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SUMÁRIO

CAPÍTULO I : DA INSTITUIÇÃO E DOS OBJETIVOS 2


CAPÍTULO II : DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 4
CAPÍTULO III : DOS LIMITES, OBJETIVOS, INSTRUMENTOS E COMPETÊNCIAS PARA GESTÃO COSTEIRA 8
CAPÍTULO IV : DA SETORIZAÇÃO DA ZONA COSTEIRA 10
CAPITULO V : DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 12
CAPÍTULO VI : DA GESTÃO AMBIENTAL COSTEIRA 13
CAPÍTULO VII : DAS DIRETRIZES GERAIS PARA OCUPAÇÃO DA ZONA COSTEIRA 14
SEÇÃO I: DIRETRIZES COMUNS AOS SETORES 14
SEÇÃO II: DIRETRIZES POR SETOR 15
SUBSEÇÃO I: SETOR DE ORLA ATLÂNTICA 15
SUBSEÇÃO II: SETOR HISTÓRICO CENTRAL 16
SUBSEÇÃO III: SETOR PORTUÁRIO 17
SUBSEÇÃO IV: SETOR PENINSULA ITAPAGIPANA 1 18
SUBSEÇÃO V: SETOR PENINSULA ITAPAGIPANA 2 18
SUBSEÇÃO VI: SETOR SUBÚRBIO FERROVIÁRIO 19
SUBSEÇÃO VII: SETOR NAVAL 19
SUBSEÇÃO VIII: SETOR BAÍA DE TODOS OS SANTOS 20
SUBSEÇÃO IX: SETOR ILHAS 20
SUBSEÇÃO X: SETOR OCEÂNICO 21
SUBSEÇÃO XI: SETOR CONTINENTAL URBANO 1 21
SUBSEÇÃO XII: SETOR CONTINENTAL URBANO 2 21
CAPÍTULO VIII: DOS INCENTIVOS 22
CAPÍTULO IX: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 22

ANEXOS

1 - PLANTA DE SETORIZAÇÃO

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PROJETO DE LEI
DE GERENCIAMENTO COSTEIRO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR - BAHIA.

PROJETO DE LEI N° XX
Institui o Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro -
PMGC previsto na Política Municipal de Meio Ambiente,
Lei 8915/2015, e dá outras providências.

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR: Faço saber que a Câmara Municipal decretou


e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA INSTITUIÇÃO E DOS OBJETIVOS

Art. 1º Fica instituído o Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro - PMGC, em


atendimento ao estabelecido na Lei 8915/2015, que dispõe sobre a Política Municipal de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em conformidade ao estabelecido no
Decreto Federal de n° 5.300, de 07 de dezembro de 2004, que regulamenta a Lei Federal
7.661, de 16 de maio de 1988, do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), tem
por objetivo geral implementar, disciplinar e orientar a política para a utilização dos
recursos naturais da Zona Costeira do Município de Salvador, incluindo a Costa Atlântica e
BaÍa de Todos os Santos, através de instrumentos próprios, visando a melhoria da
qualidade de vida das populações locais, a proteção dos ecossistemas, da beleza cênica e
do patrimônio natural, histórico e cultural, atendidos os seguintes objetivos específicos:

I- estudar, compreender e atuar na preparação da cidade para o combate aos efeitos


das mudanças climáticas, em especial na elevação do nível do mar e no aquecimento de
suas águas, direcionando o desenvolvimento de Salvador para uma estratégia de
resiliência climática.

II - articular com os demais níveis de governo a gestão integrada dos ambientes da zona
costeira, construindo mecanismos de tomada de decisões, de produção e disseminação de
informações confiáveis, utilizando tecnologias avançadas;

III - promover o equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio


público a ser necessariamente protegido, tendo em vista o seu uso coletivo;

IV - promover ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços


costeiros, otimizando a aplicação dos instrumentos de controle e de gestão da zona
costeira;
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V- planejar e estabelecer as diretrizes para a instalação e o gerenciamento das
atividades socioeconômicas e culturais na Zona Costeira, de modo integrado, garantindo a
utilização sustentável, por meio de medidas de controle, proteção, preservação e
recuperação dos recursos naturais e dos ecossistemas costeiros e marinhos;

VI - promover e apoiar à preservação, a conservação, a recuperação e o controle de áreas


que sejam representativas dos ecossistemas da Zona Costeira;

VII - planejar e ordenar o uso dos recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes,
parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e
enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas
litorâneas, manguezais e pradarias submersas;

VIII - incentivar o desenvolvimento de atividades que respeitem as limitações e as


potencialidades dos recursos ambientais e culturais, conciliando as exigências do
desenvolvimento com a sua proteção;

IX - fomentar o desenvolvimento de ações e de pesquisas relacionadas as medidas de


mitigação e de adaptação às mudanças climáticas na Zona Costeira;

X- apoiar a capacitação da comunidade para a participação ativa na defesa do meio


ambiente e de sua melhor qualidade de vida;

XI - fomentar o desenvolvimento de ações de monitoramento dos recursos naturais e


ocupações da Zona Costeira;

XII - promover ações de recuperação e regeneração das praias;

XIII - promover a integração do Sistema Municipal de Informações do Gerenciamento


Costeiro com os outros sistemas municipais de meio ambiente, recursos hídricos e de uso
do solo;

XIV - promover e apoiar a capacitação dos servidores do município para fortalecer o


controle urbano ambiental na Zona Costeira;

XV - estruturar, implementar e executar programas de monitoramento para o


gerenciamento costeiro;

XVI - avaliar os efeitos das atividades socioeconômicas e culturais praticadas na faixa


terrestre e área de influência imediata sobre a conformação do território costeiro;

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XVII - adotar medidas preventivas contra o lançamento de resíduos poluidores na
Baía de Todos os Santos e Orla Atlântica, em especial materiais provenientes de indústrias
químicas, da lavagem de navios transportadores de petróleo e seus derivados, de acordo
as exigências da Lei Federal n° 9.966 de 28 de abril de 2000, e as soluções tecnicamente
inadequadas de esgotamento sanitário;

XVIII - estabelecer normas e medidas de redução das cargas poluidoras existentes,


destinadas ao sistema oceânico;

XIX - monitorar a área de influência do emissário submarino do Rio Vermelho, Boca do


Rio e de outros que venham a ser implantados no Município.

CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º Para os efeitos desta Lei são estabelecidas as seguintes definições:

I- área de fundeio: área destinada à ancoragem de navios que aguardam


autorização para entrada na área de atracação dos portos;

II - área de fundeio das marinas: área destinada à ancoragem de embarcações


de lazer e recreio;

III - área do porto organizado: área compreendida pelas instalações portuárias,


quais sejam, ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e
acostagem, bem como pela infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao
porto tais como guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de
evolução e áreas de fundeio que devam ser mantidas pela Administração do
Porto;

IV - atracadouro: combinação de um ou mais píeres, dotados ou não de


ramificações (fingers) fixas ou flutuantes, que pode apresentar terminais de
serviços (pontos de luz, rede de combate a incêndio, água potável, telefone,
esgotamento por sucção etc.);

V- bacia de evolução: local definido previamente nas proximidades da estrutura


náutica, dotado de dimensões e profundidades adequadas à manobra e giro
das embarcações;

VI - baixamar: altura mínima do nível do mar ao longo de um ciclo de maré,


também chamada de maré vazia, definida pela cota altimétrica das tábuas de
mares emitidas pela Marinha do Brasil:

VII - berço: espaço físico reservado exclusivamente à atracação de embarcações;


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VIII - cais: construção ao longo da margem de um corpo d'água especialmente
preparada para atracação de embarcações, para embarque e desembarque de
cargas ou passageiros;

IX - canal de acesso: passagem marítima desimpedida que conduz a um porto ou


terminal;

X- canal artificial: curso d'água construído, dragado e adequado à navegação


entre corpos d'água;

XI - dársena: espaço na água com profundidade adequada a acostagem de


embarcações, onde se instalam desde atracadores até uma marina com seus
equipamentos operacionais;

XII - deck: plano superior de um píer, cais ou trapiche;

XIII - degradação do ecossistema: alteração na diversidade e constituição física


dos ecossistemas, a ponto de afetar sua funcionalidade ecológica, impedindo a
sua autorregeneração, deixando de servir ao desenvolvimento de atividades e
usos das comunidades humanas ou de fornecer os produtos que as sustentam;

XIV - dragagem: ato de retirada de material do leito dos corpos d'água;

XV - dunas móveis: corpos de areia acumulados naturalmente pelo vento e que,


devido à inexistência ou escassez de vegetação, migram continuamente;
também conhecidas por dunas livres, dunas ativas ou dunas transgressivas;

XVI - empreendimento náutico: edificação ou conjunto de edificações utilizadas


como apoio à atracação, embarque, desembarque e trânsito de pessoas, cargas
ou produtos e embarcações, com instalações de apoio ou facilidades
vinculadas, inclusive em terra, tais como marina, garagem náutica, clube
náutico, base de charter, entreposto, empreendimento aquícola e terminal
pesqueiro;

XVII - enrocamento: massa de grandes blocos de rocha ou de concreto que servem


de alicerces nas obras hidráulicas ou para resguardar do embate das ondas à
base dos muros do cais e outras construções;

XVIII - armazéns das Docas: construção utilizada para guarda de mercadorias nas
instalações portuárias;

XIX - estaleiro: local equipado para a construção, recuperação, consertos e


manutenção de embarcações e seus equipamentos;

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XX - estrutura náutica: equipamento ou conjunto de equipamentos
organizadamente distribuídos por uma área determinada, com a finalidade de
apoio à atracação, embarque, desembarque e trânsito de pessoas, cargas ou
produtos ou à atividade sobre o espaço físico em águas públicas, tais como
empreendimentos náuticos, píeres, rampas, trapiches, flutuantes,
atracadouros (flutuantes ou não);

XXI - finger: ramificação fixa ou flutuante dotada ou não de terminal de serviço


(pontos de luz, rede de combate a incêndio, água potável, telefone etc.),
lançada de píer ou cais para atracação e acesso às embarcações;

XXII - garagem náutica: estrutura náutica que combina áreas para guarda de
embarcações em terra ou sobre a água, cobertas ou não, e acessórios de acesso
à água, podendo incluir oficina para manutenção e reparo de embarcações e
seus equipamentos;

XXIII - instalação portuária de uso privativo: aquela explorada por pessoa jurídica
de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto organizado,
utilizada na movimentação de passageiros ou na movimentação ou
armazenagem de mercadorias, destinados ou provenientes de transporte
aquaviário;

XXIV - instalação portuária pública de pequeno porte (1P4): aquela destinada às


operações portuárias de movimentação de passageiros, de mercadorias ou
ambas, destinados ou provenientes de navegação interior, nos termos da
resolução da Antaq;

XXV - linhas de base: linhas a partir das quais os espaços marítimos são
estabelecidos, sendo definidas pela linha de baixa-mar e pelos limites onde a
linha de costa seja recortada ou irregular como entrada de baías, locais com
recifes ou franjas de ilhas entre outros, de acordo com a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar;

XXVI - marés de sizígia: são as que ocorrem nas luas novas e cheias, produzindo
maiores variações de altura entre a preamar e a baixamar;

XXVII - marina: estrutura náutica composta por um conjunto de instalações


planejadas para atender às necessidades da navegação de esporte e lazer,
podendo possuir áreas de fundeio para guarda das embarcações, serviços de
lavagem, venda de combustível e manutenção, além de hospedagem, esporte e
lazer;

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XXVIII - marisma: terrenos baixos, costeiros, pantanosos, de pouca drenagem,
essencialmente alagados por águas salobras e ocupados por plantas halófitas
anuais e perenes, bem como por plantas de terra alagadas por água doce;

XXIX - milha náutica: unidade de distância usada em navegação e que corresponde a


1.852,00m (um mil oitocentos e cinquenta e dois metros);

XXX - molhe: construção lançada da terra para o corpo d'água, geralmente


construído com enrocamento, destinado a quebrar o ímpeto do mar e servir
de abrigo a embarcações;

XXXI - ondas de tempestade: ondas do mar de grande amplitude por fenômeno


meteorológico;

XXXII - órgão ambiental: órgão do poder executivo municipal, integrante do Sistema


Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, responsável pelo licenciamento
ambiental, fiscalização, controle e proteção do meio ambiente, no âmbito de
suas competências;

XXXIII - píer: construção lançada da terra sobre o corpo d'água, montada sobre pilotis,
combinada ou não com flutuantes, que serve para lazer e para atracação de
embarcações;

XXXIV - plataforma: estrutura flutuante ou apoiada no leito do corpo d'água,


descontínua da área em terra, podendo estar ligada a esta por meio de lutos
ou outro tipo de condutores e onde se desenvolvem atividades
socioeconômicas;

XXXV - poita: corpo pesado submerso, geralmente de concreto, ligado a corpo


flutuante que serve de ponto de amarração da estrutura ou embarcação;

XXXVI - ponte: estrutura de ligação entre a terra e a área de atracação;

XXXVII - praia: área periodicamente coberta e descoberta pelas águas, acrescida da


faixa subseqüente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e
pedregulhos até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua
ausência, onde comece um outro ecossistema ou área construída;

XXXVIII - preamar: altura máxima do nível do mar ao longo de um ciclo de maré,


também chamada de maré cheia, definida pela cota altimétrica das tábuas de
maré emitidas pela Marinha do Brasil;

XXXIX - quebra mar: estrutura similar ao molhe, com as duas extremidades na água,
destinada à proteção do acesso de embarcações;
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XL - rampa: construção em plano inclinado, lançada da terra para o corpo d'água,
utilizada para lançamento e recolhimento de embarcações;

XLI - região estuarina-lagunar: área formada em função da interrelação dos


cursos fluviais e lagunares, em seu deságue no ambiente marinho;

XLII - terminal pesqueiro: estrutura de apoio às atividades pesqueiras, tais como


ancoradouro, doca, cais, ponte e píer, envolvendo armazém e fábrica de gelo
entre outros, inclusive em terra,

XLIII - trapiche: superfície horizontal, em estrutura leve, plana, montada sobre


flutuante ou pilotis, lançada da terra para a água, para acesso as embarcações;

XLIV - trecho da orla marítima: seção da orla marítima abrangida por parte ou todo
da unidade paisagística e geomorfológica da orla, delimitado como espaço de
intervenção e gestão;

CAPÍTULO III
DOS LIMITES, OBJETIVOS, INSTRUMENTOS E COMPETÊNCIAS PARA GESTÃO
COSTEIRA

Art. 3º A Zona Costeira, conforme decreto regulamentar da Lei 7.661, de 16 de maio de


1988, considerada patrimônio nacional, corresponde ao espaço geográfico de interação do
ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma área
marítima e uma área terrestre, com os seguintes limites:

§ 1° a área marítima da Zona Costeira corresponde espaço que se estende por doze milhas
náuticas, medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do
mar territorial;

§ 2° a área terrestre da Zona Costeira corresponde à totalidade do território do município


de Salvador, entendendo que sofre influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona
costeira.

Art. 4º Para fins de planejamento e gerenciamento costeiro definem-se as faixas que


compõem a Zona Costeira definida pelo Município de Salvador conforme especificações a
seguir:

§ 1° Faixa de Orla Terrestre: definida por faixas de cinquenta metros em áreas


urbanizadas ou duzentos metros em áreas não urbanizadas, demarcadas na direção do
continente a partir da linha de preamar máxima de sizígia ou do limite final de
ecossistemas, tais como as caracterizadas por feições de praias, dunas, áreas de escarpas,
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falésias, costões rochosos, restingas, manguezais, marismas, lagunas, estuários, canais ou
braços de mar, muros, contenções, caís, onde podem estar situados os terrenos de marinha
e seus acrescidos, considerando que:

I- será observada, complementarmente, a ocorrência de aspectos geomorfológicos,


com o seguinte detalhamento dos critérios para a sua delimitação:

a) falésias sedimentares: cinquenta metros a partir da sua borda, em direção ao


interior;
b) lagunas e lagoas costeiras: limite de cinquenta metros contados a partir do limite
da linha de preamar máxima anual ou do limite superior da margem em direção ao
interior;
c) estuários: cinquenta metros contados na direção do interior, a partir do limite da
praia ou da borda superior da duna frontal, em ambas as margens e ao longo delas,
até onde a penetração da água do mar seja identificada pela presença de
salinidade, no valor mínimo de 0,5 partes por mil;
d) falésias ou costões rochosos: limite definido pela cota mínima de um metro de
altura acima do limite da área alcançada pela preamar máxima anual;
e) áreas sujeitas à erosão: substratos sedimentares como falésias, cordões litorâneos,
cabos ou pontais, com larguras inferiores a cento e cinquenta metros;
f) áreas inundáveis: limite definido pela cota mínima de um metro de altura acima do
limite da área alcançada pela preamar.

II - serão observados limites antrópicos de relevância socioespacial que caracterizem


áreas de mesmo uso e identificação topológica, tornando os limites das zonas terrestres
mais identificáveis ou integrados à estrutura urbana, podendo relacionar avenidas,
rodovias, ferrovias entre outros;

III - todo território insular do município será considerado Faixa Terrestre de Orla.

§ 2° Faixa de Orla Marítima: representada pela área de mar limitada na linha isóbata de
dez metros que demarca a profundidade máxima da faixa na qual a variação topográfica
interfere no comportamento e na ação das ondas.

§ 3° Faixa Continental Urbana: corresponde ao território municipal terrestre excetuando


a Faixa de Orla Terrestre.

§ 4° Faixa da Baía de Todos os Santos: Corresponde ao território marítimo da Baía de


Todos os Santos pertencente ao Município de Salvador, excetuando a Faixa de Orla
Marítima.

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§ 5° Faixa Marítima Atlântica: Faixa marítima da Zona Costeira, na face atlântica do
Município, além da isóbata de 10 metros.

Art. 5º Os limites estabelecidos para as faixas, definidos conforme critérios do artigo


anterior, poderão ser alterados por lei, sempre que justificado, na ocorrência de pelo
menos uma das seguintes situações:

I- dados que indiquem tendência erosiva, com base em taxas anuais, expressas em
períodos de dez anos, capazes de ultrapassar a largura da faixa proposta;

I- concentração de usos e de conflitos de usos relacionados aos recursos ambientais


existentes em orla marítima;

II - tendência de avanço da linha de costa em direção ao mar, expressa em taxas anuais;

III - trecho de orla abrigada cujo gradiente de profundidade seja inferior à profundidade
de dez metros.

CAPÍTULO IV
DA SETORIZAÇÃO DA ZONA COSTEIRA

Art. 6º A Zona Costeira do Município de Salvador é subdividida nos seguintes setores,


conforme ANEXO 1, Planta de Setorização:

I- SETOR DE ORLA ATLÂNTICA, composto pelas áreas que integram a Faixa de Orla
Marítima e Faixa de Orla Terrestre que vão da Ponta do Padrão até o limite com o
Município de Lauro de Freitas;

II - SETOR HISTÓRICO CENTRAL, composto pela área de Faixa de Orla Marítima e


Faixa de Orla Terrestre da Ponta do Padrão até o limite entre o Terminal Turístico Náutico
da Bahia de Embarque/Desembarque em frente ao Mercado Modelo e o antigo Armazém
n° 1 da CODEBA na Av. da França;

III - SETOR PORTUÁRIO, composto pela área de Faixa de Orla Marítima e Faixa de Orla
Terrestre do limite do Terminal Turístico Náutico da Bahia com o antigo Armazém n° 1 da
CODEBA na Avenida da França até a linha definida pelo ponto de Coordenadas Geográficas
UTM/DATUM WGS84 L 553.994,78 | N 8.567.714,2 e pelo ponto de Coordenadas
Geográficas UTM/DATUM WGS84 L 553.718,8 | N 8.567.714,1;

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IV - SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA 1, composto pela área da Faixa de Orla
Marítima e Faixa de Orla Terrestre iniciada a partir da reta definida pelos pontos de
Coordenadas Geográficas UTM/DATUM WGS84: L 553.770,2 | N 8.567.714,2 e L 553.718,8
| N 8.567.714,1 até a Ponta do Humaitá;

V- SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA 2, composto pela área da Faixa de Orla


Marítima e Faixa de Orla Terrestre da ponta de Humaitá até o ponto representado pelas
Coordenadas Geográficas UTM /DATUM WGS84 L 556.080,4 | N 8.571.651,9;

VI - SETOR SUBÚRBIO FERROVIÁRIO, composto pela área da Faixa de Orla Marítima e


Faixa de Orla Terrestre do ponto representado pelas Coordenadas Geográficas UTM
/DATUM WGS84 L 556.080,4 | N 8.571.651,9 até o início da Praia de Inema;

VII - SETOR NAVAL, composto pela Faixa de Orla Marítima e Faixa de Orla Terrestre do
início da Praia de Inema até o limite do Município de Simões Filho com o Município de
Salvador;

VIII - SETOR BAÍA DE TODOS OS SANTOS, composto pelas águas da Baía de Todos os
Santos inseridas na Faixa Baía de Todos os Santos, portanto a partir da isóbata de 10m
(dez metros) de profundidade até as linhas divisórias imaginárias do Município de
Salvador com os Municípios de Vera Cruz, Itaparica, Saubara, Salinas das Margaridas,
Madre de Deus e Candeias;

IX - SETOR ILHAS, composto pela Faixa de Orla Marítima e Faixa de Orla Terrestre das
Ilhas dos Frades, Maré, Bom Jesus dos Passos, Santo Antônio, Coqueiros, Itapipuca e
Sossego;

X- SETOR OCEÂNICO, relativo à Faixa Marítima Atlântica, definida pela área marítima
de profundidades maiores que 10 metros, na face leste do município, voltada ao Oceano
Atlântico;

XI - SETOR CONTINENTAL URBANO 1, relacionado ao território terrestre do município


de Salvador, exceto a Faixa de Orla Terrestre, relacionado à Faixa Continental Urbana da
bacia de drenagem do litoral atlântico;

XII - SETOR CONTINENTAL URBANO 2, relacionado ao território terrestre do município


de Salvador, exceto a Faixa de Orla Terrestre, relacionado à Faixa Continental Urbana da
bacia de drenagem da Baía de Todos os Santos.

CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

Art. 7º Aplicam-se para a Gestão Municipal da Zona Costeira do Município os seguintes

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instrumentos de forma articulada e integrada:

I- Lei de Gerenciamento Costeiro (PMGC): Lei Municipal que regula a implementação


da política de Gerenciamento Costeiro no Município, e define responsabilidades e
procedimentos institucionais para sua execução, tendo como base o PNGC - Plano Nacional
de Gerenciamento Costeiro, instituído pela Lei Federal 7.661, de 16 de maio de 1988;

II - Plano Diretor Desenvolvimento Urbano (PDDU): Lei Municipal em vigência que


detalha e regulamenta o processo de planejamento e gestão do desenvolvimento e do
ordenamento territorial no Município;

III - Lei de Ordenamento de Uso e Ocupação do Solo (LOUOS): Lei Municipal que detalha
e regulamenta os parâmetros de uso e ocupação estabelecidos no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Municipal;

IV - Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (PMMA): Lei


ordinária que regula a ação do Poder Público Municipal e sua relação com os cidadãos e
instituições públicas e privadas na preservação, conservação, defesa, melhoria,
recuperação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, de natureza difusa e essencial
à sadia qualidade de vida;

V- Leis das Áreas de Proteção Cultural e Paisagística: Leis que regulamentam a


ocupação de áreas que possuam atributos e valores culturais e paisagísticos significantes,
especialmente as localizadas nas áreas costeiras;

VI - Lei do Código de Obras: Lei Municipal que normatiza a execução de obras no


Município e suas zonas costeiras;

VII - ZEE-OA: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR DE ORLA ATLÂNTICA;

VIII - ZEE-HC: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR HISTÓRICO CENTRAL;

IX - ZEE-P: Zoneamento Economia Ecológico do SETOR PORTUÁRIO;

X- ZEE-PI-1: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA


1;

XI - ZEE-PI-2: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA


2;

XII - ZEE-SF: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR SUBURBIO FERROVIÁRIO;

XIII - ZEE-N: Zoneamento Ecológico Econômico do SETOR NAVAL;

XIV - ZEE-BTS: Zoneamento Ecológico Econômico do Setor BAÍA DE TODOS OS SANTOS;

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XV - Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira Municipal RQA/ZC, que consiste
no procedimento de consolidação periódica das informações produzidas pelo
monitoramento e avaliação das medidas e ações desenvolvidas.

CAPÍTULO VI
DA GESTÃO AMBIENTAL COSTEIRA

Art. 8º Para elaboração e implementação de quaisquer instrumentos de planejamento,


ordenamento e gestão territorial da Zona Costeira deverão ser levadas em consideração as
características socioambientais, as diretrizes e as metas de proteção ambiental
estabelecidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU em vigência e pela
Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - PMMA .

Art. 9º O licenciamento ambiental de atividades, obras e empreendimentos nas Zonas


Costeiras Terrestre e Marítima, além da legislação ambiental, deverá obedecer às
diretrizes do Plano Diretor do Município, das leis que o complementam e do Zoneamento
Ecológico Econômico previsto para o setor em que situa.

Art. 10 A implementação da Política Municipal de Gerenciamento Costeiro será


coordenada pela Secretaria Municipal de Urbanismo - SUCOM e Secretaria Cidade Sustentável
- SECIS, de forma articulada.

CAPÍTULO VII
DAS DIRETRIZES GERAIS PARA OCUPAÇÃO DA ZONA COSTEIRA

SEÇÃO I
DIRETRIZES COMUNS AOS SETORES

Art. 11 As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado o livre e
franco acesso a elas e ao mar em qualquer direção ou sentido, ressalvado os trechos
considerados de interesse público e de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas
por legislação específica.

Art. 12 O município deverá erigir esforços para atingir o padrão ambiental e estrutural
definido pelo programa internacional de certificação para praias e marinas Bandeira Azul,
determinado pelo FEE (Foundation for Environmental Education), alcançando todas as suas
diretrizes e critérios e considerando que:
I- será necessário envolver representações da sociedade civil no processo de
implantação e efetivação do Programa;

II - os critérios objetivam a excelência em:

a) Educação e informação ambiental;


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b) Qualidade da água de banho atendendo critérios de balneabilidade conforme
estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente;
c) Gestão ambiental;
d) Segurança e equipamentos.

III - os critérios deverão ser dirigidos e avaliados pelo órgão que opera a certificação e
revisados a cada 5 anos.

Art. 13 O Poder Público assegurará o acesso às praias e ao mar considerando os seguintes


critérios:

I- nas áreas a serem loteadas ou destinadas a empreendimentos imobiliários na Faixa


de Orla Terrestre, o projeto do loteamento ou empreendimento identificará os locais de
acesso ou constituição de servidão á praia a cada 250m (duzentos e cinquenta metros), no
máximo de confrontação com a praia, ressalvado o disposto nos Artigos 30, 36 e 61;

II - nas áreas já urbanizadas ocupadas por loteamentos à beira mar ou por


empreendimentos imobiliários, sem acesso à praia na Faixa de Orla Terrestre, o Poder
Público Municipal, através do órgão ambiental, definirá os locais de acesso ou as áreas de
servidão de passagem, responsabilizando-se por sua implantação garantindo a distância
máxima referida no inciso anterior, ressalvado o disposto no Artigo 61;

III - se o terreno a ser loteado ou destinado a empreendimentos imobiliários na Faixa de


Orla Terrestre tiver menos de 250 metros de testada para a linha de orla, o poder Público
Municipal definirá a servidão de passagem conforme inciso II retro.

Art. 14 Para as áreas urbanizadas e não urbanizadas, respeitado o PDDU e suas alterações
posteriores, serão permitidos a instalação de novas construções no solo da Faixa de Orla
Terrestre inclusive na Faixa de Marinha, conforme definição constante no Decreto Lei nº 9760,
de 05 de Setembro de 1946, salvo o disposto no Artigo 24 para o SETOR DE ORLA ATLÂNTICA.

Art. 15 A execução das seguintes obras localizadas na Faixa de Orla Terrestre ou Marítima
ficam sujeitas ao licenciamento ambiental no órgão municipal competente e aprovação da
SUCOM:

I- estruturas de apoio à pesca e às atividades náuticas para acostagem e ancoragem de


embarcações, públicas ou privadas;

II - estruturas de embarque e desembarque, inclusive as estações de recepção de


passageiros, públicas ou privadas com extensões superiores a 150 (cento e cinquenta)
metros;

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III - estruturas de apoio para instalações portuárias, terminais, dutos, emissários,
plataformas e instalações similares, públicas ou privadas.

§ 1° As obras de que trata o caput deste artigo estarão sujeitas à autorização da


Superintendência do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão quanto à utilização da área de bem de uso comum do povo ou dos chamados
acrescidos de marinha segundo definição do Decreto Lei n° 9.760, de 05 de setembro de
1946 e do Ministério da Marinha.

§ 2° Só serão autorizadas no SETOR PORTUÁRIO as obras previstas no Artigo 33 desta lei.

Art. 16 A circulação de barcos, jetskis ou qualquer outro tipo de embarcação motorizada


na Faixa Marítima de Orla, deverá respeitar as seguintes distâncias mínimas da praia, medidas
da linha de baixamar mínima, perpendicular em direção ao mar:

I- de 200m (duzentos metros) nos Setores de Orla Atlântica, Metropolitano, Península


Itapagipana 1 e Subúrbio Ferroviário;

II - de 50m (cinquenta metros) nos Setores Naval, Península Itapagipana 2 e Ilhas.

Parágrafo Único: O órgão ambiental municipal deverá sinalizar as áreas específicas de


aproximação de embarcações da praia, para efeito de embarque/desembarque de pessoas
e materiais ou descida/retirada da água de equipamentos de navegação.

Art. 17 A aprovação, licença e implantação de equipamentos destinados ao comércio de


bebidas e comidas, quiosques ou mídias de publicidade, nas áreas de lazer e nas áreas de
serviços náuticos incidentes na Faixa de Orla Terrestre, solicitadas em datas posteriores a esta
lei, só poderão ser autorizadas após instituído o Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro
dos Setores, respeitando os dispostos na lei que o regulamenta e naquelas que disciplinam as
Áreas de Proteção Cultural e Paisagística e os Planos de Manejo das Ilhas da Baía de Todos os
Santos.

Art. 18 Qualquer empreendimento da Zona Costeira do Município deverá ser compatível


com a infraestrutura de saneamento básico e sistema viário existentes, devendo a solução
técnica adotada preservar as características ambientais e a qualidade paisagística.

Parágrafo Único: Na hipótese de inexistência ou inacessibilidade à rede pública de coleta


de lixo e de esgotamento sanitário na área do empreendimento, o empreendedor
apresentará solução autônoma para análise do órgão ambiental.

Art. 19 A implantação de recifes artificiais nas faixas marítimas do Município observará a


legislação ambiental e será objeto de regulamentação através de Ato do Executivo Municipal.

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Art. 20 Os bancos de moluscos e formações coralíneas e rochosas nas faixas marítimas do
Município serão identificados e delimitados, para efeito de proteção, através de Ato do
Executivo Municipal.

Parágrafo Único: Os critérios de delimitação das áreas de que trata o caput deste artigo,
será objeto de norma específica.

SEÇÃO II
DIRETRIZES POR SETOR

SUBSEÇÃO I
SETOR DE ORLA ATLÂNTICA

Art. 21 Intervenções na Faixa Marítima de Orla do Setor De Orla Atlântica que possam
causar alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações sobre o
transporte de sedimentos não serão permitidas.

Parágrafo Único: Excetuam-se do disposto no caput deste artigo, as intervenções que


venham a minimizar os efeitos erosivos já instalados e potencializar a regeneração das
praias, mediante estudos específicos relacionados ao licenciamento ambiental.

Art. 22 Para manutenção do suprimento sedimentar da praia, não serão permitidas


edificações em áreas de esporões arenosos, bancos de sedimentos arenosos ou lamosos, dunas
móveis ou quaisquer feições deposicionais sedimentares, que tenham resultado do
crescimento natural da costa ou da implantação de obras costeiras.

Art. 23 Para as áreas urbanizadas e não urbanizadas, respeitado o PDDU e suas alterações,
não será permitida a implantação de qualquer nova construção no solo na faixa costeira de
33m (trinta e três metros) contada a partir da preamar máxima das marés em direção ao
continente, considerada como "non aedificandi", ou em valor superior a este quando
comprovado em estudo técnico e devidamente determinado por legislação municipal.

§ 1° Será permitida a urbanização e proteção de ocupações regularmente inscritas na


Superintendência de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão na faixa costeira de 33m (trinta e três metros) contada a partir da linha de preamar
máxima das marés em direção ao continente.

§ 2° Independerão de licença ambientaI o exercício do direito de tapagem e muros de


contenção de terrenos devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio da
União, localizadas na Faixa de Orla Terrestre.

Art. 24 O ZEE-OA será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
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(cento e oitenta) dias a partir da data de publicação desta Lei.

Art. 25 Os usos de veículos automotores ou elétricos nas áreas de praia ficarão sujeitos ao
prévio licenciamento ambiental.

Art. 26 Fica proibida a circulação/navegação de barcos motorizados ou jet skis nas lagunas
existentes na Zona Costeira.

SUBSEÇÃO II
SETOR HISTÓRICO CENTRAL

Art. 27 Intervenções na Faixa Marítima de Orla do Setor Histórico Central que possam
causar alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações sobre o
transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos que
comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 28 Independerá de licença ambiental a construção de muros de contenção e ou cercas


na linha maré máxima de sizígia nos limites de terrenos da Faixa de Orla Terrestre
devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio da União.

Art. 29 Não serão obrigatórios acessos ao mar no trecho compreendido entre a Rua Aloisio
de Carvalho e o início da ZEIS do Solar do Unhão definida pelo Plano Diretor, por sua
configuração em encosta de declive acentuado.

Art. 30 Não é permitido o uso de veículos automotores ou elétricos nas áreas de praia do
Setor Histórico Central.

Art. 31 O ZEE-HC será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias da data de publicação desta Lei.

SUBSEÇÃO III
SETOR PORTUÁRIO

Art. 32 Ficam permitidas intervenções na Faixa de Orla Marítima do Setor Portuário,


limitados a dragagem da Bacia de Evolução e ao reparo de desgaste nos molhes, caís e quebra-
mares existentes, ou estruturas voltadas ao transporte de passageiros e turismo.

Art. 33 Não será permitida nenhuma atividades portuárias de carga e descarga de


materiais, equipamentos, containers, tubos, etc. na Faixa de Orla Terrestre do Setor Portuário
após as seguintes datas:

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§ 1° Na área ocupada pelo antigo terminal de passageiros e Armazéns Nº3, Nº 6, Nº7 e Nº
8, suas laterais e sua área frontal até o cais após dezembro de 2016.

§ 2° Na área ocupada pelos Armazéns Nº 4 e Nº 5, suas laterais e sua área frontal até o cais
após dezembro de 2018.

§ 3° Na Área da Faixa de Orla Terrestre limitada pelo quadrilátero composto pela Av.
Oscar Pontes, Ruas Caís do Saneamento, o ponto representados pelas coordenadas UTM
/DATUM WGS84 L 553652 N 8567070 e DATUM /DATUM W0384 12°57'21.86"S -
38°30'19.21M e o ponto representado pelas coordenadas UTM /DATUM WGS84 L
553956.42 N 8567687 e DATUM /DATUM WGS84 12°57'21.29"S -38°30'29.12"O após
dezembro de 2016.

§ 4° Na área ocupada pelo terminal de Containers do Caís até a Av. Oscar Pontes após
dezembro de 2024.

Art. 34 Os acessos ao mar no trecho do Setor Portuário na área antes ocupada pelos
Armazéns Nº 1 e Nº 2, dependerão de negociação especifica com o Ministério da Fazenda,
através da Receita Federal.

Art. 35 O ZEE-P será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias da data de publicação desta lei.

SUBSEÇÃO IV
SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA 1

Art. 36 Intervenções na Faixa de Orla Marítima do Setor Península Itapagipana 1 que


possam causar alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações
sobre o transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos
que comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 37 Independerá de licença ambiental a construção de muros de contenção e ou cercas


na linha maré máxima de sizígia nos limites de terrenos da Faixa de Orla Terrestre
devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio da União.

Art. 38 Os usos de veículos automotivos ou elétrico nas áreas de praia ficarão sujeitos ao
prévio licenciamento ambiental.

Art. 39 O ZEE-PI-1 será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias a partir da publicação desta lei.

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SUBSEÇÃO V
SETOR PENÍNSULA ITAPAGIPANA 2

Art. 40 Intervenções na Faixa de Orla Marítima do Setor Península Itapagipana 2 que


possam causar alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações
sobre o transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos
que comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 41 Independerá de licença ambiental a construção de muros de contenção e ou cercas


na linha maré máxima de sizígia nos limites de terrenos da Faixa de Orla Terrestre, desde que
devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio da União.

Art. 42 Os usos de veículos automotivos ou elétrico nas áreas de praia ficarão sujeitos ao
prévio licenciamento ambiental.

Art. 43 O ZEE-PI-2 será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias a partir da publicação desta lei.

SUBSEÇÃO VI

SETOR SUBÚRBIO FERROVIÁRIO

Art. 44 Intervenções na Faixa de Orla Marítima do Setor Subúrbio Ferroviário que possam
causar alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações sobre o
transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos que
comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 45 A construção de muros de contenção e ou cercas na linha maré máxima de sizígia


nos limites de terrenos da Faixa de Orla Terrestre, desde que estes estejam devidamente
regularizados na Superintendência de Patrimônio da União, independerá de licença ambiental.

Art. 46 Os usos de veículos automotivos ou elétrico nas áreas de praia ficarão sujeitos ao
prévio licenciamento ambiental.

Art. 47 O ZEE-SF será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias a partir da publicação desta lei.

SUBSEÇÃO VII

SETOR NAVAL
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Art. 48 Intervenções na Faixa Marítima de Orla do Setor Naval que possam causar
alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações sobre o
transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos que
comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 49 Independerá de licença ambiental a construção de tapagens, muros de contenção e


ou cercas na linha maré máxima de sizígia nos limites de terrenos da Faixa de Orla Terrestre
devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio da União.

Art. 50 O ZEE-N será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias da data de publicação desta Lei.

Art. 51 Não é permitido uso de veículos automotores ou elétricos nas áreas de praia.

SUBSEÇÃO VIII
SETOR BAÍA DE TODOS OS SANTOS

Art. 52 Toda e qualquer intervenção construtiva sobre a lâmina d’água, construção ou


implantação de equipamentos submarinos permanentes no Setor Baía de Todos os Santos
deverá ser submetida ao instrumento EIA-RIMA (Estudo de Impactos Ambientais e Relatório
de Impactos Ambientais), em concordância com o Resolução CONAMA nº 001/86;

Art. 53 Deverá ser realizado o disciplinamento da navegação na Baía de Todos os Santos


de modo a evitar conflitos de navegação de embarcações de carga, transporte de passageiros,
pesca e lazer.

Art. 54 O Setor Baía De Todos Os Santos deverá ser submetido a monitoramento constante
da qualidade da água, especialmente relacionado aos parâmetros quantitativos de nitrogênio,
fósforo e oxigênio, com frequência mínima anual para registro nos Relatórios de Qualidade
Ambiental da Zona Costeira (RQA/ZC).
Art. 55 O ZEE-BTS será institucionalizado por ato do Executivo Municipal no prazo de 180
(cento e oitenta) dias da data de publicação desta Lei.

SUBSEÇÃO IX
SETOR ILHAS

Art. 56 Constitui-se como Setor Ilhas todo o território terrestre insular do município e suas
Faixas Marítimas de Orla.

Art. 57 Intervenções na Faixa Marítima de Orla do Setor Ilhas que possam causar
alterações no comportamento das ondas e, consequentemente, nas suas ações sobre o
20
transporte de sedimentos serão permitidas desde que precedidas de estudos técnicos que
comprovem irrelevância nos impactos ambientais, ou ainda se composta por soluções que
minimizem estes impactos a níveis aceitáveis, especialmente sobre os efeitos erosivos ou de
assoreamento.

Art. 58 Independerá de licença ambiental a construção de muros de contenção e ou cercas


na linha de preamar média das marés, assim definidos pelo Decreto Lei n° 9.760 de 05 de
setembro de 1946, desde que devidamente regularizados na Superintendência de Patrimônio
da União.

Art. 59 Nas Áreas de Proteção, Cultural e Paisagística - APCP, definidas no PDDU e


regulamentadas por lei, o acesso às praias será permitido nos termos estabelecidos na
respectiva Lei.

I- nas áreas já ocupadas por loteamentos ou por empreendimentos imobiliários no


Setor Ilhas, o Poder Público Municipal, em conjunto com o órgão ambiental, manterá as
áreas de servidão de passagens existentes para acesso à praia;

II - nas áreas a serem loteadas ou destinadas a empreendimentos imobiliários na Faixa


de Orla Terrestre, deverá ser permitida a passagem dos moradores nativos das
comunidades por caminhos existentes que cruzem suas propriedades para alcançar as
praias, garantido, entretanto, ao proprietário o direito de controle desta circulação e
vigilância, bem como designar o local de passagem.

III - O Município no prazo de 180 (cento e oitenta) dias fará publicar no Diário Oficial a
listagem e cartografia das passagens existentes na Ilha dos Frades, Ilha de Maré e Bom
Jesus dos Passos.

Art. 60 Será permitido uso de veículos automotores ou elétricos nas áreas de praia, desde
que precedidos de autorização do órgão ambiental do município.

Art. 61 As diretrizes de gerenciamento territorial do Setor Ilhas estão definidas pelos


Planos de Manejo Municipais das Ilhas, excetuando a Ilha de Maré;

Art. 62 O Zoneamento da Ilha de Maré deverá ser desenvolvido e institucionalizado por


ato do Executivo Municipal no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da data de publicação desta
Lei.

SUBSEÇÃO X
SETOR OCEÂNICO

Art. 63 A gestão territorial, monitoramento e controle ecológico do Setor Oceânico é de


responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e da Marinha do Brasil.
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SUBSEÇÃO XI
SETOR CONTINENTAL URBANO 1

Art. 64 A gestão territorial, incluindo as diretrizes de uso e ocupação do solo do Setor


Continental Urbano 1 é definida pelo Plano Diretor Municipal e pela Lei de Uso e Ocupação do
Solo do Município de Salvador.

SUBSEÇÃO XII
SETOR CONTINENTAL URBANO 2

Art. 65 A gestão territorial, incluindo as diretrizes de uso e ocupação do solo do Setor


Continental Urbano 2 é definida pelo Plano Diretor Municipal e pela Lei de Uso e Ocupação do
Solo do Município de Salvador.

CAPÍTULO VIII
DOS INCENTIVOS

Art. 66 O Poder Público Municipal apoiará tecnicamente as seguintes atividades:

I- estudos e pesquisas de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos


recursos ambientais;

II - a difusão de tecnologias de manejo adequado dos recursos ambientais;

III - a divulgação de dados, informações ambientais sobre a necessidade de preservação,


conservação e recuperação do meio ambiente;

IV - a participação da iniciativa privada nas ações de proteção ambiental;

V- o desenvolvimento de ações e pesquisa, de mitigação e de adaptação aos eventos


extremos e às mudanças climáticas na gestão costeira;

VI - o desenvolvimento de ações de monitoramento e avaliação dos recursos naturais e


das ocupações dos espaços;

VII - o desenvolvimento de ações de educação ambiental e a formação de uma


consciência pública sobre a necessidade de preservação, conservação e recuperação do
meio ambiente.

Art. 67 O Poder Executivo Municipal, dentro das margens previstas no Código Tributário,
poderá criar mecanismos que venham a contemplar as propriedades que abriguem áreas
especialmente protegidas por esta Lei.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

22
Art. 68 Até a aprovação do Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro de cada setor
elencado na presente Lei, a aprovação de projetos que intervenham na Faixa Marítima ou
Terrestre só deverão ser aprovados se em conformidade com o Plano Diretor do município.

Art. 69 A SUCOM e a SECIS, no prazo de até 05 (cinco) anos, a contar da publicação desta
Lei, deverão realizar estudos em conjunto, diretamente ou por meio de equipe técnica
contratada ou conveniada, para:

I- implementar o Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro, sob a sua coordenação,


prevendo os mecanismos de gerenciamento ambiental, as ações estratégicas, a articulação
institucional, as inter-relações com os 03 (três) níveis de Governo assim como a sociedade
civil;

II - implantar o Sistema de informações de Gerenciamento Costeiro do Município, sob a


sua coordenação, definindo as vinculações com as instituições que detenham informações
federais, municipais, estaduais;

III - adotar as providências necessárias para definição da linha de marinha estabelecida


pelo decreto Lei n° 9.760 de 05 de setembro de 1946 e a linha de preamar das marés e o
seu monitoramento, no prazo de até 03 (três) anos.

Art. 70 O Poder Executivo Municipal regulamentará a presente Lei mediante decreto.

Art. 71 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 72 Revogam-se as disposições em contrário.

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