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DESENHO TÉCNICO
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
1. Material utilizado pelo desenhista na confecção do desenho técnico............... 03
CAPÍTULO II
2. Desenho geométrico........................................................................................... 05
CAPÍTULO III
3. Desenho técnico ................................................................................................. 15
CAPÍTULO IV
4. Formatos de papel, margens, legendas e dobraduras....................................... 19
CAPÍTULO V
5. Caligrafia técnica................................................................................................. 23
CAPÍTULO VI
6. Aplicação e tipos de linha.................................................................................... 25
CAPÍTULO VII
7. Cotagem.............................................................................................................. 27
CAPÍTULO VIII
8. Escalas................................................................................................................ 39
CAPÍTULO IX
9. Projeções............................................................................................................. 41
CAPÍTULO X
10. Perspectivas...................................................................................................... 51
CAPÍTULO XI
11. Noções de Cortes e Hachuras.......................................................................... 55
CAPÍTULO XII
12. Introdução ao Desenho de Arquitetura............................................................ 58
Fontes de pesquisa............................................................................................... 70
Capítulo I
1. Material utilizado pelo desenhista na confecção do desenho técnico
1.1. Prancheta – é um tipo de mesa apropriada para apoiar a folha de papel que será
utilizada para a execução de desenhos, conforme modelo do laboratório de desenho.
Fig. 1. Escalímetro.
Fonte: www.casaprojetista.com.br
1.3. Par de esquadros – é composto por dois esquadros, que são réguas em forma de
triângulo, preferencialmente sem graduação. Sendo que um dos esquadros forma um
triângulo com um ângulo reto, um ângulo de 30o e um ângulo de 600. E o outro forma um
triângulo com um ângulo reto e dois ângulos de 45o. São utilizados para auxiliar na traçagem
de retas e diversos ângulos. A figura 2 ilustra o uso dos esquadros para traçar em ângulo
de 45 o, já a figura 3 mostra a aplicação do par de esquadros na construção retas paralelas.
Fig. 2. Fig. 3.
Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
1.5. Lápis ou lapiseira – é um instrumento utilizado pelo desenhista para traçar linhas.
As especificações deste variam de acordo com a espessura ou dureza da grafite. Sendo que
os lápis ou grafites pode ser da série “B” (exemplo: “B”, “2B”), estes são mais macios do que
os da série “H” e produzem traços mais largos. Já os da série “H” (exemplo: “H”, “2H”) são
de maior dureza e produzem traços mais estreitos. Os intermediários são os da série “HB” e
“F”. A escolha da grafite depende da habilidade e experiência do desenhista, de acordo com
o tipo de traço e acabamento desejado no desenho. A espessura da grafite para lapiseira
deve ser também escolhida em função de seu uso, 0,5 ou 0,3 para traços estreitos e 0,7 ou
0,9 para traços largos;
1.7. Papel – a escolha do papel varia com o tipo de desenho a executar, para o
desenho técnico é em geral liso, branco e opaco, sendo também utilizados papéis
milimetrados, quadriculados e reticulados, para traçados executados à mão livre (esboços);
As recomendações são para que seja possível executar o desenho de forma técnica e assim
produzir um trabalho de boa qualidade. A seguir serão descritas algumas recomendações:
a) O material de desenho deve estar sempre limpo.
b) Verificar as condições dos materiais que serão utilizados na confecção do desenho para
saber se estes estão em bom estado de conservação para o uso, e do papel antes do início
do desenho, para saber se atende ou não as recomendações técnicas para executá-lo.
c) Estabelecer uma distribuição organizada do material de desenho sobre a prancheta
para facilitar a utilização dos mesmos.
d) A prancheta onde será executado o desenho deve ficar em um espaço o mais livre
possível, visando facilitar o deslocamento da desenhista em todas as posições em redor da
mesma.
e) Cuidar da limpeza dos materiais utilizados para desenhar, do papel e da prancheta de
desenho. É importante lembrar que durante a execução do desenho, deverão ser retiradas
as partículas de borracha de sobre o papel e da prancheta e ainda, apontar a grafite em
lugar próprio e afastado da prancheta.
f) Fixar a folha do papel sobre a mesa, com fita adesiva, tendo o cuidado para que a fita
adesiva não invada as margens da folha onde será confeccionado o desenho.
g) Usar a aresta superior da régua paralela ou “T” para apoiar os instrumentos que
servirão de auxilio na confecção do desenho.
h) Usar o escalímetro (escala triangular) para orientar nas marcações das medidas, tendo
o cuidado de não usá-lo para realizar o traçado do desenho.
i) Proteger a parte concluída do desenho para não sujar.
j) Não apoiar objetos sobre o desenho, afim de não danificá-lo ou sujá-lo.
k) Retirar a fita adesiva que prende o papel à prancheta com cuidado.
l) Limpar a mesa ao terminar o trabalho.
Capítulo II
2. Desenho geométrico
O estudo de Desenho Geométrico terá como objetivo dar conhecimentos básicos para
aplicações posteriores nas projeções de peças e conjuntos mecânicos, além de
proporcionar uma revisão da geometria plana e desenvolver habilidades no manuseio dos
materiais de desenho.
2.1.1. Ponto – Tomemos por base que a geometria é a ciência da extensão. O espaço é
extenso, sem interrupção e sem limite. Um lugar concebido sem extensão no espaço
chama-se Ponto. O ponto não tem dimensão. Para fazer sua representação utilizamos
pontos gráficos ou intersecção de duas linhas e denominamos com uma letra maiúscula do
alfabeto português, tendo como um exemplo os pontos A e B da figura 5 abaixo.
A
B
Fig. 5.
a
b
Fig. 6. Representação da linha reta a e da linha curva b
2.2.1. Posição absoluta de uma reta: uma reta pode estar somente em uma posição. Ela
pode estar na posição horizontal, vertical ou inclinada, como mostra a figura 8.
Fig. 8.
b=a
a b
b
Fig. 10. Retas perpendiculares
A B
Fig. 11. Segmento de reta
2.3.2. Semi-reta – se agora tomarmos um ponto A qualquer de uma reta t ela ficará
dividida em duas partes chamadas semi-retas. O ponto A marcado é denominado origem
das semi-retas. Seguindo o sentido da esquerda para direita, a semi-reta com origem em A
passa por um ponto B qualquer, tendo como notação AB e representação na figura 12 a
seguir.
A B t
Figura 12. Semi-reta AB
2.4. Ângulos
2.4.1. Vértice - é um elemento do ângulo, ponto, cuja denominação será dada com uma
letra maiúscula do alfabeto português (A), como ilustrado na figura 13.
2.4.2. Lados - Os lados são formados por duas semi-retas de mesma origem (vértice) e
não colineares, sendo que a abertura formada entre esses dois os lados é denominada
abertura do ângulo que é o valor do ângulo, sendo representado por letras minúsculas do
alfabeto grego ( a ), como mostrado na figura 13.
A
Fig. 13. Ângulo
2.5. Bissetriz de um ângulo – é uma semi-reta com origem no vértice do ângulo e que
divide-o em dois ângulos congruentes, ou seja, de mesma medida, conforme figura 14.
Quando uma poligonal é fechada, ela passa a ser denominada polígono, portanto, dizemos
que um polígono é uma figura geométrica plana, cujo contorno é fechado por segmentos de
reta, que são os seus lados.
A figura 15 mostra figuras formadas a partir de linhas poligonais, ou seja, os lados das
figuras são segmentos de reta, portanto, são exemplos de polígonos. Na figura 16, as
figuras são fechadas por linhas curvas em seu todo ou em parte, o que caracteriza essas
figuras como não poligonais.
NÚMERO
DE LADOS CLASSIFICAÇÃO
03 TRIÂNGULO
04 QUADRILÁTERO
05 PENTÁGONO
06 HEXÁGONO
07 HEPTÁGONO
08 OCTÓGONO
09 ENEÁGONO
10 DECÁGONO
11 UNDECÁGONO
12 DODECÁGONO
15 PENTADECÁGONO
20 ICOSÁGONO
Tabela 1.
2.6.2. Triângulos
Triângulo é uma figura geométrica classificada como o polígono com menor número de
lados e ângulos, formada três lados e três ângulos. Possui características específicas e
podem ser classificados quanto à abertura dos ângulos e quanto ao tamanho dos lados.
a) Triângulo retângulo: quando um dos ângulos internos for igual a 90º (figura 21).
b) Triângulo acutângulo: é o triângulo que possui todos os ângulos internos menores que
90º (figura 22).
c) Triângulo obtusângulo: é o triângulo que possui um dos seus ângulos internos maior
do que 90º (figura 23).
a) Triângulo isósceles: é o triângulo que possui dois dos seus lados iguais, como ilustra a
figura 21;
b) Triângulo eqüilátero: é o triângulo que possui os lados iguais, como ilustra a figura 22;
c) Triângulo escaleno: é o triângulo que possui todos os lados diferentes como ilustra a
figura 23.
2.6.3. Quadriláteros
Quadriláteros são figuras geométricas denominadas polígonos (estudados anteriormente),
que possuem quatro lados. Por suas características singulares, assim como os triângulos,
os quadriláteros se dividem em duas grandes famílias: os paralelogramos e os trapézios,
onde as particularidades de cada trapézio são determinadas basicamente em função das
medidas de seus lados e dos seus ângulos.
2.6.3.1. Paralelogramos - São quadriláteros que possuem dois pares de lados paralelos,
exemplificamos na figura 24 a família dos paralelogramos, que é composta pelo quadrado,
retângulo, losango e rombóide.
Figura. 25.
São entes geométricos formados apenas por linhas curvas fechadas, gerando a partir deles
outros entes geométricos que complementam todo um conjunto de figuras geradoras de
traçagens específicas das diversas engenharias. Para entendermos melhor, detalharemos a
seguir os conceitos e elementos da circunferência e do círculo.
2.7.1. Circunferência - é uma linha curva uniforme fechada (traçada com um compasso),
cujos pontos são eqüidistantes do centro. Possui os seguintes elementos, ilustrados na
figura 26:
Fig. 26.
2.7.2. Círculo - é o conjunto formado por uma circunferência e todos os seus pontos
internos. Na figura 28 exemplificamos a representação gráfica de uma circunferência e de
um círculo. Utilizamos a comparação objetivando mostrar a diferença em termos de
traçado, pois a circunferência é apenas uma linha curva uniforme fechada, enquanto que o
círculo, por compreender também todos os pontos internos contidos na circunferência, gera
uma superfície, representada pelo preenchimento da figura.
Fig. 28.
2.8. Concordâncias
Como já vimos até aqui, são diversos os traçados que originam inúmeras formas diferentes.
Se possuímos linhas curvas e retas, figuras poligonais e circulares, figuras regulares e
irregulares, para a elaboração de desenhos geométricos e técnicos que envolvam todos
estes traçados, formando um conjunto denominado projeto técnico, surge a necessidade da
transição entre um traçado e outro, entre uma linha curva e uma linha reta, sem deixar
vértices (quinas), eliminando-se a angulosidade.
Para executarmos traçados que atendam às necessidades citadas no parágrafo acima,
utilizamos o recurso de concordância entre as figuras geométricas, exemplificados a partir
dos casos de concordância abaixo.
Fig. 29.
2º caso: Circunferência tangente a duas retas quando o ângulo formado entre as retas for
reto (fig. 30).
Fig. 30.
Fig. 31.
Capítulo III
3. Desenho Técnico
3.1. Definição
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura.
Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas
normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica
universal da engenharia e da arquitetura.
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da
linguagem gráfica do desenho técnico exigem treinamento específico, porque são utilizadas
figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.
Fig. 34.
É um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção mental das formas
espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma
espacial sem estar vendo o objeto.
Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de
um determinado carro, da sua casa etc.
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem
estar vendo fisicamente os objetos.
Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade
para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.
A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser
desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados.
2. Com instrumental – desenhos elaborados com instrumental apropriado (ver capítulo II), a
partir de esboços.
Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar
seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de
normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.
As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer
códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores, engenheiros,
empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em
todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, fundada em 1940.
Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o intercâmbio de
produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada
país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização Internacional de Normalização
(International Organization for Standardization – ISO).
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os
países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT,
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial) como normas brasileiras -NBR e estão em consonância com as normas
internacionais aprovadas pela ISO.
Observação importante
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à
execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico, bem como
manterá o profissional sempre atualizado em relação às revisões feitas nas referidas
normas, a substituição de normas e também quanto ao cancelamento de normas sem
substituição.
Capítulo IV
4. Formatos de Papel, Margens, Legenda e Dobraduras
Os tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado
no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação.
Os Formatos da série “A” seguem as seguintes dimensões em milímetros, apresentados na
tabela 2.
MARGEM (mm)
ESPESSURA
COMPRIMENTO
FORMATO DIMENSÕES DAS LINHAS DA
ESQUER- OUTRAS DA LEGENDA
(mm) MARGEM
DA (mm)
A0 841 X 1189 25 10 175 1,4
A1 594 X 841 25 10 175 1,0
A2 420 X 594 25 7 178 0,7
A3 297 X 420 25 7 (5) 178 (180) 0,5
A4 210 X 297 25 7 (5) 178 (180) 0,5
Tabela 2.
Os formatos da série “A” têm como base o formato A0, cujas dimensões guardam entre si a
mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal, e que corresponde
a um retângulo de área igual a 1 m², conforme mostra a figura 37 abaixo.
Fig. 37.
Havendo necessidade de utilizar formatos fora dos padrões mostrados na tabela acima, é
recomendada a utilização de folhas com dimensões de comprimentos ou larguras
correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões.
A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem,
título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, como veremos
no próximo item.
A legenda ou rótulo é o espaço no papel que utilizamos para identificarmos o projeto, que é
um conjunto de desenhos mais as informações complementares. Comparamos a legenda ou
rótulo a uma ficha de identificação do trabalho, é a sua identidade.
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da
largura da folha de desenho no formato A4, descontadas as margens.
Saiba mais:
Em alguns casos, de acordo com a necessidade, podemos também usar as folhas
enroladas em forma de canudo e acondicionadas em suporte específico.
Capítulo V
5. Caligrafia Técnica
a) Linhas de Guia – linhas necessárias para manter as letras e números com a mesma
altura ou inclinação, devem ser executadas com traço contínuo e estreito;
b) Altura das letras – é baseada na altura das letras maiúsculas, sendo o mínimo de 2,5
mm, com dimensões proporcionais, conforme figura 44 e tabela 3 a seguir:
Fig. 44. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Capítulo VI
6. Aplicação e Tipos de Linha
Assim como os demais elementos que foram padronizados, também as linhas para
elaboração do traçado de um desenho seguiram o mesmo processo evolutivo, objetivando
uma uniformização e clareza na interpretação dos desenhos.
A diferenciação entre os elementos de um desenho é dada pela espessura e tipos das
linhas utilizadas. De modo geral, sua espessura é definida pela prática para cada elemento,
com pouca variação, dependendo ainda do tipo de desenho e importância do detalhe.
Devem-se respeitar as seguintes recomendações gerais:
Na figuras de 47 e 48, temos exemplos dos tipos de linhas com seus devidos usos,
classificados na tabela 4.
A A1 contornos visíveis
Contínua larga
A2 arestas visíveis
B1 linhas de interseção imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B B4 linhas de chamadas
Contínua estreita
B5 hachuras
B6 contornos de seções rebatidas na
própria vista
B7 linhas de centros curtas
G1 linhas de centro
G Traço e ponto estreita G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias
Capítulo VII
7. Cotagem
Uma vez que os desenhos são elaborados, dentro dos padrões técnicos estudados até aqui,
completamos efetuando as cotagens necessárias à leitura e interpretação destes. Cotar um
desenho é atribuir-lhe as medidas reais da peça de forma clara e sem omissões, utilizando
os elementos necessários para efetuar o procedimento.
a) Linhas auxiliares e de cota: são desenhadas com linhas estreitas e contínuas, conforme
NBR 8403. As figuras 49 e 50 mostram este tipo de linha;
b) Setas: a seta é desenhada com linhas curtas formando ângulos de 15°. A seta pode ser
aberta, ou fechada preenchida (mais utilizada em desenhos mecânicos);
c) Traços oblíquos: o traço oblíquo é desenhado com uma linha curta e inclinado a 45°
(mais utilizado em desenhos de construção civil);
d) Cotas: são valores numéricos que representam as medidas da peça. São escritas
centralizadas e acima das linhas de cota quando na horizontal, ou centralizadas e à sua
esquerda quando na vertical. A altura mínima dos algarismos deve ser de 2,5 mm.
Fig. 52. Fonte: NBR 10126/1987. Fig. 53. Fonte: NBR 10126/1987.
Diversos são os tipos de cotagem aplicados, que são apropriados à demanda de trabalho,
em consonância com as normas da ABNT, como exemplificamos nas figuras de 54 a 59
abaixo:
Os símbolos seguintes são usados com cotas para mostrar a identificação das formas e
melhorar a interpretação de desenho. Os símbolos de diâmetro e de quadrado podem ser
omitidos quando a forma for claramente indicada. Os símbolos devem preceder à cota (ver
figuras 60 a 64).
a) Deve-se indicar sempre as medidas totais de uma peça (altura, largura, comprimento).
Essas medidas deverão estar localizadas entre as duas vistas a que tal dimensão seja
comum.
b) As cotas são colocadas na vista que melhor caracteriza o detalhe a que se refere,
distribuindo-as entre todas as vistas da peça.
c) A cotagem deve ser feita de preferência fora da vista, sendo porém, em alguns casos
aceitável cotar-se internamente.
d) Deve-se evitar cotas em arestas não-visíveis, se necessário, aplicar um corte.
Fig. 65. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
As cotas não devem ficar nem muito próximas, nem muito afastadas do desenho. Usar
espaço para escrever o valor da cota (entre 7 a 15mm).
Se várias cotas devem ser indicadas, usar espaçamento igual entre as linhas de cotas.
Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com diâmetros
diferentes.
Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem em
cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A parte identificada pela letra A, por
exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a cota 12 indica o comprimento da parte C.
Analise você mesmo as demais cotas.
A cotagem da peça não está completa. Foram inscritas apenas as cotas que indicam o
comprimento de cada parte da peça, para ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em
cadeia.
Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de erros na
execução da peça não comprometer a sua funcionalidade. Em outras palavras, quando a
exigência de precisão na execução de cada parte da peça é muito grande, este sistema de
cotagem não deve ser adotado.
Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma parte da
peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento de referência tanto pode ser
uma face da peça como também uma linha básica, isto é, uma linha que serve de base
para a cotagem. Este sistema de cotagem deve ser escolhido sempre que é necessário
evitar o acúmulo de erros construtivos na execução da peça.
Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note que a
perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal apresenta a
cotagem completa.
A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência, como se observa na
perspectiva. A partir desta face de referência foram indicadas as cotas: 35 e 45.
A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As cotas 45 e 35 indicam
o comprimento de cada parte da peça partindo da face escolhida como referência. Os
diâmetros de cada parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e 26.
Neste exemplo a localização dos furos foi determinada a partir de duas faces de referência.
Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de linhas. Estas
linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos ou qualquer outra linha
que facilite a interpretação dos procedimentos construtivos da peça.
Observe a próxima peça, representada em perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal.
Note que, na vista frontal, estão representadas apenas as cotas indicadas a partir da linha
básica vertical, apontada na perspectiva.
As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica vertical. A
expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve deduzir qual foi a
linha do desenho tomada como referência analisando a disposição das cotas.
A cotagem do desenho anterior não está completa. Foram indicadas apenas as cotas
relacionadas com a linha básica escolhida, para que você identificasse com facilidade este
tipo de cota.
Neste desenho há duas linhas básicas: uma vertical e uma horizontal.
A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de peças com partes
curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de cotagem por linha básica e por face
de referência ao mesmo tempo, numa peça com curvas irregulares.
Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram
determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de simetria horizontal da
peça. Outras foram determinadas a partir da face de referência identificada pela letra A.
Veja a mesma peça, representada em vista única cotada.
As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11, 20, 29, 35 e 39. As cotas
indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13.
Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você deve analisar as
cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as cotas indicadas a partir da face
de referência. Os furos localizam-se a 12 mm da linha básica e a 13 mm da face de
referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha básica e a 26 mm da face de referência.
Os pares de cotas que determinam a curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e
20, 96 e 11. As cotas básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10
(espessura). Os dois furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm.
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem ser
indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.
A localização dos furos foi determinada a partir da mesma face de referência. Observe que
a linhas de cota estão dispostas em paralelo umas em relação às outras. Daí o nome:
cotagem em paralelo.
Este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação de espaço e desde que não
cause dificuldades na interpretação do desenho. Veja a mesma placa com 6 furos, que
você estudou cotada em paralelo, agora com aplicação de cotagem aditiva.
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As
cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação das cotas é
semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distância do primeiro furo da
esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto 0; a cota 18 indica que a
distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distância
do terceiro furo em relação ao mesmo elemento de referência e assim por diante. A partir
do mesmo ponto de origem 0 podemos ter cotagem aditiva em duas direções. É o que
você vai aprender, a seguir.
A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por exemplo: a localização
do furo que tem 6mm de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23. Isto quer dizer que o
furo de 6mm está a uma distância de 40 mm em relação ao ponto de origem, no sentido do
comprimento da peça, e a 23mm do mesmo ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo
raciocínio permite interpretar a localização de todos os outros furos da peça.
Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por
coordenadas.
Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho, elas são
indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos da peça são identificados por
números. A interpretação das cotas relacionadas a estes números, na tabela, permite
deduzir a localização, o tamanho e a forma dos elementos.
N° X Y Æ
1 8 8 4
2 8 38 4
3 22 15 5
4 22 30 3
5 40 23 6
6 52 8 4
7 52 38 4
Os ângulos são indicados ou por duas lineares ou por uma medida linear com o valor do
ângulo. Na figura outras formas de indicação de ângulos.
Os arcos são cotados pelo valor do seu raio, podendo ou não constar a letra R junto com a
cota.
Quando a forma geométrica não define o círculo diretamente a cota do diâmetro leva
símbolo Æ e quadrado o símbolo.
Toda figura simétrica leva uma linha traço-ponto feita com traço fino. Quando necessário
pode ser usada como linha de cota.
Obs: Peças de formas irregulares compostas por arcos de círculos são cotadas também
pelos raios dos arcos e suas coordenadas.
São os casos de componentes (parafuso, pinos, etc.) que devem ficar com a cabeça
embutida em outras peças. Nestes casos, os furos de encaixe são cotados por meio de
diâmetro, do ângulo e pelas profundidades das partes encaixadas.
Fig. 90.
Fonte: APOSTILA DE DESEN1HO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir Izidoro.
Capítulo VIII
8. Escalas
8.2. Definição técnica: Definimos tecnicamente uma escala como sendo a relação entre a
medida do desenho sobre a medida real da peça, ou seja:
K = d/o, onde: K = escala; d = medida gráfica (desenho) e o = medida real do objeto.
8.3. Tipos de escala: Um desenho qualquer pode estar em escala natural (1:1), de redução
(ex. 1:X) e de ampliação (ex. X:1).
8.3.1. Na escala natural, 1:1, uma unidade do desenho corresponde a uma unidade do
objeto. Tamanho do desenho igual ao tamanho do objeto.
8.3.2. Na escala de redução, 1:X, as medidas do desenho são menores que as medidas do
objeto. Tamanho do desenho menor que o tamanho do objeto. Exemplos: 1:2, 1:5, 1:10,
1:20, 1:50, 1:100, 1:200, 1:500, 1:1000, 1:2000, 1:5000, 1:10000, etc.
8.3.3. Na escala de ampliação, X:1, as medidas do desenho são maiores que as medidas
do objeto. Tamanho do desenho maior que o tamanho do objeto. Exemplos: 2:1, 5:1,
10:1, 20:1, 50:1, etc.
A indicação é feita na legenda dos desenhos utilizando a palavra ESCALA, seguida dos
valores da razão correspondente.
Quando, em uma mesma folha, houver desenhos com escalas diferentes daquela indicada
na legenda, existirá abaixo dos respectivos desenhos a identificação das escalas utilizadas.
Capítulo IX
9. Projeções
9.1. Conceito
9.2. Elementos
Para que exista uma projeção são necessários os seguintes elementos: figura ou objeto,
plano de projeção, observador ou ponto de vista e projetantes.
9.3.1. Projeção cônica ou central – o centro de projeção está a uma distância finita do
plano de projeção e os raios projetantes são divergentes.
Fig. 97. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
9.3.2. Projeção cilíndrica ou paralela – o centro de projeção está a uma distância infinita
do plano de projeção e os raios projetantes são paralelos entre si. A projeção
cilíndrica pode ser:
9.3.2.1. Oblíqua: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo diferente
de 90º.
Fig. 98. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
9.3.2.2. Ortogonal: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo de 90º.
Fig. 99. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Dos dois tipos de projeção, será dada maior ênfase ao estudo da projeção cilíndrica, em
especial a ortogonal, que por suas características apresenta projeções em verdadeira
grandeza (V. G.), portanto, todo o capítulo deste ponto em diante está baseado no princípio
das PROJEÇÕES ORTOGONAIS.
Fig. 100. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir
Izidoro.
Na maioria dos países que utilizam o método de Gaspar Monge, a projeção ortográfica é
adotada utilizando-se o primeiro diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no
primeiro diedro, porém alguns países representam seus desenhos técnicos no terceiro
diedro.
A simbologia para o primeiro e terceiro diedro de projeção são representadas nas figuras
101 e 102 abaixo.
9.5. Épura
Para desenhar e interpretar as projeções é necessário que os dois planos de projeção sejam
representados em uma única superfície plana. Isto é obtido fazendo-se com que um dos
planos seja rebatido sobre o outro, num giro de 90º em torno da linha de terra (LT), ou seja,
fazer com que os dois planos sejam coincidentes. O resultado desse processo é chamado
de ÉPURA, conforme mostram as figuras 103 e 104 primeiro e terceiro diedro,
respectivamente.
Para definir completamente os objetos é comum usarmos mais de uma projeção. A NBR
10067/1995 – Princípios gerais de representação em desenho técnico, da ABNT,
permite a representação de seis vistas ortográficas obtidas através do paralelepípedo de
referência, que será planificado e a posição relativa das seis vistas será sempre a mesma,
conforme o sistema de rebatimento estudado no item anterior.
Fig. 105. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir
Izidoro.
A partir daí, considerando o objeto imóvel no espaço, o observador pode vê-lo por seis
direções diferentes, obtendo seis vistas da peça, ou seja, aplicando o princípio básico em
seis planos envolvendo a peça, obtemos as vistas no 1º diedro.
A projeção do 3º diedro também segue um princípio básico. Para fazer qualquer projeção no
3º diedro, o plano de projeção deverá estar posicionado entre o observador e o objeto,
conforme mostra a figura 107.
Fig. 107. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres,
Nacir Izidoro.
O plano de projeção precisa ser transparente (como uma placa de vidro) e o observador, por
trás do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o plano. As vistas principais
são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e paralelos dois a dois, como se fosse
uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos de modo a formarem um único plano. A
figura 108 mostra os rebatimentos dos planos que compõem a caixa de vidro, onde cada
plano se movimenta 90º em relação ao outro.
Na maioria das vezes conseguimos representar bem um objeto através das três vistas
principais.
9.7.3. Vista Lateral – poderá ser direita ou esquerda de acordo com o objeto (ver figura
111).
Observações importantes:
Fig. 113. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Fig. 114. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Ainda que o objetivo deste livro seja o de ensinar a interpretar a linguagem gráfica do
desenho técnico para os estudantes de engenharia, é muito importante desenvolver a
habilidade de desenhar à mão livre.
A elaboração de esboços, além favorecer a análise gráfica das projeções ortogonais, ajuda
a desenvolver o sentido de proporcionalidade.
Os materiais necessários para elaboração de esboços são: lápis, borracha e papel.
Na elaboração de desenhos à mão livre, ainda que a perfeição dos traços seja importante, é
muito mais importante o rigor das proporções e a correta aplicação das normas e
convenções de representação.
É tendência dos principiantes dedicarem excessiva atenção à perfeição dos traços em
detrimento das outras condições.
Para desenhar à mão livre não é necessário possuir dons especiais, basta dominar os
músculos do pulso e dos dedos e praticar com persistência e coerência que a habilidade
para esboçar será adquirida naturalmente com a prática.
Existem algumas recomendações que devem ser seguidas para facilitar a elaboração de
desenhos à mão livre.
O antebraço deve estar totalmente apoiado sobre a prancheta. A mão deve segurar o lápis
naturalmente, sem forçar, e também estar apoiada na prancheta.
Deve-se evitar desenhar próximo às beiradas da prancheta, sem o apoio do antebraço.
O antebraço não estando apoiado acarretará um maior esforço muscular, e, em
conseqüência, imperfeição no desenho.
Os traços verticais, inclinados ou não, são geralmente desenhados de cima para baixo e os
traços horizontais são feitos da esquerda para a direita.
Para traçar um segmento de reta que une dois pontos, deve-se colocar o lápis em um dos
pontos e manter o olhar sobre o outro ponto (para onde se dirige o traço). Não se deve
acompanhar com a vista o movimento do lápis.
Inicialmente desenha-se uma linha leve para, em seguida, reforçar o traço corrigindo,
eventualmente, a linha traçada.
Não se pode pretender que um segmento reto traçado à mão livre seja absolutamente reto,
sem qualquer sinuosidade. Como já foi destacado, muito mais importante que a perfeição do
traçado é a exatidão e as proporções do desenho.
Para desenhar à mão livre as projeções ortogonais de qualquer objeto, é conveniente seguir
as recomendações seguintes:
A Figura 117 mostra as sucessivas fases para elaboração de um desenho à mão livre.
Como projeções desenhadas representam uma mesma peça sendo vista por lados
diferentes, o desenho deve resguardar, visualmente, as proporções da peça, deste modo, os
lados que aparecem em mais de uma vista não podem ter tamanhos diferentes.
Capítulo X
10. Perspectivas
10.1. Conceito
Perspectiva é o método de representação gráfica dos objetos que apresenta sua forma no
modo mais próximo como são vistos. É a representação TRIDIMENSIONAL que fornece,
através de um único desenho, a forma da peça em estudo.
Fig. 118. Fonte (complementada): DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Fig. 119. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Fig. 122. Peça em perspectiva CAVALEIRA Fig. 123. Peça em perspectiva ISOMÉTRICA
Fig. 124. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Assim sendo, o desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três eixos
isométricos. No passo 1 da figura 125 vê-se que um dos eixos isométricos é traçado
verticalmente e os outros dois fazem um ângulo de 30° com uma linha horizontal.
Traçados os eixos isométricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos proporcionais às
medidas de comprimento, largura e altura da peça representada nas projeções ortogonais.
Seguindo as medidas marcadas, traçam-se linhas paralelas aos eixos isométricos até obter
o paralelepípedo de referência, conforme aparece no passo 2 da figura 125.
Os passos 3, 4 e 5 da figura 125 mostram a obtenção da forma espacial representada nas
projeções ortogonais desenhando nas faces do paralelepípedo as vistas correspondentes.
Observe que quando a peça não possui superfícies inclinadas, todas as linhas são paralelas
a um dos três eixos isométricos. Nos desenhos em perspectivas, normalmente, as arestas
invisíveis não são representadas.
Fig. 125. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir
Izidoro.
Fig. 126. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir
Izidoro.
Fig. 127. Fonte: APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO - Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir
Izidoro.
Saiba mais:
Você já sabe que o traçado da perspectiva é feito, em geral, por meio de
esboços à mão livre. Para facilitar o traçado da perspectiva isométrica à mão livre,
usaremos um tipo de papel reticulado que apresenta uma rede de linhas que formam entre
si ângulos de 120º. Essas linhas servem como guia para orientar o traçado do ângulo
correto da perspectiva isométrica.
Capítulo XI
11. Noções de Cortes e Hachuras
11.1. Cortes
Corte de um sólido é a intersecção do desenho deste sólido com um plano, chamado plano
de corte. O corte de um sólido poderá ser realizado de várias formas, de acordo com a
necessidade e o grau de detalhamento, a saber: corte pleno ou total, em desvio, meio-corte,
corte parcial e secção. Para objeto de estudo deste curso, detalharemos somente o corte
pleno ou total, objetivando obter uma visão geral de cortes.
O corte pleno ou total é resultado da interseção entre o plano de corte e o sólido, seja de
forma longitudinal ou transversal, conforme conjunto de imagens da figura 128.
Fig. 128. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Fig. 129. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
A indicação do corte é feita, então, em uma das vistas através de uma seta indicativa de
direção com o nome do corte. Este nome é dado por uma letra maiúscula, conforme
podemos observar no conjunto de imagens das figuras 130 e 131.
Fig. 130. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
Fig. 131. Fonte: DESENHO TÉCNICO – Miceli, Maria Tereza e Ferreira, Patrícia.
11.2. Hachuras
As hachuras são representações convencionais dos materiais usados na produção ou
construção de objetos. Em geral, são representadas apenas nos cortes através de traçados
simbólicos dos materiais a serem representados. As hachuras são definidas pela ABNT,
através da NBR 12298/1995, para diversos materiais, como mostra a figura 132.
Fig. 132.
Capítulo XII
12. Introdução ao Desenho de Arquitetura
Neste capítulo serão abordadas diretrizes gerais para o desenho de arquitetura com o
objetivo de capacitar o técnico para realizar a leitura e interpretação de um projeto. Para um
aprofundamento do tema deverão ser estudadas as diversas normas da ABNT relacionadas
ao assunto, em especial a NBR 6492/1994 – Representação de projetos de arquitetura.
Fig. 133. Fonte: Desenho Técnico Básico. Xavier, Natália, Agner, Albano, Vello, Valdemar e Diaz, Luís H.
É uma vista que se obtém fazendo passar um plano horizontal de corte, paralelo ao plano do
piso, a uma altura tal que, o mesmo venha a cortar as portas, janelas, paredes, etc.,
conforme figura 134.
Fig. 134. Fonte: Desenho Técnico Básico. Xavier, Natália, Agner, Albano, Vello, Valdemar e Diaz, Luís H.
12.1.3. Cortes
São vistas obtidas através de planos verticais secante, que interceptam as paredes, janelas
e portas, com a finalidade de mostrar as alturas de detalhes interiores, importantes na
execução da obra, como mostram a figura 135.
Fig. 135. Fonte: Desenho Técnico Básico. Xavier, Natália, Agner, Albano, Vello, Valdemar e Diaz, Luís H.
12.1.4. Fachadas
São vistas que mostram os detalhes externos da construção. Normalmente são desenhadas as
fachadas da frente e lateral, com certa preocupação para os detalhes da estética do imóvel, como
visto na figura 136.
Fig. 136. Fonte: Desenho Técnico Básico. Xavier, Natália, Agner, Albano, Vello, Valdemar e Diaz, Luís H.
Para se construir uma casa, uma escola ou uma indústria, é necessário que se faça,
inicialmente, a elaboração de vários projetos como: arquitetônico, elétrico, hidráulico,
estrutural, etc.
Para se fazer o projeto elétrico, o responsável tem que ter em mãos, o Projeto arquitetônico.
Em cima dele, projetará a instalação elétrica.
Após o projeto elétrico ter sido executado, chegará até suas mãos uma cópia, para que você
analise e, baseado nele, execute sua função.
Para que você não tenha dificuldade em interpretá-lo é necessário ter alguns
conhecimentos, a respeito da leitura do projeto arquitetônico.
O elemento, que mais interessa no projeto de arquitetura é a planta baixa. Para entendê-la
vejamos, inicialmente, seu conceito.
Planta baixa é a projeção que se obtém, quando cortamos, imaginariamente, uma edificação
com um plano horizontal, paralelo ao plano do piso.
A altura entre o plano cortante e o plano base é uma altura tal, que permite ao referido
plano, cortar ao mesmo tempo portas, janelas, basculantes e paredes.
Normalmente, esta altura é de 1,50m.
A representação desta edificação (casa) em planta baixa será conforme a ilustração que
segue:
11.3. Paredes
Se a edificação possuir dou ou mais pavimentos (andares), haverá uma planta baixa para
cada pavimento.
A planta baixa tem por finalidade nos mostrar, claramente, as divisões dos compartimentos,
a circulação entre eles, suas dimensões e seu destino.
As divisões dos compartimentos são, na maioria das vezes, feitas de alvenaria de tijolos.
Dizemos também, parede de tijolos.
As dimensões destas paredes podem variar, em função da forma em que o tijolo é
assentado.
A representação das paredes é feita por meio de linhas paralelas e o espaço entre as linhas
corresponde a espessura das paredes (o que se desenha é o contorno externo das
paredes).
Na planta baixa, do projeto arquitetônico, essas linhas são do tipo grossa, enquanto que, no
projeto elétrico são do tipo fino.
São representadas em planta baixa, através de linhas paralelas e “próximas” uma da outra.
Normalmente, as paredes de meio tijolo são as paredes divisórias da obra, ou seja. As
paredes internas.
Analisando, detalhadamente, esta parede na obra, observamos que, o assentamento de
seus tijolos, se dá da seguinte forma:
Geralmente, estas paredes são externas em uma edificação. O assentamento dos tijolos é
feito como mostra a figura abaixo.
Para identificá-la, basta-nos, também, observar sua espessura, que nesse caso é,
normalmente, 25 cm. Num projeto, são desenhadas da seguinte forma:
Chamamos de vão, as aberturas existentes nas paredes de uma edificação. Estas aberturas
são para passagem livre, portas, janelas. Portanto, temos: vão livre, vão de porta e vão de
janela.
Vão de Porta é uma abertura nas paredes, destinada a receber a porta. As portas podem
ser indicadas de várias maneiras, dependendo do tipo da mesma.
DESENHO TÉCNICO - AUTOMAÇÃO
63
Portas que
ligam
compartimentos
com pisos em
níveis
diferentes.
Portas que
ligam
compartimentos
com soleira, em
nível diferente
do pisos.
Portas de correr
embutidas
Observamos também, que no encontro de duas partes existentes, após o vão da porta, uma
pequena “saliência”, para fixação da mesma. A esta saliência denominamos boneca –
boneca de parede. Veja os exemplos abaixo:
O vão livre se caracteriza pela ausência de portas. Podemos dizer que vão livre é uma
abertura que permite comunicação direta entre dois compartimentos.
As janelas são elementos, que se colocam nas paredes externas dos compartimentos. Seu
principal objetivo é proporcionar-lhes iluminação e ventilação.
A representação de janelas é conseqüência do conceito de planta baixa, pois o plano
secante, quem a fornece, secciona também as janelas. Veja o exemplo a seguir.
Existem vários tipos de janelas, embora suas representações, em planta baixa, sejam muito
semelhantes. As mais usadas são:
· Janela de abrir
· Janela de correr
Estas janelas possuem dobradiças. Seu movimento é semicircular. Porem, em planta baixa
este movimento não é representado.
Obs. Peitoril é a altura do piso até o início da janela; tem este nome porque Peitoril é
justamente o arremate da parte baixa da abertura.
Em planta baixa, as janelas são normalmente diferenciadas apenas em relação à altura do
peitoril, e são:
· Janelas Baixas
· Janelas Altas
São as que tem peitoril abaixo de 1,50 m, e são representadas em traços cheios: são
normalmente maioria numa construção.
São as que tem o peitoril acima de 1,50 m, e são representadas em tracejado: as janelas
altas mais comuns são os Basculantes usados em banheiros, cosinhas e copas.
Nota: O tracejado é porque, estando acima do plano secante, estas janelas não
teriam representação na planta, pois o plano corta a parede abaixo do peitoril.
A sua representação em planta baixa e a indicação das dimensões é igual ao das janelas de
abrir. (Os basculantes geralmente estão sempre situados em alturas superiores às das
janelas.)
1.5.1. Cotagem
A ABNT recomenda o metro como unidade de medida para os desenhos de planta baixa
(em caso de medidas inferiores ao metro, serão representadas, simplesmente, pelo número
de centímetros).
Em um projeto temos todas as medidas necessárias à sua execução e estas medidas vêm
indicadas através de linhas de cota que são as linhas que representam as medidas em um
projeto. Os números, que vêm escritos juntos dessas linhas, são as medidas da edificação.
As linhas de cota na planta baixa, são representadas de duas formas, vejam os exemplos:
· Comprimento interno
· Largura interna
· Espessura das paredes
· Comprimento total
· Largura total
O comprimento total, na planta baixa, representa a soma das medidas internas, mais
as espessuras das paredes, no sentido de maior dimensão da edificação.
A largura total, na planta baixa, representa a soma das medidas internas, mais as
espessuras das paredes, no sentido de menor dimensão da edificação.
Fontes de pesquisa:
2. NBR 8402. Execução de caráter para escrita em desenho técnico. ABNT. 1984.
10. MICELI, Maria T.; FERREIRA, Patrícia. Desenho Técnico Básico. Editora Ao
Livro Técnico, Rio de Janeiro, 2003.
12. XAVIER, Natália; AGNER, Albano; VELLO, Valdemar; Diaz, Luís H. Desenho
Técnico Básico. Editora Ática, São Paulo, 1984.
13. RIBEIRO, Antonio Clélio; PERES, Mauro Pedro; IZIDORO, Nacir. Apostila de
Desenho Técnico. Disponível em: www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo2.pdf.
Acesso em 15 de agosto de 2008.