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Edição 1054/2022

20 DE MAIO DE 2022
Secretaria-Geral da Presidência
Pedro Felipe de Oliveira Santos

Gabinete da Presidência
Patrícia Andrade Neves Pertence

Diretoria-Geral
Edmundo Veras dos Santos Filho

Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação


Alexandre Reis Siqueira Freire

Coordenadoria de Difusão da Informação


Thiago Gontijo Vieira

Equipe Técnica
Jean Francisco Corrêa Minuzzi
Anna Daniela de Araújo M. dos Santos
Diego Oliveira de Andrade Soares
João de Souza Nascimento Neto
Luiz Carlos Gomes de Freitas Júnior
Mariana Bontempo Bastos
Renan Arakawa Pamplona
Ricardo Henrique Pontes
Tays Renata Lemos Nogueira

Capa e projeto gráfico


Flávia Carvalho Coelho Arlant

Diagramação
Camila Penha Soares

INFORMAÇÕES
ADICIONAIS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

Informativo STF [recurso eletrônico] / Supremo Tribunal Federal. N. 1, (1995) – . Brasília : STF, 1995 – .
Semanal.
O Informativo STF, periódico semanal do Supremo Tribunal Federal, apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e
conclusões dos principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente presencial e virtual.
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF
ISSN: 2675-8210.
1. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. 2. Tribunal supremo, periódico, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Secretaria de
Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação.
CDDir 340.6

Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte.

ISSN: 2675-8210

INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação, n. 1054/2022.
Disponível em: http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF. Data de divulgação: 20 de maio de 2022.
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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTRO
LUIZ FUX
Presidente [3.3.2011]

MINISTRA
ROSA MARIA PIRES WEBER
Vice-presidente [19.12.2011]

MINISTRO
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano [20.6.2002]

MINISTRO
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI
[16.3.2006]

MINISTRA
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
[21.6.2006]

MINISTRO
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
[23.10.2009]

MINISTRO
LUÍS ROBERTO BARROSO
[26.6.2013]

MINISTRO
LUIZ EDSON FACHIN
[16.6.2015]

MINISTRO
ALEXANDRE DE MORAES
[22.3.2017]

MINISTRO
KASSIO NUNES MARQUES
[5.11.2020]

MINISTRO
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
[16.12.2021]

SUMÁRIO
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SUMÁRIO

1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO

» Concurso Público

• Isenção da taxa de inscrição em concurso público a servidores públicos


estaduais - ADI 5818/CE e ADI 3918/SE

» Servidor Público; Licenças e Afastamentos.

• Extensão da licença-maternidade a servidor público pai solo - RE 1348854/


SP (Tema 1182 RG)

DIREITO CONSTITUCIONAL

» Direitos e Garantias Fundamentais

• Produção de relatórios de inteligência e vinculação ao interesse público -


ADPF 722/DF

» Organização dos Poderes; Repartição de Competências; Funções


Essenciais à Justiça; Defensoria Pública.

• Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais - ADI 4608/DF

DIREITO PROCESSUAL PENAL

» Investigação Penal; Foro por Prerrogativa de Função.

• Competência dos Tribunais para supervisionar investigações contra autoridades


com foro por prerrogativa de função - ADI 7083/AP

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2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

• Taxa municipal de fiscalização de torres e antenas de celular - RE 776594


RG (Tema 919 RG) 

• Anistia aos policiais e bombeiros militares grevistas - ADI 4869/DF 

• Concessão de benefícios fiscais de ICMS - ADI 4835/BA 

• Pagamento de honorários advocatícios a procuradores - ADI 5910/RO 

• Atribuições do Corregedor Nacional de Justiça - ADI 4709/DF 

• Ampliação de reajuste de servidores estaduais - ADI 7145 MC-Ref 

• Fixação de subsídios e teto remuneratório - ADI 3697/RJ 

• Ultratividade de normas de acordos e de convenções coletivas - ADPF 323/DF 

• Normas gerais de prescrição e decadência aplicáveis ao TCE - ADI 5384/MG

SUMÁRIO
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1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO – CONCURSO PÚBLICO

DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Isenção da taxa de inscrição em


concurso público a servidores públicos
estaduais – ADI 5818/CE e ADI 3918/SE

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de inscri-


ção em concursos públicos promovidos pela Administração Pública local, privile-
giando, sem justificativa razoável para tanto, um grupo mais favorecido social e
economicamente.

O STF compreende o concurso público como mecanismo que proporciona a realização


concreta dos princípios constitucionais da isonomia e da impessoalidade, não admi-
tindo discrímen que, ao invés de fomentar a igualdade de acesso aos cargos e empre-
gos públicos, amplia a desigualdade entre os possíveis candidatos (1). Nesse contexto,
esta Corte já proclamou a constitucionalidade de normas que, com fulcro na ideia de
igualdade material, instituíram benefício em favor de grupo social desfavorecido (2).

No caso, as normas impugnadas – ao fundamento de incentivarem a permanência dos


servidores públicos nessa condição, valorizando-os de modo a concretizar o princípio
da eficiência – se mostram discriminatórias, pois, de forma anti-isonômica, favorecem
a categoria em detrimento de um grupo de pessoas que, por insuficiência de recursos,
não conseguiria arcar com os custos da inscrição, restringindo, consequentemente, o
acesso à via do concurso público.

SUMÁRIO
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Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, em julgamentos autônomos, julgou pro-
cedentes as ações diretas para declarar a inconstitucionalidade (i) do parágrafo único do art. 4º
da Lei 11.449/1988, inserido pela Lei 11.551/1989, ambas do Estado do Ceará (3); e (ii) do art. 6º,
III, “d”, da Lei 2.778/1989, do Estado do Sergipe (4).

(1) Precedentes citados: ADI 1350; ADI 2949; ADI 2364; ADI 3522; e ADI 5776.

(2) Precedentes citados: ADI 2177; e ADPF 186.

(3) Lei 11.449/1988 do Estado do Ceará: “Art. 4º (...) Parágrafo único. Os servidores públicos estaduais são
isentos de pagamento da taxa de inscrição em qualquer concurso de admissão no serviço público promovido
pela Administração Pública Estadual, Direta, Indireta e Fundacional.”

(4) Lei 2.778/1989 do Estado de Sergipe: “Art. 6º: São também excluídas do campo de incidência das taxas
estaduais, por isenção: (...) III – a prática de atos e expedição de documentos relativos: (...) d) a inscrição de
servidores públicos da administração direta e indireta em qualquer concurso público promovido por entidade
pública estadual de qualquer dos poderes;”

ADI 5818/CE, relator Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgamento
virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59

ADI 3918/SE, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59

DIREITO ADMINISTRATIVO – SERVIDOR PÚBLICO; LICENÇAS E


AFASTAMENTOS.

DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Extensão da
licença-maternidade a
servidor público pai solo –
RE 1348854/SP (Tema 1182 RG)

VÍDEO DO VÍDEO DO VÍDEO DO AMICUS ÁUDIO


JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO CURIAE DO TEXTO

Parte 1 Parte 2 Parte 3

TESE FIXADA:

“À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança
com absoluta prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença
maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da
Lei 8.112/1990, estende-se ao pai genitor monoparental.”

SUMÁRIO
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RESUMO:

O servidor público que seja pai solo – de família em que não há a presença materna –
faz jus à licença maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da
mesma forma em que garantidos à mulher pela legislação de regência.

A construção interpretativa e jurisprudencial do Tribunal, acompanhando os avanços da


Constituição no campo da justiça social e dos direitos da dignidade da pessoa humana,
passou a legitimar e igualar as diversas configurações de família e filiação. Inclusive,
esta Corte tem reiteradamente realçado que a CF/1988 e o ECA adotaram a doutrina
da proteção integral e o princípio da prioridade absoluta das crianças e dos adoles-
centes enquanto pessoas em desenvolvimento, devendo-lhes ser asseguradas todas
as condições para uma convivência familiar saudável, harmônica e segura, quer seja
o vínculo familiar biológico ou estabelecido pelos institutos da guarda ou adoção (1).

Assim, embora inexistente previsão legal, o benefício deve ser excepcionalmente esten-
dido ao pai de família monoparental, em respeito aos princípios da isonomia de direitos
entre o homem e a mulher (2) e da proteção integral à criança (3), já que destinado a
assegurar o melhor interesse do menor, cujos laços de afetividade com o responsável
por sua criação e educação são formados ainda nos primeiros dias de vida.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.182
da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário.

(1) Precedentes citados: ADI 5938; RE 629053 (Tema 497 RG); ADI 4878; ADI 5083; ADI 6600; ADI 4277;
ADPF 132; e RE 778889 (Tema 782 RG).

(2) CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
nos termos desta Constituição;”

(3) CF/1988: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.”

RE 1348854/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 12.5.2022

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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Produção de relatórios de inteligência e vinculação


ao interesse público – ADPF 722/DF

AMICUS ÁUDIO
CURIAE DO TEXTO

RESUMO:

Os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência, conquanto necessários para a


segurança pública, segurança nacional e garantia de cumprimento eficiente dos
deveres do Estado, devem operar com estrita vinculação ao interesse público, obser-
vância aos valores democráticos e respeito aos direitos e garantias fundamentais.

Nesse contexto, caracterizam desvio de finalidade e abuso de poder a colheita, a pro-


dução e o compartilhamento de dados, informações e conhecimentos específicos para
satisfazer interesse privado de órgão ou de agente público (1).

Na hipótese, a utilização da máquina estatal para a colheita de informações de ser-


vidores com postura política contrária ao governo caracteriza desvio de finalidade e
afronta aos direitos fundamentais da livre manifestação do pensamento, da privaci-
dade, reunião e associação, aos quais deve ser conferida máxima efetividade, pois
essenciais ao regime democrático.

Ademais, os órgãos de inteligência de qualquer nível hierárquico de qualquer dos


Poderes do Estado, embora sujeitos ao controle externo realizado pelo Poder Legislativo
(2), submetem-se também ao crivo do Poder Judiciário, em respeito ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição (3).

Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido
para confirmar a medida cautelar e declarar inconstitucionais atos do Ministério da
Justiça e Segurança Pública de produção ou compartilhamento de informações sobre
a vida pessoal, as escolhas pessoais e políticas, e as práticas cívicas de cidadãos,
servidores públicos federais, estaduais e municipais identificados como integrantes de
movimento político, professores universitários e quaisquer outros que, atuando nos limites
da legalidade, exerçam seus direitos de livremente expressar-se, reunir-se e associar-se.

(1) Precedentes citados: ADI 6529; ADI 5468; e ADI 4451.

(2) Lei 9.883/1999: “Art. 6º O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos
pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional;”

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(3) CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;”

ADPF 722/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira),
às 23:59

DIREITO CONSTITUCIONAL – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES;


REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA;
DEFENSORIA PÚBLICA.

Ouvidoria-Geral das Defensorias


Públicas estaduais – ADI 4608/DF

AMICUS ÁUDIO
CURIAE DO TEXTO

RESUMO:

É constitucional a norma federal que criou a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública


nos estados-membros e estabeleceu suas competências.

Ao editar a Lei Complementar federal 80/1994, a União atuou conforme sua compe-
tência legislativa, pois se limitou a instituir diretrizes gerais sobre a organização e a
estrutura da Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais, sem prever qualquer
singularidade regional ou especificidade local.

Ademais, inexiste inconstitucionalidade na decisão estatal de instituir um órgão composto


por agentes que satisfaçam determinados requisitos de capacidade técnica e institu-
cional, com respeito aos princípios da razoabilidade e da obrigatoriedade de concurso
público (1). No caso, as atribuições que a lei conferiu aos seus membros estão em con-
sonância com as que a Constituição previu para a criação de cargos em comissão (2).

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o


pedido formulado.

(1) Precedente citado: ADI 2903.

(2) CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a

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complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...) V – as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento;”

ADI 4608/DF, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira),
às 23:59

DIREITO PROCESSUAL PENAL – INVESTIGAÇÃO PENAL; FORO POR


PRERROGATIVA DE FUNÇÃO.

Competência dos Tribunais para supervisionar


investigações contra autoridades com foro
por prerrogativa de função – ADI 7083/AP

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É constitucional a norma de Regimento Interno de Tribunal de Justiça que condi-


ciona a instauração de inquérito à autorização do desembargador-relator nos
feitos de competência originária daquele órgão.

Na hipótese, não há ofensa ao sistema acusatório, pois a previsão regimental decorre


da normativa constitucional que determina o foro específico, sujeitando investigações
contra determinadas autoridades a maior controle judicial, pela importância das fun-
ções que exercem.

Quanto à necessidade de supervisão judicial dos atos investigatórios, tem-se, pela


interpretação sistemática da CF/88 e com fulcro na jurisprudência consolidada desta
Corte, que o mesmo tratamento conferido às autoridades com foro por prerrogativa
de função no STF deve ser aplicado, por simetria, àquelas com foro em outros tribu-
nais, em observância ao princípio da isonomia, que garante o mesmo tratamento aos
que estejam em situação igual (1).

Ademais, inexiste usurpação das funções institucionais conferidas constitucionalmente


ao Ministério Público, pois o órgão mantém a titularidade da ação penal e as prerro-
gativas investigatórias, devendo apenas submeter suas atividades ao controle judicial.

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Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, converteu a apreciação


do requerimento de medida cautelar em julgamento de mérito e julgou improcedente
a ação direta para declarar a constitucionalidade do dispositivo impugnado (2).

(1) Precedentes citados: Inq 2411 QO; Pet 3825 QO; Inq 3438; AP 933 QO; AP 912 QO; e RE 1322854 AgR.

(2) Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Amapá: “Art. 48. Cada feito que ingresse no Tribunal terá um
Relator escolhido mediante distribuição aleatória, salvo já exista Relator prevento. (…) § 3º Caberá, ainda, ao
Relator: (…) IX – autorizar a instauração de inquérito a pedido do Procurador-Geral de Justiça, da autoridade
policial ou do ofendido.”

ADI 7083/AP, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira),
às 23:59

2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

Julgamento Virtual: 20/05/2022 a 27/05/2022 

RE 776594 RG/SP  REPERCUSSÃO


GERAL
Relator(a): DIAS TOFFOLI 

Taxa municipal de fiscalização de torres e antenas de celular (Tema 919 RG) 

Discussão sobre a possibilidade de os municípios instituírem taxa de fiscalização


de torres e antenas de transmissão e recepção de dados e voz.

ADI 4869/DF 
Relator(a): CÁRMEN LÚCIA 

Anistia aos policiais e bombeiros militares grevistas 

Controvérsia sobre a constitucionalidade da Lei 12.505/2011, que concedeu


anistia aos policiais e bombeiros militares punidos por participar de movimentos
reivindicatórios. Jurisprudência: ADI 1594 

SUMÁRIO
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ADI 4835/BA 
Relator(a): DIAS TOFFOLI 

Concessão de benefícios fiscais de ICMS

Análise da constitucionalidade de disposições da Lei 7.980/2001 e do Decreto


8.205/2002, ambos do Estado da Bahia, que versam sobre o Programa de
Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia
(DESENVOLVE).

ADI 5910/RO 
Relator(a): DIAS TOFFOLI 

Pagamento de honorários advocatícios a procuradores

Controvérsia sobre lei do Estado de Rondônia que estipulou a cobrança


de honorários advocatícios destinados à Procuradoria-Geral estadual.
Jurisprudência: ADI 3659 

ADI 4709/DF 
Relator(a): ROSA WEBER 

Atribuições do Corregedor Nacional de Justiça

Controvérsia sobre atribuições do Corregedor Nacional de Justiça. 

ADI 7145 MC-Ref/MG 


Relator(a): ROBERTO BARROSO
 

Ampliação de reajuste de servidores estaduais

Controvérsia sobre lei estadual que concedeu reajuste ao funcionalismo público


estadual em percentuais e formas diversas daquelas previstas na proposta
original. 

SUMÁRIO
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ADI 3697/RJ 
Relator(a): MARCO AURÉLIO 

Fixação de subsídios e teto remuneratório 

Controvérsia sobre norma que estabelece, para os integrantes da classe final


da carreira da Procuradoria do Estado, subsídio fixado em valor não inferior
ao limite indicado no inciso XI do art. 37 da CF. 

ADPF 323/DF 
Relator(a): GILMAR MENDES
 

Ultratividade de normas de acordos e de convenções coletivas

Controvérsia a respeito da constitucionalidade da Súmula 277 do TST. Também


se discute a constitucionalidade de interpretações e decisões judiciais que
aplicaram o princípio da ultratividade de normas de acordos e de convenções
coletivas com base no art. 114 da CF (com a redação dada pela EC 45/2004). 

ADI 5384/MG 
Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES 

Normas gerais de prescrição e decadência aplicáveis ao TCE

Controvérsia a respeito da constitucionalidade do art. 76, § 7º, da Constituição


do Estado de Minas Gerais, acrescido pela Emenda Constitucional 78/2007, que
estabelece normas gerais de prescrição e decadência aplicáveis no âmbito
do Tribunal de Contas estadual. 

SUMÁRIO
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