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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

SECRETARIA DAS SESSÕES

ATA N9 25 DE 30 DE MAIO DE 1990


(SESSÃO ORDINÁRIA DO PLENARIO)
APROVADA EM DE 19
PUBLICADA EM DE 19
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIAO

Ata n9 25, em 30 de' maio de 1990


(Sessão Ordinária do Plenário)
Presidência do Ministro Adhemar Paladini Ghisi
Procurador-Geral: Dr. Francisco de Salles Mourão Branco
Secretário das Sessões: Bçl Raul Freire
Subsecretário: Bçl Josadak Pereira de Oliveira
Com a presença dos Ministros Luciano Brandão Alves de Souza,
Fernando Gonçalves, Carlos Átila Álvares da Silva, da Ministra lvia
Lordello Castello Branco, dos Ministros Homero dos Santos . e Paulo
Affonso Martins de Oliveira, dos Ministros-Substitutos Bento Jose Bu
garin e Jose Antonio Barreto de Macedo e do Auditor Lincoln Magalhãe
da Rocha, bem como do Procurador-Geral, Dr. Francisco de Salles Mourão
Branco, o Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi, declarou aber
ta a Sessão Ordinária do Plenário ãs quatorze horas e trinta minutos -,-
havendo registrado que se encontrava em ferias o Ministro Marcos Vini
cios Rodrigues Vilaça (Regimento Interno do Tribunal de Contas da
União, artigos 59, 79 e 89, 15 caput, 17 itens I a V e 62 itens Te VI,
73 item IV e 139 parágrafo único).
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DE ATA
Apresentada pela Presidência do Tribunal
O Tribunal Pleno aprovou a Ata n9 21, da Sessão Ordinária
realizada em 16 de maio corrente, cujas copias autenticadas haviam si
do previamente distribuídas aos Ministros e ao Representante do Mini
terio Público (Regimento Interno, artigo 99, item I e artigos 15 in
fine e 18).
NOMEAÇÃO DE NOVO MINISTRO DO T.C.U.
Comunicação do Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi
"Senhores Ministros,
Senhor Procurador-Geral:
Tenho a grata satisfação de comunicar ao E. Plenário que o
Diário Oficial de 29 de maio de 1990, em sua Seção II, publica decre
to de 28 do mesmo mês, republicado no Diário Oficial de hoje, Seção
II, por ter saldo com incorreção, no qual o Excelentíssimo Senhor Pre
sidente da República nomeia o Dr. Olavo Drummond para o cargo de Mi
nistro desta Corte de Contas.
Oportunamente será convocada Sessão Especial para dar posse
ao Ministro recém-nomeado."
RELATÓRIO TRIMESTRAL DAS ATIVIDADES DO T.C.U.
Comunicação do Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi
"Senhores Ministros,
Senhor Procurador-Geral:
Comunico ao E. Plenário que no dia 24 de maio p.passado foi
encaminhado ao digno Presidente do Congresso Nacional, Senador Nelson
Carneiro, o Relaterio Trimestral das Atividades do Tribunal de Contas
da União, referente. ao 19 trimestre do corrente ano, em cumprimento
ao disposto nó art. 71, § 49, da Constituição."
-02-

TRIBUNA_ DE CONTAS DA UNIÃO

CLIENTELAS DAS INSPETORIAS DE CONTROLE EXTERNO


Comunicação do Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi
"Senhores Ministros,
Senhor Procurador-Geral:
Comunico ao E. Plenário que, atendendo ã ponderação do .Ex raP
Sr. Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, assinei a Portaria n9
038/90, na qual foram incorporadas suas sugestões apresentadas na Ses-
são de 09 de maio p.passado.
Nessa oportunidade, fizemos a descentralização das presta-
ções de contas de 33 empresas para as Inspetorias-Regionais de Contro-
le Externo.
Em conseqUência, ficaram, na Sede, apenas a 8 e 9 IGCEs
encarregadas do exame das prestações de contas das empresas públicas
e sociedades de economia mista.
Copia da referida Portaria já foi distribuída aos Gabinetes
dos Senhores Ministros e do Sr. Procurador-Geral."
SELO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DE CRIAÇÃO DO T.C.U.
Comunicação do Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi
"Senhores Ministros,
Senhor Procurador-Geral:
Comunico, ainda, ter recebido expediente do Dr. José Carlos
Rocha Lima, Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégra-
fos, informando que atendendo ã nossa solicitação e considerando a re-
levância do evento, foi incluido no Programa de Emissões para 1990, o
lançamento de 'Selo Comemorativo do Centenãrio de Criação do T.C.U." -

REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Comunicação do Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi
"A Presidência comunica que recebeu, do Sr. Vice-Presidente
da Corte, Ministro Carlos Atila, dois Tomos da Revista do Tribunal de
Contas da União, correspondentes ao numero 40 e referentes ao més de
junho de 1989. A Presidencia, na oportunidade, se congratula com S.Ex,
o Sr. Ministro Carlos Atila, por estar bem fielmente cumprindo as suas
altas e nobilitantes funções de supervisor da nossa Revista."
Fala do Ministro Carlos Atila Alvares da Silva
"Sr. Presidente, apenas para fazer um breve registro. Eu so
licitaria que constasse de Ata um elogio ã Secretária Executiva da no
sa Revista, D .r. Maria Ângela Matos da Silva, que foi grandemente re
ponsável pela atualização da publicação da nossa Revista.
Solicito, também, que seja expedido um agradecimento ao novo
Diretor da Imprensa Nacional, Dr. Itler Czar Bado, que, apesar dos
problemas em matéria de equipamentos, de verba e de pessoal, que a Im
prensa Nacional vem enfrentando, fez uma deferência especial ao Trib2
nal, fez um esforço para que esse niimero se abreviasse. Também já t
nho de S.S a informação de que os dois outros niimeros seguintes est -a-
rão no prelo e serão distribuídos até o final do mês de junho prOximo -,-
portanto na primeira semana de julho os outros dois números estarão já
distribuídos e a Revista estarã assim atualizada. De forma que a soui
citação que faço e que primeiro se registre o elogio ã Secretária Ex
cutiva da Revista e, em segundo lugar, que o Tribunal, por intermédio
da Presidéncia, formalmente agradeça ao Diretor da Imprensa Nacional
essa deferência especial que fez para com a Corte.
Obrigado."
- 03 -

TRIBUNAL !X CONTAS DA UNIÃO

PLANO DE AÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPCBLICA PARA AS PESSOAS DEFICIENTES


- Requerimento do Ministro Fernando Gonçalves
O Tribunal Pleno, por unanimidade, deferiu, ante asrazaes ex
postas e para os fins indicados, .o seguinte requerimento formulado
lo Ministro Fernando Gonçalves, em todos os seus termos (Proc. 009 1507
/90-0).
"Sr. Presidente,
Srs. Ministros,
Sr. Procurador-Geral:
Estou tomando conhecimento, através da Imprensa Nacional, que
foi aberto, no dia 29 do corrente mês, em Salvador-BA,o IV Encontro Na
cional de Entidades de Deficientes Físicos, tendo como tema 'Em Busc
de Soluçaesi.
Organizado pela Associação Baiana dos Deficientes Físicos
(ABADEF), com o apoio do Movimento e Ação Integrada Social,o evento se
estendera ate o dia 03 de junho, com mais de 150 participantes, repre
sentando 51 entidades de 20 estados brasileiros.
Entre outros temas, o Encontro vai discutir o Plano deAçãoda
Presidência da República para as pessoas deficientes. Para isso, esta
ra presente, segundo se anuncia, a Chefe da Coordenadoria Nacional p -a
ra a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), do Ministe
rio da Ação Social, Sr q Maria de Lourdes Canzianni.
Como sabem os Srs. Ministros, a Constituição Federal de 1988
destacou, de forma especial, o problema dos deficientes físicos, nos
seus arts. 79, inciso XXXI, 23, inciso II, 24, inciso IV, 37, inciso
VIII, 203 incisos II, IV e V, 208, inciso III, 227, parágrafo 29,e art.
244. Criou-se, assim, um arcabouço legal de respeito aos direitos de
cidadania da pessoa portadora de deficiencia, que nada deve aos países
mais desenvolvidos.
É bom citar que na França, há um Ministro Extraordinário, li
gado diretamente ao Presidente da República, encarregado da questão d'Eé
deficiente, nos Estados Unidos há um orgão ligado a Casa Branca, e a
ONU fez dos anos 80 a década do deficiente.
Realmente, não é possível que se ignore que em nosso Pais 10%
da população l numero ao redor de 15 milhaes de brasileiros, é portado
ra de deficiencia e nem sempre tem recebido a atenção devida por parte'
dos governantes. Mister se faz, portanto, que este Tribunal, com asua
alta sensibilidade social demonstrada ao longo de sua historia, procure
colaborar, dentro de suas prerrogativas constitucionais, com este segmen
to da população tão fragilizado equase sempre marginalizado.
A Presidenta do Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos
da Pessoa Portadora de Deficiência-IBDD, Sr Q Tereza Costa d'Amaral, em
artigo divulgado pela imprensa, declara que 'sem continuidade adminis
trativa, técnica, política, sem pessoal, sem execução orçamentaria, sem
responsabilidade em sua função interministerial, a CORDE-Coordenadoria
Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Deficiencia esta des
truída'. Prossegue dizendo: 'A Fundação Hilton Rocha, em Belo Horizon-
te e um .exemplo dessa situação; não poderã manter seu atendimento, cer-r-
tro de um sistema que se procurou iniciar, sem contar com a participa-
ção do governo em suas atividades de prevenção, saGde e educação'. Mais
adiante informa: 'Foi ato de responsabilidade do Governo Federal e do
Congresso Nacional promulgarem, em outubro de 1989, a Lei n97 853, que
se tornou instrumento maior de defesa do deficiente e reestruturou a
CORDE. Foi ato de justiça porque nela o Estado assumiu obrigações a
que até então, constantemente fugira. É necessãrio que haja,agora,ato
de verdade, para que fique formalmente estabelecida a posição assumida
pelo novo Governo'.
- 04 -

TROWIDECONTASDAUWO 30.05.90
Constatei, através de pesquisa no SIAFI-Sistema Integrado de
Administração Financeira, que as preocupações da Sr Presidenta do
IBDD são procedentes, eis que os demonstrativos disponíveis sobre exe
cução orçamentaria evidenciam tentativas frustradas de efetivação de
despesas, quando praticamente todos os empenhos foram objeto de poste
rior anulação.
Assim, Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr. Procurador-Geral,
nos termos do art. 18, do Regimento Interno, requeiro, ouvido o Plena
rio, que sejam adotadas as seguintes providências, fixando, desde logo,
o prazo de 15 dias para o atendimento:
19) solicitaçãoaExlPaSr Ministra da Ação Social do inteiro
teor do Plano de Ação da Presidência da República para as pessoas
deficientes;
29) que informe a esta Corte, tendo em vista a reforma admi
nistrativa efetivada pela Medida ProvisOria n9 150, de 15.03.90, .J
regulamentada pelo Decreto n9 99.244, de 10.05.90, o total dos re
cursos orçamentarios destinados, em 1990, para a Coordenadoria Na
cional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, com
os respectivos valores empenhados e executados ate a presente data;
39) determinar ã 7 IGCE o acompanhamento da execução orça
mentária dos recursos destinados ã CORDE, para o fim da fiscaliza
ção financeira, orçamentária e operacional prevista no art. 71, iri
ciso VII, da Constituição da Republica Federativa do Brasil."
PROCESSOS RELACIONADOS
O Tribunal Pleno, ao acolher os Votos emitidos e as Propos
tas de Decisão apresentadas, aprovou as Relações de processos submeti
das a Plenário, pelos respectivos Relatores (v. Anexo I desta Ata), na
formado seu Regimento Interno, artigos 59, 99, item III, 19 e 102; e
Decisão Normativa n9 07, de 04 de novembro de 1980, artigo 29.
PROCESSOS INCLUrDOS EM PAUTA
Passou-se, em seguida, à apreciação de processos incluídos
nas Pautas adiante indicadas, havendo o Tribunal Pleno proferido as De
liberações que se inserem nos Anexos II a VI desta Ata, por classes
de assunto e acompanhadas dos correspondentes RelatOrios e Votos e - pro
posta de Decisão, bem como de pareceres em que se fundamentaram (Regi
mento Interno, artigos 59, 99, itens IV e V, §§ 19 a 39 e 59 a 79, 17
item V e 46):
19) na Pauta organizada, sob n9 01, em 30 de janeiro de 1990,
o processo n9 700 288/87-2, relatado pelo Auditor Lincoln ivlagalhães
da Rocha;
29) na Pauta organizada sob n9 13, em 30 de abril de 1990, o
processo n9 625 337/88-3, relatado pelo Ministro Carlos Atila; e
39) na Pauta organizada, sob n9 15, em 23 de maio de 1990,
os processos n9s 012 186/86-4 e 000 945/86-2, relatados pelo Minis
tro Carlos Atila Alvares da Silva.
Foi incluído em Pauta, a teor do disposto no artigo 99 § 59
e 79 do Regimento Interno, e apreciado nesta data, o processo n9
007 209/89-4 (Relatado pelo Ministro Luciano Brandão Alves de Souza).
Ficou adiada, para Sessão subseqüente, na forma regimental,
a apreciação dos processos incluídos na Pauta n9 16, de 22 de maio cor
rente, pelos seguintes Relatores:
a) Ministros Luciano Brandão Alves de Souza, os procs. n9s
019 148/85-2, (com os apensos n9s 575 629/85-1, 008 673/87-0 e
010 979/88-3) e 275 187/89-6;
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Ministro Fernando Gonçalves, os procs. n9s 500 525/89-7,


674 031/88-1 e 003,453/89-8;
Ministro Carlos Atila Alvares da Silva, os procs. n9s
625 009/87-8 (com o apenso n9 625 451/85-6), 625 239/87-3 (com o
apenso n9 625 507/86-0) e 006 255/89-2;
Ministra lvia Lordello Castello Branco, os procs. n9s
004 898/87-7, 010 664/86-6, 010 629/85-8, 012 324/89-2, 700 005/
/87-0, 700 395/87-3 (com o anexo 700 414/86-0), 649 010/88-4 (com
o apenso n9 625 388/87-9), 400 136/88-0 e 011 126/89-2;
Ministro Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, os procs. n9s
011 962/89-5, 550 268/89-8, 699 018/89-7 e 013 351/89-3;
Ministro Homero dos Santos, os procs. n9s 011 062/85-1,
475 055/89-6 e 009 018/88-3;
Ministro Paulo Affonso Martins de Oliveira, os procs. n9s
324 009/89-5 (com o anexo n9 300 103/88-3), 575 336/89-7, 500 488/
/89-4 e 625 132/90-4;
Ministro Bento José Bugarin, os procs. n9s 011 835/88-5 e
003 449/89-0; e
Auditor Lincoln Magalhães da Rocha, os procs. n9s 450 016/
90-0 e outros (no total de 28), 010 189/88-2 e 010 704/86-8.
Por proposta da Presidência, os trabalhos em Plenãrio foram
interrompidos as dezessete horas e vinte minutos e reiniciados ãs de
zessete horas e trinta e cinco minutos.
ENCERRAMENTO
O Presidente, Ministro Adhemar Paladini Ghisi, deu por encer
rada a Sessão Ordinãria do Plenãrio as dezoito horas, havendo antes corl
vocado, ex-vi do disposto no artigo 10 do Regimento Interno, para ser
realizadaterça-feira, dia 05 de junho prOximo, logo aPOs o termino da
Sessão Ordinária da Primeira Cãmara, uma Sessão Extraordinária destina
da ã apreciação de processos restantes e jã incluídos em p a. _
Para constar, lavrou-se a presente Ata, que —4- ‘1?,
M
Antonio da Silva Ferreira, Diretor da Divisão competente, su screvi,
indo adiante assinada pelo Secretario das Sess6es, e, depois de aprova_
da, pelo Presidente do Tribunal.

Raul yeire
Secretãri das Sess6es
Aprovada em 20 1990

ADHEMA ALADIN' GHISI


Presidente
06

Anexo I da Ata n9 25, de 30 de maio de 3990


(Ses -s-rO Ordinãria do PleFI-Mo)
PROCESSOS RELACIONADOS
Relações de processos organizadas pelos respectivos Relato
res e aprovadas pelo Tribunal Pleno, ao acolher os Votos emitidos
a Proposta de Decisão (Regimento Interno, artigos 99, item III, 19 e
102; e Decisão Normativa n9 07, de 04 de novembro de 1980, art. 29).
,á&P
ses0"
900'1' dss
Rer -- ao no 005/90
07
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Relação dos processos submetidos à deliberação do Plenário de


acordo com os arts. 90 item III e 102 do Regimento Interno.

Relator: Ministro LUCIANO BRANDÃO ALVES DE SOUZA


TOMADAS DE CONTAS
Ministério da Educação e Cultura

01 - TC-007.695/89-6 - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE


Resp.: Hemitério José da Silva relacionado às
fls. 33v
Exercício de 1987
Voto: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos
interessados, de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomenda
ções propostas.
Ministério da Fazenda
01 - TC-224.012/89-4 - Delegacia da Receita Federal em Maceió
Resp.: Maria Mônica Pinheiro de Negreiros e de
mais relacionados às fls.44 a 47
Exercício de 1988
Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
de acordo com os pareceres,com a comunicação alvitrada.
02 - TC-249.026/89-9 - Delegacia de Administração do Ministério da Fa
zenda - Amazonas
Resp.: Raimundo Martins de Mendonça e demais re
lacionados às fls. 01 e 02
Exercício de 1988
03 - TC-599.032/89-8 - Delegacia do Serviço do Patrimônio da União-RJ
Resp.: Zedyr Macedo e demais relacionados às
fls. 29
Exercício de 1988
Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
de acordo com os pareceres.
04 - TC-574.023/88-7 - Superintendência Regional da Receita Federal-No
na Região Fiscal no Paraná
Resp.: Egar Diaz e demais relacionados as fls.
01 a 04
Exercício de 1987
Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomendações propos-
tas.

05 - TC-649.026/89-6 - Delegacia do Serviço do Patrimônio da União/RS


Resp.: Carlos Alberto Medeiros Morganti e demais
relacionados fls. 01 e 02
Exercício de 1988

Voto: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


interessados, de acordo com os pareceres.

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O8 voe'
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Ministério do Trabalho
01 - TC-006.711/89-8 - Secretaria Geral/Entidades Supervisionadas
Resp.: Eros Antonio de Almeida e demais relacio
nados às fls. 02
Exercício de 1988
Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomendações propos-
tas, após ter sido desapensado do TC-012.375/88-8

Presidência da República
01 - TC-006.717/89-6 - Consultoria Geral da República-CGR
Resp.: João de Carvalho Oliveira e demais rela-
cionados às fls. 02
Exercício de 1988

Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,


de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomendações propos
tas
PRESTAÇÕES DE CONTAS

Ministério das Comunicações


01 - TC-011.378/89-1 - Telecomunicações de Rondônia S/A - TELEROM
Resp.: José Carlos Magalhães de Toledo e demais
relacionados às fls. 02 a 04
Exercício de 1988

Voto: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


interessados, de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomenda
ções propostas.
Ministério da Educação e Cultura
01 - TC-625.435/89-3 - Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas
em Porto Alegre/RS
Resp.: Heitor Masson Cirne Lima e demais relacio
nados às fls. 01
Exercício de 1988

Voto: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


interessados, de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomenda
ções propostas.

Ministério da Fazenda

01 - TC-649.058/89-5 - Meridional Distribuidora de Títulos e Valores Mo


binários S/A.
Resp.: Lori Ferrazzo e demais relacionados às
fls. 02 e 03
Exercício de 1988

Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,


de acordo com os pareceres.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

02 - TC-649.054/89-0 - Meridional Artes Gráficas Ltda


Resp.: Erasmo Carvalho de Souza e Luiz Fernando
Castro Carvalho relacionados às fls. 03
Exercício de 1988

Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,


de acordo com os pareceres, fazendo-se as recomendações propos
tas.

03 - TC-013.446/89-4 - Companhia América Fabril - em liquidação


Resp.: Joberte Francisco de Barros (fls. 01,item
4).
Exercício de 1988

Voto: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


interessados, de acordo com os pareceres, com a comunicação alvi-
trada.

Recursos do Fundo Partidário

01 - TC-325.187/90-8 - Diretório Regional do Partido da Frente Liberal-


GO
Resp.: Dep. Vilmar da Silva Rocha
Exercício de 1989

Voto: Pela regularidade das contas, dando-se quitação ao responsável,


de acordo com os pareceres.

PRESTAÇÕES DE CONTAS
(Royalties do Petróleo - Lei 7.525/88)

01 - TC-425.133/89-3 - Prefeitura Municipal de Santa Luzia D'Oeste/R0


Resp.: Pedro de Lima Paz
Exercício de 1987
02 - TC-600.163/89-0 - Prefeitura Municipal de São José Mipibu/RN
Resp.: Leonel Luís dos Santos
Exercício de 1988
03 - TC-600.168/89-1 - Prefeitura Municipal de Bom Jesus/RN
Resp.: Severino Azevedo de Oliveira
Exercício de 1988
Voto: Pelo arquivamento dos processos, com baixa na responsabilidade
dos interessados, de acordo com os pareceres, fazendo-se as reco
mendações propostas.

INSPEÇÃO ORIDINARIA
Ministério da Fazenda

01 - TC-625.597/89-3 - Banco Meridional do Brasil S/A


Resp.: Carlos Tadeu Agrifóglio Vianna
Período de 21.01 a 08.12.89
10
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA0

Voto: Pela juntada do processo às contas do exercício para exame em con


junto e em confronto, dando-se ciência à Ministra Supervisora da
área, para as providências cabíveis.

Sala das Sessões, em. 30 de mai e 1990

IANO BRANDÃO ALVES DE SOUZA


Ministro-Relator
11
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA° Relação n9 010/90

Relação dos processos submetidos ã deliberação do Plenário,


de acordo com os arts. 99 item III e 102 do Regimento Interno.

Relator: Ministro FERNANDO GONÇALVES

TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS


Ministério da Agricultura

01 - TC - 007 429/89-4 - Coordenadoria Executiva de Serviço Administra


tivo e Comunicação Social do PRONI
Resp.: José Maurício Umbelino Lobo e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
02 - TC - 007 434/89-8 - Secretaria Executiva do PRONI
Resp.: José Maurício Umbelino Lobo e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
03 - TC - 007 435/89-4 - Entidades Supervisionadas da Secretaria Execu
tiva do PRONI
Resp.: José Maurício Umbelino Lobo e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
04 - TC - 006 841/89-9 - Gabinete do Ministro
Resp.: Ubiratan Gonçalves de Araújo e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
de acordo com os pareceres.

05 - TC - 499 014/89-8 - Delegacia Federal de Agricultura/PB


Resp.: Walter Lima de Almeida
Exercício de 1988
VOTO: Pela baixa na responsabilidade do Ordenador, com arquivamento do
processo, nos Termos do Enunciado n9 142, da Súmula da Jurispru
ciência do Tribunal e pela regularidade das contas, dando-se quita
ção ao responsável pelo Almoxarifado, de acordo com os pareceres.
06 - TC - 349 031/89-4 - Projeto Fundiário de Gurupi-TOCANTINS
Resp.: Djane Lacerda e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pelo arquivamento do processo com baixa na responsabilidade dos
gestores (períodos indicados), e pela regularidade das contas dos
respon,sáveis pelo Almoxarifado, de acordo com os pareceres, sem
prejuizo da recomendaçao proposta.
07 - TC - 599 016/89-2 - Delegacia Federal de Agricultura
Resp.: Octávio Denys Neto e outro
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade do
Ordenador de Despesa e pela regularidade das contas do responsá
vel pelo Almoxarifado, sem prejuízo da recomendação proposta, cie
acordo com os pareceres.
'

go° c
SIP°
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA° Relaçã n9 010/90

08 - TC - 624 021/89-0 - Delegacia Federal de Agricultura no Estado do


Rio Grande do Norte
Resp.: Laércio Bezerra de Araujo e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação ao responsãvelpe
lo Almoxarifado e pela baixa na responsabilidade com arquivamen
to do processo, quanto aos demais gestores, sem prejuízo das reco
mendações propostas de acordo com os pareceres.

09 - TC - 324 010/89-3 - Delegacia Federal de Agricultura/ES


Resp.: João Belizãrio Bortulini e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pela baixa na responsabilidade dos Ordenadores de Despesas e ar
quivamento do processo, sem prejuízo das recomendações propostas,
de acordo com os pareceres.

10 - TC - 549 015/89-2 - Delegacia Federal de Agricultura no Piauí


Resp.: Antônio Francisco Nogueira Netoe outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pelo arquivamento dos autos, com baixa na responsabilidade dos
gestores, de acordo com os pareceres, sem prejuízo das recomenda
ções propostas e na forma sugerida pelo Ministério Público.

11 - TC - 549 018/89-1 - Centrais de Abastecimento do PiauíS.A-CEASA/PI


Resp.: João Batista Couto Castelo Branco e ou
tro
Exercício de 1988 (períodos indicados)
VOTO: Pelo arquivamento dos autos, sem baixa na responsabilidade, de
acordo com os pareceres.

12 - TC - 000 300/88-8 - Grupo Executivo das Terras do Araguaia -TOCAN


TINS/GETAT - em São Geraldo do Araguaia/PA —
Resp.: Ruberval Gomes da Silva e outro
Exercício de 1987 (períodos indicados)
13 - TC - 000 374/88-1 - Grupo Executivo das Terras do Araguaia - TOCAN
TINS/GETAT
Resp.: José Quixabeira Neto e outro
Exercício de 1987 (períodos indicados)
14 - TC - 007 430/89-2 - Companhia de Participação Agroindustrial -
BRASAGRO
Resp.: Dejandir Dalpasquale
Exercício de 1988 (período indicado)
15 - TC - 424 028/89-1 - Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do
Sul - CEASA/MS
Resp.: Odon Pereira de Oliveira e outros rela
cionados às fls. 01
Exercício de 1988 (períodos indicados)

VOTO: Pela baixa na responsabilidade dos ordenadores de despesa, com ar


quivamento dos processos, nos termos do Enunciado n9 142, da SúrriiTi
la da Jurisprudência deste Tribunal, de acordo com os pareceres,
- 03 -
13
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Relação n9 010/90
Ministério das Comunicações
16 - TC - 524 040/89-3 - Telecomunicações de Pernambuco S.A. /TELPE
Resp.: Lauro de Lyra Montarroyos e outros
Exercício de 1988 (períodos indicados)

VOTO: Pelo arquivamento com baixa na responsabilidade dos administrado


res, sem prejuízo das recomendações propostas, de acordo com os
pareceres.

Ministério das.Minas e Energia


17 - TC - 006 723/89-6 - Gabiente do Ministro - MME
Resp.: Walter Batista Alvarenga e outros rela
cionados às fls. 02.
Exercício de 1988 (períodos indicados)

VOTO: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


ordenadores de despesas, de acorco com os pareceres.
Ministério da Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente
18 - TC - 009 174/88-5 - Empresa Brasileira de Transportes Urbanos-EBTU
Resp.: Teimo Borba Magadan e outros
Exercício de 1987 (períodos indicados)
VOTO: Pelo sobrestamento das respectivas contas, de acordo com os pare
ceres.

Ministério da Previdência e Assistência Social


19 - TC - 008 519/87-0 - Departamento de Administração do MPAS
Resp.: Paulo de Oliveira Chaves e outros rela
cionados às fls. 03.
Exercício de 1986 (períodos indicados)

VOTO: Pelo arquivamento das contas, com baixa na responsabilidade do or


denador de despesas e pela regularidade das contas do responsável
pelo Almoxarifado, sem prejuízo da recomendação proposta, de acor
do com os pareceres.

Fundo Especial da Lei n9 7.525/86


(Royalties/Petrobrás)
20 - TC - 425 085/89-9 - Prefeitura Municipal de Nova Canaã do Norte-MT
Resp.: Evaldo Jung
Exercício de 1988
21 - TC - 325 093/90-3 - Prefeitura Municipal de Damianópolis - GO
Resp.: Elias Maximino Lelis
Exercício de 1988
22 - TC - 600 234/88-6 - Prefeitura Municipal de Ceará - Mirim/RN
Resp.: Roberto Pereira Varella
Exercício de 1988

VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,


de acordo com os pareceres.
*oiro
- 04 - ovOc'll g). 0 "?'"5
60"G°
14
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Relaç o n9 010/90
Fundo Especial da Lei n9 7.525/86
(Royalties/Petrobrãs)
23 - TC - 600 053/90-3 - Prefeitura Municipal de Canguaretama - RN
Resp.: Juares Francisco Rabelo
Exercício de 1988
24 - TC - 275 102/90-4 - Prefeitura Municipal de Parambu - CE
Resp.: Francisco Alves Teixeira
Exercício de 1988
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,
sem prejuízo das recomendações propostas, de acordo com os pareceres.
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL
25 -_TC - 002 640/89-9 - Prefeitura Municipal de São José do Cerrito/SC
Resp.: Alfredo Melo Sobrinho
VOTO: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade do
gestor, de acordo com os pareceres.
em 0 de maio de 1990.
41111110 -...., 400
ANJO -: ÇALVES
Ministre "elator
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

/5
Relação 07/90
Relação dos processos submetidos a PLENÁRIO, para votação
na forma do Regimento Interno, art. 9Q, item III e 102.

Relator: MINISTRO CARLOS ÃTILA

PRESTAÇÃO DE CONTAS

MINISTÉRIO DA MARINHA

01 - TC-001.300/90-3 - Caixa de Construção de Casas para o Pessoal do


Ministério da Marinha - (CCCPMM)
Responsáveis: Armando Fernandes de Carlos e
demais relacionados à fl. 76, nos períodos in-
dicados.
Exercício de 1988
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA

02 - TC-011.409/89-4 - Companhia ítalo - Brasileira de Pelotização


ITABRASCO
Responsáveis: Helder Zenóbio e demais rela-
cionados à fl. 12, nos períodos indicados.
Exercício de 1988
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis
de acordo com os pareceres.

TOMADA DE CONTAS

MINISTÉRIO DA MARINHA

03 - TC-003.872/90-4 - Comissão Naval Brasileira em Washington


Código: 886
Responsáveis: Wanderley Seabra Pinto e demais
relacionados à fl. 02, nos períodos indicados.
Exercício de 1988

04 - TC-003.873/90-0 - Comissão Naval Brasileira na Europa


Código: 893
Responsáveis: Claudio de Andrade Teixeira e
demais relacionados à fl. 02, nos períodos in-
dicados.
Exercício de 1988

05 - TC-008.244/89-8 - Comando do Primeiro Esquadrão de Helicópteros


de Instrução
Código: 614
Responsáveis: Carlos Roberto de Oliveira Candi-
do Pereira e demais relacionados à fl. 01, nos
períodos indicados.
Exercício de 1988

A49-,
-1-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

16
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA

06 - TC-599.021/89-6 - Escritório de Representação do Conselho Nacio-


nal de Petróleo - CNP - MME - RJ
Responsáveis: Norton Giraffa Sereno e demais
relacionados ã fl. 01, nos períodos indicados.
Exercício de 1988
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis
de acordo com os pareceres.

T.C.U., Sala das Sessões, em 30 de maio de 1990

arlos Atila lvares da Silva


Ministro-Relator

-2-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 17
Relação NQ 013/90

Relação dos processos submetidos à PLENÁRIO, para votação,


na forma do Regimento Interno, art. 92, III e 102.

Relatora: Ministra ÉLVIA L. CASTELLO BRANCO

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
01 - 007.693/89-3 - Diógenes Timo Silva, responsável pelas contas da
Prefeitura Municipal de Virgem da Lapa/MG.
(Recursos transferidos do FNDE)
VOTO - Pela baixa na responsabilidade dos Admi-
nistradores, fazendo-se as recomendações sugeridas e arquivando-
se o processo, de acordo com os pareceres (Súmula TCU nQ 142).

MINISTÉRIO DO INTERIOR
02 - 011.467/87-8 - Gilberto Antonio Borges, responsável, ex-servidor
da Fundação Nacional do Indio - FUNAI.

VOTO - Pelo arquivamento do processo de acordo com os


pareceres (Súmula 132).

TOMADA DE CONTAS
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
03 - 006.337/89-9 - Luiz Antônio Guimarães Marre), e outros
relacionados às fls 02, nos períodos ali
citados. responsáveis pelas contas do
Gabinete do Ministro/MJ, exercício de 1988.
VOTO - Por que se3a sobrestado o julgamento das
presentes contas, de acordo com os pareceres.

04 - 599.052/89-9 - Cnéa Cimini Moreira de Oliveira e outros


relacionados às fls.29, responsáveis pelas
contas da Procuradoria Regional do Trabalho -
14 REGIÃO/RJ, exercício de 1988.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


05 - 474.029/89-1 - Nelson Alves Cunha e outros relacionados às
fls.01,responsáveis pelas contas da
Procuradoria Regional do Trabalho -84
REGIÃO/PA, exercício de 1988.

VOTO - Pela regularidade das contas, dando-se quitação


aos responsáveis, de acordo com os pareceres.

-1-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

MINISTÉRIO DA EDUCACAO
06 - 324.019/89-0 - César Ricardo Maia de Vasconcelos e outros
300.056/89-3 relacionados às fls. 01/02, nos períodos ali
(apenso) indicados, responsáveis pelas contas da
Delegacia do MEC/ES, exercício de 1988.

VOTO - Por que seja sobrestado o julgamento das


presentes contas, de acordo com os pareceres.

PRESTACAO DE CONTAS
SEPLAN/PR
01 - 649.062/89-2 - Henrique Anawate, responsável pelas contas da
Mineração Carmec Ltda, período de 01/07/88 a
31/03/89, no Rio Grande do Sul.
MINISTÉRIO DO TRABALHO
02 - 005.851/89-0 - Zorohar Menezes e outros relacionados às fls. 23
a 29, responsáveis pelas contas dos Conselhos
Regionais de Profissionais de Relações
Públicas, exercício de 1988.

VOTO - Pela regularidade das contas, dando-se quitação


aos responsáveis, de acordo com os pareceres.

FUNDO ESPECIAL - LEI NQ 7.525/86


03 - 600.200/89-2 - João Raimundo Sobrinho, responsável pelos
recursos recebidos da Petrobrás, exercício de
1988. Prefeitura Municipal de Sítio Novo/RN.
VOTO - Pela regularidade das contas. dando-se quitação
aos responsáveis, de acordo com os pareceres, e fazendo-se a
recomendação proposta.

04 - 650.256/89-1 - Hilário Pomermayer e outros, responsáveis pelos


650.028/88-0 recursos recebidos da Petrobrás, exercícios de
(anexo) 1987/1988, Prefeitura Municipal de Anchieta/SC.

VOTO - Por que seja sobrestado o julgamento das


presentes contas, de acordo com os pareceres.

T. C. U. , Gabinete de Ministro, em 28 de maio de 1990.

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VIA L. O BRA
Ministra-Relatora

-2-
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6 0
19
TRIBUNA!. DE CONTAS DA uNidp
RELAÇÃO N9 011/90 - PLENÁRI

Relação dos processos submetidos a PLENÁRIO, para votação, na


forma do Regimento Interno, art. 99, III e 102.

Relator: MINISTRO HOMERO SANTOS

TOMADA DE CONTAS

Ministério da Ciência e Tecnologia

01 - TC-249.055/89-9 - Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia-INPA


Responsáveis: Herbert Otto Roger Schubart e ou
tros relacionados às fls. 01 (períodos indica
dos).
Exercício: 1988

VOTO: Pelo arquivamento do processo, com baixa na responsabilidade dos


Administradores e pela regularidade das contas do Almoxarifado,
dando-se quitação aos responsáveis, de acordo com os pareceres.
Ministério da Cultura

02 - TC-005.906/89-0 - Secretaria de Difusão e Intercãmcio Cultural-


SEDI.
Responsáveis: Ana Maria Tapajós e outros relacio
nados às fls. 02 (períodos indicados).
Exercício: 1988
VOTO: Pelo arquivamento do processo, dando-se baixa na responsabilidade
dos Administradores, sem prejuízo das recomendações propostas, de
acordo com os pareceres.

Ministério da Indústria e do Comércio


03 - TC-007.231/89-0 - Secretaria Geral - MIC - SPO - APOIO
Responsáveis: Wilson Alves de Aragão e outros re
lacionados às fls. 02 (períodos indicados).
Exercício: 1988

VOTO: Pelo arquivamento do processo, dando-se baixa na responsabilidade


dos Administradores, de acordo com os pareceres.

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL


Ministério da Educação

04 - TC-011.005/89-0 - Prefeitura Municipal de Aroeiras-PB (Fundo Nacio


nal de Desenvolvimento da Educação - FNDE).
Responsável: •Gilberto Bezerra de Souza
VOTO: Pelo arquivamento do processo, dando-se baixa na responsabilidade
do Administrador, de acordo com os pareceres.

- continua
0,21
20
TRIDUNAL DE CONTAS DA UNIA()
Relação n9 011/90 - Plenário 02.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Fundo Especial da Lei n9 7.525/86


(Royalties/Petrobrás)
05 - TC-650.200/88-8 - Prefeitura Municipal de Xavantina-SC
Responsável: Albino Ghidorsi
Exercício: 1987
06 - TC-325.019/90-8 - Prefeitura Municipal de Monte do Carmo-GO
Responsável: Rosário Carneiro de Oliveira
Exercício: 1988

VOTO: Pelo arquivamento dos processos, dando-se baixa na responsabilida


de dos Administradores, de acordo com os pareceres.

07 - TC-425.080/88-9 - Prefeitura Municipal de Várzea Grande-MT


Responsável: Jaime Veríssimo de Campos
Exercício: 1987
08 - TC-325.092/90-7 - Prefeitura Municipal de Babaçulãndia-TO
Responsável: Alarico Nunes Azevedo
Exercício: 1988

VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos responsáveis,


observando-se as recomendações propostas, de acordo com os parece
res.

Fundo Partidário

09 - TC-350.152/89-6 - Diretório Regional do Partido da Frente Liberal-


PFL-MA.
Exercício de 1986:
Responsáveis: João Américo de Souza (Presidente)
- período de 01.01 a 11.12.86.
Raimundo Rocha Leal (Vice-Presidente) - período
de 12 a 31.12.86.
Exercício de 1987;
Responsáveis: Raimundo Rocha Leal (Vice-Presiden
te) - período de 01.01 a 20.04.87.
José Sarney Filho (Presidente) - período de 21.
04 a 31.12.87.
Exercício de 1988:
Responsável: José Sarney Filho (Presidente) - pe
rodo de 01.01 a 31.12.88.

VOTO: Pela exclusão do nome dos Ordenadores de Despesa do rol de respon


sáveis, arquivando-se o processo, sem prejuízo das recomendações
propostas, de acordo com os pareceres.

Sala das Sessões, em 30 de maio de 1990.

HOMERO SANTOS
Ministro-Relator
21
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Relação n(2 15/90

Relação dos processos submetidos à PLENÃRIO, para votação,


na forma do Regimento Interno, arts. 99, item III, 53 e 102.
Relator: Ministro BENTO JOSÉ BUGARIN
TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS
Ministério da Educação

01 - 599.057/89-0 - Victor Mattoso, Luzimar Alvino Sombra, Administra-


dores e demais responsáveis relacionados às fls.
01. Instituto Benjamin Constant. Exercício de 1988.
VOTO: Pela regularidade das contas e quitação aos respon
sáveis, sem prejuízo das recomendações alvitradas,
de acordo com os pareceres.
Ministério da Fazenda

02 - 006.845/89-4 - Paulo Fernando de Lara, Luiz Alberto Sander, Orde


Anexo: nadores de Despesa e demais responsáveis relaciona
009.623/88-4 dos às fls. 02 a 09. Secretaria da Receita Fede
ral/DF. Exercício de 1988.

Ministério do Trabalho

03 - 007.819/88-9 - Virgilio Ramos de Oliveira, AmadeuAlmeida de Aguiar


Filho, Administradores e demais responsáveis rela-
cionados às fls. 26. Conselho Regional de Correto
res de Imóveis - 18 Região - Amazonas. 1 zrcício
de 1987.
VOTO: Pela regularidade das contas e quitação aos respon
sáveis, de acordo com os pareceres.
04 - 006.833/89-6 - Guido Carlos Levi, Administrador. Conselho Pegic
nal de Medicina no Estado de São Paulo CRM/SP.
Exercício de 1988.
VOTO: Pela baixa na responsabilidade do Administrador e
arquivamento do processo, sem prejuízo das recomen
dações alvitradas, de acordo com os pareceres.
PRESTAÇÃO DE CONTAS CONSOLIDADA
05 - 007.224/89-3 - Agton Dias Santos, Administrador Região) e de
mais responsáveis relacionados às fls. 26 a 31. Co71
selhos Regionais de Nutricionistas. Exercício de
1988.
06 - 007.646/89-5 - Isnaldo Epaminondas Santos e Wagner José Pedersoli,
Administradores. Conselho Regional de Química - 2
Região/Belo Horizonte - MG. Exercício de 1988.
VOTO: Pela regularidade das contas e quitação aos respon
sáveis, de acordo com os pareceres.
07 - 010.047/89-1 - José de Souza Mendonça, Administrador e demais res
ponsáveis relacionados às fls. 20. Conselho Regi")
nal de Corretores de Imóveis -CRECI - 74 Região/PE.
Exercício de 1988.
VOTO: Pela baixa na responsabilidade do Administrador e
arquivamento do processo, de acordo com os parece-
res.
22
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

08 - 011.618/89-2 - Maria Consuelene Marques e Maria Auxiliadora Tava


res, Administradoras - Conselho Regional de BibliS
teconomia - ia Região. Exercício de 1988.
VOTO: Pela baixa na responsabilidade das Administradoras
e arquivamento do processo, de acordo com os pare-
ceres.

Poder Judiciário

09 - 425.107/89-2 - Shelma Lombardi de Kato, Benedito Pereira do Nasci


mento, Ordenadores de Despesa e demais responsáve
relacionados às fls. 04/05. Tribunal Regional Elei
toral de Mato Grosso. Exercício de 1988.
VOTO: Pela regularidade das contas e quitação aos respon
sáveis, de acordo com os pareceres.

Gabinete, em 30 de maio de 1990.

BENTO JOSÉ r.UGARIN


Ministro- elator

/dpl
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Relação n. 16/90
Relação dos processos a serem submetidos a Plenário, na
forma do artigo 102 do Regimento Interno.
Relator: Ministro JOSÉ ANTONIO B. DE MACEDO
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Ministério da Cultura
01 - 599.090/85-5 - ROBERTO DANIEL MARTINS PARREIRA e outros res-
(c/ 2 volumes) ponsáveis, Empresa Brasileira de Filmes
S.A.-EMBRAFILME. exercício de 1984.
02 - 599.074/86-8 - ROBERTO DANIEL MARTINS PARREIRA e outros
responsáveis. Empresa Brasileira de Filmes
S. A.-EMBRAFILME, exercício de 1985.
VOTO: Pela baixa na responsabilidade e arquivamento dos
processos. de acordo com os pareceres.
Fundo Especial - PETROBRAS (Royalties)
03 - 325.067/90-2 - PAULO LOURENÇO BORGES, responsável, Prefeitura
Municipal de Pontalina-GO. exercício de 1988.
VOTO; Pela regularidade das contas. dando-se quitação ao
responsável, de acordo com os pareceres.
TOMADA DE CONTAS
Ministério da Saúde
01 - 599.083/89-1 - ODILSON DE SOUZA e outros responsáveis, Delegacia
Federal de Saúde-RJ. exercício de 1988.
VOTO: Pela regularidade das contas, dando-se quitação aos
responsáveis, de acordo com os pareceres.

T. C. U. , em 30 de maio de 1990.

JOSÉ A'NTONIO BARRETO DE MACEDO


Ministro-Relator
e
to
24
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA0
Relação n9 006/90
Relação dos processos submetidos ao PLENÁRIO, para votação na
forma do Regimento Interno (artigo 99, item III, e 102).

Relator: Auditor LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA

PRESTAÇÃO DE CONTAS

01 - TC-474.001/90-3 - Diretório Regional do Partido do Movimento Demo


crãtico Brasileiro no Amapá, (Recursos do Funda
Partidário), Responsável: Abdallah Houart, exer
cicio de 1988.

TOMADA DE CONTAS

02 - TC-699.004/88-8 - Delegacia Regional do Trabalho no Estado de Ser


gipe - Ministério do Trabalho, Responsáveis: Leal
do Gomes Feitosa e demais relacionados ãs fls.
01, exercício de 1987.
PROPOSTA DE DECISÃO: Pela REGULARIDADE das contas, dando-se quitação
aos reseonsáveis de a • •o com os pareceres.
TCU, maio

LINCO H
Relator
N
1,
O*0

25 5°
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Anexo II da Ata n9 25, em 30 de maio de 1990


(Sessao 07-d-iria- ria do Plen-ETõ)
INSPEÇÃO ESPECIAL
- Relator Ministro Luciano Brandão Alves de Souza
Processo 007.209/89-4, com os anexos TCs 007.410/89-1 e 007.246/89-7
e 10 volumes (de "A"a"J").
Entidade: Ministério das Relações Exteriores-MRE/Fundação Visconde de
Cipo Frio-FVCF
órgão técnico de instrução: 4Inspetoria Geral de Controle Externo
Representante do Ministério Público: Dr. Laete José Marinho
Assunto
Resultado da Inspeção Especial realizada no Ministério das
Relações Exteriores MRE, no período de 23 de julho a 20 de setembro de
1989, em decorrência de determinação do então Presidente deste Tribu
nal, Ministro Alberto Hoffmann, ao acolher solicitação nesse senticro-
do Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, Doutor Roberto
de Abreu Sodré, a qual "teve por objetivo avaliar a legalidade ou re
gularidade do custeio, pelo Itamaraty, de contratos mantidos com
Fundação Visconde de Cabo Frio-FVCF, bem assim de contribuições desti
nadas ã manuteção de apOlice de seguro em grupo, beneficiando servi
dores daquele Ministério", tendo ditos "trabalhos in loco se estendi
do ã Fundação Visconde de Cabo Frio, por assim exigir a inspeção e poT-
estar em consonância com a determinação da Presidencia do Tribunal de
Contas da União (fls. 01 do processo)."
Decisão
O Tribunal Pleno resolveu, ante o exposto e considerado
no Relat6rio da Equipe de Auditoria (fls. 01/79 e 91/106 do processo),
na manifestação da Inspetoria Técnica — 4 Inspetoria Geral de Con
trole Externo (fls. 107/108), no parecer do Senhor Representante do MT
nisterio Público (fls. 112/117), seguidos dos registros e comentãrio -s-
do Relator, Ministro Luciano Brandão Alves de Souza:
I - adotar como Decisão as Conclusões consubstanciadas nos
itens seguintes, apresentados na mesma ordem e com idêntica numeração
em que foram expostas as questões:
"1 - Seja formulada recomendação ao MRE no sentido de que, em
eventual relacionamento do Ministério c'om entidade privada criada jun
to a ele — como e o caso da Fundação Visconde de Cabo Frio — observe
fielmente o que dispõe o Decreto n9 95.904/88, especialmente os seus
arts. 29 e 39, cujos dispositivos incorporam e ratificam a Decisão des
te Tribunal a respeito do tema, proferida na Sessão de 10 de dezembr -6
de 1987 (Ata n9 93/87 — Anexo II). É de se orientar ainda o Ministé
rio para que, na execução de seus serviços via FVCF, ou outra qualquer'
entidade de natureza privada — quer contratados diretamente, em face
de excepcionalidade admitida em lei, quer contratados através de lici
tação — a cessão e utilização de bens do MRE, ou outros beneficio
administrativos da espécie, desde que previstos nos ajustes, fiquem li
mitados ao apoio estritamente indispensavel ã implementação das tare
fas pactuadas. Nessa hipotese, as concessões haverão de ser reconheci
das financeiramente, para os fins de estipulação de preços dos servi
ços acordados (cf. itens 18/22 do Voto);
2 - Seja recomendado ao MRE — sob a superior orientação do
Senhor Ministro de Estado — o reexame ou a reavaliação dos parâmetros
que nortearam a solicitação contida na Exposição de Motivos MRE-128/
/88, de forma a adapta-los ou ajusta-los as especificidades do Minis
trio, nos limites de suas reais necessidades.É de se identificar coE
-02- ibGeL ok
b99 7,1

26
slo0
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
precisão: 19) os serviços que pela sua natureza possam comprometer a
segurança nacional; 29) os trabalhos passíveis de processo licitat6
rio; e 39) as funções que devam estar sujeitas a descentralização aa-
ministrativa. Nesse sentido, solicite-se ao Ministério que o reestud -o-
leve na devida consideração esses tres pontos fundamentais, de modo a
elquadrã-los adequadamente na legislação disciplinadora pertinente (cf.
itens 23/46 do Voto);
3.A - Seja recomendado ao MRE que, nos pagamentos de suas
obrigações contratuais, observe os procedimentos previstos no art. 36
do Decreto n9 93.872/86, indispensãveis ã liquidação da despesa (cf.
item 52.2 do RelatOrio).
3.B - seja recomendado a Inspetoria Técnica competente des
te Tribunal (4 IGCE) que examine os resultados da presente Inspeção
em conjunto e em confronto com as contas, dos exercícios de 1988 e
1989, das Unidades do Ministério, responsaveis por praticas aqui ques
tionadas (cf. item 52 do Voto);
4 - seja recomendado ao Ministério o estrito cumprimento do
disposto no art. 51, § 29, do DL n9 2.300/86, que veda a retroatividade
financeira de contratos (cf. item 63.1 do RelatOrio);
- seja feita recomendação ao MRE para que cumpra o ,precei
tuado no art. 57, parãgrafo único, do DL n9 2.300/86, que disciplina
o acompanhamento e fiscalização da execução de contratos, pela Adminis
tração (cf. item 69 do Relatério).
6.A - Que se recomende aos Orgãos competentes do Ministério
efetuarem, na proxima fatura da Creche Cabo Frio, o desconto .correspon
dente ao valor indevidamente pago a Fundação (Cr$ 155.328,65),conform
levantamento feito pela Equipe de Auditoria, relativo ao período de
junho/88 a agosto/89. A esse montante é de ser adicionada a quantia
eventualmente despendida pelo MRE, fora do citado período, para custe
ar despesas da mesma natureza (serviços de creche prestados a deperi
dentes de pessoas estranhas aos quadros funcionais do Ministério), com
os acrescimos legais pertinentes, calculados ate a data do acerto de
contas (cf. item 57 do Voto);
6.B - Que se recomende ao MRE, caso continue prevalecendo a
incoveniência da implantação de creche prOpria, seja tal atendimento,a
partir do proximo ano letivo, contratado por meio de licitação, conso
ante preceituam o DL n9 2.300/86 e o Decreto n9 93.408/86 --art. 49-
- II (cf. itens 58/59 do Voto);
7.A - Que se encareça ao Senhor Ministro de Estado das Rela
ções Exteriores, ante a atual ausência de disciplinamento prOprio para
concessão de assistência medico-hospitalar aos servidores do Ministério
lotados no exterior, a adoção de providencias visando ã normatização
desse benefício, com a expedição de dispositivo legal ou regulamentar
especifico, atendidas as peculiaridades do serviço Diplomãtico Nacio
nal (cf. itens 60/65 do Voto).
7.B - Que se recomende aos Orgãos competentes do Ministério
a adoção de medidas junto ã Fundação Visconde de Cabo Frio, no sentido
de que ela recolha ao Tesouro Nacional, no prazo de 60 dias, o equiva
lente em cruzeiros a US$ 6.478.104,32, correspondente aos excessos de
recursos repassados ã Fundação pelo MRE, para custeio do Plano de Se
guro em Grupo no Exterior, no período de 1982 a 1989, conforme demon -s-
trado em anexo. Este valor é de ser ajustado com eventuais diferenças -,
de igual origem, verificadas em períodos anteriores a 1982 (não quan
tificadas pela Equipe de Auditoria) e no corrente exercício de 1990-
(cf. itens 66/75 do Voto);
7.c - Que se recomende aos órgãos competentes do MRE a imple
mentação de medidas, no prazo de 60 dias, no sentido de quantificar os
valores dos reembolsos de seguros porventura efetuados em face das
-03-

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


27
incorreções mencionadas nos itens 107.9 a 107.11 do RelatOrio feito,
não s6 no período levantado pela Equipe, como também fora dele. Feita
essa apuração, e dentro do mesmo prazo, que se recolha ao Tesouro Na
cional o equivalente em cruzeiros ao total quantificado (cf. item 7W
do Voto).
7.D - Que o MRE informe a este Tribunal, no prazo de 60 dias,
a respeito da efetivação das anunciadas providências tendentes a redu
zir a Reserva Especial aos níveis considerados tecnicamente adequado
(cf. item 71 do Voto);
8 - Que se recomende ao MRE cancelar formalmente as garan
tias oferecidas ã Fundação Visconde de Cabo Frio no sentido de cobri -i=
deficiências financeiras do Fundo de Suplementação Salarial (FUSAL) e
do Fundo de Assistência Social (FAS), disso dando conhecimento ao Tri
bunal de Contas da União (cf. item 78 do Voto);
9 - Seja recomendado, aos Orgãos competentes do MRE que efe
tuem gestões junto ã Fundação Visconde de Cabo Frio, no sentido de que
ela recolha aos cofres da União, no prazo de 60 dias, o equivalente
em cruzeiros a US$ 20.355,00, em face do custeio, pelo Ministério, de
viagens aos exterior de servidor de seus quadros, para tratar de inte
resse da Fundação (cf. item 82 do Voto)";
II - mandar, ainda, recomendar ã Secretaria Geral de Contra
le do Ministério (ex-CISET/MRE):
o acompanhamento da observância das recomendações ora for
muladas, disso dando conhecimento ã4 IGCE, para ciência deste TrI
bunal;
a identificação dos responsáveis, bem assim a definição
de seus respectivos períodos de gestão, nos órgãos apontados pela Equi
pe de Inspeção (Secretaria Geral — SG e Subsecretaria Geral de AdmI
nistração e de Comunicações SGAD), para as providências pertinentes
organização de Tomadas de Contas Especiais a serem determinadas pelo
Tribunal, na eventualidade do não recolhimento, ao Tesouro Nacional,
no prazo estipulado, do valor do debito indicado no item 7.B anterior,
com os ajustes recomendados (cf. itens 66/75 do Voto); e
a apuração de responsabilidades pelas infringências apon
tadas, para as medidas cabíveis de elaboração de Tomadas de Contas
peciais a serem determinadas pelo Tribunal de Contas da União, na hip -o-
tese do não reembolso, aos cofres da União, no prazo fixado, das impor
tâncias correspondentes aos débitos mencionados nos itens anteriores
6.A, 7.0 e 9, com os ajustes recomendados (cf. itens 57, 76 e 82 do Vo
to);
III - determinar, finalmente, que seja enviada cá- pia do Re
latOrio e Voto em que se baseia a presente Decisão do Plenário ao
Senhor Ministro de Estado das Relaça-es Exteriores, para fins de super
visão hierárquica.
Declarou-se Voto vencido, em parte (quanto aos itens I-7-B e
II-b da presente Decisão do Plenário), conforme Declaração apresenta
da, na forma regimental, o Ministro Carlos Atila Alvares da Silva.
00
4Pda
4 ruo
G II
28 Classe III
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

TC-007.209/89-4, COM 22 VOLUMES e 02 ANEXOS


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO ESPECIAL
ORGAO INSPECIONADO: Ministério das Relações Exteriores - MRE/Fundação
Visconde de Cabo Frio - FVCF.

PERÍODO DA INSPECÃO: 23.07 a 20.09.89.

OBJETIVO DA AUDITAGEM: examinar a legalidade ou regularidade do . custeio,


pelo MRE, dos contratos que mantém com a Fundação Visconde de Cabo
Frio, bem assim analisar as contribuições efetuadas pelo Ministé
rio ã referida Fundação, para manutenção de apólice de seguro de
saúde e de vida, em grupo, em-rfavor - de servidores do Itamaraty.

VOLUMES:
A - Instrumentos de constituição e funcionamento da FVCF, e
expedientes sobre o relacionamento do MRE com a Fundação.
- Documentos referentes à manutenção, pelo Itamaraty,dà apó
lice de seguro e dos fundos privados criados no âmbito do
Serviço Diplomático.
C - Contratos mantidos pelo MRE com a FVCF na área de informá
tica.
- Idem, nas áreas de: a) congressos e conferências; b)promo
ção comercial; e c) creche.
E/F - Justificativas e esclarecimentos oferecidos pelos respon
sáveis.
G - Sindicância promovida pela FVCF.
H (1/13) - Inquérito Administrativo instaurado pelo Itamaraty.
1 - Inquérito Policial aberto por requisição do Senhor Procu
rador-Geral da República.
- Atendimento de diligências formuladas pelo Relator.
ANEXOS:
- TC-007 410/89-1 - Solicitação do Delegado de Polícia Fe
deral, Senhor Alberto Lasserre K. Filho, objetivando a rea
lização, pelo TCU, de auditoria na FVCF.

II - TC-007.246/89-7 - Encaminhamento ao TCU, pelo Senhor Mi


nistro de Estado das Relações Exteriores, de cópia da Ex
posição de Motivos MRE-128, de 20.05.88.

P/7
29
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA° -2

RELATÓRIO

Apreciam-se os resultados da Inspeção Especial realizada no Mi


nistério das Relações Exteriores - MRE, no período de 23 de julho a 20 d--e-
setembro de 1989.
2. A auditagem foi determinada pelo então Presidente do Tribunal,
Senhor Ministro Alberto Hoffmann, conforme Despacho de fls. 01, ao aco-
lher solicitação nesse sentido do Senhor Ministro de Estado das Relações
Exteriores, Doutor Roberto de Abreu Sodré (f is. 01).
3. A auditoria teve por objetivo avaliar a legalidade ou regula-
ridade do custeio, pelo Itamaraty, de contratos mantidos com a Fundação
Visconde de Cabo Frio - FVCF, bem assim de contribuições destinadas ã ma
nutenção de apólice de seguro em grupo,beneficiando servidores daquele
Ministério.

4. Os trabalhos in loco estenderam-se ã FVCF, por assim exigir a


inspeção, •e por estar em consonancia.,com_adeterminação da Presidência
do TCU (fls. 01).

II

5. Paralelamente ã inspeção do Tribunal, o Conselho Patrimonial


da FVCF instituiu Comissão de Sindicância destinada a apurar a procedén
cia de denúncias veiculadas na imprensa sobre supostas irregularidades
ocorridas na Fundação, envolvendo basicamente suas operações no exterior.
O Relatório elaborado por essa Comissão constitui o Volume G, e suas con
clusões subsidiaram a Equipe do Tribunal naquilo que se correlacionou com
o objetivo da nossa investigação.
6. Em face dessa Sindicância, o Itamaraty instaurou Inquérito Admi
nistrativo, que se encerrou em 30.12.89, após a inspeção do Tribunal.
Seus resultados foram posteriormente solicitados por este Relator, de
forma a ampliar o conjunto de informações, notadamente na parte que diz
respeito ao relacionamento FVCF - MRE, passando a peça a compor o Volume
H (1 a 13) destes autos.

II I

7. Em cumprimento ã requisição do Senhor Procurador-Geral da Re-


pública, foi aberto Inquérito no âmbito do Departamento de Polícia Fede-
ral. -- não concluído até a época da inspeção -- para "apurar prováveis
fatos delituosos capituláveis como crimes contra a Administração Públi-
ca e contra o Sistema Financeiro Nacional, decorrentes da remessa de dó
lares para o exterior, com o envolvimento de funcionários públicos fede-
rais ligados ã Fundação Visconde de Cabo Frio". Por referir-se a aspec -
tos relativos ã nossa auditagem, requisitamos igualmente cópia do Relató
rio do dito Inquérito, com o intuito de reunir o maior número possível
de elementos de convicção. O documento constitui o Volume I.

ft
ctA
30
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA°

8. A respeito, o anexo I (TC-007.410/89-1) ao presente Relatório


de Inspeção trata de solicitação do Presidente daquele Inquérito Polici-
al, Senhor Delegado Alberto Lasserre K. Filho, no sentido de que o Tri-
bunal fizesse "uma rigorosa auditoria na referida fundação". Requereu
ademais que ao final da apuração lhe fosse - remetida: cópia do relató -
rio correspondente. Para auxiliar os trabalhos do TCU, Sua Senhoria enca
minhou documentação referente ao caso.
9. Em atenção ao pedido, o Senhor Presidente do Tribunal determi-
nou (fls. 87 - TC 007.410/89-1) fosse aquela autoridade informada quan-
to às providências já tomadas por esta Corte. Mencionou a inspeção então
em curso, para a qual foram encaminhados os subsídios oferecidos pelo Re
querente.

I V

10. O anexo II (TC 007.246/89-7) cuida do encaminhamento a esta Cor


te, pelo Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, da Exposição
de Motivos MRE-128, de 20.05.88, de caráter secreto. Nesse expediente, o
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, com base no disposto nos
artigos 23, § 19, e 24 do Decreto-lei n9 2.300/86, e tendo em vista o
preceituado no artigo 14 do Decreto n9 95.682/88, autorizou, como regue
rido, o Itamaraty a contratar a Fundação Visconde de Cabo Frio, para ex"J-
cução indireta de serviços técnico-profissionais especializados relati-
vos aos seguintes programas de trabalho:

"a) implantação, consolidação e desenvolvimento do Sistema Inte


grado de Informações do Ministério das Relações Exteriores;
organização de Congressos, Conferências, Comissões Mistas
e Apoio Logístico e Técnico, Serviços de Interpretação e
Tradução Simultâneas em eventos bilaterais e multilaterais
realizados no Brasil, em decorrência de acordos, convênios,
ajustes e compromissos internacionais assumidos pelo Itama-
raty em nome do Governo brasileiro; e

Programa Auxiliar de Promoção Comercial no Exterior, Progra


ma Sistema de Informação Econômica, Programa Complementar de
Cooperação Cientifica, Técnica e Tecnológica e o Programa
Negociações Comerciais Multilaterais, relativos às ativida-
des, projetos básicos e executivos, resultantes de determi-
ção legal ou de acordos e compromissos assumidos nos foros
e organismos internacionais especializados em matérias eco-
nômico-comercial".
11. A autorização presidencial teve a respaldá-la duas situações
distintas, caracterizadas pelo Itamaraty na Exposição de Motivos: 19) a
execução de tarefas de natureza sensível, a exigir tratamento sigilo
possibilidade_ de comprometimento da segurança nacional,hi'
pótese em que é vedada a licitação, a juizo do Presidente da República
(art. 23, § 19, DL 2.300/86);e29) a realização de serviços técnicos em
áreas nas quais a FVCF, no entender do Ministério, possui notória espe-
cialização, caso em que é admissivel a inexigibilidade do certame licita
tório, após reconhecimento e ratificação de tal condição por autoridade
superior (art. 23 - II, c/c art. 24, DL 2.300/86).
:11
DE CONTAS DA UNIA°
TRIBUNA!. DE - 04 -

A citada Exposição de Motivos MRE-128/88 foi apreciada pelo


Plenário, em Sessão Sigilosa de 14.09.88, ocasião em que, de acordo com
o parecer da 44 IGCE, foi determinada "a guarda do processo, para consul_
ta, naquela Unidade da Secretaria Geral deste Tribunal".

De registrar por fim o Despacho de 11.07.89, da Presidência do


TCU (f is. 14 - TC 007.246/89-7), determinando fosse descaracterizada a
chancela de reservado do referido processo, dando-lhe caráter ostensivo,
tendo em vista a expressa manifestação nesse sentido do Senhor Ministro
de Estado das Relações Exterioree (fls. 14).
V

Estão assim devidamente identificados os Volumes e Anexos dos


presentes autos. Passamos agora ã apreciação dos resultados recolhidos
pela Equipe de Auditores do Tribunal, encarregada da Inspeção Especial
requerida, que cuida precipuamente dos contratos MRE x FVCF e dos repas
ses do Ministério ã Fundação para custeio de seguro em grupo.
Para maior clareza do conteúdo da auditagem, analisaremos des-
tacadamente,e na ordem adotada,cada uma das 09 Questões de início suscita-
das pelo Grupo-Auditor (19 Relatório), seguidas das justificativas ofer -J
cidas pelos agentes-responsáveis, com os subseqüentes posicionamentos clã
própria Equipe (29 Relatório), da Inspetoria Técnica (4 IGCE) e do Mi- __
nistério Público junto ao TCU.

QUESTÃO 1 - CESSÃO, PELO KRE, DE PESSOAL, BENS MÓVEIS


E ESPAÇO FÍSICO À FUNDAÇÃO VISCONDE DE CABO FRIO, EM
DESACORDO COM AS DECISÕES DO TCU E O DECRETON9 95.904/
/88 (ITEM 12.1.1 - FLS. 73).
A inspeção revelou que até aquela data a Fundação contava com
os serviços dos seguintes funcionários do MRE, com ónus para o Ministé-
rio (item 11.3 - fls. 68/69):
-----ArTUS=VÃO DA FUNDAÇÃO
NOME CARGO NO MRE CIDADE CARGO
1 - Paulo Sérgio P. Conselheiro Brasília Coordenador-Geral
da Silva Mafra
2 - Dante Coelho de Coordenador-Geral
19 Secretário Brasília Adjunto
Lima
3 - Israel Pinheiro Of. de Chance Brasília Apoio
Torres lana
4 - Ruthe Gomes de Economista Nova York Gerente
Almeida (*)
5 - Oscar F. da Sil_ Of. de Chance
_ Nova York Gerente Adjunto
va Jr. (*) lana
6 - Maria Cristina Of. de Chance
_ Londres Apoio
M.Pointis (*) lana
7 - Paulo Rodrigues Arquivista Brasília Apoio
Passos (*)
-
(*) Com remuneração paga pelo MRE em duplicidade com a da Fundação.
32
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

A Equipe constatou ainda (item 7.4.14 - fls. 35), em visita ao


Departamento de Congressos e Conferências da Fundação, que este funciona
no subsolo do Ministério, guarnecido com móveis, utensílios e equipamen-
tos do MRE, totalizando 50 itens, conforme relação de fls. 237/239 do
Vol. A.

Conforme o Grupo-Auditor (item 7.4.13 - fls. 35), compõe. ainda


esse conjunto de facilidades a utilização gratuita, pela FVCF, de' depen-
dências do Itamaraty, somando perto de 3.000 m 2 de área, inclusive com
possibilidade de exploração econômica por parte da entidade, em contra-
tos com particulares e outros órgãos públicos.

JUSTIFICATIVAS DO RESPONSÃVEL (fls. 16 -Vol. E): O administra


dor esclarece que "não há cessão formal e exclusiva de funcionários, mó -
veis ou espaços do Ministério à Fundação". Os servidores "que atuem em
órgãos de orientação e fiscalização da FVCF ou tenham encargos de coorde
nação administrativa o fazem sem prejuízo das funções oficiais para as
quais foram designados no Itamaraty". Informa ademais que "não há remune
ração, vantagens, jetons por participação no Conselho Patrimonial, Dire-
toria Executiva ou Coordenação Geral" (da FVCF).
Segundo aguele_dirigente, "não há, tampouco, exclusividade de uso
ou ocupação de espaços do Ministério, em caráter permanente, por cessão
de posse ou de utilização". A situação - continua o responsável - "é anã
loga à ocupação de locais da Administração Pública por agências bancá-
rias ou de viagem e é exatamente a mesma do emprego de material ou ins-
trumentos de contratantes por prestadores de serviços avulsos, eventuais
ou de execução contínua".

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 6.1.1 a 6.1.12 - FLS. 92/93),CUJAS


CONCLUSÕES_ (FLS. 103) FORAW, ACOLHIDAS PEL. INSPETORIA(FLS.107):
Admite o .Grupo não ter havido cessão formal daqueles recursos humanos e ma
teriaiá. Entretanto, considera que,nesse caso,a formalidade não é elemeFl
to essencial, porquanto existe uma situação de fato, comprovada pelos
exames in loco e através da documentação que indica às fls. 92, em que
se destaca o expediente de fls. 232/236 do Vol. A, subscrito pelo Sr. Se
cretário-Geral do Itamaraty.

Ademais, lembra a Equipe que o Departamento de Congressos e


Conferências da Fundação "se encontra totalmente instalado nas dependên-
cias do MRE, onde presta serviços, inclusive, a terceiros" (fls. 93).
Em face disso, propõe,em conclusão (item 14.1 - fls. 103),seja
assinado prazo de 60 dias para que, em cumprimento ao Decreto n9 95.904/
/88, retornem ao MRE os móveis e equipamentos cedidos à FVCF, bem como
todos os funcionários ocupantes de cargos de dedicação exclusiva na Fun-
dação, até mesmo o Coordenador-Geral na Sede, o Gerente do Escritório de
Nova York e respectivos adjuntos.

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116): Anui ao alvitre da


Equipe, fazendo lembrar que o recente Decreto n9 98.667, de 27.12.89, ao
admitir a participação de servidores das patrocinadoras, em cargos de
direção nas respectivas patrocinadas, mediante cessão com ônus para a
unidade previdenciãria, foi endereçada às entidades fechadas de previdên
cia custeadas por autarquias, fundações públicas e empresas estatais.NãO"
alcançou, assim, os entes criados junto a Orgão da Administração Direta,
como é o caso da FVCF.
ose Ct5#'t
33 sãO
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 06 —

QUESTÃO 2 - EXTRAPOLAÇÃO, PELO . ITAMARATY, DA AUTORIZAÇÃO


CONCEDIDA PELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPO
BLICA AO APROVAR A EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS MRE-128/88-(FLSt
73)

25. Inicialiriente¡.)os -Técnicos:do .TCU-cons-


'ideraram(itens 4.1 a 4.30 -
fls. 04/06) que a autorização presidencial firmada na E.M.-128/88 não
teria o condão de permitir fossem contratados junto à Fundação Visconde
de Cabo Frio, sem licitação, serviços outros que não aqueles de comprova
da repercussão no iábíto,da.; segurança nacional,a requerer :eleVado grau:de sigilo,
e dentro das três áreas ali contempladas: a) Sistema Integrado de Infor-
mações; b) Organização de Congressos e Conferências; e c) Programa de
Promoção Comercial no Exterior. Portanto, estariam excluídas da permis-
são presidencial as atividades sem essa dupla condição essencial, tais
como: creche, sistemas _ . informatizados não sigilosos, apoio administra
tivo e outras tarefas rotineiras do Ministério, que vêm sendo igualmente
desempenhadas pela Fundação.

26. JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSÃVEIS (FLS. 16/19 DO VOL. E, e 455/


/456, 460/461, 488, 528/529, 548/549 e 608/612 Dó VOL. F' ): Os atuais
Titulares - e seus antecessores - das diversas Unidades envolvidas no
questionamento (Secretaria Geral - SG, Secretaria Especial de Moderniza-
ção e Informática - SEMOR e Departamento de Comunicações e Documentação
DCD) procuraram fundamentar sob vários aspectos a discutida prática.
27. Lembram as duas situações já referidas no item 11 deste Relatô
rio, motivadoras da citada Exposição de Motivos: 19) o desempenho de
funções de natureza sigilosa, com implicações na segurança nacional, cir
cunstãncia em que é vedada a licitação, a critério do Presidente da Re-
pública (cf. art. 23, § 19, do DL n9 2.300/86); e 29) a prestação de ser
viços técnicos em setores nos quais a Fundação, segundo o MRE, possui n5
tõria especialização, situação que, uma vez reconhecida e ratificada por
autoridade superior, torna inexigível a prática licitatória (cf.art. 23
II, c/c art. 24 do DL 2.300/86).

Mencionam que,no caso do Setor de Informática,os contratos es


tão ligados às atividades e competências atribuídas ao Serviço Diplomáti
co Nacional, onde se destacam "a transmissão, processamento e guarda de
informações, em sua maioria de natureza sensível, ligadas a sua atuação
internacional, em particular, nos campos político, econômico e comerci -
ai".

Dessa forma -- prosseguem os administradores -- esse sistema


de informações permeia praticamente todas as ações e trabalhos do Minis-
tério e está a exigir, de acordo com a legislação vigente, "rígidas me-
didas de proteção e segurança a nível adequado". Nessas circunstâncias,
os responsáveis consideram "desaconselhável e impraticável" a contrata -
Cão de empresas diversas para desenvolverem os vários sistemas projeta -
dos pelo Plano Diretor de Informática - PDI-MRE, sob pena do comprometi-
mento de sua indispensável integração.

Além disso "as equipes de trabalho, os equipamentos e freqüen-


temente o tipo de informação manejado são os mesmos, praticamente insus-
cetíveis de diferenciação", tornando inviável atribuir-se grau de sigilo
a apenas alguns programas ou projetos, .devndoo Sistema Inte-
grado de Informações ser:vistocantlxdoXestammigualmente á experiência
34
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

da Fundação, adquirida na execução de programas de modernização do Minis


tério, o que garante a confiança e a continuidade necessárias ao serviço -.
Também em relação às atividades de Congresso,s. e Conferências e
de Promoção Comercial, alegam os responsáveis, afora o aspecto da reco -
nhecida notória especialização da FVCF, outras inconveniências para tê-
-las implementadas por servidores do próprio MRE.

Mencionam,quanto aos Encontros e Eventos em geral, as funções


de interpretação, tradução e versão que, se realizadas por funcionários
do Ministério, "poderiam levantar suspeitas ou criar susceptibilidades"
(o cargo de Tradutor foi extinto pelo DL n9 1.660/79). Tanto nesse cam-
po quanto na área de Promoção Comercial indicam ainda as hipóteses em
que é requerido imprescindível grau de sigilo e segurança, a exemplo de
operações especiais ligadas à Política Nacional de Material de Emprego
Militar.

Por tudo isso, entendem os dirigentes não ter havido extrapo-


lação, pelo Ministério, da autorização concedida pelo Excelentíssimo Se
nhor Presidente da República.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITEM 6.2 - FLS. 93/95),COM A APROVAÇÃO


DA INSPETORIA (FLS. 107): Reconhece que devem ser salvaguardadas as ma
terias afetas à segurança nacional. Entretanto, considera oportuno sejam
submetidos a procedimento licitatório "os sistemas puramente administra-
tivos", cujo desenvolvimento poderia ser acessível a outras empresas do
mercado, tão habilitadas quanto à Fundação.

Para corroborar tal entendimento, faz alusão às justificativas


do Chefe do Departamento de Comunicações e Documentação do MRE (fls. 611
do Vol. F) ,asquai .s 15 que:aquase totalidade dos 28 sistemas infor-
matizados contratados com a Fundação não tem reflexo sobre a segurança
nacional.

Do mesmo modo, no pertinente às atividades de Congressos e Con


ferências, nossos Técnicos são de opinião que serviços como ,bufê,., re-
cepção, decoração e transporte comportam licitação. Também não afastam
tal procedimento em relação a certas ações envolvendo Promoção Comercial,
tais como: feiras e eventos internacionais, edições gráficas e divulga-
ção de informações comerciais. Lembram que as negociações comerciais são
efetuadas pelas próprias missões diplomáticas do MRE, notadamente em se
tratando de produtos e serviços de caráter secreto.

Recordam, por último, que a edição do Decreto n9 95.904, de


07.04.88, que proibiu a concessão de privilégios a pessoas jurídicas cria
das junto a órgãos/entidades da Administração Federal, possivelmente te
nha levado o Itamaraty a solicitar a excepcionalidade de que trata a me7-1
cionada E.M. n9 128, de 20.05.88. É que, mesmo antes de sua aprovação p -J
lo Senhor Presidente da República, o Ministério já mantinha os discuti=
dos contratos com a FVCF. Assim, a E.M. referida veio, na verdade, conva
lidar uma situação que já prevalecia há cerca de 15 anos, enquadrada pe -
la Administração em preceitos legais vigentes à época (artigo126, § 297
"d", do DL n9 200/67 - notória especialização).

Em conclusão, a Equipe sugere (item 14.2 - fls. 103) seja for


mulada recomendação ao mRE no sentido de que realize estudos visando iden-
tificar as áreas com possibilidade de comproma4Imenta) da segurança na-
cional, promovendo licitação para contratação dos serviços nos demais se
tores. Alvitra o prazo de 60 dias para que o Tribunal seja informado rjK,/
respeito.
.1.17
35
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - -

PARECER DO MINISTÉRIO POBLICO (FLS. 116): Tem "a impressão de


que, justamente por estarem afetas ã segurança nacional e ao sigilo di
plomãtico é que certas atividades da competência do Ministério das Relal -
ções Exteriores não deveriam ser objeto de prioridade para efeito de des
centralização administrativa para a órbita privada".

QUESTÃO 3 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE


CONTRATOS NA ÁREA DE INFORMÁTICA (ITENS 12.2.1 a 12.2.7
- FLS. 73/74).

Como visto, a Exposição de Motivos MRE-128/88 deu ensejo ã re


novação, pelo Itamaraty, de diversos contratos mantidos com a FVCF. O
Grupo do Tribunal relatou os resultados dos exames procedidos sobre a
própria execução desses instrumentos. Escolheu como paradigma o período
de 1984 a 1989, fixando-se inicialmente na área de informática (item 6
- fls. 9/26).

A Equipe começou fazendo breve histórico a respeito da introdu


ção da informática no MRE, na década de 1970, e subseqüente desenvolvi -1
mento da utilização de processamento eletrônico de dados no Ministério,
através de contratos ou convênios com terceiros: Fundação Getúlio Vargas,
SEPLAN, SERPRO, CONSULPUC, DIGIBRÁS, DATA SYSTEMS e, por último, a FVCF.

Acrescentou que, em 1984, após a aquisição da firma DATA SYSTEMS


pela Fundação Visconde de Cabo Frio, o Itamaraty contratou esta última
(FVCF) para dar seqüência aos projetos e atividades nas áreas de trata-
mento da informação e de controle de processos (Sistema Integrado de In-
formações), junto ao Departamento de Comunicações e Documentação-DM/PM.
Logo após (1985), foi atribuída ainda ã Fundação a execução do Programa
Complementar de Modernização Administrativa - PCMA, na órbita da Secreta
ria Especial de Modernização e Informática - SEMOR/MRE. Era o início de
uma série que já registrava 31 contratos e aditivos, sem licitação, con
tabilizando,até a época da inspeção,dispéndios da ordem de NCz$ 28 mi-
lhões, a preços de outubro/89.

Relativamente ã implementação dos serviços contratados, nossos


auditores criticaram especialmente o baixo desempenho dos projetos sob
gestão do DCD/MRE, ligados ã implantação, desenvolvimento e operação do
Sistema Integrado de Informações. Citaram, p.e., diversos casos de aban
dono de sistemas por falta de planejamento, com reflexos negativos em
termos de economia, eficiência e efetividade.

Fizeram notar que, em 1987,o Itamaraty tentou organizar essaárea,


mediante a elaboração do Plano Diretor de Informática - PDI, para o triè
nio 87/89. Segundo os Analistas do TCU, ainda assim não se constatou ple-
no êxito quanto aos objetivos da medida. Ressaltaram, aliás, que dos 28
sistemas ali definidos, apenas 16 achavam-se parcialmente implantados, a
pesar de se terem quase esgotados os prazos e os recursos previstos para
o citado Plano.

As principais falhas e/ou impropriedades apontadas pelo Grupo-


-Auditor nesse Setor -- informática -- se resumiram no seguinte(fls.73):
36
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO _ v092 _
NO ÂMBITO DO DCD
45.1 - utilização de 83% das verbas (estimadas em OTN) orçadas
para o PDI/MRE, com realização de apenas 50% dos trabalhos programados;

45.2 - reajustes de contratos em percentuais bem superiores


aos níveis inflacionários dos períodos correspondentes;

NO ÂMBITO DA SEMOR

45. 3 - celebração de contrato seguido de termo aditivo, com


apropriação de custos proporcionalmente elevados frente aos períodos de
exígua duração a que corresponderam, próximo ao término do exercício de
1988, caracterizando descarga de recursos, conforme demonstrado no item
12.2.5 do Relatório da Equipe (f is. 73);

NO ÂMBITO DAS DUAS UNIDADES (DCD E SEMOR)

45.4 - não cumprimento, pela contratada, dos cronogramas de


trabalho, embora os recursos tenham sido liberados regularmente, tendo
a Administração deixado de fazer uso da prerrogativa de que trata o art.
68, inciso III, do DL n9 2.300/86;

45.5 - inclusão nos custos dos serviços, pela contratada, de


locação de equipamentos de informática sem previsão contratual; e

45.6 - assinatura de contratos onde figuram como signatários,


pelo MRE, membros do Conselho Patrimonial da Fundação Visconde de Cabo
Frio, com inobservância do preceituado no art. 89, inciso II, do DL n9
2.300/86.

JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSÁVEIS (FLS. 18/23 DO VOL. E e ris.


456/458, 461, 488/490, 499/500, 529/531, 549, 601/602, 613/618, 618/622,
623/632, 633/634 e 635/637 DO' VOL. F): Os Administradores ouvidos são
unânimes em afirmar, quanto ao item 45.1 supra, que o PDI é um referen -
cial de trabalho sujeito a revisões e atualizações, contendo apenas indi
cações de linhas de ação e estimativas de custo. Ademais, consideram que
os percentuais levantados pela Equipe do TCU, e que demonstram desenvol-
vimento insatisfatório do PDI, merecem correção,porquanto não levaram em
conta vários aspectos de conteúdo estritamente técnico.

Quanto aos reajustes acima dos índices inflacionários(item45.2


retro), argumentam que as variações de preços questionadas ocorreram, na
realidade, não só em função da inflação, mas também em decorrência do
acréscimo do volume de trabalhofface às alterações na quantidade de ope-
rações, devendo ser considerada ainda a "elevação de níveis de pessoal en
volvido e de qualificação específica". Afirmam que não se trata de rea -
justes, mas sim de cláusulas de preço próprias para novos contratos.
No que concerne ao questionado no item 45.3 anterior, a signa-
tária daqueles instrumentos informa que eles foram aprovados tanto pela
CISET quanto pela Consultoria Jurídica do Ministério.

Quanto ao não cumprimento dos cronogramas de trabalho (item


45.4 acima), as justificativas se prendem à imprevisibilidade das dispo
nibilidades orçamentárias, além dos entraves normais em se tratando de-
37
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

atividade pioneira do MRE. Informam sobre o recente aperfeiçoamento da


sistemática de contratação de serviços pelo Itamaraty, atribundo-se a um
setor especifico a competência para negociar, celebrar e acompanhar a
execução de todos os contratos firmados pelo MRE.

Sobre a locação de equipamentos (item 45.5 supra), as razões


oferecidas indicam que esse procedimento não foi especificamente contem-
plado no termo firmado porque constitui parte integrante do conjunto de
serviços contratados por empreitada global, não havendo necessidade do
detalhamento do citado aluguel. No entanto, por se tratar de atividade
de caráter continuo, o MRE estará introduzindo nos futuros instrumentos
o regime de administração contratada, equacionando, dessa forma, o pro-
blema apontado.

Por último, no pertinente à incompatibilidade mencionada no


item 45.6 deste Relatório, os responsáveis identificados naquela situa-
ção esclarecem que estão encaminhando ao Sr. Ministro de Estado das Rela
ções Exteriores pedido de exoneração dos cargos que ocupam no Conselho
Patrimonial da FVCF.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 7.1 a 7.6 - PIAS. 95/97),COM A ANU-


ÊNCIA DA INSPETORIA (LS. 107): Em face das alegações apresentadas pelos
dirigentes, e tendo em vista as medidas por eles anunciadas no sentido
de sanear algumas das pendências levantadas, o Grupo propõe,em conclusão,
seja dado à questão n9 3 o seguinte encaminhamento (f is. 103):
52.1 - seja formulada recomendação ao Itamaraty para que man-
tenha, em caráter permanente, "Grupo de Trabalho incumbido de acompanhar
a execução dos contratos, bem como a liberação dos respectivos recursos
e os reajustes de preços praticados".

52.2 - idem, no sentido de que nos próximos contratos adote me


didas "visando a uma maior transparência dos gastos realizados e que fa-
cilitem o controle"; e

52.3 - seja o questionamento de que trata o item 45.3 deste Re


latório "considerado no exame das contas da SEMOR/MRE, relativas ao exe -r
cicio de 1988, para fins, se for o caso, de responsabilização nos termos
doart. 53 do DL 199/67".

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116): Referindo-se às reco


mendações sugeridas pela Equipe, considera que a primeira (item 52.1) de
ve ser evitada, porquanto implica em interferir na organização interna
do órgão inspecionado. Quanto à segunda (item 52.2) tem por necessário a
especificação dos procedimentos a serem observados, que poderão ser aque
les relativos ã liquidação da despesa, previstos nos artigos 36 a 41 d5
Decreto n9 93.872/86. Por derradeiro, o MP não se opõe a que se veja,nas
contas correspondentes da SEMOR/MRE, o reflexo da despesa de que trata o
item 52.3 acima.

QUESTÃO 4 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE


CONTRATOS NA ÁREA DE CONGRESSOS E CONFERÊNCIAS (ITENS
12.3.1 a 12.3.5 - FLS. 74).

91///
38
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

54. A inspeção constatou (itens 7.1 a 7.4 - fls. 26/38) que nessa
área os serviços são contratados pela Divisão de Serviços Gerais do Mi-
nistério - DSG/MRE, e executados através do Departamento de Congressos
Conferências - DCC da Fundação, objetivando prestar apoio, no Brasil
no exterior, por ocasião de encontros, missões e visitas diplomáticas
patrocinadas pelo MRE ou com sua participação.
A Equipe ressaltou o alto grau de organização e eficiência do
citado DCC/FVCF, que conta com um corpo funcional reconhecidamente quali
ficado, além de dispor de cadastro de empregados temporários, igualmente
de boa reputação, para eventual subcontratação (tradutores, intérpretes,
recepcionistas, etc), dando ã Fundação credibilidade junto ao MREeà sua
clientela externa (órgãos públicos e entidades privadas).

Quanto ã execução contratual propriamente dita, esta se proces


sa mediante solicitação de serviços pelo MRE, após aprovação, pelo Mini -s-
tério, dos respectivos orçamentos apresentados pela Fundação. Os débito
são cobrados posteriormente, por apresentação de faturas, já tendo tota-
lizado, entre 1984 e 1989, custos da ordem de NCz$ 7,5 milhões, a preços
de outubro/89.
Nossos Analistas acrescentaram que as faltas ou disfunções mais
importantes verificadas nesse setor assim se agrupavam (f is. 74):

57.1 - elevação em 155%, em termos reais, de 1985 para 1986,


nos gastos em congressos e conferências, não obstante a homogeneidade na
distribuição dos eventos nos anos citados;

57.2 - reajustes de contratos em percentuais substancialmente


superiores aos 'índices inflacionários;

57.3 - custeamento, pelo MRE, da folha mensal de salários e


dos respectivos encargos sociais do pessoal (fixo e autônomo) do Departa
mento de Congressos e Conferências da FVCF, em desacordo com o disposto
no art. 61 do DL n9 2.300/86;
57.4 - pagamento, pelo Itamaraty, de faturas de serviços sem
necessário detalhamento, e nem sempre fundamentadas em comprovantes
fidedignos; e
57.5 - inobservância da Decisão do TCU, constante da Ata n9
93/87 - anexo II, que recomendou aos órgãos e entidades da Administração
Federal providências em eventuais relacionamentos com Fundações de Apoio
do gênero da FVCF.

58. JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSÁVEIS (fls. 23/24 do Vol. E e fls.


533/542, 543/555, 556/564, 565/572, 573/591, 592/599 do Vol. F): Os ges-
tores, ao se referirem inicialmente ã significativa variação de custos
(item 57.1 acima), argumentam que os acontecimentos não têm todos o mes-
mo caráter, não sendo razoável "uma comparação linear e meramente aritmé
tica do número de eventos" dos exercícios confrontados. Há diferenças n5
número de participantes, na quantidade de idiomas de trabalho, no volume
de documentos preparados, etc, com implicações no valor final dos servi-
ços.
39
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO -12 -

No pertinente aos reajustes (item 57.2 retro), os dirigentes


apontam as restrições orçamentárias e a imprevisibilidade dos eventos
como .causas que, em.. , determinadõs :períodos, levaram . a FundaÇÃO)a rea
lizar trabalhos sem cobertura orçamentária e contratual. - :Obtidos
os.recursos,,,os termos .eram assinados com _a inclusão de compen
sações pelos serviços gratuitos anteriores, gerando aumentos acima dã-
inflação.
O custeio, pelo MRE, da folha de pagamento e outros encargos
do pessoal utilizado pela Fundação nos congressos e conferências (item
57.3 supra), segundo os agentes-responsáveis foi conseqüência de estipu
lação nos contratos correspondentes, para cuja execução previu-se ind -J
vidamente o regime de empreitada por preço global. Mencionam que desde
a inspeção do TCU os instrumentos passaram a ser firmados segundo o re
gime de administração contratada, mediante a apresentação, pela FVCF,
de orçamento prévio a ser comprovado com a anexação de folhas de paga -
mento, notas fiscais, faturas e recibos. Sobre essas despesas incide ta
xa de administração de 20%.
Finalmente, quanto ao pagamento de faturas sem adiscriminação
dos serviços prestados (item 57.4 retro) , informam os.. responsáveis ,..que, a _incbr
reç ãb será. equacionada aradoçãodo procedimento referido anteriormente J-
- regime de administração contratada.
No .que, diz respeito ao relacionamento administrativo dó
Itamaraty com a Fundação (item 57.5 deste), as explicações e justifica-
tivas já foram abordadas nas Questões n9s 1 e 2 constantes do presente
Relatório (itens 19/20 e 26/33).

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 8.1 a 8.4 - FLS. 97/98),COM A CON


CORDANCIA DA INSPETORIA (FLS. 107) E DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116)T
Acolhe parcialmente as justificativas, Considerando as recomendações
já sugeridas na Questão anterior (itens 52.1 e 52.2), propoe,em conclu
são,sejam adotadas as seguintes providências (fls. 104):
63.1 - por que se recomende ao MRE "o estrito cumprimento do
art. 51 do DL 2.300/86, com referência à proibição de retroatividade fi
nanceira (objetiva ou subjetiva) dos contratos" (itens 57.2 e 59) deste
Relatório; e
63.2 - seja determinada a constituição de Tomada de Contas Es
pecial visando à citação dos ex-dirigentes da Divisão de Serviços Gel-
rais do Ministério - DSG/MRE, identificados às fls. 104 (item 14.7), pa
ra que apresentem alegações de defesa ou recolham aos cofres públicos as
importâncias de NCz$ 449.345,05 e 212.514,76 (ambas a preços de01.10.89),
ã vista de suas responsabilidades no pagamento indevido de encargos tra
balhistas da FVCF (itens 57.3 e 60 do presente).

QUESTÃO 5 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE


CONTRATOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO COMERCIAL (ITEM 12.4.1 -
FLS. 74).

64. Conforme assinalado pelo Grupo-Auditor (item 8.1 a 8.4 - fls.


38/44), trata-se de atividade decorrente das diretrizes fixadas na Lei
40
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

n9 4.669, de 08.06.65. A partir de então o Itamaraty responsabilizoil-se


pela organização e execução de todas as tarefas de promoção comercial
do Brasil no exterior, tendo por finalidade desenvolver o comércio ex-
portador nacional.
Assim, datam de 1972 as primeiras operações da espécie naque
la Pasta, tendo por base programas anuais e procedimentos regulares cl .j
planejamento, organização, treinamento e controle. Para tanto, as tare
fas de suporte e apoio foram, desde 1973, atribuídas à Fundação, garan-
tindo dessa maneira a promoção a cargo dos setores competentes integran
tes das estruturas das Embaixadas e Consulados do Brasil, sob a coorde-
nação de órgão especifico em Brasília.
Assim, o Itamaraty mantém na área os seguintes contratos com
a Fundação, envolvendo a aplicação de cerca de NCz$ 33 milhões, entre
1984 e 1989 (a preços de outubro/89):

66.1 - através da Subsecretaria Geral de Assuntos Económicos


e Comerciais - SGAC: a) Programa Auxiliar de Promoção Comercial; b) Pro
grama Sistema de Informações Econômicas; c) Programa Complementar de
Cooperação Cientifica, Técnica e Tecnológica; e d) Programa Negociações
Comerciais Multilaterais.
66.2 - através da Divisão Europa II: Programa de Promoção Co
mercial junto aos países do Leste Europeu.

Pelos exames levados a efeito no setor, a Equipe ressalvou


(fls. 74) apenas a ausência de meios formais de controle de execução dos
contratos, tais como relatórios de acompanhamento e de avaliação, pre-
vistos no art. 57, parágrafo único, do DL n9 2.300/86.

JUSTIFICATIVAS DO RESPONSÁVEL (FLS. 24 e 25 DO VOL. E): Promo


vida a audiência do Sr. Secretário-Geral do Ministério, este compro=
meteu- se_ a, exigir da Fundação os relatórios de execução e supervi
são reclamados, e generalizar a medida em relação aos demais contratos
no âmbito do MRE.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITEM 9.1 - FLS. 98), COM O CONSENTIMEN-


TO DA INSPETORIA (FLS. 107): Apesar da afirmativa do administrador visan
do ã regularização do procedimento questionado; o Grupo propõe,em con-
clusão (fls. 104) ,recomendação ao MRE no sentido da fiel observância do
dispositivo legal infringido (art. 57, parágrafo único, do DL.2.300/86).

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116): Entende que devem


ser evitadas recomendações que impliquem em interferir na organização
interna da Unidade auditada.

QUESTÃO 6 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE


CONTRATOS NA ÁREA DE CRECHE (ITENS 12.5.1 a 12.5.3- FLS. 75)

Os serviços de que trata o tópico acima (itens 9.1 a 9.3-fls.


44/51), contratados sem licitação(por notória especialização) junto
FVCF, desde 1984, através da Divisão de Serviços Gerais (DSG-MRE), refe
rem-se ao atendimento pré-escolar, em creche e maternal de propriedade-
41
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

da Fundação, a filhos e dependentes de funcionários do Ministério, na


faixa etária de 3 meses a 5 anos, nos termos do Decreto n9 93.408/86 e
da IN-SEDAP n9 196/87.

A contribuição dos pais varia segundo a faixa salarial e o nú


mero de dependentes, resultando em descontos consignados em folha de pã"
gamento, para posterior repasse ã Fundação.

Os dispêndios do Ministério com a espécie são compostos de


despesas fixas com manutenção da creche, e gastos variáveis relativos ã
contribuição patronal pelo número de crianças atendidas. No período de
1984 a 1989 contabilizou-se para tal fim a soma aproximada de NCz$ 2,4
milhões, a preços de outubro/89.

A propósito, ressaltaram os Auditores do Tribunal que o Decre


to e a IN referidos alinham 3 possibilidades para a concessão do cita-
do beneficio pela Administração Público: a) instituição de creche pró-
pria, como unidade integrante de sua própria estrutura; b) utilização,
mediante convênio, de estabelecimento do gênero conjuntamente com ou-
tras entidades ou órgãos públicos; e c) contratação, por meio de licita
ção, de serviços de particulares que exerçam tais atividades.

Nossos Técnicos assinalaram que, de conformidade com o já men


cionado Decreto n9 93.408/86 (art. 59 - VI), os custos de manutenção
são permitidos tão-somente nos dois primeiros casos - creche própria ou
compartilhada com outro órgão público (letras "a" e "b").
Das análises procedidas, a Equipe relacionou como falhas ou
irregularidades nesse campo os seguintes procedimentos:
76.1 - reajustes de contratos em percentuais bem acima dos In
dices de desvalorização da moeda;

76.2 - realização de despesas com manutenção da creche contra


tada, acarretando o dispêndio impróprio de NCz$ 230.183,61, a preços de
outubro/89 (considerando apenas o período de junho/88 a abril/89), em
desacordo com o Decreto n9 93.408/86; e
76.3 - pagamentos a maior ã FVCF, no montante de NCz$155.328,65,
a preços de outubro/89, tendo-se em conta somente o período de junho/88
a agosto/89, relativos a mensalidades de filhos de pessoas estranhasaos
quadros funcionais do Ministério, que representam 40% do total atendido
(cf. quadro de fls. 49).
JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSAVEIS (FLS. 23/24 PO VOL. E E FLS.
535/536, 541/542 e 565/572 DO' VOL. F):Relativamente aos elevados rea-
justes de contratos (item 76.1), os gestores apresentam os mesmos argu-
mentos oferecidos para a área de Congressos e Conferências (item 59),ou
seja, em face da descontinuidade da execução orçamentária, a Fundação pres
tou alguns serviços sem cobertura financeira ou contratual, efetivando-
-seposteriormente as compensações devidas, quando dà bbteneÃo dos re-
cursos. Mencionam ainda os aumentos qualitativos dos serviços ajusta-
dos.
Sobre a questionada despesa com manutenção (item 76.2),os res
ponsáveis esclarecem que o Plano de Assistência Pré-Escolar do MRE foi
previamente aprovado pela SEDAP, e que as minutas dos respectivos con-
42
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

tratos foram submetidas preliminarmente a exame da Consultoria Jurídica


do Ministério e da CISET/MRE. Ponderam ademais que o convencionado como
taxa de manutenção da creche representa, na realidade, uma "taxa de mo-
bilização" pelo direito de matricular na instituição até 170 crianças.
O Itamaraty estaria, portanto, garantindo 170 vagas, além de pagar um
valor por criança efetivamente indicada. Por último, informam que, para
superar a impropriedade apontada, o novo contrato (de 02.10.89) estabe-
lece apenas o pagamento mensal de um valor reajustãvel por criança ma-
triculada, até o limite de 110, e dessa quantia - sérãodeduzidas as consigrundés
arrecadadas dos pais ou responsãveis.

Quanto aos pagamentos em excesso ã FVCF (item 76.3) ,osdiriden-


teebs,atribuem a dois fatores: a) desconhecimento, por parte dos admiriis ---
tradores da creche, dos termos do contrato; e b) errônea interpretação
de que também os dependentes de empregados da Fundação seriam beneficiá
rios dos citados serviços. Para regularização, sugerem que as quantia
pagas indevidamente, após atualização monetária, sejam descontadas nos
próximos pagamentos a serem feitos ã Fundação.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 10.1 a 10.3 - FLS. 98/99),00MAMI


ESCÊNCIA DA INSPETORIA (FLS. 107) E DO MINISTÉRIO POBLICO (FLS.117): Os
Analistas do Tribunal têm por insatisfatórias as razões oferecidas . e,
considerando já-terem - sido sugeridas as recomendações de que tratam os
itens 52.1 e 63.1 deste Relatório, propõem,em conclusão (fls. 104):

- seja constituída Tomada de Contas Especial visando à cita-


ção do ex-Titular da Divisão de Serviços Gerais do Ministério -DSG/MRE,
identificado às fls. 104 (item 14.9), para que apresente alegações de
defesaou recolha aos cofres públicos a importância de NCz$ 385.512,26 -
(a preços de 01.10.89), à vista de sua responsabilidade em pagamentos
indevidos à FVCF, sendo NCz$ 230.183,61,a título de manutenção da Cre-
che Cabo Frio, e NCz$ 155.328,65, relativos a mensalidades de filhos de
pessoas sem vínculo empregatício com o MRE (itens 76.2 e 76.3 deste Re-
latório).

QUESTÃO 7 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA INSTITUIÇÃO E EXE-


CUMW PLAND DE SEGURO EM GRUPO NO EXTERIOR (ITENS 12.6.1 A
12.6.13 - FLS. 75/76).

PRELIMINARES

Segundo apurado pela inspeção,a Fundação Visconde de Cabo Frio


contratou, em 1972, com a Se:Jim:adora_ 'The PrUdential Insurance company
Of América; um plano de seguro em grupo para seus associados do MRE(CLT
ou estatutários), com fundamento nos artigos 39 e 49 de seu Estatuto.
A adesão ao Plano -- de caráter voluntário -- é permitida aos
funcionários do quadro do MRE que sirvam no exterior, podendo continuar
vinculados ao Plano os servidores que retornem ao Brasil, os aposenta-
dos, os licenciados por período inferior a 6 meses e os agregados (cedi
dos a outros órgãos no Brasil ou no exterior). Assim, foi constatado que
dos 2.296 associados até então segurados, cerca de 60% encontravam - se
no exterior, enquanto os outros 40% estavam no Pais.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO — 1. 6 -

A Apólice cobre, de um lado, o ramo médico-hospitalar,que fun


ciona basicamente através do reembolso integral ou parcial de despesas
efetivamente pagas pelo segurado e seus dependentes, segundo limites
estabelecidos em normas regulamentares da Fundação e da Seguradora, re
ferentes a honorários de profissionais médicos e paramédicos, a interna
mento hospitalar, a exames laboratoriais e radiológicos, a medicamen 1
tos e a tratamento odontológico. De outra parte, o Plano contempla ain-
da os ramos de seguro de vida a termo do segurado e do dependente, bem
como contra morte acidental e mutilação e, ainda, seguro de vida adicio
nal para dependentes incapacitados, além de seguro de despesa suplemen-
tar por acidente e previsão de risco de guerra e de terrorismo (fls.285
/286 - Vol. B).

De 1972 a 1976, a Fundação Visconde deCaboFrio e os associados


ao Plano custearam solidariamente o valor dos prêmios devidos, na pro-
porção de 70% para a FVCF e 30% para os funcionários (f is. 169 -

A partir de 1976, por decisão não formalizada (fls. 232 -Vol.


A e fls. 169 - Vol. B), o Itamaraty assumiu o *ónus relativo ao prêmio
do seguro, por entender que o benefício se constituía numa obrigação pa
tronal. Entretanto, a Fundação continuou a atuar no gerenciamento e op -J
ração da apólice, por ser ela sua instituidora original.

A decisão quanto ao encargo inspirou-se na instituição do Pro


grama de Assistência Patronal da Previdência Social, pelo Decreto nQ
72.771/73, bem como nas mesmas circunstâncias que autorizaram a contra-
tação de clínicas e laboratórios privados por grande número de órgãos
públicos. Foi lembrado ainda o recente Sistema de Prestação de Assis -
tência Médico-Hospitalar no Exterior aos Militares e Dependentes , cria
do pelo Decreto n9 92.512/86 e regulamentado por Portaria do Ministério
do Exército, de 26.10.88.

A Equipe, considerando que os associados _continuaram contri


buindo para o custeio do Plano, entendeu que a parte pela qual o Mini
tério passou a ser responsável diz respeito apenas àquela antiga parti
cipação da FVCF, ou seja, 70%. Por sua vez, a Administração considerou
que naquela ocasião o MRE assumiu integralmente a discutida despesa, en
quanto a Fundação passou a utilizar as contribuições dos servidores em
outros programas assistenciais (fls. 169 - Vol. B e fls. 26 - e 305- Vol.
E)
CONTRIBUIÇÕES E PRÊMIOS
A propósito do questionado percentual de participação do MRE
no prêmio do seguro (70% ou 100%), a Equipe trouxe à consideração,afora
outros elementos comprobatOrios, os normativos regulamentadores da mate
ria (Manual de Instrução às fls. 239/263 - Vol. B), do qual se infere
que, efetivamente, as contribuições dos segurados, se não o são, deve-
riam ser dirigidas ao programa de benefício ora analisado, até porque
seu não pagamento constitui motivo para que o associado seja automatica
mente suspenso do Plano, nos termos da Circular/FVCF n9 045/87 (fls.24 -(5-
- Vol. B).
Aliás, para filiar-se ao programa o funcionário é obrigado aos
seguintes pagamentos à Fundação, diretamente ou mediante desconto em
folha, conforme determinadas circunstâncias: a) taxa de segurado igual
a US$ 5,00 mensais; b) taxa de administração do seguro também de US$5.00
44
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

mensais; e c) contribuição para o prêmio do seguro, que pode ser mensal


ou anual, cujo valor varia segundo o cargo do segurado, ou local de lo-
tação e número de dependentes (f is. 163 - Vol. B).

Segundo avaliação do Grupo-Auditor (f is. 58), tomando-se por


base o exercício de 1989, a contribuição média dos associados situou-se
na faixa de 20% do valor do prêmio, considerando-se a participação apro
ximada de US$ 1,3 milhão no custo da apólice, estimado naquele.ano em_cerca -
de US$ -6,5 milhões. Vale dizer, cada um dos 2.296 segurados participou, em media,
por nos, oom US$ 47 no custeio do prêmio per capita rrensal de US$ 236.
Conforme constatado pela inspeção, o . valor do prêmio cobrado
por beneficiário decorre de uma observação histórica de custos da Segu-
radora em anos anteriores, acrescidos de uma taxa de remuneração. Dessa
forma, a cada renovação anual da apólice novas condições e preços são
negociados (fls. 57/58).
Com efeito, a considerar a obrigação do Itamaraty na condição
que parece mais correta à Equipe (participação com 70% do valor do prê-
mio), ter-se-iam excessos de recursos repassados para tal fim à Funda-
ção, no total de US$ 5,802,869,00, considerado apenas o período de 1982
até setembro de 1989, demonstrado como segue:

EM US$ •
VALOR REPASSE DO 70% DO VALOR SALDO EM PODER
ANO DO MRE À FVCF DO PRÉMIO DA FVCF
PRÊMIO (A) (B) (A - B)
82 3,162,166.00 2,451,500.71 22135167l 237,984.00
83 3,008.,534.00 2,417,752.79 2,105,973.73 311,779.00
84 2,613,854 00 l 888,25262
, 1_,829,697.62 58,555.00
85 3 690,294,00
, 3,577,798,72 2,583,301.72 994,594.00
86 3,666,163.65 2,898,820,47 2,566,314.47 332,506.00
87 4,616,915.35 1,547,300.71 3,231,841.71 315,459.00
88 5,495,236.74 6,068,384.59 3.'846,665.59 2,221,719.00
89 4,403,626.56 4,412,812,00 3,082,539.00 1,330,273.00
IVTAL 30,656,790.30 27,262,622 61 21,459,753.61 5,802,869.00

PAGAMENTOS E OPERACIONALIZAÇÃO

Segundo se constatou (f is. 225 - Vol. B) os pagamentos à Fun-


dação para cobertura da apólice são feitos a cada trimestre pelo Escri-
tório Financeiro do MRE em Nova York (EFNY), único ordenador de todas
as despesas do Itamaraty no exterior. Esses gastos incorporam-se aos
demais dispêndios daquela Unidade, para fins de Tomada de Contas Anual
levantada e auditada pela CISET competente, para julgamento pelo TCU.

Ao receber da Fundação a informação do valor devido à _Segu-


tadora,aSubsecretaria Geral de Administração e de Comunicações - SGAD,
à vista das disponibilidades do crédito provisionado ao EFNY (elemento
3.1.3.2), processa a autorização para o pagamento, mediante comunicação
telegráfica previamente aprovada pelo Secretário-Geral e pelo Ministro
de Estado, com o conhecimento do Secretário de Controle Interno (fls.
225 - Vol. B).
45
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA()

Quanto ao reembolso de despesas pela Prudential aos segura-


dos, é_ ele operacionalizado através de formulário preenchido pelos be
neficiãrios (PRM = Pedido de Reembolso de Despesas Médicas), com a dis-
criminação dos tratamentos recebidos e os respectivos gastos, converti-
dos para dólares norte-americanos ã taxa de mercado. O referido documen
to e os comprovantes são enviados à Fundação em Brasília, que, _
pós aprovação, os remete para seu Escritório em Nova York. Este os enca
minha erra lotes para - .a- Ptudential, que providencia o reembolso do montant.
devido em cada lote, mediante depósito em conta da Fundação naquela ci-
dade. Por último, a FVCF individualiza os reembolsos, depositando os dó
lares nas contas dos associados no Banco do Brasil em Nova York.

CONTROLES E OUTRAS CONSIDERAÇÕES


Feita a explanação do citado benefício em seus principais as-
pectos , a res`peito,dos quais algumas ressalvas- ,foram anotadas-pela inspeção Equi
pe. questionou ainda a necessidade da intermediação da FVCF na execução do
discutido contrato. Considerou que a contratação direta feria elimiriádo a
ocorrência de:certos -desvirtuamentos, tornando menos oneroso o seguro.
Relativamente aos controles, afora a ausência de termo formal
entre o MRE e a Fundação, disciplinando os compromissos assumidos, ou-
tras falhas foram de igual modo ressaltadas pelos Inspetores do Tribu -
nal.
Citaram,por exemplo f o fato de o cadastro de segurados ser mantido
unilateralmente pela Fundação, dele não tendo conhecimento o MRE nem
tampouco a Seguradora, o que certamente contribuiu para o surgimento das
impropriedades salientadas às fls. 64, como sejam: pagamento de prêmio
por um número de pessoas superior ao efetivamente segurado, e inclusão
de beneficiários estranhos aos quadros funcionais do Itamaraty.

RESERVA CONTRATUAL ESPECIAL - CSR (CONTRACTUAL SPECIAL


RESERVE)

Informou a Equipe que, a partir de 1982, à vista da crise cam


bial brasileira, a Prudential passou a exigir, além dos prêmios estipu-
lados, a constituição de uma • Reserva Especial, a ser depositada na pró
pria Seguradora,da qual seriam deduzidos os prêmios devidos, na eventua-
lidadede nãb serem eles liquidados tempestivamente, reduzindo, assim,
suas margens de risco. Sobre os valores assim caucionados seriam compu
tados juros à taxa equivalente à dos títulos do Tesouro Norte-Americano
com prazo de um ano, acrescida de um ponto percentual (fls. 286-Vol.B).

Uma vez aceita pela FVCF, a Reserva Especial foi custeada pe-
la própria Fundação até 1986, quando então passou a ser mantida com re
cursos do Itamaraty, numa decisão igualmente não documentada (fls. 23-2
Vol. A e fls. 169 -Vol. B).

Nesse caso -- esclareceram nossos Técnicos -- a exemplo de


qualquer outro sistema de caução, as somas porventura utilizadas da Re
serva pela Prudential, em conseqüência de eventuais atrasos de pagamen-
tos pelo MRE, deveriam ser abatidas quando da liquidação do prêmio devi
do, ou então revertidas ao saldo da conta sacada. Na prática, tal não
locb
4)4)
£et
46 03
60

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 19 -

vem ocorrendo, ou seja, o MRE tem pago os valores integrais dos prêmios
--embora algumas vezes com atraso -- e a Seguradora não tem feito os
abatimentos correspondentes nem tampouco reintegrado ã Reserva os valo-
res dos saques efetuados.
102. Segundo informações colhidas pela Equipe, acrescidas das res
postas 'as diligências formuladas por este Relator ao MRE, o saldo da ij
ferida Reserva Especial junto ã Seguradora Prudential desdobrou-se, de -ã
de sua criação em 1982, da seguinte forma:
Em US$
CRÉDITOS (*) DÉBITOS
ANO DEP;WUKS-AMIVIDENDOS (SAQUES) SALDO
1982 - - 1,0274.93,00

1,027,193.00 (A)
1983 101,692.00 (B) 59,137,00 1,069,748,00

1,069,74800 (A)
1984 118,742,00 (B) 438,904.00 749,586.00
749,586,00 (A)
, 1985 75,709.00 (B) - 825,295,00
825,295.00 (A)
1986 66,849.00 (B) 892,144.00 - O -
1,500,000,00 M
1987 126,657,00 D 287,131.00 1,380,256.00
40;730;00 B
1,380,256.00 (A)
1988 1,321,992.92 (C) - 3,524,645,92
WW4.i:88 PA
3,524,645.92 ri 424,523.00 7,508,512.92
1989 2,475,000.00 C
1,617,855.00 D
315,535.00 (B) 1 I_
(*) (A) = Saldo anterior

= Depósitos efetuados pela FVCB


= Dividendos
Como visto no demonstrativo acima, os recursos da própria Fun
dação repassados para a CSR em 1982, com os acrescidos juros,_ foram
sendo utilizados pela Prudential até esgotar-se.totalnente o saldo em 1986.
A partir de então (1986), ao assumir dito compromisso, o MRE
passou a transferir à FVCF verbas com tal finalidade. Esta, entretanto,
ao longo dos anos vem destinando ã Seguradora Prudential, a titulo de
Reserva Especial, ..apenas parte dos valores a ela repassados pelo MRE,
retendo em seu poder elevadas quantias, conforme demonstrado pela Ins
peção:
Em US
ANO REPASSES DO MRE A DEP5SIMS DA FVCF NA SALDO EM PODER
FVCF RESERVA ESPECIAL DA FVCF
1986 3,287,265.52 - O - 3,387,265,52
1987 2,721,992,92 1,500,000,00 4,509,258.44
1988 2,475,000.00 . 1,321,992.92 5,662,265.52
1989 - O - 2,475,000,00 3,187,265,52
TOTAL 8,484,258,44 5,296,992,92 -4 3,187,265.52
47
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

De notar que,após o Itamaraty se responsabilizar pela CSR, foi


ela utilizada duasvezes - pela Prudentia1 71987e 1989 reduzindo seu
-

saldo em US$ 711,654.00, conforme registrado no quadro do item 102 retro.

Aliás, quanto ao nível da CSR, atualmente em torno de US$7;5mi_


lhões (v. quadro do item 102), a Equipe o considerou excessivo, porquan-
to a caução se destina a garantir compromissos trimestrais- de prêmios
da ordem de US$ 1,6 milhão.
Em resumo, concluindo esta Questão n9 7, foi solicitada a audi
ência dos responsáveis, a respeito dos seguintes fatos:

107.1 - ausência de ato formal entre o MRE e a FVCF visando ao


gerenciamento e operação da apólice de seguro pela Fundação, impossibili
tando o controle do Plano (fls. 232 - Vol. A);
107.2 - extrapolação do percentlial de 70% de participação do
Itamaraty no custo do prêmio do seguro, acarretando o dispêndio irregu-
lar de US$ 5,802,869.00, no período de 1982 a 1989 (item 92 deste);
107.3 - elevação brusca dos valores per capita da apólice,após
1987, sem que tenha havido ação corretiva do MRE no momento das negocia-
ções (demonstrativo às fls. 58 - item 10.5.8);
107.4 - ocorrência de saques na Reserva Especial (CRS) pela
Prudential,- sem posterior devolução ou abatimento nos valores dos prê-
mios pagos (item 101 deste);
107.5 - remessa de dólares à Fundação, a título de Reserva Es
pecial, sem que esta tenha depositado integralmente os valores recebi-
dos, permanecendo em seu poder, até então, a quantia de US$ 3,187,265.52
(item 104 deste);
107.6 - intermediação desnecessária da FVCF na contratação da
apólice com a Prudential (item 96 deste);
107.7 - impedimento dos signatários da apólice contratada
de suas renovações, vez que são também beneficiários do seguro;

107.8 - extensão do benefício para funcionários e aposentados,


no Brasil, representando 40% no custo dos prêmios;
107.9 - pagamento, pelo MRE, no terceiro trimestre/89, de 51
prémios per capita a mais do que o número real de segurados, gerando dis
pêndio, irregular de US$ 32,240.16 (item 98 deste);

107.10 - inclusão, entre os beneficiários do seguro, de 10 pes


soas estranhas aos quadros do MRE, proporcionando gasto irregular de
US$ 56,065,45, no período de 1985 a 1989 (item 98 deste);

107.11 - de igual modo, a inserção de outras 10 pessoas já sem


vínculo empregatício com o Ministério (ex-funcionários), acarretando a
despesa irregular de US$ 6,321.60, considerado o 39 trimestre/89(item 98
deste); e
107.12 - abrangência muito ampla do seguro, encarecendo o va-
lor da apólice.
48
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSÁVEIS (PLS. 25/27, 300/316,337, 376,


e 415 DO VOL. E): Quanto à ausência de formalidade para o custeio do se-
guro (item 107.1), foi a lacuna admitida pelos responsáveis. Para saná-
-la, mencionam (fls. 308 - Vol. E) a criação de Grupo de Trabalho para
estudar a contratação,diretamente pelo MRE, de novo plano de seguro de
saúde e de vida para seus funcionários, mediante licitação, levando em
consideração as observações formuladas no Relatório da Equipe.
No tocante à- extrapolação apontada no item 107.2, os dirigen -
tes recordam que desde o início do Plano, em 1972, então sem qualquer pa
trocínio do Itamaraty, a distribuição dos encargos de financiamento d5
prêmio — 70% para a FVCF e 30% para os servidores -- constituiu meta
prevista mas jamais implementada, pela razões que alinham às fls. 303 do
Vol. E, isto é: a) aumento do custo da apólice em virtude do envelheci -
mento da população segurada, afora a inflação americana; b)redução dos
salários dos funcionários no exterior, em face da perda do valor do dó-
lar frente às moedas européias e japonesa, impedindo o repasse dos aumen-
tos dos prêmios aos servidores; c) imprevisibililidade do valor anual e-
fetivo da apólice, que só é conhecido com segurança no final do exercí-
cio, dificultando a montagem da tabela de contribuição dos associados; e
d) impossibilidade real de se criar "mecanismo perfeitamente articulado
entre as contribuições dos associados e a do MRE: do lado dos primeiros,
pelas razões antes apontadas e, pelo lado do Itamaraty, em razão das in-
certezas e arritmia que caracterizaram a execução orçamentária nos últi
mos três anos".

Assim, em 1976, ao reconhecer, como seupdiscutido encargo as


sistencial -- esclarecem os agentes — "deduz-se que, por extensão,
Itamaraty tenha decidido custear ao máximo de suas possibilidades orça -
mentárias o prêmio devido à Seguradora Prudential, passando a proporção
original de 70% - 30% a ter, desde então, o valor mais indicativo e de
orientação, e não valor mandatário". Tanto assim que no período de 1982
a 1989 a contribuição média do Ministério situou-se na ordem de 88,93% -
(v. quadro demonstrativo às fls. 56 - item 10.4.9).
No que se refere às elevações bruscas dos valores per capita
da apólice (item 107.3), os argumentos (fls. 306 - Vol. E) se reportam
também -a desvalorização da moeda norte-americana, ao encarecimento dos
custos médicos nos E.U.A., pelo emprego de tecnologia mais moderna e
dispendiosa, afora o próprio envelhecimento dos usuários.

Relativamente aos saques na Reserva Especial (item 107.4), as


razões oferecidas pelos Administradores (fls. 309/311 - Vol. E) se pren-
dem inicialmente ao fato de o valor do prêmio por ano ser estimativo. Va
le dizer, a população beneficiária é apenas fator de cálculo para essa
prévia avaliação. Com isso, no encerramento de cada exercício da apólice,
"faz-se uma apuração de seus custos finais (situação em que o número de
segurados não é relevante) que se compõem de indenizações efetivamente pa
gas mais custos operacionais incorridas pela Seguradora para administrai-
a apólice". Uma vez apurados, esses custos finais são cotejados com o
montante pago a título de prêmio no exercício, sendo que as eventuais di
ferenças creditam-se ou debitam-se à CSR, conforme sejam, respectivamen-
te,a favor ou contra o MRE.

Assim, os responsáveis têm por fundamental para o adequado en-


tendimento da questão que os pagamentos dos prêmio e os depósitos na Re-
49
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 22 -

serva Especial não sejam considerados isoladamente, mas em conjunto. Lem


bram finalmente que f se rescindida a apólice com a Prudential, após
necessários acertos de contas, o saldo da CSR retornaria ao Itamaraty.
Quanto ao contido no item 107.5, compreendendo a retenção, pe-
la FVCF, de verbas a ela repassadas para depósito na CSR, os dirigentes
voltam a insistir (fls. 310/311 - Vol. E) na necessidade de que se vejam
os gastos ,tanto com os prêmios quanto com a Reserva Especial, de maneira
globalizada. Procuram demonstrar que, em seu conjunto, não houve saldo
liquido de transferências financeiras do MRE a favor da Fundação, no - qUe
se:refereaos pagamentos feitos por esta ã Prudential (fls. 333 - Vol.E).

Sobre a necessidade da intermediação da FVCF (item 107.6), a


resposta à indagação deve ser vista no contexto das providências anuncia
das pela Administração do Ministério, nas justificativas contidas no item
108 deste Relatório.

As argüições envolvendo_.o impedimento de signatários da apólice,


bemassima extensão do beneficio a funcionários lotados no Brasil e, ain-
da»ograude abrangência do seguro (itens anteriores: 107.7,107.8e 107.12,
respectivamente), encontram-se, segundo os dirigentes (fls. 314 - Vol.
E), dentre as matérias em estudo por Comissão constituída para "formular
termos de referência" (incluindo a definição oficial da participação do
MRE) para contratação, diretamente pelo Ministério, através de licita-
ção, de novo plano de seguro.

Com referência aos prêmios per capita pagos a maior (item 107.
9), as alegações dos responsáveis são as mesmas reportadas no item 112
deste Relatório, ou seja, a população de segurados é um simples fator es
timativo para fixação do prêmio anual do seguro.

Por último, em relação às possíveis despesas irregulares de


que tratam os itens 107.10 e 107.11 - inclusão indevida de beneficiários
-- foi esclarecido (fls. 310 - Vol. E) que os reembolsos eventualmente pa
gos àquelas pessoas serão abatidos ou devolvidos.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 11.1 a 11.13 - FLS. 99/102): 'A vis


ta das razões apresentadas pelos gestores, bem como das medidas anuncia-
das no sentido do saneamento de parte das impropriedades, a Equipe enten
. ..- -
de restarem ainda pendentes pontos fundamentais a requereremprovi den-
cias adicionais para sua regularização definitiva.

120. Cita,por, exemplo, ocaso da participação do Itamaraty no custeio da


apólice de seguro (item 109). Computadas as contribuições dos segurados,
e mesmo desprezando o limite de 70% a que o órgão estaria sujeito, o mon
tante repassado pelo MRE à Fundação, até setembro/89, estaria excedend5
em US$ 3,300,021.25 ao devido, conforme demonstrado pela inspeção no qua
dro seguinte:

ceP
50
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

EM USS

CONTRIB. SE CONTRIB. SE TOTAL DAS VALOR DO


CONTRIBUIÇÃO DIFERENÇA (D-E)
ANO CURADOS NU CURADOS NU CONTRIB.
MRE (A) EXTERIOR(B) BRASIL (C) (A+134-10 =D PRÊMIO (E)

454,688.10 50,520.90 2,956,709.00 3,162,166.00 (205,457.71)


1982 2,451,500.71
582,479.55 64,719.45 3,064,951.79 3,008,534.00 56,417.79
1983 2,417,752.79
709,720.97 78,857.88 2,678,831.47 2,613,854.00 62,977.47
1984 1,888,252.52
3,577,798.72 768,072.73 85,341.41 4,431,212.86 3,690,294.00 740,918.86
" 1989
2,898,820.47 783,415.16 87,046.16 3,769,282.07 3,666,163.65 103,118.42
1986
3,547,300.71 773,398.72 85,933.19 4,406,632.62 4,616,915.35 (210,283.27)
1987
6,068,384.59 1,145,623.16 127,291.45 7,341,299.20 5,495,236.74 1,846,062.26
1988
4,412,812.00 807,371.85 89,707.98 5,309,891.83 4,403,626.56 906,265.27
*1989

27,262,622.61 6,024,770.52 669,418.42 33,956,811.55 30,656,790.30 3,300,021.25


SOMA

* Ate 30/Set/89
Outro ponto é a remessa de dólares à FVCF, para fins de depósi
to na Reserva Enecial junto à Seguradora (itens 112 a 114 do presente):
Segundo nossos Tecnicos, não há como confundir a natureza do prémio do
seguro com a índole da CSR. O primeiro (o prêmio) - diz a Equipe - se
destina a remunerar a Seguradora pelos custos eventualmente incorridos
com os serviços contratados, afora naturalmente a margem de lucro. Já a
outra (a Reserva) é uma simples garantia, a ser utilizada quando ocor
_
rer inadimplência por parte do Ministério.
Sobre a extensão do seguro a servidores no Brasil (itens 107.8
e 116), os Auditores do Tribunal charrema atenção para o fato de o Itamara
ty contar no País com serviço médico próprio, além de manter convênio com
extensa rede de clínicas e laboratórios particulares (fls. 264/265 do
Vol. B).
Finalmente, em relação às razões assinaladas no item 117, a
Equipe não acolhe o argumento de que a população de segurados não é rele
vante para apuração do valor do prêmio devido à Pkildentiai. É que essa
alegação não condiz com o conteúdo do documento de fls. 191/222 do Vol.
B, em que é demonstrado o cálculo do custo trimestral da apólice como
sendo o número de beneficiários vezes o valor per capita do prémio.
Oc"
WWQ°
00
WP
51 0 -24-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Após essas considerações, a Equipe identifica a Secretaria Ge


ral - SG e a Subsecretaria Geral de Administração e de Comunicações -1
SGAD como Órgãos do MRE responsáveis pela aprovação dos repasses efetua
dos ã Fundação, com vistas aos dispêndios da apólice de seguro.

Em conclusão, sobre a Questão n9 7 - Plano de Seguro em Grupo


no Exterior - nossos Auditores alvitram as seguintes providências(fls.
104/105):
125.1 - sejam formuladas recomendações ao MRE no sentido de
que:
as próximas apólices de seguro sejam contratadas
sem intermediações e através de processo licitatõrio;
mantenha em caráter permanente Grupo de Trabalho in
cumbido de acompanhar os reajustes de preços da apólice em te
la, bem como as movimentações da Reserva Especial (CSR);
sem prejuízo de outras medidas supressivas visando
redução de custos, elimine da apólice, principalmente, os se
guintes benefícios: seguro ortodõntico; seguro de despesa su-
plementar por acidente; seguro de vida a termo de dependente;
seguro adicional para dependentes incapacitados; e reembolso de
despesas com óculos e lentes de contato;e
exclua do rol de beneficiários do seguro os aposen-
tados e os funcionários lotados no País.

125.2 - considerando os dirigentes-responsáveis, em seus res


pectivos períodos de gestão, seja assinado o prazo de 60 dias para que,
sob pena de responsabilização solidária, adotem providências no sentido
de que retornem ao Tesouro Nacional as importâncias a seguir identifica
das:

o montante de US$ 3,300,021.25, enviado em excesso


pelo MRE ã Fundação Visconde de Cabo Frio, a título de prêmio
de seguro, conforme demonstrado no item 120 deste Relatório;

b) a soma de US$ 3,187,265.52, enviada ã FVCF, para de


pósito na Reserva Especial (CSR) junto ã Prudential, sem qu'cr?.
a Fundação tenha feito a correspondente transferência ã Segu
radora, .conforme evidenciado no item 104 deste Relatório.
f O

52 , or jo „,„.•

>111 NO°
§ss
- 25 -
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

a quantia de US$ 94,627.21, relativa a pagamentos


irregulares de prêmios de seguro intermediados pela FVCF, no
terceiro trimestre de 1989 (cf. apontado nos itens 107.9 a
107.11 deste Relatório; e
a cifra de US$ 5,000,000.00, depositada a título de
Reserva Especial na Seguradora, representando excesso de garan
tia em relação aos valores trimestrais dos prêmios devidos,corl
forme apresentado no item 106 deste Relatório.

PRONUNCIAMENTO DA INSPETORIA (FLS. 107): A 4 IGCE acolhe, nos


termos em que foram sugeridas pela Equipe, as providências assinaladas
nas alíneas "a" e "b" do item 125.1, onde se propõem recomendações visan
do ao aperfeiçoamento do Plano de Seguro em Grupo no Exterior.
Na parte relativa a indicações objetivando redução de custos
da apólice (alíneas "c" e "d" do item 125.1), a IGCE, após ressaltar que
não existe autorização legal para tais dispêndios, manifesta-se no senti
_ -
do de que a recomendação a ser dirigida ao MRE tenha caráter generico,
e que a adoção de medidas supressivas da apólice se faça após criterioso
estudo.
Para as questões que resultem em devolução de verbas aos co-
fres públicos, a Unidade Técnica entende mais apropriado, no que concer-
ne aos repasses de que tratam as alíneas "a", "b" e "c" do item 125.2
deste, que o Tribunal determine à própria Fundação Visconde de Cabo Frio
o recolhimento das importâncias indicadas, sem contudo eximir de respon
sabilidade, pelas transferências indevidas, as autoridades discriminadas
pelaEquipe.
Finalmente, quanto aos valores caucionados em excesso na Reser
va Especial (alínea "d" - item 125.2), a Sr Inspetora-Geral Substituta
considera que a determinação para o retorno do montante excedente deve
ser dirigida ao Itamaraty.

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116/117): O Prof. Laerte


José Marinho acompanha o entendimento da Inspetoria, no sentido de que
os recolhimentos correspondentes às transferências indevidas sejam requi
sitados à Fundação, e não pessoalmente aos responsáveis, como sugere a
Equipe. Lembra Sua Excelência que "no se trata de citação mas de um a-
juste de contas com o Erário dentro dos procedimentos legais de contro-
le afetos ao Tribunal". Numa segunda oportunidade, e conforme o andamen
to do processo - continua o Representante do MP — "não se poderá desca
tar o chamamento à responsabilidade das autoridades diplomáticas nomina=
das pela equipe de inspeção".
Relativamente à medida consignada no item 125.1 - "b" do pre-
sente Relatório, o Senhor Subprocurador-Geral ratifica sua impressão de
que devem ser evitadas recomendações que signifiquem interferência na
política interna de funcionamento do Órgão auditado.
53
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA° -

Sobre a supressão de benefícios alvitrada tanto pela Equipe


quanto pela IGCE (itens 125.1 - "c" e "d" e 127), também alerta que se o
contrato de seguro foi celebrado entre a Fundação e a PRUDENTIAL não po-
deria o MRE pagar o respectivo prêmio sem uma autorização legal, a exem-
plo dos Decretos n9s 72.771/73 e 92.512/86, tomados como paradigmas pe
_
lo Itamaraty.
Prossegue afirmando que "tal autorização, assentada nos arti-
gos 160/163 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis, Lei n9 1.711,de
28.10.52, beneficiaria todos os servidores, sem a necessidade de ade-
são".
No mais, o MP não se opõe ao que foi proposto pela Equipe.

QUESTÃO 8 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA MANUTENÇÃO,


PELO MRE, DO FUNDO DE SUPLEMENTAÇÃO SALARIAL - FUSAL
E DO FUNDO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - FAS (ITENS 12.7.1
a 12.7.3 - FLS. 76/77).

Por envolver igualmente o relacionamento do MRE com a FVCF,


os dois Fundos mencionados (FUSAL e FAS) foram alvo de investigação por
parte dos Inspetores do Tribunal (itens 11.1 e 11.2 - fls. 67/68).
São Fundos privados de caráter atuarial, pertencentes a servi-
dores do Itamaraty, operando mediante contribuições dos associados. Sua
instituição foi promovida pelo MRE, através de convênio firmado com a
Fundação, que os administra (fls. 288/290 - Vol. B).
O Fundo de Suplementação Salarial - FUSAL foi criado em dezem-
bro/72 e se destina a complementar a remuneração de diplomatas de carrei
ra e servidores de nível superior, lotados no Brasil ou no exterior.
É mantido por uma espécie de poupança mensal, mais taxa de ad-
ministração, ambas em dólares, dos associados em serviço no exterior. Es
ses, ao serem removidos para o Brasil, recebem, de uma só vez, ou em par
celas mensais por certo período, o total poupado, com os acréscimos devi
dos (fls. 298/299 - Vol. B).
O outro esquema do FUSAL permite que os associados lotados no
Brasil percebam uma complementação salarial mensal, em dólares, assumin-
do o compromisso de resgatarem junto ao Fundo a dívida correspondente,
também em parcelas mensais, quando da eventual remoção para o exterior.

O Fundo de Assistência Social - FAS foi instituído em setembro


/73, com a finalidade - de conceder indenizações aos associados - auxilia
res contratados localmente pelas Representações do Itamaraty no exterior:
-- por ocasião de seu desligamento do serviço (aposentadoria ou dispen -
sa)
Seu custeio ocorre mediante contribuições mensais de servido -
res, correspondentes a 3% do salário (em dólares) de cada participante,
durante determinado prazo de carência, afora os pagamentos a título de
taxa de administração (fls. 291/292 - Vol. B).
54
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Em decorrência dos exames procedidos nessa área, o Grupo-Audi-


tor qualificou como irregulares, por carecerem de fundamento legal, os
seguintes procedimentos (fls. 76/77):

142.1 - compromisso firmado pelo MRE, no convênio assinado com


a FVCF, no sentido de o Ministério contribuir para a manutenção do FAS;e
142.2 - cobertura, pelo Itamaraty, de déficits financeiros do
FUSAL e do FAS, nos montantes, respectivamente, de NCz$ 1.328.576,49 e
NCz$ 1.813.646,76, considerado apenas o exercício de 1989 (até julho).

JUSTIFICATIVA DO RESPONSÁVEL (FLS. 28/30 DO VOL. E): Ouvido a


respeito, o Sr. Secretário-Geral do MRE esclareceu que em nenhum momento
o Itamaraty realizou transferências de recursos à Fundação a titulo de
cobertura ou redução de déficits técnicos dos Fundos referidos.

Segundo o dirigente, havia a perspectiva de que,caso aqueles


déficits se transformassem em exigibilidades financeiras concretas, esta
ria comprometida a viabilidade do FUSAL e do FAS. Em face disso, promove
ram-se alterações em seus Estatutos e, em conseqüência, os desequilí-
brios vêm-se reduzindo.

Contudo — enfatiza o responsável --persistia para a Fundação


o aspecto contábil da existência dos discutidos déficits. Assim, por re-
comendação dos auditores da FVCF, esta solicitou e obteve do MRE documen
to através do qual o Ministério reconhecia a obrigação de cobrir aquelas
deficiências financeiras, por haver sido o Órgão que promovera a insti -
tuição dos Fundos.
Entretanto, pondera o dirigente que o reconhecimento da obriga
ção em análise não implica em desembolsos por parte do Ministério, que
nunca esteve em condições legais de fazê-los, representando tão-somente
uma garantia para efeitos meramente contábeis.
Registra, por último, que recentemente a questionada garantia
foi eliminada, sendo que essa modificação já constará do balanço da FVCF
referente ao exercício findo em junho/89, em vias de fechamento.

APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITEM 12.1 - FLS. 102), COM ANU2NCIA DA


INSPETORIA (FLS. 107) E DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 116): Os Analistas
do Tribunal propõem,em conclusão (fls. 105),seja feita recomendação ao
MRE no sentido de serem canceladas formalmente as garantias dadas ã Fun-
dação, relativamente à cobertura de déficits técnicos ou financeiros dos
Fundos privados ora apreciados.

QUESTÃO 9 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA REALIZAÇÃO


DE DESPESAS COM PESSOAL CEDIDO Ã FUNDAÇÃO VISCONDE DE
CABO FRIO (ITENS 12.8.1 a 12.8.3 - FLS. 77)

A primeira argüição, concernente à remuneração paga pelo Itama


raty aos servidores cedidos à Fundação, guarda correlação com o tema tr . "
tado na Questão n9 1 (itens 16/24 deste Relatório). A Equipe considerou-
'oe7t*.
olot
cie

55
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO -

indevidas as despesas com os vencimentos daqueles funcionários, inclusi-


ve porque parte deles vinha sendo-contemplada com salários também da
FVCF.
Outra pendência diz respeito a gastos do MRE com viagens ao
exterior de servidor de Ministério, para tratar de assuntos de interesse
da própria Fundação (fls. 347 - Vol. B).
A respeito., o Grupo do TCU quantificou os pagamentos realiza-
dos, no seu entender, indevidamente pelo Itamaratv (remuneração e diá-
rias),e identificou, às fls. 77 - item 12.8, os seus'beneficiÃrios. .

JUSTIFICATIVAS DOS RESPONSÁVEIS (FLS. 30/31 DD VOL. E e FLS.


754/756 DO VOL. F): Na manifestação do Sr. Secretário-Geral do MRE, se
cundada com as razões oferecidas pelos sucessivos gestores do setor de
recursos humanos do Ministério, vê-se que esses dirigentes não admitem
ter havido ausência de contraprestação de serviços ao Itamaraty, por par
te daqueles servidores ocupantes de funções na FVCF.
Assim, entendem legítimas as remunerações a eles creditadas,já
que todos se encontravam em efetivo exercício em Unidades do próprio Mi
nistério, no País ou no exterior. Vale dizer, desempenhavam tarefas na
Fundação sem prejuízo de suas atribuições oficiais no MRE (fls. 755-Vol.
F)
Sobre as viagens a que se refere o item 150 deste Relatório,ar
gumentam que elas envolveram basicamente contatos e negociações do segii
ro em grupo de funcionários do MRE, junto à Seguradora. bal._ entenderem
os agentes-responsáveis que, implicando aquela apólice dispêndios de re
cursos orçamentários do Itamaraty, natural a designação de servidor de
seus quadros para a missão referida.

155.. APRECIAÇÃO DA EQUIPE (ITENS 13.1 e 13.2 - FLS. 102/103): Nos-


sos Auditores fazem ver, através de documentação (fls. 240/241 do Vol. A
e fls. 87/103 e 310/346 do Vol. B), que, contrariamente ao que afirmam
os Administradores, pelo menos quatro funcionários cedidos à Fundação
ali trabalhavam

156. Com relação às despesas de deslocamentos ao exterior (item 154) ,


a Equipe ressalta que das três viagens questionadas (f is. 347 - Vol.B),
apenas uma serviu para tratar, não de modo exclusivo, do assunto a que
alude a Administração (seguro em grupo). Assim, feito o abatimento perti
nente, restaria ainda irregular o dispêndio de US$ 20,355,00,entre diá-
rias e passagens.

157- Consardentammte,paim.a:. Questão em foco - n9 9 - a Equipe propõe, em


conclusão,a adoção das seguintes medidas (fls. 105):
157.1 - seja constituída Tomada de Contas Especial visando
citação dos responsáveis indicados às fls. 105 - item 14.18, solidaria -
mente com os gestores (a serem identificados pela CISET/MRE) que autori-
zaram os respectivos pagamentos irregulares de remuneração, para que a-
presentem alegações de defesa ou recolham ao Tesouro Nacional as impor-
tâncias devidas;
tN .
0;51°
Uê°4%

56 00
o I‘o 4t`

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


S: ' / 29 -

157.2 - da mesma forma, objetivando a citação do beneficiário


das diárias e passagens de que trata o item 156, solidariamente com os
agentes (a serem apontados pela CISET/MRE) que autorizaram os pagamentos
irregulares daquelas despesas, para que apresentem alegações de defesa
ou recolham aos cofres públicos a soma, equivalente em cruzados novos,de
US$ 20,355,00.

PRONUNCIAMENTO DA INSPETORIA (FLS. 107), COM A MANIFESTAÇÃO FA


VORÁVEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 117): São de opinião que, prelimi
narmente à instauração de Tomada de Contas Especial, faz-se imprescindí-
vel a obtenção dos elementos necessários à definição de responsabilida -
des. Neste sentido, sugerem que se requisitem todos os dados ã CISET/
/MRE, para fins de citação dos indiciados, em processos apartados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (ITEM 14.21 -


FLS. 105) E DOS PARECERES DA INSPETORIA (FLS. 107/108) E DO
MINISTÉRIO PÚBLICO (FLS. 117).

Ao concluir o Relatório de Inspeção, o Grupo-Auditor lembra a


necessidade de ser incluído em futuro Plano de Inspeções Ordinárias o
Escritório Financeiro do MRE em Nova York, porquanto tal Unidade centra
liza 80% do orçamento do Ministério, "justificando, sob a ótica do custo
-benefício, a sua fiscalização in loco".

.160. A Inspetoria Técnica (4 , IGCE) perfilha esse entendimento, su


gerindo mais que os fatos aqui levantados sejam examinados em conjunto
e em confronto com as contas das Unidades do MRE, que mantem contratos
com a Fundação Visconde de Cabo Frio. Por derradeiro, alvitra o encami -
nhamento de cópia do Relatório de Inspeção ao Departamento de Polícia Fe
deral, em atendimento à solicitação do Sr. Presidente do Inquérito insta-1:1
do no âmbito daquela Repartição, de que trata o item 8 do presente Rela-
tório (anexo I).

161. Com referência às sugestões acima (itens 159 e 160), em nada


se opõe o douto Representante do Ministério Público, que aponta ainda co
mo medida útil a obtenção de cópia do Inquérito Administrativo promovido
pelo Ministério das Relações Exteriores, iniciativa, aliás, já tomada
por este Relator.

É o Relatório.
57
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

VOTO

Preliminarmente, importa reafirmar que o Relatório de Inspeção


Especial ora apreciado foi autuado originalmente como RESERVADO (TC-130/
89), por conter documento dessa forma chancelado pelo Itamaraty. Trata
esse documento da Exposição de Motivos MRE-128, de 20.05.88, na qual o
Excelentíssimo Senhor Presidente da República autorizou o MRE a contra
tar a Fundação Visconde de Cabo Frio - FVCF, para execução de serviço -ã
técnicos especializados, tendo em vista a vedação a que alude o art. 23,
lg, do Decreto-lei nQ 2.300/86, e considerando ainda a situação de
inexigibilidade referida no art. 23 - II c/c o art. 24 do mesmo Estatu
to das Licitações, bem assim a excepcionalidade prevista no art. 14 d.5
Decreto n(2 95.682/88, redutor de despesas com serviços de terceiros.
2. Posteriormente, o Senhor Presidente do Tribunal, por Despacho
de 12.12.89 (fls. 109), determinou fosse dado aos autos caráter ostensi
vo, porquanto o Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, atra
ves do Aviso n(1) 142, da mesma data (12.12.89), havia descaracterizado',
do ponto de vista de sigilo, a citada E.M. nQ 128/88 (fls. 109)
3. Conforme anunciado no item 13 do Relatório precedente, pela
mesma razão também a reserva do TC-007.246/89-7 (anexo II) já havia si
do levantada, em 11.07.89, por ordem igualmente do Senhor Presidente do
TCU (fls. 14).
II
4. É de se assinalar que o Relatório de Inspeção foi concluído
em 03.11.89 (fls. 79), sendo instruído novamente pelo Órgão Técnico em
07.12.89 (fls. 91/108), após audiência dos responsáveis. Por Despacho
da Presidência do Tribunal (fls. 111), datado de 18 de janeiro do cor
rente exercício , foi solicitada a manifestação do Ministério Público,
que, através do Sr. Procurador-Geral Substituto, Prof. Laerte José Mari
nho, emitiu parecer em 06 de fevereiro último (f is. 112/117). Finalme
te, em 27 de março p.p. os autos foram distribuídos a este Relator.
III
5. Como visto, a auditoria teve por objetivo precípuo averiguar
a regularidade dos contratos firmados entre o Itamaraty e a FVCF, e ainda
a legalidade dos repasses efetuados pelo MRE ã Fundação, objetivando a
manutenção de apólice de seguro em grupo nos ramos médico-hospitalar e
de vida, em favor de servidores do Ministério.
6. Portanto, a inspeção não abrangeu as operações decorrentes de
atos internos e de competência exclusiva da Fundação Visconde de Cabo
Frio. Trata-se de instituição privada, não alcançada pela jurisdição
do TCU. De qualquer forma, com vistas ao exame da matéria objeto da ve
rificação in loco, a FVCF foi franqueada aos nossos Técnicos, facilitan
do a análise das diversas questões suscitadas nas investigações, confor
me consignado pelo próprio Grupo-Auditor (fls. 02).
IV
7. É oportuno lembrar que a Fundação Visconde de Cabo Frio, enti
dade jurídica de direito privado, foi constituída em 13 de junho de
1942, em assembléia de agentes-contribuintes, conforme escritura públi
ca lavrada em 04 demarco de 1943, nos termos do artigo 24 do Código Civil':
Substituiu a antiga Caixa de Auxílios ao Pessoal Menor do MRE , e foi dotada
58
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

inicialmente com o produto das contribuições especiais de funcionários


do Ministério (Cr$ 21.000,00), tendo por finalidade prestar assistência
beneficente e cultural aos servidores do Itamaraty e aos seus dependen
tes , além de provê-los de condições previdenciárias especiais, inclusi
ve seguro em grupo (Estatuto - fls. 41/43 e 51 - Vol. A).
A atuação da entidade vem-se desenvolvendo segundo os precei
tos estatutários regularmente aprovados pelo Ministério Público, eirgS5
fiscalizador das fundações privadas (fls. 10 - Vol. E).
Ademais, desde 1985, o Estatuto da FVCF inclui, além dos
objetivos originários, as atribuições de fomento de estudos e pesquisas
relativos a problemas internacionais e, ainda, de promoção de congres
sos e seminários de temática condizente com as finalidades da Fundação
(fls. 51 - Vol. A).
Também nos termos regimentais, o cargo de membro da Diretoria
Executiva da organização é privativo de diplomatas de carreira, sem pre
juízo de suas obrigações funcionais no Itamaraty, e é exercido de forma
voluntária e gratuita, não implicando em qualquer vinculação trabalhis
ta. O outro órgão de administração superior da Fundação - o Conselh .O.
Patrimonial - tem seus integrantes escolhidos pelo Titular da Pasta das
Relações Exteriores, entre servidores do Ministério, cabendo-lhe, den
tre suas atribuições, eleger e destituir os componentes da Diretoria Ex —
e
cutiva.
De acordo com os esclarecimentos do Senhor Secretário - Geral
(f is. 232 - Vol. A), o MRE não concede subvenção ã FVCF. Suas receitas
derivam, entre outras, de contribuições recebidas de associados, vincu
ladas a programas específicos, e de remuneração por serviços prestado
a terceiros, inclusive ao Ministério, nos vários campos em que ela atua,
seja diretamente, em congressos e conferências, em promoção comercial,
creche, publicações, etc.; seja através de suas subsidiárias, na análi
se e processamento de dados (Data Systems Ltda), em estudos e pesquisa
relativos a problemas internacionais e sua divulgação (Escopo S/A), na
promoção de viagens (Maxi Tour S/A) e em investimentos no exterior (Ca
bo Frio Foudation Limited, além do Escritório em Nova York). Para man
ter suas atividades, o Conglomerado emprega cerca de 800 pessoas.
Os fatos noticiados pela imprensa, envolvendo basicamente as
atividades internas da Fundação, foram alvo de apuração em três instãn
cias distintas, trazendo-se para estes autos os seus resultados: Sindi
cãncia aberta pela FVCF (Vol. G), Inquérito Administrativo promovido pe
lo MRE (Vol. H) e Inquérito Policial instaurado a pedido do Sr. Procura
dor-Geral da República (Vol. I).
Sublinhe-se que nenhuma dessas três investigações cuida do te
ma objeto da inspeção do TCU - contratos do MRE com a FVCF e custeio
de apólice de seguro em grupo pelo Ministério - sob a justificativa pre
cisamente de que tais assuntos eram motivo de atuação do Tribunal, esta
vam sob sua alçada, e tinham jurisdição distinta das demais.
Em síntese, os mencionados Inquéritos concluem ter havido pre
juízo ao patrimônio da Fundação, da ordem de US$ 1 milhão, provocado pe
la ação dolosa ou fraudulenta de empregados da própria entidade, em co.171
luio não só com servidores a ela cedidos pelo MRE, como também com par
ticulares. Estão em andamento providências tendentes ao ressarcimentj,
correspondente ao dano causado, de iniciativa e competência da própria
Fundação.

te/
.
59
32.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Diante das irregularidades ou ilegalidades ali apuradas,promo


veu-se, no âmbito administrativo, por ato do Excelentíssimo Senhor Pre .
sidente da República (Decretos in DOU de 25.01.90), a demissão de quatr —
o
funcionários do Itamaraty, comprovadamente envolvidos em ilicitudes.

Na instância penal, o Inquérito Policial indiciou, além dos


servidores acima referidos, duas outras pessoas igualmente comprometi
das em delitos.
V
Após esses esclarecimentos preliminares sobre Volumes e Anexos
dos presentes autos, passamos agora a apreciar a INSPEÇÃO promovida por
este Tribunal de Contas, cujo Relatório, elaborado pela Equipe de Audi
tona, suscita, como vimos, 09 Questões. Sobre cada uma delas, também
aqui externaremos nosso ponto de vista.

QUESTÃO 1 - CESSÃO, PELO MRE, DE PESSOAL, BENS MÓVEIS


E ESPAÇO FÍSICO À FVCF, EM DESACORDO COM AS DECISÔES
DO TCU E COM O DECRETO NQ 95.904/88 (ITENS 16/24 DO
RELATÓRIO PRECEDENTE)

De há muito vem preocupando esta Corte a concessão de facili


dades e benefícios administrativos a pessoas jurídicas criadas junto aó —r
gãos ou entidades da Administração Federal.
Procurando disciplinar a matéria, este Colegiado, na Sessão
de 10.12.87 (Ata n(2 93/87 - Anexo II), acolhendo Voto deste Relator, de
liberou em definitivo sobre o tema. Decidiu então que as chamadas FuF1
dações de Apoio, instituídas por Unidades da Administração Federal, pa
ra cuja criação foram destinados bens ou recursos públicos, estavam SU
jeitas a apresentação de contas ao TCU. Contrariamente, as Fundações.
do gênero, constituídas no âmbito da Administração, sem participação de
fundos oficiais (como é o caso da FVCF), estavam isentas da obrigação
de prestar contas. Nesta última hipótese, todavia, deveriam elas re
ceber dos órgãos e entidades federais, em seus eventuais relacionameFI
tos, o mesmo tratamento dispensado às demais pessoas jurídicas de direi
to privado. Isso especialmente no que concerne às exigências de sujei
ção a processos licitatórios, sendo-lhes defeso utilizar, a qualquer ti
tulo e sob qualquer forma, servidores, bens móveis ou imóveis, perten
centes a instituições públicas.
Após a deliberação deste Tribunal, foi editado o Decreto nc)
95.904, de 07.04.88 - com alterações posteriores - que, ao dispor sobre
o mesmo assunto, ratificou o posicionamento desta Corte, e estendeu, com
044.9
.0'
UÀ°9
0 33.
60
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

ressalvas, as restrições às entidades fechadas de prèvidencia- privada


patrocinadas pela Administração Indireta.
Na circunstância em pauta, e ante o acima exposto, não - padece
dúvida de que a Fundação Visconde de Cabo Frio está inteiramente alcan
cada pelas normas proibitivas aqui mencionadas. Ekcbtuam-se, evidente-
mente, situações excepcionais admitidas em lei e reconhecidas em instãF1
cia própria, como a abordada na próxima Questão, referente a licitaeões —.
Assiste pois razão ã Equipe de Auditores quando alvitra pi . ovi
dências no sentido do fiel cumprimento, por parte do MRE, do citado De
creto nQ 95.904/88, que disciplina o relacionamento dos Orgãos/entid
des públicos com pessoas jurídicas de direito privado, no tocante 'à uti
lização de recursos humanos, financeiros e materiais.

QUESTÃO 2 EXTRAPOLAÇÃO, PELO ITAMARATY, DA AUTORIZAÇÃO


-

CONCEDIDA PELO EXCELENT/SSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPU


BLICA, AO APROVAR A EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS MRE . - 128/8W
(ITENS 25/39 DO NOSSO RELATÓRIO).

Da leitura da citada E.M. MRE-128/88, subscrita por 06 Minis


ti. os de Estado (MRE, MF, Gabinete Militar, SNI, SEPLAN e SEDAP), resuT
ta esclarecido que a autorização concedida ao Ministério, pelo ExceleFI
tíssimo Senhor Presidente da República, visou atender e amparar duas si-
tuações diferentes: IM a execução de tarefas em áreas de - repercussão
na segurança nacional, caso em que é vedada a licitação, a juízo do Pre
sidente da República (art. 23, § 1Q, DL 2.300/86); e 2) realização
de serviços técnicos em setores nos quais, segundo o MRE, a FVCF possui
notória especialização, hipótese que torna o certame inexigível, desde
que reconhecida e ratificada tal condição por autoridade superior (art.
23-11, c/c o art. 24, DL 2.300/86).
Os reparos feitos a esta Questão, tanto por parte da Equipe
de Auditores, quanto pelo Ministério Público, nos levam a examiná-la
por dois ângulos: 1Q) a descentralização na execução de atividades pró'
prias do Itamaraty; e 2Q) o alcance ou abrangência da mencionada E.M.

Quanto ao primeiro aspecto - a descentralização - - conclui-se


que a aprovação presidencial pressupõe o consentimento do Governo quan
to à forma de realização indireta das atividades específicas do Itamar
ty, ali mencionadas: a) Implantação, Consolidação e Desenvolvimento 6:5
Sistema Integrado de Informações; b) Organização de Congressos e Confe
rências; e c) Implementação do Programa de Promoção Comercial no Exte
nor.
Aliás, o estímulo à execução indireta de funções cometidas ao
Estado teve origem na Reforma Administrativa de 1967, consubstanciada
no DL nQ 200, que encampou a descentralização como princípio fundamen
tal, condicionada, em qualquer caso, ao interesse público e à seguran
ça nacional.
61
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Também o atual Estatuto das Licitações e Contratos (DL 2.300/


86) contempla em dispositivos próprios a possibilidade da contratação
de serviços técnicos especializados e outros da iniciativa privada (com
ou sem licitação, conforme o caso), dando ensejo à execução indireta tan
to de encargos-fim quanto de funções-meio da Administração Pública.
Indispensável lembrar que, na esfera do Itamaraty, já em 1974
a recomendada descentralização fora objeto de autorização presidencial,
aposta à E.M. SECRETA MRE-188/74, para o início de trabalhos criptográ
ficos, viabilizados por intermediação do SERPRO, DIGIBRAS e FVCF. As
razões de então, que, segundo o Ministério, ainda persistem, aconselha
vam o deferimento, ao setor privado qualificado, da implementação, na
fase executória, de certos programas e projetos. Reservavam-se ao MRE as
tarefas de planejamento, controle, supervisão e direção.
A propósito da descentralização de encargos típicos do Estado
- tanto finalísticos quanto intermediários - fazemos aqui rápida abor
dagem das circunstâncias que vêm proporcionando ou favorecendo a deleg -a-
ção, à iniciativa privada, de ações da direta competência do Poder Pú
blico. Tal opção vem decorrendo tanto da escassez de recursos humanos,
materiais ou técnicos na área das organizações estatais, quanto do fato
de o crescimento desmesurado da máquina administrativa não ser objetivo
desejado pelo Governo.
No caso do Itamaraty, a situação narrada por seus dirigentes
(fls. 14 - Vol. E) deixa transparecer um quadro de necessidades, em ter
mos de mão-de-obra especializada própria, verdadeiramente preocupantet
As sucessivas disposições baixadas pelo Poder Executivo, a partir de
1981, tendentes a restringir gastos com pessoal, só permitiram ao Minis
tério admitir 64 servidores (CLT) , daquela data ate '1987 . Afora isso, nos UI
timos 02 anos, com a edição do Decreto nQ 95.682/88 e da Medida Provi
sória n(2 81/89 - aprovada pela Lei nQ 7.822/89 - o MRE perdeu 2.492 er71
pregos.
Observe-se mais que o esforço do Ministério em recuperar a
capacidade de execução direta de suas funções esgotou-se em 1988, com
a apresentação, à extinta SEDAP, de pedido - ainda sem resposta - para
criação de uma Tabela de Especialistas, prevista no Decreto n(2 94.313/
87. Segundo se informa, os novos profissionais iriam atuar exatamente
nas áreas técnicas investigadas pela Inspeção em exame. Outra solicita
ção no mesmo sentido fora arquivada em 1987.
De registrar quanto àqueles pleitos (fls. 242 - Vol. E), as
justificativas do Ministério de que o valor global dos dispêndios com a
implantação da citada Tabela situar-se-ia abaixo dos custos dos contra
tos firmados para execução indireta de incumbências cometidas ao MRE.
Além do acima considerado, a análise do atendimento descentrali
zado de responsabilidades do MRE não pode dissociar-se das peculiarid -i
des de organização e funcionamento do Serviço Diplomático Nacional.
Não há negar a singularidade e a especificidade dos serviços
que o Itamaraty presta à Nação, ocupando mesmo posição de destaque na
Administração Pública, pelo que representa como instrumento fundamental
na consecução das obrigações governamentais em escala internacional.
Lidando com grande complexidade de fatores internos e externos, realmen
te não pode a Chancelaria prescindir de quadros devidamente habilita
dos, de meios materiais compatíveis e de recursos técnicos indispenA
veis, para lhe garantir o desempenho eficaz de sua ação institucional.—
6`'
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

35. Sem pretender esgotar os aspectos que cercam a execução governa


mental descentralizada, forçoso reconhecer que esse mecanismo envolve
alguns inconvenientes, de certa forma revelados na presente Inspeção,
notadamente quanto aos serviços técnicos especializados.
É sabido que, na vigência de um acelerado processo inflacioná
rio, os aumentos de custos são antecipados, sendo automaticamente repa
sados nas propostas de prestação indireta de serviços. Isso dificulta
sobremodo a gestão orçamentária e financeira dos órgãos, que rotineira
mente têm que administrar os hiatos entre a elevação dos preços e a cor
reção ou a compensação das dotações oficiais.
33. Outro elemento a considerar é que nem sempre se verifica a
condição essencial inspiradora da regra inscrita no art. 10 do DL 200/
67: a existência de iniciativa privada suficientemente desenvolvida e
capacitada. Tudo indica que esse princípio antevia salutar competição
entre concorrentes, o que atuaria como fator de redução nos valores dos
serviços ofertados.
Na prática, o mercado de trabalho da espécie - profissionais
especializados - é reconhecidamente limitado, concentrando-se em poucos
competidores. A conseqüência é a imposição de custos significativamen
te elevados, tornando a descentralização tão onerosa quanto a execução
direta por servidores capacitados e adequadamente remunerados.

Relativamente ao segundo ponto - alcance ou abrangência da


E.M. MRE-128/88 - quer-nos parecer não ter havido propriamente extrapo
lação, pelo Itamaraty, dos limites da autorização presidencial concedi
da naquele pleito administrativo.
2 possível que os termos genéricos em que foi formulada a Ex
posição, para satisfazer a execução de metas de competência do MRE, te
nham levado a Direção do Órgão a elastecer o seu campo de aplicação p -a-
ra além do necessário ou conveniente. O emprego daquela norma de exce .
ção vem ocorrendo indiscriminadamente, nos vários desdobramentos de re
lização dos planos ali contemplados, até mesmo em tarefas rotineiras
de caráter reconhecidamente não reservado. Daí nossa preocupação com
esses afastamentos, que ultrapassam, segundo pensamos, o entendimento
aceitável dos parâmetros de razoabilidade.
É fora de dúvida que várias atividades desenvolvidas em nome
do MRE, sob a alegação da vedação ou inexigibilidade de processo lici
tatório, poderiam ser objeto de concorrência ou, conforme o caso, de OU
tra modalidade legal de certame, possibilitando ã Administração contra
tar serviços em condições até mais vantajosas.
Conforme assinalado no Relatório que antecede este Voto (item
37), mesmo antes do consentimento presidencial ã E.M. MRE-128/88, o Ita
maraty já mantinha com a Fundação, há cerca de 15 anos, contratos da
mesma natureza dos que ora se analisam. A situação era então enquadra
da pela Administração em normativos legais vigentes ã época, sob o fu ./71
damento da notória especialização atribuída à FVCF (art. 126, § 2Q, d7
do DL 200, de 1967). Note-se que durante todo esse período o MRE não fez
uso do contido na alínea b do mesmo artigo 126, .5 2Q, que permitia a
dispensa de licitação quando sua realizaão pudesse comprometera seguran
ça nacional, a juízo do Presidente da República.
; 27,
tN:10 ' ft

jo. ,'„À o"


dts 36.
63
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

43. Assinale-se que, após a aprovação da E.M. 128/88, todos os con


tratos do Ministério com a FVCF, nos programas indicados naquela Expos]:
ção, foram adaptados, neles incluindo-se nova fundamentação para não
se proceder à licitação. Trata-se da vedação a que alude o art. 23, .5
1Q, do DL nQ 2.300/86, à vista da possibilidade de comprometimento da
segurança nacional. Não se cogitou, em nenhum deles, da aplicação da
outra hipótese prevista na E.M. em tela - a inexiqibilidade por notóia
especialização - o que implicaria na sujeição ao estipulado no art. 23
-II do já citado DL nQ 2.300/86, que diz respeito aos serviços técnicos
enumerados no art. 12 desse Estatuto, desde que de natureza singular.
4A. Quanto à possibilidade de vedação do processo licitatório,não
nos cabe aqui discuti-la ou' definíla: diz fespeito a ihatéria afeta - à
segurançà nacional, é tema de exclusiva alçada e juízo do Senhor Presi
dente da República: •
Por tudo isso, reafirmamos a imperiosa necessidade 'de serem
revistos ou reavaliados os parâmetros que balizaram a solicitação conti
da na E.M. 128/88, adaptando-os às reais e específicas necessidades d(5
Itamaraty. Outrossim, é de se encarecer ao MRE a atenta observância do
DL nQ 2.300/86, notadamente quanto à dispensa e inexigibilidade de lici
tação. E no tocante ã execução descentralizada de atividades do - Minist-é-
rio, há que se recordar que deve ela estar condicionada, em qualquer
caso, "aos ditames do interesse público e às conveniências da segurança
nacional", como preceitua o art. 10, § 8Q, do DL nQ 200/67.
Essas três matérias - segurança nacional, inocorrência de li
citação e descentralização administrativa - são pontos essenciais a se -
rem levados na devida consideração pela MRE, com vistas à adequada °E
servância da legislação disciplinadora pertinente.

QUESTOES 3, 4 e 5 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES ' , NA


EXECUÇÃO DE CONTRATOS NAS ÁREAS DE INFORMÁTICA, DE
CONGRESSOS E CONFERENCIAS E DE PROMOÇÃO COMERCIAL
(ITENS 40/70 DO NOSSO RELATÓRIO).

As três áreas acima agregam faltas ou impropriedades comuns


a todas elas. Daí reunirmos as considerações e reparos 'que julgamos
oportuno fazer, com vistas a corrigir os procedimentos questionados.
Assinale-se de início que não só a própria continuidade dos
contratos examinados, como também as práticas impugnadas pela Equipe de
Auditoria, quanto à sua execução, estarão necessariamente sujeitas a re
visões e adaptações decorrentes do nosso posicionamento - se acolhido
pelo Plenário - a respeito da Questão nQ 2 (itens 23/46 retro). .
Enquanto vigentes os termos contratuais e seus aditivos, faz-
se sem dúvida imprescindível a adoção de providências tendentes ao aper
feiçoamento dos mecanismos de acompanhamento e controle indispensáveis
à boa e regular gestão daqueles instrumentos. Especialmente no que diz
respeito ao cumprimento de preceitos básicos estatuídos na norma especí
fica - o DL nQ 2.300/86.
Vcf)
e 'hW°. teP
eçP
ogi
37.
64
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5. As incorreções comprovadas no curso da Inspeção bem refletem


o lado negativo da execução indireta, cujos pontos principais focaliza
mos na Questão nQ 2 (itens 35/38 supra). A ausência de licitação tam
bém contribuiu para o surgimento das transgressões reveladas.,
Analisando individualmente os ajustes firmados, observamos que
as áreas de Informática e de Congressos e Conferências apresentaram fa
lhas que, pela sua natureza, estão a merecer soluções próprias.
No campo da Informática, constatou-se a descarga de recursos
consignada no item 52.3 do nosso Relatório. De bom alvitre que a provi
dência ali proposta - exame conjugado e confrontado com as contas cor
respondentes - seja extensiva às demais Unidades do Ministério, que ma"Fi
têm, de igual modo, contratos com a FVCF, na linha, aliás, do pronuncia
mento da Sr 4 Inspetora-Geral Substituta (item 160 - Relatório precede
te)
5•. No setor de Congressos e Conferências, julgamos que as despe
sas de que trata o item 63.2 do Relatório anterior não merecem impugna
ção, porquanto previstas contratualmente (fls. 246 - Vol. A e fls. 427
44 - Vol. D). COn'forme anunciado pelo Ministério, a adoção inadvertida
da modalidade de empreitada por preço global - causadora do questiona
mento - já recebeu o devido reparo, estando sob o regime de administra
cão contratada os instrumentos firmados após a Inspeção/TCU.

QUESTÃO 6 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE


CONTRATOS NA ÁREA DE CRECHE (ITENS 71/80 DO NOSSORELA
TóRIO).

Também esse setor se ressente de práticas inadequadas e de


erros, alguns deles já mencionados anteriormente (item 49 retro).
Quanto aos discutidos dispêndios com a manutenção da Creche
Cabo Frio (item 80 do Relatório precedente), depõe inegavelmente em fa
vor do responsável o fato de o Plano de Assistência Pré-Escolar do MRÉ
ter sido previamente aprovado pela SEDAP. Acresce a particularidade de
que as minutas dos respectivos contratos foram submetidas por antecipa
ção ao exame da Consultoria Jurídica e da CISET do Ministério.
Portanto, temos para nós não ser razoável a imputação de débi
to em função do controvertido procedimento, por sinal já reconhecido d(5
mo impróprio pela Administração, tanto que, segundo se informa, foi aju —s
tado, nesse ponto, aos termos dos regulamentos próprios.
No concernente à outra anormalidade — 'ónus de mensalidades
de filhos de pessoas sem vínculo com o Itamaraty — deverá ser solucio
nada com a providência sugerida pelo próprio Ministério, descontando-se-
em próxima fatura, com os acréscimos legais, os valores pagos indevida
mente à Fundação.
Por último, estando naturalmente o setor creche fora daqueles
outros debatidos na Questão nQ 2, há que se advertir que os correspon
dentes contratos foram celebrados sem o emprego de procedimentos licita
tórios. Enfatize-se serem eles essenciais, porquanto exigidos tanto ic) .
lo DL nQ 2.300/86 - em face da natureza do serviço - quanto pelo Regula
mento específico - o Decreto nQ 93.408/86 (art. 4Q - II).
65
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Impõe-se, assim, a adoção, em prazo razoável, de medidas ten


dentes ao saneamento da irregularidade. Haverão elas de levar em cont -ã
possíveis aspectos prejudiciais resultantes de interrupções do ano leti
vo.

QUESTÃO 7 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA INSTITUIÇÃO


E EXECUÇÃO DO PLANO DE SEGURO EM GRUPO NO EXTERIOR
(ITENS 81/134 DO NOSSO RELATÓRIO)

Este item encerra certa complexidade. Para facilitar seu en


tendimento, analisaremos a matéria por dois ângulos: 1Q) o da legalid
de, em que se examinará a instituição do referido benefício do ponto de
vista jurídico vigente; 2Q) o da execução ou da operacionalidade do alu
dido Plano, pelo qual se apreciarão os seus mecanismos básicos e as três
etapas de seu fluxo financeiro: o MRE, a FVCF e a SEGURADORA.

Relativamente ao primeiro aspecto -- o da legalidade -- há


que se afirmar que a concessão da assistência em comento encontra ampa
ro na Constituição Federal (arts. 196, 197 e 201) e no Estatuto dos Fun
cionários Civis da União (Lei ng. 1.711/52 - arts. 160/163). Sendo a
saúde um direito de todos e um dever do Estado, os agentes públicos em
serviço no exterior não poderiam ficar desprotegidos de programas com
plementares da espécie, até porque contribuem regularmente para o si -s-
tema oficial de previdência e assistência social, embora não sejam ai
cançados pelos planos e políticas nacionais de saúde.
Pela natureza de suas atribuições, o Itamaraty já teve,emter
mos de pessoal, algumas de suas peculiaridades reconhecidas pela legis
lação. É bem o caso do Sistema de Retribuição no Exterior e do Regime
Jurídico, disciplinados, respectivamente, pelas Leis nQ .5:809/72 e
7.501/86. Todavia, na área ora discutida - assistência médico-hospita
lar no exterior - ainda não foi editado diploma legal ou regulamentar
específico, a exemplo do já existente para os militares e seus dependen
tes, através do Decreto nQ 92.512/86. É, sem dúvida, uma lacuna que
precisa ser preenchida. De lembrar que o Estado, pela Lei nQ 7.064/82;
impôs ã. iniciativa privada exportadora de serviços a obrigação de con
tratar, para seus empregados no estrangeiro, seguro de vida e de acide -'71
tes pessoais, garantindo-lhes ainda tratamento médico adequado, ante -ã
impossibilidade de serem eles atingidos pelo sistema público nacional
de saúde e previdência.
Observe-se que a forma escolhida pelo Ministério para atender
e proteger os seus servidores nessa área, por intermédio da FundaçãoVis
conde de Cabo Frio - os seguros de saúde e de vida - teve em vista basi
camente o fato de o grupo destinatário estar disperso em praticamente
todos os países do mundo, tornando impraticável - segundo os dirigentes
- a adoção de outros meios com idênticos propósitos. E mais, para sa
tisfazer essa circunstância especial, foi contratada uma seguradora jul
gada capaz de prestar os serviços considerados necessários pela Chance
lana, em ambos os ramos de seguro.
66
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Entretanto, sem ponderar as peculiaridades do conjunto funcio


nal beneficiário, caberiam alguns reparos ao procedimento adotado. Seri
do a Fundação Cabo Frio a Estipulante do seguro, não poderia o MRE, seM
ato formal, avocar a si o ônus de tal compromisso. Como se sabe, os con
tratos verbais com a Administração não produzem efeito (v. art. 778 ociZ)
RGCP e art. 50, parágrafo único, do DL nQ 2.300/86).
Também a intermediação da FVCF na execução do citado Plano de
Seguridade poderia ser entendida por dispensável, até porque, em termos
nacionais, os seguros contratados por órgãos do Poder Público terão que
ser feitos exclusivamente sob a forma direta, mediante sorteio pelo Ins
tituto de Resseguros do Brasil - IRB, ou concorrência pública entre se
guradoras nacionais, conforme o caso (art. 23 do DL n(2 73/66).

664 No concernente ã execução ou operacionalidade do Plano, o sis


tema permite aos funcionários e seus dependentes realizarem despesas m -J
dico-hospitalares e, em seguida, mediante comprovação, serem reembolsa
dos pela Seguradora, de acordo com determinados parâmetros. A empresa
norte-americanacontratada pela FVCF e do tipo mutual company, isto é;
seus proprietários são os titulares das apólices. Portanto, são tam
bem os beneficiários dos resultados operacionais da Companhia.
De outra parte, a Apólice de Seguro escolhida é da modalidade
cost plus expenses (fls. 08/33 - Vol. JY, ou seja, o Estipulante paga
apenas o valor exato dos desembolsos e dos custos administrativos/fi
nanceiros incorridos pela Seguradora, reunidos na parcela de Retenção
(fls. 67 - Vol. J)'. Com isso, o Prêmio que vem sendo pago trimestral
mente pelo MRE ã Seguradora, via Fundação, é estimativo e calculado de
acordo com o desempenho da Apólice no ano anterior.
Em 1982, foi criada a Reserva Especial - Contractual Special
Reserve/CSR. Sua função básica é estabilizar o valor da apólice e
preservar os excedentes técnicos gerados com sua operação. Com isso,
foram atendidas as preocupações da Seguradora com a crise cambial bra
sileira, e garantidas as isenções fiscais previstas na legislação amer .'
cana.
Nesses termos, as diferenças verificadas entre os prÈmios pa
gos pelo MRE (através da Fundação) e as despesas efetivas da Seguradora
são debitadas ou creditadas ã Reserva Especial, conforme sejam, respec
tivamente, negativas ou positivas. Na hipótese de excedentes téóniéo
(diferenças positivas), pode ocorrer ainda a transferência dos correspon
dentes valores ã Estipulante (no caso, a FVCF), em forma de Dividendos .,
ã guisa de comissão pela administração do Seguro, a exemplo dogue suce
de no mercado securitário brasileiro (Circular nQ 21/86, da Superinten
dência de Seguros Privados -SUSEP): Portanto, esse esquema de funciS
namento permite considerar globalmente as transferências efetuadas pelo
MRE ã FVCF, a título de prêmio e Reserva Especial, bem como seus repas
ses junto ã Seguradora.
De mencionar que no MRE a autorização para o Escritório Finan
ceiro de Nova York - EFNY efetuar os respectivos pagamentos é processa
da pela Subsecretaria. Geral de Administração e de Comunicações - SGAD,
mediante comunicação telegráfica;previamente aprovada pela Secretaria
Geral e pelo Ministro de Estado, com o conhecimento do Controle Inter
no. As dotações orçamentáriasrdestinadas.a tais despesas foram comprova
daspor este Relator, em exame por amostragem, nos:ecer . cíciós de1988'e
1989 -(fls. 296/405 - Vol. J).
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA()

Sobre o atual saldo da Reserva Especial (US$ 7,5 ve


rifica-se que ultrapassa de muito o limite de US$ 3,25 milhoes (1/2 dai-
Prêmio anual de US$ 6,5 milhões), tido como tecnicamente adequado por
consultores especializados ouvidos recentemente pela FVCF (f is. 53 -Vol.
J). Entretanto, admitindo que esse saldo só estará disponível em caso de
rescisão da Apólice pactuada, acreditamos que a solução para a impro
priedade esta na providência sugerida no documento de fls. 53 - Vol. J,
no sentido de a Estipulante autorizar à Seguradora o débito dos próxi
mos prêmios diretamente Reserva Especial, retomando os pagamentos ape"
nas quando o seu nível alcançar o teto desejado.
Quanto à participação financeira do Ministério das Relações
Exteriores e contribuição de seus servidores no custeio do Plano de Se
guro, é difícil definir com exatidão uma e outra. Como vimos, a ausê
cia de termo formal entre o MRE e a FVCF, e de textos legais ou regul -ã-
mentares dispondo sobre essa partilha, dificulta um preciso entendimeFi
to a respeito.
De qualquer forma, evidenciado está que os funcionários, bene
ficiários do Plano Ora discutido, sempre contribuíram para a sua mariii
tenção. Aliás, todo o sistema de saúde e previdência social do País e -í
tá assentado em bases contributivas. Assim, não vemos como desconsid
rar, não levar em conta, esses recursos, provindos dos associados, no
relacionamento financeiro MRE x FVCF, por sua vez decorrente do Seguro
em causa. Se tais valores tiveram destinação diferente - ainda que de
cunho social (creche, auxílio-escolar, auxílio-transporte e outros)
daquela para a qual foram arrecadados, como alegam os dirigentes doMRE,
ás fls. 169 - Vol. B, tal direcionamento não nos parece adequado. Até
porque, para esses programas, existem fontes próprias de custeio. Conse
quentemente, temos por indevida a cobertura desses montantes com verba-i
Públicas.
De assinalar que, ao longo dos 14 anos em que o MRE vem contri
buindo para o custeio da Apólice, a Fundação Cabo Frio já foi contempla
da com Dividendos ou pro-labores pagos pela Seguradora, que somam mai: s
de US$ 5 milhões, representando 11,6% do total dos prêmios no período
(US$ 43 milhões). Se fizermos um paralelo com o limite máximo de 10%
fixado no mercado nacional para a comissão da espécie (Circular SUSEP
ns2 05/89), esse percentual de remuneração resulta bastante razoável.
Desse modo, considerando o fluxo financeiro MRE-FVCF - SEGURA
DORA, em seus grandes números, vê-se que, no período de 1982 a 1989, '5
Ministério e os segurados repassaram á FVCF o total de US$ 44,090,856.79,
para custeio do Plano, enquanto esta (a FVCF), no mesmo período, pagou
á Seguradora a importãncia de US$ 37,612,752.47. Advém daí uma diferen
ça de US$ 6,478,104.32, em favor da Fundação, conforme demonstrado em
anexo. Tal situação requer sejam adotadas pelo MRE providências junto
entidade fundacional, objetivando o retorno, ao Tesouro Nacional, do
excesso levantado. A este hão de ser ajustadas as eventuais diferen
apura
ças, de igual origem, verificadas em perícidos anteribres a 1982 (não
das pela Equipe de Inspeção), e ainda aquelas observadas no corrente
exercício de 1990.
Por fim, no pertinente aos pagamentos irregulares de que tra
ta o item 125.2-c do nosso Relatório, temos por suficientes as medida
saneadoras anunciadas pela Administração (fls. 310 - Vol. E), no senti
do de obter a devolução dos reembolsos eventualmente processados.
68
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

QUESTÃO 8 - FALHAS E/OU IRREGULARIDADES NA MANUTENÇÃO,


PELO MRE, DO FUNDO DE SUPLEMENTAÇÃO SALARIAL (FUSAL) E
DO FUNDO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (FAS) - ITENS '135/148
DO RELATÓRIO ANTERIOR.

Em se tratando de Fundos privados de caráter atuarial, sem a


participação de Verbas públicas, não há como questionar sua instituição
ou forma de operação.
O que não se concebe, por absoluta ausência de base legal,
o reconhecimento oficial do Ministério relativamente ã obrigação de co
brir eventuais deficiências financeiras desses institutos. Necessário,
por isso, sejam formalmente canceladas as garantias oferecidas nesse sen
tido pelo Itamaraty.

QUESTÃO 9 - FALHASS/OU IRREGULARIDADES NA REALIZAÇÃO


DE DESPESAS COM PESSOAL CEDIDO A FUNDAÇÃO VISCONDE DE
CABO FRIO (ITENS 149/158 DO RELATÓRIO PRECEDENTE).

Como visto, os fatos de que trata este tópico têm correlação


com a matéria consignada na Questão no- 01 (itens 18/22 deste voto).
Tal qual a Inspetoria de Controle Externo e o Ministério Pú
blico, não vemos fundamento para a argüição de ilicitude quanto aos p -ã-
gamentos de vencimentos dos servidores do MRE,que prestavam serviço ã
Fundação. Para a impugnação de tais despesas não foram suficientes os
elementos reunidos na Inspeção.
Decisiva para esse entendimento e a declaração formal dos su
cessivos gestores do Órgão de Pessoal do MRE (fls. 754/6 - Vol. F), cai"
firmanda.que todos aqueles funcionários "encontravam-se em efetivo exe -F
cicio, lotados em unidades da estrutura do Ministério", tendo recebido
"as remunerações previstas em lei, correspondentes a seus encargos e fun
ções". Nesses termos, assumiram os administradores competentes a res
ponsabilidade a que alude o art. 20, § 1Q, da Lei n(2 4.863/65. Da mei
ma forma, o fato de os mencionados servidores terem acumulado remunera
ções no Serviço Diplomático e em entidade fundacional privada não cara -J
teriza infringência de norma legal.
Quanto aos pagamentos indevidos de diárias e passagens (item
157.2 do nosso Relatório), deverá a Fundação ressarci-los ao MRE.
69
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA()

CONSIDERAÇOES GERAIS

11.3. Seguem-se algumas considerações sobre as sugestões complemen


tares contidas nos pareceres e referidas nos itens 159/161 do Relatório
Precedente.
É inegável a importância do Escritório Financeiro do Itamara
ty em Nova York - EFNY, como única Unidade Gestora do Ministério fora do
País. Desempenha, como se sabe, a função de agente repassador de recur
sos em dólares para as diversas Unidades do MRE no exterior.
De outra parte, mantém a CISET/MRE,em Nova York, Representação
que cuida do acompanhamento e análise das prestações de contas recebi
das das várias Repartições Diplomáticas no estrangeiro, além de contabi
lizar e registrar a execução orçamentária, financeira e patrimonial dos
recursosgeridos por aquele Escritório (EFNY).
Em razão disso, antes de se decidir em definitivo sobre a rea
lização de exames inloco no EFNY, indispensável uma análise prévia da"
comprovações de contas anuais daquela Unidade Orçamentária, e de audito
rias ali mesmo levadas a efeito pela CISET (atual Secretaria Geral de-
Controle), que dá apoio, em estreita integração, ã fiscalização a cargo
deste Tribunal.
Por outro lado, é de se acolher a sugestão da Inspetoria Téc
nica, registrada no item 160 do nosso Relatório, encaminhando-se ã aut-6
ridade ali mencionada, cópia da peça requerida.

Neste ensejo, não poderíamos deixar de salientar os resultados


positivos desta Inspeção do TCU. Antes mesmo da Decisão deste Colegia
do, a ser agora adotada, diversas providências já foram tomadas pelo
próprio Ministério. Visaram corrigir distorções e impropriedades, res
saltadas nas verificações in loco, enquanto aguarda as conclusões e ij
comendações finais do Tribunal, de modo a poder então transformá-las
em prática cotidiana (cf. doc. de fls. 08 - Vol. E).

De igual modo, queremos consignar aqui nosso louvor aos Senho


res Analistas Marcos Valério de Araújo, Laércio Rosa Vieira e João Fra71-
cisco de Oliveira Tebaldi, pelo excelente trabalho por eles realizado,
constante do bem elaborado Relatório de fls. 01/79, demonstrando mais

("2
uma vez a elevada qualificação do corpo funcional deste Tribunal.
70
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA()

Senhor Presidente
Senhores Ministros

90. Ante o exposto e considerado - no Relatório da Equipe de Audi


tona (fls. 01/79 e 91/106), na manifestação da Inspetoria Técnica - 41
IGCE (f is. 107/108), no parecer do Senhor Representante do Ministério
Público (fls. 112/117), seguidos dos registros e comentários deste Rela
tor (f is. ) - VOTO por que o Tribunal de Contas da União adot'e
como DECISÃO as CONCLUSÕES consubstanciadas nos ITENS seguintes, apre
sentados na mesma ordem e com idêntica numeração em que foram expostas
as QUESTÕES:
1 - Seja formulada RECOMENDAÇÃO ao MRE no sentido de que, em
eventual relacionamento do Ministério com entidade privada criada junto
a ele - como é o caso da Fundação Visconde de Cabo Frio - observe fiel
mente oque disriõe o Decreto n9 95.904/88, especialmente os seus arts. 29
e 39, cujos dispositivos incorporam e ratificam a Decisão deste Tribu
nal a respeito do tema, proferida na Sessão de 10.12.87 (Ata n9 93/8 7-7-
- Anexo II). É de se orientar ainda o Ministério para que, na execução
de seus serviços via FVCF, ou outra qualquer entidade de natureza priva
da - quer contratados diretamente, em face de excepcionalidade admitida
emlei, quer contratados através de licitação - a cessão e utilização
de bens do MRE, ou outros benefícios administrativos da espécie, desde
que previstos nos ajustes, fiquem limitados ao apoio estritamente indis
pensável à implementação das tarefas pactuadas. Nessa hipótese, as cdri
cessões haverão de ser reconhecidas financeiramente, para os fins de ee -
tipulação de preços dos serviços acordados (cf. itens 18/22 deste Voto); -
2- Seja RECOMENDADO ao MRE - sob a superior orientação do Se
nhor Ministro de Estado - o reexame ou a reavaliação dos parâmetros que -
nortearam a solicitação contida na Exposição de Motivos MRE-128/88, de
forma a adaptá-los ou ajustá-los às especificidades do Ministério, nos
limites de suas reais necessidades. É de se identificar com precisão:
19) os serviços que pela sua natureza possam comprometer a segurança na
cional; 29) os trabalhos passíveis de processo licitatOrio; e 39) as fu -/71
ções que devam estar sujeitas à descentralização administrativa. Nesse
sentido, solicite-se ao Ministério que o reestudo leve na devida consi
deração esses três pontos fundamentais, de modo a enquadrá-los adequad -a-
mente na legislação disciplinadora pertinente (cf. itens 23/46 deste Voto);
3.A - Seja RECOMENDADO ao MRE que, nos pagamentos de suas obri
gações contratuais, observe os procedimentos previstos no art. 36 do dJ
creto n9 93.872/86, indispensáveis à liquidação da despesa (cf. item
52.2 do nosso Relatório.
3.B - Seja RECOMENDADO à Inspetoria Técnica competente deste
Tribunal (4g IGCE) que examine os resultados da presente Inspeção em
conjunto e em confronto com as contas, dos exercícios de 1988 e 1989,
das Unidades do Ministério, responsáveis por práticas aqui questionadas
(cf. item 52 deste Voto);
4 - Seja RECOMENDADO ao Ministério o estrito cumprimento do
disposto no art. 51, ,S 29, do DL no 2.300/86, que veda a retroatividade
financeira de contratos (cf. item 63.1 do nosso Relatório);
71
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

5 - Seja feita RECOMENDAÇÃO ao MRE para que cumpra o precei


tuado no art. 57, parãgrafo único, do DL nQ 2.300/86, que disciplina (T)
acompanhamento e fiscalização da execução de contratos, pela Administra
ção (cf. item 69 do nosso Relatório);
6.A - Que se RECOMENDE aos Órgãos competentes do Ministério
efetuarem, na próxima fatura da Creche Cabo Frio, o desconto correspon
dente ao valor indevidamente pago à Fundação (Cr$ 155.328,65), conforme
levantamento feito pela Equipe de Auditoria, relativo ao período de ju
nho/88 a agosto/89. A esse montante é de ser adicionada a quantia eve71
tualmente despendida pelo MRE, fora do citado período, para custear de -ã
pesas da mesma natureza (serviços de creche prestados a dependentes de
pessoas estranhas aos quadros funcionais do Ministério), com os acresci
mos legais pertinentes, calculados até a data do acerto de contas (cf.
item 57 deste Voto);
6.B - Que se RECOMENDE ao MRE, caso continue prevalecendo a
inconveniência da implantação de creche própria, seja tal atendimento,
a partir do próximo ano letivo, contratado por meio de licitação, con
soante preceituam o DL nQ 2.300/86 e o Decreto nQ 93.408/86 - art. 4Q -1
II (cf. itens 58/59 deste Voto);
7.A - Que se ENCAREÇA ao Senhor Ministro de Estado das Rela
ções Exteriores, ante a atual ausência de disciplinamento próprio para
concessão de assistência médico-hospitalar aos servidores do Ministério
lotados no exterior, a adoção de providências visando à normatização des
se benefício, com a expedição de dispositivo legal ou regulamentar esp -é-
cífico, atendidas as peculiaridades do Serviço Diplomã -Éico Nacional (cf.
itens 60165 deste Voto).
7.B - Que se RECOMENDE aos Órgãos competentes do Ministério
a adoção de medidas junto à Fundação Visconde de Cabo Frio, no sentido
de que ela recolha ao Tesouro Nacional, no prazo de 60 dias, o equiva
lente em cruzeiros a US$ 6,478,104.32, correspondente aos excessos de
recursos repassados à Fundação pelo MRE, para custeio do Plano de Segu
ro em Grupo no Exterior, no período de 1982 a 1989, conforme demonstra
do em anexo. Este valor é de ser ajustado com eventuais diferenças, de
igual origem, verificadas em períódos antério -res a 1982(não quantificadas pe
la Equipe de Auditoria) e no corrente exercício de 1990(cf. itens 66/
75 deste Voto);
7.0 - Que se RECOMENDE aos Órgãos competentes do MRE a imple
mentação de medidas, no prazo de 60 dias, no sentido de quantificar os
valores dos reembolsos de seguros porventura efetuados em face das in
correções mencionadas nos itens 107.9 a 107.11 do nosso Relatório, não
só no período levantado pela Equipe, como também fora dele. Feita essa
apuração, e dentro do mesmo prazo, que se recolha ao Tesouro Nacional
o equivalente em cruzeiros ao total quantificado (cf. item 76 deste Vo
to).
7.D - Que o MRE INFORME a este Tribunal, no prazo de 60 dias,
a respeito da efetivação das anunciadas providências tendentes a redu
zir a Reserva Especial aos níveis considerados tecnicamente adequados
(cf. item 71 deste Voto);
8 - Que se RECOMENDE ao MRE cancelar formalmente as garantias
oferecidas à Fundação Visconde de Cabo Frio no sentido de cobrir defi
ciências financeiras do Fundo de Suplementação Salarial (FUSAL) e do
Fundo de Assistência Social (FAS), disso dando conhecimento ao TCU (cf.
item 78 deste Voto);
72
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA()

9 - Seja RECOMENDADO aos Órgãos competentes do MRE que efetuem


gestões junto â Fundação Visconde de Cabo Frio,no sentido de que ela re
colha aos cofres da União, no prazo de 60 dias', o equivalente em cruzeT
ros a US$ 20,355.00, em face do custeio, pelo Ministério, de viagens ac5
exterior de servidor de seus quadros, para tratar de interesses da Fun
dação (cf. item 82 deste Voto).
91. VOTO ainda por que se RECOMENDE ã Secretaria Geral de Controle
do Ministério (ex-CISET/MRE):
o acompanhamento da observância das RECOMENDAÇÕES óra for
muladas, disso dando conhecimento ã 42 IGCE, para ciência deste TribxT1
nal;
a identificação dos responsáveis, bem assim a definição de
seus respectivos períodos de gestão, nos Órgãos apontados pela Equipe de
Inspeção (Secretaria Geral - SG e Subsecretaria Geral deAdministração - e
de Comunicações - SGAD), para as providências pertinentes â organização
de Tomadas de Contas Especiais a serem determinadas pelo Tribunal, na
eventualidade do não recolhimento, ao Tesouro Nacional, no prazo estipu
lado, do valor do débito indicado no item 7.B anterior, com os ajustes
recomendados (cf. itens 66/75 deste Voto); e
a apuração de responsabilidades pelas infringências aponta
das, para as medidas cabíveis de elaboração de Tomadas de Contas Esp
ciais a serem determinadas pelo TCU, na hipótese do não reembolso, aos
cofres da União, no prazo fixado, das importâncias correspondentes aos
débitos mencionados nos itens anteriores 6.A, 7.0 e 9, com os ajustes re
comendados (cf. itens 57,76e82 deste Voto) .
92. Por fim, VOTO no sentido de que seja enviada cópia deste Rela
tório e Voto ao Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, para
fins de supervisão hierárquica.
Sala das Sessões, em 30 de aio de 1990

-ctuArd_
IANO BRANDÃO ALVES DE SOUZA
Ministro-Relator
ANEXO AO RELATÓRIO E VOTO DO TC-007.209/89-4 - SESSAO DE 30.05.90

QUADRO DEMONSTRATIVO DO FLUXO FINANCEIRO : MRE - FVCF - SEGURADORA

EM US$
TRANSFERN CIAS A FUNDAÇÃO UrILIZAÇA0 DAS TRANSFERÊNCIAS PA FIRMY40 DIFERENÇA
(PAGAIMMOS A PRUDENTVW
EM FAVOR
DO MRE E DE SDSURADOS PARA CUSITUO DE P~OS DO MRE PARA TOTAL NO agnmlo EM DEPÓSITOS TOTAL
DEPÓSITO NA TRANSFERICO DE PRÉMIOS NA RESERVA UTILIZADO DA FUNDAÇÃO
ANO Contrib. do Centr lb . de Contr lb . de Total das Con- RESERVA ES
PIFE
ESPECIAL
Segurados no Segurados no trib . p/custeio prr IAL
exterior Brasil de orèmios
(A) (B) (C) (D.A404c) (E) (F=D+E) (G) (H) (I=G+H) (J=F-I)
1982 2,451,500.71 454,688.10 50,520.90 2,956,709.71 - 2,956,709.713,162,166.50 - 3,162,166.50 (205,456.79)
1983 2,417,752.79 592,479.55 64,719.15 3,064,951.79 - 3,064,951.79 3,008,532 . 99 - 3,008,532.99 56,418.80
1934 1,388,252.62 709,720.97 73,857.33 2,676,831.47 - 2,676,831.47 2,613,854.00 - 2,613,854.00 62,977.47
1985 3,577,798.72 768,072.73 85,341.41 4,431,212.36 _ 4,431,212.863,690,291.24 - 3,690,291.24 740,921.62
1986 2,898,820.47 783,415.16 87,046.16 3,769,281.79 3,287,265.52 7,056,547.313,666,163.65
, - • 3,666,163.65 3,390,383..36
1987 3,547,300.71 773,398.72 85,933.19 4,105,632.62 2,721,992.92 7,128,625.54 4,616,915.35 1,500,000.00 6,116,915.35 1,911,710.19
1988 6,068,381.59 1,145,623.16 127,291.45 7,341,299.20 .2,475,000.00 9,816,299.2G 5,495,236.74 1,321,992.92 6,817,229.66 2,999,069.54
1989 6,062,599.06 807,371.35 89,707.93 6,959,678.91 - 6,959,673.916,062,599.08 2,475,000.00 8,537,599.08 (1,577,720.17)
, DTAL 28,912,409.69 6,024,770,24669,418.42 35,606,598.35 8,484,258.44 44,090,856.79 32,315,759.55 5,296,992.92 37,612,752.47
6,478,104.32
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 74

DECLARAÇA0 DE VOTO

O relatório e o voto apresentados pelo Senhor Relator


evidenciam que:

a dotação orçamentária pela qual ocorreram 05 pagamentos


do prêmio de seguro pelo MRE foi correta e dispunha de suficiente
provisão de fundos:

o valor dos pagamentos efetuados não excedeu o custo


total dos prêmios e da reserva:
excetuados casos circunscritos, bem identificados no
relatório, de pouquíssimos pagamentos indevidos, o efetivo pagamento
dos prêmios pela FVCF à seguradora foi comprovado e documentado.
Não houve, portanto, desvio de finalidade. nem excesso de
pagamento: os recursos foram repassados à FVCF para pagamento do
prêmio e constituição da reserva, e nisso foram aplicados.
Parece-me, por isso, que os referidos dispêndios foram
legais, do ponto de vista orçamentário, e regulares, do ponto de
vista de gestão, pois fundados no elemento orçamentário adequado, e
contidos dentro dos limites da disponibilidade e da finalidade.
Situam-se assim no âmbito estrito dos poderes discricionários do
administrador, que considerou pertinente arcar com os custos
integrais do seguro - para o que também dispunha de autorização
legal.
Esse constitui o objeto próprio da fiscalização do
Tribunal. Em contrapartida, o destino dado pela FVCF a valores
recebidos mediante arrecadação de contribuiçÕes de seus associados é
questão situada além da competência da Corte de Contas, pois se trata
de recursos de caráter privado.
Verifico ainda que os casos de pagamentos irregulares,
referidos em 3, acima, são adequadamente tratados em recomendações
específicas, a eles referidas pelo ilustre Relator.
Por essa razão. com a máxima vênia de Sua Excelência, sou
levado a discordar da apreciação que faz sobre a matéria, no item 73
de seu voto, quando afirma que não se pode "desconsiderar esses
recursos provindos dos associados".
Consequentemente, e com renovadas excusas por divergir,
deixo de acompanhar o ilustre Relator, quando determina, nas
recomendações de nQs 7-B e 91-b, das conclusões de seu voto, que a
FVCF repasse esses recursos ao Tesouro Nacional. Entendo que os
valores ali referidos são fundos de natureza e propriedade privadas
e, em tal qualidade, se situam fora do alcance da competência desta
Corte. Já no que se refere a recursos públicos recebidos, a entidade
comprovou sua boa e regular aplicação, com exceção somente dos casos
restritos já mencionados, e com relação aos quais, ai sim. são
pertinentes as recomendações para que se providencie a devolução das
-1-
ev• #e"-
em
oP

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 75


quantias indevidamente pagas.
No mais, - inclusive no que se refere a essas outras
recomendações - acolho o minucioso voto do Ministro Luciano Brandão
Alves de Souza, que tão clara e abrangentemente analisou matéria de
grande complexidade.
TCU. Sala das Sessões, em 50 de maio de 1990.

anos Atila Alvares da Silva


Ministro

-2-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
76

Proc.TC-007.209/89-4

PARECER

Tramitam excepcionalmente por esta Procuradoria, em decorren


cia das determinações expressas dos eminentes Ministros Alberto Hoffman —
n
e Adhemar Ghisi, insignes Presidentes desta Corte nos seus contíguos
períodos de gestão, o presente Relatório da Inspeção Especial realiza-
da sobre os contratos mantidos pelo Ministério das Relações Exteriores
com a Fundação Visconde de Cabo Frio, entidade assistencial com persona
lidade jurídica de Direito Privado criada em 13.07.42 por funcionários
daquela Pasta.

A iniciativa da inspeção partiu de solicitação do próprio Mi


nistro de Estado das Relações Exteriores, em face de denúncias feita-J
no âmbito da Imprensa, apontando irregularidades, notadamente na remes
sa de recursos públicos em dólares para o exterior com posterior retor -

no ao Brasil, para negociação no câmbio livre.

Acionada, a Polícia Federal remeteu ao Tribunal provas indi-


ciárias dessas operações fraudulentas, acompanhadas de solicitação idén
tica àquela providenciada pelo Ministério (TC-nQ 007.410/89-1 - apenso)..

Enquanto preparávamos este parecer, já o Diário Oficial de


25.01.90, Seção II, estampava os decretos de demissão do Serviço Públi
co dos servidores Paulo Sérgio Pontes da Silva Mafra, Conselheiro, da
Carreira de Diplomata; Ruthe Gomes de Almeida, Economista; Oscar Ferrei
ra da Silva Junior, Oficial de Chancelaria e Paulo Rodrigues Passos.;
Arquivista, todos do Ministério das Relações Exteriores e envolvidos nas
fraudes com operações financeiras em dólar, segundo o referido TC-n(2
007.410/89-1. Cópia da publicação fizemos inserir às fls. 112 dos au-
tos.

Os nomes desses servidores aparecem neste Relatório de Inspe


ção entre os funcionários cedidos "à Fundação Visconde de Cabo Frio, fls.
69, mas não foram arrolados como responsáveis pelos contratos examina-
dos pela equipe da 4@ I.G.C.E. De resto, são independentes as instân-
cias, a penal por comparação com a civil e a administrativa reciproca
mente considerados.

Não esconde o processo a posição desta Procuradoria,sempre de


repúdio à criação de fundações privadas com funções de apoio a ó gãos
77
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 02 -
ou entidades públicas, espécies de "caixa 2" controladas pelos próprios
agentes da Administração Pública (f is. 81, parecer do Dr. RUY KOPPER,
Inspetor-Geral da 4e I.G.C.E.).
Criada, por iniciativa particular, em 1942 com missão eminen
temente assistencial, a Fundação Visconde de Cabo Frio transformou-se
em poderosa prestadora de serviços ao Ministério das Relações Exterio
res desviando-se, assim, dos seus objetivos iniciais para se constitui -i.-
em modelo posteriormente copiado junto a diversos órgãos públicos, prin
cipalmente as Universidades.
A Imprensa, ainda nos dias que correm, tem amplamente coloca
do ã observação do público, farto noticiário a respeito do affaire de
que trata o processo. Desenganadamente, a contrário do que possa pare
cer, a mencionada fundação não é repartição pública, não pertence a a -ci
ministração indireta na órbita federal e como visto, não foi criada e -r.1
virtude de lei, nem com patrimônio, dinheiro ou bens públicos. Apenas,
por força da autoridade e prestigio naturalmente de seus dirigentes, ga
nhou as atribuições que lhe foram cometidas ultimamente, acima de tudo
e com o intuito declarado de servir de ente de apoio administrativo nas
múltiplas funções ã cargo do Ministério das Relações Exteriores.
Em técnicas de Administração todo e qualquer órgão ou Minis
tério, tomando-o isoladamente, tem as missões que a lei ou a própria
Constituição outorga, mas não prescinde das atividades de apoio, como
as de material, serviços de higiene e asseio, recrutamento, previsão or
çamentária, administração do pessoal em atividade, para citar apenas
algumas.
Pensamos, contudo, que aquelas atividades fins ainda que con
sultando os princípios do Decreto-lei nc) 200/67, devem ser delegadas
ouobjeto de desconcentração, com rigoroso cuidado. Será que o delegan
te delega a responsabilidade também?
Não vá o administrador, para se eximir da variada gama de res
ponsabilidade que pesa sobre seus ombros, singelamente arguir que dele
gou, para justificar o insucesso, corrupção, desperdício, afronta a
lei ou aos costumes, quando coisas dessa ordem, eventualmente,ocorrem.
Descentralizar é opção. O Direito Civil, que podemos tomar
em vários passos do Direito Administrativo, como paradigma de comporta
mento, configura várias modalidades de culpa a responsabilizar, solida
riamente, um agente maior ante as falhas e outras perpetrações,a saber:
culpa in eligendo, in contrahendo, in vigilando, in committendo, in
ommitendo, enumeração que fazemos sem pretender esgotar o rol. Existe
a do preposto amo ou comitente pelos prejuízos causados por servidores
seus.
Especialmente quando se administra a fazenda que não é sua,de
ve a pessoa agir com a prudência, cautela, enfim, o zelo com que qual ---
quer bonus pater familias, bem morigerado, usa na gestão de negócios
seus.
Não seria o modelo do perdulário, do bonachão, do que deixa o
dinheiro escoar por entre os dedos, numa alusão, eminentemente, popu-
lar. Vemos este conceito, quer no Código Comercial Brasileiro de 1850,
em seu art. 142 e até mesmo, mais recentemente, no art. 153 da Lei das
Sociedades por Ações.
78
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA() - 03 -

Há que mostrar virtudes, em suma, comedimento nos gastos, na


proteção ao patrimanio material, no trato dos negócios jurídicos.

Em princípio, não pode o Tribunal de Contas inspecionar a Fun


dação ou impor-lhe as normas de Administração Financeira, dai a finali
dade facilitadora de procedimentos que seriam mais embaraçosos se tenta
dos à luz dos controles interno e externo.

O argumento de não ser da administração pública, tem sido o


escudo com que várias fundações assim criadas, se armam para inibir à
, fiscalização da Corte, como se esta, se estivesse imiscuindo em coisas
de ordem, eminentemente, privada.

Ora, o argumento impressiona à primeira vista, mas somente


ao incauto. Atentemos que o domicílio, o sacrossanto refúgio do indiví
duo. Mesmo assim, admite o direito a busca e apreensão até na casa. Mor
mente se a casa, como casa, está se desviando de sua finalidade e . —
in-
fringe outros valores, também, protegidos pelo Direito.

A inspeção afinal se realizou.

Para que semeadores não venham tocar depois em tais temas, é


bom que se relembre, como já tivemos oportunidade de apontar, que moder
namente existe a doutrina da desconsideração da personalidade, quando
pessoa se esconde debaixo das características de uma dada caracteriza
ção, eminentemente, legal em tese, para burlar princípios morais da or
dem jurídica.

A disregard doctrine, doutrina da desconsideração, foi com


propriedade tratada entre nós submetendo-se ao titulo: Abuso de direito
e fraude através da personalidade jurídica, em conferência do renomado
jurista Professor Rubens Requião, em conferência pronunciada na Faculda
de de Direito da Universidade Federal do Paraná, em data que não pode
mos precisar, mas que está publicada no volume primeiro de Aspectos Mo
demosde Direito Comercial, obra do próprio Rubens Requião às págs. 67
e seguintes, edição da Saraiva de 1977.

A doutrina tem permitido levantar o véu que encobre a verda


deira finalidade de uma falsa caracterização, segundo um tipo legal,
ra penetrar a essência da coisa que adredemente assim se esconde.

Sob o prisma da doutrina da desconsideração é então viável a


inspeção, até mesmo com socorro aos arts. 33 e 34 do Decreto-lei nç' 199,
de 25 de fevereiro de 1967. Onde estiver dinheiro público, regularmente
confiado ou não, até lá se estenderá o controle o qual se exerce sob
eminente interesse público.

Quanto a tal aspecto, não temos dúvidas. Inspeção e contas se


gundo boa doutrina que não se aplica apenas em tema de Direito Comer-
cial. Em tal campo ganha evidência, apenas isso, o caso tomado como pa
radigma.

A interpretação extravagante dos conceitos de descentraliza


_
ção administrativa, segurança nacional e sigilo diplomático foi usada
como abrigo para essa simbiose do MRE com a FVCF ao ponto de aquele
sempre socorrer esta, em defesa dos negócios comuns.

Não é de admirar, pois, o resultado a que se chegou n eças


do processo criminal e nas demissões ora comprovadas.
79
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 04 -

A leitura da amena redação do Relatório de Inspeção retrata


com clareza uma série de distorções nos contratos mantidos pelo Ministé
rio com a Fundação que até deixamos de repeti-las aqui para não nos tor
namos enfadonhos nem pecar pela falta de precisão.

Ao justificar esses contratos,com o objetivo de buscar agili


dade para as atividades do MRE e contornar a irregularidade da execuçã?)
orçamentária pública, as autoridades daquela Pasta frustam a possibili-
dade de desenvolver os padrões de funcionamento da estrutura oficial.

Se de um lado se pedem ao Governo mais recursos humanos e ad-


ministrativos, por outro extingue-se a carreira de tradutor enquanto
tais serviços são executados pela FVCF.

Instalada nas dependências do Ministério, de onde agencia ne


gócios com suas subsidiárias e com o mercado de prestação de serviços, -
a FVCF comporta-se como braço empresarial da Diplomacia.

É de estarrecer que os próprios responsáveis pelos contratos


na Administração Pública também respondam, na Orbita privada, pela sua
execução.

Infelizmente já não vigora o art. 779 do vetusto RGCP que


proibia o servidor público de contratar com a Administração Pública, di
reta ou indiretamente, por si ou como representante de terceiros (Anexo
X da Ata n(2 29/81).

Ao recomendar a execução indireta, mediante contrato, das ta-


refas executivas, teria o Decreto-lei nQ 200, de 25.02.67, contemplado
a iniciativa privada especialmente estabelecida para esse tipo de fina-
lidade ou estimulado a criação de fornecedores improvisados de acordo
com o espaço adrede preparado na Administração Pública?
34: Contudo, não tem o Tribunal de Contas meios para erradicar es
se estado de coisas, além das suas reiteradas restrições em diversas De
cisões. Nem o Poder Executivo, com o seu Decreto n(2 95.904,de 07.04.887
conseguiu ser acatado ao tentá-lo.

O Tribunal determinou a guarda na 44 I.G.C.E. para consulta,


do texto da Exposição de Motivos G/SGAD/CISET/SECOR 128/AEFI-L, de
20.05.88, assinada por seis Ministros de Estado e aprovada em 20.05.88
pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República.

Apresentada pouco depois de o Decreto nQ 95.904/88 ter proi


bido a celebração de contratos com pessoas jurídicas criadas junto a
órgão ou entidades da Administração Federal, a EM 128/MRE, de 20.05.88,
visou a contornar essa vedação pelos motivos que alegou.

É sabido que o simples despacho presidencial autorizativo não


revoga decreto, embora ainda pairem tradições nesse sentido, calcadas
em costumes de uma época em que o prestígio pessoal sobrepujava a hie-
rarquia das leis.

Não podendo eliminar as causas, resta ao Tribunal, com os pode


res de sua competência Constitucional, atacar-lhe os efeitos, se nocl
vos. Assim foi na Inspeção Ordinária realizada no Departamento de Prom5
ção Comercial / MRE em 17.09.80 (TC-nQ 33.153/80) e assim será agora,
quando acaba de realizar tão minuciosa Inspeção Especial.

Zelar pela boa aplicação dos dinheiros públicos procupando sa



111' /30
0

80
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIA° - 05 -

near as irregularidades de natureza financeira localizadas no cumprimen


to dos contratos do MRE celebrados com a FVCF.
40. Sobre as conclusões a que a equipe de inspeção chegou depois
de analisar os pronunciamentos dos responsáveis a respeito do Relató-
rio, cumpre-nos tecer alguns comentários, indicados pelos mesmos itens
arrolados às fls. 103 a 105, TC-nQ 007.209/89-4:
14.1 - O recente Decreto nQ 98.667, de 27.12.89, ao
admitir a participação de servidores ou emprega
dos das entidades patrocinadoras, em cargos d -J
direção, nas respectivas patrocinadas, mediante
cessão com ônus para a entidade previdenciária,
foi endereçado às entidades fechadas de previ-
dência privada patrocinadas por autarquias,fun-
dações públicas, empresas públicas ou socieda
des de economia mista, não alcançando,pois,aqu
las criadas junto a órgão da Administração Di
reta como é o caso da FVCF;
14.2 - Temos a impressão de que, justamente por esta
rem afetas à segurança nacional e ao sigilo di -

plomático é que certas atividades da competén


cia do Ministério das Relações Exteriores não
deveriam ser objeto de prioridade para efeito
de descentralização administrativa para a Orbi
ta privada.
Este nos parece ser o sentido do §. 8Q do art.
10 do Decreto-lei nQ 200, de 25.02.67, ao con
trário do teor da Exposição de Motivos nQ 1287
AEFI-L, autorizada em 13.04.88, como demonstra
o processo TC-nQ 007.246/89, apenso;
14.3 - Devem ser evitadas recomendações que impliquem
em interferir na organização interna do órgão
inspecionado. Esta proposta da equipe de inspe
ção, no entanto, encontra respaldo, "lato sensu li,
no art. 57 do Decreto-lei nQ 2.300, de 21.11.86;
14.5 - Dadas as responsabilidades do Tribunal de Con
tas em matéria de contratos, "ex vi" do art.
79 do Decreto-lei nQ 2.300, de 21.11.86, convém
que uma recomendação quanto à maior transparén
cia desses gastos especifique os procedimento
a serem observados, que poderão ser aqueles re-
lativos à liquidação da despesa (mediante có-
pia do contrato, da nota de empenho, do documen
to fiscal pertinente, do termo circunstanciado
de recebimento, etc), previstos nos artigos 36
a 41 do Decreto nQ 93.872, de 23.12.86;
14.8 - Há conexão entre este subitem e o 14.3, fls.
103;
14.11 - 14.13 - 14.14 e 14.15 - Concordamos com a Sr.
Inspetora-Geral Substituta quando, na sua obser
vação de fls. 107, propõe sejam os recolhimen.
tõs de excedentes de despesas requisitados
Fundação, e não pessoalmente aos seus responsá
veis. Aqui não se trata de citação mas de um
ajuste de contas com o Erário dentro dos proce-
dimentos legais de controle afetos ao Tribunal.
81
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 06 -

Numa segunda oportunidade, e conforme o andamen


to do processo,não se poderá descartar o chamaT
mento à responsabilidade das autoridades diplo-
máticas nominadas pela equipe de inspeção;
14.12 - Repetimos aqui nossas impressões apresentadas no
subitem 14.3;
14.16-Se o contrato de seguro de assistência médica
foi celebrado pela Fundação com a seguradora in
ternacional, não poderia o Ministério pagar (T)
respectivo prêmio sem uma autorização legal, a
exemplo dos Decretos nQs 72.771, de 06.09.73 e
92.512, de 02.04.86, tomadoscomo paradigmas.

Tal autorização, assentada nos artigos 160/163 do Estatuto


dos Funcionários Públicos Civis, Lei nQ 1.711, de 28.10.52, beneficia
ria todos os servidóres, sem a necessidade de adesão como narra a equi
pe de inspeção às fls. 53, subitem 10.2.1.

O MRE já presta assistência a seus funcionários em Brasília


paralelamente a esse contrato de seguro que, assim, tem a finalidade de
proteger o pessoal em serviço no exterior.

Portanto, deve-se supor que ao se referir a Apólice, o Tribu


nal admite apenas o seguro celebrado nos termos dos subitens 14.10 e
14.12, fls. 104, e não aquele contratado pela FVCF e pago pelo MRE como
vem acontecendo.

A necessidade de restringir essa cobertura prende-se aos ris


cos de desvios de dólares a que se prestam as transferências e reembol -

sos feitos às expensas desses recursos orçamentários, como se verifica


nos subitens 10.6.19, 10.6.20 e 10.6.26, fls. 65 e 66 e na documentação
remetida pela Polícia Federal, TC-nQ 007.410/89-1, apenso.

É muito oportuna a cautela com que a Sr. Inspetora-Geral


Substituta aborda a matéria, letra "c", fls. 107.

No tocante aos tópicos indicados como 14.18 - 14.19 e 14.20 -


perfilhamos a mesma opinião da Sr. Inspetora-Geral Substituta, no sen
tido de, preliminarmente a uma virtual instauração de tomada de conta
especial, obter os elementos necessários para a definição das responsa-
bilidades.

Quanto aos demais itens enumerados nas conclusões da equipe


de inspeção, fls. 103/105, nada temos a lhes opor.

Apontaremos, ainda, como medida sumamente útil ao juízo ade-


quado nas eventuais sanções a serem aplicadas, depois de análise de pe
ças defensivas, a obtenção de cópia do inquérito que é fon subsidia .,
ria, segundo os termos do Enunciado nQ 86 da Súmula de ... ,—
isprudencia
desta Corte.

Procuradoria, em 06 de , f de 1990.

Laerte J rinho
Procurad ral,em
Substitui ao
82
e:7 7‘
Nts
AO 2*
MX

TRIBUNAL tg CONTAS DA UNIÃO

Anexo III da Ata n9 25, em 30 de maio de 1990


, ---("essao ()rd-In-Ma—do Plenãrio)
INSPEÇÃO EXTRAORDINÁRIA
- Relator, Ministro Carlos Atila Alvares da Silva
Processo: 625.337/88-3
Õrgão: Superintendência Regional do INAMPS/RS
Representante do Ministerio Público: Dr. Jatir Batista da Cunha
órgão técnico de instrução: Inspetoria Regional de Controle Externo/RS
Assunto
Resultados da inspeçao extraordinãria realizada na Superin
tendência Regional do INAMPS/RS, por força do decidido na Sessão de
de março de 1988 quando do exame do RelatOrio de Levantamento in Loco
(Proc. n9 625.544/86-2, Ata n9 09/88, Anexo IV, in D.O.U. de 06 de abril
seguinte), tendo por objetivo "aprofundar o exame de irregularidades
no faturamento de despesas médicas, pagas com recursos de convênios
firmados com clínicas particulares."
Decisão
O Tribunal Pleno, ao acolher as conclusões do Relator, deter
minou, ante as razões expostas, a juntada do referido processo as cori
tas do INAMPS, exercício de 1988, para exame em conjunto e em confronto:
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

83
(GRUPO II - CLASSE III)
TC nQ 625.337/88-3

Inspeção Extraordinária
(Apenso TC nQ 625.565/86-0)
Período: De 06 a 17.06.88

Superintendência Regional do Instituto


Nacional de Assistência Medica da
Previdência Social no Estado do Rio Grande
do Sul - INAMPS/RS

Trata-se de Inspeção Extraordinária realizada na Superin-


tendencia Regional do Instituto Nacional de Assistência Medica da
Previdência Social no Estado do Rio Grande do Sul - INAMPS/RS, por
deliberação do Plenário em Sessão de 23.03.88, proferida no TC no'
625.544/86-2 (RelatOrio de Levantamento), no sentido de aprofundar o
exame de irregularidades no faturamento de despesas medicas, pagas
com recursos de convênios firmados com clínicas particulares.
O Sr. Inspetor-Regional (fls. 33/34), resume os fatos
apontados pela Equipe Que realizou a Inspeção Extraordinária, e traça
um perfil do INAMPS-RS nos seguintes termos:

"A primeira parte informa sobre o Sistema de


Atendimento Medico-Hospitalar da Previdência
Social, a apresentação das Contas, as Fraudes,
a Auditoria Medica, alguns Fatos e a Conclusão.
Esta, sem poder apontar concretamente res-
ponsáveis e valores, deixa evidente:
a)que há fraudes/irregularidades cometidas
pelos hospitais e serviços de atendimento
ambulatorial de urgência, que podem atingir va-
lores extremamente expressivos;
b)que a Superintendência Regional do INAMPS-RS
não vem agindo com o necessário rigor na
coibição dos prejuízos que vem sofrendo, nem
punindo adequadamente os responsáveis, quando
os identifica, servindo, esse comportamento
frouxo, de estímulo à continuidade das práticas
ilegais;

c)que e impraticável a apuração ampla de


valores das fraudes nos moldes como é feita a
investigação pela Auditoria Medica do
INAMPS-RS, atualmente;

d)que o INAMPS-RS, para atingir resultados


positivos no combate às fraudes, carece de uma
atuação mais energica, principalmente em re-
lação aos "atos das pessoas e não dos agentes
prestadores de serviço por si só".

10-\
r °C;tb
1040

TRIMMLIEOWTASDAUNIÃO TC ng 625.337/88-3
NeS-el:S°
,04
84
A segunda parte (fls. 24/32), ao acentuar a
impossibilidade, nas circunstancias, de afir-
mação categórica e definitiva sobre nome de
responsáveis e valores das fraudes, ressalta:

"a)que as fraudes começaram a ser detectadas a


partir do incremento das atividades da
Auditoria Medica do INAMPS;

b)que a tarefa e imensa, abrangendo o exame de


cerca de 3.200.000 contas;

c)que o principal responsável pelas fraudes e o


próprio INAMPS, pela inexistência de um sistema
de controle efetivo, para protege-1o;

d)que os fraudadores podem ser quaisquer um dos


hospitais que servem ao INAMPS-RS, em especial
aqueles "que já foram objeto de muitas
auditorias medicas e já sofreram muitas
punições", cujo rol se encontra ã fl. 26;

e)que as processadoras das contas podem ser


igualmente responsáveis pelas fraudes, em
particular a Hospidata Ltda, Pela circunstância
de alguns dos seus sócios participarem tambem
da direção da PUC, a quem pertence o Hospital
São Lucas, o qual tem apresentado o maior
número de irregularidades graves."

Isto posto, continua o Sr. Inspetor em seu ponto de vista:. ,.

"Temos que a Inspeção, embora sem indicar


precisamente responsáveis e os respectivos
valores, devidamente elucidados, por razões
plenamente aceitáveis, deixou transparecer a
existência do problema - fraudes -, com graves
prejuízos financeiros, do qual o INAMPS-RS não
consegue se liberar unicamente porque não
detem, ele próprio, um sistema de controle
capaz de extirpar os excessos e pagar os
valores corretos e justos. É um devedor que
paga a conta sem a capacidade de criticá-la
previamente. Com isto, está a infringir um
dispositivo básico da Lei /IQ 4.320/64, que e o
da liquidação da despesa, expresso no art. 63,
que visa, entre outras coisas, apurar a
"importância exata a pagar". (os grifos são do
Relator).

Em conclusão (fl. 34), o Senhor Inspetor-Regional entende


que o cerne da questão está na pessoa dos Administradores do
INAMPS-RS, que, conscientes das ocorrencias, não adotam medidas com
vistas a coibi-las.

-2-
Wwrt0
e0
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC nQ 625.337/88-3 dO

85
Sugeriu, por isso, em seu Parecer (fl. 34), notificação ao
INAMPS-RS, para, em prazo razoável, demonstrar a adoção de
providencias efetivas e capazes de sanear as irregularidades
verificadas na Autarquia, visto que tais fatos infringem o art. 63 da
Lei nQ 4.320/64, e se refletem diretamente, nas contas da entidade
correspondentes ao exercíciode 1988, uma vez que resulta em prejuízo
ao Erário.
Quando o processo foi encaminhado ao meu Gabinete,
preliminarmente, em despacho datado de 09.02.89 (fl. 36), à vista do
caráter genérico com que foram registradas as impropriedades
detectadas pela IRCE/RS, conforme ressaltado pelo Senhor Diretor da
2a DT, em despacho de fl. 23, determinei sua restituição àquela
Inspetoria, para saneá-lo com a promoção de diligencia, in loco, a
fim de esclarecer as situações indicadas, bem como solicitei a
tramitação do processo pela Procuradoria "para dizer do direito" nos
termos do RI, art. 78, inciso IV.
No despacho acima referido, solicitei fossem apurados os
seguintes dados:
1Q)as datas em que ocorreram as fraudes
indicadas nos relatórios de fls 01/07 e 24/28;

2Q)os valores atribuídos a cada responsável;

3Q)o resultado do Inauerito Policial indicado


às fls. 05, item V;

4Q)as providencias adotadas pelo órgão, visando


ao ressarcimento dos valores pagos,
indevidamente, pelo INAMPS-RS às empresas
prestadoras de serviços; e

5Q)se houve participação de servidores do


INAMPS-RS nas referidas fraudes e, em caso
positivo, informar se já foram instauradas as
respectivas Tomadas de Contas, nos termos do
art. 34 do Decreto-lei nQ 199/67, combinado com
o art. 84 do Decreto-lei nQ 200/67.

Em resposta a IRCE/RS encaminhou novo relatório (fls.


38/41), acompanhado de outros elementos pertinentes à diligencia,
(fls. 42/65).
O Sr. Inspetor-Regional (fls. 67/71) assinala:

"a)- que as irregularidades decorrem, fundamen-


talmente, do descumprimento de normas que
regulam a apresentação e o exame das contas
hospitalares, com evidencia da participação
de empresas de preparação de contas e das de
processamento de dados;

b)- que essa situação é do inteiro conhecimento


da Representação local do INAMPS (v. Anexo
4, fls. 16/19);

-3-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC nQ 625.337/88-3
86
que as punições aplicadas aos infratores são
extremamente brandas e restritas a uma
insignificante parcela de entidades, e não
atingem aos dirigentes e servidores res-
ponsáveis estimulando o crescimento das
fraudes;

a ação da Auditoria Medica do INAMPS torna-se


quase anulada não havendo correspondência
entre as irregularidades apontadas e as
providências para punir os responsáveis,
identificados nos Relatórios;
as empresas que prestam serviços aos
hospitais, na preparação das contas e no
processamento de dados, podem ter par-
ticipação na distorção dos registros, o que,
entretanto, somente poderá ocorrer com a
conivência dos Hospitais, pois estes e. . que
encaminham as contas para o INAMPS, com a
obrigatória assinatura dos Diretores Clínico
e Administrativo;

torna-se impossível a apuração dos valores


das fraudes, face ã reduzida abrangencia
(amostragem) no universo das contas hos-
pitalares, considerando-se que as falhas
existentes - nos registros dos Hospitais,
devido ã distorção do sistema, dificultam e
até tornam impraticável o trabalho da
Auditoria Especial;

cientificado o órgão local do Departamento de


Polícia Federal, sobre a instauração dos
procedimentos criminais cabíveis, ponderou
este que, por se tratar de investigação
altamente técnica, requereria o concurso de
Auditores Módicos, bem como seria necessário
o levantamento total das fraudes para
viabilizar a instauração do competente
inquérito policial, o que, obviamente,
inibiria o procedimento, considerando-se o
elevado número de contas hospitalares a
serem verificadas (mais de 3 milhões), das
quais cerca de 70% emitidas pelas empresas
de processamento de dados."

Quanto aos quesitos de diligência responde o seguinte:

1 - datas de ocorrência das fraudes indicadas nos relatórios.

"a)não há possibilidade de indicação de datas


precisas, considerando que a atuação das
empresas processadoras é regida por contrato de
prestação de serviço com os Hospitais, não
tendo o INAMPS acesso a tais documentos;

-4-
87
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC nc) 625.337/88-3

depreende-se, entretanto, pela sistemática


adotada, que as fraudes guardam concomitância
com o período de introdução do sistema SAMHPS
(janeiro/84);

a partir de março de 1988, com a abolição


dos formulários contínuos emitidos pelo sistema
eletrônico de processamento de dados, as AIHs
(Autorização de Internação Hospitalar) passaram
a ser preenchidas pelo sistema mecânico-manual,
o que não inibiu a ocorrência das fraudes, eis
que o serviço continuou a ser feito pelas
processadoras, mediante a contratação de grande
número de datilOgrafos;

assim, somente a instauração de amplo e


completo procedimento revisional (Auditoria
Médica Especial), a partir de índice adequado
de amostragem poderia revelar ocorrência de
fraudes, possibilitando a quantificação/quali-
ficação de todas as irregularidades.

2 - valores atribuídos a cada responsável.

as mesmas razões impedem a indicação


individualizada dos valores atribuídos aos
responsáveis;

considerando, entretanto, a assinatura das


AIHs pelos Diretores Clínicos e Administrativos
das entidades hospitalares, parece caber-lhes a
decorrente responsabilidade pessoal, reser-
vando-se os ilícitos civis às empresas
denunciadas;

pelas mesmas dificuldades apontadas no item


anterior, somente um completo levantamento, por
período determinado de internações, em cada
estabelecimento, ensejará a adequada quanti-
ficação dos valores fraudados.

3 - resultado do Inquérito Policial indicado.

- uma série de fatos e circunstâncias estão di-


ficultando/prejudicando o regular desenvol-
vimento dos inquéritos policiais instaurados
pela Superintendência Regional do Departamento
de Polícia Federal:

a) atraso/morosidade do INAMPS-RS na remessa


dos processos à Polícia Federal;

-5-
tr
88
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC nQ 625.337/88-3
Nest■V'
fp0\el
fo•
r.°
. G"'w.'-

remessa, pelo INAMPS-RS, de documento em


cópia xerox, o que não é aceito pela Justiça
Federal, para fins de prova judicial;

o reduzido número de processos criminais não


guarda adequação com os inquéritos realizados
pelo INAMPS, estes em número muito maior, ainda
assim não proporcionais às situações
constatadas;

constatada a falta de identidade, no número


e na nominação das entidades hospitalares, em
relação àquelas em inquéritos instaurados (fls.
47/50, 53/56 e 64/65), revelando insegurança
nos dados e informações produzidas.

4 - providências adotadas visando ao ressarcimento dos


valores pagos indevidamente pelo INAMPS às empresas prestadoras de
serviços.

- ressaltando-se que o pagamento pela prestação


de serviços medico-hospitalares é feito
diretamente pelo INAMPS aos hospitais e a
certos profissionais módicos, consigna a Equipe
de Inspeção:

inobstante se caracterize, pelos indícios


levantados, a co-responsabilidade das empresas
processadoras das contas, nas fraudes
constatadas, a culpa e das entidades hospita-
lares que, inclusive, são as contratadoras das
mencionadas empresas;

as orovidências adotadas pelo INAMPS-RS para


ressarcimento dos danos e responsabilizações
civis e criminais são absolutamente despro-
porcionais ao montante e gravidade das
irregularidades;

nos últimos 5 (cinco) anos, cerca de 400


estabelecimentos hospitalares apresentam inff
cios de fraude contra a Previdência Social, dos
quais apenas 11 (onze), no Rio Grande do Sul,
tiveram denúncias encaminhadas (fl. 40) à
Superintendência Regional do Departamento de
Polícia Federal, assim mesmo prejudicadas pelos
fatos indicados no item anterior, além do
recolhimento de valores inexpressivos, através
de Ordens de Recolhimento (OR), emitidas pelo
INAMPS-RS.

5 - participação de servidores do INAMPS-RS nas referidas


fraudes, com informações sobre se já foram instauradas as respectivas
tomada de contas (DL 199/67, art. 34. c/c o art. 84, DL 200/67).

—6—
.0" n
89 0 '59
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC nQ 625.337/88-3 X)

não foi detectada irregularidade praticada


por Medico, na condição de servidor do INAMPS;

não estão sendo cumpridas as disposições do


art. 84 do Dec-lei nc) 200/67.

Acrescenta o Senhor Inspetor-Regional (fls.70/71) que as


irregularidades continuam acontecendo naquela Autarquia, em razão de
os procedimentos das empresas processadoras de dados não serem
condizentes com as normas reguladoras do Sistema de Assistência
Medica Hospitalar da Previdência Social - SAMHPS, induzindo cobrança
superior ao valor efetivamente realizado.
Alem do mais, prossegue o Parecer fls. 70, tais práticas ao
longo de tantos anos (desde janeiro /84), resultou em prejuízo aos
cofres públicos, de grande proporção.
O Sr. Inspetor-Regional (fl. 71), em conclusão, opina pelas
seguintes medidas:

"l)expedição de Aviso ao ExmQ Sr. Ministro de


Estado supervisor da área, dando-se-lhe ciência
da situação constatada e adoção das seguintes
providências junto ao INAMPS:

instauração de inquérito administrativo


visando à definição das responsabilidades
cabíveis, a nível de órgão da Administração
Pública;

determinação para que a Autarquia imple-


mente, em prazo fixado, providências visan-
do à definitiva regularização das falhas/
irregularidades/fraudes, dando-se ciência
ao Tribunal após a conclusão do prazo fi-
xado, das providencias efetivamente adota-
das e os resultados decorrentes;

recomendação visando à adequada arti-


culação entre os responsáveis pelos proce-
dimentos administrativos e criminais, me-
diante adequação de medidas relacionadas
aos probatórios que ensejem a instau-
ração/conclusão dos inquéritos policiais e
a sua apreciação pela Justiça Federal.

recomendação ao Departamento de Polícia


Federal para que, de sua parte, ajuste os
procedimentos criminais à qualificação das
respectivas sanções penais, em articulação com
o INAMPS.

recomendação ao INAMPS (Administração Cen-


tral), para que revise suas práticas
operativas, na linha do processamento de contas
hospitalares, com vistas a impedir a ocorrência
de fraudes, mediante rigorosos e eficientes pro-
cedimentos de controle.

-7-
90
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC n(1) 625.337/88-3

4) oportuno confronto com as contas do


exercício, para avaliação das decorrências
sobre o seu mérito, no que se refere aos atos
de gestão."

O Ministério Público, em seu pronunciamento (fl. 72),


entende que se "trata de irregularidades graves, sem providências
adequadas por parte da Administração Superior do INAMPS-RS, para
punir os responsáveis, que estão claramente identificados nos
trabalhos da Auditoria Medica do próprio órgão", manifestando
finalmente sua aquiescência à solução preconizada no parecer do Sr.
Inspetor-Regional às fls. 67/71 (itens 1 a 4, fl. 71) (grifei).

É o relatório.

VOTO

A equipe da IRCE/RS que realizou esta inspeção


extraordinária encontrou, na documentação referente às auditorias
medicas efetuadas nas contas pagas pelo INAMPS/RS aos hospitais
credenciados, indicações de ocorrências denotadoras de fraudes nas
cobranças apresentadas. A natureza dessas fraudes está indicada no
item III de seu relatório, à fl. 4.
O Diretor da 2g Divisão Técnica da IRCE/RS notou, em
despacho de fl. 23, que lhe parecia "incompleta a instrução no que se
refere à expressa indicação dos responsáveis pelas irregularidades,
com os respectivos valores, devidamente elucidados."
Como relator do feito, concordei com essa avisada
observação, e determinei realização de diligência in loco, para
buscar aqueles dados faltantes. A diligência, entretanto, não logrou
obter informações capazes de individualizar responsabilidades, nem de
indicar valores precisos e data exatas. Em que pesem os esforços da
equipe, esta reconhece que "os dados solicitados pelo Sr. Ministro
Relator não existiam, como de resto ainda não existem." ( f1.41 )
Assim, embora esteja convicta de que terão ocorrido fraudes
na cobrança de despesas medicas ao INAMPS, a equipe de inspeção não
teve meios de produzir dados objetivos confirmadores daquelas
ocorrências. Julgo portanto, data vénia do Senhor Subprocurador que
oficiou neste processo, impossível aplicarem-se sanções, ou mesmo
adotar-se o procedimento da tomada de contas especial.
As razões pelas quais não foi possível obter as informações
solicitadas se prendem, fundamentalmente, ao descumprimento de normas
e à precariedade da fiscalização exercida pelo órgão regional do
INAMPS, como bem assinala o Senhor Inspetor-Regional em seu despacho
de fls.67/71, no trecho que transcrevi no relatório precedente.
A vista desse conjunto de causas responsáveis pela situação
de descontrole descrita pela equipe de inspeção, tem total
pertinência as sugestões que, em sua conclusão de fl. 71, propõe o
Senhor Inspetor-Regional, no sentido de reclamar , do Ministério da
Saúde, determinar ao INAMPS o aprimoramento de seus procedimentos de
controle sobre tal tipo de dispêndio.
Recomendação nesse sentido permanece atual, e deveria por
isso ser formulada, mesmo considerando a nova situação conseqflente
implantação do SUDS. Se agora cumpre à autoridade estadual a
aplicação dos recursos destinados ã assistência médica, ao INAMPS
continua a corresponder o dever de fiscalizar os repasses de
dinheiros públicos, mediante convênios.
-8-
91
TRIBUNAL DE C9NIAS DA UNIÃO TC n(1). 625.337/88-3

Essa aliás tem sido exatamente a linha de orientação do


Tribunal, ao examinar a sequência de relatórios e votos com que a
ilustre Ministra Élvia Lordello Castelo Branco tem procedido à
cuidadosa biópsia desse enfermo. Como o minucioso trabalho de Sua
Excelência é mais recente e portanto mais atual do que os resultados
da inspeção ora relatada - que se atrazou por causa das dificuldades
apontadas anteriormente - julgo dispensável reiterar comunicação ao
Senhor Ministro da Saúde, no sentido proposto pelo Senhor Inspetor
Regional.
Convém, entretanto, cotejar o que foi apurado na inspeção
com as contas da entidade, pois a desorganização dos controles
detectada pela IRCE/RS parece envolver a responsabilidade dos
gestores do INAMPS/RS, e deve ser levada em consideração no
julgamento da respectiva tomada de contas.
Isto posto, voto por que o Tribunal adote a seguinte
Decisão:
Determinar a juntada deste processo de inspeção
extraordinária às contas do INAMPS, exercício de 1988, para exame em
conjunto e em confronto.
TCU, Sala das Sessões, em 30 de maio de 1990.

.arlos Atila Álvares da Silva


Ministro-Relator

-9-
92
Proc. TC-625.337/88-3 (apenso: TC-625.565/8-0)
PARECER
Trata-se de Inspeção Extraordinária realizada na Superin
tendência Regional do _Instituto Nacional de Assistência Médica da Pr
vidência Social no Estado do Rio Grande do Sul - INAMPS/RS, por delibe -
ração do Plenário de 23/03/88, no sentido de aprofundar o exame do ai
mento de faturamento decorrente da interveniência irregular de firma
de processamento de dados.
A valorosa Equipe de Inspeção da IRCE/RS apontou várias
fraudes praticadas contra o INAMPS (fls. 1 a 7), sintetizadas no pare-
cer do digno Sr. Inspetor-Regional (f is. 67/71).
Compulsando estes autos, onde a zelosa IRCE/RS caracteri
za os ilícitos apurados, temos que se trata de irregularidades graves,
sem providências adequadas por parte da Administração Superior do INAMPS/
RS, para punir os ~0n:sáveis, que estão claramente identificados nos tra
balhos da Auditoria Médica do próprio õrgão, conforme indicado na con
clusão às fls. 6/7.
Por isto, em atenção ao v. despacho, exarado às fls: 36,
do eminente Relator, Ministro CARLOS ATILA ÃLVARES DA SILVA, manifesta
mos nossa aquiescência à solução preconizada no parecer do Ilustre Sr. -
Inspetor-Regionalias fls. 67/71 (itens: 1 a 4, fls. 71).
// ProcuradA. ia, em 26 de junho de 1.989.
,\
Jà ir tista da ',Unha
-0 0dr. ai
93
TRIBUNA'. DE CONTAS DA UNIÃO

Anexo IV da Ata n9 25, em 30 de maio de 1990


(Sessão Ordinãria do Plenãrio)
REPRESENTAÇÃO, ALIENAÇÃO DE CARTAS PATENTES DOS BANCOS AUXILIAR E COMIND
- Relator, Ministro Carlos Átila Álvares da Silva
Processo: 000 945/86-2
Entidade: Bancos Auxiliar e Comind
Representante do Ministerio Público: Dr. Francisco de Sanes Mxu - 'ãiO Branco
órgão tecnico de instrução: 7 Inspetoria Geral de Controle Externo
Assunto
Representação formulada pela •1 Inspetoria Geral de Contro
le Externo "sobre alienação de Cartas Patentes dos Bancos Auxiliar
Comind, em virtude de denúncia, veiculada pela imprensa, em 1986, de
irregularidades que teriam ocorrido, envolvendo favorecimento e mani
pulação na referida transação", jã apreciada na Sessão de 20 de ago
to de 1987 (Ata n9 58/87, Anexo V, in D.O.U. de 15 de setembro seouin_
te).
Em exame, nessa oportunidade, petição, de 05 de março de
1990, em que o Dr. Marçal de Assis Brasil Neto, na condição declinada
de advogado, requer vista dos autos, nas dependências da 7 Inspeto
ria Geral de Controle Externo.
Decisão
O Tribunal Pleno, ao acolher as conclusões do Relator, de
acordo com o parecer do Representante do Ministêrio Público,resolveu,
ante as razões expostas, "deferir o pedido de vista do processo ao
Dr. Marçal de Assis Brasil Neto, na 7 Inspetoria Geral de Controle
Externo, para fins de 'interesse profissional', nos termos do inciso
XIV, art. 59 da C.F.; art. 89, inciso XIV, da Lei n9 4.215/63; art.
40, inciso I, da CPC; Enunciado 103 da Súmula do TCU e art. 13, inciso
I, da Portaria n9 030-GP/90, da Presidência deste Tribunal."
,liootea
gona
.ario dao Seasães
( G RUP d'ulT CLASSE V)
94
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC n(2 000.945/86 2
-

Representação da 74 IGCE sobre alienação de


Contas Patentes dos Bancos Auxiliar e Comind
Pedido de vista formulado pelo Dr. Marçal de
Assis Brasil Neto

Adoto como relatório o Parecer (fls. 36/37) do Sr. Represen-


tante do Ministério Público junto ao Tribunal, Dr. Francisco de Salles
Moura° Branco, que passo a ler:
É o relatório.

VOTO
Preliminarmente, registre-se a valiosa colaboração do eminen
te Procurador-Geral, com o lúcido Parecer de fls. 36/37, bem como o zelo
demonstrado pela 74 IGCE ao examinarem a questão.
Assim, acolhendo o Parecer do Sr. Representante do Ministério
Público, voto, no sentido de que o E. Plenário adote a seguinte Deci'São:
- deferir o pedido de vista do processo ao Dr. Marçal
de Assis Brasil Neto, na 7g IGCE, para fins de "interesse pro
fissional", nos termos do inciso XIV, art. 5Q da C.F.; art.
89, inciso XIV, da Lei nQ 4.215/63; art. 40, inciso I,do CPC;
Enunciado 103 da Súmilla do TCU e art. 13, inciso I, da Porta
ria nc2 030-GP/90, da Presidência deste Tribunal.
T.C.U., Sala das Sessões, em 30 de maio de 1990
e"-

rios Atila Alvares da Silva


Ministro-Relator
t ok°05„.
r>to
95
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Proc. TC - 000.945/86-2
Representação
PARECER
Os presentes autos originam-se de Representação da zelosa
IGCE sobre alienação de Cartas Patentes dos Bancos Auxiliar e Comind,
em virtude de denúncia, veiculada pela imprensa, em 1986, de irregula
ridades que teriam ocorrido, envolvendo favorecimento e manipulação li
referida transação.

2. Após diligenciar a respeito, houve por bem o Colendo Plenário


determinar.° arquivamento do processo, na Sessão de 20-8-1987 (cf.
fls. 28), por resultar esclarecido, pelo Banco Central do Brasil, "o T
uso do poder discricionário" exercido pela direção do mesmo Banco, no
caso em questão.
II

3. Com a petição de 05-3-1990, o Dr. Marçal de Assis Brasil Ne


to, na condição declinada de advogado, requer vista destes mesmos aU
tos, nas dependências da referida Inspetoria Te-c-ETUa deste Tribunal,
fazendo apelo às disposições que invoca (cf. C.F., art. 59, XIV; Lei A
n9 4.215-63, art..89, XIV, e CPC, art. 40, I).
III
R
4. A instrução do processo manifesta-se pela conversão do pro
cesso em diligência, "a fim de se dar ao peticionário oportunidade
comprovar que a vista do processo requerida se faz necessária no exer
cicio profissional".
IV

5. Os autos são aqui encaminhados com a honrosa audiência soui


citada pelo eminente Ministro CARLOS ATILA ALVARES DA SILVA, Relator:
do feito, "ante às questões processuais suscitadas quanto ao atendi
mento do pedido de vista aos autos".
V

6. Está alçado a preceito de nível constitucional o acesso


informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer
cicio profissional (cf. C.F., art. 59, XIV).

7. Por outro lado, data venha do pensamento esposado na instru


ção do processo, o Estatuto da Ordem dos Advogados do. Brasil, de qtj
cuida a Lei n9 4.215-63, dá guarida "á pretensão do peticionário de
fls., em face do prescrito em seu art. 71, que faz abarcar, no exerci
cio da advocacia, além da representação em qualquer juízo ou tribunal,
mesmo administrativo, o procuratório extrajudicial, assim como outras
atividades de natureza jurídica que aponta.

8. Outrossim, no que tange ao fim perseguido na preliminar que


7 ■
„ 0.4a -C■J
e.'
P elh'r 11.

96 to "
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - 02 -
suscita a Inspetoria Técnica competente, pensamos estar o me, lo razoa
velmente indicado na petição em causa, ao referir-se a "intd sse pr5
fissional".
Ademais disso, socorre-se o peticionário da regra c Itida no
art. ,89, item XIV, da citada Lei n9 4.215, que sobressai o c! reito do
advogado de examinar os autos, mesmo sem procuração, quando/ s respec
tivos feitos não estejam em regime de segredo de justiça. Ní há peF
der de vista que o exercício da advocacia, além da conotaçã ■ de servi
ço público de que se reveste, pode implicar na coleta de li ormaçõe -ã
prévias ao exercício formal do procuratOrio.
Acreditamos que os cuidados a serem tomados em ta i , circuns
tãncias já tenham sido observados, como a formalização do lido dj
exame do processo por escrito, bem assim o atendimento da bvidência
prevista no-art. 65 do mencionado Estatuto (exibição de cai eira pro
fissional).
VI

Por todo o exposto, não entrevendo óbice de ordem )rocessual


ã vista pleiteada, convimos em que a petição de fls. está! n condições
de ser deferida, nos termos da recente Portaria n9 030-GP). D, editada
pela I. Presidência deste Tribunal (art. 13, I). /
Procuradoria, e 07 de ma: de 1990

I ,
Francis Salles Mou b nco
urador-Gerai
97
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Anexo V da Ata n9 25, em 30 de maio de 1990


(Sessão Ordinãria do Plenãrio)
PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL
- Relator, Ministro Carlos Átila Álvares da Silva
Processo: 012 186/86-4
Responsãveis: Gil Couve- a Macieira, Marcos Freire e outros
Entidade: Caixa Económica Federal
'órgão de origem: Secretaria de Controle Interno do M. da Fazenda
Representante do Ministjrio Publico: Dr. Jatir Batista da Cunha
órgão tecnico de instrução: 8 Inspetoria Geral de Controle Externo
Assunto
Prestação de contas, exercício de 1985.
Decisão
O Tribunal Pleno, ao acolher as conclusões do Relator, de
acordo com os pareceres do Representante do Ministêrio Público, resol
veu, ante as razões expostas e com base no Enunciado n9 142 da SiimU
la de sua Jurisprudência (in D.O.U. de 14 de janeiro de 1980), mandarT
19) arquivar o processo, com baixa na responsabilidade dos
administradores arrolados (fls. 14/15 do processo); e
29) recomendar a Caixa Económica Federal a observância do
disposto na Lei n9 8.020, de 12 de abril de 1990, nas suas rela
ções com a FUNCEF-Fundação dos Economiãrios Federais.
` Vr.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


leo
98 £0.5o
(GRUPO II - CL SSE II)

TC /IQ 012.186/86-4
NATUREZA : Prestação de Contas - exercício de 1985;

Contas do exercício anterior: TC nQ


003.238/86-5 arquivado, com baixa na
responsabilidade do administrador e re-
comendações, na Sessão de 04 de junho de
1987 (Ata nQ 33/87 in DOU de 26.06.87);
ENTIDADE : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF;
ATO DE CRIAÇÃO : Decreto-lei nQ 759/69 c/c Decreto nQ
66.303/70: criou a empresa pública CEF,
com personalidade jurídica de direito
privado;
OBJETIVO : Operar no sistema financeiro, como órgão
auxiliar da política monetária e social
do Governo Federal, de acordo com as
normas do Conselho Monetário Nacional;
VINCULAÇÃO : ex-Ministério da Fazenda, atual Minis-
tério da Economia, Fazenda e Planejamento;
RESPONSÁVEIS : Gil Gouvéa Macieira - Presidente - período de 01/01
a 14.03.85.
Marcos Freire - Presidente - período de 15.03 a 31.
12.85.
e Outros (Diretores e Conselheiros), indicados às
fls.14/15.
EXAME - CONTROLE INTERNO

A Auditoria do Controle Interno certificou a regularidade


desta prestação de contas, com ressalvas (fls. 260/261), objeto de
providências corretivas do responsável (fls. 263/266). As contas
estão aprovadas pela autoridade supervisora competente (fl. 332), de
acordo com o parecer do Secretário de Controle Interno (fls. 330/331).
INSTRUÇÃO/TCU - 84 IGCE

A instrução de fls. 393/406, considerando passíveis de


correção as impropriedades assinaladas nos autos, mediante reco-
mendação do Tribunal, propõe a baixa na responsabilidade dos
administradores, com o arquivamento do processo, sem prejuízo de
recomendar-se à CEF a observância do disposto no Decreto no
91.245/86, relativamente à manutenção de residências oficiais.
Diante de novas questões levantadas pela Diretora da
IGCE (fl. 409), sobre excesso de remuneração (fls. 407/408) e
manutenção de residencia oficial (fl. 110), a titular da Inspetoria
promoveu a realização de diligência, in loco, para averiguação dos
fatos. Feitas as verificações indicadas (fls. 410/455), a equipe do
TCU conclui seu trabalho, propondo (fl. 456), com a anuência do
Diretor da 2 Divisão e da Inspetora-Geral (fl. 457/457-v), sejam as
presentes contas julgadas regulares, com quitação aos responsáveis.

-1-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

PARECER DA PROCURADORIA

Considerando as ressalvas apontadas pelo Controle Interno,


notadamente a parte da constituição de "Provisão para Devedores
Duvidosos" (fl. 247 - itens 19/21), cuja explicação (fl. 296), no
entender do Sr. Subprocurador-Geral, Dr. Jatir Batista da Cunha, não
é satisfatória, em conseqUência, conclui seu Parecer (fl. 457-v, in
fine) "nos termos da Súmula 142 deste Tribunal", manifestando-se
"pela baixa na responsabilidade dos administradores, com o
arquivamento do processo".

SANEAMENTO DOS AUTOS

Em face dos novos elementos inseridos nos autos (fls.


459/467), por despacho deste Relator (f 1. 468), o processo foi
encaminhado à 8ê IGCE para reexame e obtenção, em seguida, do
pronunciamento do Ministério Público sobre a matéria. Nesse reexame
foi solicitada a inclusão de esclarecimentos adicionais sobre o
atendimento pela CEF da recomendação feita pelo Tribunal na Sessão de
04 de junho de 1987, quando do julgamento das contas do exercício
anterior (TC-3.238 /86-5), relativamente ao retorno à empresa dos
empregados não ocupantes de cargo de direção cedidos à FUNCEF -
Fundação dos Economiários Federais.
Obtidas as informações complementares (fls. 476/480) e
reexaminadas as referidas questões, a instrução de fls. 481/483
propõe a determinação de audiência prévia aos administradores da CEF,
nos termos da Portaria TCU n(2 173/80, por não terem os responsáveis
atendido satisfatoriamente à recomendação feita pelo Tribunal na
Sessão de 04.06.87 (sobre o retorno à CEF dos servidores cedidos à
FUNCEF). Tal recomendação foi corroborada em 21.09.88, quando foi
conhecido o pedido para revê-la, "formulado pela Presidência da
empresa (CEF) e negado provimento, mantendo-se em seus termos a
recomendação questionada", até que exaurido o prazo de suspensão
previsto no Decreto n(2 95.904/88, quando então deveria a empresa
"adequar-se às novas disposições, sob pena de responsabilidade" (Ata
n(2 48/88, Anexo XXII).
CONCLUSÃO DA INSPETORIA

Após um breve histórico sobre cessão de pessoal no âmbito


da Administração Pública, com seus reflexos nas medidas de contenção
de despesa, à luz da legislação pertinente (Decreto-lei nQ 1.971/82,
Decretos nQs 89.253/83 e 95.904/88) e das decisões específicas do
Tribunal, considerando ainda, o disposto na Lei nQ 6.435/77 (dispõe
sobre as entidades de previdência privada) e a norma de reembolso
obrigatório prevista no Decreto-lei n(2 2.355/87, o Diretor da 2ê
Divisão conclui seu Parecer de fls. 484/486, discordando da
proposição de audiência prévia feita na instrução (fl. 483), por
entender "que não houve descumprimento da decisão da Corte, mas
cumprimento, porém de uma forma que pareceu mais conveniente aos
interesses das entidades cessionária e cedente". Consta da fl. 476
que a CEF, em vez de providenciar o retorno de seus servidores
cedidos à FUNCEF, em cumprimento à determinação do TCU, resolveu
ajustar com aquela Fundação que a partir de julho/89 "passaria a
efetuar o reembolso das despesas decorrentes de salários, vantagens e
encargos sociais e trabalhistas dos empregados a ela cedidos".

-2-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
100 St311.
tO°
Ratificando sua sugestão anterior (f 1. 457), no sentido de
que sejam as presentes contas julgadas regulares, com quitação aos
responsáveis, o Diretor acrescenta a proposta de se comunicar à CEF "o
não acatamento do reembolso das despesas de pessoal cedido à FUNCEF
como solução alternativa à recomendação ordenada na Sessão de
04.06.87, de retorno dos empregados a esta cedidos, fixando novo prazo
de 90 (noventa) dias para o cumprimento" (fl. 486). Com esta conclusão
põe-se de acordo a Inspetora-Geral (fl. 486-v).

CONCLUSÃO DA PROCURADORIA

Em seu novo Parecer (fl. 487), o Sr. Subprocurador-Geral,


Dr. Jatir Batista da Cunha destaca o esclarecimento de fl. 466, sobre
as provisões para créditos imobiliários em liquidação, com o que a
CEF, a seu ver, "pretenderia ilidir a ressalva do item 21 da
auditoria".
O Sr. Subprocurador-Geral se refere, ainda, à participação
da CEF nas receitas da FUNCEF, a qual "não se comporta no limite de 7%
da folha de salário dos empregados participantes, admitido pelo
Tribunal ao examinar a matéria na Sessão de 18.04.89 (TC-013.436/87-2
Anexo XI da Ata nQ 14/89).
Em se aceitando a sugestão feita pela 8 IGCE para o
cumprimento da recomendação determinada pelo Tribunal nas contas do
exercício anterior, quanto ao retorno dos empregados da CEF colocados
à disposição da FUNCEF, o Sr. Subprocurador-Geral deixa assente,
desde logo, a reiteração de sua proposta anterior (fl. 457-v) de
julgamento de mérito das contas (nos termos da Súmula 142, pela baixa
na responsabilidade dos administradores, com o arquivamento do
processo).
É o relatório.

VOTO

Entre as diversas questões suscitadas nos autos, a cessão


de servidores da Caixa Econõmica Federal - CEF à FUNCEF - Fundação
dos Economiários Federais é um dos assuntos de maior relevância, que
requer, agora, redefinição por este Tribunal.
Quando este Plenário determinou o retorno à CEF dos
servidores colocados à disposição da FUNCEF, que não ocupassem cargo
de direção nessa entidade de previdência privada, na Sessão de
04.06.87 (TC-003.238/86-5), o fez mantendo seu reiterado entendimento
(cf. TCs - 004.925/86-6 e 005.706/86-6 com decisões proferidas nas
Sessões de 29.07.86 e de 25.09.86, respectivamente), fundamentado nas
normas legais pertinentes (cf. Decreto-lei nQ 1.971/82, regulamentado
pelo Decreto nQ 89.253/83).
Da mesma forma o Tribunal decidiu na Sessão de 21.09.88,
quando conheceu do pedido de revisão da recomendação (retorno à CEF
de servidores cedidos à FUNCEF) feita no TC-003.238/86-5, corroborar,
em seus termos, a recomendação questionada, com observância do que
dispõe o Decreto nQ 95.904, de 07 de abril de 1988.
Posteriormente, com o advento do Decreto nQ 98.667, de 27
de dezembro de 1989, que alterou o art. 8Q do Decreto nQ 95.904/88,
obrigou-se a entidade previdenciária a ressarcir as despesas
decorrentes da cessão de servidores, em cargos de direção, feita pela
patrocinadora, nos seguintes termos acrescentados, em paragráfo
único, ao art. 8Q do referido Decreto:

-3-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

101
"Art.8Q -
Parágrafo único. É admitida a participação de
servidores ou empregados das entidades patro-
cinadoras, em cargo de direção, nas res-
pectivas patrocinadas, mediante cessão com
anus para a entidade previdenciária".

A mesma disposição foi agora renovada pela Lei n-Q 8.020, de


12 de abril de 1990:

"Art.69 -
§ 1Q - É facultada às patrocinadoras a cessão
de pessoal às entidades, desde que ressarcidos
os respectivos custos".

Ante a nova legislação em vigor, é de se aceitar a


alternativa encontrada pela CEF (fl. 476), para cumprir a
determinação feita pelo Tribunal na Sessão de 04.06.87 (TC -
003.238/86-5), promovendo-se o reembolso dos custos decorrentes do
pessoal cedido à FUNCEF. Conseqüentemente, fica prejudicada a
proposta de comunicação à CEF, como sugerida pela 84 IGCE (fl. 486,
item 14.b).
No que concerne à participação da Caixa Econômica Federal
nas receitas da Fundação dos Economiários Federais (fl. 483, item
13), não se comportando "no limite de 7% da folha de salário dos
empregados participantes, admitido pelo Tribunal ao examinar a
matéria na Sessão de 18.04.89 (TC - 013.436/87-2, Anexo XI da Ata nQ
14/89)", vale salientar a consonância da nova legislação vigente com
as conclusões então apresentadas pelo eminente Ministro Homero dos
Santos em seu exaustivo Relatório e Voto, in totum, acolhidos por
este Plenário naquela assentada.
A supracitada Lei nQ 8.020, de 12 de abril de 1990, que
dispõe sobre as relações entre as entidades fechadas da previdência
privada e suas patrocinadoras, no ãmbito da Administração Pública
Federal, estabelece em seu art. 6Q, in verbis:
"Art. 6Q - As patrocinadoras somente poderão
assumir as contribuiç(Yes previstas nos
respectivos planos de custeio, sendo-lhes
vedada a assunção de quaisquer encargos
destinados à operaçn e ao funcionamento das
entidades fechadas de previdência privada,
ressalvado o disposto no parágrafo 1 ,2 deste
artigo".

O parágrafo 1Q, mencionado no art. 6Q, já transcrito neste


voto, trata da cessão de pessoal pelas patrocinadoras à entidade
previdenciária com o ressarcimento dos respectivos custos. Deve ser
recomendado à CEF, agora, a observância desses novos dispositivos
legais.
Assim, considerando as impropriedades suscitadas nesta
prestação de contas - de natureza formal - e ainda a sua
regularização, a posteriori, com o advento da nova legislação que
disciplina a matéria, acolho os Pareceres do Sr. Subprocurador-Geral
(fls. 457-v e 487), com minhas escusas à 84 IGCE, por dissentir das
proposições de fls. 457 e 486/486-v, em decorrência das novas normas
legais, e voto, com base no enunciado nQ 142 da Súmula do Tribunal,
por que este Plenário adote a seguinte decisão:

-4-
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO r

102
00°
a)arquivar este processo, dandoa.°baixa na
administra ores arro-
lados às fls. 14/15; e

b)recomendar à Caixa Econômica Federal a


observância do disposto na Lei n(2 8.020, de
12 de abril de 1990, nas suas relações com a
FUNCEF - Fundação dos Economiários Federais.

T.C.U. Sala das Sessões, em 30 de maio de 1990

arlos Atila Álvares da Silva


Ministro-Relator

-5-
-

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


1_03
Proc. TC-012.186/86-4
PARECER
Retornam as contas da Caixa Econômica Federal pertinentes
ao exercício de 1985, uma vez atendida a diligência determinada em
Despacho de 07.11.88, fls. 468, pelo eminente Ministro CARLOS ATILA
ALVARES DA SILVA, Relator do processo.
Na documentação recentemente acostada (f is. 466) a CEF in
forma o novo critério adotado pelo Banco Central do Brasil para a
provisão dos créditos imobiliários em liquidação, com o que pretende
ria ilidir a ressalva do item 21 do Relatório de Auditoria,f1s. 2477
face a circulares do BACEN editadas em 1987.
As informações incluídas no item 13, fls. 483, da instrução,
acerca da participação da CEF nas receitas da Fundação dos Economiá-
rios Federais - FUNCEF, a nosso ver,não se comportam no limite de 7%
da folha de salário dos empregados participantes, admitido pelo Tribu
nal ao examinar a matéria na Sessão de 18.04.89 (TC-013.436/87-2 Ane-
xo XI da Ata n9 14/89, Relator: Ministro HOMERO SANTOS), ainda que se
tratede dados colhidos também muito depois de 1985.
A reformulação preconizada no item 11 da manifestação do
Sr. Diretor da 2 Divisão Técnica da 8 IGCE, fls. 485, tornou-se des
necessária em virtude da alteração introduzida no texto do Decreto 119
95.904, de 07.04.88, pelo Decreto n9 98.667, de 27.12.89.
Em se aceitando a solução escolhida pela Sr Inspetora-Ge
ral para o cumprimento da recomendação feita nas contas anteriores
quanto ao retorno dos empregados da Caixa colocados à disposição da
FUNCEF, parece-nos aconselhável o julgamento de mérito depois que es-
sa pendência venha a ser resolvida, porque a CEF vem protelando, por
intermédio de sucessivos expedientes, o acatamento da recomendação.
Para o caso de o Tribunal, no entanto, dado que a recomenda
ção, embora versando sobre o exercício de 1984, foi feita em 19877
resolver determinar o acompanhamento do seu cumprimento, de acordo
com a proposta da 8 IGCE, nas contas posteriores (ver nota nas fls.
486), deixamos, desde logo, assente nossa reiteração da proposta de
julgamento de mérito das contas, que tivemos oportunidade de oferecer
em 30.08.88, fls. 457, verso.

curadoria, em 09 de fevereiro de 1990.

a da Cunha
Su procurador-Geral
.104
TRIBUNAL g CONTAS DA UNIÃO

Anexo VI da Ata n9 25, em 30 de maio de 1990


(Sessão Ordinária do Plenário)

APOSENTADORIA

- Relator, Auditor Lincoln Magalhães da Rocha


Processo: 700 288/87-2
Interessado: Helcio Machenzani
órgão de origem: Tribunal Regional do Trabalho, 2 Região
Representante do Ministerio Publico: Dr. Laerte Jose Marinho
Órgão técnico de instrução: Inspetoria Regional de Controle Externo/SP
Assunto
Concessão de aposentadoria ao interessado, na condição de
Vogal, Representante dos Empregados, de Junta?de Conciliação e Julga
mento, com vigência a partir de 23 de dezembro de 1986, tendo sido in
cluída, no cálculo dos proventos, a gratificação adicional no perceW
tual de 5%, considerando apenas o tempo de vocalato.
Processo oriundo da Segunda Cãmara e submetido ã apreciação
do Plenário, ex-vi do disposto no artigo 59, item I, letra b, n9 3, do
Regimento Interno (Ata n9 26, Anexo VII, da Sessão de 31 de — agosto de
1989, in D.O.U. de 21 de setembro seguinte).
Decisão
O Tribunal Pleno, ao acolher as conclusões do Relator, de
acordo com o parecer do Subprocurador-Geral, Dr. Laerte Jose Marinho,
resolveu — ante as razões expostas e sem prejuízo dos dizeres adita
dos pelo Relator e constante da sua Declaração de Voto proferido na
Sessão de 20 de setembro de 1989 (Processo n9 017 097/87-8, Ata n9 45/
/90, Anexo XXXIII, in D.O.U. de 26 de outubro seguinte), a qual faz
parte integrante da Proposta de Decisão ora aprovada — julgar legal
a concessão em apreço e ordenar o registro do respectivo ato (fls. 16/
/17 do processo), sem prejuízo de se recomendar a revisão do percen
tual da gratificação adicional para o fim exclusivo de ser computado -
o tempo de serviço prestado ã estatal.
1( 1 5
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC-700.288/87-2

Adoto como relatório o terso e escorreito parecer do Subprocu


rador-Geral, Dr. Laerte José Marinho que transcrevo em parte.

"Concessão de aposentadoria a Vogal de Junta de Con


ciliação e Julgamento, com vigõncia a partir de 23.12;86, em
que foram deferidos adicionais no percentual de 5%,consideran
do apenas o tempo de vocalato.
O processo foi restituido em diligencia a fim de
que fosse considerado para efeito da Gratificação Adicional o
periodo prestado ã atividade privada . (fls. 24).
A diligencia não foi atendida, vez que o TRT - 2'
Região não dispõe de recursos financeiros para o pagamento
da aludida vantagem mas foram adotadas providencias para a
obtenção da verba necessdria ao pagamento desses adicionais.
A IRCE-SP opina pela legalidade da concessão.
Tendo em vista, contudo, a mais recente decisão do
egrégio Supremo Tribunal Federal ao apreciar a Representação
n9 1490-8-DF, in D.J. de 03.10.88, nao mais serd possível o
c5mputo do período prestado ã atividade privada para os magis
trados da União, no apostilamento do Decreto lei n9 2.019/83:
-

,
Entretanto, - 0P43-21-0“Q certificado pelo INPS "as fls.
05 e prestado ã Telecomunicações de São Paulo S.A.,parece-nos
enquadrar-se dentro das ressalvas postas naquela v. decisão.
Manifestamo-nos, desta forma, pela legalidade da con
cessão e registro ao ato de fls. 16/17, com a recomendação de
ser revisto o percentual da Gratificação Adicional, computan
do-se o tempo de serviço prestado ã Telecomunicações de Sdj
Paulo S.A."

É o relatório.

Ratifico o bem lançado pronunciamento, fazendo dele


a minha decisão, em sua conclusão final. Adito,ainda, os dizeres que
inseri no voto que proferi no TC-017.097/87-8, o qual fica integrando
este voto e julgo legal o ato de fls. 16/17, com a recomendação de er
revisto o percentual de gratificação adicional, para o fim exclusivo de
ser computado o tempo de serviço prestado ã estat

Sala das Sessões, em 30 e ma 90.

IN OL IÃES AR
e tor
'ANEXO AO RELATÓRIO E VOTO DO TC-007.209189-4 - SESSÃO DE 30.05.90

QUADRO DEMONSTRATIVO DO FLUXO FINANCEIRO : MRE - FVCF - SEGURADORA

EM US$

TRANSFERÊNCIAS A FUNDAÇÃO UTILIZAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS PELA FUNDAÇÃO DIFERENÇA


(PAGAMMTOS À PRUDENTIAL )
, , EM FAVOR
DID MRE E DE SEGUIRMOS PARA CUSTEIO DE PRÊMIOS DO MRE PARA TOTAL NO CUSTEIO EM DEPÓSITOS TOTAL D A F UNDAÇÃO
DEPÓSITO NA TRANSFERID3 - DE PRÊMIOS NA RESERVA UTILIZADO
ANO Contrib . do Contrib . de Contrib . de . Total das Con- RESERVA ES ESPECIAL
rsz Segurados no Segurados no trib p ku s te io
. Run-AL -

a~ior Brasil de prêmios


(C) (D=A+B+C ) (E) (F=D+E) (G) (H) (I=G÷H) (J=F-I)
(7) (B)
454,688.10 50,520.90 2,956,709.71 2,956,709.7)3,162,166.50 3,162,166.50 (205,456,79)
1922 2,451,500:71

_ 3,064,951.793,008,532.99 - 3,008,532.99 56,418.80


1933 2,417,752.79 532,479.55 64,719.45 3,064,951.79

1934 1,388,252.62 709,720.97 73,857.33 2,676,331.47 - 2,676,831.472,613,854.00 - 2,613,854.00 62,977.47

1985 3,577,798.72 85,341.41 4,431,212.36 4,431,212.863,690,291.24 - 3,690,291.24 , 740,921.62


768,072.73 _

3,287,265.52 7,056,547.31 3,666,163.65 _ - 3,666,163.65 3,390,383.56


1986 2,898,320.47 783,415.16 87,046.16 3,769,231.79

1937 3,547,300.71 773,398.72 85,933.19 4,405,632.62 2,721,992.92 7,128,625.54 4,616,915.35 1,500,000.00 6,116,915.35 1,011,710.19

1988 6,068,384.59 1,145,623.16 127,291.45 7,341,299.20 2,475,000.00 9,816,299.205,495,236.74 1,321,992.92 6,817,229.66 2,999,069.54

1939 6,062,599.08 807,371.35 89,707.98 6,959,678.91 - 6,959,678.916,062,599.08 2,475,000.00 8,537,599.08 (1,577,920.17)

TOTAL 28,912,409.69 6,024,770,24 669,418.42 35,606,598.35 8,484,258.44 44,090,856.79 32,315,759.55 5,296,9. 92.92 37,612,752.47 6,478,104.32

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