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PROCESSUAL CIVIL
VOLUME 13
INFORMATIVOS STF
2014-2018
TESES E FUNDAMENTOS
Direito
Processual Civil
volume 13
Brasília, 2019
Secretaria-Geral da Presidência
Daiane Nogueira de Lira
Secretaria de Documentação
Naiara Cabeleira de Araújo Pichler
Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência
Andreia Fernandes de Siqueira
Equipe Técnica: Diego Oliveira de Andrade Soares, Fernando Carneiro Rosa
Fortes, João de Souza Nascimento Neto, Ricardo Henriques Pontes e Tiago Batista
Cardoso
Revisão: Amélia Lopes Dias de Araújo, Camila Lima Canabarro, Juliana Silva
Pereira de Souza, Letycia Luiza de Souza, Lilian de Lima Falcão Braga, Márcia
Gutierrez Aben-Athar Bemerguy, Rochelle Quito e Rosa Cecilia Freire da Rocha
Capa: Patrícia Amador Medeiros
Projeto gráfico: Eduardo Franco Dias
Diagramação: Camila Penha Soares, Eduardo Franco Dias e Neir dos Reis
Lima e Silva
CDDir-341.4191
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Tanto nas faculdades de Direito como nos manuais das disciplinas desse ramo do
conhecimento, é notável o destaque que vem sendo dado aos posicionamentos ju-
diciais. Na mesma esteira, a atuação dos profissionais do Direito é cada vez mais
lastreada em precedentes dos tribunais superiores e, notadamente, do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Nesse contexto, é possível inferir que há crescente interesse por obras que fran-
queiem, de forma organizada e de fácil consulta, o acesso à jurisprudência emanada
pelo STF.
Com o intuito de atender tal demanda, o Tribunal vem publicando, desde 1995,
o Informativo STF, espécie de “jornal jurídico” que veicula resumos, originalmente
semanais, das circunstâncias fáticas e processuais e dos fundamentos proferidos oral-
mente nas sessões de julgamento.
Conforme consta do cabeçalho de todas as edições do periódico, os boletins são
elaborados “a partir de notas tomadas nas sessões de julgamento das Turmas e do
Plenário”, de modo que contêm “resumos não oficiais de decisões proferidas pelo
Tribunal”. Faz-se tal observação para esclarecer ao leitor que, embora o conteúdo
não possa ser considerado oficial, baseia-se estritamente em informações públicas.
A obra que ora se apresenta é uma edição especial, que abarca um período de cinco
anos – 2014 a 2018. Cada volume contém um ramo do Direito e tem por referência
casos que foram noticiados no Informativo STF. O acesso aos argumentos de Suas
Excelências, na exatidão precisa do vernáculo escrito, permite explorar a riqueza técni-
ca neles contida e estudar com mais rigor a fundamentação das decisões do Tribunal.
É bom ressaltar que o leitor pode acompanhar mensalmente este trabalho ao aces-
sar o Boletim de Acórdãos Publicados disponível no site do Tribunal (Portal do STF/
Jurisprudência/Boletim de Acórdãos Publicados).
1 “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.”
Nota de fim
SUMÁRIO
Sujeitos do processo...........................................................................................13
Atos processuais.................................................................................................23
Processo de execução.........................................................................................32
Tutela coletiva...................................................................................................58
ac. acórdão
1ª T Primeira Turma
2ª T Segunda Turma
DJ Diário da Justiça
DJE Diário da Justiça Eletrônico
j. julgamento em
P Plenário
red. p/ o ac. redator para o acórdão
rel. min. relator o ministro
RG Repercussão Geral
T Turma
SIGLAS DE CLASSES E INCIDENTES PROCESSUAIS
AC Ação Cautelar
ACO Ação Cível Originária
ADC Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADI Ação Direta de Inconstitucionalidade
ADO Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
ADPF Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
AgR Agravo Regimental
AI Agravo de Instrumento
AO Ação Originária
AP Ação Penal
AR Ação Rescisória
ARE Recurso Extraordinário com Agravo
CC Conflito de Competência
ED Embargos de Declaração
EDv Embargos de Divergência
EI Embargos infringentes
EP Execução Penal
Ext Extradição
HC Habeas Corpus
IndCom Indulto ou Comutação
Inq Inquérito
MC Medida Cautelar
MI Mandado de Injunção
MS Mandado de Segurança
Pet Petição
ProgReg Progressão de Regime
QO Questão de Ordem
Rcl Reclamação
RE Recurso Extraordinário
REF Referendo
RG Repercussão Geral
RHC Recurso em Habeas Corpus
RMS Recurso em Mandado de Segurança
Rp Representação
SE Sentença Estrangeira
DIREITO
RO
PROCESSUAL
CIVIL
IVI
SUJEITOS
DO PROCESSO
Direito Processual Civil AO 2.063 AgR
ȤȤ Sujeitos do processo red. p/ o ac. min. Luiz Fux
ȤȤ Partes e procuradores Plenário
DJE de 14-9-2017
ȤȤ Despesas, honorários advocatícios e multas
Informativo STF 865
“A expressão ‘trabalho adicional’, que está no § 11 desse art. 85, é um gênero que com-
preende várias espécies, dentre elas a contraminuta ou as contrarrazões. Há outras
espécies de trabalho adicional.”2
“Esse ‘trabalho adicional’ não se restringe necessariamente a uma peça processual;
existe todo um trabalho de acompanhamento, eventualmente de convencimento oral,
que faz parte do dia a dia do advogado.”3
Além disso, a sucumbência recursal surgiu com o objetivo de evitar a reiteração
de recursos, ou seja, de impedir a interposição de recursos, que serão desprovidos,
independentemente da apresentação de contrarrazões. A finalidade não foi remunerar
mais um profissional, porque o outro apresentou contrarrazões.
1 CPC: “Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (...)
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta
o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º
a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.”
14
Direito Processual Civil AI 864.689 AgR
ȤȤ Sujeitos do processo DJE de 14-11-2016
ȤȤ Partes e procuradores ARE 951.257
DJE de 16-11-2016
ȤȤ Despesas, honorários advocatícios e multas
red. p/ o ac. min. Edson Fachin
1ª Turma
Informativo STF 841
A ausência de resposta ao recurso pela parte contrária não tem o condão de afastar a
aplicação do disposto no art. 85, § 11, do Código de Processo Civil (CPC/2015)1, eis que
a medida tem o intuito de desestimular a interposição de recursos procrastinatórios.
15
Direito Processual Civil ARE 948.578 AgR
ȤȤ Sujeitos do processo rel. min. Marco Aurélio
ȤȤ Partes e procuradores 1ª Turma
DJE de 4-8-2016
ȤȤ Despesas, honorários advocatícios e multas
Informativo STF 831
1 CPC: “Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (...)
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta
o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a
6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.”
16
Direito Processual Civil RE 929.925 AgR-ED
ȤȤ Sujeitos do processo rel. min. Luiz Fux
ȤȤ Partes e procuradores 1ª Turma
DJE de 7-6-2016
ȤȤ Despesas, honorários advocatícios e multas
Informativo STF 829
Aplica-se esse entendimento mesmo que o recurso motivador dos embargos de de-
claração tenha sido interposto sob a regência do código pretérito.
O recurso interposto sob a égide da nova lei processual impõe a aplicação de nova
sucumbência, obedecidos os limites do art. 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC/20152.
A razão de ser da sucumbência recursal é dissuadir as manobras protelatórias.
1 CPC/2015: “Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I –
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o
qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III – corrigir erro material.”
17
Direito Processual Civil RE 775.685 AgR-ED
ȤȤ Sujeitos do processo rel. min. Dias Toffoli
ȤȤ Partes e procuradores 1ª Turma
DJE de 13-3-2016
ȤȤ Despesas, honorários advocatícios e multas
Informativo STF 808
18
Por essa razão, descabe exigir o depósito da multa prevista no art. 557, § 2º, do
CPC/1973. Embora a multa imposta no acórdão ora embargado não tenha sido paga,
a falta do recolhimento de multa anteriormente cominada não deve ser óbice ao co-
nhecimento e à apreciação do mérito dos embargos de declaração que se seguirem.
19
Direito Processual Civil RE 568.645
ȤȤ Sujeitos do processo RG – Tema 148
ȤȤ Litisconsórcio rel. min. Cármen Lúcia
Plenário
ȤȤ Litisconsórcio facultativo – Repercussão Geral
DJE de 13-11-2014
Informativo STF 760
20
Direito Processual Civil AR 1.685
ȤȤ Sujeitos do processo red. p/ o ac. min. Dias Toffoli
ȤȤ Litisconsórcio Plenário
DJE de 10-12-2014
ȤȤ Litisconsórcio necessário
Informativo STF 761
Condicionar o exercício do direito de ação a que sejam citados mais de nove mil
candidatos é o mesmo que negar o exercício do direito de ação.1 Nesse sentido, a
formação do litisconsórcio necessário [Código de Processo Civil (CPC), art. 472]
não pode esbarrar na cláusula pétrea de acesso à Justiça.3
1 No caso, a União requeria fosse desconstituída decisão proferida pela Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal no julgamento do RMS 23.040, rel. min. Néri da Silveira. O acórdão rescindendo
assegurou que o ministro do Trabalho não poderia nomear candidatos aprovados em concursos
posteriores para o cargo de fiscal do Trabalho enquanto não concluído o processo seletivo com a
convocação dos impetrantes para a segunda etapa do certame (programa de formação). Na presente
ação rescisória, a União argumentou que inúmeros candidatos atingidos pelos efeitos da concessão da
ordem não integraram a lide, razão pela qual fundamentou a rescisória no art. 485, V e IX, do Código
de Processo Civil (CPC), por entender violado o art. 47 do CPC.
2 CPC: “Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia
da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.”
21
Direito Processual Civil Pet 4.391 AgR
ȤȤ Sujeitos do processo red. p/ o ac. min. Teori Zavascki
ȤȤ Intervenção de terceiros Plenário
DJE de 10-2-2015
ȤȤ Assistência
Informativo STF 762
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ATOS
PROCESSUAIS
Direito Processual Civil ARE 892.732 AgR
ȤȤ Atos processuais red. p/ o ac. min. Dias Toffoli
ȤȤ Comunicação dos atos processuais 2ª Turma
DJE de 13-5-2016
ȤȤ Disposições gerais
Informativo STF 820
Nos casos de intimação pessoal realizada por oficial de justiça, o prazo para a
interposição de recursos ou para a eventual certificação de trânsito em julgado co-
meça a contar a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido.1
1 Rcl 8.755 AgR-ED, rel. min. Gilmar Mendes, P; RE 593.338 ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, 1ª
T; e RE 595.852 ED, rel. min. Cármen Lúcia, 1ª T.
2 CPC/1973: “Art. 241. Começa a correr o prazo: (...) II – quando a citação ou intimação for por oficial
de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;” Correspondente no CPC/2015:
“Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: (...) II – a data de
juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;”
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Direito Processual Civil HC 120.478
ȤȤ Atos processuais rel. min. Roberto Barroso
ȤȤ Comunicação dos atos processuais 1ª Turma
DJE de 11-4-2014
ȤȤ Disposições gerais
Informativo STF 738
1 HC 99.174 AgR/SP, rel. min. Ayres Britto, 2ª T; HC 112.756/SP, rel. min. Rosa Weber, 1ª T;
HC 113.660/SP, rel. min. Ricardo Lewandowski, 2ª T; HC 112.422/MS, rel. min. Luiz Fux, 1ª T.
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Direito Processual Civil MS 26.419
ȤȤ Atos processuais rel. min. Teori Zavascki
ȤȤ Comunicação dos atos processuais 2ª Turma
DJE de 11-12-2015
ȤȤ Intimações
Informativo STF 805
1 MS 25.962 AgR, red. p/ o ac. min. Rosa Weber, P. Nesse julgado, declarou-se a inconstitucionalidade
do art. 98 do Regimento Interno do Conselho Nacional da Justiça (“O relator determinará a oitiva da
autoridade que praticou o ato impugnado e, por edital, dos eventuais beneficiários de seus efeitos,
no prazo de quinze dias”).
2 Regimento Interno do CNMP: “Art. 110. O Relator determinará a oitiva da autoridade que praticou
o ato impugnado e, por edital, dos eventuais beneficiários de seus efeitos, no prazo de quinze dias.”
(Com a redação dada pela Resolução 31, de 1º de setembro de 2008.)
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PROCESSO
DE CONHECIMENTO
E CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA
Direito Processual Civil RE 567.708
ȤȤ Processo de conhecimento e red. p/ o ac. min. Cármen Lúcia
cumprimento de sentença 2ª Turma
DJE de 19-8-2016
ȤȤ Procedimento comum
Informativo STF 817
ȤȤ Provas
1 Conclusão que pode ser extraída da leitura do art. 436 do Código de Processo Civil/1973, cujo
dispositivo encontra correspondência no art. 479 do Código de Processo Civil/2015: “O juiz apre-
ciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o
levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método
utilizado pelo perito.”
2 Conclusão que pode ser extraída da leitura do art. 131 do Código de Processo Civil/1973, cujo dis-
positivo encontra correspondência no art. 371 do Código de Processo Civil/2015: “O juiz apreciará
a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.”
3 Enunciado 279 da Súmula do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.”
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Direito Processual Civil MS 32.435 AgR
ȤȤ Processo de conhecimento e red. p/ o ac. min. Teori Zavascki
cumprimento de sentença 2ª Turma
DJE de 19-11-2015
ȤȤ Procedimento comum
Informativo STF 793
ȤȤ Sentença e coisa julgada
A força vinculativa das sentenças sobre relações jurídicas de trato continuado atua
rebus sic stantibus: sua eficácia permanece enquanto se mantiverem inalterados os
pressupostos fáticos e jurídicos adotados para o juízo de certeza estabelecido pelo
provimento sentencial.
A superveniente alteração de qualquer desses pressupostos determina a imediata
cessação da eficácia executiva do julgado, independentemente de ação rescisória ou,
salvo em estritas hipóteses previstas em lei, de ação revisional.
Assim, havendo significativa mudança no estado de direito, não mais subsiste o
quadro fático-normativo que deu suporte ao direito reconhecido em ação judicial
transitada em julgado.
Portanto, a sentença que reconhece ao trabalhador ou servidor o direito a determi-
nado percentual de acréscimo remuneratório deixa de ter eficácia a partir da superve-
niente incorporação definitiva do referido percentual nos seus ganhos.1
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Direito Processual Civil RE 602.439
ȤȤ Processo de conhecimento e rel. min. Marco Aurélio
cumprimento de sentença 1ª Turma
DJE de 2-2-2015
ȤȤ Procedimento comum
Informativo STF 767
ȤȤ Sentença e coisa julgada
A coisa julgada, ato jurídico perfeito e acabado, emanado do Poder Judiciário, apenas
é mitigada pelo texto constitucional no que prevista a ação rescisória.
Assim, é indevido o uso do recurso especial que busque reverter a decisão transi-
tada em julgado, uma vez que não é o instrumental adequado para afastar do cenário
jurídico pronunciamento judicial já precluso na via da recorribilidade.
1 No caso, cuida-se de processo de desapropriação de imóvel rural com decisão transitada em jul-
gado na qual se fixou o valor de indenização. Nada obstante, o juízo da execução, de ofício, des-
considerou a coisa julgada e o acordo firmado entre as partes e determinou a realização de nova
perícia, sob o argumento de que o montante da indenização não era condizente com o valor do
imóvel. Na sequência, apesar de a Corte regional ter restaurado a decisão originalmente proferida
no processo de conhecimento, o Superior Tribunal de Justiça deu provimento a recurso especial
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que fosse concretizada nova
perícia, ignorando, assim, a coisa julgada.
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Direito Processual Civil RE 596.663
ȤȤ Processo de conhecimento e RG – Tema 494
cumprimento de sentença red. p/ o ac. min. Teori Zavascki
Plenário
ȤȤ Procedimento comum
DJE de 26-11-2014
ȤȤ Sentença e coisa julgada – Repercussão Geral
Informativo STF 760
1 No caso, o percentual de 26,05%, objeto da condenação, foi inteiramente satisfeito pela instituição
executada. Posteriormente, foi objeto de incorporação aos vencimentos dos recorrentes – por força
de superveniente cláusula de dissídio coletivo –, que ensejou o reajuste dos vencimentos dos ora
recorrentes de acordo com os índices pertinentes, o que, por sua vez, resultou na absorção do valor
da Unidade de Referência de Preços (URP) correspondente ao mês de fevereiro de 1989.
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PROCESSO
DE EXECUÇÃO
Direito Processual Civil ADI 4.332
ȤȤ Processo de execução rel. min. Alexandre de Moraes
ȤȤ Diversas espécies de execução Plenário
DJE de 8-5-2018
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública
Informativo STF 890
Os entes federados podem editar leis que estabeleçam o valor máximo para pa-
gamento em requisição de pequeno valor (RPV), ainda que abaixo dos valores
previstos no art. 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)1,
desde que respeitado o art. 100, § 4º, da Constituição Federal (CF) [redação dada
pela Emenda Constitucional (EC) 62/2009] e suas capacidades financeiras.
A norma extraída do art. 87 do ADCT não fixa um piso irredutível para o pagamento
dos débitos dos Estados e dos Municípios por meio de RPV. Pelo contrário, esse dis-
positivo, instituído como transitório pela EC 37/2002, estipulou teto provisório aos
Estados e Municípios no que diz respeito ao pagamento de seus débitos por meio de
requisição de pequeno valor.2
Logo, cabe a cada ente federado estabelecer o valor máximo para essa especial
modalidade de pagamento dos débitos da Fazenda Pública em consonância com a
sua capacidade financeira, como se infere do art. 100, § 5º, da CF, redação anterior à
EC 62/2009.
Nada obstante, a redação dada ao § 4º do art. 100 pela EC 62/2009 estipulou um
valor objetivamente aferível abaixo do qual nenhum ente federado pode fixar o teto
para o pagamento de seus débitos em RPV, qual seja, o valor máximo previsto para o
pagamento dos benefícios da previdência social. Portanto, além desse valor mínimo,
cabe aos entes federados limitar o valor do pagamento em RPV de acordo com a sua
capacidade financeira.
Em suma, o art. 87 do ADCT atribui um direito potestativo ao ente federado para
reduzir o teto destinado ao pagamento em RPV, conforme a sua capacidade financei-
ra. Nessa ordem de ideias, apenas a redução manifestamente desproporcional, isto é,
em claro descompasso com a capacidade financeira, pode ser censurável por meio de
controle de constitucionalidade, já que a norma constitucional atribui ao legislador
amplo espectro de conformação.
Nesse ponto, sempre é bom lembrar que, em regra, não cabe ao Poder Judiciário
adotar uma postura proativa no exame da destinação de despesas orçamentárias pelo
33
Poder Executivo. Ao julgar questões que digam respeito à alocação de orçamento,
o Judiciário deve adotar o paradigma da autocontenção3, evitando-se, em regra, o
ativismo judicial.
1 ADCT: “Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê
a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto
no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a: I – quarenta salários mínimos, perante a Fazenda
dos Estados e do Distrito Federal; II – trinta salários mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.”
2 “(...) parece claro o caráter transitório do art. 87, de modo que o legislador estadual, a quem a norma
resultante da conjugação dos §§ 3º e 5º do art. 100 atribuiu competência para fixar o valor das obrigações
denominadas de pequeno valor, pode agir como se essa norma não existisse. Noutras palavras, termi-
naria exatamente no ato da promulgação da lei estadual o período de transitoriedade daquela norma.
O legislador tem, pois, toda a liberdade para, segundo os próprios critérios constitucionais, compatibilizar
o valor que estabeleça com as disponibilidades orçamentárias da respectiva entidade da Federação”.
(Trecho do voto do min. Cezar Peluso na ADI 2.868, red. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, P.).
3 “A respeito da autocontenção judicial, explana Luís Roberto Barroso que: ‘O oposto do ativismo é
a autocontenção judicial, conduta pela qual o Judiciário procura reduzir sua interferência nas ações
dos outros Poderes. Por essa linha, juízes e tribunais (i) evitam aplicar diretamente a Constituição a
situações que não estejam no seu âmbito de incidência expressa, aguardando o pronunciamento do
legislador ordinário; (ii) utilizam critérios rígidos e conservadores para a declaração de inconstitu-
cionalidade de leis e atos normativos; e (iii) abstêm-se de interferir na definição das políticas públicas.
Até o advento da Constituição de 1988, essa era a inequívoca linha de atuação do Judiciário no Brasil.
A principal diferença metodológica entre as duas posições está em que, em princípio, o ativismo
judicial procura extrair o máximo das potencialidades do texto constitucional, sem contudo invadir o
campo da criação livre do Direito. A autocontenção, por sua vez, restringe o espaço da incidência da
constituição em favor das instâncias tipicamente políticas.’” (Trecho do voto do rel. min. Alexandre
de Moraes no presente julgamento.)
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Direito Processual Civil RE 1.038.035 AgR
ȤȤ Processo de execução red. p/ o ac. min. Dias Toffoli
ȤȤ Diversas espécies de execução 2ª Turma
DJE de 9-3-2018
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública
Informativo STF 884
35
1 RE 954.418 AgR, rel. min. Teori Zavascki, 2ª T; RE 994.802, rel. min. Dias Toffoli, decisão monocrática;
RE 913.579, rel. min. Gilmar Mendes, decisão monocrática; e RE 913.592, rel. min. Cármen Lúcia,
decisão monocrática.
2 CF/1988: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (...) § 8º É
vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela
do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.”
3 Trecho do voto do min. Teori Zavascki no RE 949.383 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 2ª T.
4 RE 564.132, red. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, P, RG, Tema 18.
5 RE 568.645, rel. min. Cármen Lúcia, P, RG, Tema 148.
36
Direito Processual Civil RE 870.947
ȤȤ Processo de execução RG – Tema 810
ȤȤ Diversas espécies de execução rel. min. Luiz Fux
Plenário
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública –
DJE de 20-11-2017
Repercussão Geral
Informativo STF 878
37
Isso porque, como não há incidência de juros em outras oportunidades, é imperioso
entender que a orientação firmada nas referidas ações diretas, ao aludir a “precatórios” de
natureza tributária, volta-se, a rigor, para as condenações impostas à Fazenda Pública, isto
é, para a fixação dos juros moratórios ao final da fase de conhecimento do processo judicial.
O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, na parte
em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda
Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se incons-
titucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (CF, art. 5º,
XXII7), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação
de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina.
38
Nesse contexto, cabe destacar que a atualização monetária da condenação imposta
à Fazenda Pública ocorre em dois momentos distintos.
O primeiro se dá ao final da fase de conhecimento, com o trânsito em julgado da
decisão condenatória. Essa correção inicial compreende o período de tempo entre
o dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda) e a imputação de responsabilidade à
Administração Pública. A atualização é estabelecida pelo próprio juízo prolator da
decisão condenatória no exercício de atividade jurisdicional.
O segundo momento ocorre já na fase executiva, quando o valor devido é efetiva-
mente entregue ao credor. Esta última correção monetária cobre o lapso temporal
entre a inscrição do crédito em precatório e o efetivo pagamento. O cálculo é realizado
no exercício de função administrativa pela Presidência do Tribunal a que vinculado o
juízo prolator da decisão condenatória.
O Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar as ADIs 4.357 e 4.425, declarou a
inconstitucionalidade da correção monetária pela Taxa Referencial (TR) apenas quan-
to ao segundo período, isto é, quanto ao intervalo de tempo compreendido entre a
inscrição do crédito em precatório e o efetivo pagamento.
O entendimento firmado no referido julgamento deve ser estendido ao primeiro
período relativo à tramitação da ação judicial. Isso porque a remuneração da caderneta
de poupança não guarda pertinência com a variação de preços na economia, sendo
manifesta e abstratamente incapaz de mensurar a variação do poder aquisitivo da moe-
da. Essa inidoneidade fica patente em pelo menos quatro vertentes: lógico-conceitual,
técnico-metodológico, histórico-jurisprudencial e pragmático-consequencialista.
Em primeiro lugar, há um aspecto de ordem lógico-conceitual. Remuneração e
atualização de valores são conceitos jurídicos bem delimitados e distintos.
Como o rótulo sugere, a remuneração da caderneta de poupança representa o re-
torno devido ao investidor em razão da perda de disponibilidade sobre capital próprio.
Em termos jurídicos, são os frutos civis do capital, os juros; em linguagem econômica,
representam o custo de oportunidade do capital.
Já a correção monetária traduz-se na mera recomposição do poder aquisitivo da
moeda em virtude do fenômeno inflacionário. Não se destina a remunerar qualquer
coisa, senão apenas a manter constante o valor real de certa expressão monetária.
É possível, pois, que a remuneração do capital seja, em alguma medida, predefinida.
Já a correção monetária não é jamais prefixada, uma vez que a inflação é insuscetível de
captação apriorística. A variação de preços na economia é sempre constatada ex post,
mas nunca fixada ex ante, exceto em regimes ditatoriais em que há controle de preços
39
e economia planificada. Isso denota que remuneração e rendimento não equivalem
ao restabelecimento do valor da moeda no tempo.
Destarte, o legislador ordinário, ao utilizar critério de remuneração do capital, com
o objetivo de promover sua atualização, incorre em evidente desvio de finalidade,
subvertendo os institutos básicos da boa técnica jurídica.
Sob o ângulo técnico-metodológico, nenhum dos componentes da remuneração
da caderneta de poupança guarda relação com a variação de preços de determinado
período de tempo. Com efeito, o tema está disciplinado pelo art. 12 da Lei 8.177/199110,
com atual redação dada pela Lei 12.703/2012.
A remuneração da caderneta de poupança – diferentemente de qualquer outro
índice oficial de inflação – é sempre prefixada, seja na parte já prevista na lei (0,5% ao
mês ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hipóteses do inciso II), seja na
parte fixada pelo Banco Central (a TR relativa à respectiva data de aniversário, na forma
do inciso I, atualmente calculada com base em Certificados de Depósito Bancário e
Recibos de Depósito Bancário prefixados).
Essa circunstância deixa patente a desvinculação entre a evolução dos preços da
economia e a remuneração da caderneta de poupança, o que a impede de caracterizar-
-se, quer sob o ângulo formal (lógico-conceitual) quer sob o ângulo material (técnico-
-metodológico), como termômetro da inflação.
Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva histórico-jurispru-
dencial. O STF, em outras ocasiões, já se pronunciou sobre a controvérsia. Ao julgar a
ADI 493, o Plenário do Supremo Tribunal entendeu que a TR não foi criada para captar
a variação de preços na economia: “a Taxa Referencial (TR) não é índice de correção
monetária; pois, refletindo as variações do custo primário da captação dos depósitos a
prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda”11.
Por seu turno, no julgamento das ADIs 4.357 e 4.425, o STF reiterou essa com-
preensão ao pontuar a inidoneidade prima facie da remuneração da caderneta de
poupança para mensurar o fenômeno inflacionário: “a inflação, fenômeno tipica-
mente econômico-monetário, mostra-se insuscetível de captação apriorística (ex
ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da
caderneta de poupança) é inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a
inflação do período)”12.
Ademais, diante desse quadro jurisprudencial sedimentado, haveria flagrante in-
coerência na aplicação de critérios distintos de correção monetária de precatórios e
de condenações judiciais da Fazenda Pública.
40
Por fim, a quarta vertente pela qual a inidoneidade se manifesta é de índole prag-
mático-consequencialista.
Com efeito, admitir que o poder público arbitre, segundo critérios de conveniência,
o índice de correção incidente sobre suas dívidas, configura nítida “legislação em causa
própria”, subversiva do Estado de Direito ao estimular o uso especulativo do Poder
Judiciário em detrimento do direito de propriedade do cidadão.
Em um contexto econômico como o presente, marcado por taxas de inflação per-
sistentemente altas13, a discrepância entre a remuneração da caderneta de poupança
e a meta de inflação fixada pelo governo é, a um só tempo, aviltante para o credor
particular e vantajosa para o devedor público.
Cabe destacar que o regime brasileiro de metas de inflação não utiliza a remunera-
ção da caderneta de poupança como seu critério norteador. De forma análoga, não há
qualquer contrato entre particular e poder público que seja reajustado pela caderneta
de poupança. Aliás, a Lei 8.666/1993 prevê expressamente que o critério de reajuste
dos ajustes firmados com o poder público “deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais” (art. 40, XI14).
Se o Estado não utiliza a caderneta de poupança como índice de correção quando
tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, é por-
que tem consciência de que o aludido índice não é adequado a medir a variação de
preços na economia.
Por isso, beira a iniquidade permitir utilizá-lo quando em questão condenações
judiciais. O cidadão que recorre ao Poder Judiciário não optou por um investimento
ou negócio jurídico com o Estado. Foi obrigado a litigar. Tendo seu direito reconhecido
em juízo, vulnera a cláusula do rule of law vê-lo definhar em razão de um regime de
atualização casuísta, injustificável e benéfico apenas da autoridade estatal.
1 Lei 9.494/1997: “Art. 1º-F Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua
natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora,
haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração
básica e juros aplicados à caderneta de poupança.”
2 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”
3 Lei 8.177/1991: “Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão remunera-
dos: I – como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação das TRD [Taxa Referencial
Diária], no período transcorrido entre o dia do último crédito de rendimento, inclusive, e o dia do
41
crédito de rendimento, exclusive; II – como remuneração adicional, por juros de: a) 0,5% (cinco
décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do
Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos por cento); ou b) 70% (setenta por cento)
da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de
início do período de rendimento, nos demais casos.”
6 ADI 4.357, red. p/ o ac. min. Luiz Fux, P; e ADI 4.425, red. p/ o ac. min. Luiz Fux, P.
7 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXII – é garantido o direito de
propriedade;”
8 Cf. MANKIW, N.G. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2010. p. 94; DORNBUSH, R.; FISCHER,
S. e STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2009. p. 10; BLANCHARD, O.
Macroeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2006. p. 29.
9 ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros,
2015.
10 Lei 8.177/1991: “Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão remunera-
dos: I – como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação das TRD [Taxa Referencial
Diária], no período transcorrido entre o dia do último crédito de rendimento, inclusive, e o dia do
crédito de rendimento, exclusive; II – como remuneração adicional, por juros de: a) 0,5% (cinco
décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do
Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos por cento); ou b) 70% (setenta por cento)
da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de
início do período de rendimento, nos demais casos.”
42
Direito Processual Civil RE 573.872
ȤȤ Processo de execução RG – Tema 45
ȤȤ Diversas espécies de execução rel. min. Edson Fachin
Plenário
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública –
DJE de 11-9-2017
Repercussão Geral
Informativo STF 866
1 CF/1988: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (...) § 3º O
43
disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em
virtude de sentença judicial transitada em julgado.”
2 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. São Paulo: Método, 2009.
p. 809-810.
44
Direito Processual Civil RE 579.431
ȤȤ Processo de execução RG – Tema 96
ȤȤ Diversas espécies de execução rel. min. Marco Aurélio
Plenário
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública –
DJE de 30-6-2017
Repercussão Geral
Informativo STF 861
O entendimento da não incidência dos juros da mora durante o prazo de dezoito me-
ses previsto no art. 100, § 5º, da Constituição Federal (CF) foi superado pela Emenda
Constitucional (EC) 62/2009, a qual incluiu o § 12 no art. 100 da Carta1.
Em outras palavras, hoje há norma constitucional confirmando que o sistema de pre-
catório – que abrange as requisições de pequeno valor – não pode ser confundido com
moratória.2 Por essa razão, os juros da mora devem incidir até o pagamento do débito.
Além disso, o Verbete Vinculante 17 da Súmula3 e 4 não deve ser observado nessa
hipótese, porquanto não se trata do período de dezoito meses aludido no art. 100,
§ 5º, da CF5.
Cabe ressaltar que, no plano infraconstitucional, antes mesmo da edição da
EC 62/2009, entrou em vigor a Lei 11.960/2009, que modificou o art. 1º-F da Lei
9.494/19976. A norma passou a prever a incidência dos juros para “compensar a mora”
nas condenações impostas à Fazenda Pública “até o efetivo pagamento”.
Diante disso, o quadro revela a ausência de fundamento constitucional ou legal
que justifique o afastamento dos juros da mora enquanto persistir a inadimplência
do Estado. Isso, por certo, abrange o lapso temporal entre a data da elaboração dos
cálculos e a requisição de pequeno valor.
1 CF/1988 “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (...) § 12. A partir
da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial
de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
excluída a incidência de juros compensatórios.”
45
2 “O precatório estampa o que se contém no título executivo, na sentença coberta pela preclusão maior,
a qual, impondo condenação ao Estado, certifica, a mais não poder, que ele mostrou-se inadimplente,
devedor, pois deixou de satisfazer – levando o cidadão ao Judiciário – uma obrigação que deveria
observar, espontaneamente. O precatório não consubstancia uma moratória, não é um atestado
liberatório. Ao contrário, pressupõe o inadimplemento. E se este persiste, incidem juros. Não posso
imaginar que, simplesmente, haja um espaço de tempo durante o qual o Estado não é considerado
inadimplente. Está inadimplente, conforme certificado na sentença proferida, a contemplar os juros
da mora até o pagamento, até a liquidação do débito.” (Trecho do voto do min. Marco Aurélio no
julgamento do RE 298.616, rel. min. Gilmar Mendes, P.)
4 “Notem que a Emenda foi publicada em 10 de dezembro de 2009, após a aprovação do Verbete Vincu-
lante 17, ocorrida na sessão plenária de 29 de outubro de 2009. O preceito envolve a incidência de juros
simples sobre os requisitórios. (...) Cabe ressaltar, a propósito, que tramita, no Supremo, a Proposta
de Verbete Vinculante 111 [Formalizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil],
por meio da qual se requer o cancelamento ou a revisão do Verbete Vinculante 17. O incidente foi
sobrestado pelo ministro Dias Toffoli, para aguardar o julgamento deste recurso. Assentada a mora da
Fazenda até o efetivo pagamento do requisitório, não há fundamento jurídico para afastar a incidência
dos juros moratórios durante o lapso temporal anterior à expedição da requisição de pequeno valor,
que é objeto do extraordinário.” (Trecho do voto do rel. min. Marco Aurélio no presente julgamento.)
5 CF/1988: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (...) § 5º É
obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pa-
gamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente.”
46
Direito Processual Civil RE 693.112
ȤȤ Processo de execução RG – Tema 355
ȤȤ Diversas espécies de execução rel. min. Gilmar Mendes
Plenário
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública –
DJE de 25-5-2017
Repercussão Geral
Informativo STF 853
47
sive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.5 Apenas
excepcionalmente, determinadas pessoas jurídicas de natureza privada podem submeter-
-se ao regime de precatórios, devendo ser analisadas as peculiaridades de cada hipótese.
Nessa mesma linha, a jurisprudência do STF assentou entendimento de que as nor-
mas especiais que regem o processo de execução por quantia certa contra a Fazenda
Pública se estendem a todas as pessoas de direito público interno, o que abrange a
União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações públicas. Desse modo, em regra, não é possível a aplicação do regime de
precatórios às empresas públicas, nem às sociedades de economia mista, por consti-
tuírem pessoas jurídicas de direito privado, sujeitas ao regime de execução comum às
empresas privadas (CF, art. 173, § 1º).6
Acresce-se a esse entendimento que, de certa forma, a mudança do regime do rito de
processamento da execução, quando já estabelecida a penhora, aproxima-se de fraude
contra os credores. Afinal, a mudança, no curso do processo executivo, representa uma
forma de retirar dos credores a garantia de seus créditos já aperfeiçoada e consolidada
na forma do regime anterior, o que é inadmissível.
Por fim, admitir a pretensão da União nesse processo, no sentido de submeter o
crédito dos exequentes à ordem cronológica de apresentação dos precatórios, torna
ainda mais penosa a espera dos ex-trabalhadores em verem realizados seus direitos já
reconhecidos e amparados pela coisa julgada.
1 CF/1988: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. § 1º Os débitos de
natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e
suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas
em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com
preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.”
2 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXVI – a lei não prejudicará o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
3 CF/1988: “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
48
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...) II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;”
4 RE 599.628, red. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, P; e AI 616.138 AgR, rel. min. Celso de Mello, 2ª T.
5 Destaca-se que a questão, quanto à possibilidade de se concederem privilégios próprios de pessoa
jurídica de direito público, sucessora de empresa privada, aos atos processuais praticados antes da
sucessão, já foi apreciada no julgamento do RE 599.176. Na ocasião, o Plenário concluiu que a imu-
nidade recíproca do art. 150, VI, a, da CF não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas
aos fatos ocorridos antes da sucessão.
6 RE 220.906, rel. min. Maurício Corrêa, P; RE 229.696, red. p/ o ac. min. Maurício Corrêa, 1ª T;
RE 344.975 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T; e RE 393.032 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 1ª T.
49
Direito Processual Civil ADI 2.418
ȤȤ Processo de execução rel. min. Teori Zavascki
ȤȤ Diversas espécies de execução Plenário
DJE de 17-11-2016
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública
Informativo STF 824
Além das razões invocadas em relação ao prazo para oposição de embargos (art. 1º-B),
ao fixar o prazo prescricional de cinco anos para as ações de indenização, esse disposi-
tivo apenas reproduz o que já dispõe o art. 1º do Decreto 20.910/19326.
A única novidade foi a inclusão, entre os destinatários da norma, das pessoas jurí-
dicas de direito privado prestadoras de serviço público, que passaram a ter o mesmo
regime prescricional das pessoas jurídicas de direito público.
A justificativa para essa equiparação decorre do § 6º do art. 37 da Constituição
Federal. Tal preceito confere expressamente às pessoas jurídicas de direito privado
50
prestadoras de serviço público o mesmo tratamento dado às de direito público rela-
tivamente ao regime de responsabilidade civil pelos atos praticados por seus agentes.
Assim, em face da previsão legal específica, aplica-se o prazo prescricional de cinco
anos para a pretensão de reparação civil, e não o de três anos estabelecido no Código Civil.
1 Lei 9.494/1997: “Art. 1º-B O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil,
e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de
1943, passa a ser de trinta dias (Incluído pela Medida Provisória n. 2.180-35, de 2001).”
2 “(...) não se pode acoimar de arbitrárias as desequiparações processuais da Fazenda Pública cujo
tratamento diferenciado não importa em favorecimentos desmedidos nem implica em vantagens exa-
geradas, dado que não ultrapassa os limites próprios do conteúdo jurídico do princípio da isonomia.
Acresça-se que os privilégios processuais da Fazenda Pública insculpidos na legislação não derruem o
princípio da isonomia e têm resistido bem às críticas que lhe têm sido assestadas, conquanto: a) são
normas postas por exigência de interesse público ou social e não no interesse privado, até porque
não encontra aplicação nas relações privadas; b) são normas de caráter geral em que a prerrogativa
ou privilégio não pode ser fruído por alguém em caráter exclusivo e individual, daí não se poder
cogitar de desequiparações injustificadas; c) são normas de ação que não afastam nem afetam as
garantias processuais constitucionais do juízo natural, do devido processo legal, da ampla defesa e do
contraditório, entre outras.” (MELO FILHO, A. O princípio da isonomia e os privilégios processuais
da Fazenda Pública. Revista de Informação Legislativa, Brasília, n. 123, p. 113-127, jul./set. 1994.)
51
3 RE 83.432, red. p/ o ac. min. Rafael Mayer, P, DJ de 6-6-1980.
4 Lei 6.830/1980: “Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:”
5 Lei 9.494/1997: “Art. 1º-C Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos
causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos.”
6 Decreto 20.910/1932: “Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim
todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.”
7 CPC/1973: “Art. 475-L. (...) § 1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se
também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo
tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.”
8 CPC/2015: “Art. 525. (...) § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: (...) III – inexequibilidade
do título ou inexigibilidade da obrigação; (...) § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida
no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.”
52
Direito Processual Civil RE 949.383
ȤȤ Processo de execução rel. min. Cármen Lúcia
ȤȤ Diversas espécies de execução 2ª Turma
DJE de 4-8-2016
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública
Informativo STF 826
Não se pode confundir o valor do crédito da verba honorária com a maneira adotada
para sua aferição. O fato de o valor da condenação, referido pelo título executivo judi-
cial, abranger, na realidade, diversos créditos de titularidade de diferentes litisconsortes
não tem o condão de transformar a verba honorária em múltiplos créditos devidos a
um mesmo advogado, a justificar sua execução de forma fracionada.2
Os honorários advocatícios gozam de autonomia em relação ao crédito principal
e com ele não se confundem. Esse é o princípio da autonomia dos honorários de
sucumbência.
Dessa forma, é vedado o pagamento de verba honorária pertencente a um mesmo
titular por requisição de pequeno valor (RPV), conforme o art. 100, § 8º, da Consti-
tuição Federal (CF)3, por frustrar o regime de precatório.
Porém, existem algumas hipóteses em que não se vislumbra ofensa ao aludido
dispositivo constitucional, como a execução ou o pagamento singularizado dos valores
devidos às partes integrantes de litisconsórcio facultativo simples. Os litisconsortes são
considerados litigantes autônomos em seu relacionamento com a parte contrária, e,
portanto, a execução promovida deve levar em conta cada litigante autonomamente,
sem importar em fracionamento, pois será dado a cada um o que lhe é devido segundo
a sentença proferida.4
Ademais, também não fere o regime de precatório a possibilidade de fracionamento
do valor da execução para pagamento de honorários advocatícios; pois, além de se
referirem a titulares diferentes, são verba de natureza alimentícia. Afinal, o advogado
tem direito de executar de forma autônoma os honorários advocatícios, os quais não
se confundem com o valor do crédito principal.5
53
1 No caso, a parte recorrente pretendia promover a execução dos honorários advocatícios, não apenas
de forma autônoma do débito principal, mas também de forma fracionada, levando-se em conta o
número de litisconsortes ativos.
2 RE 599.910, rel. min. Gilmar Mendes, decisão monocrática; RE 947.188, rel. min. Cármen Lúcia,
decisão monocrática; e RE 947.184, rel. min. Cármen Lúcia, decisão monocrática.
54
Direito Processual Civil RE 913.544 AgR
ȤȤ Processo de execução DJE de 12-4-2016
ȤȤ Diversas espécies de execução RE 913.568 AgR
RE 919.269 AgR
ȤȤ Execução contra a Fazenda Pública
DJE de 11-4-2016
rel. min. Edson Fachin
1ª Turma
Informativo STF 812
55
1 Há embargos de divergência pendentes de julgamento no RE 919.269 AgR, rel. min. Ricardo Lewan-
dowski.
2 CF/1988: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (...) § 8º É
vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela
do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.”
3 Sobre a execução autônoma dos honorários advocatícios, cf: RE 564.132, red. p/ o ac. min. Cármen
Lúcia, P (Informativo 765, P, RG); ou, ainda: “Honorários advocatícios e execução autônoma”. In:
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativos STF 2014: teses e fundamentos. Brasília, DF: STF,
2015. p. 292.
4 Tais como a razoável duração do processo, a súmula vinculante, a repercussão geral, além de outras
medidas inseridas na legislação processual.
56
Direito Processual Civil HC 121.426
ȤȤ Processo de execução rel. min. Marco Aurélio
ȤȤ Diversas espécies de execução 1ª Turma
DJE de 29-3-2017
ȤȤ Execução de alimentos
Informativo STF 857
57
TUTELA
COLETIVA
Direito Processual Civil RE 733.433
ȤȤ Tutela coletiva RG – Tema 607
ȤȤ Ação civil pública rel. min. Dias Toffoli
Plenário
ȤȤ Legitimidade ativa – Repercussão Geral
DJE de 7-4-2016
Informativo STF 806
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública com o
objetivo de promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos de que
sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas.1
A legitimidade da Defensoria Pública para ajuizar ação civil pública, em típica tutela
dos direitos transindividuais e individuais homogêneos, ultrapassa os interesses de or-
dem subjetiva. Tem fundamento em definições de natureza constitucional-processual,
afetos à tutela dos cidadãos social e economicamente menos favorecidos da sociedade.
Nesse sentido, a imposição constitucional é peremptória e tem por objetivo resguardar
o cumprimento dos princípios da própria Constituição.
Condicionar a atuação da Defensoria Pública à comprovação prévia da pobreza de
todo o público-alvo diante de situação justificadora do ajuizamento de ação civil pública
não é condizente com princípios e regras norteadores dessa instituição permanente
e essencial à função jurisdicional do Estado, menos ainda com a norma do art. 3º da
Constituição Federal (CF).
Não se afirma a desnecessidade de a Defensoria Pública observar o preceito do
art. 5º, LXXIV, da CF, reiterado no art. 134 – antes e depois da Emenda Constitucio-
nal 80/2014. No exercício de sua atribuição constitucional, é necessário averiguar a
compatibilidade dos interesses e direitos que a instituição protege com os possíveis
beneficiários de quaisquer das ações ajuizadas, mesmo em ação civil pública.
Entretanto, isso não impede reconhecer a legitimidade da Defensoria Pública mes-
mo nas hipóteses em que houver possíveis beneficiados não necessitados. Solução
diversa tolheria, sem razões de ordem jurídica, a possibilidade de utilização de impor-
tante instrumento processual capaz de garantir a efetividade de direitos fundamentais
de pobres e ricos a partir de iniciativa processual da Defensoria Pública.
Cabe destacar que, em um Estado marcado por inegáveis e graves desníveis sociais
e pela concentração de renda, uma das grandes barreiras para a implementação da
democracia e da cidadania ainda é o efetivo acesso à Justiça.
59
Assim, num contexto em que as relações jurídicas importam em danos patrimoniais
e morais de massa por causa do desrespeito aos direitos de conjuntos de indivíduos
que, consciente ou inconscientemente, experimentam viver nessa sociedade complexa
e dinâmica, o dever de promover políticas públicas tendentes a reduzir ou suprimir
essas enormes diferenças passa pela operacionalização de instrumentos que atendam
com eficiência às necessidades dos seus cidadãos.
Além disso, não fosse suficiente a ausência de vedação constitucional da atuação da
Defensoria Pública na tutela coletiva de direitos, inexiste, também, na Constituição,
norma a assegurar exclusividade, em favor do Ministério Público, para o ajuizamen-
to de ação civil pública. A ausência de demonstração de conflitos de ordem objetiva
decorrente da atuação dessas duas instituições igualmente essenciais à Justiça – De-
fensoria Pública e Ministério Público – demonstra inexistir prejuízo institucional para
o Ministério Público.2
Diante disso, o art. 5º, II, da Lei da Ação Civil Pública, com as alterações trazidas
pela Lei 11.448/2007, bem como o art. 4º, VII e VIII, da Lei Orgânica da Defensoria
Pública, alterado pela Lei Complementar 132/2009, receberam interpretação conforme
à Constituição, uma vez que a legitimidade ativa da Defensoria Pública somente estará
preenchida caso tenham se comprovados os requisitos constitucionais exigidos para
sua atuação em prol dos hipossuficientes.
1 “O colegiado lembrou o RE 605.533/MG [rel. min. Marco Aurélio], com repercussão geral reconhe-
cida, em que se debate a legitimidade ativa do Ministério Público para ajuizar ação civil pública com
o objetivo de compelir entes federados a entregar medicamentos a pessoas necessitadas. Embora o
mérito do recurso ainda estivesse pendente de julgamento, o STF não teria modificado entendimento
segundo o qual o Ministério Público teria legitimidade para propositura de ações transindividuais
na defesa de interesses sociais e de vulneráveis.” (Informativo STF 806.)
60
Direito Processual Civil ARE 706.288 AgR
ȤȤ Tutela coletiva rel. min. Dias Toffoli
ȤȤ Ação civil pública 2ª Turma
DJE de 9-9-2015
ȤȤ Legitimidade ativa
Informativo STF 788
61
Direito Processual Civil RE 631.111
ȤȤ Tutela coletiva RG – Tema 471
ȤȤ Ação civil pública rel. min. Teori Zavascki
Plenário
ȤȤ Legitimidade ativa – Repercussão Geral
DJE de 30-10-2014
Informativo STF 753
62
Ao Poder Judiciário cabe a palavra final sobre a adequada legitimação para a causa,
haja vista tratar-se de matéria de ordem pública, o que permite, inclusive, o conheci-
mento de ofício pelo juiz.
Posto isso, e considerada a natureza e a finalidade do seguro obrigatório DPVAT,
há interesse social qualificado na tutela coletiva dos direitos individuais homogêneos
dos seus titulares, alegadamente lesados de forma semelhante pela seguradora no
pagamento das correspondentes indenizações.
A hipótese guarda semelhança com outros direitos individuais homogêneos em
relação aos quais – e não obstante sua natureza de direitos divisíveis, disponíveis e com
titular determinado ou determinável – o Supremo Tribunal Federal considerou que
sua tutela se revestia de interesse social qualificado, autorizando, por isso mesmo, a
iniciativa do Ministério Público de, com base no art. 127 da CF, defendê-los em juízo
mediante ação coletiva.5
1 Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, criado pela Lei 6.194/1974,
posteriormente alterada pelas Leis 8.441/1992, 11.482/2007 e 11.945/2009.
2 Lei 6.194/1974: “Art. 3o Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2º desta Lei
compreendem as indenizações por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por despesas
de assistência médica e suplementares, nos valores e conforme as regras que se seguem, por pessoa
vitimada: I – R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) – no caso de morte; II – até R$ 13.500,00
(treze mil e quinhentos reais) – no caso de invalidez permanente; e III – até R$ 2.700,00 (dois mil e
setecentos reais) – como reembolso à vítima – no caso de despesas de assistência médica e suple-
mentares devidamente comprovadas.”
4 “Segundo o procedimento estabelecido nos arts. 91 a 100 da Lei 8.078/1990, aplicável subsidiariamente
aos direitos individuais homogêneos de um modo geral, a tutela coletiva desses direitos se dá em duas
distintas fases: uma, a da ação coletiva propriamente dita, destinada a obter sentença genérica a respeito
dos elementos que compõem o núcleo de homogeneidade dos direitos tutelados (an debeatur, quid debeatur
e quis debeat); e outra, a da ação de cumprimento da sentença genérica, caso procedente o pedido na
primeira fase destinada (a) a complementar a atividade cognitiva mediante juízo específico sobre as
situações individuais de cada um dos lesados (= a margem de heterogeneidade dos direitos homogêneos,
que compreende o cui debeatur e o quantum debeatur), bem como (b) a efetivar os correspondentes atos
executórios.” (Trecho do voto do rel. min. Teori Zavascki no presente julgamento.)
5 RE 163.231, rel. min. Maurício Corrêa, 2ª T; AI 637.853 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, 2ª T;
AI 606.235 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, 2ª T; RE 475.010 AgR, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T;
RE 328.910 AgR, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T; e RE 514.023 AgR, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T.
63
Direito Processual Civil RE 573.232
ȤȤ Tutela coletiva RG – Tema 82
ȤȤ Entidade associativa rel. min. Ricardo Lewandowski
Plenário
ȤȤ Legitimidade ativa – Repercussão Geral
DJE de 19-9-2014
Informativo STF 746
Não é possível alterar título judicial, na fase de execução, para que sejam incluídas pes-
soas não apontadas como beneficiárias na inicial da ação de conhecimento e que não au-
torizaram a atuação da associação, como exigido no preceito constitucional em debate.
64
Direito Processual Civil RE 612.043
ȤȤ Tutela coletiva RG – Tema 499
ȤȤ Sentença rel. min. Marco Aurélio
Plenário
ȤȤ Eficácia subjetiva da coisa julgada –
DJE de 6-10-2017
Repercussão Geral
Informativo STF 864
65
Essa não é a solução adequada, considerado o efeito multiplicador, uma vez previstos,
na legislação ordinária, mecanismos de resolução de casos repetitivos.
Diante disso, a problemática da eficácia territorial do pronunciamento judicial é
resolvida a partir da jurisdição do órgão julgador, isso em se tratando de ação plúrima
submetida ao rito ordinário. Esse mesmo enfoque seria observado se ajuizada a ação
diretamente pelos próprios beneficiários do direito, não havendo tratamento diverso
atuando a associação como representante.
1 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXI – as entidades associativas,
quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou ex-
trajudicialmente;”
2 AO 152, rel. min. Carlos Velloso, P; RE 192.305, rel. min. Marco Aurélio, 2ª T; e RE 573.232, red.
p/ o ac. min. Marco Aurélio, P.
3 Lei 9.494/1997: “Art. 2º-A A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade
associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos
que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do
órgão prolator. Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar
instruída com a ata da assembleia da entidade associativa que a autorizou, acompanhada da relação
nominal dos seus associados e indicação dos respectivos endereços.”
66
PROCESSOS
NOS TRIBUNAIS
E MEIOS DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES
JUDICIAIS
Direito Processual Civil ARE 953.221 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Luiz Fux
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 5-8-2016
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 829
originária dos tribunais
ȤȤ Ordem dos processos no tribunal
1 CPC/2015: “Art. 932. Incumbe ao relator: I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em
relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do
tribunal; III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV – negar provimento a recurso que for
contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência; V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal,
do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI – decidir
o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente
perante o tribunal; VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII –
exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de
considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para
que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.” (Sem grifos no original.)
68
Direito Processual Civil CC 7.706 AgR-segundo-
ED-terceiros
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das
rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais Plenário
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência DJE de 20-4-2015
originária dos tribunais Informativo STF 777
ȤȤ Conflito de competência
1 CPC/1973: “Art. 115. Há conflito de competência: (...) III – quando entre dois ou mais juízes surge
controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.”
3 No caso, trata-se de demandas em trâmite perante a Justiça comum e a Justiça trabalhista, em que
se discute complementação de aposentadoria, com decisões conflitantes já proferidas, a justificar o
conhecimento do conflito.
69
4 CPC/1973: “Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela
conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes.”
5 Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.”
6 Atribuição de competência à Justiça do Trabalho para processar e julgar todas as causas da espécie
em que proferida sentença de mérito até 20-2-2013.
70
Direito Processual Civil AR 1.551
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Gilmar Mendes
decisões judiciais Plenário
DJE de 6-11-2017
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 844
originária dos tribunais
ȤȤ Ação rescisória
O RISTF, tendo força de lei na ordem anterior à Constituição de 1988, foi por ela
recepcionado como norma de igual hierarquia.2
1 CPC/1973: “Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...)
V – violar literal disposição de lei;”
2 AI 148.475 AgR, rel. min. Octavio Gallotti, 1ª T; e RE 146.747 AgR-EDv, rel. min. Marco Aurélio, P.
71
Direito Processual Civil AR 2.199
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Gilmar Mendes
decisões judiciais Plenário
DJE de 23-4-2015
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 782
originária dos tribunais
ȤȤ Ação rescisória
72
Direito Processual Civil AR 2.274
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Cármen Lúcia
decisões judiciais Plenário
DJE de 10-12-2014
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 746
originária dos tribunais
ȤȤ Ação rescisória
1 CPC: “Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) II –
proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;”
73
Direito Processual Civil RE 590.809
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das RG – Tema 136
decisões judiciais rel. min. Marco Aurélio
Plenário
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
DJE de 24-11-2014
originária dos tribunais
Informativo STF 764
ȤȤ Ação rescisória – Repercussão Geral
Não cabe ação rescisória contra acórdão que, à época do julgamento, estiver
em conformidade com a jurisprudência predominante do Supremo Tribunal
Federal (STF).
O verbete deve ser observado em situação jurídica na qual, inexistente controle concen-
trado de constitucionalidade, haja entendimentos diversos sobre o alcance da norma,
mormente quando o STF tenha sinalizado, num primeiro passo, óptica coincidente
com a revelada na decisão rescindenda.
1 CPC: “Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) V – violar
literal disposição de lei.”
2 Enunciado 343 da Súmula do STF: “Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei,
quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos
tribunais.”
74
Direito Processual Civil AR 2.125 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Marco Aurélio
decisões judiciais Plenário
DJE de 7-8-2014
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 746
originária dos tribunais
ȤȤ Ação rescisória
1 No caso, o recorrente buscava obter – por meio de tutela antecipada em ação rescisória – provimento
que revisasse o entendimento já assentado pelo STF, segundo o qual a necessidade de depósito prévio
no valor da condenação como pressuposto para apelar nas ações indenizatórias fundadas na Lei
5.250/1967 é constitucional, como se depreende dos seguintes julgados: AI 437.891/PR, rel. min.
Sepúlveda Pertence, decisão monocrática; RE 254.698/DF, rel. min. Ilmar Galvão, 2ª T.
75
Direito Processual Civil RE 666.589
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Marco Aurélio
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 3-6-2014
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 740
originária dos tribunais
ȤȤ Ação rescisória
76
1 Enunciado 354 da Súmula do STF: “Em caso de embargos infringentes parciais, é definitiva a parte
da decisão embargada em que não houve divergência na votação.”
2 Enunciado 514 da Súmula do STF: “Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado,
ainda que contra ela não se tenha esgotado todos os recursos.”
3 Enunciado 100 da Súmula do TST: “(...) II – Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito
em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para
a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou
prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a
partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial.”
4 O Superior Tribunal de Justiça considera que o termo inicial para a propositura da ação rescisória
se dá a partir do trânsito em julgado da última decisão proferida nos autos, sob o fundamento de
que não se pode falar em fracionamento da sentença ou acórdão, o que afasta a possibilidade de seu
trânsito em julgado parcial. Aquela Corte aponta o caráter unitário e indivisível da causa e consigna a
inviabilidade do trânsito em julgado de partes diferentes do acórdão rescindendo. Afirma, assim, que
o prazo para propositura de demanda rescisória começa a fluir a partir da preclusão maior atinente
ao último pronunciamento.
77
Direito Processual Civil Rcl 22.012
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Ricardo
Lewandowski
decisões judiciais 2ª Turma
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência DJE de 27-2-2018
originária dos tribunais Informativo STF 887
ȤȤ Reclamação
78
Direito Processual Civil Rcl 27.789 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Roberto Barroso
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 23-11-2017
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 882
originária dos tribunais
ȤȤ Reclamação
79
na interposição de agravo interno contra a decisão que nega seguimento ao recurso
extraordinário, nos termos do art. 1.030, I e § 2º, do CPC/20159.
3 Art. 102, I, l, da CF.
4 ADC 16, rel. min. Cezar Peluso, P.
5 Rcl 13.739 AgR, rel. min. Rosa Weber, 1ª T; Rcl 12.050 AgR, rel. min. Celso de Mello, P; e Rcl 24.545
AgR, rel. min. Roberto Barroso, 1ª T.
80
Direito Processual Civil Rcl 24.686 ED-AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Teori Zavascki
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 11-4-2017
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 845
originária dos tribunais
ȤȤ Reclamação
A interpretação do art. 988, § 5º, II, do Código de Processo Civil (CPC)1 deve ser fun-
damentalmente teleológica, e não estritamente literal. O esgotamento da instância
ordinária, em tais casos, supõe o percurso de todo o caminho recursal possível antes
do acesso ao STF.
Ou seja, se a decisão reclamada ainda comportar reforma por via de recurso a algum
tribunal, inclusive a tribunal superior, não se permitirá acesso à Suprema Corte por via
de reclamação. Esse é o sentido que deve ser conferido ao art. 988, § 5º, II, do CPC.
Com efeito, a interpretação puramente literal desse dispositivo acabaria por transfe-
rir ao STF, pela via indireta da reclamação, a competência de pelo menos três tribunais
superiores (Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho e Tribunal
Superior Eleitoral), para onde podem ser dirigidos recursos contra decisões de tribunais
de segundo grau de jurisdição.
1 CPC: “Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I – preservar
a competência do tribunal; II – garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a obser-
vância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade; IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento
de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
(...) § 5º É inadmissível a reclamação: (...) II – proposta para garantir a observância de acórdão de
recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento
de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.”
81
Direito Processual Civil Rcl 7.116
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Marco Aurélio
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 29-6-2016
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 827
originária dos tribunais
ȤȤ Reclamação
1 No caso, a decisão judicial que ordenou a segregação do reclamante não determinou o uso de alge-
mas, as quais foram utilizadas um dia após a prisão, quando o reclamante já estava na delegacia de
polícia, somente no momento da apresentação dos presos à imprensa.
82
Direito Processual Civil Rcl 21.409
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Roberto Barroso
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 25-4-2016
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 815
originária dos tribunais
ȤȤ Reclamação
1 Sobre os requisitos da reclamação constitucional: “Esse instituto, por expressa determinação consti-
tucional, destina-se a preservar a competência desta Suprema Corte e garantir a autoridade de suas
decisões, ex vi do art. 102, I, l, da CF. Seu cabimento está reservado para três hipóteses: (i) para asse-
gurar a competência desta Corte quando algum juiz ou tribunal usurpe a competência estabelecida
no art. 102 da CF ao processar ou julgar ações ou recursos que toca ao Supremo Tribunal Federal;
(ii) para garantir a autoridade das decisões desta Corte quando elas forem desrespeitadas ou descum-
pridas por autoridades judiciárias ou administrativas; e (iii) para garantir a autoridade das súmulas
vinculantes (art. 103-A, § 3º, da CF). A partir da moldura constitucional conferida à reclamação,
a jurisprudência desta Suprema Corte estabeleceu diversas condicionantes para a utilização da
via reclamatória, de sorte a evitar o uso promíscuo do referido instrumento processual. Disso
resulta (i) a impossibilidade de utilizar per saltum a Reclamação, suprimindo graus de jurisdição,
(ii) a impossibilidade de se proceder a um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por
estarem definidas em rol numerus clausus, e (iii) a observância da estrita aderência da controvérsia
contida no ato reclamado e o conteúdo dos acórdãos desta Suprema Corte apontados como para-
digma.” (Trecho do voto do min. Luiz Fux no presente julgamento – Sem grifos no original.)
83
2 Sobre a abrangência das decisões proferidas nas ADIs 4.357 e 4.425: “No âmbito das ADIs 4.357 e
4.425 restou assentado por esta Corte, conforme as decisões tomadas até esta altura, a inconstitucio-
nalidade da atualização monetária dos débitos fazendários amparados no índice de remuneração
da caderneta de poupança por violação ao direito fundamental de propriedade (art. 5º, XXII, da CF),
na medida em que esse referencial é manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito
de que é titular o cidadão. No que diz respeito aos juros moratórios, fixou-se que a quantificação
desse encargo relativo às dívidas fazendárias baseada naquele índice vulnera o princípio constitu-
cional da isonomia (art. 5º, da CF), porquanto não há paralelismo entre os débitos estatais de natu-
reza tributária e a parte processual privada que, salvo determinação contrária, responde pelos juros
moratórios à razão de 1% ao mês em favor do Estado (ex vi do art. 161, § 1º, CTN). A declaração
de inconstitucionalidade foi parcialmente declarada sem redução da expressão ‘independentemente
de sua natureza’, contida no art. 100, § 12, da CF, incluído pela EC 62/2009, para determinar que,
quanto aos precatórios de natureza tributária, sejam aplicados os mesmos juros de mora inciden-
tes sobre todo e qualquer crédito tributário. Por conseguinte, o Plenário desta Corte entendeu pela
inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela
Lei 11.960/2009, na medida em que incorreu nos mesmos vícios de juridicidade que inquinaram
o art. 100, § 12, da CF, quanto à atualização monetária e à fixação dos juros moratórios de créditos
inscritos em precatórios. Insta rememorar ainda que o regime especial de pagamento de precató-
rios instituído pela EC 62/2009 teve sua vigência mantida por esta Corte por 5 (cinco) exercícios
financeiros a contar de primeiro de janeiro de 2016, período durante o qual ficaram mantidas (i) a
vinculação de percentuais mínimos da receita corrente líquida ao pagamento dos precatórios (art. 97,
§ 10, do ADCT) e (ii) as sanções para o caso de não liberação tempestiva dos recursos destinados ao
pagamento de precatórios (art. 97, § 10, do ADCT). Estabeleceu esta Corte, inclusive, permanece-
rem válidas temporariamente todas as disposições contidas no art. 97 do ADCT não declaradas
inconstitucionais, ‘notadamente aquelas que vinculam percentuais mínimos da receita corrente
líquida ao pagamento de precatórios (art. 97, §§ 1º e 2º) e aquelas que preveem sanções para a não
liberação tempestiva dos recursos destinados à quitação da dívida judicial do Poder Público (art. 97,
§ 10)’.” (Trecho do voto do min. Luiz Fux no presente julgamento – Sem grifos no original.)
3 ADCT: “Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constitui-
ção Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda
Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações
direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído
por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo
inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12,
13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data de promulgação
desta Emenda Constitucional. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sujeitos ao regime
especial de que trata este artigo optarão, por meio de ato do Poder Executivo: I – pelo depósito em
conta especial do valor referido pelo § 2º deste artigo;”
84
Direito Processual Civil Rcl 4.335
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Gilmar Mendes
decisões judiciais Plenário
DJE de 22-10-2014
ȤȤ Ordem dos processos e processos de competência
Informativo STF 739
originária dos tribunais
ȤȤ Reclamação
85
art. 2º da Lei n.8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou
não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.”
2 No caso, a reclamação tinha por objetivo garantir a autoridade da decisão do STF proferida no
HC 82.959/SP (rel. min. Marco Aurélio, P), em que declarada a inconstitucionalidade do § 1º do
art. 2º da Lei 8.072/1990, que vedava a progressão de regime a condenados pela prática de crimes
hediondos.
3 CPC: “Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo
do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a sentença.”
4 Nesse sentido, existem diversas previsões normativas que, ao longo do tempo, conferiram eficácia
ampliada para além das fronteiras da causa em julgamento. No âmbito do STF, a força vinculativa
de seus precedentes foi induzida por via legislativa, cujo passo inicial foi a competência, atribuída ao
Senado, para suspender a execução das normas declaradas inconstitucionais, nos termos do art. 52,
X, da CF. Entretanto, a resolução do Senado não é a única forma de ampliação da eficácia subjetiva
das decisões do STF, porque diz respeito a área limitada da jurisdição constitucional (apenas decisões
declaratórias de inconstitucionalidade). Nada obstante, há outras sentenças emanadas do STF, não
necessariamente relacionadas com o controle de constitucionalidade, com eficácia subjetiva expandida
para além das partes vinculadas ao processo. A esse respeito, a primeira dessas formas ocorreu com
o sistema de controle de constitucionalidade por ação, cujas sentenças seriam dotadas naturalmente
de eficácia erga omnes e vinculante, independentemente da intervenção do Senado. Ademais, podem
ser citados os institutos das súmulas vinculantes e da repercussão geral das questões constitucionais
discutidas em sede de recurso extraordinário.
5 Dessa forma, sem negar a força expansiva de uma significativa gama de decisões do STF, manteve-se
a jurisprudência segundo a qual, em princípio, a reclamação somente seria admitida quando proposta
por quem fosse parte na relação processual em que proferida a decisão cuja eficácia se buscaria pre-
servar. A legitimação ativa mais ampla apenas seria cabível em hipóteses expressamente previstas,
notadamente a súmula vinculante – como no caso em tela – e contra atos ofensivos a decisões tomadas
em ações de controle concentrado.
86
Direito Processual Civil MS 32.096 AgR-terceiro
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das MS 32.967 AgR-terceiro
decisões judiciais MS 32.968 AgR-terceiro
rel. min. Dias Toffoli
ȤȤ Mandado de segurança
2ª Turma
ȤȤ Legitimidade ativa
DJE de 20-9-2018
Informativo STF 896
O possuidor não conta com legitimidade ativa para impetrar mandado de se-
gurança objetivando a anulação de decisão proferida pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) em procedimento administrativo que alcança tão somente o
poder público e o detentor do domínio do imóvel.
1 Lei 12.016/2009: “Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.”
2 Lei 12.016/2009: “Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições
idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu
titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente.”
87
Direito Processual Civil MS 33.736
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Cármen Lúcia
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 23-8-2017
ȤȤ Mandado de segurança
Informativo STF 831
ȤȤ Legitimidade ativa
88
alegadamente transgredido seja titularizado pela instituição (ou respeite às funções
descritas no art. 129 da CF) ou por aqueles cuja proteção o poder constituinte incum-
biu o Ministério Público.
Essa conclusão não frustra, tampouco debilita, a atuação do Ministério Público no
exercício de sua atribuição constitucional de defesa da ordem jurídica. Afinal, a ele são
reservados os demais instrumentos processuais de tutela previstos em lei, igualmente
eficazes, a exemplo da ação civil pública.
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção
e habeas data. 31. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 62.
4 CF/1988: “Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I – promover, privativamente, a
ação penal pública, na forma da lei; II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços
de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias
a sua garantia; III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV – promover a ação
de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos
casos previstos nesta Constituição; V – defender judicialmente os direitos e interesses das popula-
ções indígenas; VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior; VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX – exercer outras funções
que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.”
5 CPC: “Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribui-
ções constitucionais. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias,
intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam: I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz; III – litígios
coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não
configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. Art. 179. Nos casos de intervenção
como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: I – terá vista dos autos depois das partes, sendo
intimado de todos os atos do processo; II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
pertinentes e recorrer.”
89
Direito Processual Civil MS 34.127 MC
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das MS 34.128 MC
decisões judiciais red. p/ o ac. min. Teori Zavascki
Plenário
ȤȤ Mandado de segurança
DJE de 11-10-2016
ȤȤ Procedimento
Informativo STF 821
O art. 937, § 3º, do novo Código de Processo Civil (CPC)1 dispõe sobre o cabimento
de sustentação oral em julgamento de mandado de segurança unicamente no “agravo
interno interposto contra decisão de relator que o extinga”.
O art. 16 da Lei 12.016/20092, por sua vez, prevê a sustentação oral em mandado
de segurança apenas na sessão de julgamento de mérito, e não em liminar.
1 CPC: “Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará
a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro
do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021.
(...) § 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no
agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.”
2 Lei 12.016/2009: “Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a
instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.”
90
Direito Processual Civil MS 33.729 AgR-MC
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Roberto Barroso
decisões judiciais Plenário
DJE de 4-2-2016
ȤȤ Mandado de segurança
Informativo STF 797
ȤȤ Legitimidade recursal
1 Código de Processo Civil/1973: “Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo
terceiro prejudicado e pelo Ministério Público.”
2 ARE 855.197 AgR-segundo, rel. min. Teori Zavascki, 2ª T; ARE 860.695 AgR, rel. min. Dias Toffoli,
2ª T; e RE 633.305 AgR-terceiro, rel. min. Rosa Weber, 1ª T.
91
Direito Processual Civil RMS 29.914
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Teori Zavascki
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 24-11-2015
ȤȤ Mandado de segurança
Informativo STF 807
ȤȤ Teoria da causa madura
Em tese, elas são aptas a comprovar a existência ou não do direito dos inativos3 em
paridade com o pessoal da ativa. Por conseguinte, são documentos hábeis a instruir
mandado de segurança no qual se busca equiparação de servidores inativos ao pessoal
da ativa no que se refere ao pagamento de vantagem remuneratória.
Assim, não há que se falar em ausência de prova pré-constituída. Logo, a decisão
que declara a extinção do writ sem julgamento de mérito, sob a justificativa de não
ser permitida a dilação probatória, foi equivocada.
3 No caso, pretende-se obter em favor dos inativos a equiparação ao pessoal da ativa no que se refere
ao pagamento da vantagem referente à Gratificação de Desempenho de Atividade Técnica de Fisca-
lização Agropecuária (GDATFA), pois teria natureza genérica, não inerente ao exercício do cargo.
92
Direito Processual Civil MS 29.192
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 19-12-2014
ȤȤ Mandado de segurança
Informativo STF 755
ȤȤ Intervenção de terceiros
1 Sobre a intervenção de terceiros no mandado de segurança: RE 575.093 AgR, rel. min. Marco Aurélio, P.
93
Direito Processual Civil RMS 30.550
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Gilmar Mendes
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 11-9-2014
ȤȤ Mandado de segurança
Informativo STF 752
ȤȤ Cabimento
1 Assim, não pode ser considerado intempestivo recurso especial que – ao impugnar capítulo de sen-
tença julgado por unanimidade – foi interposto antes do julgamento de embargos infringentes que
impugnavam capítulos da mesma decisão, mas foram julgados por maioria.
2 No caso, os réus – Banco Central (Bacen) e o ora impetrante –, após condenados, interpuseram,
respectivamente, embargos infringentes e recurso especial, sendo este último reputado intempestivo,
pois foi manejado antes do julgamento dos embargos infringentes ajuizados pelo Bacen. A Turma res-
saltou que a sentença condenatória possui dois dispositivos e que os embargos infringentes interpostos
pelo Bacen não eram capazes de integrar a decisão do Tribunal de origem quanto à condenação do
impetrante, uma vez que os réus foram condenados sob diferentes fundamentos de fato e de direito.
94
Direito Processual Civil RE 594.116
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das RG – Tema 135
decisões judiciais rel. min. Edson Fachin
Plenário
ȤȤ Recursos
DJE de 5-4-2016
ȤȤ Disposições gerais – Repercussão Geral
Informativo STF 810
A despesa com porte de remessa e retorno não se enquadra no conceito de taxa judi-
ciária. Logo, não está incluída na competência legislativa concorrente instituída pelo
art. 24, IV, da Constituição Federal (CF)3.
Ao contrário, o porte de remessa e retorno é típica despesa de serviço postal,
prestado por empresa pública monopolística. Assim, remunerado mediante tarifas
ou preço público.4
Havendo norma isentiva (CPC/1973, art. 511, § 1º) editada por quem compete
dispor sobre as receitas públicas oriundas da prestação do serviço público postal5,
cuida-se, tão somente, de aplicar isenção concedida pela União a si mesma, aos Estados,
Municípios e autarquias. Tal dispensa compreende as despesas postais de remessa e
retorno aos tribunais federais, cujos orçamentos suportam as tarifas devidas à empresa
pública prestadora do serviço.
Por fim, o Tribunal declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade da expres-
são “cujo valor será estabelecido por ato do Conselho Superior da Magistratura”
contida no art. 2º, parágrafo único, II, parte final, da Lei 11.608/2003 do Estado de
São Paulo. Afirmou que, no caso em questão, o Conselho Superior da Magistratura,
por ser órgão estadual, não possui competência para tratar das despesas com o porte
de remessa e retorno.
1 “O preparo recursal consiste na efetuação, por parte do recorrente, do pagamento dos encargos
financeiros que dizem respeito à regularidade formal do recurso interposto, e que englobam as
custas do processamento do recurso nos tribunais, e os portes de remessa e retorno dos autos ou do
instrumento, no caso de agravo nesta modalidade.” (ARE 677.681 AgR, rel. min. Luiz Fux, 1ª T.)
95
2 CPC/1973: “Art. 511. (...) § 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério
Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de
isenção legal.”
3 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: (...) IV – custas dos serviços forenses.”
96
Direito Processual Civil RE 755.613 AgR-ED
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 27-11-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 801
ȤȤ Disposições gerais
Embora se possa argumentar que houve equívoco por parte do advogado que pro-
tocolou a petição em setor incorreto do tribunal de origem, o erro também deve ser
atribuído ao setor que a recebeu indevidamente.
No caso, o próprio órgão do Judiciário, a contadoria do tribunal de justiça do es-
tado, deveria ter recusado o recebimento da petição. Não o tendo feito, patente é a
existência de erro judiciário.
1 “Esclareço, antes de prosseguir, que não proponho nenhuma reforma dessa orientação. Entretanto,
examinando melhor a causa, diante das peculiaridades do caso concreto, no qual vislumbro a exis-
tência de erro judiciário, entendo que merece prosperar a irresignação do embargante. (...) Embora
se possa argumentar que teria havido equívoco por parte do advogado que protocolou a petição em
setor incorreto do Tribunal, o erro também deve ser atribuído ao setor que a recebeu indevidamente,
quando não lho competia fazer. É certo que, no caso, o próprio órgão do judiciário, a contadoria do
Tribunal de Justiça do Estado, deveria ter recusado o recebimento da petição. Não o tendo feito, patente
é a existência de erro judiciário.” (Trecho do voto do rel. min. Dias Toffoli no presente julgamento.)
97
Direito Processual Civil RHC 127.258
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Teori Zavascki
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 9-9-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 786
ȤȤ Apelação
98
Direito Processual Civil ADPF 378 ED
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Roberto Barroso
decisões judiciais Plenário
DJE de 4-8-2016
ȤȤ Recursos
Informativo STF 818
ȤȤ Embargos de declaração
1 CPC: “Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: I – houver, na sentença ou no acórdão, obs-
curidade ou contradição; II – for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal.”
99
omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III –
corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I – deixe de se manifestar
sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência
aplicável ao caso sob julgamento; II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.”
100
Direito Processual Civil RE 194.662 EDv-ED-ED
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Marco Aurélio
decisões judiciais Plenário
DJE de 3-8-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 785
ȤȤ Embargos de declaração
101
Direito Processual Civil AI 703.269 AgR-ED-ED-EDv-ED
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Luiz Fux
decisões judiciais Plenário
DJE de 8-5-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 776
ȤȤ Embargos de declaração
1 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXV – a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”
2 OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. O formalismo valorativo no confronto com o formalismo
excessivo. Revista de Processo, São Paulo, RT, n. 137, p. 7-31, 2006; DINAMARCO, Cândido Rangel.
A instrumentalidade do processo. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2009; e BEDAQUE, José Roberto dos
Santos. Efetividade do processo e técnica processual. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
3 Pet 4.837 ED, rel. min. Cármen Lúcia, P; Rcl 11.022 ED, rel. min. Cármen Lúcia, P; AI 547.827 ED,
rel. min. Dias Toffoli, 1ª T; e RE 546.525 ED, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T.
102
Direito Processual Civil RE 584.247 QO
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das RG – Tema 538
decisões judiciais rel. min. Roberto Barroso
Plenário
ȤȤ Recursos
DJE de 2-5-2017
ȤȤ Recurso extraordinário – Repercussão Geral
Informativo STF 845
103
Direito Processual Civil ARE 916.917 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Edson Fachin
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 27-3-2017
ȤȤ Recursos
Informativo STF 850
ȤȤ Recurso extraordinário
104
Direito Processual Civil RE 514.639 QO
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 3-6-2016
ȤȤ Recursos
Informativo STF 825
ȤȤ Recurso extraordinário
1 No caso, a parte recorrida ingressou com pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação,
tendo em vista a inclusão do débito objeto da demanda em programa de parcelamento de débitos
fiscais instituído pelo Decreto Estadual 52.532/2015 (Refaz-RS).
2 MS 29.286 QO, rel. min. Dias Toffoli, P; e AI 663.511 AgR-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T.
3 Código de Processo Civil/1973: “Art. 269. Extingue-se o processo com julgamento de mérito: (...)
V – quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.”
4 Código de Processo Civil/2015: “Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: (...) III – homo-
logar: (...) c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.”
105
Direito Processual Civil RE 196.752 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Gilmar Mendes
decisões judiciais Plenário
DJE de 4-5-2016
ȤȤ Recursos
Informativo STF 806
ȤȤ Recurso extraordinário
1 “Na espécie, trata-se de agravo regimental interposto contra decisão de relator que, ante a ausência da
juntada da arguição de inconstitucionalidade aos autos, negara seguimento a recurso extraordinário.
Tal recurso fora manejado contra acórdão de Tribunal Regional Federal que, fundado em precedente
do Plenário daquela Corte, não integrado aos autos, reconhecera a inconstitucionalidade do art. 3º,
I, da Lei 8.200/1991, declarado constitucional pelo STF nos autos do RE 201.465 [red. p/ o ac. min.
Nelson Jobim, P].” (Informativo STF 806.)
106
2 CPC/1973: “Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado
o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. Parágrafo único. Os órgãos fracionários
dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade,
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”
107
Direito Processual Civil RE 798.740 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Marco Aurélio
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 17-11-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 797
ȤȤ Recurso extraordinário
A decisão não é estritamente política, pois tem conteúdo jurisdicional. Por isso, pode
haver recurso especial.5
1 RE 273.351, rel. min. Sepúlveda Pertence, 1ª T; e RE 153.831, rel. min. Ellen Gracie, 1ª T.
2 Distinguishing: Tema 181 da Repercussão Geral. Leading case: RE 598.365 RG, rel. min. Ayres Britto,
Plenário Virtual.
3 “A rigor, para não faltar com a coerência em relação ao posicionamento que venho adotando em
outros recursos extraordinários, devo esclarecer que, a meu ver, a questão aqui debatida não se en-
quadra no Tema 181 da sistemática da repercussão geral (RE 598.365, rel. min. Ayres Britto), pois a
controvérsia sobre o cabimento de recurso especial, nos termos do art. 105, III, da Constituição
Federal não se confunde com a reanálise de pressupostos processuais de admissibilidade desse
recurso de competência do STJ.” (Trecho do voto do min. Edson Fachin no presente julgamento –
Sem grifos no original.)
108
4 Lei 8.437/1992: “Art. 4º Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do
respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas
contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica
de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade,
e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.”
5 “Houve uma alteração desses dispositivos da Lei 8.437/1992: se a decisão atentar contra a saúde
pública, as finanças, ou for flagrantemente ilegal, então, essa expressão conferiu juridicidade também
a essa decisão. Ela não é só política.” (Trecho do voto do min. Luiz Fux no presente julgamento.)
109
Direito Processual Civil RE 376.440 ED
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais Plenário
DJE de 14-11-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 759
ȤȤ Recurso extraordinário
1 CPC: “Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o
acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. Parágrafo único. Os órgãos fracionários
dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade,
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”
110
Direito Processual Civil ARE 868.922 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 2ª Turma
DJE de 9-9-2015
ȤȤ Recursos
Informativo STF 788
ȤȤ Recurso extraordinário
111
2 Enunciado 282 da Súmula do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada,
na decisão recorrida, a questão federal suscitada.”
3 Enunciado 356 da Súmula do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.”
112
Direito Processual Civil AC 3.683 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Rosa Weber
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 28-10-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 757
ȤȤ Recurso extraordinário
A medida cautelar tem caráter excepcional, de modo que somente é cabível quando a
parte demonstra, de forma clara e consistente, a plausibilidade jurídica da pretensão
deduzida no recurso extraordinário.
Nesse sentido, é inviável reputar instaurada a jurisdição cautelar do Supremo Tri-
bunal Federal (STF), considerado:
I – o juízo negativo de admissibilidade do recurso extraordinário do autor;
II – a inocorrência de hipótese de excepcionalidade na espécie; e
III – a interposição concomitante dos recursos especial e extraordinário, que confere,
a rigor, primeiramente ao Superior Tribunal de Justiça a deliberação acerca da
suspensão dos efeitos do acórdão recorrido.
Assim, na falta de demonstração desses requisitos – aptos a configurar a excep-
cionalidade da situação –, é inviável instaurar a jurisdição cautelar do STF para a
apreciação de ação cautelar que tenha por fim atribuir efeito suspensivo a agravo em
recurso extraordinário.
113
Direito Processual Civil AI 633.834 ED-AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 14-10-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 739
ȤȤ Recurso extraordinário
1 CPC/1973: “Art. 543. Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal
de Justiça. § 1º Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo
Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. § 2º Na
hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial àquele,
em decisão irrecorrível sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Fe-
deral, para o julgamento do recurso extraordinário. § 3º No caso do parágrafo anterior, se o relator
do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos
ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial.”
2 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXV – a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (...) LV – aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;”
114
3 CF/1988: “Art. 93 (...) IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;”
4 CF/1988: “Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...) III – julgar, em recurso especial, as
causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou
lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de
lei federal; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal
interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”
5 Tese aplicável aos casos anteriores à vigência do Código de Processo Civil de 2015. No CPC/2015
foi apresentada nova sistemática para a solução dessa controvérsia: “Art. 1.031. Na hipótese de inter-
posição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior
Tribunal de Justiça. § 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao
Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudica-
do. § 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão
irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal. § 3º Na
hipótese do § 2º, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a prejudi-
cialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial.
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre
questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre
a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional. Parágrafo único.
Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal,
que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça. Art. 1.033. Se o
Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao
Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.”
115
Direito Processual Civil RE 190.034
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Marco Aurélio
decisões judiciais Plenário
DJE de 7-8-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 742
ȤȤ Recurso extraordinário
A devolução dos valores retidos no Banco Central por ocasião do denominado Plano
Collor ocasiona o reconhecimento do prejuízo do recurso extraordinário.
116
Direito Processual Civil RE 222.239 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Dias Toffoli
decisões judiciais 1ª Turma
DJE de 1º-8-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 748
ȤȤ Recurso extraordinário
1 CPC/1973: “Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício
ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença.”
2 RE 483.684 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 1ª T; RE 418.473 ED-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski,
1ª T; AI 542.892 AgR-ED-ED, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T; RE 523.838 AgR-ED, rel. min. Cezar Peluso,
2ª T; e AI 776.225 AgR-ED, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T.
117
Direito Processual Civil RE 598.770
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das red. p/ o ac. min. Roberto Barroso
decisões judiciais Plenário
DJE de 12-6-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 735
ȤȤ Recurso extraordinário
118
Direito Processual Civil RE 593.995 QO
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Joaquim Barbosa
decisões judiciais Plenário
DJE de 17-6-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 744
ȤȤ Repercussão Geral
2 No caso, o recurso foi devolvido à origem para fins de aplicação da sistemática prevista no art. 543-B
do CPC, em razão do reconhecimento da repercussão geral da matéria constitucional nele debatida
por ocasião do exame do RE 573.540. O Tribunal a quo, contudo, novamente remeteu os autos ao
Supremo Tribunal Federal (STF), por considerar inaplicável o regramento previsto nesse dispositivo
legal, uma vez que não vislumbrou distinção entre a hipótese examinada no paradigma e o quadro
fático-jurídico próprio dos autos sob análise.
119
Direito Processual Civil MS 32.485 AgR
ȤȤ Processos nos tribunais e meios de impugnação das rel. min. Teori Zavascki
decisões judiciais Plenário
DJE de 22-5-2014
ȤȤ Recursos
Informativo STF 737
ȤȤ Repercussão Geral
Não possui lesividade ato do Supremo Tribunal Federal (STF) que determine o
retorno dos autos à origem, para aplicação da sistemática de repercussão geral.
1 CPC: “Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica contro-
vérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo.”
2 CPC: “Art. 543-B. (...) § 3º Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão
apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los
prejudicados ou retratar-se.”
3 CPC: “Art. 543-B. (...) § 4º Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal
Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário
à orientação firmada.”
120
ÍNDICE DE TESES
Sujeitos do processo
Partes e procuradores
Despesas, honorários advocatícios e multas
É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do Código
de Processo Civil (CPC), mesmo quando o advogado da parte recorrida não
apresentar contrarrazões ou contraminuta............................................................14
Sujeitos do processo
Partes e procuradores
Despesas, honorários advocatícios e multas
É cabível a majoração dos honorários advocatícios à parte sucumbente no re-
curso mesmo quando não apresentada resposta pela parte contrária..................15
Sujeitos do processo
Partes e procuradores
Despesas, honorários advocatícios e multas
Descabe a fixação de honorários recursais, preconizados no art. 85, § 11, do Có-
digo de Processo Civil (CPC), quando se tratar de extraordinário formalizado
no curso de processo cujo rito os exclua.................................................................16
Sujeitos do processo
Partes e procuradores
Despesas, honorários advocatícios e multas
É possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios nos em-
bargos de declaração opostos após a vigência do novo Código de Processo Ci-
vil (CPC/2015)..........................................................................................................17
121
Sujeitos do processo
Partes e procuradores
Despesas, honorários advocatícios e multas
As partes beneficiárias da justiça gratuita não estão isentas do pagamento da
multa do art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil (CPC/1973)..........................18
Sujeitos do processo
Litisconsórcio
Litisconsórcio facultativo – Repercussão Geral
É possível o fracionamento do valor da execução, em caso de litisconsórcio
facultativo, para expedição de requisição de pequeno valor em favor de cada
credor individualmente considerado......................................................................20
Sujeitos do processo
Litisconsórcio
Litisconsórcio necessário
Condicionar o exercício do direito de ação a que sejam citados mais de nove
mil candidatos é o mesmo que negar o exercício do direito de ação. Nesse sen-
tido, a formação do litisconsórcio necessário [Código de Processo Civil (CPC),
art. 47] não pode esbarrar na cláusula pétrea de acesso à Justiça...........................21
Sujeitos do processo
Intervenção de terceiros
Assistência
Inexiste interesse jurídico legítimo, para além do simples viés econômico, na
pretensão de administrador de pessoa jurídica ingressar no feito em razão do
alegado risco de eventualmente ser considerado responsável tributário. Ade-
mais, a admissão de terceiros nessa hipótese pode ensejar a proliferação de
atores processuais, de modo a comprometer a prestação jurisdicional................22
Atos processuais
Comunicação dos atos processuais
Disposições gerais
Nos casos de intimação pessoal realizada por oficial de justiça, o prazo para a inter-
posição de recursos ou para a eventual certificação de trânsito em julgado começa
a contar a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido............... 24
122
Atos processuais
Comunicação dos atos processuais
Disposições gerais
A expressão “disponibilização” contida no § 3º do art. 4º da Lei 11.419/2006 –
o qual dispõe que se considera como data da publicação o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça Eletrônico
(DJE) – indica a data em que o ato foi divulgado às partes no DJE.........................25
Atos processuais
Comunicação dos atos processuais
Intimações
Conhecidos os beneficiários do ato atacado, estes não podem ser notificados de
forma ficta, ou seja, mediante edital. É necessária a intimação pessoal................26
123
Processo de conhecimento e cumprimento de sentença
Procedimento comum
Sentença e coisa julgada – Repercussão Geral
A força vinculativa das sentenças sobre relações jurídicas de trato continuado
atua rebus sic stantibus..............................................................................................31
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública
Os entes federados podem editar leis que estabeleçam o valor máximo para
pagamento em requisição de pequeno valor (RPV), ainda que abaixo dos va-
lores previstos no art. 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT), desde que respeitado o art. 100, § 4º, da Constituição Federal (CF)
[redação dada pela Emenda Constitucional (EC) 62/2009] e suas capacidades
financeiras................................................................................................................33
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública
Nas causas em que a Fazenda Pública for condenada ao pagamento da verba
honorária de forma global, é vedado o fracionamento de crédito único, consis-
tente no valor total dos honorários advocatícios devidos, proporcionalmente à
fração de cada litisconsorte.....................................................................................35
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública – Repercussão Geral
O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, na parte
em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pú-
blica, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-
-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais
a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio
constitucional da isonomia [Constituição Federal (CF), art. 5º, caput]; quanto
às condenações oriundas de relação jurídica não tributária, a fixação dos juros
moratórios, segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança, é
124
constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F
da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009..................................37
O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, na parte
em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazen-
da Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se
inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade
(CF, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como medida adequada a cap-
turar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a
que se destina...........................................................................................................38
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública – Repercussão Geral
A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não
atrai o regime constitucional dos precatórios........................................................43
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública – Repercussão Geral
Incidem juros da mora entre a data da realização dos cálculos e a da requisição
ou do precatório.......................................................................................................45
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública – Repercussão Geral
É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada an-
teriormente à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir
mediante precatório – Constituição Federal (CF), art. 100, caput e § 1º................47
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública
É constitucional a norma decorrente do art. 1º-B da Lei 9.494/1997, que fixa em
trinta dias o prazo para a propositura de embargos à execução de título judicial
contra a Fazenda Pública.........................................................................................50
125
É constitucional a norma decorrente do art. 1º-C da Lei 9.494/1997, que fixa em
cinco anos o prazo prescricional para as ações de indenização por danos cau-
sados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos...............................................50
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública
Não é possível fracionar honorários advocatícios proporcionalmente ao res-
pectivo crédito de cada litigante, em litisconsórcio ativo facultativo simples
em execução contra a Fazenda Pública...................................................................53
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução contra a Fazenda Pública
É possível a execução de honorários sucumbenciais proporcionalmente à res-
pectiva fração de cada um dos substituídos processuais em ação coletiva contra
a Fazenda Pública. Aplica-se esse entendimento ainda que apenas um advoga-
do represente mais de um dos legitimados coletivos.............................................55
Processo de execução
Diversas espécies de execução
Execução de alimentos
A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento
inescusável de prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança
de saldo devedor.......................................................................................................57
126
Tutela coletiva
Ação civil pública
Legitimidade ativa – Repercussão Geral
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública com o
objetivo de promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos de que
sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas........................................................59
Tutela coletiva
Ação civil pública
Legitimidade ativa
A existência de norma estadual que atribua exclusividade ao procurador-geral
de justiça para ajuizar ação civil pública contra prefeito não impede a delega-
ção de tal atribuição a promotor de justiça.............................................................61
Tutela coletiva
Ação civil pública
Legitimidade ativa – Repercussão Geral
A tutela dos direitos e interesses de beneficiários do seguro contra danos pes-
soais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT), nos casos
de indenização paga pela seguradora em valor inferior ao que determinado
na lei respectiva, reveste-se de relevante natureza social (interesse social qua-
lificado), de modo a conferir legitimidade ativa ao Ministério Público para
defendê-los em juízo mediante ação civil coletiva.................................................62
Tutela coletiva
Entidade associativa
Legitimidade ativa – Repercussão Geral
A autorização estatutária genérica conferida a associação não é suficiente para
legitimar sua atuação em juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo
indispensável que a declaração expressa seja manifestada por ato individual do
associado ou por assembleia geral da entidade.......................................................64
127
Tutela coletiva
Sentença
Eficácia subjetiva da coisa julgada – Repercussão Geral
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito
ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associa-
dos, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão
julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura
da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de
conhecimento...........................................................................................................65
128
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Ordem dos processos e processos de competência originária dos tribunais
Ação rescisória
Não cabe ação rescisória de decisões proferidas em harmonia com a jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal, ainda que ocorra alteração posterior do
entendimento do Tribunal sobre a matéria............................................................72
129
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Ordem dos processos e processos de competência originária dos tribunais
Ação rescisória
Os capítulos de julgados que resolvam questões autônomas formam sentenças
independentes entre si, passíveis de serem mantidas ou reformadas sem dano
para as demais..........................................................................................................76
130
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Ordem dos processos e processos de competência originária dos tribunais
Reclamação
Não cabe reclamação constitucional contra decisão que determina o sequestro
de valores decorrentes do rendimento de quantia depositada em conta espe-
cífica para pagamento de precatórios, tendo por parâmetro as ADIs 4.357 e
4.425..........................................................................................................................83
131
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Mandado de segurança
Legitimidade recursal
Indeferida medida liminar em mandado de segurança, a autoridade impetrada
não tem interesse recursal.......................................................................................91
132
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Recursos
Disposições gerais – Repercussão Geral
Aplica-se o § 1º do art. 511 do Código de Processo Civil (CPC) de 1973 para
dispensa de porte de remessa e retorno ao exonerar o seu respectivo recolhi-
mento por parte do INSS.........................................................................................95
133
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Recursos
Embargos de declaração
A extemporaneidade não se verifica com a interposição de recurso antes do
termo a quo. Consequentemente, não gera ausência de preenchimento de re-
quisito de admissibilidade da tempestividade...................................................... 102
134
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Recursos
Recurso extraordinário
É dispensável, para conhecimento de recurso extraordinário fundado no
art. 102, I, b, da Constituição Federal, a juntada do incidente de inconstitucio-
nalidade apreciado pela Corte de origem nos casos em que o Supremo Tribu-
nal Federal (STF) já houver se pronunciado sobre a questão...............................106
135
É legítima a utilização do salário mínimo quando tiver por finalidade apenas a
expressão do valor inicial de indenização............................................................. 111
136
Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais
Recursos
Recurso extraordinário
É possível o controle pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de decisões ho-
mologatórias de sentenças estrangeiras proferidas pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ). No entanto, embora possível, a interposição de recurso extraor-
dinário contra esses acórdãos do STJ deve ser examinada com rigor e cautela,
de forma que somente se pode admitir o recurso quando demonstrada, clara e
fundamentadamente, a existência de afronta à Constituição.............................. 118
137
Este livro foi produzido na Coordenadoria de Divulgação
de Jurisprudência, vinculada à Secretaria de Documentação do
Supremo Tribunal Federal. Foi projetado por Eduardo Franco Dias
e composto por Camila Penha Soares e Neir dos Reis Lima e Silva.
A capa foi criada por Patrícia Amador Medeiros.
A fonte é a Dante MT Std, projetada nos anos 1950 por Giovanni
Mardersteig, influenciado pelos tipos cunhados por Francesco
Griffo entre 1495 e 1516, e editada em versão eletrônica por Ron
Carpenter em 1993.