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Edição 1038/2021

26 DE NOVEMBRO DE 2021
Edição 1038/2021

26 de novembro de 2021

DADOS DO
INFORMATIVO
Secretaria-Geral da Presidência
Pedro Felipe de Oliveira Santos

Gabinete da Presidência
Patrícia Andrade Neves Pertence

Diretoria-Geral
Edmundo Veras dos Santos Filho

Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação


Alexandre Reis Siqueira Freire

Coordenadoria de Difusão da Informação


Thiago Gontijo Vieira

Equipe Técnica
Jean Francisco Corrêa Minuzzi
Anna Daniela de Araújo M. dos Santos
Diego Oliveira de Andrade Soares
João de Souza Nascimento Neto
Luiz Carlos Gomes de Freitas Júnior
Mariana Bontempo Bastos
Ricardo Henrique Pontes
Tays Renata Lemos Nogueira

Capa e projeto gráfico


Flávia Carvalho Coelho Arlant

Diagramação
Roberto Hara Watanabe

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Supremo Tribunal Federal — Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

Informativo STF [recurso eletrônico] / Supremo Tribunal Federal. N. 1, (1995) – . Brasília : STF, 1995 – .
Semanal.
O Informativo STF, periódico semanal do Supremo Tribunal Federal, apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e
conclusões dos principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente presencial e virtual.
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF
ISSN: 2675-8210.
1. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. 2. Tribunal supremo, periódico, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Secretaria de
Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação.
CDDir 340.6

Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde
que citada a fonte.
ISSN: 2675-8210
INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da
Informação, n. 1038/2021. Disponível em: http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF.
Data de divulgação: 26 de novembro de 2021.
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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTRO
LUIZ FUX
Presidente [3.3.2011]

MINISTRA
ROSA MARIA PIRES WEBER
Vice-presidente [19.12.2011]

MINISTRO
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano [20.6.2002]

MINISTRO
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI
[16.3.2006]

MINISTRA
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
[21.6.2006]

MINISTRO
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
[23.10.2009]

MINISTRO
LUÍS ROBERTO BARROSO
[26.6.2013]

MINISTRO
LUIZ EDSON FACHIN
[16.6.2015]

MINISTRO
ALEXANDRE DE MORAES
[22.3.2017]

MINISTRO
KASSIO NUNES MARQUES
[5.11.2020]

SUMÁRIO
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INFOGRÁFICO

1 INFORMATIVO

O Informativo STF, periódico semanal de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal


(STF), apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e conclusões dos
Nota
principais julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas
–, em ambiente presencial e virtual. A seleção dos processos noticiados leva em
Explicativa
consideração critérios de relevância, novidade e contemporaneidade da temática
objeto de julgamento.

Colegiado
1.1 PLENÁRIO

Ramo do Direito
DIREITO CONSTITUCIONAL – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Objetivo de
Desenvolvimento
Sustentável
Título do resumo Prerrogativa de foro: defensor público e procurador com o qual
de Estado o processo
se relaciona
AMICUS ÁUDIO
CURIAE DO TEXTO

Tese oficial
TESE FIXADA
Nos termos do artigo 102, I, r, da Constituição Federal (CF) (1), é competência exclusiva
do Supremo Tribunal Federal (STF) processar e julgar, originariamente, todas as ações
ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP) proferidas no exercício de suas competências constitu-
cionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF (2).

RESUMO
Resumo Possui plausibilidade e verossimilhança a alegação de que constituição estadual Notícia do jul-
em síntese não pode atribuir foro por prerrogativa de função a autoridades diversas daque - gamento com
las arroladas na Constituição Federal (CF).
ênfase nas
As normas que estabelecem hipóteses de foro por prerrogativa de função são conclusões e
excepcionais e, como tais, devem ser interpretadas restritivamente (ADI 2.553) (1). nos principais
fundamentos

LEITURAS AUDIÊNCIA AMICUS VÍDEO DO ÁUDIO


EM PAUTA PÚBLICA CURIAE JULGAMENTO DO TEXTO

Estudo bibliográ- Indica Indica Vídeo da sessão Áudio


fico relacionado a realização a participação de julgamento da notícia
ao processo de audiência de “amigos
pública no STF da Corte”

SUMÁRIO
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SUMÁRIO

1 INFORMATIVO

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO

» Servidores Públicos; Exercício Provisório

• Exercício provisório no âmbito das unidades administrativas do Ministério


das Relações Exteriores — ADI 5355/DF

DIREITO CONSTITUCIONAL

» Educação; Livre Iniciativa

• Covid-19: Decisões judiciais e imposição de redução e descontos lineares em


mensalidades de entidades privadas de ensino — ADPF 706/DF e ADPF 713/DF

» Competência Legislativa

• Competência da União para legislar sobre contratos de financiamento – ADI


6938/PB

» Processo Legislativo

• Projeto de conversão de medida provisória e emenda parlamentar —ADI


6928/DF

SUMÁRIO
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2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

2.1 EVOLUÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL

2.2 PASSO A PASSO DAS SESSÕES VIRTUAIS

2.3 PROCESSOS SELECIONADOS

• Incidência de ISS sobre contratos de licenciamento ou de cessão de programas


de computador (software) desenvolvidos para clientes de forma personalizada
– RE 688223/PR (Tema 590)

• Indenização por desapropriação indireta de terras tradicionalmente ocupadas


pelos índios – ACO 365/MT

• Imposto sobre heranças e doações (ITCMD) e doador com domicílio ou


residência no exterior – ADI 6817/PE, ADI 6829/AC, ADI 6832/ES e ADI 6837/AP

• Cobranças realizadas por telefone a consumidores do Estado do Amazonas


– ADI 6110/AM

• INPC como fator de reajuste de vencimentos dos servidores do Poder Executivo


estadual – ADI 5584/MT

• Vinculação administrativa do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


estadual – ADI 3804/AL

• Transporte intermunicipal de passageiros na modalidade lotação – ADI 5677/PA

• Criação de salas de descompressão para profissionais de enfermagem em


hospitais – ADI 6317/SP

3 INOVAÇÕES NORMATIVAS DO STF

SUMÁRIO
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1 INFORMATIVO

O Informativo, periódico semanal de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF),


apresenta, de forma objetiva e concisa, resumos das teses e conclusões dos principais
julgamentos realizados pelos órgãos colegiados – Plenário e Turmas –, em ambiente
presencial e virtual. A seleção dos processos noticiados leva em consideração critérios
de relevância, novidade e contemporaneidade da temática objeto de julgamento.

1.1 PLENÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO — SERVIDORES PÚBLICOS; EXERCÍCIO


PROVISÓRIO

Exercício provisório no âmbito das unidades


administrativas do Ministério das Relações
Exteriores — ADI 5355/DF

AMICUS ÁUDIO VÍDEO DO VÍDEO DO


CURIAE DO TEXTO JULGAMENTO JULGAMENTO

Parte 1 Parte 2

RESUMO:

É inconstitucional a vedação ao exercício provisório, de que trata o § 2º do art.


84 da Lei 8.112/1990, nas unidades administrativas do Ministério das Relações
Exteriores (MRE) no exterior.

A proibição ao exercício provisório em unidades do MRE no exterior, conforme art. 69


da Lei 11.440/2006 (1), não guarda relação com as particularidades das funções desem-
penhadas, sendo injustificável, portanto, o tratamento anti-isonômico conferido pela

SUMÁRIO
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norma, especialmente, porque não há essa limitação para os servidores que acom-
panham seus cônjuges quando a lotação se dá no Brasil. A isonomia entre servidores
públicos federais e servidores do Serviço Exterior Brasileiro (SEB) resta assegurada
pela ressalva final do artigo 84, §2º, da Lei 8.112/1990 (2), que adota como critério de
discriminação apenas a peculiaridade inerente aos cargos.

Ademais, a efetividade da proteção constitucional à família impede interpretações que


restrinjam a convivência familiar ou corroborem opressões de gênero. A Constituição
Federal garante especial proteção à família e a licença para acompanhamento do
cônjuge, com ou sem exercício provisório, configura instituto que instrumentaliza essa
proteção constitucional, resultado da ponderação perpetrada pelo legislador entre os
valores da família e o interesse da Administração Pública.

De igual modo, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa indicam que a dig-
nidade auferida pela realização profissional e pela contribuição ao serviço público
não se esgota na correspondente retribuição pecuniária. Por essa razão, os benefícios
pagos aos agentes do SEB, com vistas a mitigar os prejuízos financeiros decorrentes
da impossibilidade de trabalho do cônjuge no exterior ou do afastamento do agente
de sua família, não têm aptidão de neutralizar a ofensa ao princípio do valor social
do trabalho.

Por fim, a possibilidade de exercício provisório também gera benefícios para a


Administração Pública. No caso dos servidores cônjuges de diplomatas, a medida gera
menor quantidade de exonerações por motivos familiares e, indiretamente, melhor
desempenho dos servidores motivados por satisfação geral proporcionadas pela pro-
ximidade da família. Da mesma forma, no caso dos diplomatas, a medida pode resul-
tar em menor número de rejeição de postos externos; maior interesse na lotação em
postos menos atraentes; menor frequência de ausências e licenças de servidores por
motivos familiares; e, sobretudo, maior inserção das mulheres nesse setor.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu da ação direta
e julgou procedente o pedido formulado, para declarar a inconstitucionalidade do art.
69 da Lei 11.440/2006.

(1) Lei 11.440/2006: “Art. 69. Não haverá, nas unidades administrativas do Ministério das Relações Exteriores
no exterior, o exercício provisório de que trata o § 2º do art. 84 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.”

(2) Lei 8.112/1990: “Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro
que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. § 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício
provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que
para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.”

ADI 5355/DF, relator Min Luiz Fux, julgamento em 10 e 11.11.2021

SUMÁRIO
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DIREITO CONSTITUCIONAL – EDUCAÇÃO; LIVRE INICIATIVA

DIREITO DO CONSUMIDOR – ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Covid-19: Decisões judiciais e imposição


de redução e descontos lineares em
mensalidades de entidades privadas
de ensino — ADPF 706/DF e ADPF 713/DF

AMICUS ÁUDIO VÍDEO DO VÍDEO DO


CURIAE DO TEXTO JULGAMENTO JULGAMENTO

Parte 1 Parte 2

TESE FIXADA:

“É inconstitucional decisão judicial que, sem considerar as circunstâncias fáticas


efetivamente demonstradas, deixa de sopesar os reais efeitos da pandemia em
ambas as partes contratuais, e determina a concessão de descontos lineares em
mensalidades de cursos prestados por instituições de ensino superior.”

RESUMO:

São inconstitucionais as interpretações judiciais que, unicamente fundamentadas


na eclosão da pandemia de Covid-19 e no respectivo efeito de transposição de
aulas presenciais para ambientes virtuais, determinam às instituições privadas
de ensino superior a concessão de descontos lineares nas contraprestações dos
contratos educacionais, sem considerar as peculiaridades dos efeitos da crise
pandêmica em ambas as partes contratuais envolvidas na lide.

Ofende a livre iniciativa a interferência em todos os contratos de modo linear, geral


e abstrato, sem a apreciação das peculiaridades de cada avença, a fim de perquirir
a real configuração de abusividade ou desequilíbrio por fato imprevisível e externo à
relação contratual. Com efeito, as decisões judiciais questionadas retiram a possibilidade
de negociação entre as partes, bem assim a possibilidade de se encontrar o equilíbrio
entre a proteção do consumidor e a manutenção do ensino em tempos de pandemia.

Além disso, a existência de atos decisórios que deferem descontos gerais e lineares,
com disciplinas díspares e percentuais diversos, viola a isonomia, pois o intenso grau
de variabilidade entre as decisões proferidas por cada Juízo quebra a uniformidade
do tratamento do direito contratual em apreço.

SUMÁRIO
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Por fim, a forma como prolatados os pronunciamentos, aliada ao aumento do nível de


inadimplência e de evasão durante a pandemia, tem a capacidade de gerar relevante
impacto na obtenção de recursos financeiros suficientes pelas instituições privadas de
ensino superior, em detrimento da autonomia universitária garantida na Constituição
Federal.

Assim, a fixação de reduções ou descontos lineares nas contraprestações devidas às


instituições revela-se desproporcional. Desse modo, incumbe aos juízes, diante de cada
caso que se apresente, realizar a necessária ponderação.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedentes os pedidos
formulados em arguições de descumprimento de preceito fundamental. Vencido o
ministro Nunes Marques.

ADPF 706/DF, relatora Min. Rosa Weber, julgamento em 17 e 18.11.2021

ADPF 713/DF, relatora Min. Rosa Weber, julgamento em 17 e 18.11.2021

DIREITO CONSTITUCIONAL – COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Competência da União para


legislar sobre contratos de
financiamento – ADI 6938/PB

AMICUS ÁUDIO
CURIAE DO TEXTO

RESUMO:

É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de juros, multas e parcelas


vencidas de contratos de financiamento.

Compete privativamente à União legislar sobre direito civil e política de crédito – inexi-
gibilidade de juros, multas e outros encargos financeiros (CF, art. 22, I e VII) (1).

Ademais, a orientação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de


que a relevância das atividades desempenhadas pelas instituições financeiras demanda
a existência de coordenação centralizada das políticas de crédito (2).

SUMÁRIO
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Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação
direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.962/2021 do Estado da Paraíba.

(1) CF: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) VII - política de crédito, câmbio, seguros
e transferência de valores;”

(2) Precedente: ADI 6484.

ADI 6938/PB, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 22.11.2021 (segunda-
-feira), às 23:59

DIREITO CONSTITUCIONAL — PROCESSO LEGISLATIVO

DIREITO PREVIDENCIÁRIO — BENEFÍCIOS

Projeto de conversão de medida provisória


e emenda parlamentar – ADI 6928/DF

ÁUDIO
DO TEXTO

RESUMO:

O Poder Legislativo pode emendar projeto de lei de conversão de medida provisó-


ria quando a emenda estiver associada ao tema e à finalidade original da medida
provisória.

A exigência de correlação de conteúdos entre a medida provisória e o projeto de lei


de sua conversão não tem força para afastar a atribuição de, no curso do processo
legislativo, propor emendas às medidas provisórias. Essa faculdade do legislador é
inerente ao controle democrático dos atos do Poder Executivo e pode eventualmente
resultar em acréscimos ou modificações em seu texto.

Com efeito, o poder de emenda é prerrogativa institucional inerente ao exercício do


Poder Legislativo e importante atividade de controle democrático dos atos do Poder
Executivo. Além disso, no caso das medidas provisórias, há previsão expressa da
Constituição Federal (CF) (1).

Entretanto, as emendas parlamentares apresentadas durante a análise de medidas


provisórias devem guardar pertinência temática com a matéria originalmente versada

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(2). O objetivo da análise da pertinência temática é evitar que matérias dissociadas do


tema cuidado na medida provisória, com tramitação diferenciada, sejam aprovadas
sem o debate democrático pertinente.

É constitucional o art. 6º da Lei 14.131/2021(3), que simplificou o processo de con-


cessão de benefício de auxílio por incapacidade temporária.

A norma impugnada, excepcional e transitória, concretiza o direito fundamental à pre-


vidência social do segurado incapaz para o trabalho ou para a atividade habitual,
contribui para a eficiência na prestação do serviço público e reduz o impacto da pan-
demia decorrente da Covid-19 sobre a renda dos beneficiários do Regime Geral de
Previdência Social.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o


pedido formulado para reconhecer a constitucionalidade do art. 6º da Lei 14.131/2021.

(1) CF: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (...) § 12. Aprovado projeto de lei
de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até
que seja sancionado ou vetado o projeto.”

(2) Precedente: ADI 5.127.

(3) Lei 14.131/2021: “Art. 6º Fica o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) autorizado, até 31 de dezembro
de 2021, a conceder o benefício de auxílio por incapacidade temporária de que trata o art. 59 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, mediante apresentação pelo requerente de atestado médico e de documentos
complementares que comprovem a doença informada no atestado como causa da incapacidade.”

ADI 6928/DF, relatora Min Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 22.11.2021 (segunda-feira),
às 23:59

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2 PLENÁRIO VIRTUAL EM EVIDÊNCIA

O Plenário Virtual em Evidência consiste na seleção e divulgação dos principais processos


liberados para julgamento pelos colegiados do STF em ambiente virtual, com destaque
especial para as ações de controle de constitucionalidade e processos submetidos à
sistemática da Repercussão Geral.

O serviço amplia a transparência das sessões virtuais do Supremo Tribunal Federal


(STF) por meio da difusão de informações sobre os processos que foram apresentados
para julgamento nesse ambiente eletrônico.

As informações e referências apresentadas nesta edição têm caráter meramente


informativo e foram elaboradas a partir das pautas e calendários de julgamento
divulgados pela Assessoria do Plenário, de modo que poderão sofrer alterações
posteriores. Essa circunstância poderá gerar dissonância entre os processos divulgados
nesta publicação e aqueles que vierem a ser efetivamente julgados pela Corte.

SUMÁRIO
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2.1 EVOLUÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL

2007
CRIAÇÃO DO PLENÁRIO VIRTUAL (PV) PARA
APRECIAÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL (RG)

• Permitiu aos ministros do STF


deliberarem se determinada matéria
apresenta ou não RG;
• Requisito introduzido pela Emenda
Constitucional (EC) 45/2004 (Reforma
do Judiciário) para admissibilidade de

2010
Recurso Extraordinário (RE);
• Celeridade na análise de temas de
RG: o Plenário Virtual funciona 24
horas por dia e é possível que os
Emenda Regimental 42
ministros o acessem de forma remota,
(2/12/2010)1
permitindo a votação mesmo estando
fora de seus gabinetes;
O MÉRITO DE TEMAS DE REPERCUSSÃO
• Inicialmente, apenas os ministros GERAL PASSOU A SER JULGADO NO
e os tribunais cadastrados tinham PLENÁRIO VIRTUAL
acesso ao sistema.
• Requisito: manifestação do relator
pela reafirmação de jurisprudência
dominante da Corte;
• Aumento da celeridade no julgamento
de mérito de temas de RG.

1 Art. 323-a. O julgamento de mérito de questões com repercussão


geral, nos casos de reafirmação de jurisprudência dominante da
Corte, também poderá ser realizado por meio eletrônico. (Incluído
pela Emenda Regimental n. 42, de 2 de dezembro de 2010)

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2016
CRIAÇÃO DO AMBIENTE
DAS SESSÕES VIRTUAIS

Emenda Regimental 51
(22/06/2016)2

Resolução 587
(29/07/2016)3

Ambiente eletrônico de
julgamento em Plenário e Turmas

Competência: apreciação de agravos


internos e embargos de declaração.

2 Art. 21-b. O Relator poderá liberar para julgamento listas de


processos em ambiente presencial ou eletrônico. (Incluído pela
Emenda Regimental n. 52, de 14 de junho de 2019) Parágrafo
único. A critério do Relator, poderão ser submetidos a julgamento

2019
em ambiente eletrônico, observadas as respectivas competências
das Turmas ou do Plenário, os seguintes processos:
I – agravos internos, regimentais e embargos de declaração;
II – medidas cautelares em ações de controle concentrado;
V – demais classes processuais cuja matéria discutida tenha
jurisprudência dominante no âmbito do STF.
Resolução 642
3 Art. 1º Os agravos internos e embargos de declaração (14/06/2019)
poderão, a critério do relator, ser submetidos a julgamento em
ambiente eletrônico, por meio de sessões virtuais, observadas
as respectivas competências das Turmas ou do Plenário. (...) • Dispôs sobre o julgamento de
processos em listas, virtuais ou
presenciais;
• Definiu que as sessões virtuais serão
realizadas semanalmente, com

2020
início, em regra, às sextas-feiras;
• Previu que o ministro relator
inserirá ementa, relatório e voto no
Emenda Regimental 53 ambiente virtual;
(18/03/2020)

• Todos os processos de competência


do Tribunal poderão, a critério
do relator ou do ministro vistor
com a concordância do relator,
ser submetidos a julgamento em
listas de processos em ambiente
presencial ou eletrônico, observadas
as respectivas competências das
Turmas ou do Plenário.

SUMÁRIO
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Resolução 669
(19/03/2020)

• Medidas cautelares em ações de Resolução 675


controle concentrado, referendo (22/04/2020)
de medidas cautelares e de
tutelas provisórias e demais • Atualização do sistema implementada
classes processuais, inclusive em maio de 2020 permitiu que o
recursos com repercussão relatório e os votos dos ministros sejam
geral reconhecida, cuja matéria disponibilizados no sítio eletrônico do
discutida tenha jurisprudência STF durante a sessão de julgamento
dominante no âmbito do STF, (alterou a Resolução 642);
puderam ser submetidos a
• As sustentações orais por meio
julgamento virtual no STF (alterou a
eletrônico serão automaticamente
Resolução 642).
disponibilizadas no sistema de
• Nas hipóteses de cabimento de votação dos Ministros e ficarão
sustentação oral previstas no disponíveis no sítio eletrônico do
regimento interno do Tribunal, STF durante a sessão de julgamento
faculta-se aos habilitados nos autos (alterou a Resolução 642).
o encaminhamento das respectivas
• Iniciada a sessão virtual, os
sustentações por meio eletrônico
advogados e procuradores
após a publicação da pauta e
poderão realizar esclarecimentos
até 48 horas antes de iniciado o
exclusivamente sobre matéria
julgamento em ambiente virtual
de fato, por meio do sistema de
(alterou a Resolução 642).
peticionamento eletrônico do STF,
os quais serão automaticamente
disponibilizados no sistema de
Resolução 684 votação dos Ministros."
(21/05/2020)

• Iniciado o julgamento, os demais


Resolução 690
ministros têm até seis dias úteis
(1º/06/2020)
para se manifestar (alterou a
Resolução 642).
• O ministro que não se pronunciar
• As sessões em ambiente virtual terá sua não participação registrada
do Supremo Tribunal Federal (STF) na ata do julgamento (alterou a
passaram a ter duração de 6 dias Resolução 642).
úteis. Início: sexta-feira, à 0h; Término:
• Não alcançado o quórum de votação
sexta-feira seguinte, às 23h59.
ou havendo empate na votação, o
julgamento será suspenso e incluído
na sessão virtual imediatamente
subsequente, a fim de que sejam
PAINEL COVID colhidos os votos dos ministros
ausentes (alterou a Resolução 642).

PAINEL JULGAMENTOS VIRTUAIS

SUMÁRIO
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2.2 PASSO A PASSO DAS SESSÕES VIRTUAIS

No âmbito do Supremo Tribunal Federal, o sistema colegiado de julgamento em


ambiente eletrônico ocorre por meio de sessões de julgamento realizadas em tempo
real, por videoconferência e sessões de julgamento inteiramente realizadas em ambiente
eletrônico (sessões virtuais).

As inovações reforçaram as medidas adotadas pelo STF para reduzir a circulação interna
de pessoas e o deslocamento laboral como forma de prevenção ao novo coronavírus.

INCLUSÃO EM PAUTA PARA


1 JULGAMENTO VIRTUAL

O ministro relator pode submeter a


julgamento em sessão no ambiente
virtual qualquer classe e incidente PUBLICAÇÃO DA PAUTA E DO
processual, a seu critério. CALENDÁRIO DE JULGAMENTO
2
As listas dos processos liberados para
julgamento são divulgadas no site do
STF, e a pauta é publicada no Diário
de Justiça Eletrônico (DJe), respeitado
o prazo de 5 dias úteis entre a data
da publicação da pauta e o início do

3
julgamento (art. 935 do CPC).
SUSTENTAÇÃO ORAL

Após a publicação da pauta e até 48


horas antes do início do julgamento,
os advogados, os procuradores e
demais habilitados podem encaminhar
sustentação oral.
O envio das mídias é feito pelo Sistema
de Peticionamento Eletrônico, que gera
um protocolo de recebimento e registro RELATOR: INCLUSÃO
no andamento processual.
Além disso, os arquivos são
DO RELATÓRIO E VOTO

O relator insere, no sistema virtual,


4
disponibilizados imediatamente aos
gabinetes dos ministros. relatório e voto, que são disponibilizados
no site do STF durante toda a sessão de
julgamento virtual.

SUMÁRIO
18
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5
INÍCIO DA SESSÃO VIRTUAL:
VOTAÇÃO

Iniciado o julgamento virtual, os demais


ministros têm até 6 dias úteis para
votar. As possibilidades de manifestação
são: acompanhar o relator, com ou sem
ressalva de entendimento; divergir do
relator; ou acompanhar a divergência,
com ou sem ressalvas.
Assim como no Plenário físico, não
há qualquer impedimento para que
um ministro modifique seu voto até QUESTÕES DE FATO E

6
o fim da sessão. Caso um ministro MEMORIAIS
modifique seu voto, a alteração
aparecerá em vermelho, indicando
Os advogados, os procuradores e
novo posicionamento.
demais habilitados podem realizar
As partes, os advogados e toda a esclarecimentos sobre matéria de
sociedade podem acompanhar, em fato e apresentar memoriais durante
tempo real, a sessão de julgamento a sessão de julgamento, que serão
e visualizar os votos dos ministros automaticamente disponibilizados no
e demais manifestações, que ficam sistema de votação dos ministros.
disponíveis no site do STF durante toda
a sessão de julgamento virtual (on-line
e em tempo real).

7 PEDIDO DE VISTA

Os ministros podem ainda pedir vista


ou destaque para julgamento no
ambiente presencial.
DESTAQUE PARA JULGAMENTO
As devoluções de vistas de processos
iniciados em sessão presencial, a
critério do ministro vistor e com a
NO AMBIENTE PRESENCIAL
8
No caso de pedido de destaque feito por
concordância do relator, também
qualquer ministro, o relator encaminhará
podem ter seu julgamento continuado
o processo ao órgão colegiado
em ambiente virtual.
competente para julgamento presencial,
com a publicação de nova pauta e
reinício do julgamento, desconsiderando-
se os votos já proferidos.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1038/2021 |

9 QUÓRUM

No Plenário, não alcançado o quórum


de votação mínimo de seis votos,
ou havendo empate na votação, o
julgamento será suspenso e incluído
na sessão virtual imediatamente
subsequente, a fim de que sejam
colhidos os votos dos ministros ausentes.
No julgamento de habeas corpus ou de
recurso de habeas corpus, proclamar-
se-á, na hipótese de empate, será
proclamada a decisão mais favorável
ao paciente.
A declaração de constitucionalidade
ou inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo deverá ser pronunciada por

10
maioria qualificada de 6 votos em um
mesmo sentido. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO

O ministro que não se pronunciar no prazo


regimental terá sua não participação
registrada na ata do julgamento.

11 PLACAR DE VOTOS

O acesso ao placar, inclusive parcial,


de determinado julgamento pode
ser feito por meio da aba “Sessão
Virtual”, disponível na página de
acompanhamento processual dos
processos que estiverem em pauta.
CONCLUSÃO DO JULGAMENTO

Finalizado o julgamento virtual e


12
alcançados os quóruns regimentais, o
resultado será computado às 23h59 do
dia previsto para o término da sessão.
A decisão de julgamento será divulgada
no andamento processual, e o respectivo
acórdão publicado no DJe.

SUMÁRIO
20
INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1038/2021 |

2.3 PROCESSOS SELECIONADOS

JULGAMENTO VIRTUAL: 26/11/2021 a 03/12/2021

RE 688223/PR
REPERCUSSÃO
Relator(a): DIAS TOFFOLI GERAL

Incidência de ISS sobre contratos de licenciamento ou de cessão de


programas de computador (software) desenvolvidos para clientes de
forma personalizada (Tema 590 RG)

Controvérsia na qual se discute, à luz do § 3º do art. 155 e do inciso III do art.


156 da Constituição Federal, a incidência, ou não, de ISS em contrato a envolver
cessão ou licenciamento de programas de computador (software) desenvolvidos
para clientes de forma personalizada. Jurisprudência: ADI 1945, ADI 5659

ACO 365/MT
Relator(a): ROSA WEBER

Indenização por desapropriação indireta de terras tradicionalmente


ocupadas pelos índios

Ação ajuizada no sentido de obter indenização, por desapropriação indireta, de


alegadas terras devolutas estaduais que teriam sido supostamente esbulhadas
pela União e FUNAI para compor o perímetro do Parque Indígena do Aripuanã.
Jurisprudência: ACO 362 e ACO 366

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1038/2021 |

ADI 6817/PE
ADI 6829/AC
ADI 6832/ES
ADI 6837/AP
Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI

Imposto sobre heranças e doações (ITCMD) e doador com domicílio


ou residência no exterior 

Análise da constitucionalidade de leis estaduais que versam sobre a possibilidade


de os estados e de o Distrito Federal, na pendência da edição de lei complementar
pela União, instituírem o ITCMD nas hipóteses em que o doador tem domicílio
ou residência no exterior, e em que o de cujus possuía bens, direitos, títulos
e créditos, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no
exterior. Jurisprudência: RE 851108 

ADI 6110/AM
Relator(a): GILMAR MENDES

Cobranças realizadas por telefone a consumidores do Estado do


Amazonas

Controvérsia relativa à Lei 360/2016, do Estado do Amazonas, que estabelece


normas para cobranças realizadas por telefone a consumidores inadimplentes
no âmbito estadual.

ADI 5584/MT
Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI

INPC como fator de reajuste de vencimentos dos servidores do Poder


Executivo estadual

Análise da constitucionalidade da Lei 8.278/2004, do Estado de Mato Grosso,


que estabelece a política de revisão geral anual da remuneração e do subsídio
para servidores públicos do Poder Executivo Estadual. Jurisprudência: ADI 1064

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1038/2021 |

ADI 3804/AL
Relator(a): DIAS TOFFOLI

Vinculação administrativa do Ministério Público junto ao Tribunal de


Contas estadual

Questionamento de parte do artigo 150 da Constituição do Estado de Alagoas


que concede autonomia ao Ministério Público especial junto ao Tribunal de
Contas para propor lei complementar sobre organização, composição e
fiscalização. Jurisprudência: ADI 5003

ADI 5677/PA
Relator(a): ROSA WEBER

Transporte intermunicipal de passageiros na modalidade lotação

Análise da constitucionalidade da Lei 8.027/2014, do Estado do Pará, que


dispõe sobre transporte intermunicipal de passageiros em veículos de aluguel
na modalidade lotação de pequeno porte. Jurisprudência: ADI 845

ADI 6317/SP
Relator(a): EDSON FACHIN

Criação de salas de descompressão para profissionais de enfermagem


em hospitais

Exame da constitucionalidade da Lei 17.234/2020, do Estado de São Paulo,


que determina aos hospitais públicos e privados a criação de uma “sala de
descompressão para ser utilizada pelos enfermeiros, técnicos de enfermagem
e auxiliares de enfermagem”.

SUMÁRIO
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INFORMATIVO STF EDIÇÃO 1038/2021 |

3 INOVAÇÕES NORMATIVAS STF

Portaria GDG/STF 269, de 17.11.2021 - Informa expediente, horário de funcionamento,


período de suspensão de prazo processual e regulamenta o atendimento do plantão
judicial no período de 20/12/2021 a 06/01/2022. (Ementa elaborada pela biblioteca).

Instrução Normativa 261, de 17.11.2021 - Dispõe sobre a gestão da marca e institui o


Manual de Aplicação da marca do Supremo Tribunal Federal.

SUMÁRIO
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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF
Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação – SAE
Coordenadoria de Difusão da Informação – CODI
codi@stf.jus.br

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