Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
48
As normas gerais para o desenho técnico, que estavam reunidas na antiga norma NB 8, atualmente estão distribuídas em
várias normas da ABNT (associação brasileira de normas técnicas):
Essas normas gerais e as normas específicas para cada curso serão estudadas em outras disciplinas. Nessa unidade serão
estudadas apenas as normas necessárias para que o aluno desenvolva um projeto aplicando os conhecimentos adquiridos
nas unidades anteriores.
Formato da folha
O formato básico da folha de desenho técnico é chamado de A0, do qual deriva a serie “A”. O formato A0 tem a área
igual a 1 m2 e a proporção de seus lados (x e y na fig. 1) foi calculada de modo que o formato seguinte (A1, com 0,5 m2)
tem lados (y/2 e x) com a mesma proporção, para facilitar a ampliação ou redução do desenho.
x . y = 1 m2 x = 1/y
x = y/2 1/y = y/2 1 = y2 y = 2 ¼ = 1,189 m = 1189 mm x = 1/y = 0,841 m = 841 mm
y x y 1/y y2 2
Cada formato da série “A” (A1, A2, A3, A4, etc.) tem a metade da área do formato anterior e tem seus lados na mesma
proporção (fig. 1). As pranchetas de desenho, que estão sendo substituídas por computadores, têm formato A0.
O formato original dessa apostilha é o A4 (fig. 2). O projeto dessa unidade deve ser feito no formato A3 (fig. 3).
As dimensões indicadas em cada formato correspondem ao papel recortado. O papel comprado em livrarias tem suas
dimensões maiores para facilitar a fixação do papel na prancheta. Após completar o desenho e antes de dobrar, o papel
deve ser recortado para ficar com as dimensões certas.
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 49
O quadro (fig. 1 e 2) limita o espaço para o desenho. As margens são limitadas pelo contorno da folha recortada e o
quadro. Os formatos A3 e A4 devem ter margens com as dimensões indicadas nas fig. 1 e 2. A margem esquerda é
maior para permitir sua perfuração, facilitando o arquivamento. Cuidado para não desenhar as margens tomando como
referência o contorno da folha não recortada.
Os formatos de papel maiores do que o A4 devem ser dobrados até ficarem com o formato A4, para serem arquivados
em pastas. O papel no formato A3 pode ser adquirido com os desenhos do quadro, das linhas de corte e das posições das
dobras impressos, mesmo que sigam a antiga NB 8 (margem com 10 mm). Lembre de recortar o papel antes de dobrar.
Se o projeto for feito no computador, o desenho pode ser impresso no formato A4, para permitir o uso de qualquer
impressora. As margens podem ser desenhadas com os esquadros. Verifique se a folha tem formato A4.
A legenda fica no canto inferior direito da folha. Para a legenda ficar visível após a dobragem, sua largura deve medir
178 mm no formato A3.
Obs.: No código de obras da prefeitura de Recife, a legenda é posicionada no canto superior esquerdo da folha.
No projeto dessa unidade, a legenda deve ter o formato e o conteúdo indicado na fig. 3. Veja o exemplo da fig. 4.
Se o espaço for insuficiente, pode acrescentar outra linha na legenda. Outras informações, como unidade e escala,
podem ser indicadas acima da legenda. Os tipos de letras e algarismos devem ser bem legíveis.
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 50
A antiga norma NB 8 recomendava o uso de 3 larguras de linha, porém, de acordo com a norma NBR 8403, devem ser
usadas apenas 2 larguras: larga e estreita. A linha larga deve ter, no mínimo, o dobro da largura da linha estreita.
No desenho com grafite (para quem não tem acesso a computador com software gráfico e não tem canetas técnicas), é
recomendável usar duas durezas de grafite.
Tipos de linhas
B – Tracejada larga ou estreita – Contornos e arestas não visíveis. A NBR 8403 não especifica quando se deve
usar uma ou outra largura, mas proíbe o uso das 2 larguras no mesmo
desenho.
C – Contínua estreita – Linhas de cota (C1), auxiliar (C2), de chamada (C3), de centro curta (C4) e hachuras
(C5). A linha auxiliar é denominada de linha de extensão nos softwares gráficos atuais
e na antiga NB 8.
D – Contínua estreita a mão livre – limite de vistas e cortes parciais, quando não coincidirem com linhas traço
e ponto.
E – Contínua estreita em ziguezague – Mesma aplicação do tipo D. A NBR 8403 proíbe o uso dos tipos D e E
no mesmo desenho.
F – Traço e ponto estreita, larga nas extremidades e mudança de direção – Planos de corte.
No caso de coincidência de linhas no desenho, deve-se representar apenas uma delas, obedecida a seguinte ordem de
precedência: Arestas visíveis, invisíveis, linhas de corte, linhas de centro e linhas auxiliares.
As linhas de chamada devem terminar em seta, se conduz a uma reta (como em B), em ponto, se conduz a uma área
(como em C5) ou sem símbolo, se conduz a uma linha de cota (como em C1).
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 51
Cotagem
Linha auxiliar – perpendicular ao elemento dimensionado. Deve ser prolongada além da respectiva linha de
cota e não deve tocar no elemento dimensionado (fig. 1).
Linha de cota – paralela ao elemento dimensionado. Evite o cruzamento das linhas de cota e de extensão.
Limite da linha de cota – Pode ser uma seta aberta ou fechada ou um traço com inclinação de 45o (fig. 2). Em
um mesmo desenho só pode haver um desses tipos, exceto quando não houver espaço
para a seta (fig. 6 e 7).
Cota – Medida real do elemento. Deve ser localizada de 2 modos (só deve haver um modo no desenho):
1o modo – acima e paralela à sua linha de cota, escritas de modo a serem lidas da base e/ou lado direito
do desenho (fig. 1). Cotas em linhas inclinadas devem ser escritas como mostra a fig. 3.
2o modo – sobre a linha de cota, que é interrompida para sua inscrição. Deve ser lida da base (fig. 4).
Indique acima da legenda a unidade (m, cm, mm, etc.) e a escala (1/5, 1/100, 2/1, etc.).
Devem ser cotados apenas os elementos necessários para a construção da peça. Por exemplo, se a face da fig. 5 for
recortada de um retângulo, as cotas 25, 15, 14 e 11 são desnecessárias. Se a face for construída de outro modo, essas
cotas são necessárias para evitar que o operário faça cálculos aritméticos.
Cada elemento só deve ser cotado uma vez, na vista ou corte que represente mais claramente o elemento.
Se não houver espaço para as 2 setas, uma delas pode ser substituída pelo traço oblíquo (fig. 6).Quando não couberem
na linha de cota, a cota e o limite poderão ser desenhados no prolongamento da linha de cota (fig. 7).
A cotagem do raio deve ser feita como mostrado nas fig. 5, 6 e 7. O diâmetro deve ser cotado como mostrado na fig. 8.
As linhas de contorno e as linhas de centro não devem ser usadas como linha de cota, mas podem ser usadas como linha
auxiliar (fig. 8).
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 52
Exercícios resolvidos
1 – Desenhe um círculos nos erros de cotagem da fig. 4 e descreva-os.
2 – Identifique os 2 erros de cotagem que existem em cada figura de número 5 a 13.
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 53
1
1: Cota escrita da esquerda para a direita.
2: Cruzamento de linha de cota com linha auxiliar.
3: Faltou o símbolo de diâmetro.
4: Na cotagem do raio não tem seta no centro do arco.
5: A linha auxiliar não pode tocar na aresta.
2
Fig. 5 – Cota abaixo da linha de cota e cota vista pelo lado esquerdo.
Fig. 6 – Letra m e linha auxiliar encostando no contorno da peça.
Fig. 7 – Falta o limite da linha de cota e a cota está na posição errada.
Fig. 8 – Cota cortando a linha de cota e cota na posição errada.
Fig. 9 – Dois tipos de limite (sem motivo) e seta muito larga (o ângulo na ponta da seta deve medir 30o).
Fig. 10 – Limite sem tocar na linha auxiliar e linha de cota passando da linha auxiliar.
Fig. 11 – Linha auxiliar cortando a linha de cota e cota lida de cima.
Fig. 12 – Contorno da peça servindo de linha de cota e 2 setas na cotagem do raio.
Fig. 13 – Cota do raio sem a letra R e cotagem duplicada do raio.
Outros erros freqüentes são: mesmo elemento da peça cotado em 2 vistas e elemento sem cotar em nenhuma vista.
Monte as peças abaixo ou as mesmas peças com tamanho duplicado que estão em um arquivo no virtus.
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 55
2a Prova
1) Desenhe a vista superior e uma isometria da peça 1. Não apague as linhas auxiliares. (peso 5)
2) Desenhe as vistas necessárias para determinar a peça 2 (2 ou 3 vistas, dependendo da escolha das vistas). (peso 5)
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 56
2a chamada
1) Desenhe 3 vistas ortogonais da peça 1. (peso 5)
2) Desenhe uma isometria da peça 2. Não apague as linhas auxiliares. Destaque as arestas visíveis. (peso 5)
Prova Final
1) Desenhe as vistas frontal e direita da peça 1 e uma vista auxiliar mostrando apenas a face inclinada em V. G. (peso 5)
2) Desenhe uma isometria da peça 2. Não apague as linhas auxiliares. Destaque as arestas visíveis. (peso 5)
UFPE – Área 2 - Departamento de Desenho – Introdução ao Desenho – Notas de aula – 2o sem. de 2003 - pág. 57
1a Prova
2a Prova
2a chamada
Prova Final