso especial, cujo processamento busca-se alcançar, resultou
de decisão proferida à unanimidade, que implicou a manutenção do entendimento constante da
sentença de folhas 55 a 61, na qual consignada a improcedência de ação de investigação judicial
eleitoral proposta para a apuração de suposta prática de captação ilícita de sufrágio por Itavico
Dognani, Miderson Zanello Milleo e Erso Dognani.
Nas razões do especial de folhas 33 a 43, interposto com alegada base na alínea a do inciso III do
artigo 105 da Constituição Federal, articula-se com a transgressão ao artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997.
A agravante assevera que o recurso especial atende ao requisito do prequestionamento, uma vez que
a contrariedade ao mencionado artigo 41-A da Lei Eleitoral teria sido ventilada em primeiro e segundo
graus de jurisdição. Diz que a prova produzida no processo demonstra a ocorrência de captação ilícita
de sufrágio, consistente no cascalhamento de vias municipal e particulares em troca de voto.
O Juízo primeiro de admissibilidade assentou a incidência dos óbices dos Enunciados de nº 7 da
Súmula do Superior Tribunal de Justiça e de nº 279 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.
Na minuta de folhas 2 a 15, reiteram-se os argumentos expendidos no especial. Alega-se que, no
recurso especial, não se tratou de questão da má apreciação da prova, mas da negativa de vigência ao
artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997. Reafirma-se ter o Regional contrariado lei federal, nos termos do
artigo 105, inciso III, letra a, da Carta da República.
O agravado Itavico Dognani apresentou a contraminuta de folhas 84 a 89.
Os agravados Miderson Zanello Milleo e Erson Dognani, apesar de regularmente intimados (folha 80),
não apresentaram contraminutas (folha 97).
2. A agravante providenciou o traslado das peças obrigatórias previstas em lei e respeitou o prazo de
três dias. A decisão atacada restou publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 9 de junho de 2010,
quarta-feira (folha 31), vindo à balha a manifestação do inconformismo em 14 subsequente, segunda-
feira (folha 2). A peça está subscrita por profissionais da advocacia regularmente credenciados (folha
19).
3. O recurso especial eleitoral cujo trânsito busca-se alcançar foi interposto com alegada base na
alínea a do inciso III do artigo 105 da Constituição Federal. Todavia, sendo o permissivo constitucional
invocado referente à competência do Superior Tribunal de Justiça, salta aos olhos a deficiência formal.
4. Nego seguimento ao agravo.
5. Publiquem.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO -REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - IRREGULARIDADE - NEGATIVA
DE SEGUIMENTO.
1. "Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo" - primeira parte
da cabeça do artigo 37 do Código de Processo Civil. O agravante não se faz representado por
advogado devidamente constituído. O subscritor do agravo, Doutor Breno Leite Pinto, OAB/CE nº
16.227 (folha 20), não possui, nos autos, os indispensáveis poderes.
Nem se diga pertinente o disposto na segunda parte do aludido preceito legal. Há de se ter em conta
que a interposição de recurso não é passível de enquadramento entre os atos reputados urgentes.
Concorre, sempre, a possibilidade de o pronunciamento judicial ser contrário aos interesses
sustentados no processo, cabendo à parte precatar-se.
A jurisprudência deste Tribunal é no sentido de ter-se como inexistente o recurso subscrito por
advogado sem procuração no processo. Confiram os seguintes precedentes: Agravos Regimentais nos
Recursos Especiais Eleitorais nos 26782 e 31223, relatados pelos Ministros Gerardo Grossi e Marcelo
Ribeiro, com acórdãos publicados nas Sessões de 25 de setembro de 2006 e de 25 de outubro de
2008, respectivamente.
2. Nego seguimento ao agravo.
3. Publiquem.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 9
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 10
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 11
10. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 20 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 12
4. Recurso especial provido." (g.n.) (REsp nº 1014444/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma,
DJe de 6.3.2008).
Portanto, a decisão que negou seguimento ao recurso especial eleitoral, proferida pela autoridade
coatora, estava em perfeita harmonia com os parâmetros a serem seguidos naquele momento, não
merecendo qualquer reparo ante a ausência de jurisdicionalização da matéria, à época" (RMS
1574017, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJe 28.4.2010, grifos nossos).
10. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 20 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 13
anterior, sob pena de retroagir para prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
2. Antes da vigência da Lei 10.352/01, que acrescentou o § 3º ao art. 515 do CPC, não havia
permissão legal para que os tribunais do país, ao julgar o recurso de apelação, apreciassem
diretamente o mérito da causa se a sentença apelada havia-se limitado a extinguir o processo sem
exame de natureza meritória.
3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.
4. Recurso especial provido." (g.n.) (REsp nº 1014444/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma,
DJe de 6.3.2008).
Portanto, a decisão que negou seguimento ao recurso especial eleitoral, proferida pela autoridade
coatora, estava em perfeita harmonia com os parâmetros a serem seguidos naquele momento, não
merecendo qualquer reparo ante a ausência de jurisdicionalização da matéria, à época" (RMS
1574017, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJe 28.4.2010, grifos nossos).
10. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 20 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 14
1. As regras de direito intertemporal consagram o princípio tempus regit actum, de modo que a lei
processual nova tem eficácia imediata, incidindo sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, sob pena de retroagir para prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
2. Antes da vigência da Lei 10.352/01, que acrescentou o § 3º ao art. 515 do CPC, não havia
permissão legal para que os tribunais do país, ao julgar o recurso de apelação, apreciassem
diretamente o mérito da causa se a sentença apelada havia-se limitado a extinguir o processo sem
exame de natureza meritória.
3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.
4. Recurso especial provido." (g.n.) (REsp nº 1014444/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma,
DJe de 6.3.2008).
Portanto, a decisão que negou seguimento ao recurso especial eleitoral, proferida pela autoridade
coatora, estava em perfeita harmonia com os parâmetros a serem seguidos naquele momento, não
merecendo qualquer reparo ante a ausência de jurisdicionalização da matéria, à época" (RMS
1574017, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJe 28.4.2010, grifos nossos).
10. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 20 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 15
9. Portanto, a nova lei, de caráter processual e de eficácia imediata, não poderia alcançar decisões
proferidas à luz da norma antiga. Nesse sentido, tem se firmado a jurisprudência do Tribunal Superior
Eleitoral:
"No ponto, ressalto que pelo princípio tempus regit actum a alteração da lei de cunho processual tem
eficácia imediata, não alcançando, entretanto, os atos consumados na vigência de lei anterior.
É a firme jurisprudência do e. STJ:
`PROCESSUAL CIVIL. ART. 515, § 3º, DO CPC, ACRESCIDO PELA LEI 10.352/01. APLICAÇÃO NO
TEMPO. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM.
1. As regras de direito intertemporal consagram o princípio tempus regit actum, de modo que a lei
processual nova tem eficácia imediata, incidindo sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, sob pena de retroagir para prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
2. Antes da vigência da Lei 10.352/01, que acrescentou o § 3º ao art. 515 do CPC, não havia
permissão legal para que os tribunais do país, ao julgar o recurso de apelação, apreciassem
diretamente o mérito da causa se a sentença apelada havia-se limitado a extinguir o processo sem
exame de natureza meritória.
3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.
4. Recurso especial provido." (g.n.) (REsp nº 1014444/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma,
DJe de 6.3.2008).
Portanto, a decisão que negou seguimento ao recurso especial eleitoral, proferida pela autoridade
coatora, estava em perfeita harmonia com os parâmetros a serem seguidos naquele momento, não
merecendo qualquer reparo ante a ausência de jurisdicionalização da matéria, à época" (RMS
1574017, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJe 28.4.2010, grifos nossos).
10. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 23 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 16
d) que os direitos fundamentais não são absolutos, devendo se submeter à ponderação entre o
interesse particular e público;
e) que a informação trazida aos autos, obtida com lastro legal, e que tramita em segredo de justiça, é
estritamente necessária para que se possa identificar a ofensa à legislação eleitoral;
f) suposto dissídio entre o acórdão recorrido e julgados dos Tribunais Regionais de São Paulo e de
Goiás no sentido de que a obtenção dessas informações não pressupõe quebra ilícita de sigilo fiscal
mas tão somente a prestação de informação pontual, mediante convênio firmado entre a Receita
Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.
Pugna pelo provimento do recurso para declarar a licitude da prova e determinar o retorno dos autos ao
Tribunal de origem para julgamento do mérito da representação.
6. O recurso foi admitido com fundamento no dissídio jurisprudencial suscitado (fl. 55).
7. Apesar de regularmente citada, a Recorrida não apresentou defesa (acórdão recorrido, fl. 17) nem
contrarrazões.
8. A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo provimento do recurso (fl. 60).
9. Os autos vieram-me conclusos em 23.8.2010.
Examinados os elementos dos autos, DECIDO.
10. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.
11. Na Sessão Plenária de 29.4.2010, em julgamento do Recurso Especial Eleitoral n. 28.746, proferi
voto em que analisei a matéria suscitada, no seguinte sentido:
"A indagação que aqui se faz é a seguinte: pode o Ministério Público, independentemente de
autorização do Poder Judiciário, ter acesso direto a informação relativa a determinada pessoa jurídica,
ainda que para utilização pela Justiça Eleitoral e pela circunstância de ter sido a entidade doadora de
campanha eleitoral?
O § 2º do art. 23 da Lei n. 9.504/97 dispõe: `Toda doação a candidato específico ou a partido deverá
fazer-se mediante recibo, em formulário impresso, segundo modelo constante do Anexo".
A doação realizada por pessoa jurídica é disciplinada no art. 81 e parágrafos e, apesar de não haver
disposição específica quanto ao recibo eleitoral a ser fornecido por pessoa jurídica, é perfeitamente
aplicável o modelo fornecido no Anexo daquela lei:
(...)
Dispõe, ainda, o § 4º do art. 28 da Lei n. 9.504/97, acrescido pelo art. 1º da Lei n. 11.300/2006, que:
`Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante a campanha eleitoral, a
divulgar, pela rede mundial de computadores (internet), nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, relatório
discriminando os recursos em dinheiro, ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para
financiamento da campanha eleitoral, e os gastos que realizarem, em sítio criado pela Justiça Eleitoral
para esse fim, exigindo-se a indicação dos nomes dos doadores e os respectivos valores doados
somente na prestação de contas final de que tratam os incisos III e IV do art. 29 desta Lei".
Releva notar que esse dispositivo, apesar de veiculado em lei que se referia às eleições de 2006, teve
sua aplicação permitida nos termos da Resolução n. 22.205, Relator o Ministro Gerardo Grossi, por ter
sido considerado norma que não afeta o processo eleitoral, não incidindo, assim, o art. 16 da
Constituição Federal.
De todo modo, essas informações são compartilhadas entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Secretaria
da Receita Federal, inclusive para a verificação dos limites legais, nos termos da Portaria Conjunta
TSE/SRF n. 74/2006. Entretanto, como ressaltou o Ministro Lewandoski em seu voto, esta Portaria não
afasta nenhum dado do sigilo, com o que concordo integralmente. Também são disponibilizados no
sítio deste Tribunal, podendo ser consultados, indistintamente, a qualquer momento, os dados que não
estejam sob sigilo.
Nesse sentido, diversos os precedentes deste Tribunal Superior:
`Declaração de bens - Prestação de contas de campanha - Publicidade dos dados - Possibilidade de
todos os interessados obterem da Justiça Eleitoral os dados da declaração de bens e prestação de
contas da campanha de qualquer candidato" (Res. 21295, Rel. Min. Fernando Neves, DJ 18.11.2002);
`Os dados relativos às prestações de contas são públicos e podem ser consultados livremente pelos
interessados, que, se desejarem, poderão solicitar cópias, impressas ou em meio magnético, ficando
responsáveis pelos respectivos custos e pela utilização que derem às informações recebidas" (Res.
21228, Rel. Min. Fernando Neves, DJ 7.10.2002)
Sendo obrigatória essa declaração, no entanto, parece-me que não se haveria falar em quebra de
sigilo fiscal ou bancário, segundo o que for requerido pelo Ministério Público. Nesse ponto, divirjo,
parcialmente, do entendimento do Ministro Lewandowski.
Não estou, com isso, afirmando que pode o Ministério Público agir, sem limites, em seus atos
investigatórios ou, inclusive, pedir dados para exercer legitimamente as ações de que tenha a
titularidade. Há sempre que se ponderar sobre a razoabilidade da requisição e a proporcionalidade do
emprego feito com os dados obtidos.
De qualquer forma, nas hipóteses de doações para campanhas eleitorais, no entanto, o representante
do Ministério Público, em vez de requisitar à Secretaria da Receita Federal informações sobre o
faturamento bruto de pessoa jurídica, os rendimentos brutos de pessoa física ou do próprio candidato,
em sua quase totalidade coberta pelo sigilo, tem legitimidade, a meu ver, para solicitar apenas a
confirmação, ou não, de que as doações por eles declaradas obedecem aos limites estabelecidos nas
normas aplicáveis à espécie.
Assim, se a resposta da Receita Federal for no sentido de que a pessoa teria ultrapassado os limites
legais, caberia ao Ministério Público requerer à Justiça Eleitoral autorização para a liberação de
informações necessárias para o cumprimento de suas obrigações de defesa da legalidade e do
interesse coletivo, sem possibilidade de se ter a quebra do sigilo constitucionalmente a todos
assegurado" (grifos nossos).
12. Naquela assentada, a maioria do Tribunal definiu que, para cumprimento das exigências da lei
eleitoral, a Receita Federal deve limitar-se a informar ao Ministério Público Eleitoral se a doação feita
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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teria ou não extrapolado os respectivos limites legais, sem expor dados acobertados pelo sigilo
constitucional.
13. Nesse sentido, tem-se firmado a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral:
"Observo que o entendimento da Corte Regional Eleitoral, no que diz respeito à licitude da prova obtida
perante a Receita Federal, está em consonância com a jurisprudência desta Corte, conforme se verifica
do seguinte precedente:
`AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. RECURSO ESPECIAL.
REPRESENTAÇÃO. DOAÇÃO PARA CAMPANHA. INOBSERVÂNCIA. LIMITE LEGAL. QUEBRA DE
SIGILO FISCAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA. AGRAVO
DESPROVIDO.
1. Constitui prova ilícita aquela colhida mediante a quebra do sigilo fiscal do doador, sem autorização
judicial, consubstanciada na obtenção de dados relativos aos rendimentos do contribuinte, requeridos
diretamente pelo Ministério Público à Secretaria da Receita Federal, para subsidiar a representação por
descumprimento dos arts. 23, § 1º, I, e 81, § 1º, da Lei nº 9.504/97.
2. Ressalva-se a possibilidade de o Parquet requerer à Receita Federal somente a informação quanto
à compatibilidade entre o valor doado pelo contribuinte à campanha eleitoral e as restrições impostas
na legislação eleitoral, que estabelece o limite de dez por cento dos rendimentos brutos de pessoa
física e de dois por cento do faturamento bruto de pessoa jurídica, auferidos no ano anterior à eleição.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgR-REspe n. 28.218, relator para o acórdão Min.
Marcelo Ribeiro, de 27.5.2010)".
Com efeito, a prova em questão é ilícita, pois não houve autorização judicial prévia para sua obtenção,
configurando-se, pois a quebra de sigilo fiscal, em violação ao art. 5º, X, da Constituição Federal.
Ademais, no que diz respeito ao argumento do recorrente de que a prova seria lícita, pois obtida em
razão de convênio firmado entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Receita Federal, observo que referido
convênio não pode se sobrepor aos sigilos fiscal e bancário, que são espécies do direito à privacidade,
previsto no art. 5º, X, da Constituição Federal" (REspe 787581192, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe
20.8.2010).
14. Na espécie, a representação fundou-se em informação afeta ao faturamento bruto da empresa
aferida no ano anterior à eleição, cujo valor vem expressamente indicado na fl. 2. Trata-se, portanto, de
prova ilícita, obtida sem autorização judicial.
15. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso especial (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
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5. Inconformado, o Ministério Público Eleitoral interpõe o presente recurso especial, no qual alega, em
suma (fls. 60-67):
a) que as informações foram obtidas com fundamento na Portaria Conjunta n. 74, de 10.1.2006,
editada pela Secretaria da Receita Federal e pelo Tribunal Superior Eleitoral, observado o art. 198, §
1º, inc. I, da Lei n. 5.172/1966;
b) que a necessidade de prévia autorização judicial para obtenção das informações esvaziaria o
objetivo daquela Portaria;
c) que a prova produzida reverencia os princípios da igualdade e da proporcionalidade, orientando-se a
garantir o equilíbrio da disputa eleitoral, que, por sua vez, encontra-se em flagrante colisão com o
direito individual ao sigilo fiscal do Recorrido;
d) que os direitos fundamentais não são absolutos, devendo se submeter à ponderação entre o
interesse particular e público;
e) que a informação trazida aos autos, obtida com lastro legal, e que tramita em segredo de justiça, é
estritamente necessária para que se possa identificar a ofensa à legislação eleitoral;
f) suposto dissídio entre o acórdão recorrido e julgados dos Tribunais Regionais de São Paulo e de
Goiás no sentido de que a obtenção dessas informações não pressupõe quebra ilícita de sigilo fiscal
mas tão somente a prestação de informação pontual, mediante convênio firmado entre a Receita
Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.
Pugna pelo provimento do recurso para declarar a licitude da prova.
6. O recurso foi admitido com fundamento no dissídio jurisprudencial suscitado (fl. 71).
7. A Recorrida não apresentou contrarrazões (certidão de fl. 73).
8. A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo provimento do recurso (fl. 76).
9. Os autos vieram-me conclusos em 23.8.2010.
Examinados os elementos dos autos, DECIDO.
10. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.
11. Na Sessão Plenária de 29.4.2010, em julgamento do Recurso Especial Eleitoral n. 28.746, proferi
voto em que analisei a matéria suscitada, no seguinte sentido:
"A indagação que aqui se faz é a seguinte: pode o Ministério Público, independentemente de
autorização do Poder Judiciário, ter acesso direto a informação relativa a determinada pessoa jurídica,
ainda que para utilização pela Justiça Eleitoral e pela circunstância de ter sido a entidade doadora de
campanha eleitoral?
O § 2º do art. 23 da Lei n. 9.504/97 dispõe: `Toda doação a candidato específico ou a partido deverá
fazer-se mediante recibo, em formulário impresso, segundo modelo constante do Anexo".
A doação realizada por pessoa jurídica é disciplinada no art. 81 e parágrafos e, apesar de não haver
disposição específica quanto ao recibo eleitoral a ser fornecido por pessoa jurídica, é perfeitamente
aplicável o modelo fornecido no Anexo daquela lei:
(...)
Dispõe, ainda, o § 4º do art. 28 da Lei n. 9.504/97, acrescido pelo art. 1º da Lei n. 11.300/2006, que:
`Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante a campanha eleitoral, a
divulgar, pela rede mundial de computadores (internet), nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, relatório
discriminando os recursos em dinheiro, ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para
financiamento da campanha eleitoral, e os gastos que realizarem, em sítio criado pela Justiça Eleitoral
para esse fim, exigindo-se a indicação dos nomes dos doadores e os respectivos valores doados
somente na prestação de contas final de que tratam os incisos III e IV do art. 29 desta Lei".
Releva notar que esse dispositivo, apesar de veiculado em lei que se referia às eleições de 2006, teve
sua aplicação permitida nos termos da Resolução n. 22.205, Relator o Ministro Gerardo Grossi, por ter
sido considerado norma que não afeta o processo eleitoral, não incidindo, assim, o art. 16 da
Constituição Federal.
De todo modo, essas informações são compartilhadas entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Secretaria
da Receita Federal, inclusive para a verificação dos limites legais, nos termos da Portaria Conjunta
TSE/SRF n. 74/2006. Entretanto, como ressaltou o Ministro Lewandoski em seu voto, esta Portaria não
afasta nenhum dado do sigilo, com o que concordo integralmente. Também são disponibilizados no
sítio deste Tribunal, podendo ser consultados, indistintamente, a qualquer momento, os dados que não
estejam sob sigilo.
Nesse sentido, diversos os precedentes deste Tribunal Superior:
`Declaração de bens - Prestação de contas de campanha - Publicidade dos dados - Possibilidade de
todos os interessados obterem da Justiça Eleitoral os dados da declaração de bens e prestação de
contas da campanha de qualquer candidato" (Res. 21295, Rel. Min. Fernando Neves, DJ 18.11.2002);
`Os dados relativos às prestações de contas são públicos e podem ser consultados livremente pelos
interessados, que, se desejarem, poderão solicitar cópias, impressas ou em meio magnético, ficando
responsáveis pelos respectivos custos e pela utilização que derem às informações recebidas" (Res.
21228, Rel. Min. Fernando Neves, DJ 7.10.2002)
Sendo obrigatória essa declaração, no entanto, parece-me que não se haveria falar em quebra de
sigilo fiscal ou bancário, segundo o que for requerido pelo Ministério Público. Nesse ponto, divirjo,
parcialmente, do entendimento do Ministro Lewandowski.
Não estou, com isso, afirmando que pode o Ministério Público agir, sem limites, em seus atos
investigatórios ou, inclusive, pedir dados para exercer legitimamente as ações de que tenha a
titularidade. Há sempre que se ponderar sobre a razoabilidade da requisição e a proporcionalidade do
emprego feito com os dados obtidos.
De qualquer forma, nas hipóteses de doações para campanhas eleitorais, no entanto, o representante
do Ministério Público, em vez de requisitar à Secretaria da Receita Federal informações sobre o
faturamento bruto de pessoa jurídica, os rendimentos brutos de pessoa física ou do próprio candidato,
em sua quase totalidade coberta pelo sigilo, tem legitimidade, a meu ver, para solicitar apenas a
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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confirmação, ou não, de que as doações por eles declaradas obedecem aos limites estabelecidos nas
normas aplicáveis à espécie.
Assim, se a resposta da Receita Federal for no sentido de que a pessoa teria ultrapassado os limites
legais, caberia ao Ministério Público requerer à Justiça Eleitoral autorização para a liberação de
informações necessárias para o cumprimento de suas obrigações de defesa da legalidade e do
interesse coletivo, sem possibilidade de se ter a quebra do sigilo constitucionalmente a todos
assegurado" (grifos nossos).
12. Naquela assentada, a maioria do Tribunal definiu que, para cumprimento das exigências da lei
eleitoral, a Receita Federal deve limitar-se a informar ao Ministério Público Eleitoral se a doação feita
teria ou não extrapolado os respectivos limites legais, sem expor dados acobertados pelo sigilo
constitucional.
13. Nesse sentido, tem-se firmado a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral:
"Observo que o entendimento da Corte Regional Eleitoral, no que diz respeito à licitude da prova obtida
perante a Receita Federal, está em consonância com a jurisprudência desta Corte, conforme se verifica
do seguinte precedente:
`AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. RECURSO ESPECIAL.
REPRESENTAÇÃO. DOAÇÃO PARA CAMPANHA. INOBSERVÂNCIA. LIMITE LEGAL. QUEBRA DE
SIGILO FISCAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA. AGRAVO
DESPROVIDO.
1. Constitui prova ilícita aquela colhida mediante a quebra do sigilo fiscal do doador, sem autorização
judicial, consubstanciada na obtenção de dados relativos aos rendimentos do contribuinte, requeridos
diretamente pelo Ministério Público à Secretaria da Receita Federal, para subsidiar a representação por
descumprimento dos arts. 23, § 1º, I, e 81, § 1º, da Lei nº 9.504/97.
2. Ressalva-se a possibilidade de o Parquet requerer à Receita Federal somente a informação quanto
à compatibilidade entre o valor doado pelo contribuinte à campanha eleitoral e as restrições impostas
na legislação eleitoral, que estabelece o limite de dez por cento dos rendimentos brutos de pessoa
física e de dois por cento do faturamento bruto de pessoa jurídica, auferidos no ano anterior à eleição.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgR-REspe n. 28.218, relator para o acórdão Min.
Marcelo Ribeiro, de 27.5.2010)".
Com efeito, a prova em questão é ilícita, pois não houve autorização judicial prévia para sua obtenção,
configurando-se, pois a quebra de sigilo fiscal, em violação ao art. 5º, X, da Constituição Federal.
Ademais, no que diz respeito ao argumento do recorrente de que a prova seria lícita, pois obtida em
razão de convênio firmado entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Receita Federal, observo que referido
convênio não pode se sobrepor aos sigilos fiscal e bancário, que são espécies do direito à privacidade,
previsto no art. 5º, X, da Constituição Federal" (REspe 787581192, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe
20.8.2010).
14. Na espécie, a representação fundou-se, unicamente, em informação referente ao faturamento bruto
da empresa que, inobstante tenha sido zero, foi fornecida pela Receita Federal sem prévia autorização
judicial.
15. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso especial (art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 26 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - IRREGULARIDADE -
NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. "Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo" - primeira parte
da cabeça do artigo 37 do Código de Processo Civil. O agravante não se faz representado por
advogado devidamente constituído. O subscritor do agravo de folhas 2 a 6, Doutor Geraldo Fernandes
Silva, OAB/MG nº 45.610, não possui, nos autos, os indispensáveis poderes.
2. Nem se diga pertinente o disposto na segunda parte do aludido preceito legal. Há de se ter em conta
que a interposição de recurso não é passível de enquadramento entre os atos reputados urgentes.
Concorre, sempre, a possibilidade de o pronunciamento judicial ser contrário aos interesses
sustentados no processo, cabendo à parte precatar-se.
3. A jurisprudência deste Tribunal é no sentido de ter-se como inexistente o recurso subscrito por
advogado sem procuração no processo. Confiram os seguintes precedentes: Agravos Regimentais nos
Recursos Especiais Eleitorais nº 26782 e 31223, relatados pelos Ministros Gerardo Grossi e Marcelo
Ribeiro, com acórdãos publicados nas Sessões de 25 de setembro de 2006 e de 25 de outubro de
2008, respectivamente.
4. Em face da irregularidade da representação processual, nego seguimento a este agravo de
instrumento.
5. Publiquem.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 21
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 22
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 23
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 24
DESPACHO
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - SUBSTABELECIMENTO - JUNTADA - INTIMAÇÕES.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
José Raimundo de Oliveira requer a juntada de substabelecimento, assinado por profissional da
advocacia regularmente constituído, e indica o nome do advogado José Eduardo Rangel de Alckmin
para constar da capa do processo e das futuras intimações.
O processo está no Gabinete.
2. Juntem.
3. Observem o que requerido quanto à autuação e às intimações, ante a regularidade da representação
processual.
4. Publiquem.
Brasília, 18 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 25
Tribunal Federal e 7 do Superior Tribunal de Justiça. Possibilidade de captação de votos por interposta
pessoa. Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral. Agravo de instrumento provido.
Relatório
1. Agravo de instrumento interposto contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro
que negou seguimento a recurso especial, com fundamento nas Súmulas n. 279 do Supremo Tribunal
Federal e n. 7 do Superior Tribunal de Justiça e, ainda, na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.
O caso
2. Na origem, as coligações Agravantes propuseram ação de investigação judicial eleitoral (AIJE)
contra Antônio Francisco Neto e Nélson Kruschewsky dos Santos Gonçalves, respectivamente eleitos
prefeito e vice-prefeito de Volta Redonda/RJ, Marcelo Santos Amorim, candidato a vereador, e
Gothardo Lopes Netto, então prefeito daquele Município.
Os Representantes alegaram que os investigados teriam incorrido em captação ilícita de sufrágio (art.
41-A da Lei n. 9.504/97) ao prometerem distribuir lotes a eleitores determinados, além de terem
praticado condutas vedadas pelo art. 73 e 40 desse mesmo diploma legal.
3. A representação foi julgada parcialmente procedente apenas para cassar o registro do candidato a
vereador Marcelo Santos Amorim, em sentença mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral carioca, por
maioria, nos seguintes termos:
"Recursos eleitorais. Ação de investigação judicial eleitoral. Abuso de poder econômico e político.
Captação ilícita de sufrágio. Configuração. Promessa de doação. Condutas vedadas. Não ocorrência.
- A promessa de doação de terrenos realizada por candidatos a um determinado grupo de eleitores, em
troca de voto, bem como vinculada ao seu sucesso no pleito, configura captação ilícita de sufrágio, na
forma do art. 41-A da Lei n. 9.504/97.
- A procedência da representação com fundamento no art. 41-A da Lei n. 9.504/97 exige prova robusta
da prática de captação ilícita de sufrágio pelo candidato ou a comprovação de sua anuência ao ilícito,
de modo que na ausência de provas consistentes resta afastada a prática ilegal.
- Recursos desprovidos, mantendo-se a sentença tal como lançada" .
4. Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (decisão de fl. 1508).
5. Contra essas decisões, as coligações Agravantes interpuseram recurso especial, cujo seguimento foi
negado pelo Tribunal de origem sob os seguintes fundamentos:
a) o Tribunal de origem, à vista das provas dos autos, concluiu pela insuficiência de provas para
caracterizar captação ilícita de sufrágio por parte do prefeito eleito de Volta Redonda. Decidir de forma
contrária exigiria o revolvimento do conjunto fático-probatório, ao que não se presta o recurso especial
(Súmulas ns. 279 do Supremo Tribunal Federal e 7 do Superior Tribunal de Justiça);
b) o acórdão recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral,
no sentido de que, "para a aplicação da sanção de cassação do diploma ou do mandato (...), é
imprescindível a existência de prova robusta, contundente e inabalável de que de fato a promessa ou
entrega da vantagem ao eleitor foi condicionada ao voto no candidato, o que não ocorre no caso em
apreço" (fl. 1630).
6. Contra essa decisão, as Agravantes interpõem o presente agravo de instrumento, no qual alegam,
em suma:
a) o recurso especial está assentado em elementos fáticos traçados pelo v. acórdão recorrido não
sendo aplicáveis à espécie as Súmulas ns. 279 do Supremo Tribunal Federal e 7 do Superior Tribunal
de Justiça. Nesse sentido, argumentam que:
a.1) o voto condutor teria confirmado, à fl. 1455, a ocorrência das reuniões que "o então candidato a
vereador Marcelo Santos Amorim realizava no bairro de periferia (...) durante o período eleitoral, entre
julho a setembro de 2008, onde prometia em seu nome e em nome do então candidato a Prefeito,
Antônio Francisco Neto, o repasse de terrenos do referido bairro para os eleitores que se inscreviam
previamente em um caderno, na condição de obterem seus votos" (fl. 8);
a.2) o voto condutor teria atestado, à fl. 1456, que, da conduta do candidato a vereador, restou
"evidente a promessa efetuada pelo candidato Marcelo Amorim, que vinculava a doação dos lotes a
sua vitória nas urnas, assim como a de Neto" (fl. 8);
a.3) "ao participar da reunião organizada pelo candidato a vereador, Antônio Neto referiu-se
diretamente ao esquema de compra de votos ao demonstrar o conhecimento da lista de beneficiados
do terreno ao afirmar `sei que muita gente deu o nome", conforme fl. 1457 do voto condutor do
acórdão, e que Marcelo estaria vendo quem era o proprietário da área, quando disse `Meu amigo
Marcelinho é uma pessoa de luta, pessoa que se preocupou em ver que me o proprietário das áreas
(...)" conforme fls. 1493/1494" ;
A presença de Antônio Neto nessas reuniões (...) seria o suficiente para demonstrar o seu pleno
conhecimento e anuência das ações de Marcelo, atraindo a incidência do art. 41-A da Lei n. 9.504/97"
(fl. 10).
O voto-condutor do acórdão teria admitido (fl. 1455) que: "verifica-se da degravação de fls.45/53 que
Marcelo Amorim agiu de forma a fazer os eleitores acreditarem que, caso ele e Neto fossem eleitos,
iriam adquirir um terreno para dividir em lotes e distribuir(...)" (fl. 12);
b) que "a decisão agravada não se restringiu à análise da presença dos pressupostos do Recurso
Especial, acabou por invadir a competência do Tribunal Superior Eleitoral, apreciando seu mérito" (fl.
9);
c) "é pacífico na Corte Superior que é desnecessário o pedido expresso de votos ou que a promessa
seja feita diretamente pelo candidato beneficiário do ilícito" (fl. 10);
d) suposto dissídio entre o acórdão recorrido e julgado do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, para o
qual "a presença do candidato beneficiário no local onde ocorrida (...) a entrega de cestas básicas e
outros bens em troca de voto seria o suficiente para evidenciar a sua anuência à prática do ilícito" (fl.
11). Também aponta julgado similar do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso a admitir a prática,
por interposta pessoa, das condutas previstas no art. 41-A da Lei n. 9.504/97.
Por fim, pleiteia o provimento do agravo no sentido da subida do recurso especial inadmitido.
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 26
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 27
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 28
3. Contra essa decisão, o Agravante interpõe o presente agravo de instrumento no qual sustenta o
cabimento do recurso especial inadmitido, suscitando contrariedade aos arts. 5º, inc. LXXVIII, 105, inc.
III, a, da Constituição da República e ao art. 276, inc. I, a, do Código Eleitoral .
4. A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo não provimento do agravo (fl. 52).
5. Os autos vieram-me conclusos em 13.8.2010.
Examinados os elementos dos autos, DECIDO.
6. Não conheço do agravo por deficiência na formação do instrumento.
7. O art. 544, § 1º, do Código de Processo Civil dispõe que o agravo de instrumento será
obrigatoriamente instruído com a petição de interposição do recurso denegado.
8. O Agravante não juntou a cópia do recurso especial inadmitido, o que impede o conhecimento do
agravo (Súmula 288 do Supremo Tribunal Federal).
9. Pelo exposto, não conheço do agravo (art. 36, § 6o, do Regimento Interno do Tribunal Superior
Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 20 de agosto de 2010.
Ministra Cármen Lúcia
Relatora
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 29
(...)
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte
dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em
julgado" (grifos nossos).
A ação rescisória é cabível, portanto, contra julgados que tenham declarado inelegibilidade e cuja
decisão seja irrecorrível, o que pressupõe o trânsito em julgado.
Na espécie em foco, busca-se desconstituir a decisão proferida no Agravo de Instrumento n.
11096/MT.
Porém, a decisão monocrática foi impugnada por agravo regimental, julgado na Sessão Plenária de
19.8.2010 (fl. 280), sendo que o acórdão ainda não foi publicado, conforme andamento no sistema de
acompanhamento processual do sítio do Tribunal Superior Eleitoral.
Assim, as questões suscitadas nesta ação rescisória não podem ser conhecidas, pois "nos termos do
art. 485, caput, da Lei Processual Civil, é pressuposto de cabimento da ação rescisória visar à
desconstituição de decisum de mérito transitado em julgado" (AgR-AR n. 158/RS, Rel. Min. Barros
Monteiro, DJ 21.11.2003).
11. Pelo exposto, nego seguimento à ação rescisória, prejudicado, por óbvio, o requerimento de
antecipação dos efeitos da tutela (art. 36, § 6o, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 30
7. O recurso especial eleitoral não foi admitido em decorrência da intempestividade dos embargos (fl.
114).
8. Daí a interposição do agravo de instrumento por Marcelo Nascif Simão (fls. 2-6).
9. Contrarrazões às fls. 120-130.
10. A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo desprovimento do agravo (fl. 138).
Examinados os elementos constantes dos autos, DECIDO.
11. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
Ao proferir o juízo de admissibilidade, o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro
concluiu:
"O que se abstrai do exame minucioso dos autos é que, de fato, o mesmo padece de intempestividade
reflexa. Com efeito, à folha 74 certifica-se que a publicação do acórdão que apreciou o recurso contra a
sentença do juízo da 88ª zona eleitoral deu-se em 2.10.2008. Os embargos declaratórios foram
protocolizados em 5 de outubro p.p (folha 81), três dias após a publicação do aresto.
Não obstante, no caso em apreço, a regra geral do artigo 275 do Código Eleitoral, que estabelece o
prazo de três dias para oposição dos embargos, deve ceder espaço à regra específica instinta no artigo
96, § 8º, da Lei n. 9.504/1997, que fixa o prazo de 24 horas para a interposição de recurso das
decisões proferidas pelas cortes regionais.
(...)
Outrossim, dada a extemporaneidade dos embargos, não restou interrompido o prazo para a
interposição do recurso especial, razão pela qual o mesmo padece de intempestividade reflexa" (fls.
113-114).
Essa decisão está em conformidade com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, segundo a
qual o prazo para interposição de recurso contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral em
representação é de 24 horas, observado o disposto no art. 96, § 8º, da Lei n. 9.504/1997. Nesse
sentido:
"Agravo regimental. Agravo de instrumento. Propaganda eleitoral. Representação. Prazo. Embargos de
declaração. Instância regional. 24 horas. Art. 96, § 8o, da Lei no 9.504/97. Violação a regimento interno
de tribunal regional. Óbice das súmulas no 399 e 280 do STF. Não provimento.
1. Visando uniformizar os prazos processuais nas instâncias regionais, além de imprimir maior
celeridade ao processo, a jurisprudência pacífica do e. TSE tem decidido que o prazo para recurso
contra acórdão regional em representação, inclusive nos embargos de declaração, segue o disposto no
art. 96, § 8o, da Lei no 9.504/97. (REspe no 28.209/PA, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 14.8.2007;
REspe nO 26.904/TO, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 12.12.2007; EDcl-RO no 1.494/SE, de minha
relatoria, redator para o acórdão Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 5.12.2008)" (AgR-AI n. 11.241, Rel.
Min. Felix Fischer, DJe 1º.9.2009; grifos nossos);
Assim, o recurso especial é intempestivo em decorrência da intempestividade dos embargos de
declaração. Nesse sentido:
"1. Representação. Conduta vedada. Acórdão regional. Embargos declaratórios. Prazo de 24 horas
para oposição. Inteligência do art. 96, § 8o, da Lei no 9.504/97. Tríduo legal. Não aplicação.
Precedente. É de 24 horas o prazo para oposição de embargos declaratórios contra acórdão regional
que versa sobre representação fundada no art. 96 da Lei no 9.504/97. 2. Interposição de recurso.
Prazo fixado em horas. Conversão em dia. Possibilidade. Precedentes. Não há óbice para a
transmudação do prazo recursal de 24 horas em um dia. 3. Recurso. Especial. Seguimento negado.
Intempestividade reflexa. Agravo desprovido. Os embargos de declaração intempestivos não
interrompem o prazo para a interposição de recurso especial" (AgR-REspe n. 26.904, Rel. Min. Cezar
Peluso, DJ 12.12.2007).
Portanto, este agravo de instrumento é alcançado pela intempestividade reflexa.
12. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 36, § 6o, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral).
Publique-se.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora
DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - IRREGULARIDADE -
AUSÊNCIA DE PREPARO - AGRAVO NÃO CONHECIDO.
1. "Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo" --- primeira parte
da cabeça do artigo 37 do Código de Processo Civil. O subscritor do agravo, Doutor Manoel Guimarães
Nunes, OAB/BA nº 16.364, não possui procuração nos autos. A agravante não trasladou o instrumento
de mandato.
Nem se diga pertinente o disposto na segunda parte do aludido preceito legal. Há de se ter em conta
que a interposição de recurso não é passível de enquadramento entre os atos reputados urgentes.
Concorre, sempre, a possibilidade de o pronunciamento judicial ser contrário aos interesses
sustentados no processo, cabendo à parte precatar-se.
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 31
A jurisprudência deste Tribunal é no sentido de ter-se como inexistente o recurso subscrito por
advogado sem procuração no processo. Confiram os seguintes precedentes: Agravos Regimentais nos
Recursos Especiais Eleitorais nº 26782 e 31223, relatados pelos Ministros Gerardo Grossi e Marcelo
Ribeiro, com acórdãos publicados nas Sessões de 25 de setembro de 2006 e de 25 de outubro de
2008, respectivamente.
2. Em face da irregularidade da representação processual, não conheço deste agravo.
3. Publiquem.
Brasília, 26 de agosto de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 32
Trata-se de recurso extraordinário interposto contra decisão monocrática por mim proferida, às fls. 92-
94.
O recorrente sustentou, em suma, que a decisão recorrida ofendeu o artigo 5º, incisos XXXV e XXXVI,
da Constituição Federal.
Bem examinados os autos, verifico que o apelo extraordinário é intempestivo. A decisão recorrida foi
publicada em 4/8/2010 (fl. 95), e a peça recursal foi protocolada em 18/8/2010 (fl. 98). Segundo a
pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o prazo para interposição de recurso
extraordinário contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral é de 3 (três) dias. Precedente: AI-AgR-
STF 780.479/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes.
Ainda que assim não fosse, ressalto que o apelo extraordinário foi manejado antes de exauridas as
vias recursais. No caso, incide o óbice do Enunciado Sumular 281 do STF.
Isso posto, nego seguimento ao recurso.
Publique-se.
Brasília, 27 de agosto de 2010.
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
- Presidente -
DESPACHO
Junte-se aos autos da Petição nº 1959-51.
Em cumprimento ao despacho de fl. 42, a Fundação Cásper Líbero informa que já teria obtido do
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Verde (PV) a ratificação dos termos do acordo de
fls. 19-23 para realização do debate que noticia à fl. 2.
Comunica, ainda, que o acordo seria ratificado também pelo Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB) em 30.8.2010.
Finalmente, alegando dificuldade em colher a assinatura do representante legal do Partido dos
Trabalhadores (PT), requer a concessão do prazo suplementar de três dias para realização da
diligência.
Considerando a informação prestada pela requerente, defiro o prazo solicitado, em derradeira
oportunidade, para atendimento do despacho de fl. 42 em sua integralidade, "sob pena de ter por
insubsistente a comunicação feita à Justiça Eleitoral sobre as regras estabelecidas para a realização
do debate (Resolução-TSE 23.190, artigo 9º, § 2º)" .
À Secretaria Judiciária para anotações cabíveis quanto à regularização da representação processual
da requerente.
Brasília-DF, 30 de agosto de 2010.
Ministro Joelson Dias,
Relator
Decisão monocrática
DESPACHO
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 33
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte encaminha, para apreciação deste Tribunal,
decisão que defere a requisição de força federal para 20 municípios daquele Estado, no intuito de
garantir a normalidade da votação e da apuração dos votos nas eleições vindouras.
Informação da Diretoria-Geral às fls. 170-173.
Em requisições semelhantes, esta Corte já deliberou pela realização de consulta prévia ao governador
do estado requisitante sobre a possibilidade de garantia da lei e da ordem apenas com forças locais
(PA nº 19.908/PA e PA nº 19.912/AM).
Diligente, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte houve por bem realizar a consulta em
comento. Em resposta, o Governador afirmou, à fl. 156: "[...] as forças de segurança deste Estado têm
condições de garantir a lei e a ordem durante as Eleições Gerais de 2010 [...]".
Pelo exposto, consoante os referidos precedentes desta Corte, converto o feito em diligência e
determino oficiar ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte para que, diante da resposta
do Governador, de que as forças de segurança daquele Estado têm condições de manter a ordem
durante as eleições de 2010, informe sobre o pedido em questão.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
RELATOR
DECISÃO
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso submete à homologação do Tribunal
Superior Eleitoral decisão que autorizou o afastamento do Vice-Presidente e Corregedor Regional
Eleitoral daquela Corte do exercício de suas funções nos cargos que ocupa na Justiça Estadual, de 8
de setembro a 8 de outubro do corrente ano, a fim de se dedicar exclusivamente à Justiça Eleitoral.
Informação da Diretora-Geral deste Tribunal às fls. 5-6.
Tudo visto e examinado, decido.
Inserindo-se o pedido na hipótese prevista no inciso III do § 5º do artigo 25 do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral, examino-o monocraticamente.
Com base na informação da Sra. Diretora-Geral e no precedente por ela destacado (PA nº 671-
68.2010.6.00.0000/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, julgado em 27.4.2010, DJe
14.5.2010), homologo o afastamento do Desembargador Márcio Vidal, Vice-Presidente e Corregedor
em exercício do TRE/MT, de suas funções na Justiça Comum do Estado do Mato Grosso para
dedicação exclusiva à Justiça Eleitoral, no período compreendido entre 8 de setembro a 8 de outubro
de 2010.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
RELATOR
Arquive-se.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
DECISÃO
Ação cautelar com pedido liminar ajuizada pelo Instituto de Desenvolvimento Social e Humano (IDESH)
em Sepetiba/RJ objetivando emprestar efeito suspensivo a recurso especial interposto perante o
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Narra o autor que em 3.5.2010, após informação obtida pelo "disque-denúncia" de suposta prática
irregular relacionada ao oferecimento de serviços gratuitos à comunidade de Sepetiba pelo agora
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 34
candidato William Coelho, iniciou-se procedimento para apuração desses fatos perante o IDESH, por
ordem do Dr. Paulo César Vieira de Carvalho Filho, juiz eleitoral integrante da Coordenadoria de
Fiscalização da Propaganda Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Assim, conforme decisão de fls. 61-68, realizou-se busca e apreensão no imóvel do autor, sendo
apreendidos todos os equipamentos ali encontrados, bem como fichas de inscrição já preenchidas,
documentação e cadernos de registro dos beneficiários dos serviços, impressos, medicamentos e
receitas médicas. O juiz também determinou que o imóvel fosse lacrado, a fim de que cessar as
atividades ali desenvolvidas, bem como retirados e apreendidos os materiais de propaganda eleitoral
afixados do lado externo do prédio.
A cópia do auto de busca e apreensão encontra-se às fls. 123-125.
Contra o ato o autor impetrou, no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, mandado de segurança
objetivando a suspensão dos efeitos do ato para que fosse removido o lacre do imóvel a fim de que as
atividades do IDESH se normalizassem.
Após prestadas as informações pelo juiz eleitoral, o relator do writ no Tribunal Regional Eleitoral
indeferiu a liminar, entendendo ausentes os requisitos essenciais à sua concessão (fls. 106-111),
decisão essa mantida pela Corte a qua (fls. 202-206).
Daí a interposição de recurso especial ao qual se pretende conferir efeito suspensivo por meio da
presente ação cautelar.
Sustenta o autor:
"[...]
02. [...] a impetrante, ora requerente, [...] está impedida pela Justiça Eleitoral de desenvolver suas
atividades, tendo em vista que o imóvel onde funciona sua sede foi lacrado por decisão administrativa
do Juízo da Fiscalização da Propaganda Eleitoral.
03. Também ficou comprovado que aquele mesmo Juiz ordenou a apreensão de todo e qualquer
material que pudesse estar sendo distribuído pela requerente, vinculado a candidato ao pleito eleitoral
ou não, diligência que, conforme abaixo se constatará, encontra-se nula de pleno direito, tendo em
vista a existência de vícios insanáveis. (doc. verde nº 1)
04. Os autos do procedimento administrativo em questão haviam sido encaminhados ao Ministério
Público Eleitoral, não tendo o Parquet em momento algum requerido a cessação das atividades da
requerente, tendo pleiteado apenas a busca e apreensão, por amostragem, de eventual material de
propaganda eleitoral e outros que pudessem estar sendo distribuídos no local" . (fls. 3-4 - grifos no
original)
O autor aduz que não foi apreendido material de propaganda eleitoral de qualquer candidato em sua
sede e que há inúmeras ilegalidades presentes no auto de busca e apreensão, ignorando-se as regras
previstas nos artigos 841, 842 e 843 do Código de Processo Civil, tornando nulo o Procedimento
Administrativo nº 29.028/2010.
O autor sustenta, ainda, a incompetência do juiz fiscalizador da propaganda, alegando que seus atos
se resumem a fiscalizar a propaganda eleitoral e eventuais ilícitos cometidos relativos a ela.
Para o autor, estão presentes os requisitos para a concessão da medida, ressaltando que:
"[...] a ordem constitucional foi afrontada no caso em análise, pois a requerente teve suas atividades
suspensas por decisão proferida em processo administrativo, o que não se pode admitir, sobretudo
porque o Juiz Fiscalizador da Propaganda Eleitoral não exerce função judicante, sendo sua função
tipicamente administrativa, de modo que não dispõe de competência para determinar a suspensão das
atividades desenvolvidas pela associação requerente" . (fl. 14 - grifo no original)
E assim conclui:
"53. O risco de lesão irreparável emerge da própria suspensão das atividades da requerente,
provocando danos aos funcionários que trabalham para a instituição, vez que estão impedidos de
exercerem suas profissões colocando em risco a própria subsistência, em nítida afronta ao princípio da
dignidade da pessoa humana" . (fl. 15 - grifo no original)
Tudo visto e examinado, decido.
Por força legal, os recursos eleitorais não são dotados de efeito suspensivo (artigo 257 do Código
Eleitoral), razão pela qual se admite a execução provisória do acórdão proferido pela Corte de origem.
Daí por que o Tribunal Superior Eleitor, a exemplo do que ocorre no Superior Tribunal de Justiça, tem
admitido, em circunstâncias excepcionais, a concessão de efeito suspensivo a recursos de sua
competência constitucional desde que utilizada, pelo interessado, a apropriada medida cautelar
inominada.
Impõe-se anotar, contudo, que a outorga de efeito suspensivo por intermédio de cautelar incidental,
além da satisfação cumulativa dos requisitos do fumus boni iuris (viabilidade processual do recurso e
plausibilidade jurídica da pretensão de direito material deduzida pela parte) e do periculum in mora,
depende do juízo positivo de admissibilidade da Presidência da Corte a qua.
Primeiro, porque a tutela cautelar não existe em função de si mesma, havendo inequívoca relação de
acessoriedade com o processo principal, vale dizer:
"[...]
No processo cautelar, visa-se garantir outro processo, e, indiretamente, a pretensão que dele é objeto.
Tanto isto é exato que o art. 798, do Código de Processo Civil, esclarece que cabe medida cautelar
quando houver fundado receio de que seja causado ao direito de uma das partes 'lesão grave e de
difícil reparação'.
Necessário é, portanto, que haja probabilidade de existir um direito ameaçado pela dilatio temporis. A
pretensão razoável do processo de conhecimento (que basta, para o autor pedir a sentença, que seja
uma pretensão possível), como pretensão provável, terá de caracterizar-se para que seja admissível a
tutela cautelar.
Certo é que o processo cautelar deve garantir o êxito de outro processo; mas, para isso, pressuposto
necessário é que haja uma pretensão provável como objeto da tutela jurisdicional no processo
principal.
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 35
O processo cautelar é meio e modo para garantir, complexivamente, o resultado de outro processo, por
existir o periculum in mora. Com isso, está assegurando, também, de modo mediato ou indireto, o êxito
de uma pretensão provável, ou, como diz o art. 798, o direito de uma das partes ameaçado de lesão
grave e de difícil reparação". (in Manual de Direito Processual Civil, José Frederico Marques, Edição
Saraiva, 1976, 4º volume, pág. 325 - nossos os grifos)
E segundo, porque:
"[...] O disposto no parágrafo único do artigo 800 do C.P.C., na redação que lhe deu a Lei 8.592/94, não
se aplica a recurso extraordinário ainda não admitido, pela singela razão de que sua aplicação
implicaria pré-julgamento da admissão do recurso extraordinário pelo relator da petição de medida
cautelar, que se torna prevento para julgar o agravo contra o despacho da não- admissão desse
recurso, em detrimento da livre apreciação do Presidente do Tribunal `a quo" no âmbito da
competência originária que a legislação lhe outorga para esse juízo de admissibilidade, porquanto, se
se considera relevante o fundamento jurídico do recurso extraordinário para o efeito de conceder-lhe o
efeito suspensivo que a legislação não lhe outorga, é evidente que ele deverá ser admitido ainda que
para melhor exame. Ademais, se não obstante isso, o Presidente do Tribunal `a quo" não admitir o
recurso extraordinário a que foi dado efeito suspensivo em medida cautelar requerida perante esta
Corte, ter-se-á a esdrúxula situação de um recurso extraordinário não-admitido por quem é competente
para tanto continuar a ter efeito suspensivo antes de reformada a decisão de não-admissibilidade, uma
vez que o despacho de não-admissão na Corte de origem não tem força para reformar a concessão de
cautelar dada pelo Tribunal `ad quem" que lhe é hierarquicamente superior. Agravo a que se nega
provimento". (STF: AgRgPet nº 1.189-9/MG, Rel. Ministro MOREIRA ALVES, julgado em 29.10.96, DJ
6.12.96)
Nesse sentido, ainda, outro precedente jurisprudencial da Suprema Corte:
"MEDIDA CAUTELAR INOMINADA - CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - DECISÃO REFERENDADA POR TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
PRESSUPOSTOS ESSENCIAIS À OUTORGA DE EFICÁCIA SUSPENSIVA A RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
- A concessão de medida cautelar, pelo Supremo Tribunal Federal, quando requerida com o objetivo de
atribuir eficácia suspensiva a recurso extraordinário, exige, para viabilizar-se, a cumulativa observância
dos seguintes pressupostos: (1) instauração da jurisdição cautelar do Supremo Tribunal Federal,
motivada pela existência de juízo positivo de admissibilidade do recurso extraordinário, (2) viabilidade
processual do recurso extraordinário, caracterizada, dentre outros requisitos, pelas notas da
tempestividade, do prequestionamento explícito da matéria constitucional e da ocorrência de ofensa
direta e imediata ao texto da Constituição, (3) plausibilidade jurídica da pretensão de direito material
deduzida pela parte interessada e (4) ocorrência de situação configuradora de periculum in mora.
Precedentes.
[...]" . (Pet nº 2.466/PR - QO, Rel. Ministro CELSO DE MELLO, julgado em 23.10.2001, DJ 26.4.2002 -
grifos no original)
E ainda, quanto àquelas questões em que se reclama a tutela cautelar no período entre a decisão
definitiva da instância ordinária e a admissão da insurgência especial, mostrando-se presentes tanto o
fumus bonis iuris quanto o periculum in mora, o Pretório Excelso assim se manifestou:
"[...]
- A impossibilidade de esta Corte deferir pedido de liminar para dar efeito suspensivo a recurso
extraordinário ainda não admitido permite que, entre a interposição desse recurso e a prolação desse
juízo de admissibilidade, não haja autoridade ou órgãos judiciários que, por força de dispositivo legal,
tenha competência para o exame de liminar dessa natureza. Para suprir essa lacuna que pode
acarretar danos irreparáveis ou de difícil reparação em casos em que é relevante a fundamentação
jurídica do recurso extraordinário, seria de atribuir-se ao Presidente do Tribunal 'a quo', que é
competente para examinar sua admissibilidade, competência para conceder, ou não, tal liminar, e, se a
concedesse, essa concessão vigoraria, se o recurso extraordinário viesse a ser admitido, até que essa
Corte a ratificasse, ou não. Essa solução não encontra óbice em que, assim, haveria invasão na
competência deste Supremo Tribunal, certo que, antes da admissão do recurso extraordinário e por
causa do sistema do juízo dessa admissibilidade, não é possível a ele decidir esse pedido de liminar.
[...]" (Pet nº 1.872-9/RS - Questão de Ordem, Relator Ministro MOREIRA ALVES, julgado em 7.12.99;
DJ 14.4.2000).
Tem-se, assim, que, enquanto não for admitido o recurso especial pelo Tribunal a quo, não há falar em
instauração da jurisdição cautelar por esta Corte Superior, tal como resulta dos enunciados 634 e 635
da Súmula do Supremo Tribunal Federal, também aplicável em sede de recurso especial, cujos termos
são os seguintes:
"Súmula 634 - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito
suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.
Súmula 635 - Cabe ao Presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em
recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade" .
In casu, o autor não esclarece se foi exercido o juízo de admissibilidade, não havendo falar, portanto,
em competência do Tribunal Superior Eleitoral para a apreciação da medida, porque não instaurada a
sua jurisdição cautelar.
Pelo exposto, com fundamento no artigo 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral,
nego seguimento à ação cautelar.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
RELATOR
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 36
Indefiro o pedido, pois não se fez acompanhar de documentação apta a ensejar o exame do periculum
in mora e do fumus boni iuris. Publique-se.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO
Decisão monocrática
DECISÃO
Daniel Caldeira Mateus Júnior interpõe agravo de instrumento (fls. 2-12) em face de decisão que negou
seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 64):
É entendimento pacífico do c. Tribunal Superior Eleitoral o não cabimento de recurso contra acórdão de
Tribunal Regional Eleitoral que julga prestação de contas, por se tratar de matéria eminentemente
administrativa.
Alega, em resumo, que:
a) A decisão agravada contraria os arts. 11 da Resolução-TSE nº 22.715/2008 e 244 do Código de
Processo Civil;
b) "A prestação de contas do recorrente não possui vício capaz de conduzi-la à desaprovação" (fl. 5);
c) "[...] a irregularidade apontada em desfavor do recorrente é meramente formal, sendo, portanto, o
caso de aprovação da mesma com ressalvas, nos termos do artigo 40, II da Resolução 22.715 do TSE,
já que tal situação é prevista" (fl. 8);
d) A decisão recorrida contraria a jurisprudência do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás;
e) A decisão agravada "confundiu juízo de admissibilidade com juízo de mérito, circunstância reservada
a competência exclusiva do Tribunal Superior" (fl. 11); e
f) "[...] não logra êxito o juízo negativo de admissibilidade do recurso especial, quer porque atendeu o
agravante os pressupostos genéricos do reclamo, quer pela suficiente completude de seus elementos
específicos autorizadores da migração da irresignação [...]" (sic) (fl. 11);
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 77-
79).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, anoto que, conforme já reiteradamente decidido por esta Corte, o exame de questões
afetas ao mérito do recurso especial, por ocasião do juízo de admissibilidade no Tribunal a quo, não
implica invasão de competência desta instância superior.
No mais, registro que o agravante não infirmou o fundamento que negou seguimento a seu apelo, o
que atrai a incidência do óbice contido no Enunciado Sumular nº 182/STJ.
Ainda que assim não fosse, melhor sorte não teria o agravo.
A uma, porque nenhum dos dispositivos indicados como violados foi objeto de debate pela instância
regional, faltando-lhes o indispensável requisito do prequestionamento.
A duas, porque a diretriz jurisprudencial deste Tribunal firmou-se no sentido do não cabimento do
recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações de contas.
Feitas essas considerações, analiso, por oportuno, as disposições introduzidas pela Lei nº 12.034 de
29 de setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 37
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o recurso cabível para impugnar
decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H do CPC).
8. Recurso especial desprovido. (grifei)
(REsp 1132774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJe de 10.3.2010).
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL. [...]
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas. (grifei)
[...]
(EREsp 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1.8.2006, DJ de 4.9.2006 p.
201).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC. ("Cabem
embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a
sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os
embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.").
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível, (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44)
[...]
8. Agravo Regimental desprovido. (grifei)
(AgRg no REsp 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de 26.9.2005
p. 205).
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento dos embargos declaratórios foi proferido em 25.6.2009 (fl. 38), e,
portanto, antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 38
DECISÃO
Adair José Alves Moreira interpõe agravo de instrumento (fls. 2-28) contra decisão que negou
seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fls. 112-114):
Inicialmente, cabe ressaltar que o processo no qual foi proferida decisão desaprovando as contas é
administrativo e o recurso especial tem caráter jurisdicional.
A atual jurisprudência do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral firmou entendimento quanto ao não
cabimento de recurso especial contra decisão relativa à prestação de contas, por ser de natureza
administrativa.
[...]
Portanto, o recurso especial, previsto nos artigos 276, I, do Código Eleitoral e 121, § 4º, I e II, da
Constituição Federal, somente é cabível contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral que tenha
natureza jurisdicional, não podendo ser admitido contra acórdão regional que examina prestação de
contas anual de partido político, por constituir matéria eminentemente administrativa.
Alega, em síntese, que:
a) Ao contrário do firmado na decisão agravada, o presente recurso especial é cabível, uma vez que
houve violação à expressa disposição legal, bem como divergência jurisprudencial, não havendo
qualquer restrição legal ao cabimento do apelo em relação a processos de feição administrativa;
b) "Não existe empecilho para que o Tribunal Superior conheça dos recursos e julgue-os. Pelo
contrário, o processamento e a análise do Recurso Especial pelo Tribunal não só são possíveis, quanto
são decorrência direta e indireta do ordenamento jurídico" (fl. 13);
c) "Os princípios da ampla defesa, a celeridade, a economia processual, o duplo grau de jurisdição, a
razoável duração do processo aliadas a disposições expressas na Constituição e na Lei impõem a
revisão do posicionamento do Tribunal" (fl. 13);
d) "A natureza administrativa do processo de prestação de contas não impede o conhecimento do
Recurso Especial Eleitoral, dado o caráter especial da Justiça em questão" , tanto que esta Corte já
conheceu e julgou, reiteradas vezes, recursos que tratavam exatamente da mesma matéria (fl. 15);
e) "Não só o Código Eleitoral, como a própria Constituição, permitem a interposição do Recurso
Especial. A Lei Eleitoral ainda é mais clara ao permitir o Recurso, ainda que verse sobre matéria
administrativa, o que se justifica pela atividade peculiar desenvolvida pela Justiça especializada" (fl.
15);
f) "A decisão no processo de prestação de contas é judicial. Se é verdade que o processo tem natureza
administrativa, não menos correto é que seus desdobramentos são representativos e podem gerar
consequências judiciais sérias, como a apuração de eventual abuso do poder econômico" (fl. 16); e
g) "Negar o recurso, neste caso, ao argumento de que se trata de matéria administrativa, é negar a
ampla defesa" (fl. 16).
Contrarrazões às fls. 125-129.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 134-
136).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, registro que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do não
cabimento do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações
de contas não contraria a Constituição Federal ou a legislação federal de regência.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Ademais, o não conhecimento do recurso nos termos da jurisprudência deste Tribunal fundou-se na
inadequação da via eleita, por falta de previsão legal específica de cabimento de recurso especial ou
ordinário em caso de decisão administrativa, e não na impossibilidade de revisão judicial do decisum.
A suscitada violação a princípios constitucionais, em especial o do duplo grau de jurisdição, também
não se sustenta.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas, porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora agravante.
Feitas essas considerações, passo à análise das disposições introduzidas pela Lei nº 12.034, de 29 de
setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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[...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o recurso cabível para impugnar
decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H do CPC).
8. Recurso especial desprovido.
(REsp nº 1.132.774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJE de 10.3.2010.)
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL [...].
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas.
(EREsp nº 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1º.8.2006, DJ de 4.9.2006.)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC. ("Cabem
embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a
sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os
embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.").
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44).
[...]
8. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp nº 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de
26.9.2005.)
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 40
No caso vertente, o julgamento do recurso eleitoral foi realizado em 27.5.2009 (fl. 86), e, portanto,
antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
DECISÃO
Antônio Carlos Ministério Ribeiro interpõe agravo de instrumento (fls. 2-8) em face de despacho que
negou seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 171):
Segundo reiterada jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral não cabe recurso especial contra
acórdão regional proferido em processo de prestação de contas, por versar matéria de caráter
administrativo, o que afasta a possibilidade de sua discussão em apelo especial dirigido àquele Órgão.
Aduz o agravante que o fato de a decisão recorrida possuir caráter administrativo não é suficiente para
afastar o cabimento do recurso, a teor do que dispõe o art. 22, II, do Código Eleitoral.
Argumenta que a própria sistemática adotada pelo art. 276 do CE, bem como pelo art. 121, § 4º, da
Constituição Federal, faz referência às decisões dos tribunais regionais, e não às causas, "vale dizer,
lide que informa e condiciona tanto o cabimento do RE ao C. STF [...] quanto do RESP ao C. STJ [...]"
(fl. 4);
Alega que a questão ora debatida foi recentemente submetida à apreciação do Supremo Tribunal
Federal, que reconheceu a existência de repercussão geral da matéria, estando o mérito do recurso
extraordinário na iminência de ser julgado por aquela Corte.
Por fim, expõe que "se não cabe recurso e se a impetração de mandado de segurança não mais é
possível, restaria configurada ofensa ao princípio positivado no art. 5º, inc. XXXV, da CF, segundo o
qual "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito" (fl. 7).
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 177-
179).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, no atinente ao reconhecimento da existência de repercussão geral relativa ao cabimento
de recurso especial nos feitos sobre prestação de contas pelo STF, anoto que a matéria ainda será
objeto de análise por parte daquela e. Corte.
Ademais, no julgamento do EDcl-AgR-AI nº 8890/SP, este Tribunal entendeu que o sobrestamento
previsto no art. 328 do RISTF somente atinge os recursos extraordinários ou agravos de instrumentos a
eles conexos que versem sobre idêntica controvérsia, conforme estabelecido no art. 543-B do Código
de Processo Civil. Eis a ementa do referido acórdão:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRESTAÇÃO DE CONTAS. MATÉRIA ADMINISTRATIVA.
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. AUSÊNCIA. EMBARGOS REJEITADOS.
I - O sobrestamento incidirá apenas sobre recursos extraordinários que versem sobre idêntica
controvérsia, nos termos do art. 543-B do Código de Processo Civil. Pedido rejeitado.
II - A rejeição de contas partidárias pelos Tribunais Regionais Eleitorais é matéria administrativa e não
viabiliza a jurisdicionalização do tema por meio do recurso especial previsto no art. 121, § 4º, I e II, da
Constituição Federal.
III - É necessária a existência de vícios na decisão embargada para o acolhimento dos embargos de
declaração. Precedentes.
IV - A rediscussão da matéria já apreciada não se inclui nas hipóteses de cabimento dos embargos
declaratórios. Precedentes.
V - Embargos rejeitados.
(EDclAgRgAg no 8.231/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowisk, DJe de 5.10.2009).
Portanto, não se aplica, nesta fase recursal, o sobrestamento do feito, que poderá ser apreciado
oportunamente, se aviado recurso próprio que atenda aos pressupostos legais.
No mais, registro que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do não cabimento
do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações de contas,
ao contrário do deduzido, não contraria o invocado art. 22, II, do CE.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido, já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Por outro lado, também não prospera a suscitada violação ao art. 5º, XXXV, da CF.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 41
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 42
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento dos embargos declaratórios foi proferido em 14.7.2009 (fl. 122), e,
portanto, antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
DECISÃO
Manoel Miguel do Amaral interpõe agravo de instrumento (fls. 2-19) em face de decisão que negou
seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 114):
É entendimento pacífico do c. Tribunal Superior Eleitoral o não cabimento de recurso contra acórdão de
Tribunal Regional Eleitoral que julga prestação de contas, por se tratar de matéria eminentemente
administrativa.
Alega que "nenhum obstáculo impede a admissão do Recurso Especial interposto pelo ora Agravante,
em razão de manifesta ofensa a Carta Magna e Legislação Federal vigente" (fl. 4).
Aduz, ainda, que a Resolução-TSE nº 22.715/2008 é flagrantemente inconstitucional, uma vez que a
impossibilidade de obter certidão de quitação eleitoral em face da desaprovação de contas de
campanha é sanção que jamais poderia ter sido criada através da dita resolução.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 126-
128).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, registro que o agravante não infirmou o fundamento que obstou o seguimento de seu
apelo, o que atrai a incidência do óbice contido no Enunciado Sumular nº 182/STJ.
Ainda que assim não fosse, anoto que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do
não cabimento do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a
prestações de contas não contraria a Constituição Federal ou a legislação federal de regência.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido, já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Nem se diga também que haveria violação ao direito de acesso à justiça.
O não conhecimento do recurso nos termos da jurisprudência deste Tribunal fundou-se na
inadequação da via eleita, por falta de previsão legal específica de cabimento de recurso especial ou
ordinário em caso de decisão administrativa, e não na impossibilidade de revisão judicial do decisum.
Da mesma forma, não há se falar em violação ao duplo grau de jurisdição.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora agravante.
Feitas essas considerações, passo à análise das disposições introduzidas pela Lei nº 12.034 de 29 de
setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 43
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o recurso cabível para impugnar
decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H do CPC).
8. Recurso especial desprovido. (grifei)
(REsp 1132774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJe de 10.3.2010).
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL. [...]
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas. (grifei)
[...]
(EREsp 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1.8.2006, DJ de 4.9.2006 p.
201).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC. ("Cabem
embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a
sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os
embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.").
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível, (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44)
[...]
8. Agravo Regimental desprovido. (grifei)
(AgRg no REsp 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de 26.9.2005
p. 205).
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento do recurso eleitoral foi proferido em 21.7.2009 (fl. 91), e, portanto,
antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 44
DECISÃO
Wanderley de Oliveira Brito interpõe agravo de instrumento (fls. 2-19) em face de despacho que negou
seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 180 - apenso):
Em que pese as razões expostas pelo recorrente, estas não prosperam. É que a decisão recorrida está
em consonância com o entendimento jurisprudencial dominante do Tribunal Superior Eleitoral, no
sentido de somente ser cabível recurso especial eleitoral contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral
que tenha natureza jurisdicional, não podendo ser admitido contra acórdão regional que examina
prestação de contas de campanha.
[...]
À luz da jurisprudência, o recurso especial não é a via adequada para discutir eventual nulidade ou erro
em decisão administrativa que desaprovou prestação de contas de partidos e/ou candidatos.
[...]
Ante o exposto, não admito este Recurso Especial.
Aduz que a natureza administrativa do processo de prestação de contas não impede o conhecimento
do recurso especial, a teor do que dispõe o art. 22, II, do Código Eleitoral.
Aponta contrariedade ao art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, bem como violação ao duplo grau de
jurisdição.
Argumenta, ainda, que, em se tratando de não apresentação de contas de campanha, o agravante não
obterá certidão de quitação eleitoral, vulnerando seu direito público subjetivo de se candidatar, em
ofensa ao art. 14 da CF.
Contrarrazões às fls. 151-152 do apenso.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 31-
33).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, registro que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do não
cabimento do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações
de contas, ao contrário do deduzido, não contraria o invocado art. 22, II, do CE.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido, já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Por outro lado, também não prospera a alegativa de que o referido entendimento violaria o princípio do
duplo grau de jurisdição.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora agravante.
No que se refere à suscitada violação ao art. 5º, XXXV, da CF, também não se sustenta.
O não conhecimento do recurso nos termos da jurisprudência deste Tribunal fundou-se na
inadequação da via eleita, por falta de previsão legal específica de cabimento de recurso especial ou
ordinário em caso de decisão administrativa, e não na impossibilidade de revisão judicial do decisum.
Feitas essas considerações, passo à análise das disposições introduzidas pela Lei nº 12.034 de 29 de
setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 45
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 46
Protocolo: 10.057/2009
DECISÃO
Vicente de Paula Vilela interpõe agravo de instrumento (fls. 2-7) em face de despacho que negou
seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 164):
Segundo reiterada jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, não cabe recurso especial contra
acórdão regional proferido em processo de prestação de contas, por versar matéria de caráter
eminentemente administrativo, o que afasta a possibilidade de sua discussão em recurso especial
dirigido àquele Órgão.
[...]
Isto posto, NÃO ADMITO o recurso especial.
Aduz o agravante que não há vedação legal ao cabimento do recurso especial a processos de feição
administrativa, "principalmente na esfera eleitoral, mesmo porque, nesta, as atribuições judiciais e
administrativas são inerentes à Justiça Eleitoral" (fl. 4).
Afirma que este Tribunal, "por reiteradas vezes, conheceu e julgou recursos especiais que tratavam de
matéria eminentemente administrativa" em observância, inclusive, ao que prevê o art. 22, II, do Código
Eleitoral (fl. 5).
Argumenta que "a natureza administrativa do processo de prestação de contas não impede o
conhecimento do Recurso Especial Eleitoral, mesmo porque, tendo em vista o caráter especial do
órgão em questão, poderia a legislação prever as possibilidades de cabimento de recurso aos
processos não administrativos, o que efetivamente não fez, razão pela qual não cabe à jurisprudência
fazê-lo, sob pena de gritante violação à garantia de acesso à justiça, ao direito à recorribilidade, à
ampla defesa e ao contraditório" (fl. 6).
Alega, por fim, que "ainda que o processo de prestação de contas não tenha natureza administrativa, a
decisão é judicial, gerando conseqüências jurídicas e morais, tal como a apuração de abuso de poder
econômico" (fl. 6).
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 176-
178).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, registro que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do não
cabimento do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações
de contas não contraria o invocado art. 22, II, do CE.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido, já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Por outro lado, também não prospera a alegativa de que o referido entendimento violaria o direito a
recorribilidade, traduzido no princípio do duplo grau de jurisdição.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora agravante.
No que se refere à suscitada violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório e à garantia de
acesso à justiça, também não se sustenta.
O não conhecimento do recurso nos termos da jurisprudência deste Tribunal fundou-se na
inadequação da via eleita, por falta de previsão legal específica de cabimento de recurso especial ou
ordinário em caso de decisão administrativa, e não na impossibilidade de revisão judicial do decisum.
Feitas essas considerações, passo à análise das disposições introduzidas pela Lei nº 12.034 de 29 de
setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 47
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o recurso cabível para impugnar
decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H do CPC).
8. Recurso especial desprovido. (grifei)
(REsp 1132774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJe de 10.3.2010).
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL. [...]
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas. (grifei)
[...]
(EREsp 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1.8.2006, DJ de 4.9.2006 p.
201).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC. ("Cabem
embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a
sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os
embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.").
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível, (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44)
[...]
8. Agravo Regimental desprovido. (grifei)
(AgRg no REsp 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de
26.9.2005 p. 205).
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento do recurso eleitoral foi proferido em 12.3.2009 (fl. 148), e, portanto,
antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
DECISÃO
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 48
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) interpõe agravo de instrumento (fls. 2-12) contra decisão que
negou seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte fundamentação (fl. 96):
É entendimento pacífico do c. Tribunal Superior Eleitoral o não cabimento de recurso contra acórdão de
Tribunal Regional Eleitoral que julga prestação de contas, por se tratar de matéria eminentemente
administrativa.
O agravante aduz que os temas alusivos à prestação de contas não se confundem com as matérias
tipicamente administrativas.
Alega que, "por trazer a decisão de desaprovação das contas verdadeiro status de sucumbência ao
partido político, com o impedimento de recebimento de recursos do fundo partidário, necessário se
reconhecer o cabimento de recurso especial eleitoral a fim de se devolver a questão de direito federal e
constitucional ao conhecimento do C. TSE" (fl. 7).
Afirma que "não se pode admitir que sanção de tamanha envergadura seja aplicada indistintamente,
sem que se faculte ao partido político sequer o acesso ao duplo grau de jurisdição (visto que o
julgamento do E. TRE/SP, no caso dos autos, foi originário)" (fl. 8). Entendimento contrário implicaria
contrariedade ao art. 5º, LIV, LV, §§ 1º, 2º e 3º, da Constituição Federal.
Por fim, apoia seu argumento no disposto no art. 22, II, do Código Eleitoral, segundo o qual é da
competência do TSE o julgamento de recursos interpostos dos tribunais regionais, nos termos do art.
276, inclusive os que versarem matéria administrativa.
O Ministério Público Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 107-
109).
É o relatório.
Decido.
Inicialmente, registro que a jurisprudência deste Tribunal, ao contrário do posicionamento ora defendido
pelo agravante, firmara-se pela natureza administrativa das decisões proferidas sobre as prestações de
contas e pelo descabimento, nesses casos, do recurso especial eleitoral previsto no Código Eleitoral
(art. 276, I, a e b) e na Constituição Federal (art. 121, § 4º, I e II).
Frise-se, no ponto, que o referido entendimento não viola o princípio do duplo grau de jurisdição, como
faz entender o agravante.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas, porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora recorrente.
Por outro lado, também é oportuno ressaltar que o não cabimento de recurso especial contra decisão
de natureza administrativa igualmente não contraria o invocado art. 22, II, do Código Eleitoral.
Com efeito, este Tribunal já se manifestou sobre a questão, firmando que é cabível a interposição de
recurso especial contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa
não eleitoral (Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
Não se trata, portanto, de perquirir a natureza da matéria discutida, para aferir o cabimento do recurso
especial, mas sim a natureza da decisão exarada no processo. Somente quando for judicial ensejará o
cabimento do apelo.
Feitas essas considerações, passo à análise das disposições introduzidas pela Lei nº 12.034, de 29 de
setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
[...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. [...] OFENSA À LEI REVOGADA. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. [...].
[...]
9. A adoção do princípio tempus regit actum, pelo art. 1.211 do CPC, impõe obediência à lei em vigor
regula os recursos cabíveis quando da prolação do ato decisório.
(REsp nº 1.056.605/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 10.3.2009, DJE de 25.3.2009.)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 49
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso. Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o
recurso cabível para impugnar decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H
do CPC).
8. Recurso especial desprovido.
(REsp nº 1.132.774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJE de 10.3.2010.)
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL [...].
[...]
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas.
[...]
(EREsp nº 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1º.8.2006, DJ de 4.9.2006.)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC. ("Cabem
embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a
sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os
embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.").
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44).
[...]
8. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp nº 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de
26.9.2005.)
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento dos embargos declaratórios foi realizado em 18.9.2008 (fl. 60), e,
portanto, antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
DECISÃO
O egrégio Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, por maioria, negou provimento a recurso e
manteve sentença do Juízo da 39ª Zona Eleitoral daquele estado que desaprovou as contas
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 50
apresentadas por Wilson Pereira dos Santos, relativas ao pleito de 2008, em que concorreu ao cargo
de prefeito.
Wilson Pereira dos Santos opôs embargos de declaração (fls. 1.033-1.047), e, concomitantemente,
interpôs recurso especial (fls. 1.069-1.087). Os declaratórios foram rejeitados, por unanimidade, pela
Corte Regional (fls. 2.009-2.014).
Seguiu-se nova interposição de recurso especial por Wilson Pereira dos Santos (fls. 2.018-2.074).
Em razão de pedido de efeito suspensivo formulado pelo recorrente às fls. 2.018-2.074, os autos me
vieram conclusos.
Decido.
Ressalto que o recorrente ajuizou a Ação Cautelar nº 2078-12.2010.6.00.0000, objetivando a atribuição
de efeito suspensivo ao presente recurso.
Na espécie, neguei seguimento à pretensão cautelar pelos seguintes fundamentos:
Observo que o Tribunal a quo, por maioria, negou provimento a recurso e manteve a decisão de
primeiro grau que desaprovou as contas de Wilson Pereira dos Santos, candidato ao cargo de prefeito
nas eleições de 2008, com base em duas irregularidades: 1) emissão de recibos eleitorais antes de
abertura de conta bancária específica para a campanha; e 2) rasura no recibo eleitoral de nº
45.000.390347.
No que diz respeito à emissão de recibos eleitorais antes de abertura de conta bancária específica para
a campanha, conforme consta do relatório do acórdão regional, esta se refere à arrecadação de
recursos estimáveis em dinheiro de `doações de mão-de-obra e cessão de veículo"
(fl. 1.133).
Segundo o voto condutor do acórdão regional, da lavra do Juiz Cesar Augusto Bearsi, não há "distinção
entre recursos arrecadados estimáveis em dinheiro ou não" (fl. 1.144), razão pela qual é `obrigatória a
abertura de conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro de campanha" (fl.
1.144).
Também o Juiz José Zuquim Nogueira afirma que, não havendo "dúvidas de que o Recorrente
arrecadou recursos antes da abertura da conta específica, necessária se faz a desaprovação das
contas, em obediência ao contido no artigo 1º, IV da Resolução TSE n. 22.715" (fl. 1.162).
Não vislumbro, portanto, plausibilidade na alegação do autor de que as despesas realizadas antes da
abertura de conta representam 0,61% do valor total de recursos estimáveis arrecadados, ou, 0,23% ao
se considerar o total de recursos arrecadados pelo requerente" (fl. 49), pois, conforme assentou a
Corte de origem, aplicando resolução deste Tribunal, o candidato não observou o requisito formal de
que a arrecadação de recursos, ainda que estimável em dinheiro, só poderá ocorrer após a abertura de
conta específica para a movimentação financeira da campanha, sob pena de ter suas contas
desaprovadas.
Quanto à segunda irregularidade, entendeu o relator designado que `a rasura constante no recibo
eleitoral referente ao nome do doador é um erro em parte substancial do documento, qual seja, na
informação quanto à origem dos recursos arrecadados" e que `não havendo revelação do nome do
doador substituído bem como diante da inexistência de justificativas plausíveis para a confusão
lançada, a rasura referida deve ser considerada vício insanável, apto a ensejar a reprovação das
contas" (fl. 1.175).
O Juiz José Zuquim Nogueira consigna que o recibo foi adulterado, pois, da sua análise, `resta claro
que a informação registrada no espaço destinado ao nome do doador foi apagada com corretivo e lá
aposta informação diversa. Verifica-se que, após apagado com corretivo líquido o nome do doador que
ali primeiro constava, foi lançado por cima o nome do candidato Wilson Pereira dos Santos, como
doador do valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), além de que, no referido recibo percebe-se
nitidamente que, a assinatura do doador não é a do candidato Wilson Santos, mas sim a do Sr.
Gonçalo Dias Moura, sendo certo que a assinatura do candidato consta como responsável pela
emissão do recibo" (fl. 1.151).
Assenta, também, `deduzir com absoluta certeza que, quem fez a doação a que se refere o recibo
eleitoral nº 45.000090347, no valor de R$ 100.000,00, na data de 01/10/2008, não foi o candidato
Wilson Pereira dos Santos, como tenta fazer crer o referido recibo" (fl. 1.151).
Conclui, após as comprovações apresentadas, não se tratar `de erro material ou formal, mas sim, de
uma verdadeira adulteração do recibo eleitoral supramencionado, com o intuito único de dificultar a
esta justiça eleitoral de verificar a verdadeira movimentação de recursos da campanha do candidato.
Ensejando assim, a total desaprovação das contas aqui prestadas' (fl. 1.153).
Quanto a este fundamento, tenho que, a princípio, para afastar a conclusão da Corte de origem de que
a rasura em parte no recibo não constitui mero erro formal, mas irregularidade que compromete as
contas apresentadas, por não espelhar a realidade financeira da campanha, seria necessário o
reexame de fatos e provas, vedado nesta instância especial, nos termos da Súmula nº 279 do Supremo
Tribunal Federal.
No que tange à alegação de que, a despeito de oposição de embargos de declaração, o Tribunal a quo
não afastou a contradição entre os votos proferidos durante o julgamento e a ementa do acórdão
regional, colho os seguintes trechos do voto condutor do acórdão que julgou os referidos embargos (fls.
1.205-1.206):
Sustenta o Embargante que o acórdão possui contradição no que tange ao entendimento desta Corte e
o conteúdo da ementa relativo à irregularidade caracterizada pela movimentação de recursos antes da
abertura da conta bancária.
Todavia, analisando os votos de todos os membros, a questão fora debatida em plenário e
devidamente julgada conforme o transcrito no acórdão impugnado.
Os membros que afastaram a irregularidade foram: Desembargador Rui Ramos, Dr. Samir Hammoud e
Dr. Sebastião de Arruda Almeida. Já pela permanência da impropriedade como apta a desaprovar as
contas se pronunciaram, além deste Relator, o Dr. José Zuquim Nogueira, Dr. Eduardo Jacob e, por
fim, o Exmo Senhor Presidente Evandro Stábile.
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 51
Percebe-se que o Embargante faz confusão em relação ao voto do Dr. Eduardo Jacob. Ao contrário do
que afirma o Recorrente, o Dr. Eduardo afastou a irregularidade apenas no que tange aos recursos
estimáveis em dinheiro, porém mantendo o posicionamento vencedor no que se refere aos recursos
em espécie arrecadados de forma prematura.
(...)
Assim, percebe-se que o ilustre Dr. Eduardo considerou como recurso em espécie arrecadado antes da
abertura da conta bancária um suposto empréstimo realizado pelo Embargante, motivo pelo qual não
afastou a irregularidade.
Já quanto ao recibo eleitoral rasurado, é de se dizer que aquilo que o Embargante diz que é
contradição, na verdade, trata-se de exame de provas feito por esta Corte que desagradou o
Recorrente. O mero descontentamento do Recorrente com a convicção desta Corte sobre o conjunto
probatório dos autos não permite a oposição dos embargos, uma vez que este não é o instrumento
processual adequado para reexame de provas.
Desse modo, neste juízo preliminar, entendo não haver violação ao art. 275, I, do Código Eleitoral, por
ausência de prestação jurisdicional.
Por fim, no que se refere ao argumento de que houve, no recurso especial, a afirmação de suspeição
de membros que participaram do julgamento de seu processo, anoto ser tema que não compete exame
na via eleita.
Em face dos mesmos fundamentos, indefiro o pedido de efeito suspensivo.
Publique-se.
Intimem-se.
Após, encaminhem-se os autos à Procuradoria-Geral Eleitoral, nos termos do art. 269, § 1º, do Código
Eleitoral.
Brasília, 25 de agosto de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator
DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais negou provimento a recurso interposto contra decisão do
Juízo da 299ª Zona Eleitoral daquele estado que julgou parcialmente procedente representação, por
propaganda eleitoral antecipada, ajuizada pelo Partido Progressista (PP) - Municipal contra a Rede
Vitoriosa de Comunicações Ltda., condenando-a ao pagamento de multa (fls. 203-205).
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 248):
Recurso eleitoral. Representação. Propaganda eleitoral extemporânea. Televisão. Procedência.
Condenação em multa.
Críticas à Administração que ultrapassaram os limites da liberdade de imprensa. Afirmações que
induzem o eleitor a acreditar que o então prefeito não deveria ser reeleito.
Improvimento.
Opostos embargos de declaração (fls. 259-266), foram eles rejeitados pelo acórdão de fls. 267-271.
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 277-296), em que a Rede Vitoriosa de Comunicações
Ltda. sustenta violação ao art. 275, I e II, do Código Eleitoral, pois o acórdão regional não se teria
manifestado sobre a circunstância de que "os programas questionados foram exibidos em 22, 25 e 28
de janeiro de 2008, portanto, mais de 6 meses antes do pleito eleitoral"
(fl. 280), defendendo a impossibilidade de os referidos programas influenciarem nas eleições e
caracterizarem propaganda eleitoral extemporânea.
Afirma, ainda, que o acórdão recorrido omitiu-se sobre a incidência dos arts. 5º, IV e IX, e 220, § 1º, da
Constituição Federal; 45 da Lei nº 9.504/97; e 21, III, da Res.-TSE nº 22.718/2008, e que,
sucessivamente, se aplicado o § 2º do art. 249 do Código de Processo Civil, haveria afronta aos
referidos dispositivos legais.
Alega não ser necessário o reexame de provas, uma vez que, pelos trechos dos programas transcritos
no acórdão, trata-se de duras críticas à administração municipal, que não ultrapassam os direitos
constitucionais à livre manifestação do pensamento e à liberdade de informação jornalística.
Aduz não haver no programa referência ao nome do atual prefeito, de diretriz política ou futuras ações
a serem desenvolvidas por outro candidato, motivo pelo qual não estaria caracterizado o ilícito eleitoral.
Indica divergência jurisprudencial.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 362-377).
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo desprovimento do recurso (fls. 382-396).
Decido.
Analiso, inicialmente, a alegada nulidade do acórdão regional, por violação ao art. 275, I e II, do Código
Eleitoral, sob o fundamento de que não se analisou que os programas questionados foram exibidos
mais de seis meses antes do pleito eleitoral.
A esse respeito, colho do voto condutor do acórdão que julgou os embargos de declaração (fl. 269):
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 52
A embargante alega que a questão de que a exibição dos programas nos quais se considerou
configurada a prática de propaganda eleitoral extemporânea se deu mais de seis meses antes das
eleições foi suscitada em memoriais, entregues aos julgadores antes do julgamento. Contudo, verifica-
se que a questão não foi suscitada no recurso eleitoral da embargante, oportunidade em que deveria
ter apresentado todas as razões de seu inconformismo, e não em memoriais, que se prestam a reiterar
questões já trazidas no recurso ou ainda para arguir questões de ordem pública. Ademais, ainda que
assim não fosse, a embargante não comprovou a apresentação dos referidos memoriais, de modo que
inexiste omissão no acórdão sobre a questão arguida pelo ora embargante.
Assim, não vislumbro a suscitada omissão, visto que o Tribunal formou sua convicção sobre o caso
com base no princípio do livre convencimento motivado.
Ademais, o art. 36 da Lei nº 9.504/97 expressamente estabelece que a propaganda eleitoral somente é
permitida após 5 de julho do ano da eleição, não prevendo marco temporal anterior.
Cito decisão do Ministro Ricardo Lewandowski, Agravo de Instrumento nº 9.494, de 27.11.2009, em
que propaganda teria ocorrido em data semelhante à hipótese dos autos, tendo sido considerada
propaganda eleitoral extemporânea: "é nítido o caráter eleitoral do jingle distribuído pelo agravante em
dezembro de 2007, o que configura a veiculação de propaganda eleitoral antecipada, vedada no art.
36, § 3º da Lei 9.504/97".
Passo, portanto, ao exame do mérito.
Colho do voto condutor do acórdão regional (fl. 251):
No caso dos autos, verifica-se que os apresentadores dos programas `Linha Dura" e `Chumbo Grosso"
teceram duras críticas à administração do então Prefeito Odelmo Leão Carneiro, ultrapassando os
limites da liberdade de imprensa para, além de informar, fazer críticas e insinuações a respeito da
competência e honestidade do Prefeito, de modo a influenciar a opinião do eleitor para as eleições de
2008. As afirmações dos apresentadores induzem o eleitor a acreditar que o então Prefeito não deveria
ser reeleito, por ser responsável por todas as mazelas do município, o que caracteriza propaganda
eleitoral extemporânea negativa disfarçada. Citem-se alguns trechos das falas dos apresentadores nos
referidos programas (fls. 24 e 26):
(...) Prefeito, Prefeito tira o pijama, olha a UAI Martins. Ah eu sei o que eles estão fazendo, jogando
dominó, paciência no computador e dormindo também, está na hora do cochilo, ainda mais que está
chovendo.
Hoje o pau vai comer. Eu trouxe o guatambu e se precisar eu vou ao porão pegar o ferrão, porque eu
não aguento mais ouvir reclamação desse povo de Uberlândia do descaso dessa cidade. Cidade está
abandonada, está às traças eu pergunto para o senhor que está em casa e que custou a comprar feijão
de R$ 5,99 e cozinhou, aonde está o Prefeito dessa cidade? Aonde está o Prefeito dessa cidade? Quer
resposta, está na fazenda dele descansando. Ele merece também, mas na ausência dele cadê o Vice-
Prefeito? Está fazendo um tour no transatlântico no litoral brasileiro. Ele merece também. Sobrou para
quem? Para nós. Não tem problema na cidade de Uberlândia (...) A cidade está abandonada. Problema
não falta, buraco não tem trânsito bagunçado, falta vacina contra febre amarela. Não é culpa do
Prefeito não, mas cadê o agente público? Cadê. A eleição está chegando, cuidado com quem vocês
vão botar lá, porque a urna não é pinico não, mandaram a gente tirar o pinico daqui, mas eu só escondi
ele aqui embaixo. A urna não é pinico.
Conforme bem assinalou a Corte de origem, não se trata, na espécie, de meros questionamentos
políticos feitos pelos apresentadores em programa de televisão.
Observa-se que as críticas feitas desbordam os limites da liberdade de informação, atingindo a imagem
do atual prefeito, em contexto indissociável da disputa eleitoral do pleito vindouro, o que configura
propaganda eleitoral antecipada negativa.
Nesse sentido, já afirmou este Tribunal, verbis:
REPRESENTAÇÃO. PROGRAMA PARTIDÁRIO. DESVIO DE FINALIDADE. PROPAGANDA
ELEITORAL ANTECIPADA. PROMOÇÃO PESSOAL. COMPARAÇÃO ENTRE ADMINISTRAÇÕES.
CARÁTER SUBLIMINAR. CARACTERIZAÇÃO. PROCEDÊNCIA.
(...)
2. Concretiza a prática vedada em lei, sob a moldura de propaganda subliminar, a exteriorização de
críticas à atuação de administrações conduzidas por governos anteriores em comparação com o
governo atual, quando desbordem dos limites da discussão de temas de interesse político-comunitário,
em contexto indissociável da disputa eleitoral de próxima realização, atrelado à exploração das
qualidades de pré-candidato do partido de situação para a continuidade das ações e programas
concebidos sob sua orientação.
(...)
5. Representação que se julga procedente.
(Representação nº 4199135, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, de 13.5.2010).
PROPAGANDA PARTIDÁRIA. ALEGAÇÃO DE DESVIO DE FINALIDADE. OFENSA. CRÍTICA.
ADMINISTRAÇÃO ANTERIOR. PROMOÇÃO PESSOAL. FILIADO. COMPARAÇÃO ENTRE
GOVERNOS. PRÉ-CANDIDATO. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. PRELIMINAR.
DECADÊNCIA. LITISPENDÊNCIA. REJEIÇÃO. PEDIDOS DE CASSAÇÃO DO PROGRAMA E
APLICAÇÃO DE MULTA. PREJUDICADOS. EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO.
(...)
O lançamento de críticas ao desempenho de filiado a partido político ocupante de cargo eletivo em
administração federal, durante a veiculação de programa partidário, é admissível, desde que não
exceda ao limite da discussão de temas de interesse político-comunitário, o que ocorre quando se faz
comparação entre as atuações de governos sob a direção de agremiações adversárias, com a
finalidade de ressaltar as qualidades do responsável pela propaganda e denegrir a imagem do opositor,
configurando, nesta hipótese, propaganda eleitoral subliminar e fora do período autorizado em lei.
(...)
(Representação nº 1.242, rel. Min. Cesar Asfor Rocha, de 26.4.2007).
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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 53
Desse modo, nego seguimento ao recurso especial, com fundamento no art. 36, § 6º, do Regimento
interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 27 de agosto de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator
DECISÃO
O Comitê Financeiro Único do Partido dos Trabalhadores (PT) interpõe agravo de instrumento (fls. 2-
12) contra decisão que negou seguimento ao seu recurso especial, com base na seguinte
fundamentação (fl. 119):
É entendimento pacífico do c. Tribunal Superior Eleitoral o não cabimento de recurso contra acórdão de
Tribunal Regional Eleitoral que julga prestação de contas, por se tratar de matéria eminentemente
administrativa.
Alega, em resumo, que:
a) a decisão agravada contraria o princípio constitucional do duplo grau de jurisdição; e
b) "é de se reconhecer que apesar do C. TSE não ter ainda alterado seu entendimento sobre o
cabimento do recurso especial em processos de prestação de contas de campanha, o C. STF abriu
caminho para tal modificação ao considerar que a matéria tem repercussão geral" (fl. 6).
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 129-
131).
É o relatório do necessário.
Decido.
O agravo não merece prosperar.
Inicialmente, quanto ao reconhecimento da existência de repercussão geral relativa ao cabimento de
recurso especial nos feitos sobre prestação de contas pelo STF, anoto que a matéria ainda será objeto
de análise por parte daquela e. Corte.
Ademais, no julgamento do EDAgRAI nº 8.890/SP, este Tribunal entendeu que o sobrestamento
previsto no art. 328 do RISTF somente atinge os recursos extraordinários ou agravos de instrumento a
eles conexos que versem sobre idêntica controvérsia, conforme estabelecido no art. 543-B do Código
de Processo Civil. Eis a ementa do referido acórdão:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRESTAÇÃO DE CONTAS. MATÉRIA ADMINISTRATIVA.
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. AUSÊNCIA. EMBARGOS REJEITADOS.
I - O sobrestamento incidirá apenas sobre recursos extraordinários que versem sobre idêntica
controvérsia, nos termos do art. 543-B do Código de Processo Civil. Pedido rejeitado.
II - A rejeição de contas partidárias pelos Tribunais Regionais Eleitorais é matéria administrativa e não
viabiliza a jurisdicionalização do tema por meio do recurso especial previsto no art. 121, § 4º, I e II, da
Constituição Federal.
III - É necessária a existência de vícios na decisão embargada para o acolhimento dos embargos de
declaração. Precedentes.
IV - A rediscussão da matéria já apreciada não se inclui nas hipóteses de cabimento dos embargos
declaratórios. Precedentes.
V - Embargos rejeitados.
(EDAgRAI no 8.890/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowisk, DJE de 16.10.2009).
Portanto, não se aplica, nesta fase recursal, o sobrestamento do feito, que poderá ser apreciado
oportunamente, se aviado recurso próprio que atenda aos pressupostos legais.
No mais, registro que a diretriz jurisprudencial firmada por este Tribunal no sentido do não cabimento
do recurso especial eleitoral das decisões proferidas em processos relativos a prestações de contas
não contraria a Constituição Federal.
Com efeito, para aferir-se o cabimento do recurso especial, não se releva a natureza da matéria
discutida nos autos, mas sim a natureza da decisão nele exarada. Somente quando for judicial
ensejará o cabimento do apelo, ainda quando versar matéria administrativa.
Nesse sentido já se manifestou esta Corte, firmando que é cabível a interposição de recurso especial
contra decisão judicial proferida pelos tribunais regionais sobre matéria administrativa não eleitoral
(Precedente: REspe nº 12.644/SE, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 13.8.99).
A alegação de contrariedade ao princípio do duplo grau de jurisdição também não se sustenta.
A uma porque o mencionado preceito, além de não se aplicar a decisões de cunho administrativo,
comporta limitações, estando previsto na Lei Maior como princípio implícito e não como garantia
absoluta.
A duas, porque o duplo grau de jurisdição, na visão de autorizada doutrina, não se restringe ao sistema
recursal processual, mas à possibilidade, em tese, de que toda decisão comporte impugnação por vias
autônomas, a exemplo do mandado de segurança, instrumento de que dispunha o ora agravante.
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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 54
Além disso, o não conhecimento do recurso nos termos da jurisprudência deste Tribunal fundou-se na
inadequação da via eleita, por falta de previsão legal específica de cabimento de recurso especial ou
ordinário em caso de decisão administrativa, e não na impossibilidade de revisão judicial do decisum.
Feitas essas considerações, analiso, por oportuno, as disposições introduzidas pela Lei nº 12.034, de
29 de setembro de 2009, que acresceu os seguintes parágrafos ao art. 30 da Lei nº 9.504/97:
Art. 30. [...]
[...]
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4o do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme se depreende, a referida lei passou a prever o cabimento de recurso especial para o Tribunal
Superior Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, modificando o entendimento firmado por esta Corte.
Tal inovação legal, por ser de cunho processual, tem eficácia imediata, aplicando-se aos processos
judiciais pendentes, em observância ao princípio tempus regit actum, previsto no § 7º do art. 30 da Lei
das Eleições, acima transcrito, e também no art. 1.211 do Código de Processo Civil.
Desse modo, no que diz respeito ao cabimento e admissibilidade dos recursos, aplica-se a lei que
estiver em vigor quando da prolação do ato decisório. Nesse sentido é a jurisprudência do c. Superior
Tribunal de Justiça. Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO PROFERIDA
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.232/05. ART.475-H. DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO CABÍVEL.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. ERRO DE DIREITO.
INAPLICABILIDADE.
1. A eficácia da lei processual no tempo obedece à regra geral no sentido de sua aplicação imediata
(artigo 1.211 do CPC).
2. O processo, como um conjunto de atos, suscita severas indagações, fazendo-se mister isolá-los
para o fim de aplicação da lei nova.
3. A regra mater, sob essa ótica, é a de que "a lei nova, encontrando um processo em
desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir
de sua vigência (Amaral Santos)."
4. A regra tempus regit actum produz inúmeras conseqüências jurídicas no processo como relação
complexa de atos processuais, impondo-se a técnica de isolamento.
[...]
7. A lei vigente à época da prolação da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a
admissibilidade do recurso.
Com o advento da Lei nº 11.232/2005, em vigor desde 24/06/2006, o recurso cabível para impugnar
decisão proferida em liquidação é o agravo de instrumento (art. 475-H do CPC).
8. Recurso especial desprovido.
(REsp nº 1.132.774/ES, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 9.2.2010, DJE de 10.3.2010.)
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL [...].
[...]
2. A lei em vigor, no momento da prolação da sentença, regula os recursos cabíveis contra ela, bem
como, a sua sujeição ao duplo grau obrigatório, repelindo-se a retroatividade da norma nova, in casu,
da Lei 10.352/01. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas.
(EREsp nº 600.874/SP, rel. Min. José Delgado, Corte Especial, julgado em 1º.8.2006, DJ de 4.9.2006.)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE. ACÓRDÃO PROFERIDO POR
MAIORIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 207/STJ. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.
1. A adoção do princípio tempus regit actum pelo art. 1.211 do CPC, impõe o respeito aos atos
praticados sob o pálio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroação da lei
nova. Sob esse enfoque, a lei em vigor à data da sentença regula os recursos cabíveis contra o ato
decisório, por isso que o direito de impugnar surge com o ato lesivo ao interesse do sucumbente e o
prazo para recorrer regula-se pela lei da data da publicação do decisum. Distinção que evita tratamento
anti-isonômico na hipótese em que causas passíveis da mesma impugnação tem os seus arestos
publicados em datas diversas.
2. Hipótese em que o acórdão de apelação, muito embora tenha sido publicado somente em
04.02.2003, foi proferido na sessão de 17.10.2001, data anterior à reforma engendrada pela Lei
10.352/2001, que entrou em vigor em 27.03.2002, e deu nova redação ao art. 530, do CPC [...].
[...]
4. O direito de recorrer nasce com o julgamento que em segundo grau se completa com a divulgação
do resultado (art. 556, do CPC) (Lição de Galeno Lacerda in "O Novo Direito Processual Civil e os
Feitos Pendentes", p. 68-69).
5. Consectariamente, a lei da data do julgamento regula o direito do recurso cabível (Pontes de
Miranda, in "Comentários ao Código Processual Civil", Forense, 1975. T. VII, p. 44).
[...]
8. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp nº 663.864/RJ, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 15.9.2005, DJ de
26.9.2005.)
Como visto, a data da prolação da sentença ou acórdão constitui o marco temporal para a incidência
das normas que disciplinam a matéria recursal, vigorando, na espécie, o princípio da irretroatividade da
lei nova.
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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 55
Em outras palavras, a lei processual nova incide sobre os atos praticados a partir do momento em que
se torna obrigatória, não alcançando, todavia, os atos consumados sob o império da legislação
anterior, em respeito ao ato jurídico perfeito e até para que se evite tratamento desigual às causas
sujeitas à mesma via impugnatória, porém cujos recursos são remetidos a esta Corte em datas
diversas.
No caso vertente, o julgamento dos embargos declaratórios foi realizado em 14.4.2009 (fl. 90), e,
portanto, antes da entrada em vigor da Lei nº 12.034/2009, ocorrida somente em 30.9.2009.
Assim, não existindo, à época, disposição legal que respaldasse a interposição do recurso especial, a
decisão agravada deve ser mantida.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 36, § 6o, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 23 de agosto de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.
Acórdão
ACÓRDÃOS
EMENTA:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DOAÇÃO DE CAMPANHA ACIMA DO LIMITE
LEGAL. AJUIZAMENTO. PRAZO. 180 DIAS. INOVAÇÃO. TESES. RECURSAIS.
INADMISSIBILIDADE. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
1. Em sede de agravo regimental, não se admite a inovação de teses recursais. Precedentes.
2. Não havendo razões para a reforma da decisão agravada, esta deve ser mantida por seus próprios
fundamentos.
3. Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DOAÇÃO DE CAMPANHA ACIMA DO LIMITE
LEGAL. AJUIZAMENTO. PRAZO. 180 DIAS. INOVAÇÃO. TESES. RECURSAIS.
INADMISSIBILIDADE. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
1. Em sede de agravo regimental, não se admite a inovação de teses recursais. Precedentes.
2. Não havendo razões para a reforma da decisão agravada, esta deve ser mantida por seus próprios
fundamentos.
3. Agravo regimental desprovido.
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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 56
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes os Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
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EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
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EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
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ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
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EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
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Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
EMENTA:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃOS
Ementa:
CONSULTA – ADMISSIBILIDADE – ÓPTICA DA MAIORIA. Prevalece, no caso, a percepção da
sempre ilustrada maioria, ficando afastada a preliminar de tratar-se de consulta estranha à área
eleitoral.
PERÍODO ELEITORAL – NOMEAÇÕES E CONTRATAÇÕES – EXCEÇÕES – ALCANCE DO
PRECEITO LEGAL. As exceções hão de ser interpretadas de forma estrita. Vinga a regra da proibição
de nomeações, não estando compreendida na ressalva legal a Defensoria Pública – artigo 73 da Lei nº
9.504/1997.
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 61
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 62
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
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ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Ementa
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Ementa:
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Ementa:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROVIMENTO.
1. Agravo regimental interposto contra decisão monocrática do relator que, reconsiderando posicionamento
anterior, negou provimento aos recursos especiais eleitorais.
2. Agravo regimental provido para possibilitar o julgamento colegiado dos recursos especiais e facultar às partes a
oportunidade de sustentação oral.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em prover os agravos regimentais, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 3 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes
as Ministras Cármen Lúcia e Nancy Andrighi, os Ministros Marco Aurélio, Aldir Passarinho Junior,
Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador-Geral Eleitoral.
ACÓRDÃOS
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
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Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
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Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
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Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
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Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
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termos das notas de julgamento.
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Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
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Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Ementa:
ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. LIMITE DE DOAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. ARTIGOS 23 E
81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
- Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
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Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
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Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
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81 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO DE 180 DIAS PARA AJUIZAMENTO (ART. 32 DA LEI Nº 9.504/97).
– Agravo regimental desprovido.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo regimental, nos
termos das notas de julgamento.
Brasília, 5 de agosto de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Aldir
Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Dra. Sandra Verônica
Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Marco Aurélio.
Atas de Julgamento
Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Senhora Ministra Cármen Lúcia e
os Senhores Ministros Dias Toffoli, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro e
Arnaldo Versiani. Vice-Procuradora-Geral Eleitoral a Dra. Sandra Verônica Cureau. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Secretário, Fernando Maciel de Alencastro. Às
dezenove horas e trinta e três minutos foi aberta a sessão, sendo lida e aprovada a ata da 97ª sessão.
JULGAMENTOS
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 73
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 74
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, desproveu o agravo regimental, nos termos do voto do Relator.
Votaram com o Relator os Ministros Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (Presidente).
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 75
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 76
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 77
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, desproveu o agravo regimental, nos termos do voto do Relator.
Votaram com o Relator os Ministros Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (Presidente).
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 78
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 79
Nada mais havendo a tratar foi encerrada a sessão às vinte e duas horas e oito minutos. E, para
constar, eu, Fernando Maciel de Alencastro, secretário, lavrei a presente ata que vai assinada pelo
Senhor Ministro Presidente deste Tribunal. Brasília, 26 de agosto de 2010. Ministro RICARDO
LEWANDOWSKI, Presidente.
Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Senhora Ministra Cármen Lúcia e
os Senhores Ministros Dias Toffoli, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro e
Arnaldo Versiani. Vice-Procuradora-Geral Eleitoral a Dra. Sandra Verônica Cureau. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Secretária, Patrícia Maria Landi da Silva Bastos,
Diretora-Geral. Às vinte e duas horas e oito minutos foi aberta a sessão.
JULGAMENTOS
CONSULTA Nº 1937-90.2010.6.00.0000
ORIGEM: BRASÍLIA-DF
RELATOR: MINISTRO MARCELO RIBEIRO
CONSULENTE: EMPRESA BRASIL DE COMUNICAÇÃO S. A. - EBC, POR SUA DIRETORA
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu da consulta, nos termos do voto do Relator.
Votaram com o Relator os Ministros Arnaldo Versiani, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Aldir Passarinho
Junior, Hamilton Carvalhido e Ricardo Lewandowski (Presidente).
Nada mais havendo a tratar foi encerrada a sessão às vinte e duas horas e trinta e sete minutos. E,
para constar, eu, Patrícia Maria Landi da Silva Bastos, Diretora-Geral, lavrei a presente ata que vai
assinada pelo Senhor Ministro Presidente deste Tribunal. Brasília, 26 de agosto de 2010. Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI, Presidente.
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
Balanço Patrimonial
PARTIDO POLÍTICO
PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Direção Nacional
BALANÇO PATRIMONIAL – 31.12.2005
TOTAL R$
1.0.0.0.00.00 ATIVO 705.478,59
1.1.0.0.00.00 ATIVO CIRCULANTE 621.780,31
1.1.1.0.00.00 DISPONÍVEL 2.907,01
Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 170 Brasília, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 Página 80
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