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Caldeiraria Industrial I PDF
Caldeiraria Industrial I PDF
ISBN 978-85-60890-31-6
CDD-371.426
Iniciativa Realização
Fundação IOCHPE
Al. Tietê, 618 casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP
www.formare.org.br
Formare: uma escola para a vida
Paulo Freire
Caldeiraria Industrial I 3
ser humano sobre a face da Terra e, portanto, deve ser reconhecido e
valorizado como a “sabedoria do fazer”.
O conhecimento proveniente de uma atividade como o trabalho, por
exemplo, nem sempre pode ser traduzido em palavras. Em geral, peritos
têm dificuldade em descrever com clareza e precisão sua técnica. É
preciso vê-los trabalhar para “aprender com eles”.
O pensar e o fazer são dois lados de uma mesma moeda, dois pólos de
uma mesma esfera. Possuem características próprias, sem pré-requisitos
ou escala de valores que os coloquem em patamares diferentes.
Teoria e prática são modos de classificar os saberes insuficientes para
explicar a natureza de todo o conhecimento humano. O saber proveniente
do fazer possui uma construção diferente de outras formas que se valem
de conceitos, princípios e teorias, nem sempre está atrelado a um
arcabouço teórico.
Quando se reconhece a técnica como conhecimento, considera-se
também a atividade produtiva como geradora de um saber específico e
valoriza-se a experiência do trabalhador como base para a construção do
conhecimento naquela área. Técnicas são conhecimentos processuais,
uma dimensão de saber cuja natureza se define como seqüência de
operações orientadas para uma finalidade.
O saber é inerente ao fazer, não uma decorrência dele.
Tradicionalmente, os cursos de educação profissional eram rigidamente
organizados em momentos prévios de “teoria” seguidos de momentos de
“prática”. O padrão rígido “explicação (teoria) antes da execução (prática)”
era mantido como algo natural e inquestionável. Profissões que exigem
muito uso das mãos eram vistas como atividades mecânicas, desprovidas
de análise e planejamento.
Autores estão mostrando que o aprender fazendo gera trabalhadores
competentes e a troca de experiências integra comunidades de prática nas
quais o saber “distribuído por todos” eleva o padrão da execução. Por isso,
o esforço para o registro, organização e criação de uma rede de apoio,
uma teia comunicativa de “relato de práticas” é fundamental.
Dessa forma, o uso do paradigma da aprendizagem corporativa faz sentido
e é muito mais produtivo. A idéia da formação profissional no interior do
espaço de trabalho é, portanto, uma proposição muito mais adequada,
inovadora e ousada do que a seqüência que propõe primeiro a teoria na
sala de aula, depois a prática.
Atualmente, as empresas têm investido na educação continuada de seus
funcionários na expectativa de que esse esforço contribua para melhorar
os negócios. A formação de quadros passou a ser, nesses últimos anos,
atividade central nas organizações que buscam o conhecimento para
impulsionar seu desenvolvimento. No entanto, raramente se percebe que
um dos conhecimentos mais importantes é aquele que está sendo
construído pelos seus funcionários no exercício cotidiano de suas funções,
é aquele que está concentrado na própria empresa.
4 Caldeiraria Industrial I
A empresa contrata especialistas, adquire tecnologias, desenvolve práticas
de gestão, inaugura centros de informação, organiza banco de dados,
incentiva inovações. Vai acumulando, aos poucos, conhecimento e
experiências que, se forem apoiadas com recursos pedagógicos, darão
à empresa a condição de excelência como “espaço de ensino e
aprendizagem”.
Criando condições para identificar, registrar, organizar e difundir esse
conhecimento, a organização poderá contribuir para o aprimoramento da
formação profissional.
Convenciona-se que a escola é o lugar onde se ensina e a empresa é
onde se produz bens, produtos e serviços. Deste ponto de vista, o
conhecimento seria construído na escola, e caberia à empresa o
aprimoramento de competências destinadas à produção. Esta é uma visão
acanhada e restritiva de formação profissional que não reconhece e não
explora o potencial educativo de uma organização.
Neste cenário, a Fundação IOCHPE, em parceria com a UTFPR –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, desenvolve a proposta
pedagógica Formare, que apresenta uma estrutura curricular composta de
conteúdos integrados: um conjunto de disciplinas de formação geral
(Higiene, Saúde e Segurança; Comunicação e Relacionamento;
Fundamentação Numérica; Organização Industrial e Comercial; Informática
e Atividades de Integração) e um conjunto de disciplinas de formação
específica.
O curso Formare pretende ser uma escola que ofereça aos jovens uma
preparação para a vida. Propõe-se desenvolver não só competências
técnicas, mas também habilidades que lhes possibilitem estabelecer
relações harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, que os tornem
capazes de construir seus sonhos e metas, além de buscar as condições
para realizá-los no âmbito profissional, social e familiar.
A proposta curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências
técnicas, outras habilidades:
Caldeiraria Industrial I 5
Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos Formare
ajudam os jovens a desenvolver competências para um bom desempenho
profissional e, acima de tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa
forma, esperam contribuir para que eles tenham melhores condições para
assumir uma postura ética, colaborativa e empreendedora em ambientes
instáveis como os de hoje, sujeitos a constantes transformações.
Equipe FORMARE
6 Caldeiraria Industrial I
Sobre o caderno
Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens
no mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço
de formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do
Projeto Formare.
Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em
etapas, investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros
trabalhadores qualificados para o desempenho profissional.
Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma
proposta pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois
o delineamento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular,
destacou conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para
viabilizar o alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados
planos de ensino, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada.
À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos
os encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e
que está recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas
aulas atraentes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno
pretende valorizar seu trabalho voluntário, mas não ignora que o
conhecimento será construído a partir das condições do grupo de jovens e
de sua disposição para ensinar. Embora cada aula apresente um roteiro e
simplifique a sua tarefa, é impossível prescindir de algum planejamento
prévio. É importante que as sugestões não sejam vistas como uma camisa
de força, mas como possibilidade, entre inúmeras outras que você e os
jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a prática pedagógica.
O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de
orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo
objetivos, conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada
capítulo de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos,
como a apresentação das tarefas, a duração de cada atividade, os
materiais que você deverá ter à mão ao adotar a atividade sugerida, as
imagens e os textos de apoio que poderá utilizar.
No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar
outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões,
com vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à
natureza da turma.
Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais
de formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos
planos de ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em
que seqüência e intensidade e os modos de avaliação), o Caderno
pretende auxiliá-lo a realizar um plano de aula coerente com a concepção
do Curso, preocupado em investir na formação de futuros trabalhadores
habilitados ao exercício profissional.
Caldeiraria Industrial I 7
O Caderno considera a divisão em capítulo apresentada no Plano de
Ensino e o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso
em que ela está inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma
possibilidade de divisão do tempo, considerando uma aula de 50 minutos.
Também, há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de
conhecimentos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É
preciso não esquecer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante
o processo, através da observação e do diálogo em sala de aula. A
avaliação formal, prevista nos cadernos, permite a descrição quantitativa
do desempenho dos jovens e também do educador na medida em que o
“erro”, muitas vezes, é indício de falhas anteriores que não podem ser
ignoradas no processo de ensinar e aprender.
Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve
registro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser
reformulado, se todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente
ou se foi necessário retomar algum, bem como outras sugestões que
possam levar à melhoria da prática de formação profissional e assegurar o
desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os
jovens. Esta também poderá ser uma oportunidade de você rever sua
prática como educador voluntário e, simultaneamente, colaborar para a
permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-convite que lhe
dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor da prática
que aí vai sugerida.
Características do Caderno
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Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas
competências que precisam ser construídas durante o processo de
ensino aprendizagem, tais como:
conhecimento de conceitos e sua utilização;
análise e interpretação de textos, gráficos, figuras e diagramas;
transferência e aplicação de conhecimentos;
articulação estrutura-função;
interpretação de uma atividade experimental.
Como você deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta,
pois está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de
fazer, articulando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma
rede que consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui.
Desejamos que você possa utilizá-lo da melhor forma possível e que
tenha a oportunidade de refletir criticamente sobre ele, registrando sua
colaboração e interagindo com os jovens de seu grupo a fim de
investirmos todos em uma educação mais efetiva e na formação de
profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do mundo
contemporâneo.
Caldeiraria Industrial I 11
12 Caldeiraria Industrial I
Introdução
Caldeiraria Industrial I 13
assegurar o desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os
jovens.
14 Caldeiraria Industrial I
Sumário
1 Conceituação básica
Primeira Aula
Visita à uma indústria metalúrgica..................................................................... 21
Segunda Aula
Ferro Fundido .................................................................................................... 22
Terceira Aula
Aços ao Carbobo ............................................................................................... 25
Quarta Aula
Resistência a Ruptura ....................................................................................... 27
Aços especiais ou aços liga............................................................................... 27
Quinta Aula
Propriedades ..................................................................................................... 32
Sexta Aula
Visita .................................................................................................................. 37
Sétima Aula
Geometria Plana................................................................................................ 38
Oitava Aula
Geometria Espacial ........................................................................................... 44
Nona Aula
Áreas e Perimetros ............................................................................................ 47
Décima Aula
Quadriláteros e Polígonos ................................................................................. 50
Décima Primeira Aula
Áreas e volumes de sólidos ............................................................................... 55
Décima Segunda Aula
Traçados e construções em caldeiraria ............................................................. 60
Caldeiraria Industrial I 15
Quarta Aula
Simulando um incêndio .......................................................................................81
16 Caldeiraria Industrial I
Fixação de peças............................................................................................. 133
Velocidade de corte ......................................................................................... 133
Sexta Aula
Furar e escarear .............................................................................................. 136
Sétima Aula
Alargar e rebaixar ............................................................................................ 137
Oitava Aula
Rosqueamento manual.................................................................................... 138
Nona Aula
Ferramentas para abrir roscas ........................................................................ 142
Décima Aula
Elementos principais de uma rosca ................................................................. 146
Décima Primeira Aula
Métodos mecânicos de medição de roscas..................................................... 148
Décima Segunda Aula
Medir roscas .................................................................................................... 153
Décima Terceira Aula
Avaliação ......................................................................................................... 154
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1 Conceituação Básica
Objetivos
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20 Caldeiraria Industrial I
Primeira Aula
Nessa aula será realizada uma visita a uma indústria
metalúrgica e deverão ser observados os exemplos de
produtos fabricados por caldeiraria.
10 min
Passo 2 / Visita
30 min
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Tornar uma superfície lisa, tratando-a com esmeril, e
soldar - é um processo que visa a união localizada de
materiais, similares ou não, de forma permanente,
baseada na ação de forças em escala atômica
semelhantes às existentes no interior do material e é a
forma mais importante de união permanente de peças
usada industrialmente. Anote quais os tipos de produtos
que são fabricados e descreva o maior número de
operações observadas.
10 min
Segunda Aula
Nessa aula serão apresentadas a composição e as
características do ferro fundido.
35 min
Ferro fundido
Define-se o ferro fundido como uma liga de ferro-carbono
que contém de 2,5% a 5% de carbono. Compõe-se, na
sua maior parte, de ferro, de pequena quantidade de
carbono e quantidades também pequenas de manganês,
Gusa silício, enxofre e fósforo.
É o produto imediato da fundição
do minério de ferro com carvão e O ferro fundido é obtido na fusão da gusa. A gusa
calcário num alto forno normalmente contém até 5% de carbono, o que faz com
que seja um material quebradiço e sem grande uso
direto, sendo, portanto um ferro de segunda fusão. As
impurezas do minério de ferro e do carvão deixam, no
ferro fundido, pequenas porcentagens de silício,
manganês, enxofre e fósforo.
22 Caldeiraria Industrial I
Ferro fundido cinzento
Tanto o silício como o manganês melhoram as
qualidades do ferro fundido. O silício favorece a formação
de ferro fundido cinzento. Pelas suas características, o
ferro fundido cinzento se presta aos mais variados tipos
de construção de peças e de máquinas, sendo assim o
mais importante do ponto de vista da fabricação
mecânica. O ferro fundido cinzento é menos duro e
menos frágil do que o ferro fundido branco e pode ser
trabalhado com ferramentas comuns de oficinas, isto é,
sofrer acabamento posterior como aplainamento,
torneamento, perfuração, rosqueamento, etc. A seguir
são apresentadas algumas características do ferro
fundido cinzento:
Caldeiraria Industrial I 23
(cementita).
• Quando quebrado, a parte fraturada é brilhante e
quase branca.
• Tem baixo teor de carbono (2,5% a 3%) e de
silício (menos de 1%);
• Muito duro, quebradiço e difícil de ser usinado.
7,1g
Peso específico: cm 3 .
• Funde-se a 1.160ºC, mas não é bom para a
moldagem, porque permanece pouco tempo em
estado bem líquido.
15 min
24 Caldeiraria Industrial I
Terceira Aula
Nessa aula serão apresentadas a composição e as
características do aço-carbono.
35 min
Aço-carbono
O aço é uma liga de ferro e carbono na qual a quantidade
de carbono varia de 0,05% a 1,7%. O aço é o mais
importante dos materiais metálicos usualmente
empregados nas oficinas. A grande maioria das peças de
máquinas é feita de aço, por ser um material que tem
propriedades mecânicas muito convenientes. Sua cor é
acinzentada. Pode ser forjado, laminado, estirado em fios
(trefilado), trabalhado por ferramenta de corte, soldado,
dobrado, curvado e apresenta grande resistência à
ruptura.
Os aços que têm maior quantidade de carbono podem
ser endurecidos por um processo de aquecimento e de
resfriamento rápido chamado têmpera. Os aços que têm
pequena quantidade de carbono não adquirem têmpera.
São aços macios, vulgarmente conhecidos por ferro ou
aço doce. Quando esmerilhados, desprendem fagulhas
em forma de riscos. Os aços que têm grande
porcentagem de carbono adquirem têmpera, são mais
duros e desprendem fagulhas em formas de estrelinhas. Têmpera
É um tratamento térmico nos aços
que tem como objetivo a obtenção
de uma microestrutura que
Fases para obtenção do aço proporcione propriedades de
dureza e resistência mecânica
a) Derrete-se o minério de ferro, juntamente com um elevadas.
fundente (pedras calcárias), em fornos
apropriados, usando-se o coque como Escória
Escória de aciaria é um subproduto
combustível. Obtém-se, dessa forma, gás de da produção do aço.
iluminação e escória. Este material é portanto
resultado da agregação de diversos elementos
que não interessam estar presentes no material
aço e gusa.
b) A gusa segue para o misturador, podendo ser,
também, transformada em peças brutas ou em
lingotes.
c) Do misturador, a gusa segue para os fornos de
transformação em aço denominados Bessemer,
Siemens-Martins e elétricos.
Caldeiraria Industrial I 25
Características do aço-carbono
• Cor acinzentada.
7,8 g
• Peso específico: cm 3 .
• Temperatura em que se funde: 1.350 a 1.400ºC.
• Maleável (lamina-se bem).
• Dúctil (estira-se bem em fios).
• Tenaz (resiste bem à tração, à compressão e a
outros esforços de deformação lenta).
• Deixa-se trabalhar bem pelas ferramentas de
corte.
• Apresenta boa resiliência, isto é, resiste bem a
choques.
• Deixa-se soldar, isto é, uma barra de aço liga-se a
outra pela ação do calor (solda autógena) ou pela
ação combinada do calor com choques, na
bigorna ou no martelete (caldeamento).
Ruptura • Com determinadas porcentagens de carbono,
Falha mecânica que é
acompanhada por uma deformação
apresenta condições especiais de dureza (adquire
plástica significativa; têmpera).
freqüentemente associada com
uma falha por fluência. • Com determinadas porcentagens de carbono, é
mais elástico.
• Oferece grande resistência à ruptura.
26 Caldeiraria Industrial I
pelo mesmo processo, são revestidas de uma camada de
estanho.
Os tubos de aço podem ser: com costura, comuns, os
que resultam da curvatura de chapas estreitas, cujas
bordas são encostadas e soldadas por um processo
automático, e sem costura, produzidos por meio de
perfuração, a quente, em máquinas chamadas prensas
de extrusão. Ambos os tipos podem ser galvanizados ou
não.
15 min
‘
Desafie os jovens a tentarem explicar, em duplas, os
tipos e formas de aços disponíveis comercialmente.
Como, por exemplo, chapas de aço, tubos de aço, tarugo,
etc. Esse exercício poderá ser corrigido no quadro ou
solicite que os jovens trabalhem no tema e depois
apresentem seus resultados.
Quarta Aula
Nessa aula serão apresentados os aços especiais ou
aços-ligas.
35 min
Resistência à ruptura
Para fins práticos, classificam-se os aços pela resistência
à ruptura. Essa característica mecânica se verifica
experimentalmente em laboratórios. A resistência à
ruptura é medida em quilogramas por milímetro quadrado
2
(kg/mm ).
Quando se diz, por exemplo, que um aço tem a
2
resistência de 45 kg/mm , isso significa que o fio desse
Caldeiraria Industrial I 27
2
aço, com seção de 1 mm , rompe-se quando o esforço
aplicado nos extremos for de 45 quilos.
28 Caldeiraria Industrial I
Aços-carbono
Aços-carbono são os que contêm, além do ferro,
pequenas porcentagens de carbono, manganês, silício,
fósforo e enxofre.
O ferro é o elemento básico da liga. O carbono constitui,
depois do ferro, o elemento mais importante. Pode-se
dizer que o carbono é o elemento determinativo do aço,
determina ou define o tipo de aço. O manganês, no aço
doce, em pequena porcentagem, torna-o dúctil e
maleável. No aço rico em carbono o manganês endurece
o aço e aumenta-lhe a resistência. O silício faz com que o
aço se torne mais duro e tenaz. Evita a porosidade e
concorre para a remoção dos gases e dos óxidos. Influi
para que não apareçam falhas ou vazios na massa do
aço, sendo assim um elemento purificador. O fósforo
quando existe em teor elevado no aço, torna-o frágil e
quebradiço, motivo pelo qual se deve reduzi-lo ao mínimo
possível, já que não se pode eliminá-lo completamente.
Por último, o enxofre também é um elemento prejudicial
ao aço, tornando-o granuloso e áspero, devido aos gases
que produz na massa metálica. O enxofre enfraquece a
resistência do aço.
Aços-níquel
O aço-carbono com adição de 1% a 10% de níquel
resiste bem à ruptura e ao choque, quando temperado e Revenido
É um tratamento posterior à
revenido. É utilizado em peças de automóveis, peças de têmpera, que consiste em elevar a
máquinas e ferramentas. temperatura até certo nível e
manter por algum tempo.
Com adição de 10% a 20% de níquel resiste bem à
tração, muito duro, temperável em jato de ar. É utilizado
em blindagem de navios, eixos, hastes de freios e
projéteis.
Caldeiraria Industrial I 29
Com a adição de 20% a 50% de níquel é inoxidável,
resistente aos choques e resistente à eletricidade. É
utilizado em válvulas de motores térmicos, resistências
elétricas, cutelaria - embora inicialmente referindo-se
apenas às facas, ao longo do tempo a atividade da
cutelaria foi ampliada e hoje nela incluem-se a produção
de tesouras, navalhas, garfos, colheres, etc. e
instrumentos de medidas.
Aços-cromo
O aço-carbono com adição de até 6% de cromo resiste
bem à ruptura, é duro e não resiste a choques
mecânicos. É utilizado em esferas e rolos de rolamentos,
ferramentas, projéteis e blindagens.
Com adição de 11% a 17% de cromo, é inoxidável. É
utilizado em aparelhos e instrumentos de medida e
cutelaria.
Com a adição de 20% a 30% de cromo resiste à
oxidação, mesmo em altas temperaturas. É utilizado em
válvulas de motores a explosão, fieiras e matrizes.
Aços-cromo e níquel
O aço-carbono com adição de 0,5% a 1,5 % de cromo e
1,5% a 5% de níquel apresenta grande resistência,
grande dureza, muita resistência aos choques, torção e
flexão. É utilizado em virabrequins, engrenagens, eixos,
peças de motores de grande velocidade e bielas.
O aço-carbono com adição de 8% a 25 % de cromo e
18% a 25% de níquel é inoxidável, resistente à ação do
calor, resistente à corrosão de elementos químicos. É
utilizado em portas de fornos, retortas, tubulações de
águas salinas e gases, eixos de bombas, válvulas e
turbinas.
Aços ao manganês
O aço-carbono com adição de 7% a 20% de manganês
possui extrema dureza, grande resistência aos choques e
ao desgaste. É utilizado em mandíbulas de britadores,
eixos de carros e vagões, agulhas, cruzamento e curvas
de trilhos e peças de dragas.
Aços ao silício
O aço-carbono com adição de 1% a 3% de silício possui
resistência à ruptura, elevado limite de elasticidade,
30 Caldeiraria Industrial I
propriedade de anular o magnetismo. É utilizado em
molas, chapas de induzidos de máquinas elétricas e
núcleos de bobinas elétricas.
Aços ao tungstênio
O aço-carbono com adição de 1% a 9% de tungstênio
possui dureza, resistência à ruptura, resistência ao calor
da abrasão (fricção) e propriedades magnéticas. É
utilizado em ferramentas de corte para altas velocidades,
matrizes e fabricação de ímãs.
Aços rápidos
O aço-carbono com adição de 8% a 20% de tungstênio,
1% a 5% de vanádio, até 8% de molibdênio e de 3% a
4% de cromo, forma o aço rápido.
Apresenta excepcional dureza em virtude da formação de
carboneto, resistência de corte, mesmo com a ferramenta
aquecida ao rubro, pela alta velocidade. A ferramenta de
aço rápido que inclui cobalto consegue usinar - Dar forma
à matéria-prima, numa operação mecânica, submetendo
uma peça bruta à ação de uma máquinas-ferramenta até
o aço ao manganês, de grande dureza. É utilizado em
ferramentas de corte, de todos os tipos, para altas
velocidades, cilindros de laminadores, matrizes, fieiras e
punções.
Caldeiraria Industrial I 31
Passo 2 / Atividade sugerida
15 min
Quinta Aula
Nessa aula serão apresentadas as principais
propriedades mecânicas do ferro fundido e do aço-
carbono como maleabilidade, ductilidade, tenacidade,
elasticidade e resistência.
35 min
Maleabilidade
Maleabilidade é uma propriedade que um material
apresenta ao ser moldado por deformação. A
maleabilidade permite a formação de delgadas lâminas
do material sem que este se rompa; como não existe
nenhum método para quantificá-la, o material é
averiguado pelo uso de ensaio de impacto – se
caracteriza por submeter o corpo ensaiado a uma força
brusca e repentina, que deve rompê-lo.
O material conhecido mais maleável é o ouro, pois é
possível maleabilizá-lo até dez milésimos de milímetro de
espessura. Também apresenta essa característica, em
menor escala, o alumínio, tendo-se popularizado o papel-
alumínio como envoltório conservante para alimentos. Em
muitos casos, a maleabilidade de um material metálico
aumenta com a temperatura. Por isso, os metais são
trabalhados mais facilmente a quente.
32 Caldeiraria Industrial I
Ductilidade
A ductilidade é outra propriedade mecânica importante
dos materiais. Ela representa uma medida do grau de
deformação plástica que foi suportado, quando sob a
ação de cargas, sem se romper ou fraturar. Ela é
caracterizada pelo fluxo do material sob ação de uma
tensão cisalhante.
Tensão cisalhante
Em metalurgia, a ductilidade é a propriedade que É a tensão aplicada com o objetivo
apresentam alguns metais e ligas metálicas quando estão de causar ou fazer causar o
sob a ação de uma força, podendo estirar-se sem deslizamento de duas partes
adjacentes de um mesmo corpo
romper-se, transformando-se num fio. Os metais que uma em relação à outra, em uma
apresentam essa propriedade são denominados dúcteis. direção paralela ao seu plano de
contato.
No ensaio de tração, os materiais dúcteis apresentam
uma fase de fluência caracterizada por uma grande Ensaio de tração
Consiste em submeter um material
deformação, sem grandes aplicações de cargas. Do sob a forma de um corpo de prova
ponto de vista tecnológico, à margem de considerações a um esforço que tende a alongá-lo
ou esticá-lo até a ruptura.
econômicas, o emprego de materiais dúcteis apresenta
vantagens na fabricação e na utilização.
Tenacidade
A tenacidade é uma medida da quantidade de energia
mecânica que é absorvida por um material à medida que
este fratura. Se um material é tenaz ele pode sofrer um
alto grau de deformação sem romper.
Elasticidade
A elasticidade é uma propriedade mecânica que estuda
as propriedades dos materiais elásticos. Um material é
dito elástico se ele deforma sob uma tensão aplicada (por
exemplo, força externa), mas então retorna à sua forma
original quando a tensão aplicada é removida. Ao se
liberar a carga, a deformação é totalmente recuperada,
isto é, a deformação retorna imediatamente para zero.
O grau ao qual uma estrutura se deforma ou se esforça
depende da magnitude da tensão aplicada. Para a
maioria dos materiais submetidos a uma tensão de tração
em níveis relativamente baixos, a tensão e a deformação
são proporcionais entre si, de acordo com a relação
abaixo, também conhecida como Lei de Hooke.
σ = Eε
Onde:
σ = Tensão de tração.
E= Magnitude do material.
ε = Módulo de elasticidade ou módulo de Young.
Caldeiraria Industrial I 33
Resistência do material
A resistência de um material é o nível máximo de tensão
de deformação que um material pode suportar sem sofrer
fratura, falha ou fadiga. A resistência de um material está
relacionada com três tipos de tensões de deformação:
tração, compressão e cisalhamento.
Tração
A aplicação de uma tensão num material promove uma
deformação deste e o ensaio de tração consiste em
submeter esse material, sob a forma de um corpo de
prova, a um esforço que tende a alongá-lo ou esticá-lo
até a ruptura. A figura 1 ilustra a aplicação de uma tensão
de tração em um material.
Geralmente, o ensaio é realizado num corpo de prova de
formas e dimensões padronizadas, para que os
resultados obtidos possam ser comparados ou, se
necessário, reproduzidos. Esse corpo de prova é fixado
numa máquina de ensaios, que aplica esforços
crescentes na sua direção axial - relativo ao eixo; que
tem forma de eixo, sendo medidas as deformações
correspondentes. Os esforços ou cargas são medidos na
própria máquina, e, normalmente, o corpo de prova é
levado à ruptura.
Com esse tipo de ensaio, pode-se afirmar que
praticamente as deformações promovidas no material são
uniformemente distribuídas em todo o seu corpo, pelo
menos até ser atingida uma carga máxima próxima do
final do ensaio. Como é possível fazer com que a carga
cresça numa velocidade razoavelmente lenta durante
todo o teste, o ensaio de tração permite medir
satisfatoriamente a resistência do material.
34 Caldeiraria Industrial I
Compressão
A compressão é o resultado da aplicação de uma tensão
de deformação a um material, resultando em uma
redução em seu volume. A figura 2 ilustra a aplicação de
uma força de compressão em um material.
A compressão tem muitas aplicações no estudo dos
materiais pelo fato de produzir quantidades consideráveis
de deformação. Induzindo a compressão, propriedades
mecânicas, tais como a resistência do material, podem
ser medidas.
Tensão de cisalhamento
Cisalhamento é a tensão aplicada com o objetivo de
causar ou fazer causar o deslizamento de duas partes
adjacentes de um mesmo corpo uma em relação à outra,
em uma direção paralela ao seu plano de contato.
Induzindo o cisalhamento, propriedades mecânicas, tais
como a resistência do material, podem ser medidas. A
figura 3 ilustra uma tensão de cisalhamento aplicada em
um material.
Caldeiraria Industrial I 35
Passo 2 / Atividade Sugerida
15 min
‘
Desafie os jovens a tentarem explicar, em duplas, os
conceitos de tração, tenacidade e ductilidade. Como por
exemplo, tração é esforço que tende a alongar ou esticar
um material até a ruptura, tenacidade é uma medida da
quantidade de energia mecânica que é absorvida por um
material à medida que este fratura, e ductilidade
representa uma medida do grau de deformação plástica
que foi suportado, quando sob a ação de cargas, sem se
romper ou fraturar, vistos nessa aula. Esse exercício
poderá ser corrigido no quadro ou solicite que os jovens
trabalhem no tema e depois apresentem seus resultados
oralmente.
36 Caldeiraria Industrial I
Sexta Aula
Nessa aula, será realizada uma visita a oficina mecânica
para verificação de um ensaio prático de corte, dobra e
esmerilhamento em amostras de aço cinzento e aço
médio carbono.
10 min
Passo 2 / Visita
30 min
10 min
Caldeiraria Industrial I 37
Sétima Aula
Nessa aula serão introduzidos alguns conceitos de
geometria plana visando posteriormente ao estudo da
planificação de peças em caldeiraria.
35 min
Linhas e ângulos
Chama-se linha ao fim ou limite de uma superfície. A
linha possui unicamente uma dimensão: o seu
comprimento. O extremo ou limite de uma linha recebe o
nome de ponto.
O ponto não possui dimensões e também pode ser
considerado como o encontro de duas linhas. Na prática,
representa-se um ponto pela minúscula impressão
deixada pelo simples contato de uma ponta de lápis, e
também por meio de duas linhas que se cruzam.
As linhas podem ser: reta, quebrada, curva, horizontal,
vertical, inclinadas e paralelas. A figura 4 ilustra os
diversos tipos de linhas.
38 Caldeiraria Industrial I
As linhas inclinadas, suficientemente prolongadas,
encontram-se sempre formando um ângulo. As linhas AB
e AC, apresentadas na figura 5, formam um ângulo cujo
vértice é A.
Triângulos
O triângulo é o mais simples dos polígonos. É formado
por três linhas retas que se cortam em três pontos,
chamados vértices e limitadas na sua interseção. Como
dois lados formam em cada vértice um ângulo, o triângulo
possui três lados e três ângulos.
Os triângulos podem ser eqüilátero, isósceles, escaleno e
retângulo. O triângulo eqüilátero possui os três ângulos e
os três lados iguais. O triângulo isósceles é formado por
dois ângulos e dois lados iguais. O triângulo escaleno
Caldeiraria Industrial I 39
possui os três lados desiguais e o triângulo retângulo é
aquele que possui um ângulo reto. A diagonal que une os
dois lados do triângulo retângulo é chamada de
hipotenusa. A figura 7 ilustra os quatro tipos de triângulos
citados anteriormente.
Quadrilátero
O quadrilátero apresenta quatro lados, quatro ângulos e
quatro vértices. De acordo com sua forma, o quadrilátero
pode ser quadrado, retângulo, paralelogramo, losango e
trapézio. O quadrado é uma superfície formada por
quatro lados iguais que formam entre si ângulos retos. O
retângulo é formado por lados opostos iguais e paralelos
que formam quatro ângulos retos. No losango todos os
lados são iguais; porém os ângulos formados não são
retos. O trapézio apresenta dois lados paralelos, pode ser
isósceles ou retângulo. No primeiro caso os lados não
paralelos são iguais e, por conseguinte, os ângulos não
opostos são iguais, dois a dois; no segundo caso
apresenta dois ângulos retos. A linha que une dois pontos
opostos de um quadrilátero chama-se diagonal. Todo o
quadrilátero que possui os lados opostos paralelos
constitui um paralelogramo. A figura 8 ilustra os cinco
quadriláteros citados.
40 Caldeiraria Industrial I
Polígonos
Um polígono é uma porção de plano limitada por retas.
Entende-se por plano uma superfície plana, isto é, uma
superfície tal que qualquer que seja a direção de uma
reta sobre ela aplicada, esta reta coincidirá com a
superfície em todo o seu comprimento.
Os polígonos dividem-se em regulares e irregulares. O
polígono regular é aquele em que todos os lados são
iguais; a desigualdade dos lados caracteriza o polígono
irregular. O nome dos polígonos varia de acordo com o
número de lados. O polígono de cinco lados denomina-se
pentágono, o de seis lados denomina-se hexágono e o de
sete lados heptágono. A figura 9 ilustra um hexágono.
Fig. 9 – Hexágono
Circunferência ou círculo
Dá-se o nome de circunferência ou círculo a uma figura
plana, limitada por uma linha curva, tal que todas as
linhas retas que se podem traçar de um ponto interior da
figura à circunferência ou linha que limita esta figura,
sejam iguais. O ponto em questão leva o nome de centro
do círculo.
O diâmetro da circunferência é uma reta que vai de um
ponto a outro da circunferência passando pelo centro
(AOC). O raio é a reta que vai do centro à circunferência
(OC ou AO). Dá-se o nome de semicírculo à figura
limitada por um diâmetro e a parte da circunferência
cortada por este diâmetro (AHC ou AMC). O segmento de
um círculo é a figura limitada por uma linha reta que corta
a circunferência em dois pontos e a parte da
circunferência assim cortada (DHE).
A figura compreendida entre duas linhas retas traçadas
do centro e a porção de circunferência por elas limitada
constitui o setor de círculo (COM). Chama-se corda uma
linha reta menor do que um diâmetro, interior ao círculo e
que tem seus extremos situados sobre a circunferência
(DE). O arco de círculo é designado pelo pedaço de
circunferência (DHE). A flecha é uma perpendicular à
Caldeiraria Industrial I 41
corda que une o centro desta com a circunferência (GH).
Denomina-se tangente uma linha reta que encosta na
circunferência sem cortá-la (XHY). O ponto em que a
tangente encosta na circunferência recebe o nome de
ponto de tangência. A figura 10 ilustra uma circunferência
e todas as definições citadas anteriormente.
42 Caldeiraria Industrial I
Elipse
A elipse é uma figura plana limitada por uma curva
contínua descrita ao redor de dois pontos chamados
focos F e F ′ , de modo tal que a soma das distâncias de
cada ponto da curva a ambos os focos é sempre a
mesma. A figura 13 mostra uma elipse.
Fig. 13 – Elipse
15 min
‘
Desafie os jovens a tentarem explicar, em duplas, os
conceitos de geometria plana e geometria espacial.
Como por exemplo, geometria plana, também conhecida
por 2D (duas dimensões), estuda os objeto e entidades
com duas dimensões: largura e comprimento. Geometria
espacial, conhecida como 3D (três dimensões), estuda
os objetos e entidades com três dimensões:
comprimento, largura e altura. Esse exercício poderá ser
corrigido no quadro ou solicite que os jovens trabalhem
no tema e depois apresentem seus resultados oralmente.
Caldeiraria Industrial I 43
Oitava Aula
Nessa aula serão introduzidos alguns conceitos de
geometria espacial visando posteriormente ao estudo
da planificação de peças em caldeiraria.
35 min
Fig. 14 – Cubo
44 Caldeiraria Industrial I
O cilindro, a esfera e o cone
O cilindro é um sólido ou figura descrita pela revolução de
um retângulo ou paralelogramo em torno de um de seus
lados, o qual leva o nome de eixo do cilindro. As bases
ou extremos do cilindro são círculos descritos pelos lados
giratórios do paralelogramo, considerados como raio.
A esfera é o sólido ou figura descrita pela revolução de
um semicírculo ao redor de seu diâmetro fixo. O eixo da
esfera é a linha reta fixa ou diâmetro em torno do qual
gira o semicírculo. O centro da esfera é o mesmo que o
do semicírculo gerador e o diâmetro da esfera é toda
linha reta que passando pelo centro termina na superfície
da esfera.
O cone é um sólido ou figura descrita pela revolução de
um triângulo retângulo ao redor de um de seus lados que
formam o ângulo reto, o qual permanece fixo. O eixo do
cone é a reta que permanece fixa ao redor da qual gira o
triângulo gerador do sólido. A base do cone é o círculo
descrito pelo lado giratório considerado como raio e que
forma o ângulo reto com o eixo. A figura 15 ilustra um
cone gerado a partir de um triângulo retângulo, exemplo
de corpo redondo.
Caldeiraria Industrial I 45
A elipse, a parábola e a hipérbole
Se cortarmos obliquamente um cone acima da base, a
seção resultante é uma elipse; se o cone for cortado por
um plano paralelo a uma de suas geratrizes ou lados
oblíquos, a seção obtida será uma parábola; finalmente,
se fizermos um corte em ângulo reto com a base, a seção
obtida será uma hipérbole. A figura 16 ilustra uma
parábola.
Fig.16 – Parábola
15 min
‘
Desafie os jovens a tentarem explicar, em duplas, os
conceitos de geometria plana e geometria espacial.
Como por exemplo, geometria plana, também conhecida
por 2D (duas dimensões), estuda os objeto e entidades
com duas dimensões: largura e comprimento. Geometria
espacial, conhecida como 3D (três dimensões), estuda
os objetos e entidades com três dimensões:
comprimento, largura e altura. Esse exercício poderá ser
corrigir no quadro ou solicite que os jovens trabalhem no
tema e depois apresentem seus resultados oralmente.
46 Caldeiraria Industrial I
Nona Aula
Nessa aula serão apresentados as áreas e perímetros
dos círculos.
35 min
Determinação do comprimento da
circunferência de um círculo
Calcula-se o comprimento da circunferência de um
círculo multiplicando-se o diâmetro D, figura 17, por
3,1416. Ou seja, comprimento = D × 3,1416 .
Fig. 17 – Círculo
Caldeiraria Industrial I 47
Fig. 18 – Semicírculo
Determinação do comprimento da
circunferência exterior de uma coroa
Calcula-se o comprimento da circunferência exterior de
uma coroa multiplicando-se o diâmetro externo D, figura
19, por 3,1416. Ou seja, comprimento = D × 3,1416 .
Determinação do comprimento da
circunferência interior de uma coroa
Calcula-se o comprimento da circunferência interior de
uma coroa multiplicando-se o diâmetro interno, figura 19,
por 3,1416. Ou seja, comprimento = H × 3,1416 .
Fig. 19 – Coroa
48 Caldeiraria Industrial I
Determinação do perímetro de uma superfície
oval
O perímetro de uma superfície oval é igual a duas vezes
o seu comprimento mais sua largura multiplicada por
1,142. Ou seja, perímetro = 2( H + 0,571D).
Fig. 21 – Parábola
Caldeiraria Industrial I 49
ou melhor, a soma dos diâmetros por 1,5708. Ou seja,
perímetro = 1,5708( D + H ).
Fig. 22 – Elipse
15 min
Décima Aula
Nessa aula serão apresentados as áreas e perímetros
dos quadriláteros e polígonos.
35 min
50 Caldeiraria Industrial I
Determinação do perímetro de um quadrado
Calcula-se o perímetro de um quadrado somando-se os
quatro lados D. Ou seja, perímetro = 4 × D.
Fig. 23 – Quadrado
Fig. 24 – Retângulo
Fig. 25 – Paralelogramo
Caldeiraria Industrial I 51
( E + D)
distância entre os mesmos. Ou seja, área = × H.
2
Fig. 26 – Trapézio
52 Caldeiraria Industrial I
Determinação da área de um polígono regular
Calcula-se a área de um polígono regular multiplicando-
se o comprimento de um de seus lados D, figura 28, pela
distância do mesmo ao centro do polígono P, pela
metade do número de seus lados. Ou seja, área =
D × P × N .de.lados
.
2
Fig. 30 – Hexágono
Caldeiraria Industrial I 53
Determinação da área de um octógono
Calcula-se a área de um octógono multiplicando-se o
quadrado do diâmetro menor D, figura 30, por 0,828. Ou
seja, área = D × 0,828 . Onde D é igual a 0,414 S .
2
Fig. 31 – Octógono
15 min
54 Caldeiraria Industrial I
Décima Primeira Aula
Nessa aula serão apresentados as áreas e volumes
das figuras sólidas.
35 min
Fig. 32 – Esfera
Caldeiraria Industrial I 55
Fig. 33 – Hemisfério
Fig. 34 – Cilindro
56 Caldeiraria Industrial I
interior H, pelo produto do quadrado da seção transversal
T por 2,4674. Ou seja, volume = (T + H ) × (T × 2,4674) .
2
Fig. 36 – Cone
Caldeiraria Industrial I 57
2
⎛D−E⎞
S= ⎜ ⎟ +H
2
⎝ 2 ⎠
volume =
H
3
( )
× 0,2618 E 2 + D 2 × E × D .
Fig. 38 – Cubo
58 Caldeiraria Industrial I
Determinação da área de um prisma
retangular
Calcula-se a área de um prisma retangular, figura 39,
multiplicando-se a largura pela soma do comprimento e
da profundidade, e adiciona-se a este produto o produto
do comprimento pela profundidade. O dobro desta soma
será a área. Ou seja, área = 2[ D ( H + L) + H × L)]. .
Onde:
⎛ D2 ⎞
S = ⎜⎜ + H 2 ⎟⎟
⎝ 4 ⎠
Caldeiraria Industrial I 59
Fig. 40 – Pirâmide
15 min
35 min
60 Caldeiraria Industrial I
Fig. 41 – Perpendicular a uma reta dada
Caldeiraria Industrial I 61
adequado, com AB. Sobre AD e BC marcam-se a iguais
distâncias tantos pontos menos um, quantas forem as
partes iguais em que deve ser dividida a reta, com A-1, 1-
2, 2-D, etc. Une-se C-1, 2-2, 1-D, e a linha AB ficará
dividida no número pedido de partes.
62 Caldeiraria Industrial I
Fig. 45 – Construção de ângulo de trinta graus
Caldeiraria Industrial I 63
Figura 47 – Construção de ângulo de sessenta graus
64 Caldeiraria Industrial I
perpendicular a 1-B e em 3 sobre 3-D, traça-se 3-A.
Fazendo centro em 2 e com um raio igual a 2-E,
descreve-se o arco EA; com centro em 3 e raio 3-A,
descreve-se o arco AD; com centro em 4 e com raio igual
a 4-D, descreve-se o arco DB, e assim sucessivamente
até completar a espiral, que se tiver traçada com cuidado,
terminará no ponto E, como indicado na figura 48.
Caldeiraria Industrial I 65
é dividida em uma quantidade suficiente de triângulos
que permita uma boa solução. Estes triângulos da
superfície do sólido são então resolvidos, determinando o
comprimento real de cada um de seus lados e depois
reconstruídos no plano. A junção de todos os triângulos
que compõem a superfície do sólido, quando desenhados
num plano, resulta na planificação.
66 Caldeiraria Industrial I
Fig. 50 - Intersecção de cilindro em cilindro
Caldeiraria Industrial I 67
Passo 2 / Atividade sugerida
15 min
68 Caldeiraria Industrial I
2 Procedimento para Trabalho Prático
Objetivos
Caldeiraria Industrial I 69
70 Caldeiraria Industrial I
Primeira Aula
Nessa aula serão apresentados as normas e
procedimentos de segurança e prevenção de acidentes
em trabalhos práticos em oficinas – laboratório e
ambientes industriais de produção.
30 min
Caldeiraria Industrial I 71
humana de negligência, pois o trabalhador não
está respeitando os avisos fixados nas paredes.
• Incompetência é tentar executar qualquer tarefa
não estando devidamente habilitado. Por
exemplo, um ventilador do escritório está
enguiçado. Ninguém ali conhece o assunto para
poder fazê-lo voltar a funcionar. Se alguma destas
pessoas resolver arriscar-se a dar um jeitinho
estará correndo o risco de sofrer um acidente,
além de estar cometendo uma falha humana de
incompetência.
• Imperícia ocorre quando alguém executa uma
tarefa sem fazer uso das habilidades necessárias
para aquele serviço. Por exemplo, um operador
está operando uma máquina sem dar atenção às
necessárias medidas de segurança, excedendo
os limites de trabalho do motor de acionamento da
máquina. Ele conhece o seu trabalho e sabe
executá-lo. Mas não está utilizando corretamente
os seus conhecimentos. Está cometendo uma
falha humana de imperícia.
Condições inseguras
Chama-se condição insegura às condições do ambiente
que aumentam o risco de acidentes. Por exemplo, um
piso escorregadio aumenta o risco de acidentes, portanto
é uma condição insegura. Para diminuir os perigos
dessas condições inseguras de trabalho, também se
deve estabelecer algumas regras de segurança. A
principal dessas regras é manter em ordem e limpeza o
ambiente de trabalho. A maioria das condições inseguras
criadas tem sua origem na falta de ordem e limpeza no
ambiente de trabalho. Todo o ambiente de trabalho
desordenado é uma condição insegura.
72 Caldeiraria Industrial I
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Chama-se de Equipamento de Proteção Individual ( EPI)
os equipamentos que reduzem o risco de acidentes para
o trabalhador. Devem-se usar sempre esses
equipamentos requeridos pelo seu trabalho. Estes
equipamentos, normalmente, fazem parte do uniforme de
trabalho e devem ser usados durante toda a execução da
tarefa à qual eles se destinam. Vejamos alguns
exemplos:
• Sapatos antiderrapantes próprios para pisos lisos
e escorregadios.
• Luvas e braçadeiras para evitar queimaduras ou
cortes.
• Aventais impermeáveis para evitar que se molhem
ou se queimem.
20 min
‘
Solicitar que os jovens, em duplas, listem exemplos de
normas e procedimentos de segurança contra acidentes
em ambientes industriais, usando exemplos estudados
em sala de aula, ou pesquisados em outras fontes, como
Internet, etc. Posteriormente, propor que as duplas
exponham seus achados ao grande grupo. Indique que
poderão utilizar desenhos, cartazes, apostilas, além dos
conceitos vistos em aula.
Caldeiraria Industrial I 73
Segunda Aula
Nessa aula serão apresentadas as técnicas de
manuseio de equipamentos de segurança contra
incêndios locais.
30 min
Agentes extintores
Agente extintor é todo material que aplicado ao incêndio
interfere em sua reação química, provocando uma
descontinuidade e alterando as condições para que haja
fogo. Estes agentes podem ser encontrados nos estados
líquido, gasoso ou sólido. Os principais agentes
extintores são apresentados a seguir:
• Água;
• Espuma mecânica;
• Gás carbônico ( CO2 );
• Pó químico seco;
• Agentes improvisados (areia, cobertor, tampa de
vasilhame, etc.).
Aparelhos extintores
Os aparelhos extintores são os vasilhames, fabricados
com dispositivos que possibilitam a aplicação do agente
extintor sobre os focos de incêndio. Normalmente,
recebem o nome do agente que neles contém, destinam-
se ao combate imediato de pequenos focos, pois
acondicionam pouco volume de agente extintor para
manterem a condição de fácil transporte. São de grande
utilidade, desde que manejados adequadamente e no
momento certo. O êxito de seu emprego depende dos
seguintes fatores:
a) Distribuição apropriada dos aparelhos pela área a
proteger.
b) Manutenção adequada e eficiente.
c) Pessoal habilitado a manejar os aparelhos na
extinção de incêndios.
74 Caldeiraria Industrial I
Quanto ao tamanho os extintores podem ser:
a) Portáteis
b) Sobre-rodas (carretas)
Caldeiraria Industrial I 75
jato de espuma não sair, revire-o uma ou duas
vezes, para reativar a mistura.
20 min
‘
Desafie os jovens a tentarem explicar, em duplas, como
funcionam e como utilizar os principais equipamentos de
segurança locais. Como, por exemplo, os extintores de
água pressurizável, os extintores de espuma mecânica,
etc. Esse exercício poderá ser corrigido no quadro ou
solicite que os jovens trabalhem no tema e depois
apresentem seus resultados oralmente.
76 Caldeiraria Industrial I
Terceira Aula
Nessa aula serão apresentados as normas e
procedimentos de segurança e prevenção de
acidentes em eletricidade.
30 min
Aparelhos elétricos
Quem trabalha em oficina de caldeiraria está
permanentemente rodeado por máquinas elétricas que
facilitam sua vida e aumentam sua produtividade. Porém,
ao mesmo tempo em que um motor elétrico facilita o
trabalho, pode transformar-se numa oportunidade para
um acidente. É preciso cuidado no uso e manutenção
desses dispositivos elétricos.
Choque elétrico
O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do
sistema nervoso do corpo humano, pela passagem de
uma corrente elétrica. Essa corrente elétrica circulará
pelo corpo da pessoa quando ela tornar-se parte de um
circuito elétrico.
Como efeito direto decorrente do choque elétrico pode-se
ter a morte, a fibrilação do coração, as queimaduras e
contrações violentas dos músculos e, como indiretos, as
quedas, etc.
Grupo 1
Ato inseguro – É a maneira pela qual o trabalhador se
expõe conscientemente ao perigo, isto é, denota o
comportamento inseguro que o trabalhador assume ao
executar uma tarefa. Exemplos:
• Efetuar manutenção de equipamentos
elétricos energizados.
Caldeiraria Industrial I 77
• Verificar se os equipamentos elétricos estão
energizados utilizando-se das mãos.
• Executar as operações com pressa, deixando
de adotar as medidas de segurança cabíveis.
• Deixar de colocar avisos nos equipamentos
elétricos que estiverem sendo reparados.
• Efetuar as operações sem os equipamentos
de proteção individual (EPIs) adequados a
reparos elétricos.
Grupo 2
Condições inseguras – São as falhas, defeitos,
irregularidades técnicas, falta de dispositivos de
segurança, bem como as condições do meio em que o
trabalho é executado. Exemplos:
• Instalações em mau estado de conservação
e/ou isolação.
• Fios espalhados pelo solo.
• Instalações improvisadas.
• Emendas malfeitas.
• Falta de aterramento.
• Condutores de alimentação mal-embutidos ou
mal-isolados.
Grupo 3
Fator pessoal inseguro – Acontece quando pessoas
sem condições físicas ou psicológicas executam tarefas
de reparos, ou até mesmo construção de novos ramais
de ligações. Exemplos:
• Trabalhar com o pensamento voltado para
problemas pessoais.
• Executar tarefas embriagado.
• Executar tarefa incompatível com a
capacidade física.
Curto-circuito
O curto-circuito também é uma causa importante de
acidentes elétricos, ocorre quando a resistência num
ponto da instalação elétrica se reduz momentaneamente
quase a zero, resultando num aumento imediato da
intensidade da corrente elétrica e conseqüentemente no
aquecimento dos condutores.
78 Caldeiraria Industrial I
Embora os fusíveis devessem desligar automaticamente
o circuito elétrico, pela própria ação do calor nos
condutores, esta proteção não é perfeita, pois o tempo
necessário à queima dos fusíveis é suficiente para que se
verifique um acidente. Os curtos-circuitos ocorrem em
virtude de:
• Linhas expostas ao contato de condutores
alheios à rede.
• Falhas no isolamento.
• Contato deficiente ou frouxo nas conexões dos
condutores.
• Ponta descoberta de fio sob tensão.
• Fios cruzados.
• Emprego inadequado de ferramentas
metálicas, como chaves de fenda, alicates,
etc.
• Abertura lenta de interruptores, provocando
um arco entre pólos opostos pela ionização.
• Certos defeitos entre os terminais de motores.
• Umidade.
Sobrecarga
Situação que pode ocasionar acidente elétrico é a
sobrecarga dos condutores. Todos os condutores têm
determinada capacidade de conduzir corrente elétrica,
aquecendo-se excessivamente quando a corrente está
além desse limite. A melhor proteção consiste em instalar
condutores adequados à corrente elétrica a ser
transportada, empregando-se fusíveis ou disjuntores
térmicos, de acordo com a capacidade da instalação.
Contatos defeituosos
Outra situação que pode ocasionar acidente elétrico são
contatos defeituosos. Se dois bons condutores estiverem
mal ligados, a resistência elétrica aumenta no ponto de
junção dos condutores. Esses contatos defeituosos
provêm, geralmente, da perda da capa isolante dos
condutores, da oxidação do fio ou de parafusos de
conexão frouxos. A melhor proteção contra contatos
defeituosos consiste em fazer as ligações com solda
branca.
Caldeiraria Industrial I 79
Prevenção de acidentes elétricos
A seguir são apresentados alguns cuidados que devem
ser tomados nas oficinas – laboratórios, bem como nas
instalações industriais, para se evitar acidentes elétricos:
• Manter as instalações elétricas em bom estado,
para evitar sobrecarga, mau contato e curto-
circuito.
• Não usar tomadas e fios em mau estado ou de
bitola inferior à recomendada.
• Não sobrecarregar as instalações elétricas com
vários equipamentos ao mesmo tempo, pois os
fios esquentam e podem ocasionar um incêndio.
• Use fusíveis de aparelhagem adequada ao
circuito elétrico. Em caso de curto-circuito, os
fusíveis interrompem a energia. Se um fusível
derreter, desligue a chave imediatamente e
procure saber o que houve. Só depois de reparar
o defeito, troque o fusível danificado por outro de
igual origem. Nunca improvise fusíveis com
pedaços de fios, moedas, arames, ou qualquer
objeto estranho.
• Mantenha as ferramentas elétricas limpas e
armazenadas em local adequado, longe de
umidade, produtos químicos, etc. Lembre-se
ordem e limpeza são essenciais para um
ambiente de trabalho seguro e limpo.
• A umidade é um problema para trabalhos com
ferramentas elétricas. Tenha certeza de que o
local está seco e que a umidade não provocará
um curto-circuito.
• Desconecte o cabo de alimentação antes de fazer
qualquer ajuste ou quando a ferramenta não
estiver em uso.
20 min
‘
Solicitar que os jovens, em duplas, listem exemplos de
situações que podem causar acidentes elétricos, como,
por exemplo, curto-circuito, sobrecarga, aquecimentos
dos condutores, etc., usando exemplos estudados em
sala de aula, ou pesquisados em outras fontes, como a
Internet, etc. Posteriormente, propor que as duplas
exponham seus achados ao grande grupo. Indique que
poderão utilizar desenhos, cartazes, apostilas, além dos
conceitos vistos em aula.
80 Caldeiraria Industrial I
Educador, não se esqueça de providenciar o material
necessário a essa atividade (cartazes, catálogos,
revistas, apostilas, canetas, etc.).
Quarta Aula
Nessa aula será realizada uma aula prática na oficina
mecânica para demonstração prática de utilização dos
extintores de incêndio, simulação de saída de
emergência da oficina em caso de incêndio,
desligamento do quadro de cargas elétricas em caso
de curto-circuito e posturas corporais para
determinados tipos de trabalho como levantamento e
deslocamento de peso.
Passo 1 / Orientações
10 min
30 min
Caldeiraria Industrial I 81
Passo 3 / Apresentação de resultados
10 min
82 Caldeiraria Industrial I
3 Operações Básicas de Ajustagem
Objetivos
Conhecer as principais operações básicas de traçagem;
Reconhecer instrumentos de traçagem e seus recursos;
Conhecer as operações de serramento manual, tipos de lâminas e suas
aplicações;
Conhecer operações de desbaste e acabamento com lima, tipos de lima e
movimentos para limagem;
Compreender o controle da planicidade;
Executar montagem de ajuste com folga e com interferência.
Caldeiraria Industrial I 83
84 Caldeiraria Industrial I
Primeira Aula
Nessa aula serão apresentadas as operações básicas
de traçagem.
30 min
Riscador
O riscador é uma vara de aço temperado ou de latão,
conforme a dureza do corpo no qual se risca, afiada
numa extremidade. Quando se risca sobre o Desempeno
Placa de ferro fundido, raspada e
desempeno, unta-se previamente a peça com uma cuidadosamente aplainada, rígida
solução de sulfato de cobre, branco de Espanha ou para livrá-la de qualquer flexão.
galipódio (mistura de cola e branco de Espanha), para Pode repousar sobre pés de ferro
fundido ou pode-se colocá-la
que os traços apareçam mais distintos. A figura 51 simplesmente sobre a mesa
apresenta uma mesa de desempeno para riscador quando for de reduzidas dimensões
industrial de chapas.
Caldeiraria Industrial I 85
Compasso
Para traçar as linhas retas faz-se uso de uma régua,
instrumento que todo mundo conhece; para o traçado das
circunferências utiliza-se o compasso, entre as pontas do
qual se tomam os comprimentos dos raios. Na traçagem
industrial são disponíveis os seguintes tipos de
compasso: comum, comum com setor, espessura
comum, de setor e o compasso duplo, que serve para
tomar as distâncias entre as chapas e os diâmetros
(internos e externos). A figura 2 apresenta um modelo de
compasso.
Esquadro e Transferidor
Como o ângulo reto é de comprimento variável, para o
seu traçado usa-se o esquadro, que pode ser simples, de
0
suporte, em forma de T, de 60 para medir os ângulos
0
das peças hexagonais, de 45 para as peças octogonais,
etc. Para determinar ou medir a grandeza de um ângulo
emprega-se o falso esquadro, instrumento formado por
dois braços retilíneos que podem ser separados um do
outro girando em torno de um eixo fixo.
Usa-se também para determinar o valor dos ângulos o
transferidor, instrumento que consiste num semicírculo de
cobre ou de celulóide e cuja circunferência, que recebe o
nome de limbo, está dividida em 180 graus. O centro da
circunferência está marcado no instrumento; o diâmetro
que passa pelo centro e pelo número zero ou 180 graus é
chamado linha de fé do aparelho. A figura 3 ilustra um
tipo de transferidor industrial.
86 Caldeiraria Industrial I
Fig. 3 – Transferidor industrial
20 min
Caldeiraria Industrial I 87
Segunda Aula
Nessa aula serão apresentados os instrumentos
especiais de traçagem em caldeiraria industrial.
35 min
Compasso de vara
O compasso de vara compõe-se de duas peças ou
suportes com pés intercambiáveis, a um dos quais se
adapta a ponta traçadora, lápis, ponta-seca, tira-linhas,
etc. O suporte vai preso à vara mediante parafusos de
pressão. Num dos suportes ou pés de ponta fixa, se
apóia o compasso; no outro, pode-se deslizar a ponta
traçadora ao longo da vara e fixá-la no ponto conveniente
por meio de um parafuso micrométrico.
Graminho
O graminho serve para verificar as peças feitas, assim
como traçar paralelas, tomar e transportar pontos, traçar
seções, etc. Compreende: um prato perfeitamente
aplainado, que se apóia na mesa de desempeno e no
qual vai fixa e aparafusada uma vara vertical; um cursor,
que se desloca ao longo da vara e é possível fixá-lo por
meio de um parafuso de pressão; e uma ponta de riscar
que desliza no cursor e pode ser fixada com o auxílio de
um parafuso. Existem dois tipos de graminhos: manuais
e de mesa.
Punção de bico
O punção de bico é uma ferramenta parecida com o
punção comum e que serve para tornar mais saliente o
risco obtido com a ponta seca. Os riscos ou sinais
executados com o ponteiro devem ser leves, exceto
quando representarem o centro de furos a serem abertos.
88 Caldeiraria Industrial I
Régua graduada
A régua graduada, o metro articulado e a trena são os
mais simples entre os instrumentos de medida linear. A
régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina
de aço-carbono ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão
gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro
(mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e
suas frações, conforme o sistema inglês. Utiliza-se a
régua graduada nas medições com erro admissível
superior à menor graduação. Normalmente essa
graduação equivale a 0,5 mm ou 1/32".
Calibradores
Os calibradores ou calibre são padrões geométricos que
são utilizados para controlar as dimensões admissíveis
indicadas no projeto. Ou seja, eles são utilizados para
verificar se as dimensões efetivas estão dentro das
tolerâncias especificadas.
Os calibradores de fabricação em geral, apresentam as
dimensões limites em uma única peça. O lado da
dimensão limite mínima é chamado de lado-passa, que é
o lado do calibrador que deve penetrar no furo ou no eixo.
O lado da dimensão limite máxima é chamado de lado-
não-passa (ou lado de refugo), que é o lado do calibrador
que não deve penetrar no furo ou no eixo. A figura 4
apresenta um calibrador de boca.
15 min
Caldeiraria Industrial I 89
utilizar desenhos, cartazes, apostilas, além dos conceitos
vistos em aula.
Terceira Aula
Nessa aula serão apresentadas as operações de
serramento manual.
30 min
Introdução
O serramento ou corte de metais é uma das operações
mais largamente aplicadas, sendo na maioria das vezes a
primeira operação do processo de fabricação,
responsável por dividir a matéria-prima, que é adquirida
em chapas, barras ou tarugos.
Existem diversas formas de se realizar uma operação de
serramento, que dependem das características do
material. Processos que utilizam oxiacetilênio – laser,
plasma, jato d’água (puro ou com abrasivos) são tratados
como processos não convencionais de usinagem, pois
não usam cunha cortante, e não serão abordados. Com
exceção do oxiacetilênio são processos de alto custo e
de aplicação em circunstâncias específicas.
Serramento
O serramento é um processo mecânico de usinagem
destinado ao seccionamento ou recorte com auxílio de
ferramentas multicortantes de pequena espessura. Para
tanto, a ferramenta gira, se desloca ou se mantém
parada.
Serramento retilíneo
O serramento retilíneo é um processo de usinagem no
qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória
retilínea, com movimento alternativo ou contínuo. Quando
o movimento é alternativo, classifica-se o serramento
90 Caldeiraria Industrial I
como retilíneo alternativo. A figura 5 ilustra um
movimento de serramento retilíneo alternativo.
Serramento circular
O serramento circular é um processo de serramento no
qual a ferramenta gira ao redor do seu próprio eixo e a
peça ou a ferramenta se desloca. A figura 7 ilustra um
serramento circular.
Caldeiraria Industrial I 91
Passo 2 / Atividade sugerida
20 min
Quarta Aula
Nessa aula serão apresentadas as principais
características da operação de corte de metais
(serramento manual).
30 min
92 Caldeiraria Industrial I
Fig. 8 – Tesoura reta, tesoura curva, tesoura de bancada e guilhotina
Caldeiraria Industrial I 93
Fig. 10 - Lâminas dentadas para uso em máquinas
20 min
94 Caldeiraria Industrial I
Quinta Aula
Nessa aula serão apresentadas as principais
características das máquinas de serrar.
30 min
Caldeiraria Industrial I 95
Máquinas de serrar circular
A serra circular consiste em um eixo animado de
movimento de rotação sobre o qual gira um disco
dentado. A serra pode ser fixa, e neste caso o movimento
de avanço é realizado com a peça. Em outra situação a
serra é que fornece o movimento de avanço, e nesta
situação a peça é que é fixa. A figura 12 mostra a
aparência geral de uma serra circular além de apresentar
em seu lado esquerdo duas formas de se movimentar a
serra: guia retilínea e braço oscilante.
96 Caldeiraria Industrial I
Fig. 13 – Máquinas para serra de fita: vertical à esquerda e horizontal à direita
20 min
Caldeiraria Industrial I 97
Sexta Aula
Nessa aula serão apresentados os principais tipos de
serras utilizados nas máquinas de serrar.
35 min
Tipos de serras
Como toda ferramenta, a serra deve possuir um
tratamento para aumento de sua resistência e
durabilidade. Têm-se serras totalmente temperadas, que
são indicadas para peças forjadas, ferro fundido, latão e
peças de grandes dimensões. Também são disponíveis
serras com apenas os dentes temperados, que são
indicadas para perfis leves, tipo U, tipo T e tipo L, tubos e
peças vazadas.
Formas de dentes
A forma dos dentes depende do tipo de serra. Em serras
de lâmina e de fita têm-se os dentes travados enquanto
nas serras circulares têm-se dentes chanfrados (postiços
ou não). O travamento dos dentes faz com que a largura
de corte seja maior do que a espessura do corpo da
lâmina, reduzindo o atrito e melhorando o rendimento da
operação. Existe três tipos de travamento. A figura 14
apresenta os três tipos de travamento.
• Travamento alternado – Possui um dente à
direita seguido por um dente à esquerda. Indicado
para materiais como latão, bronze, borracha,
plástico, alumínio, zinco e cobre.
• Travamento ancinho – Possui um dente
alinhado seguido por um dente à direita que por
sua vez é seguido por um dente à esquerda.
Utilizado para cortar aços especiais.
• Travamento ondulado – Possui um dente
alinhado, três dentes à esquerda, um dente
alinhado e três dentes à direita. Em cada
seqüência de três dentes o dente central possui
maior inclinação. Indicado para cortar aços
ferramenta e ferro fundido.
98 Caldeiraria Industrial I
Fig. 14 – Tipos de travamento em serras de lâmina e de fita
Serras em Disco
Nas serras em disco os dentes são chanfrados, e sua
finalidade é a mesma que a do travamento, ou seja,
reduzir o atrito. Pode-se encontrar serras com chanfros
alternados onde um dente possui chanfro do lado
esquerdo e o dente seguinte no lado direito. Outro tipo é
o duplamente chanfrado, que possui este nome por ter
um dente com chanfro nos dois lados após cada par de
dentes com apenas um chanfro. A figura 15 ilustra os
dois tipos de chanframentos citados.
Caldeiraria Industrial I 99
também são chanfrados, mas de forma diferente do
chanframento já apresentado. Neste caso um dente
possui chanfros nos dois lados enquanto o dente
seguinte possui chanfro no topo.
20 min
Sétima Aula
Nessa aula serão apresentadas as ferramentas
especiais e utilizações corretas das serras nas
máquinas de serrar.
30 min
Ferramentas especiais
A serra-copo é um acessório de furadeira que permite
obter furos de grande diâmetro em tempo reduzido. É
Figura 17 – Serra-copo
Material Lubrificante
Aço, latão e cobre Água com óleo solúvel
Alumínio Querosene
Ferro fundido e bronze a seco
Tabela 2 – Refrigerantes mais adequados
Óculos de
Impactos de partículas sólidas
segurança
Proteção visual e quentes ou frias, de substâncias
Protetores faciais
facial nocivas (poeiras, líquidos, vapores e
Máscaras e
gases irritantes).
escudos.
Proteção de
Luvas de couro –
membros superiores Golpes, cortes, abrasão.
vaqueta e raspa.
20 min
Oitava Aula
Nessa aula serão apresentadas as operações de
desbaste e acabamento com lima.
50 min
Processo de limagem
Processo mecânico de desbaste, destinado à obtenção
de superfícies quaisquer, com auxílio de ferramentas
multicortantes de movimento constante ou alternativo
denominadas lima.
Lima
O primeiro registro que se tem da utilização de limas pelo
homem está na Bíblia e remonta ao ano 1090 a.C. As
limas teriam sido utilizadas para a afiação de variadas
ferramentas primitivas.
As limas atuais evoluíram de uma simples pedra para
desbaste para limas primitivas com dentes picados em
ângulo reto por meio de máquinas rudimentares de picar.
Essas primeiras máquinas de picar limas surgiram a partir
Tipos de lima
A lima é uma ferramenta composta de aço temperado
que tem por finalidade tirar, por desbaste, da superfície
das peças certa quantidade de matéria incrustada sob a
forma de leves partículas. Em caldeiraria emprega-se a
lima para desbaste e acabamento de peças brutas de
forja, assim como para a afiação de ferramentas.
No mercado estão disponíveis diversos tipos de limas de
desbaste. Podendo ser retilínea ou circular, com
movimento manual ou automático. A seguir são
apresentados diversos tipos de lima disponíveis nas
indústrias:
• Lima cilíndrica rotativa com corte no corpo;
• Lima chata bastarda;
• Lima chata murça;
• Lima cana bastarda;
• Lima triângulo para serrote.
Tipos de corte
O trabalho a ser executado, de desbaste ou acabamento,
determinará o tipo de dente e de corte para cada
aplicação. As limas tipo bastarda são ideais para
remoção mais agressiva de material e as limas tipo
murça são utilizadas para acabamento final. A figura 23
ilustra o picado das linhas bastarda e murça.
Tipos de dentes
Classifica-se o picado das limas, com referência às
características dos dentes em: simples, duplo e grosso.
Corte simples
Os dentes são diagonais paralelos. As limas de corte
simples são usadas para afiar facas, tesouras, serras,
Corte duplo
Dois grupos de dentes diagonais. O segundo grupo de
dentes é picado na direção diagonal oposta e sobre o
primeiro grupo de dentes. As limas de corte duplo são
usadas com pressão maior do que as de corte simples
com a finalidade de desbastar o material. A figura 25
apresenta uma lima para corte duplo.
Lima grossa
A grosa apresenta uma série de dentes individuais
formando um corte agressivo que é usado principalmente
em madeiras, cascos de animais, alumínio e chumbo. A
figura 26 apresenta uma lima grossa.
Modo de segurar
Quando a lima for utilizada com as duas mãos o cabo
deve ficar acomodado na palma da mão, mais próximo da
base do dedo mínimo. O polegar deve segurar o cabo em
posição paralela ao comprimento deste. Na outra mão, a
ponta da lima deve ficar presa entre o polegar e os dedos
indicador e médio. A figura 27 ilustra a maneira correta de
segurar na lima com as duas mãos.
Nona Aula
Nesta aula serão apresentados os procedimentos
para controle de planicidade e montagem de ajuste
com folga e com interferência.
30 min
Planicidade
Planicidade é a condição pela qual toda superfície deve
estar limitada pela zona de tolerância “t”, compreendida
entre dois planos paralelos, distantes de “t”. A figura 29
apresenta um exemplo de tolerância de planicidade.
Controle de planicidade
O relógio comparador é o instrumento de medição mais
versátil que se usa na indústria para o controle de
planicidade. Seu corpo monobloco permite a sua fixação
em diversas posições. A figura 31 apresenta algumas
aplicações de um relógio comparador, que pode ser
Conceito de ajuste
Ajuste é o modo de se conjugar duas peças introduzidas
uma na outra. Através do ajuste pode-se assegurar que
as peças acopladas terão movimento relativo entre si ou
estarão firmemente unidas. A seguir são apresentadas
algumas terminologias de ajuste:
• Superfície de ajuste – Toda superfície de contato
entre peças acopladas, sejam elas fixas ou
móveis.
• Ajuste cilíndrico – Ajuste entre superfícies de
ajustes cilíndricas circulares. Por exemplo, aro
interno do rolamento com o eixo correspondente.
• Ajuste plano – Ajuste entre pares de superfícies
de ajustes planas. Por exemplo, ajustes entre as
guias prismáticas de uma máquina-ferramenta.
• Ajuste cônico – Ajuste entre superfícies de
ajustes cônicas circulares. Por exemplo, pinos
cônicos de centragem entre duas peças.
Componentes do ajuste
São os componentes ou peças destinadas ao ajuste,
podem ser vistos na figura 32 e são descritos a seguir:
Conceito de folga
Folga (ou jogo) é a diferença, em um acoplamento, entre
as dimensões do furo e do eixo, quando o eixo é menor
que o furo. A seguir são apresentadas algumas
terminologias de folga:
• Folga máxima – É a diferença entre as
dimensões máxima do furo e mínima do eixo,
figura 34, quando o eixo é menor que o furo. Ou
seja, Fmáx= Dmáx - dmin . Através desta equação Fmáx
será sempre positiva.
• Folga mínima – É a diferença entre as dimensões
mínima do furo e máxima do eixo, figura 84,
quando o eixo é menor que o furo. Ou seja, Fmin=
Conceito de interferência
É a diferença, em um acoplamento, entre as dimensões
do furo e do eixo, quando o eixo é maior que o furo. A
seguir são apresentadas algumas terminologias de
interferência:
• Interferência máxima – É a diferença entre as
dimensões mínima do furo e máxima do eixo,
figura 35 , quando o eixo é maior que o furo. Ou
seja, Imáx= Dmin - dmáx. Através desta equação,
Imáx será sempre negativa.
l l l
c) Ajuste com interferência: tAJ = Imáx - Imin l
l
d) Ajuste incerto: tAJ = Fmáx + Imáx l
O ajuste em função da interferência pode ser definido
como o comportamento de um eixo em um furo, ambos
com a mesma dimensão nominal. No acoplamento
sempre haverá ajuste, caracterizado pela folga ou
interferência presente. Em um ajuste o furo e o eixo terão
sempre o mesmo diâmetro nominal. Dependendo das
variações dimensionais entre as peças que se acoplam
pode-se ter os seguintes tipos de ajustes:
20 min
Décima Aula
Nessa aula será realizada uma aula prática na oficina
mecânica para demonstração prática de operações de
serramento manual.
10 min
30 min
10 min
10 min
20 min
10 min
Objetivos
30 min
Perfuração
A perfuração em caldeiraria é a operação que consiste
em praticar os furos indicados no traçado de chapas e
assinalados ou não com o punção de bico. Esses furos
Cavilhas
são destinados geralmente à união de duas peças, seja Peça de fixação que serve para
por meio de cavilhas ou com rebites devem ser manter juntas as peças, as
perfeitamente cilíndricas e devem ter sempre um estruturas de alvenaria, etc. Tem
formato cilíndrico-cônico, com uma
diâmetro um pouco superior ao da cavilha, a fim de cabeça numa das extremidades e
permitir seu perfeito ajustamento. uma abertura na outra, onde se
encaixa a chaveta
20 min
30 min
Alargamento
O alargamento é um processo mecânico destinado ao
desbaste ou ao acabamento de furos cilíndricos ou
cônicos, com auxílio de ferramenta normalmente
multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça gira e a
ferramenta ou a peça se desloca segundo uma trajetória
retilínea, coincidente ou paralela ao eixo de rotação da
ferramenta. O alargamento pode ser:
Rebaixamento
O rebaixamento é um processo mecânico de usinagem
destinado à obtenção de uma forma qualquer na
extremidade de um furo. Nesse processo, geralmente, a
ferramenta gira e desloca-se simultaneamente segundo
uma trajetória retilínea, coincidente com o eixo de rotação
da ferramenta. A figura 8 ilustra alguns tipos de
rebaixamentos.
20 min
Terceira Aula
Nessa aula serão apresentados os componentes de
uma máquina de furar.
35 min
20 min
35 min
Brocas
As brocas são as ferramentas de abertura de furos.
Possuem de 2 até 4 arestas de corte e sulcos helicoidais
por onde corre o cavaco. O ângulo da ponta varia de 90º
a 150º de acordo com a dureza do material a furar, sendo
o ângulo de 120º o mais comum de se encontrar. Os
elementos de uma broca estão destacados na figura 12.
Tipos de brocas
As características de uma broca, além de sua forma, são:
dimensão, material e os ângulos (de hélice, de folga e de
ponta). O ângulo de hélice auxilia no desprendimento do
cavaco. Deve ser determinado de acordo com o material
a ser usinado. Quanto mais duro o material menor deve
ser o ângulo.
O ângulo de incidência ou ângulo de folga tem a função
de reduzir o atrito entre a broca e a peça e facilitar sua
penetração no material, variando entre 6º e 15º. Este
ângulo também deve ser determinado de acordo com o
material da peça a ser furada. Quanto mais duro o
material menor deve ser o ângulo de incidência.
O ângulo de ponta corresponde ao ângulo formado pelas
arestas de corte da broca, que devem ter o mesmo
comprimento. Este ângulo também é determinado pela
dureza do material que será usinado.
Fluidos de corte
Quanto maior é a velocidade de corte, maior é o atrito
peça-ferramenta-cavaco, o que libera ainda mais calor.
Isso tende a prejudicar a qualidade do trabalho, diminui a
vida útil da ferramenta, ocasionando a oxidação de sua
superfície e a da superfície do material usinado. A partir
disso, desenvolveram-se materiais agentes da melhoria
da usinagem, sendo genericamente denominados de
fluidos de corte.
20 min
Quinta Aula
Nessa aula serão apresentados a fixação de peças e o
cálculo da velocidade de corte.
35 min
Fixação da ferramenta
Normalmente na extremidade inferior da árvore de
trabalho há um furo cônico (cone Morse ou ISO), que é
uma das características importantes da máquina. Neste
cone pode-se fixar diretamente ferramentas de haste
cônica ou um mandril universal tipo Jacobs, como o
mostrado na figura 19, para fixação de ferramentas de
haste cilíndrica.
D × PI × RPM
V =
1000
Onde:
20 min
Sexta Aula
Nessa aula, será realizada uma aula prática na oficina
mecânica para demonstração prática de operações de
furação e escareamento com furadeira.
Passo 1 / Orientações
10 min
30 min
10 min
Sétima Aula
Nessa aula será realizada uma aula prática na oficina
mecânica para demonstração prática de operações de
alargamento e rebaixamento com furadeira.
Passo 1 / Orientação
10 min
30 min
10 min
Oitava Aula
Nessa aula serão apresentadas as operações e
procedimentos de rosqueamento manual interno.
30 min
Operação de rosquear
O rosqueamento é um processo mecânico de usinagem
destinado à obtenção de filetes, por meio da abertura de
um ou vários sulcos helicoidais de passo uniforme, em
superfícies cilíndricas ou cônicas de revolução. Para
Rosqueamento externo
Processo de rosqueamento executado em superfícies
externas cilíndricas ou cônicas de revolução. A figura 23
apresenta uma rosca externa, feita com fresa de perfil
único.
α = ângulo da hélice
hélice = hipotenusa
P
Ângulo da hélice = tgα =
D2 × π
P(paso) = tgα × D 2 × π
Rosca triangular
É a mais comum. Utilizada em parafusos e porcas de
fixação, uniões e tubos. A figura 25 apresenta uma rosca
triangular.
Rosca redonda
Empregada em parafusos de grandes diâmetros e que
devem suportar grandes esforços, geralmente em
componentes ferroviários. É empregada também em
lâmpadas e fusíveis pela facilidade na estampagem. A
figura 27 apresenta uma rosca redonda.
Dente de serra
Usada quando a força de solicitação é muito grande em
um só sentido (morsas, macacos, pinças para tornos e
fresadoras). A figura 28 apresenta uma rosca dente de
serra.
Quadrada
Quase em desuso, mas ainda utilizado em parafusos e
peças sujeitas a choques e grandes esforços (morsas). A
figura 29 apresenta uma rosca quadrada.
20 min
Nona Aula
Nessa aula, serão apresentadas as ferramentas e
acessórios para abrir rosca interna.
30 min
Acessórios de rosqueamento
Normalmente a operação de abertura de roscas em
oficinas de Caldeiraria é realizada manualmente com
ferramentas denominadas machos e com auxílio de um
desandador. Mas também pode-se abrir roscas com
auxílio de máquinas como furadeiras. Neste caso é
importante que a máquina possua reversão de
movimento para retirada da ferramenta e avanço
sincronizado com o giro (passo da rosca). A seguir são
apresentados alguns tipos de machos, tipo do seu canal
e a aplicação.
Sem canal
Macho laminador de rosca trabalha sem cavaco, pois faz
a rosca por conformação. È utilizado em materiais que se
deformam plasticamente. A figura 36 apresenta um
macho sem canal.
20 min
35 min
20 min
35 min
Medição do passo
Na medição do passo de roscas é possível usar dois
procedimentos diferentes:
• Medição sobre um flanco
• Medição sobre dois flancos vizinhos, ou seja,
medição entre "cristas da rosca"
20 min
Passo 1 / Orientações
35 min
30 min
10 min
Avaliação Teórica
2 O que é aço?
17 O que é um riscador?
24 O que é planicidade?
1 Define-se o ferro fundido como uma liga de ferro-carbono que contém de 2,5% a 5%
de carbono. Compõe-se, na sua maior parte, de ferro, pequena quantidade de carbono
e quantidades também pequenas de manganês, silício, enxofre e fósforo.
2 O aço é uma liga de ferro e carbono na qual a quantidade de carbono varia de 0,05%
a 1,7%. O aço é o mais importante dos materiais metálicos usualmente empregados
nas oficinas de caldeiraria.
7 O ângulo agudo é aquele que é menor do que 90 (graus). O ângulo obtuso entende-
0
0
se por aquele que é maior que 90 (graus) e o ângulo reto é aquele que é igual a
0
90 (graus), ou seja, quando uma linha reta vertical encontra outra horizontal e forma
com esta dois ângulos adjacentes iguais, cada um deles recebe o nome de ângulo
reto, enquanto a linha vertical em questão recebe o nome de linha perpendicular.
8 O triângulo é o mais simples dos polígonos. É formado por três linhas retas que se
cortam em três pontos, chamados vértices e limitadas na sua interseção. Como dois
lados formam em cada vértice um ângulo, o triângulo possui três lados e três ângulos.
O quadrilátero apresenta quatro lados, quatro ângulos e quatro vértices. De acordo
com sua forma, o quadrilátero pode ser quadrado, retângulo, paralelogramo, losango e
trapézio.
10 O cubo é um sólido ou figura limitada por seis quadrados iguais. O prisma é um sólido
ou figura plana limitada por seis paralelogramos com os planos opostos, aos quais se
dá o nome de bases, iguais e paralelos. A pirâmide é um sólido ou figura limitada por
planos, um dos quais pode ser um polígono qualquer, sendo os demais triângulos com
15 Deve ser aplicado em incêndios classe “B” (óleos, gasolinas, tintas e graxas).
18 Um punção de bico é uma ferramenta parecida com o punção comum e que serve
para tornar mais saliente o risco obtido com a ponta seca.
23 As limas tipo bastarda são ideais para remoção mais agressiva de material e as limas
tipo murça são utilizadas para acabamento final.
24 Planicidade é a condição pela qual toda superfície deve estar limitada pela zona de
tolerância “t”, compreendida entre dois planos paralelos, distantes de “t”.
D × PI × RPM
V =
1000
Onde:
Calandra
Conjunto de cilindros destinados a curvar ou desempenar chapas de metal.
Calandrar
Encurvar ou desempenar chapas de metal fazendo-as passar na calandra.
Calibrar
Significa comparar a medição aferida no instrumento com um padrão pré-definido.
Carbetos
Também conhecidos como carburetos são compostos inorgânicos binários que
contêm carbono.
Cavilha
Peça de fixação que serve para manter juntas as peças de madeira, as estruturas de
alvenaria, etc. Tem formato cilíndrico-cônico, com uma cabeça numa das
extremidades e uma abertura na outra, onde se encaixa a chaveta.
Cementação
Tratamento termoquímico de endurecimento superficial, baseado na introdução de
carbono na superfície. O processo é realizado com a exposição do aço em uma
atmosfera rica em carbono livre.
Croqui
Palavra francesa eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como
esboço ou rascunho, costuma se caracterizar como um desenho rápido.
Cutelaria
Embora inicialmente referindo-se apenas às facas, ao longo do tempo a atividade da
Cutelaria foi ampliada e hoje nela incluem-se a produção de tesouras, navalhas,
garfos, colheres, etc.
Desempenar
Muitas vezes as chapas apresentam empenos devido ao transporte ou
armazenamento. Para desempenar as chapas, elas são passadas nos rolos de
desempeno ou pode ser adotado o desempeno a quente, em que, aproveitada a
característica das chapas empenarem a alta temperatura, faz-se então a aplicação de
calor com maçaricos em determinados padrões.
Desempeno
Placa de ferro fundido, raspada e cuidadosamente aplainada, rígida para livrá-la de
qualquer flexão. Pode repousar sobre pés de ferro fundido ou pode-se colocá-la
simplesmente sobre a mesa quando for de reduzidas dimensões.
Ensaio de impacto
Se caracteriza por submeter o corpo ensaiado a uma força brusca e repentina, que
deve rompê-lo.
Ensaio de tração
Consiste em submeter um material sob a forma de um corpo de prova a um esforço
que tende a alongá-lo ou esticá-lo até à ruptura.
Escarear
Aumentar as dimensões de um buraco ou abertura em que se vai introduzir prego ou
parafuso, a fim de que estes fiquem no mesmo nível da peça em que se encravam.
Esmeril
Pedra usada para polir metais, pedras preciosas ou semipreciosas e lentes ópticas.
Esmerilhar
O mesmo que esmerilar: polir com esmeril. Tornar uma superfície lisa, tratando-a com
esmeril.
Exotérmico
Processo que ocorre com liberação de calor.
Gusa
É o produto imediato da fundição do minério de ferro com carvão e calcário num alto
forno. A gusa normalmente contém até 5% de carbono, o que faz com que seja um
material quebradiço e sem grande uso direto.
Mancais
São elementos indispensáveis em sistemas onde haja movimento relativo entre partes.
Os mancais podem ser deslizantes ou de rolamento. Um mancal bem dimensionado
garante vida longa aos mecanismos evitando desgastes e até mesmo quebra de
peças, garantindo maior eficiência elétrica e mecânica do sistema devido à
minimização do atrito entre as partes.
Metalóide
Juntamente com os metais e não-metais, os metalóides (ou semimetais) formam uma
das três categorias de elementos químicos como classificado por propriedades de
ionização e ligação. Têm as propriedades intermediárias entre aquelas dos metais e
dos não-metais.
Nitretos
Compostos inorgânicos que apresentam como elemento com carga negativa o
nitrogênio, geralmente ligado a metais.
Nitretação
É uma técnica muito utilizada no endurecimento superficial de aços. O nitrogênio se
difunde na superfície das peças e o hidrogênio é exaurido pela saída de gás.
Óxidos
Composto químico binário formado por átomos de oxigênio com outros elementos.
Pontear
É uma prática muito utilizada quando se deseja fixar parte de componentes,
normalmente para executar uma soldagem posterior.
Rebites
Peça de aço ou alumínio que possui geometria tubular e oca, que pode ser obtida
através de chapas de metal soldadas, pelo processo de extrusão do metal ou pelo
processo de estampagem de chapas.
Revenido
É um tratamento posterior à têmpera, que consiste em elevar a temperatura até certo
nível e manter por algum tempo.
Ruptura
Falha mecânica que é acompanhada por uma deformação plástica significativa;
freqüentemente associada com uma falha por fluência.
Soldar
É um processo que visa a união localizada de materiais, similares ou não, de forma
permanente, baseada na ação de forças em escala atômica semelhantes às existentes
no interior do material e é a forma mais importante de união permanente de peças
usada industrialmente.
Tensão Cisalhante
É a tensão aplicada com o objetivo de causar ou fazer causar o deslizamento de duas
partes adjacentes de um mesmo corpo uma em relação à outra, em uma direção
paralela ao seu plano de contato.
Usinar
Dar forma à matéria-prima, numa operação mecânica, submetendo uma peça bruta à
ação de uma máquinas-ferramenta.
ABNT. NBR 6393 Paquímetro com leitura de 0,1 e 0,05 mm. 1980.
CAMARA, Deusdedit; PIRES, Romeu; SALLES, Silvio de Toledo. Tecnologia
Mecânica. São Paulo: EDART, 1968.
INMETRO. Sistema Internacional de Unidades. Rio de Janeiro: Duque de Caxias,
1984.
MITUTOYO DO BRASIL. Catálogo Técnico.1989.
NAVES, Helio; SOBRINHO, Herculano Leonardo; MATTA, Leolino de Souza; TIANI,
Nicolino; RIBEIRO, Sergio; CAMARA Deusdedit; SALLES, Silvio de Toledo. Ajustador
– 1.a fase. São Paulo: EDART, 1968.
NAVES, Helio; SOBRINHO, Herculano Leonardo; MATTA, Leolino de Souza; TIANI,
Nicolino; RIBEIRO, Sergio; CAMARA Deusdedit; SALLES, Silvio de Toledo. Torneiro
Mecânico. São Paulo: EDART, 1968.
PROVENZA, Francesco. Materiais para Construções Mecânicas. São Paulo: PRO-
TEC: Centro Escolar e Editorial.
SENAI-RS. Informações técnicas-mecânica. 10.ed. rev. e ampl. Porto Alegre, CEP
SENAI de Artes Gráficas “ Henrique d’ávila Bertão”, 1996.
3 O relatório deve ser entregue na próxima aula, ou quando for o caso no dia da
apresentação dos seminários.
4 A preparação dos seminários será uma atividade extraclasse.
5 Quanto à apresentação do seminário, o tempo estipulado deverá ser respeitado para
que todos possam apresentar o seu relatório.
6 Não esqueça de informar, caso necessite de algum equipamento para a sua
apresentação.
7 No momento da apresentação, procure ter uma postura técnica, como se você fosse
funcionário da empresa e estivesse apresentando o trabalho para sua chefia e demais
colegas.