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Edição 1088/2023

31 DE MAROÇ DE 2023
Secretaria-Geral da Presidência
Estêvão André Cardoso Waterloo

Gabinete da Presidência
Paula Pessoa Pereira

Diretoria-Geral
Miguel Ricardo de Oliveira Piazzi

Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação


Manuelita Hermes Rosa Oliveira Filha

Coordenadoria de Difusão da Informação


Flávia Trigueiro Mendes Patriota

Equipe Técnica
Renan Arakawa Pamplona
Anna Daniela de Araújo M. dos Santos
Daniela Damasceno Neves Pinheiro
João de Souza Nascimento Neto
Luiz Carlos Gomes de Freitas Júnior
Mariana Bontempo Bastos
Ricardo Henriques Pontes
Tays Renata Lemos Nogueira

Capa e projeto gráfico


Flávia Carvalho Coelho Arlant

Diagramação
Cínthia Aryssa Okada

INFORMAÇÕES
ADICIONAIS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

Informativo STF [recurso eletrônico] / Supremo Tribunal Federal. N. 1, (1995) – . Brasília : STF, 1995 – .
Semanal.
O Informativo STF, periódico semanal do Supremo Tribunal Federal, apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e
conclusões dos principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente presencial e virtual.
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF
ISSN: 2675-8210.
1. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. 2. Tribunal supremo, periódico, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Secretaria de
Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação.
CDDir 340.6

Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte.

ISSN: 2675-8210

INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação, n. 1088/2023.
Disponível em: http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF. Data de divulgação: 31 de março de 2023.
INFORMATIVO STF 31 de março de 2023 | 1088/2023

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTRA
ROSA MARIA PIRES WEBER
Presidente [19.12.2011]

MINISTRO
LUÍS ROBERTO BARROSO
Vice-presidente [26.6.2013]

MINISTRO
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano [20.6.2002]

MINISTRO
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI
[16.3.2006]

MINISTRA
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
[21.6.2006]

MINISTRO
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
[23.10.2009]

MINISTRO
LUIZ FUX
[3.3.2011]

MINISTRO
LUIZ EDSON FACHIN
[16.6.2015]

MINISTRO
ALEXANDRE DE MORAES
[22.3.2017]

MINISTRO
KASSIO NUNES MARQUES
[5.11.2020]

MINISTRO
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
[16.12.2021]
INFORMATIVO STF 31 de março de 2023 | 1088/2023

SUMÁRIO

1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO

» Concurso Público; Direito à Nomeação; Candidato Estrangeiro

• Direito à nomeação de estrangeiro aprovado em concurso público - RE


1.177.699/SC (Tema 1.032 RG)

DIREITO CONSTITUCIONAL

» Repartição de Competências; Saúde; Plano de Saúde; Tratamento


Médico-Hospitalar; Fornecimento de Medicamentos; Pessoa com
Deficiência

• Obrigações contratuais de operadoras de plano de saúde em relação a


pessoas com deficiência em âmbito estadual - ADI 7.208/MT

» Repartição de Competências; Trânsito; Transporte

• Previsão de parcelamento de multas de trânsito e pagamento de débitos


com cartões de crédito em âmbito distrital - ADI 6.578/DF

DIREITO FINANCEIRO

» Orçamento; Diretrizes Orçamentárias; Despesas com Pessoal; Limite;


Contratos de Terceirização de Mão-de-Obra; Lei de Responsabilidade
Fiscal

• LDO distrital: cálculo do limite da despesa total com pessoal para o exercício
financeiro e exclusão dos valores relativos aos contratos de terceirização de
mão-de-obra - ADI 5.598 MC/DF

DIREITO PENAL

» Norma Penal em Branco; Tipicidade: Crimes contra a Saúde Pública;


Infração de Medida Sanitária Preventiva

• Complementação de norma penal em branco por ato normativo estadual


ou municipal - ARE 1.418.846/RS (Tema 1.246 RG)
INFORMATIVO STF 31 de março de 2023 | 1088/2023

DIREITO PROCESSUAL PENAL


» Jurisdição; “Habeas Corpus”

• Competência do TJDFT para julgar “habeas corpus” contra ato de autoridades


locais - ADI 5.278/DF

DIREITO TRIBUTÁRIO
» Impostos; ICMS; Não Cumulatividade; Crédito Tributário; Substituição
Tributária

• Direito a crédito de ICMS requerido por distribuidora de combustíveis nas


operações com diferimento do pagamento do tributo - RE 781.926/GO (Tema
694 RG)

2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

• Transposição de emprego público para o quadro estatutário sem prévia


aprovação em concurso público (Tema 1.128 RG) - RE 1.232.885/AP

• Restrições à indicação para o Conselho de Administração e para a diretoria


de empresa estatal - ADI 7.331 TPI-Ref/DF

• Vinculação de subsídio de deputados estaduais aos dos deputados federais


- ADI 6.545/SC

• Contagem do prazo prescricional para a repetição de tributo declarado


inconstitucional - ADPF 248/DF

• Câmara Legislativa do DF e competência para julgar o governador pelos


crimes de responsabilidade - ADI 3.466/DF

• Transgressões disciplinares de policiais civis e possível violação ao exercício


do direito fundamental à liberdade de expressão - ADPF 734/PE

• Conduta tipificada como crime no Código Penal Militar e possível violação


ao exercício do direito fundamental à liberdade de expressão - ADPF 475/DF

• Interpretação do TSE sobre votos para candidatos com registro “sub judice”
- ADI 4.513/DF, ADI 4.542/DF e ADPF 223/DF

• Criação de Grupos de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaecos)


por leis estaduais - ADI 2.838/MT e ADI 4.624/TO

3 INOVAÇÕES NORMATIVAS DO STF


INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO – CONCURSO PÚBLICO; DIREITO À


NOMEAÇÃO; CANDIDATO ESTRANGEIRO

DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direito à nomeação de estrangeiro


aprovado em concurso público -
RE 1.177.699/SC (Tema 1.032 RG)
       

REPERCUSSÃO ÁUDIO
GERAL DO TEXTO

TESE FIXADA:

“O candidato estrangeiro tem direito líquido e certo à nomeação em concurso


público para provimento de cargos de professor, técnico e cientista em universi-
dades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais, nos termos do
art. 207, § 1º, da Constituição Federal, salvo se a restrição da nacionalidade estiver
expressa no edital do certame com o exclusivo objetivo de preservar o interesse
público e desde que, sem prejuízo de controle judicial, devidamente justificada.”

RESUMO:

É inconstitucional — por violar o princípio da isonomia (CF/1988, art. 5º, “caput”)


e a norma que estabelece às universidades e instituições de pesquisa científica
e tecnológica a possibilidade de prover seus cargos com professores, técnicos e
cientistas estrangeiros (CF/1988, art 207, § 1º) — a negativa de nomeação de apro�-
vado em concurso público para cargo de professor em instituto federal, fundada
apenas em motivo de nacionalidade.

Aos estrangeiros residentes no País é assegurada a inviolabilidade do direito à igual-


dade. No que se refere a concurso público, a interpretação desse preceito constitucional,
em conjunto com os demais que norteiam a tutela dos direitos essenciais da pessoa,
garante ao cidadão estrangeiro aprovado o direito de ser nomeado na respectiva

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

função pública, em igualdade de condições com os brasileiros (1). Assim, qualquer res-
trição relacionada à nacionalidade deverá ser expressamente prevista em edital e devi-
damente fundamentada em aspecto de interesse público, passível de controle judicial.

Na espécie, o concurso público para o qual o autor foi aprovado no cargo de professor
de informática do Instituto Federal Catarinense (IFC), refere-se ao Edital 049/DDPP/2009,
publicado na vigência da Lei 9.515/1997. Esta, por sua vez, foi editada com o objetivo
de regulamentar o § 1º do art. 207 da CF/1988, incluído pela EC 11/1996.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 1.032 da
repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para julgar procedentes
os pedidos formulados na inicial, relativos à nomeação do autor e ao direito à inde-
nização por danos morais e materiais, estes últimos, equivalentes ao período em que
deveria ter sido empossado.

(1) Precedentes citados: ADI 1.350; RE 826.221 AgR e ARE 1.054.768 AgR.

RE 1.177.699/SC, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59

DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS;


SAÚDE; PLANO DE SAÚDE; TRATAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR;
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS; PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Obrigações contratuais de operadoras de


plano de saúde em relação a pessoas com
deficiência em âmbito estadual - ADI 7.208/MT   

ÁUDIO
DO TEXTO

TESE FIXADA:

“É inconstitucional, por violação à competência da União para legislar sobre direito


civil e seguros (CF/1988, art. 22, I e VII), lei estadual que estabelece obrigações
contratuais para operadoras de planos de saúde.”

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

RESUMO:

Compete à União regular o mercado de planos de saúde, o que inclui a normati-


zação da matéria (CF/1988, art. 22, VII), bem como toda a fiscalização do setor
(CF/1988, art. 21, VIII).

Os planos de saúde compartilham com os seguros e a previdência privada um forte


componente atuarial. Assim, a regulação econômica em sentido estrito é confiada ao
ente central, de modo que, considerado o caráter nacional da atividade regulada,
cabe à União, na condição de única entidade federativa com abrangência territorial
para alcançar todo o mercado nacional, o planejamento, a absorção e a distribuição
de seus efeitos (1).

Na espécie, a lei estadual impugnada busca definir, dentre outros, os tratamentos e


intervenções terapêuticas que as prestadoras estão obrigadas a custear, a cobertura
a ser ofertada aos consumidores, a quantidade e a duração das sessões. Nesse con-
texto, ela interfere diretamente na regulação dos planos de saúde, mais especifica-
mente na relação jurídica entre as suas operadoras e usuários, matéria que já possui
vasta normatização federal, seja pela Lei 9.656/1998 ou pelas resoluções da ANS que
regulam o rol de procedimentos e eventos em saúde.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação
para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.816/2022 do Estado do Mato Grosso (2).

(1) Precedentes citados: ADI 4.701; ADI 7.172; ADI 6.452 e ADI 7.023.

(2) Lei 11.816/2022 do Estado do Mato Grosso: “Art. 1º As empresas de seguro-saúde, empresas de medicina
de grupo, cooperativas de trabalho médico ou outras que atuam sob a forma de prestação direta ou
intermediação dos serviços médico-hospitalares e operam no Estado de Mato Grosso estão obrigadas a
garantir o atendimento integral e fornecer o tratamento adequado às pessoas com deficiência, nos termos
da Lei Federal nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, e da Lei Federal nº 13.146, de 6 de julho de 2015, não
podendo impor restrições de qualquer natureza. § 1º Compreende-se por atendimento integral e tratamento
adequado como aqueles que cumprem total e integralmente a prescrição médica que definiu a melhor
intervenção terapêutica ou tratamento ao paciente pelo profissional de saúde que o acompanha. § 2º As
determinações desta Lei não incluem a busca ou fornecimento de medicamentos de quaisquer naturezas. Art.
2º As prestadoras de serviço de saúde descritas no caput do art. 1° devem oferecer cobertura necessária
para multiprofissional, respeitando os termos do médico assistente que acompanha a pessoa com deficiência,
sob pena de serem compelidas a custear ou reembolsar integralmente as despesas com profissionais não
credenciados. Parágrafo único A observância à prescrição médica indicada ao paciente, respeitando o
atendimento multiprofissional ao deficiente, abrange a presença de profissionais capacitados e especializados
nas áreas prescritas, bem como a quantidade e a duração das sessões e a aplicação da técnica indicada pelo
médico assistente que acompanha o paciente com deficiência. Art. 3º A fiscalização, apuração de denúncias
e autuação por descumprimento desta Lei é de responsabilidade dos órgãos de proteção ao consumidor,
sem prejuízo da atuação do Ministério Público. Art. 4º O não cumprimento dos preceitos desta Lei sujeitará
às operadoras de plano ou seguro de saúde infratoras, sem descartar a responsabilidade solidária das
clínicas de tratamento, à multa de 1.000 (mil) Unidades Padrão Fiscal de Mato Grosso - UPF/MT para cada
caso apurado, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Parágrafo único. Os valores decorrentes da
cobrança das multas serão integralmente revertidos para capacitação, treinamento e melhoria das condições
de trabalho dos profissionais que atuam junto às pessoas com deficiência nas clínicas e centros de atendimento
do Estado de Mato Grosso. Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.”

ADI 7.208/MT, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS;


TRÂNSITO; TRANSPORTE

DIREITO ADMINISTRATIVO – SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO;


INFRAÇÕES

Previsão de parcelamento de multas de trânsito


e pagamento de débitos com cartões de
crédito em âmbito distrital - ADI 6.578/DF

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre


trânsito e transporte (CF/1988, art. 22, XI) — lei distrital que prevê a possibilidade
de parcelamento de multas decorrentes de infrações de trânsito e o pagamento
de débitos com cartão de crédito.

Na espécie, a lei distrital impugnada possibilita o parcelamento das multas aplicadas


aos veículos automotores, emitidas por órgão ou entidade executiva de trânsito e exe-
cutiva rodoviária do Distrito Federal, em até 12 vezes, e o pagamento dos débitos junto
ao seu Departamento de Trânsito por cartão de crédito.

Esta Corte possui entendimento consolidado no sentido da inconstitucionalidade de nor-


mas estaduais que disponham sobre as formas de pagamento das multas aplicadas
pelos órgãos de fiscalização de trânsito, bem como daquelas que, de algum modo,
inovem em matéria pertinente à disciplina normativa do trânsito (1).

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação
para declarar a inconstitucionalidade da Lei 5.551/2015 do Distrito Federal (2).

(1) Precedentes citados: ADI 3.708; ADI 3.196; ADI 3.444; ADI 5.778; ADI 5.222; ADI 3.269 e ADI 6.612.

(2) Lei 5.551/2015 do Distrito Federal: “Art. 1º As multas aplicadas aos veículos automotores, emitidas por
órgão ou entidade executiva de trânsito e executiva rodoviária do Distrito Federal, podem ser parceladas em
até 12 vezes. Parágrafo único. A solicitação do parcelamento previsto no caput e o pagamento da primeira
parcela garantem ao proprietário do veículo a emissão do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo.
Art. 2º Os débitos junto ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal – DETRAN-DF podem ser pagos
com cartão de crédito, ficando a cargo dos usuários todas as taxas cobradas pela respectiva operadora
do cartão de crédito. Art. 3º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 dias, contados da

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

data de sua publicação. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Revogam-se as
disposições em contrário.”

ADI 6.578/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023
(sexta-feira), às 23:59

DIREITO FINANCEIRO – ORÇAMENTO; DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS;


DESPESAS COM PESSOAL; LIMITE; CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO
DE MÃO-DE-OBRA; LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS;


DIREITO FINANCEIRO; ORÇAMENTO; EQUILÍBRIO FISCAL

LDO distrital: cálculo do limite da despesa


total com pessoal para o exercício financeiro e
exclusão dos valores relativos aos contratos de
terceirização de mão-de-obra - ADI 5.598 MC/DF   

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional — por violar a competência da União para estabelecer normas


gerais sobre direito financeiro e orçamentário (CF/1988, art. 24, I, II e §§ 1º a 4º) e
por afrontar o princípio do equilíbrio fiscal (CF/1988, art. 169) — lei distrital que, ao
tratar do cálculo do limite da despesa total com pessoal para o exercício financeiro,
estabelece regime contrário ao fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Na espécie, os diplomas distritais questionados, ao preverem que não se qualificam


como substituição de servidores e empregados públicos os contratos de terceirização
de mão-de-obra cujo objeto é o desempenho de atividades com determinadas carac-
terísticas, invadem a competência da União e se antecipam ao intérprete da legislação
federal, em sentido colidente com o propósito do art. 18, § 1º, da LC 101/2000, a LRF (1).

Nesse contexto, o legislador distrital não pode, a pretexto de suplementar e especificar


o sentido da referida norma geral federal, alterar o seu significado de modo a afastar
a sua incidência sobre hipótese em que, na realidade, deveria incidir.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

Ademais, as leis impugnadas, que dispõem sobre as diretrizes orçamentárias para os


exercícios financeiros de 2017 e 2018 do Distrito Federal, conferem ao Poder Executivo
a possibilidade de excluir do cômputo das despesas com pessoal, discricionariamente,
todo e qualquer contrato de terceirização firmado pela Administração distrital, de modo
a consagrar a realização de despesa com pessoal em excesso aos limites estabeleci-
dos na LRF (2).

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, converteu o julgamento da


medida cautelar em julgamento definitivo de mérito, conheceu parcialmente da ação
e, nessa extensão, a julgou procedente para declarar a inconstitucionalidade formal e
material do art. 51, § 1º, da Lei 5.695/2016 (3), e do art. 53, § 1º, da Lei 5.950/2017 (4),
ambas do Distrito Federal.

(1) LRF/2000: “Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos
eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria,
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer
natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. §
1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e
empregados públicos serão contabilizados como ‘Outras Despesas de Pessoal’.”

(2) Precedente citado: ADI 5.449 MC-Ref.

(3) Lei 5.695/2016 do Distrito Federal: “Art. 51. O disposto no art. 18, § 1º, da LRF, aplica-se para fins de cálculo
do limite da despesa total com pessoal. § 1º Não se consideram como substituição de servidores e empregados
públicos, para efeito do caput, os contratos de terceirização relativos à execução indireta de atividades que,
simultaneamente: I - sejam acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área
de competência legal do órgão ou entidade; II - atenda a pelo menos uma das seguintes situações: a) não
se refiram a categorias funcionais abrangidas por plano de cargos do quadro de pessoal do órgão ou
entidade, salvo expressa disposição legal em contrário, ou b) se refiram a cargo ou categoria extinta, total
ou parcialmente, c) tenha sua desnecessidade declarada por meio de ato administrativo.”

(4) Lei 5.950/2017 do Distrito Federal: “Art. 53. O disposto no art. 18, § 1º, da LRF, aplica-se para fins de cálculo
do limite da despesa total com pessoal. § 1º Não se consideram como substituição de servidores e empregados
públicos, para efeito do caput, os contratos de terceirização relativos à execução indireta de atividades
que, simultaneamente: I – sejam acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem
área de competência legal do órgão ou entidade; II - atenda a pelo menos uma das seguintes situações: a)
não se refiram a categorias funcionais abrangidas por plano de cargos do quadro de pessoal do órgão ou
entidade, salvo expressa disposição legal em contrário; b) se refiram a cargo ou categoria extinta, total ou
parcialmente; c) tenha sua desnecessidade declarada por meio de ato administrativo.”

ADI 5.598/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

DIREITO PENAL – NORMA PENAL EM BRANCO; TIPICIDADE; CRIMES


CONTRA A SAÚDE PÚBLICA; INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA
PREVENTIVA

DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Complementação de norma penal em branco


por ato normativo estadual ou municipal
- ARE 1.418.846/RS (Tema 1.246 RG)     

REPERCUSSÃO ÁUDIO
GERAL DO TEXTO

TESE FIXADA:

“O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser comple-
mentada por atos normativos infralegais editados pelos entes federados (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), respeitadas as respectivas esferas de atu-
ação, sem que isso implique ofensa à competência privativa da União para legislar
sobre direito penal (CF, art. 22, I).”

RESUMO:

A complementação de norma penal em branco por ato normativo estadual, distrital


ou municipal, para aplicação do tipo de infração de medida sanitária preventiva
(Código Penal, art. 268), não viola a competência privativa da União para legislar
sobre direito penal (CF/1988, art. 22, I).

O art. 268 do Código Penal (1) veicula, em sua redação, o preceito primário incrimina-
dor, isto é, o núcleo essencial da conduta punível, de modo que a União exerceu, de
forma legítima e com objetivo de salvaguardar a incolumidade da saúde pública, sua
competência privativa de legislar sobre direito penal.

No entanto, o referido tipo penal configura norma penal em branco heterogênea, razão
pela qual necessita de complementação por atos normativos infralegais, tais como
decretos, portarias e resoluções (2). Na espécie, essa complementação se faz mediante
ato do poder público, compreendida a competência de quaisquer dos entes federados.

Ademais, ela não se reveste de natureza criminal, mas, via de regra, administrativa e
técnico-científica, o que justifica a possibilidade de edição do ato normativo suplemen-
tador pelo ente federado com competência administrativa para tanto.

SUMÁRIO
12
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

Nesse contexto, de acordo com o entendimento desta Corte, a competência para prote-
ção da saúde, no plano administrativo e no legislativo, é compartilhada entre a União,
o Distrito Federal, os estados e os municípios, inclusive para impor medidas restritivas
destinadas a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa. Assim, o
descumprimento das medidas e dos atos normativos de controle epidemiológico pre-
vistos na Lei 13.979/2020, editados pelos entes federados em prol da incolumidade
pública, enseja consequências no campo do direito penal.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência


da repercussão geral da questão constitucional suscitada (Tema 1.246 da repercussão
geral) e, no mérito, por maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria
(3) para dar provimento ao recurso extraordinário e, consequentemente, determinar o
prosseguimento da ação penal ao afastar a alegação de atipicidade da conduta por
ausência de norma complementadora do art. 268 do Código Penal.

(1) CP/1940: “Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação
de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada
de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico,
dentista ou enfermeiro.”

(2) Precedente citado: HC 128.894.

(3) Precedentes citados: ADI 6.341 MC-Ref; ADPF 672 MC-Ref e ADI 6.855.

ARE 1.418.846/RS, relatora Ministra Presidente, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 24.3.2023

DIREITO PROCESSUAL PENAL – JURISDIÇÃO; “HABEAS CORPUS”

DIREITO CONSTITUCIONAL – PODER JUDICIÁRIO; COMPETÊNCIA


JURISDICIONAL ORIGINÁRIA

Competência do TJDFT para julgar “habeas corpus”


contra ato de autoridades locais - ADI 5.278/DF   

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional — por usurpar a competência do STJ (CF/1988, arts. 105, I, “a”


e “c”; e 128, I, “d”) — norma que atribui ao TJDFT a competência originária para
processar e julgar ações de “habeas corpus” nas quais figurem como autorida-

SUMÁRIO
13
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

des coatoras (i) o Presidente e membros do TJDFT; (ii) o Presidente e membros do


Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF); e (iii) o Procurador-Geral de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios.

Consoante disposição expressa da Constituição Federal de 1988, compete ao STJ pro-


cessar e julgar originariamente a ação de habeas corpus quando o coator ou paciente
for desembargador do TJDFT, membro do TCDF ou membro do Ministério Público da
União que oficie perante tribunais (1).

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação
para declarar a inconstitucionalidade parcial, sem redução do texto, do art. 8º, I, c e
d, da Lei 11.697/2008 (2), a fim de afastar a interpretação segundo a qual compete ao
TJDFT processar e julgar habeas corpus contra ato: (i) do Presidente ou de qualquer
dos membros do TJDFT; (ii) do Presidente ou qualquer dos membros do TCDF; e (iii) do
Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

(1) CF/1988: “Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; (...) c)
os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
‘a’, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (...) Art.
128. O Ministério Público abrange: (...) I - o Ministério Público da União, que compreende: (...) d) o
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;”

(2) Lei 11.697/2008: “Art. 8º Compete ao Tribunal de Justiça: I – processar e julgar originariamente:
(...) c) os mandados de segurança e os habeas data contra atos do Presidente do Tribunal e de
qualquer de seus órgãos e membros, do Procurador-Geral da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, dos Juízes do Distrito Federal e dos Territórios, do Governador do Distrito Federal,
dos Governadores dos Territórios, do Presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal e
de qualquer de seus membros, do Procurador-Geral do Distrito Federal e dos Secretários de
Governo do Distrito Federal e dos Territórios; d) os habeas corpus, quando o constrangimento
apontado provier de ato de qualquer das autoridades indicadas na alínea c deste inciso, exceto
o Governador do Distrito Federal;”

ADI 5.278/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59

SUMÁRIO
14
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

DIREITO TRIBUTÁRIO – IMPOSTOS; ICMS; NÃO CUMULATIVIDADE;


CRÉDITO TRIBUTÁRIO; SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

DIREITO CONSTITUCIONAL – SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL;


IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL; COMBUSTÍVEIS

Direito a crédito de ICMS requerido por


distribuidora de combustíveis nas operações
com diferimento do pagamento do tributo
- RE 781.926/GO (Tema 694 RG)   

REPERCUSSÃO AMICUS ÁUDIO


GERAL CURIAE DO TEXTO

TESE FIXADA:

“O diferimento do ICMS relativo à saída do álcool etílico anidro combustível (AEAC)


das usinas ou destilarias para o momento da saída da gasolina C das distribuido-
ras (Convênios ICMS 80/1997 e 110/2007) não gera o direito de crédito do imposto
para as distribuidoras.”

RESUMO:

As distribuidoras de combustíveis não possuem direito a crédito do Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) relativo ao álcool etílico anidro com-
bustível (AEAC) adquirido de usinas ou destilarias quando ocorrer o diferimento
do pagamento daquele tributo (consistente em substituição tributária para trás).

A “gasolina C”, comercializada pelas distribuidoras, resulta da mistura de “gasolina A”,


insumo adquirido de refinarias com o AEAC, insumo adquirido das usinas e destilarias
pelo regime de diferimento.

Nesse contexto, o ICMS referente à saída do álcool anidro das usinas ou destilarias é
postergado para o momento em que ocorrer a saída da “gasolina C” dos estabeleci-
mentos distribuidores de combustíveis. O estado federado não cobra o ICMS quando
da própria saída do AEAC das usinas ou destilarias para as distribuidoras. As usinas,
as destilarias e as refinarias também nada pagam a título do ICMS quando da saída
do álcool em questão. Assim, sem o recolhimento anterior do ICMS, não é possível o
creditamento pelas distribuidoras em razão da aquisição do AEAC, ainda que o imposto
fique “destacado” na nota fiscal de venda do álcool (1).

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

A técnica do diferimento respeita a não cumulatividade, que busca afastar o efeito


cascata da tributação. Ausente esse efeito, inexiste qualquer violação ao preceito do
art. 155, § 2º, I, da CF/1988 (2). Ademais, a cobrança unificada do ICMS não se con-
funde com cobrança cumulativa do imposto (3).

Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o


Tema 694 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário.

(1) Precedente citado: ADI 4.171.

(2) CF/1988: “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II – operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) § 2º O imposto previsto no
inciso II atenderá ao seguinte: I – será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo
mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;”

(3) Precedente citado: RE 91.848.

RE 781.926/GO, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59

2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

JULGAMENTO VIRTUAL: 31/03/2023 a 12/04/2023

RE 1.232.885/AP
Relator: Ministro NUNES MARQUES REPERCUSSÃO
GERAL
     

Transposição de emprego público para o quadro estatutário sem


prévia aprovação em concurso público (Tema 1.128 RG)

Controvérsia, à luz dos mandamentos constitucionais, a respeito da possibilidade


de transposição, absorção ou aproveitamento, mediante termo de opção, de
empregado público no quadro estatutário da Administração Pública estadual
sem prévia aprovação em concurso público.

SUMÁRIO
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ADI 7.331 TPI-Ref/DF


Relator: Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

Restrições à indicação para o Conselho de Administração e para a


diretoria de empresa estatal

Referendo de decisão concessiva de medida liminar, em análise do pedido


de tutela provisória incidental formulado em ação direta, que (i) declarou a
inconstitucionalidade da expressão “de Ministro de Estado, de Secretário de
Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente
com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento
superior na administração pública”, constantes do inciso I do § 2° do art.17
da Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais), até o definitivo julgamento da ação; bem
como (ii) conferiu liminarmente, até o exame do mérito, interpretação conforme
a Constituição ao inciso II do § 2° do art. 17 da mesma lei para afirmar que
a vedação limita-se às pessoas que ainda participam de estrutura decisória
de partido político ou de trabalho vinculado à organização, estruturação e
realização de campanha eleitoral, sendo vedada, contudo, a manutenção do
vínculo partidário a partir do efetivo exercício no cargo.

ADI 6.545/SC
Relator: Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

Vinculação de subsídio de deputados estaduais aos dos deputados


federais

Exame da constitucionalidade da Lei 17.671/2018 do Estado de Santa Catarina


que fixa os subsídios dos deputados estaduais no valor equivalente a 75% do
que recebe um deputado federal. Jurisprudência: ADI 5.856.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

ADPF 248/DF
Relator: Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

Contagem do prazo prescricional para a repetição de tributo declarado


inconstitucional

Debate constitucional sobre a necessidade de se atribuir interpretação conforme


a Constituição Federal de 1988 a dispositivo do Código Tributário Nacional no
sentido de que o início do prazo prescricional da ação de repetição de indébito
tributário seja a data da decisão do STF que declarar a inconstitucionalidade
do tributo; assim como sobre a verificação da possibilidade de aplicação
retroativa da nova orientação jurisprudencial do STJ sobre o termo a quo da
prescrição.

ADI 3.466/DF
Relator: Ministro DIAS TOFFOLI

Câmara Legislativa do DF e competência para julgar o governador


pelos crimes de responsabilidade

Discussão sobre a constitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica do Distrito


Federal que conferem competência à Câmara Legislativa para processar e
julgar o governador nos crimes de responsabilidade.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

ADPF 734/PE
Relator: Ministro DIAS TOFFOLI

Transgressões disciplinares de policiais civis e possível violação ao


exercício do direito fundamental à liberdade de expressão

Averiguação constitucional a respeito de dispositivos da Lei 6.425/72 do Estado


de Pernambuco (Estatuto Policial do estado) que consideram transgressões
disciplinares dos respectivos policiais civis a promoção ou participação em
manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades, bem como
manifestações ou participação em manifestações contra atos da Administração
Pública em geral. Jurisprudência: ARE 891.647 ED.

ADPF 475/DF
Relator: Ministro DIAS TOFFOLI

Conduta tipificada como crime no Código Penal Militar e possível


violação ao exercício do direito fundamental à liberdade de expressão

Verificação constitucional acerca de dispositivo do Código Penal Militar que


prevê pena de detenção de dois meses a um ano para o militar ou assemelhado
que publicar, sem licença, ato ou documento oficial, ou que criticar publicamente
ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer
resolução do Governo.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1088/2023 |

ADI 4.513/DF
ADI 4.542/DF
ADPF 223/DF
Relator: Ministro ROBERTO BARROSO

Interpretação do TSE sobre votos para candidatos com registro “sub


judice”

Questionamento constitucional quanto à interpretação da Justiça Eleitoral no


sentido de que os votos dados aos candidatos que concorrem às eleições com
registros de candidaturas indeferidos no dia da eleição, mas pendentes de
recurso, não podem ser computados para o respectivo partido ou coligação.

ADI 2.838/MT
ADI 4.624/TO
Relator: Ministro ALEXANDRE DE MORAES

Criação de Grupos de Atuação Especial contra o Crime Organizado


(Gaecos) por leis estaduais

Exame, à luz dos parâmetros constitucionais, de dispositivos das Leis


Complementares 27/1993 e 119/2002, ambas do Estado do Mato Grosso, e da
íntegra da Lei Complementar 72/2011 do Estado do Tocantins, que preveem
a criação de Gaecos, grupos que visam combater o crime organizado através
de uma atuação cooperativa nas investigações criminais com integrantes do
Ministério Público e das polícias civil e militar.

3 INOVAÇÕES NORMATIVAS STF


Resolução 795, de 17.3.2023 - Torna público o subsídio mensal da Magistratura da
União.

Portaria PR 75, de 24.3.2023 - Institui Grupo de Trabalho para aprimoramento na


gestão de processos.

SUMÁRIO
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