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EMENTA:
INSTITUI O PLANO DE ESTRUTURAÇÃO URBANA –
PEU SÃO FRANCISCO XAVIER / ENGENHO NOVO - DOS
BAIRROS DE SÃO FRANCISCO XAVIER, ROCHA,
RIACHUELO, SAMPAIO, JACARÉ E ENGENHO NOVO,
INTEGRANTES DA XIII REGIÃO ADMINISTRATIVA –
MÉIER; E DO BAIRRO DO JACAREZINHO, INTEGRANTE
DA XXVIII RA – JACAREZINHO, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
Seção I
Dos Objetivos
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o Plano de Estruturação Urbana – PEU São Francisco
Xavier / Engenho Novo, abrangendo os bairros de São Francisco Xavier, Rocha, Riachuelo,
Sampaio, Jacaré e Engenho Novo, integrantes da XIII Região Administrativa – Méier; e o bairro do
Jacarezinho, integrante da XXVIII RA – Jacarezinho, em consonância com os princípios e
diretrizes da Lei Complementar nº 111, de 1º de fevereiro de 2011, que instituiu o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Sustentável do Município do Rio de Janeiro.
Parágrafo único. Os limites do PEU mencionado neste artigo encontram-se mapeados e descritos
no Anexo I A e I B desta Lei Complementar.
Art. 2º Integram o PEU de São Francisco Xavier / Engenho Novo, esta Lei Complementar e as
Leis e Decretos regulamentadores nela previstos para o conjunto de bairros que a compõe.
I - definir parâmetros urbanísticos de forma a melhorar a qualidade urbano ambiental dos bairros,
dirigindo o crescimento da área de forma que as futuras transformações preservem o modo de
vida e as especificidades dos bairros;
III – valorizar as vocações e potencialidades dos bairros, de forma a promover a sua revitalização
e qualificação urbano ambiental, garantindo o equilíbrio entre ocupação, preservação ambiental e
oferta de infraestruturas de transporte de massa e de espaços livres;
VIII - definir estrutura viária básica, hierarquizada segundo as funções exercidas no contexto local
e municipal;
IX – identificar as áreas frágeis de encosta e de baixada definindo as regras para sua ocupação;
Art. 4º Ficam definidas, nos incisos deste artigo, as diretrizes básicas que nortearão o
estabelecimento de políticas e a implementação de ações para o desenvolvimento físico
urbanístico dos bairros do PEU de São Francisco Xavier / Engenho Novo, quais sejam:
III – incentivo ao uso do transporte público de alta capacidade, menos poluente e de menor
consumo de energia;
a) a preservação das áreas acima da cota dos cem metros, bem como dos trechos íngremes do
território e as áreas cobertas por vegetação nas serras e morros isolados;
b) o atendimento à taxa de permeabilidade para a ocupação dos lotes, conjugado com incentivo
ao plantio de árvores;
VII – incentivo à implantação dos Projetos de Alinhamento ao longo dos principais eixos viários,
mediante a adoção de critérios urbanísticos que estimulem a renovação das edificações e a
consequente liberação das áreas de recuo;
a) Corredor Maracanã - Engenhão, nele incluídas a Avenida Marechal Rondon e a Rua Vinte e
Quatro de Maio;
b) principais logradouros componentes da malha viária básica: Avenida Dom Hélder Câmara, Rua
Ana Néri, Rua Álvares de Azevedo, Rua Barão do Bom Retiro, Rua Dois de Maio, Rua Doutor
Garnier, Rua Lino Teixeira, Rua Licínio Cardoso, Rua Propícia, Rua Souza Barros e Rua Viúva
Cláudio;
a) adequação dos passeios à acessibilidade universal, especialmente para utilização por pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;
CAPÍTULO II
Da Ordenação Territorial
Seção I
Das Zonas
Art. 5º Os bairros desta Lei Complementar ficam subdivididos nas seguintes Zonas:
III - Zona de Conservação Ambiental 3 - ZCA-3 - Zona que apresenta densidade populacional e
construtiva consolidada, que por sua localização e características ambientais e paisagísticas
necessita de restrições específicas e controle da ocupação existente;
VII - Zona Comercial e de Serviços 1 - ZCS-1 – Zona onde prevalecem as atividades de comércio
e serviços que podem alcançar níveis de centralidade regional;
VIII - Zona de Uso Misto – ZUM - Zona onde os usos residencial, comercial, de serviços e
industrial podem ocorrer sem predominância, ressalvadas as situações de impacto pertinentes à
convivência entre os diferentes usos.
§ 2º É a seguinte a classificação hierárquica das Zonas em ordem crescente: ZCA-1, ZCA-2, ZCA-
3, ZRM-2, ZRM-3 L, ZRM-4, ZCS-1 e ZUM.
Seção II
Das Subzonas
Art. 6º A Subzona é um espaço delimitado que se sobrepõe total ou parcialmente às Zonas, para o
qual serão definidos parâmetros urbanísticos diferenciados, mantidos os usos e atividades
previstos para a Zona.
Art. 8º Os limites das Zonas são estabelecidos com o objetivo de proteger as Zonas de hierarquia
inferior e consideram os aspectos referentes à preservação da ambiência local, do patrimônio
cultural e outras características relevantes.
Art. 9º Em terreno situado em mais de uma Zona, incidirão os parâmetros de cada Zona em sua
porção correspondente.
§ 1º Quando o terreno possuir testada somente pela Zona de hierarquia inferior, serão aplicados
os parâmetros mais restritivos e os usos comuns às Zonas envolvidas.
§ 2º Quando o terreno possuir testada para Zonas diversas, o acesso só poderá ser realizado pela
testada situada na Zona onde o uso é permitido.
Seção IV
Art. 10. Integram esta Lei Complementar as Áreas de Especial Interesse - AEI, nos termos do art.
70, da Lei Complementar nº 111, de 2011, constantes desta Seção.
Subseção I
Art. 11. Integra esta Lei Complementar, a Área de Especial Interesse Urbanístico - AEIU do
Corredor Maracanã - Engenhão, com regime urbanístico específico, com vistas a promover a
requalificação de áreas através da aplicação dos instrumentos da política urbana de forma a
permitir a integração e o desenvolvimento socioeconômico dos bairros envolvidos.
Parágrafo único. A AEIU mencionada neste artigo encontra-se mapeada e descrita no Anexo III A
desta Lei Complementar e suas condições específicas de ocupação e uso definidas no Capítulo
VIII desta Lei Complementar.
Subseção II
Art. 12. Integram esta Lei Complementar, as Áreas de Especial Interesse Social declaradas em
Leis específicas.
Seção V
Art. 13. Integram a Área deste PEU as seguintes áreas de restrição à ocupação, ali existentes:
III - faixas marginais de proteção e faixas non ædificandi dos cursos d’água;
IV - faixas de domínio de viadutos e das linhas de transmissão de energia elétrica em alta tensão.
Subseção I
Das Áreas Frágeis de Encosta
Art. 14. São consideradas áreas frágeis de encosta aquelas sujeitas a alterações geológicas
relacionadas à instabilidade do solo, com alta suscetibilidade a ocorrência de acidentes geológicos
– geotécnicos.
Art. 15. Todos os licenciamentos de obras novas ou de acréscimo de área construída na área
desta Lei Complementar, situados em áreas frágeis, com topografia acidentada e alta
suscetibilidade de acidentes geológicos - geotécnicos, só serão concedidos mediante prévia
análise e aprovação pelo órgão gestor de geotecnia do Município obedecida a legislação
específica em vigor.
Art. 16. São consideradas áreas frágeis de baixada aquelas que concentram os pontos críticos de
drenagem de águas pluviais.
Parágrafo único. O Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais – PDMAP, a ser elaborado para os
bairros integrantes deste PEU, estabelecerá o conjunto de intervenções a serem efetuadas nas
bacias de drenagem da região e poderá contemplar restrições adicionais aos parâmetros
estabelecidos nesta Lei Complementar, principalmente quanto à:
Art. 17. Os pontos críticos de drenagem da área objeto desta Lei Complementar serão
identificados pelo órgão responsável pela drenagem das águas pluviais da Cidade considerando
os seguintes aspectos:
II - pontos extravasores da rede de drenagem que contribuam para a poluição e sobrecarga dos
rios receptores;
III - desvios no curso dos rios canalizados que possam acarretar transbordos;
§ 1º Os rios e canais existentes na área devem preferencialmente ser mantidos com as calhas
abertas de forma a facilitar sua limpeza e a manutenção da faixa non ædificandi.
§ 2º Quando houver condições técnicas, deverão ser adotadas medidas para a renaturalização
das calhas dos corpos hídricos.
Art. 18. As áreas frágeis de baixada serão submetidas às intervenções na infraestrutura local que
se fizerem necessárias e sua ocupação ocorrerá mediante o cumprimento prévio das exigências
estabelecidas pelo órgão gestor de drenagem do Município.
Seção VI
Do Parcelamento do Solo
Art. 19. O parcelamento do solo será regulado por índices urbanísticos que variam segundo a
Zona em que venham a ocorrer.
§ 1º Os lotes e testadas obedecerão às dimensões mínimas fixadas por esta Lei Complementar
para cada Zona.
Art. 20. Na área abrangida por este PEU não será permitida, a abertura de logradouros públicos
acima da cota de sessenta metros em relação ao nível do mar, salvo quando houver interesse
público, sendo admitidas vias internas.
Art. 21. Nas áreas a lotear, superiores a trinta mil metros quadrados, a doação de áreas públicas
será obrigatória e corresponderá a trinta e cinco por cento da área loteável, distribuída da seguinte
forma:
I - seis por cento da área total loteável será obrigatoriamente cedida ao Município, gratuitamente,
a fim de ser utilizada para praças, jardins e outros espaços livres;
II - oito por cento da área total loteável será obrigatoriamente cedida ao Município, gratuitamente,
a fim de ser utilizada para lotes destinados à construção de equipamentos públicos.
§ 1º Quando a área a ser doada para equipamento público resultar inferior a dois mil e quinhentos
metros quadrados será complementada por parte da área exigida pelo inciso I de modo a atingir
esta área.
§ 2º As áreas non ædificandi não poderão ser incluídas nas áreas de doação obrigatória.
§ 3º O Município reserva-se o direito de recusar as áreas destinadas pelo requerente aos fins
previstos neste artigo.
Art. 22. A área destinada à construção de equipamento público deverá ter ainda as seguintes
características:
I - aclividade ou declividade inferior a dez por cento, em pelo menos cinquenta por cento da área
total;
II - forma regular, com testada mínima de vinte metros para logradouro público;
III - não ser atravessada por cursos d’água, valas, córregos, riachos, etc.
Art. 23. As áreas a serem doadas para praças e equipamentos urbanos e comunitários serão
projetadas preferencialmente em terrenos contíguos e sua localização dentro dos loteamentos
ficará a critério da análise do órgão de planejamento urbano e do meio ambiente.
Art. 24. As obrigações de doações de áreas previstas nesta Lei Complementar serão sempre
relativas à área loteável do terreno.
Art. 25. Considera-se área loteável a porção do terreno destinada a lotes, logradouros, lotes para
equipamento público, praças, jardins e outros espaços de doação obrigatória por força do disposto
nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. Estão excluídas as áreas doadas para recuo dos projetos aprovados de
alinhamento e as áreas vedadas à loteamento, arruamento e edificação.
Art. 26. O Município poderá aceitar áreas destinadas aos equipamentos públicos localizadas fora
dos limites do loteamento, atendendo às diretrizes do planejamento municipal, resguardado no
mínimo o mesmo percentual em área definido na legislação, o valor equivalente e o interesse do
Município, devendo essas áreas estar localizadas em locais sem limitações urbanísticas ou
administrativas, a critério do órgão Municipal de planejamento urbano.
Art. 27. Nas Áreas de Especial Interesse Social, poderão ser definidos lotes mínimos inferiores
aos estabelecidos nesta Lei Complementar, atendendo ao disposto no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro e no Estatuto da Cidade.
Art. 28. As situações não previstas nesta Lei Complementar para o parcelamento do solo urbano
serão regidas pela legislação em vigor para a matéria.
Seção VII
Art. 29. Os usos do solo e das edificações estabelecidos por esta Lei Complementar são os
seguintes:
III – Uso Residencial III – inclui, além do estabelecido no Uso Residencial II, edificações
multifamiliares e grupamento de edificações residenciais multifamiliares;
IV – Uso Comercial I – comércio varejista, de atendimento cotidiano ou vicinal, que não gere
impactos ao entorno;
V – Uso Comercial II – comércio varejista, de atendimento à população em geral, que pelo porte,
natureza ou características de funcionamento, poderá ter implantação sujeita à avaliação de
impactos;
VII – Uso de Serviços I - serviços de atendimento cotidiano ou vicinal, que não gerem impactos ao
entorno;
VIII – Uso de Serviços II - serviços de atendimento à população em geral que, pelo porte, natureza
ou características de funcionamento, poderão ter implantação sujeita à avaliação de impactos;
IX – Uso de Serviços III - serviços de atendimento à população em geral que, pelo porte, natureza
ou características de funcionamento, gerem impactos ao entorno, exigindo planejamento ou
intervenções específicas para sua implantação;
XI – Uso Industrial II – atividades industriais não poluidoras, que, pelo silêncio de operação e
pouca geração de tráfego, tenham processo produtivo compatível com os demais usos urbanos,
inclusive o residencial, sem causar incômodo de qualquer espécie;
XII – Uso Industrial III - atividades industriais causadoras de impactos no meio ambiente ou no
sistema viário, mas que possuem processo produtivo compatível com os demais usos urbanos se
submetidas a métodos adequados de controle de impactos e tratamento de emissões e efluentes;
XIII - Uso Institucional - atividades de interesse público exercidas por instituições do governo
municipal, estadual ou federal.
§ 1º A distribuição dos usos por Zona encontra-se no Anexo IV desta Lei Complementar –
Condições de Implantação dos Usos do Solo Urbano.
§ 2º O uso residencial é permitido em todas as Zonas no âmbito deste PEU, exceto na ZCA-1.
§ 3º O uso Industrial I, definido no inciso X deste artigo, poderá ser exercido em unidades
residenciais.
§ 4º O uso institucional de interesse público poderá ser admitido na área objeto deste PEU e sua
implantação estará condicionada à prévia avaliação e restrições dos órgãos responsáveis, de
acordo com as situações de impacto a serem geradas, o porte da atividade e as características da
Zona.
Art. 30. Os usos do solo e as edificações, obedecido ao disposto na Lei de Uso e Ocupação do
Solo, são classificados, segundo a Zona em que se localizam:
II – Uso Adequado com Restrição – uso ou atividade compatível com a destinação da Zona,
submetido a restrições específicas;
III – Uso Vedado - qualquer uso ou atividade incompatível com a destinação da Zona.
Parágrafo único. O uso ou atividade existente que não atenda a esta Lei Complementar é
considerado inadequado e será mantido, desde que a edificação esteja em situação regular e a
atividade sem interrupção de funcionamento por mais de seis meses, sendo vedada sua
expansão, modificação ou reconstrução após avaria que represente sessenta por cento ou mais
de sua área total de construção.
Art. 31. As restrições quanto à implantação dos usos serão estabelecidas em função dos impactos
gerados no meio urbano que se classificam em:
§ 5º As condições de restrição aos usos do solo estão descritas no Quadro 1 – Caracterização das
Situações de Impacto do Anexo IV desta Lei Complementar.
§ 6º A distribuição dos usos por Zona encontra-se no Quadro 2 – Condições de Implantação dos
Usos do Solo Urbano do Anexo IV desta Lei Complementar.
Art. 32. Norma específica enquadrará as atividades permitidas nos usos do solo, bem como as
restrições específicas a cada atividade, observados os conceitos do art. 30 e o Zoneamento
definido por esta Lei Complementar.
II – porte da atividade;
III – incômodo ou risco à vizinhança, quando poderá ser exigido Relatório de Impacto da
Vizinhança – RIV;
IV - impacto no meio ambiente, quando deverá ser obedecida a legislação ambiental municipal,
estadual e federal;
Art. 34. O uso residencial não poderá coexistir no mesmo terreno com estabelecimentos
destinados a armazenagem de produtos inflamáveis ou atividades incômodas, nocivas e
potencialmente modificadoras do meio ambiente, não sendo permitida sua convivência com outros
usos que possam causar risco à população residente.
Art. 35. A avaliação dos impactos decorrentes das atividades industriais deverá considerar a área
de influência do empreendimento e seu entorno imediato assim como os demais usos existentes
no local.
CAPÍTULO III
Do Controle Da Ocupação
Seção I
Art. 36. As densidades urbanas deverão estar de acordo com as Macrozonas de Ocupação e as
Áreas de Restrição à Ocupação Urbana, conforme disposto no Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Sustentável.
Art. 37. Na Área objeto deste PEU, serão aplicados os seguintes índices e parâmetros:
b) Afastamentos mínimos em relação aos logradouros, às divisas dos terrenos e entre edificações;
Parágrafo único. O controle da densidade urbana será estabelecido pelos índices e parâmetros
urbanísticos dispostos nos Capítulos V e VII desta Lei Complementar.
Seção II
Art. 38. Para o controle da intensidade dos usos admitidos nas diversas Zonas serão aplicados os
seguintes mecanismos para garantir a predominância do uso principal:
Art. 39. Será permitido mais de um tipo de uso numa mesma edificação, caracterizando uso misto,
ou em edificações independentes dentro de um mesmo terreno, apenas em ZRM-4, ZCS-1 e ZUM
desde que seja admitida a convivência entre os usos, observado o disposto no art. 34 desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. Nos casos tratados no caput deste artigo deverão ser previstos acessos
independentes para as unidades de uso residencial.
Art. 40. As atividades não residenciais localizadas nas ZRM-2 e ZRM-3L poderão ocorrer por
transformação de uso em novas edificações, com IAT máximo de um e meio e gabarito máximo de
três pavimentos.
Parágrafo único. As edificações existentes podem ser ampliadas desde que a edificação
resultante não ultrapasse o IAT de um e meio e o gabarito de três pavimentos de qualquer
natureza.
Art. 41. Os usos não residenciais em ZCA-2, ZCA-3, ZRU-3, ZRM-2 e ZRM-3L só poderão ocorrer
observado o disposto na Seção VII do Capítulo II, no Anexo IV e nas seguintes condicionantes:
II - em ZCA-3, ZRU-3 e ZRM-2, apenas atividades de serviços com baixa atratividade de público
externo;
Art. 42. Para terreno situado em Zonas diversas, deverá ser observado o disposto no art. 9º desta
Lei Complementar.
Art. 43. Nos logradouros com largura igual ou inferior a oito metros e naqueles sem saída, só
serão permitidas transformações de uso para atividades permitidas na Zona, que não gerem
atratividade de público e impactos no sistema viário.
Seção III
I – edificação residencial: destinada a abrigar o uso residencial permanente que pode se subdividir
em:
II – edificação mista: destinada a abrigar o uso residencial em conjunto com outros usos, em
unidades autônomas com acessos independentes, desde que admitida a convivência dos usos;
a) edificação de uso exclusivo - destinada a abrigar um único uso ou atividade não residencial no
lote, apresentando uma única numeração;
b) edificação constituída por unidades autônomas - destinada a abrigar usos e atividades não
residenciais, apresentando mais de uma unidade autônoma.
Art. 45. As edificações podem se desdobrar em unidades autônomas, que, de acordo com o uso,
receberão as seguintes denominações:
Art. 46. Os tipos de edificação permitidos em cada Zona estão definidos no Anexo V.
CAPÍTULO IV
Art. 47. A edificação no lote será regulada por índices urbanísticos estabelecidos segundo a Zona
em que se situem, correspondendo aos seguintes parâmetros, além de outros estabelecidos nesta
Lei Complementar:
a) Índice de Aproveitamento do Terreno - IAT – corresponde ao índice que, multiplicado pela área
do terreno, define a Área Total Edificável - ATE;
b) Área Total Edificável - ATE – determina a área máxima edificável resultante da multiplicação do
Índice de Aproveitamento do Terreno - IAT pela área do lote - S, representada pela fórmula ATE =
IAT x S;
e) Área útil mínima das unidades – corresponde ao somatório das áreas úteis dos compartimentos
das unidades;
Subseção I
Art. 49. Os índices de Aproveitamento do Terreno - IAT da área serão estabelecidos por Zona e
obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.
Art. 50. As partes da edificação não computáveis para efeito do cálculo da ATE são as
relacionadas a seguir:
I – os locais destinados a estacionamento e guarda de veículos, inclusive seus acessos;
Art. 51. A edificação destinada a serviços de hospedagem terá volumetria equivalente à volumetria
permitida para a edificação residencial multifamiliar na Zona, de acordo com o estabelecido nesta
Lei Complementar.
Subseção II
Da Taxa de Ocupação - TO
Art. 52. As áreas de projeção das edificações estão limitadas pelo percentual estabelecido para a
Taxa de Ocupação - TO no Capítulo VI desta Lei Complementar para as Zonas.
Parágrafo único. A projeção horizontal máxima das edificações inclui toda a área coberta da
edificação, excluídas as áreas em balanço destinadas a varandas, sacadas e saliências.
Art. 53. Nas edificações unifamiliares e bifamiliares, as varandas assentes no terreno também não
serão incluídas na área máxima de projeção.
Da Taxa de Permeabilidade - TP
Art. 55. A taxa de permeabilidade deverá garantir uma área mínima do terreno livre de construção
em qualquer nível, para garantia de infiltração de águas pluviais no solo e subsolo e para impedir
qualquer forma de alteração do meio ambiente natural, conforme critérios estabelecidos pelo
órgão municipal competente.
§ 2º A área permeável definida para um imóvel poderá ser seccionada, desde que possibilite a
inscrição de um círculo com diâmetro mínimo de três metros e de forma a permitir o plantio de
uma árvore.
§ 3° As áreas permeáveis e as áreas com pisos semipermeáveis deverão integrar um sistema que
apresente condições hidráulicas naturais de receber as águas superficiais e infiltrá-las diretamente
no solo.
§ 4° As áreas permeáveis deverão ser vegetadas ou revegetadas de acordo com orientação a ser
definida pelo órgão central de planejamento e gestão ambiental, para cada caso, em função de
suas especificidades ambientais.
II – na faixa marginal de proteção, nos terrenos sob influência dos cursos d'água, mesmo que
intermitentes;
III – preferencialmente junto ao logradouro, quando não houver área de interesse paisagístico no
terreno ou não se enquadrar em nenhuma das situações anteriores.
Art. 57. Não serão computadas como áreas permeáveis aquelas localizadas sob a projeção das
edificações ou sobre subsolos de qualquer natureza, com exceção das saliências ou varandas.
Art. 58. No caso de regularização de edificações, a critério dos órgãos municipais competentes,
será admitida a adoção de soluções técnicas alternativas ou medidas compensatórias para
atendimento da taxa de permeabilidade.
Art. 59. A Taxa de Permeabilidade mínima exigida para as construções será estabelecida por Zona
e obedecerá ao disposto nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. As áreas permeáveis não poderão sofrer alterações em suas dimensões e
características e deverão ser gravadas na Certidão de habite-se ou de aceitação de obras.
Subseção IV
Da Área Útil Mínima das Unidades
Art. 60. A área útil mínima das unidades residenciais multifamiliares é de trinta metros quadrados.
Art. 61. Poderá ser admitida a redução da área mínima útil estabelecida no art. 60, desde que
mantidas as condições mínimas de segurança, higiene, salubridade, nos seguintes casos:
I – reconversão pela transformação de uso das edificações existentes a fim de adaptá-las às
condições sociais, culturais e econômicas locais, observados os demais parâmetros urbanísticos
definidos para a Zona;
III – nos programas vinculados à política habitacional de interesse social municipal, estadual ou
federal.
Art. 62. As áreas de terraços e varandas abertas, cobertas ou descobertas, não serão computadas
na área mínima útil das unidades.
Seção III
Art. 63. A altura máxima e o número máximo de pavimentos das edificações definem o gabarito
conforme estabelecido por Zona no Capítulo VI desta Lei Complementar.
Art. 64. A altura máxima da edificação é a medida entre o nível do piso do pavimento térreo e o
ponto mais alto da edificação, compreendendo todos os elementos construtivos, exceto:
Parágrafo único. Os elementos citados nos incisos I e II não poderão ser superpostos, e deverão
distar pelo menos de um metro e cinquenta centímetros dos planos das fachadas.
Art. 65. Não serão considerados para efeito do cálculo do número de pavimentos:
a) seja mantido o afastamento mínimo de três metros do plano de fachada voltado para o
logradouro;
b) a área coberta seja limitada a cinquenta por cento da área do pavimento tipo;
§ 1° Quando o pavimento de cobertura for destinado à uso comum, deverão ser mantidas as
condições estabelecidas no inciso III, alíneas “a” e “b”.
§ 2° O disposto neste artigo não se aplica às Zonas cujo gabarito seja de qualquer natureza.
Art. 66. Quando a cota de soleira da edificação for superior a mais quarenta e cinco metros até a
cota de cinquenta metros, a edificação terá no máximo três pavimentos, quando não afastada das
divisas, e quatro pavimentos, quando afastada das divisas, excetuando-se da contagem do
número de pavimentos o pavimento de uso comum ou apenas um pavimento garagem limitado à
projeção dos pavimentos superiores.
Art. 67. Quando a cota de soleira da edificação for superior a mais cinquenta metros, a edificação
terá, no máximo, dois pavimentos, excetuando-se o pavimento de uso comum ou de apenas um
pavimento garagem limitado à projeção dos pavimentos superiores, quando não houver pavimento
de uso comum.
Art. 68. Nos logradouros com largura igual ou inferior a oito metros, a edificação terá no máximo
três pavimentos de qualquer natureza, excetuados os pavimentos em subsolo.
Art. 69. Nos terrenos em aclive, quando, devido às condições topográficas do terreno, não for
possível a implantação da edificação ao nível do logradouro, os acessos verticais entre o nível do
logradouro e o do primeiro pavimento da edificação, não serão computados para efeito do número
de pavimentos e da altura da edificação.
Art. 70. Nos terrenos em declive, será admitido para estacionamento e uso comum um pavimento
abaixo do nível do meio-fio, observado o desenho constante do Anexo IX, que será computado na
altura máxima da edificação.
Art. 71. A edificação destinada a estacionamento, em uso exclusivo, poderá ter tantos pavimentos
quantos ficarem contidos na altura máxima definida para a Zona, em função do pé direito mínimo
definido pelo Código de Obras e Edificações.
Art. 72. O número de pavimentos da edificação destinada a hotel será o contido na altura máxima
e volumetria permitidas para a edificação residencial multifamiliar, considerando-se, para este fim,
o pé direito mínimo definido pelo Código de Obras e Edificações.
Art. 73. O número de pavimentos permitido por Zona obedecerá ao disposto no Capítulo VI desta
Lei Complementar.
Subseção II
Dos Pavimentos em Subsolo
Art. 74. Pavimento em subsolo enterrado é aquele situado abaixo do nível do logradouro e subsolo
semienterrado aquele cujo piso do pavimento térreo estiver elevado no máximo até a cota mais
um metro e cinquenta centímetros em relação ao ponto mais baixo da testada do terreno.
§ 2° A área dos pavimentos em subsolo destinados aos usos não residenciais não será
computada para efeito do cálculo da ATE.
Subseção III
Art. 76. As edificações terão afastamento frontal mínimo obrigatório em relação ao alinhamento do
lote, de acordo com o disposto no Capítulo VI desta Lei Complementar para as diferentes Zonas.
Art. 77. O afastamento frontal mínimo das edificações afastadas das divisas obedecerá às
seguintes condições:
I – quando a edificação tiver até cinco pavimentos, o afastamento será o estabelecido para a
Zona;
II – quando a edificação tiver mais do que cinco pavimentos, o afastamento será acrescido de um
metro por pavimento acima do quinto pavimento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, considera-se o número de pavimentos
computáveis.
Art. 78. Quando o logradouro tiver largura entre nove e doze metros e a edificação com mais de
cinco pavimentos, o afastamento calculado será acrescido da diferença da largura do logradouro
para doze metros.
Art. 79. Nas faixas de afastamento frontal mínimo obrigatório, serão permitidos:
VI - guarita e pórticos, nas condições estabelecidas pelo Código de Obras e Edificações e pela
legislação em vigor;
VII – varandas abertas e balanceadas, com profundidade não superior a dois metros;
VIII – sacadas e saliências, desde que as mesmas não ultrapassem a profundidade de quarenta
centímetros, se contínuas ao longo da fachada, e de oitenta centímetros, se descontínuas;
IX- estacionamento de residência unifamiliar ou bifamiliar única no lote para suprir o número
mínimo de vagas exigido;
X – estacionamento coberto e fechado, nos terrenos em aclive com inclinação superior a vinte por
cento, desde que o pé-direito não seja superior a três metros em relação ao meio-fio do
logradouro;
XI - estacionamento descoberto, quando a linha de maior declive do terreno natural fizer com o
nível do meio-fio do logradouro ângulo igual ou superior a quarenta e cinco graus;
Art. 80. Nas edificações com até dois pavimentos de qualquer natureza, situadas em esquinas, em
lotes com áreas de até duzentos metros quadrados, o afastamento frontal será de três metros, em
relação ao logradouro de maior classificação hierárquica, ficando isentos de exigências relativas a
afastamento frontal os demais alinhamentos.
Parágrafo único. Nos lotes de esquinas que envolvam logradouros de mesma hierarquia, o
afastamento frontal de três metros será aplicado à menor testada do lote.
Art. 82. Edificação afastada das divisas é aquela que apresenta afastamentos mínimos em relação
a todas as divisas do lote, com as dimensões estabelecidas pelo Código de Obras e Edificações,
haja ou não abertura de vãos.
Art. 83. Os afastamentos entre edificações obedecerão as dimensões estabelecidas pelo Código
de Obras e Edificações.
Art. 84. Nas faixas de afastamento lateral serão permitidos compartimentos técnicos das
concessionárias de serviço público com as mesmas dimensões definidas no inciso XIII do art. 79.
Subseção IV
Art. 85. A projeção horizontal, das edificações residenciais multifamiliares e da parte destinada a
unidades residenciais das edificações mistas, deverá observar um perímetro máximo de cento e
sessenta metros, considerando-se para este perímetro, a figura formada pelos planos mais
externos das fachadas.
Subseção V
Embasamento
Art. 86. As edificações poderão apresentar embasamento, que exceda a projeção dos pavimentos
superiores nas, ZRM-4 e ZCS-1.
§ 2º A altura máxima do embasamento será de nove metros e poderá ser destinado à guarda de
veículos, uso comum ou lojas.
Art. 87. O Pavimento de Uso Comum - PUC é parte integrante das áreas comuns da edificação,
podendo abrigar dependências de serviço e apoio ao uso principal, atividades de lazer e
recreação, de administração e de estacionamento.
Art. 88. O PUC poderá ser composto por áreas cobertas e descobertas e poderá estar localizado
em qualquer nível da edificação.
§ 2º As áreas de recreação no PUC deverão ser isoladas das áreas destinadas a estacionamento,
conforme o Código de Obras e Edificações.
Subseção II
Art. 89. O número mínimo de vagas exigidas para as edificações da área, obedecerá ao disposto
no Anexo VII desta Lei Complementar.
III – edificações residenciais unifamiliares e bifamiliares em lotes com testada para logradouro em
escadaria;
V – edificações tombadas e preservadas desde que fique comprovada, pelo órgão responsável
pelo patrimônio cultural, a impossibilidade de criação de vagas sem descaracterização da
edificação;
VI – as edificações não residenciais, em lotes que tenham área igual ou inferior a duzentos metros
quadrados, situadas na ZRM-4, ZCS-1 e na ZUM.
Art. 91. Os locais para estacionamento poderão ser cobertos ou descobertos e poderão estar
localizados em qualquer pavimento das edificações, de acordo com o disposto nesta Lei
Complementar.
§ 3º Será permitida a utilização da área livre do lote para estacionamento descoberto, excetuado o
afastamento frontal mínimo obrigatório, as áreas destinadas a atender a taxa de permeabilidade e
os afastamentos necessários a ventilação e iluminação das unidades existentes no pavimento
térreo.
Art. 92. Será permitida, nos bairros objeto desta Lei Complementar, a construção de edifícios-
garagem, na ZRM-4, ZCS-1, e ZUM, podendo ter tantos pavimentos quantos ficarem contidos na
altura máxima permitida para a Zona.
Art. 93. Nos empreendimentos residenciais ou mistos na área de abrangência desta Lei
Complementar será permitida edificação de apoio destinada a estacionamento ou guarda de
veículos, respeitadas as seguintes condições:
I - localização contígua à divisa de fundos do lote sendo que, em lotes com mais de uma testada,
será permitido colar em uma das divisas, respeitado o afastamento frontal;
II - com dois pavimentos e altura máxima de seis metros, computados todos os elementos
construtivos, sendo permitida a utilização da laje de cobertura para mesma finalidade;
III – afastamento entre as edificações equivalente a dois quintos da média da altura das
edificações;
IV - afastamento mínimo de dois metros e meio de cada uma das divisas laterais do lote, quando a
edificação principal for afastada das divisas;
VI – permitida a interligação, com a edificação principal desde que os dois primeiros pavimentos
desta não possuam unidades residenciais;
VII - não computável no cálculo da ATE a área necessária para atender a exigência do número de
vagas definidas pela legislação em vigor ou pelo órgão responsável pelo transporte.
Art. 94. Quando as vagas exigidas para as edificações não residenciais que não puderem se
localizar no próprio lote, serão compensadas mediante averbação de vagas em estacionamento,
contido em um círculo cujo raio é de quinhentos metros do entorno da edificação.
Seção V
Da Ocupação do Espaço Público
Art. 95. A ocupação dos espaços públicos para instalação de elementos transitórios, levará em
consideração os seguintes aspectos:
VII - a garantia do livre trânsito de pedestres, resguardada a largura mínima de dois metros e meio
livre de qualquer elemento, observada a legislação em vigor relativa à acessibilidade;
Art. 96. As áreas poderão ser cobertas desde que utilizados elementos removíveis, que não
ultrapassem o nível do piso do pavimento imediatamente superior.
Subseção I
Dos Anúncios e Letreiros
Art. 97. A regulamentação da veiculação de publicidade nas várias Zonas dos bairros objeto desta
Lei Complementar obedecerá às disposições da legislação em vigor e das normas urbanísticas
pertinentes à matéria, considerada a seguinte correspondência:
Mesas e Cadeiras
Art. 98. Nas edificações não residenciais localizadas em logradouros classificados como ZRM-3 L,
ZRM-4, ZCS-1 e ZUM, os passeios e as áreas sujeitas a recuo podem ser utilizados, a título
precário, para colocação de mesas e cadeiras, pelos serviços de hospedagem e alimentação,
obedecidas as disposições da legislação em vigor.
§ 2º As entradas principais das edificações serão garantidas por uma faixa com a largura mínima
de dois metros, centrada pelo eixo do vão de acesso.
§ 3º Os acessos às garagens serão garantidos por uma faixa livre de cinquenta centímetros para
cada lado do vão de entrada.
§ 4º Deverá ser mantida livre para o trânsito de pedestres uma faixa de, no mínimo, dois metros e
cinquenta centímetros, contados a partir do meio-fio.
§ 5º O nível do passeio não poderá ser alterado e será mantido sem ressaltos ou rebaixos.
§ 6º As áreas supracitadas poderão ser cobertas, a título precário, desde que as coberturas sejam
removíveis e não ultrapassem o nível do piso do pavimento imediatamente superior.
CAPÍTULO V
Dos Grupamentos
Seção I
Art. 99. Será permitida a construção de grupamentos nos bairros objeto desta Lei Complementar,
obedecido ao disposto neste Capítulo.
Art. 100. Entende-se por grupamento o conjunto constituído por duas ou mais edificações no
mesmo lote, destinadas a unidades autônomas.
III – grupamento tipo vila – constituído por edificações residenciais, com três ou mais unidades
justapostas, dotadas de acessos independentes através de área comum descoberta;
V – grupamento misto – constituído por duas ou mais edificações, no mesmo terreno, com
unidades residenciais e não residenciais.
§ 1º Nos grupamentos não residenciais será permitida a convivência entre os usos e atividades
definidos para cada Zona, observadas as disposições da Seção VII do Capítulo II.
§ 3º As edificações que compõem o grupamento serão afastadas das divisas, exceto nos
grupamentos tipo vila.
Art. 102. Os parâmetros para grupamentos são válidos para todas as Zonas na área objeto desta
Lei Complementar, com exceção da ZCA-1 e ZCA-2, onde os grupamentos não são permitidos.
Art. 103. Os projetos de grupamento em áreas em que não haja malha viária consolidada ou
projetada serão previamente avaliados pelos órgãos municipais competentes quanto à
necessidade de integração e complementação da malha viária existente através da abertura de
novos logradouros.
Art. 104. Todos os projetos de grupamento que apresentem vias internas serão avaliados pelo
órgão municipal responsável pelo planejamento urbano, que definirá as condições para a
adequação do projeto.
Seção II
Art. 105. A área máxima do terreno para implantação de grupamentos definidos nos incisos I, II, IV
e V do art. 101 será de trinta mil metros quadrados.
Parágrafo único. É permitido ultrapassar o limite previsto no caput deste artigo, desde que mantida
a área de trinta mil metros quadrados como base de cálculo da ATE.
Seção III
Art. 106. O acesso às unidades integrantes de grupamento será feito por logradouros públicos ou
por vias internas para veículos e pedestres.
Art. 107. A largura mínima das vias internas nos grupamentos será proporcional ao número de
unidades servidas, conforme o disposto neste artigo:
I – grupamentos residenciais:
§ 1º A largura dos passeios e vias de pedestres estabelecidas neste artigo deverá ser livre de
qualquer elemento.
§ 2º Ficam dispensadas da exigência de via interna, as edificações que tenham acesso direto para
logradouro público e distem até vinte metros deste, não sendo computadas para efeito do cálculo
das dimensões estabelecidas nos incisos I e II deste artigo, as unidades integrantes das mesmas.
§ 3º A distância máxima de qualquer edificação à via interior de veículos a qual tiver acesso será
de vinte metros.
§ 5º A circulação de pedestres se dará através de passeios junto às vias internas ou por meio de
vias exclusivas de pedestres, garantidas as condições de segurança, conforto e acessibilidade às
edificações.
§ 6º As vias internas situadas em encosta deverão dispor de dispositivos adequados de
drenagem, de modo a assegurar a proteção quanto a processos erosivos e movimentos de
massa.
§ 7º Em caso de duas edificações residenciais unifamiliares ou bifamiliares no lote com uma delas
situada nos fundos do lote, será permitido o acesso de pedestres a esta última por passagem
descoberta ou coberta, com largura mínima de um metro e cinquenta centímetros, através da
edificação situada na frente, desde que assegurado o número mínimo de vagas obrigatório.
Art. 108. Fica dispensado de via interna, o grupamento de duas edificações em que pelo menos
uma delas tenha acesso direto para logradouro público e diste até vinte metros deste.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se aos grupamentos com mais de duas edificações
cuja implantação permita o atendimento do previsto no mesmo a cada duas edificações.
Art. 109. As dimensões mínimas das vias internas de veículos não poderão ser consideradas, para
qualquer efeito, como locais de estacionamento, carga e descarga, nem no cômputo das áreas
destinadas a recreação e lazer.
Art. 110. As vias internas para veículos, quando as condições topográficas ou do projeto do
grupamento exigirem a sua terminação sem conexão direta com outros logradouros, poderão
adotar qualquer dos seguintes tipos de terminação, onde A é a largura da caixa de rolamento e B,
C, D, E, R1 e R2 assumirão os valores indicados na tabela que integra este artigo:
A B C D E R1 R2
7m 7m 3A 1,5 A 2,5 A A 6m
§ 1º Todo o perímetro do viradouro deverá ser contornado por vias de pedestres de acordo com o
quadro disposto nos incisos I e II do art. 107.
§ 2º Quando a via interior estiver localizada junto à divisa do lote, o passeio poderá se dar
somente de um lado.
Art. 111. Os grupamentos classificados nas situações de impacto definidos no inciso I do art. 31
serão analisados pelo órgão municipal responsável pelo trânsito e transportes da Cidade,
observadas as disposições desta Lei Complementar.
Seção IV
Art. 112. A licença de construção de grupamentos com número de unidades residenciais igual ou
superior a quinhentas estará condicionada a doação de lote e construção de escola que atenda a
demanda criada pelo empreendimento no local, respeitado o seguinte:
I - em grupamentos com quinhentas ou mais unidades residenciais e menos de mil unidades: uma
escola;
II - em grupamentos com mil ou mais unidades residenciais: uma escola, nos termos do inciso I,
mais uma escola a cada mil unidades ou fração que exceder as mil unidades iniciais.
§ 1º A cada escola a ser construída corresponderá um lote, que deverá atender às seguintes
condições:
V - ter testada mínima de vinte metros, atendida a categoria do lote estabelecida pela Lei de
Parcelamento do Solo;
Art. 113. Para o licenciamento de grupamentos situados em loteamentos, onde já houve lote
doado para equipamento público ou escola, não será exigida nova doação, desde que o lote
existente atenda ao disposto no art. 112 e às exigências para construção de escolas.
Art. 114. A doação prevista nesta Seção poderá, nos casos em que o interesse público justificar,
ser substituída por pagamento em espécie, de valor equivalente à doação, calculado para fins de
avaliação pelo órgão responsável pelo patrimônio municipal e depositado em conta a ser criada
por instrumento específico, destinado à desapropriação de lotes e à construção de equipamentos
públicos, nas áreas indicadas pelo Poder Público, desde que haja autorização do Prefeito.
Art. 115. As doações exigidas para os grupamentos de edificações poderão, de acordo com as
prioridades estabelecidas pela Administração Municipal, ser cumpridas em outro local,
resguardado no mínimo o mesmo percentual em área, estabelecido nesta Lei Complementar, o
valor equivalente e o interesse do Município.
Parágrafo único. As áreas para doação estabelecidas no caput deste artigo deverão obedecer as
características previstas no § 1º do art. 112 desta Lei Complementar e não poderão ter limitações
urbanísticas ou administrativas que impeçam seu aproveitamento.
Seção V
Das Dependências e Áreas de Uso Comum
Art. 116. Nos grupamentos residenciais I, II e tipo vila, são permitidas edificações constituídas
apenas por dependências de uso comum e exclusivo dos grupamentos, nas seguintes condições:
III – terão gabarito de dois pavimentos de qualquer natureza contidos na altura máxima de sete
metros;
Art. 117. As áreas de uso comum não poderão ser utilizadas para outro fim, nem incorporadas às
áreas de uso privativo.
Subseção I
Recreação e Lazer
Art. 118. Nos grupamentos com mais de doze unidades residenciais será garantida,
obrigatoriamente, área de recreação comum nas seguintes condições:
I – área mínima calculada na proporção de três metros quadrados por unidade residencial;
II – localização centralizada ou distribuída em áreas para atender a uma ou mais edificações, não
podendo essas áreas parciais serem inferiores a quarenta metros quadrados;
III – ter acesso através de partes comuns e estar isolada da circulação e estacionamento de
veículos;
Art. 119. As vias internas não estão incluídas no cômputo das áreas destinadas a recreação e
lazer.
Subseção II
Art. 120. As áreas destinadas a estacionamentos e guarda de veículos nos grupamentos deverão
seguir as mesmas disposições estabelecidas na Subseção II da Seção IV do Capítulo IV.
Seção VI
Art. 121. Os grupamentos tipo vila serão permitidos em qualquer Zona que admita o uso
residencial multifamiliar.
Art. 122. Para os grupamentos tipo vila, serão observadas as seguintes condições:
III – gabarito: três pavimentos de qualquer natureza, contidos na altura máxima de onze metros
incluídos todos os elementos de cobertura;
VI – as varandas cobertas e abertas com até vinte por cento da área útil das unidades não serão
computadas na área útil permitida;
a) um metro e cinquenta centímetros para as edificações com até sete metros e cinquenta
centímetros de altura;
b) dois metros e cinquenta centímetros para as edificações com altura superior a sete metros e
cinquenta centímetros de altura;
IX – número mínimo de vagas: uma vaga para cada unidade, dispensada a obrigatoriedade para
vilas com no máximo doze unidades.
§ 2º Para mais de doze unidades, será obrigatória a existência de área de retorno na caixa de rua,
de acordo com o disposto na Seção III do Capítulo V.
§ 3º As áreas mínimas das vias interiores de veículos não poderão ser consideradas, para
qualquer efeito, como locais de estacionamento.
§ 4º A largura dos passeios estabelecida neste artigo deverá ser livre de qualquer elemento.
Art. 124. Nenhuma unidade poderá distar mais de vinte metros da via interior para veículos pela
qual tem acesso.
Art. 125. Poderá ser dispensada a via interior para veículos quando houver área destinada ao
estacionamento projetada junto à testada do lote.
Parágrafo único. No caso de acesso exclusivo de pedestres às unidades, deverão ser garantidas
as seguintes larguras mínimas:
Art. 126. Não será admitido balanço das fachadas das edificações sobre as vias internas.
Art. 127. Nas vilas com mais de doze unidades residenciais, será obrigatória a existência de área
de recreação conforme as disposições definidas no art. 118.
Art. 128. O uso não residencial nas vilas existentes, na data da publicação desta Lei
Complementar, será permitido atendidas as seguintes condições:
II - quando permitido pelo Zoneamento, desde que haja a transformação de uso da totalidade das
unidades, condicionada à análise de impacto no sistema viário.
Art. 130. Os projetos de grupamento tipo vila vinculados à política habitacional municipal, estadual
ou federal seguirão legislação própria, quando houver.
CAPÍTULO VI
Seção I
Art. 132. Na ZCA-2, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices urbanísticos
específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
b) gabarito: dois pavimentos de qualquer natureza em onze metros de altura, contidos todos os
elementos da edificação;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. Nos terrenos com inclinação superior a vinte por cento serão permitidas
edificações escalonadas desde que nenhum elemento da edificação ultrapasse dois pavimentos.
Seção III
I – para parcelamento:
II – para edificação:
b) gabarito: três pavimentos de qualquer natureza em onze metros de altura, contidos todos os
elementos da edificação;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Seção IV
Art. 134. Na ZRM-2, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices urbanísticos
específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
b) gabarito:
1. edificações afastadas das divisas: seis pavimentos de qualquer natureza em vinte metros
altura;
2. edificações não afastadas das divisas: quatro pavimentos de qualquer natureza em quatorze
metros de altura;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Seção V
Art. 135. Na ZRM-3 L Subzona A, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices
urbanísticos específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. A definição do número de pavimentos, além do disposto neste artigo, deverá
observar ao contido nos artigos na Subseção I da Seção III do Capítulo IV.
Seção VI
Zona Residencial Multifamiliar 3 Local - ZRM-3 L
Subzona B
Art. 136. Na ZRM-3 L Subzona B, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices
urbanísticos específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
b) gabarito:
1. edificações afastadas das divisas: oito pavimentos e trinta e seis metros de altura;
2. edificações não afastadas das divisas: cinco pavimentos de qualquer natureza em dezoito
metros de altura;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. A definição do número de pavimentos, além do disposto neste artigo, deverá
observar ao contido nos artigos na Subseção I da Seção III do Capítulo IV.
Seção VII
Da Zona Residencial Multifamiliar 4 - ZRM-4
Art. 137. Na ZRM-4, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices urbanísticos
específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
b) gabarito:
1. edificações afastadas das divisas: dez pavimentos e quarenta e dois metros de altura;
2. edificações não afastadas das divisas: seis pavimentos de qualquer natureza em vinte metros
de altura;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. A definição do número de pavimentos, além do disposto neste artigo, deverá
observar ao contido nos artigos na Subseção I da Seção III do Capítulo IV.
Seção VIII
Art. 138. Na ZCS-1, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices urbanísticos
específicos:
I – para parcelamento:
b) gabarito:
1. edificações afastadas das divisas: doze pavimentos e quarenta e oito metros de altura;
2. edificações não afastadas das divisas: seis pavimentos de qualquer natureza em vinte metros
de altura;
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. A definição do número de pavimentos, além do disposto neste artigo, deverá
observar ao contido nos artigos na Subseção I da Seção III do Capítulo IV.
Seção IX
Art. 139. Na ZUM, deverão ser obedecidos os seguintes parâmetros e índices urbanísticos
específicos:
I – para parcelamento:
II – para edificação:
III – uso do solo: parâmetros definidos no Quadro 2 do Anexo IV desta Lei Complementar.
Parágrafo único. A definição do número de pavimentos, além do disposto neste artigo, deverá
observar ao contido nos artigos na Subseção I da Seção III do Capítulo IV.
CAPÍTULO VII
Seção I
Art. 140. Fica permitida, na área de abrangência desta Lei Complementar, a adaptação e a
substituição de imóvel industrial situados na ZRM-3L, ZRM-4, ZCS-1 e ZUM.
Parágrafo único. Nos imóveis industriais existentes anteriormente à aprovação desta Lei
Complementar, serão admitidas:
I - a instalação dos usos permitidos na Zona em que se situem na forma de uso exclusivo;
II - a subdivisão em lojas e salas comerciais para convívio dos uso comerciais e de serviços
permitidos na Zona;
Art. 141. Na adaptação dos imóveis industriais existentes para o uso residencial, nos casos em
que não houver acréscimo superior a trinta por cento da área existente, não serão exigido o
atendimento às seguintes exigências:
I – apartamento de zelador;
IV – número de edificações não afastadas das divisas e afastamento mínimo entre blocos, quando
não necessários à iluminação e ventilação dos compartimentos;
Art. 142. Em casos de substituição de imóvel industrial existente para construção de edificações
residenciais, comerciais, de serviços ou mistas, deverão ser observados os seguintes parâmetros
e índices urbanísticos:
Parágrafo único. Quando a edificação possuir mais que cinco pavimentos, será acrescido ao
afastamento estabelecido um metro para cada dois pavimentos.
Seção II
§ 1º As obras paralisadas de que trata o caput deste artigo deverão apresentar oitenta por cento
da superestrutura dos pavimentos construída.
Art. 144. A permissão restringir-se-á à conclusão de obras das edificações, atendidas as seguintes
condições:
Art. 145. Os empreendimentos de interesse social, situados nos logradouros constantes do Anexo
X desta Lei Complementar, poderão ser beneficiados com meio de IAT adicional ao permitido,
respeitado o IAT máximo da Lei Complementar nº 111, de 2011, obedecidos os demais parâmetros
previstos para a Zona.
§ 2º As demais unidades residenciais deverão ser destinadas às famílias com renda de três a seis
salários mínimos.
CAPÍTULO VIII
Art. 146. Fica declarada como Área de Especial Interesse Urbanístico – AEIU do Corredor
Maracanã - Engenhão a área mapeada e descrita no Anexo III A desta Lei Complementar com o
objetivo de promover a renovação e requalificação urbana local.
Art. 147. Na AEIU citada no art. 146, é permitida a ampliação dos parâmetros de aproveitamento
do solo mediante contrapartida dos interessados, pela aplicação da Outorga Onerosa do Direito
de Construir conforme previsto na Lei Complementar nº 111, de 2011.
V – implantação de ciclovias.
§ 2º O valor arrecadado pela cobrança das contrapartidas financeiras será depositado em conta
específica e destinado somente às obras listadas no § 1 º.
§ 5º No setor A, somente poderá se edificar sobre a linha férrea nas Estações de São Francisco
Xavier, Riachuelo e Silva Freire, mediante prévia análise do órgão de planejamento urbano.
Art. 148. O cálculo do valor da contrapartida - C deverá ser realizado sobre o acréscimo de ATE
em metros quadrados, com base no valor do metro quadrado estabelecido pelo Imposto de
Transmissão inter vivos de Bens Imóveis – ITBI para o imóvel a ser construído, conforme fórmula
abaixo:
Onde:
CAPÍTULO IX
Da Proteção Do Meio Ambiente, Da Paisagem
E Do Patrimônio Cultural
Seção I
Do Relatório de Impacto de Vizinhança e
da Avaliação Técnica Multidisciplinar
§ 2º Entende-se por vizinhança o território fisicamente delimitado sujeito aos impactos potencial
ou efetivamente deflagrados durante a implantação do empreendimento ou atividades
econômicas, seu funcionamento e posterior descomissionamento.
Art. 150. O RIV e a ATM são instrumentos destinados à avaliação dos efeitos negativos e positivos
decorrentes da implantação, ampliação, operação e descomissionamento de um empreendimento
ou de uma atividade econômica e à identificação de medidas para a redução, mitigação ou
extinção dos efeitos negativos na paisagem natural, cultural e construída.
Art. 151. O RIV e a ATM conterão a caracterização do empreendimento e da vizinhança a qual faz
parte e atenderão ao conteúdo conforme disposto nos arts. 90 e 100 do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Art. 152. Os instrumentos previstos no art. 151 deverão considerar os aspectos incidentes sobre o
meio ambiente natural e a paisagem, a infraestrutura urbana, o sistema viário e as características
socioculturais da comunidade, destacando-se os seguintes:
a) topografia;
b) solo;
e) qualidade do ar;
h) permeabilidade do solo;
X - condições atuais do sistema viário existente, capacidade das vias, fluxos de viagem, geração
de tráfego e condições de circulação de pedestres em relação ao projetado;
Parágrafo único. De acordo com o porte, tipo da atividade ou o potencial de impactos gerados,
Regulamento próprio definirá os itens específicos que constarão nos Relatórios de Impacto de
Vizinhança e Avaliações Técnicas Multidisciplinares.
Art. 154. Os custos com a elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança / Relatório de Impacto
de Vizinhança – EIV / RIV e a realização das medidas reparadoras, de remediação, mitigadoras e
compensatórias correrão por conta do proprietário do imóvel.
§ 1º A elaboração dos EIV deverá ser realizada apenas por profissionais ou empresas habilitados
nos respectivos Conselhos Profissionais.
§ 2º A elaboração dos EIV não substitui a elaboração e a aprovação de Estudo Prévio de Impacto
Ambiental - ElA, requeridas nos temos da legislação vigente.
Seção II
Da Paisagem
Subseção I
Art. 157. A valorização das Áreas de Interesse Paisagístico dos bairros de que trata esta Lei
Complementar, inclui o reconhecimento das serras e morros isolados e ainda dos diversos rios,
com vistas à preservação e requalificação.
I – das serras e morros isolados: a Serra do Engenho Novo, com os Morros de São João, da
Matriz e de São Bartolomeu;
II – dos rios:
a) o Rio Faria;
b) o Rio Jacaré;
c) o Rio Salgado.
III – estudo com vistas a estimular a abertura de janelas de paisagem através de manejo da
vegetação;
Subseção II
Art. 159. A ordenação de elementos instalados pela ação humana na paisagem do Município do
Rio de Janeiro atenderá ao disposto na Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, art. 474; no
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável, arts. 142 e 167; e demais normas
referentes à matéria.
Art. 160. Para fins de aplicação desta Lei Complementar, consideram-se elementos instalados no
espaço público que interferem na paisagem urbana:
II – mobiliário urbano;
Art. 161. Constituem objetivos para a proteção da paisagem, do patrimônio natural e cultural e
para a ordenação dos elementos instalados na paisagem urbana na área de abrangência deste
PEU:
V – agenciar o equilíbrio de interesses dos diversos agentes atuantes na Cidade para a proteção
da paisagem do Município.
Art. 162. Todo elemento instalado na paisagem dos bairros, incluindo anúncios visuais, engenhos
publicitários, mobiliários urbanos, antenas de telecomunicações e elementos transitórios, deverá
observar, dentre outras disposições e restrições previstas na legislação vigente, as seguintes
condições:
III - ser mantido em bom estado de conservação, no que tange a estabilidade, resistência dos
materiais e aspecto visual;
X – não prejudicar, por qualquer forma, a insolação ou a aeração da edificação em que estiver
instalado ou a dos imóveis vizinhos;
III - obstruir o acesso a faixas de travessias de pedestres, ciclovias, escadas rolantes ou entradas
e saídas de público, sobretudo as de emergência ou para pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida;
Parágrafo único. O mobiliário urbano deverá ser instalado prioritariamente em passeios que
tenham largura suficiente para o atendimento à legislação de acessibilidade e para a circulação de
pedestres em geral.
Art. 164. São elementos transitórios instalados na paisagem urbana da Cidade, dentre outros:
I - mesas e cadeiras;
Art. 165. A construção de edificações nos terrenos acidentados e nas encostas observará as
seguintes condições:
I - não poderão ser executados cortes e aterros que desfigurem o perfil e as condições naturais da
encosta e/ou prejudiquem o aspecto paisagístico local;
II - sem prejuízo do que dispõe o inciso I, os cortes e aterros não poderão ter mais de três metros
de altura, em qualquer ponto;
III - ainda sem prejuízo do que dispõe o inciso I, cortes e aterros com a altura superior à indicada
no inciso II serão admitidos quando comprovadamente necessários à execução de:
a) acessos de pedestres e veículos;
IV - o piso do pavimento da edificação, em nível inferior, deverá distar, no máximo, cinco metros
do terreno natural, em qualquer ponto, e a estrutura aparente da edificação, justificada pela
declividade do terreno, não poderá ser fechada nem poderá apresentar lajes de piso e vigas de
contraventamento;
V - os limites exteriores das áreas de piso a que se refere o inciso IV, nos trechos em que houver
estrutura aparente, deverão guardar um afastamento mínimo de um metro e cinquenta
centímetros em relação à divisas laterais e de fundos do terreno.
Parágrafo único. As disposições do inciso IV aplicam-se aos pisos não assentes no terreno,
exteriores à edificação e deverão apresentar tratamento paisagístico que minimize seu impacto.
Subseção IV
Da Arborização Urbana
Art. 166. É obrigatório o plantio de árvores, com mudas de espécies arbóreas adequadas ao local,
obedecida a legislação prevista sobre a matéria.
Art. 167. Caberá ao órgão municipal gestor do meio ambiente a elaboração de um programa de
arborização para os logradouros na área de abrangência desta Lei Complementar, devendo ser
observados os seguintes aspectos:
Art. 168. Nos grupamentos implantados após a promulgação desta Lei Complementar, é
obrigatório:
I - o plantio de, no mínimo, uma árvore na área do passeio lindeiro a cada edificação;
II - a manutenção de parte da área do passeio com cobertura vegetal para fins de permeabilidade
do solo, onde couber, sem prejuízo dos acessos de pedestres, garagens e estacionamentos, e do
atendimento às normas de acessibilidade.
Do Patrimônio Cultural
Art. 169. Os imóveis tombados nas diversas Zonas estão relacionados para efeito informativo no
Anexo VIII desta Lei Complementar.
§ 2º Para garantir a integridade dos bens protegidos de que trata o caput deste artigo, poderão os
órgãos de proteção do patrimônio cultural estabelecer parâmetros urbanísticos mais restritivos do
que os previstos para a área.
Art. 170. Entende-se como marcos urbanos aqueles identificados como representativos para a
identidade dos bairros que integram esta Lei Complementar e que não se encontram protegidos
pelos instrumentos básicos definidos no art. 132 da Lei Complementar nº 111, de 2011.
II - Travessia do Rocha;
VII - Igrejinha de Nossa Senhora das Graças, na Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 386;
X - Edificação de madeira junto à Linha Férrea, na Rua Engenho Novo, nº 95, fundos.
Art. 171. Para atender ao disposto no art. 170, deverão ser propostas intervenções de cunho
ambiental, paisagístico e urbanístico, com avaliação e acompanhamento dos órgãos competentes,
tais como:
II – requalificar o entorno das edificações notáveis e das Estações Metro Ferroviárias, mediante
projetos de redesenho urbano;
III – estimular a implantação de muros de cercamento com a utilização de fechamento vazado;
CAPÍTULO X
Seção I
Art. 172. Para os locais onde haja desmembramento aprovado para vila, até 8 de julho de 1968,
mas que não tenham tido seus planos de conjunto visados, será tolerado apenas o
aproveitamento do lote desmembrado para vila, para grupamento de edificações ou uma só
edificação com um máximo de dois pavimentos e tendo cada edificação um máximo de duas
unidades residenciais.
Art. 173. Para os locais onde, além do desmembramento, já haja visado o plano de conjunto, em
cada lote interno de vila será permitida apenas uma edificação:
I – com dois pavimentos, quando as ruas tiverem seis metros de largura, com edificações de
ambos os lados;
II – com três pavimentos, quando as ruas tiverem oito metros de largura e também quando, tendo
as ruas de vila apenas seis metros de largura, só existirem edificações de um único lado;
III – com quatro pavimentos, quando as ruas tiverem doze metros de largura.
§ 2º Não será admitido outro uso que não o residencial e atividades exercidas apenas pelos
moradores.
§ 3º As edificações poderão ocupar oitenta por cento no máximo, da área do lote, podendo chegar
até o alinhamento da rua de vila.
§ 5º Será admissível o licenciamento das edificações, antes da aceitação da rua de vila, quando
houver a execução simultânea de todas essas obras.
Art. 174. A conservação da rua de vila, sua entrada e serviços comuns constituem obrigação do
proprietário ou dos proprietários condôminos.
Parágrafo único. O fechamento da entrada ou das entradas de uma rua de vila não poderá
prejudicar o acesso de pedestres e veículos.
Art. 175. Nas vilas existentes, o aproveitamento dos lotes ainda não edificados obedecerá às
limitações constantes desta Lei Complementar.
Art. 177. Nas vilas anteriores ao Decreto nº 6.000, de 1º de julho de 1937, cujas ruas apresentem
larguras inferiores às exigidas pelo art. 123, são permitidas construções, reconstruções e
acréscimos de edificações:
I – de um pavimento;
II – de dois pavimentos, desde que a largura da rua seja contemplada, em cada lote, com o
afastamento frontal da edificação ou do acréscimo.
Seção II
Art. 178. Aplicam-se sobre a área abrangida por esta Lei Complementar as condições
estabelecidas pela legislação vinculada a programas de financiamento habitacional de interesse
social.
Art. 180. Fica criado o bairro de Triagem, cuja descrição e delimitação encontram-se estabelecidas
nos Anexo XI B e XI C e desta Lei Complementar.
Art. 181. A delimitação das VII, IX, X, XIII e XXVIII Regiões Administrativas, constantes do Anexo
Único do Decreto nº 3.157, de 23 de julho de 1981; e dos bairros de Mangueira, Benfica, Vila
Isabel, Manguinhos, Jacaré, São Francisco Xavier, Rocha, Triagem e Jacarezinho, que integram
as VII, IX, X, XIII e XXVIII Regiões Administrativas, constantes do Anexo II do Decreto nº 3.158, de
23 de julho de 1981, e da Lei Complementar nº 17, de 29 de julho de 1992, ficam alteradas na
forma do Anexo XI A e XI B, respectivamente, desta Lei Complementar.
Art. 182. São partes integrantes desta Lei Complementar os seguintes Anexos:
III – Anexo III A – Delimitação e Descrição da Área de Especial Interesse Urbanístico – AEIU do
Corredor Maracanã – Engenhão; Anexo III B – Delimitação e Descrição dos Setores de Outorga
Onerosa; e Anexo III C – Quadro de Parâmetros Urbanísticos por Setor com Contrapartida para
Edificações Residenciais ou Mistas Afastadas das Divisas;
Art. 183. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 184. Fica revogada a Área de Especial Interesse Funcional de Triagem instituída através do
Decreto nº 24.710, de 13 de outubro de 2004.
ANEXOS I A e I B
ANEXO II B
ANEXOS III A e III B
ANEXO III C
ANEXOS IV a X
ANEXOS XI A e XI B
Mens_72_14_Anexos.pdf
ANEXO II A
ANEXO III A
ANEXO III B
ANEXO XI C
JUSTIFICATIVA
O Plano de Estruturação Urbana São Francisco Xavier / Engenho Novo - PEU São
Francisco Xavier / Engenho Novo ora apresentado estabelece o zoneamento de acordo com
os conceitos definidos através da Lei Complementar nº 111, de 1º de fevereiro de 2011, que
aprovou o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Sustentável do Município do Rio de
Janeiro. A proposta valoriza as vocações e potencialidades dos bairros, de forma a promover
a sua revitalização e qualificação urbano ambiental, garantindo o equilíbrio entre ocupação e
a oferta de infraestruturas de transporte de massa.
São criadas novas categorias de Zonas Residenciais que diversificam usos e atividades,
compatíveis entre si e com o uso residencial, evitando-se a segregação dos espaços.
Quanto à distribuição das atividades de comércio e serviços, foi criada uma hierarquia que
tem início nas Zonas residenciais que admitem apenas atividades de serviços, a Zona
Residencial Multifamiliar 2 - ZRM-2. Em seguida, a Zona Residencial Multifamiliar 3 Local -
ZRM-3L, que permite atividades de serviços e de comércio de apoio ao uso residencial; e a
Zona Residencial Multifamiliar 4 - ZRM-4, composta pelas áreas onde é permitido serviços e
comércio diversificados, mas ainda com a predominância do uso residencial constituindo
centralidades locais.
O controle da intensidade dos usos não residenciais nas Zonas Residenciais é feito
principalmente pela limitação do número de pavimentos, que variam garantindo a
predominância do uso residencial. O controle da morfologia das edificações será exercido
através da conjunção entre o gabarito, o Índice de Aproveitamento do Terreno - IAT e a Taxa
de Ocupação exigidas para os lotes de acordo com a Zona em que se situem.
O gabarito mais elevado é atribuído às edificações afastadas das divisas do lote, como
forma de incentivo às construções em centro de terreno. Esta condição propicia melhor
circulação do ar trazendo benefícios não só para o ambiente urbano como um todo como
para as edificações que passam a contar com melhores condições de iluminação e
ventilação.
Além das condicionantes para garantia do equilíbrio entre as áreas construídas e as áreas
livres ficou assegurado o plantio de árvores na área destinada ao cumprimento da Taxa de
Permeabilidade, permitindo ao mesmo tempo, um maior poder de aferição do cumprimento
deste parâmetro enquanto evita a extrema aridez que vem ocorrendo nos novos
empreendimentos que surgiram na área.
Com a implantação do Bairro Carioca, no antigo terreno da LIGHT S.A., em parte do atual
bairro do Rocha, a região vem passando por uma profunda revitalização. Tornou-se então
oportuna a criação do bairro de Triagem. Considerado atualmente como um sub-bairro nele
estão localizadas uma estação de trens e uma de Metrô que levam seu nome.
Contando, desde já, com o apoio dessa ilustre Casa de Leis a presente iniciativa, renovo
meus protestos de elevada estima e distinta consideração.
EDUARDO PAES
Legislação Citada
LEGISLAÇÃO MENCIONADA / CITADA
(...)
Seção I
Das Áreas de Especial Interesse
(...)
Seção VIII
Das Operações Urbanas Consorciadas
(...)
(...)
Seção II
Dos Instrumentos de Gestão do Patrimônio Cultural
Art. 132. São instrumentos básicos para proteção do patrimônio cultural, além de
outros previstos nesta Lei Complementar e na legislação federal, estadual e municipal:
(...)
Subseção VI
Do Licenciamento e Fiscalização do Patrimônio Cultural
(...)
VII - estabelecer, nas leis de parcelamento da terra, de uso e ocupação do solo e nos
planos regionais e de estruturação urbana, ou em legislação específica, parâmetros e
padrões mais adequados de comunicação institucional, informativa ou indicativa,
considerando as características físicas, paisagísticas e ambientais da cidade,
publicidade exterior e de mobiliário urbano;
VIII - criar mecanismos eficazes de fiscalização sobre as diversas intervenções na
paisagem urbana;
(...)
Xxxxxxxxxxx
(...)
Xxxxxxxxxxx
(...)
Art. 474 - Caberá ao Município, no intuito de evitar a poluição visual, criar medidas de
proteção ambiental através de legislação que promova defesa da paisagem,
especialmente no que se refere ao mobiliário urbano, à publicidade e ao
empachamento.
(...)
Xxxxxxxxxx
CÓDIGO DE OBRAS
(...)
Xxxxxxx
(...)
ANEXO ÚNICO
(...)
Xxxxxxxx
DECRETO Nº 3.158, DE 23 DE JULHO DE 1981
(...)
ANEXO II
DELIMITAÇÃO DOS BAIRROS
(...)
Xxxxxxxxxx
(...)
Xxxxxxxxxxxx
(...)
Xxxxxxxxxxxx
Informações Básicas
Código 20140200078 Autor PODER EXECUTIVO
Protocolo Mensagem 72/2014
Regime de Ordinária
Tramitação
Projeto
Link:
Datas:
Entrada 28/04/2014 Despacho 28/04/2014
Publicação 30/04/2014 Republicação
Outras Informações:
Pág. do DCM da 56 a 87 Pág. do DCM da
Publicação Republicação
Tipo de Quorum MA Arquivado Não
Motivo da Pendências? Não
Republicação
Observações:
DESPACHO: A imprimir
Comissão de Justiça e Redação, Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao
Servidor Público, Comissão de Assuntos Urbanos,
Comissão de Meio Ambiente, Comissão de Transportes e Trânsito, Comissão de
Abastecimento Indústria Comércio e Agricultura,
Comissão de Higiene Saúde Pública e Bem-Estar Social, Comissão de Educação e
Cultura, Comissão de Esportes e Lazer,
Comissão de Obras Públicas e Infraestrutura, Comissão dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, Comissão de Finanças Orçamento e Fiscalização Financeira.
Em 28/04/2014
JORGE FELIPPE - Presidente