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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE ARQUITECTURA

Geometria Descritiva e Conceitual I


Ano: 2023 I Semestre

Felisberto Vasco Mufanequiço (Arq.)


(+258) 868830650 ou 847779890 ou ainda pelo correio electrónico:
mufanequico84@gmail.com
AULA -1
1. NORMALIZAÇÃO
 Formatos de papel
 Dobragem de papel
 Esquadrias
 Legendas
2. TIPOS DE TRAÇOS
3. ESCALAS
 Escala Numérica
 Escala Gráfica

4. COTAGEM
1. NORMALIZAÇÃO
No mundo actual cada vez mais é necessário haver um conjunto de regras
ou normas que permitam uma uniformização, quer nos produtos, quer nos
próprios processos de fabricação dos mesmos.

A normalização permite racionalizar os métodos da produção, diminuir o


número e produtos diferentes e uniformizar
as suas características.
1.1 CAMPO DE APLICAÇÃO DAS NORMAS
Embore nos interesse, particularmente, a sua aplicação no
desenho técnico, verificamos que este campo abarange, hoje
em dia, pratiacamente toda a actividade humana.

Foi com a industrialização e a produção em série que se deu a


necessidade de sistematizar o desenho para a indústria.
1.2 ORGANISMOS RESPONSÁVEIS PELA NORMALIZAÇÃO
Cada país elabora as sua próprias normas mas cada vez mais estas
respeitam as recomendações da ISO (Inter- national System Organization).

Em Moçambique, o organismo responsável pela normalização é o INOQ


(Instituto de Normalização e Qualidade)

Para além das NORMAS PORTUGUESAS - NP, existem as normas DIN


(Deutsch Industrie Normen) - normas alemãs, e as normas ASA (American
Standard Association) - normas americanas.
1.2.1 Exemplos de normas portuguesas
NP 48 - formatos de papel
NP 49 - dobragem do papel
NP 62 - natureza e espessura dos vários traços
NP 89 - letras e algarismos
NP 167 - representação gráfica de materiais em corte
NP 204 - legendagem
NP 297 - cotagem
NP 327 - representação de vistas
NP 328 - cortes e secção
NP 717 – escalas
NP 718 - esquadrias.
1.3 FORMATOS DE PAPEL
As dimensões dos tamanhos de papel da série A, conforme definido pela ISO 216, ou NP48
1.3.1 Esquadrias

Dentro dos formatos A é


habitual fazer uma
esquadria, deixando em
cima, à direita e em baixo,
uma margem,como indica
a figura. Para permitir
arquivar o desenho,
a margem à esquerda
deve ser de 25 mm.
1.3.2 Legendas

As legendas devem ser colocadas no canto inferior direito do papel de


desenho, deixando uma margem de 5mm, para os formatos de A0 a A6.
1.3.3 Dobragem do papel

Dobragem do papel A2
Dobragem do papel A3
2. TIPOS DE LINHAS MAIS UTILIZADOS
2. TIPOS DE LINHAS MAIS UTILIZADOS
3. ESCALAS

Escala é a relação entre a área do mapa pela área real.

A escala deve ser indicada na legenda da folha de desenho. Quando for


necessário o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala
geral, estas devem estar indicadas junto a identificação do detalhe ou vista a
que se referem; na legenda, deve constar a escala geral.

A escolha da escala é feita em função da complexidade e da finalidade do


objeto a ser representado.

A designação completa de uma escala deve consistir na palavra “ESCALA” ou a


abreviatura ESC, seguida da indicação da relação.
3.1 TIPOS DE ESCALAS

Existem, dois tipos de escala, isto é, duas formas diferentes de


representá-la:

 a escala numérica

 a escala gráfica.

Na escala numérica, como o próprio nome sugere, são utilizados


basicamente números; já a escala gráfica utiliza-se de uma
esquematização.
3.1.1 ESCALA NUMÉRICA

A escala numérica representa em forma de fracção a proporção da escala,


havendo, dessa maneira, o seu numerador e o seu denominador.
No esquema anterior, podemos notar que o numerador representa a área
do mapa e o denominador a área real.

Convém, geralmente, deixar o numerador sempre como 1, para assim


sabermos quanto cada unidade do mapa equivale.

Quando ela não possui a medida indicada (cm, m, km) em sua notação,
significa, por convenção, que ela está em centímetros. Caso contrário,
essa unidade de medida precisa ser apontada.
3.1.1.1 TIPOS DE ESCALAS NUMÉRICAS
 ESCALA NUMÉRICA NATURAL OU ESCALA NATURAL
Para a escala natural, o numerador é igual ao denominador, isto é, a dimensão do
objecto representado é igual a dimensão real. Representa-se por 1:1

 ESCALA NUMÉRICA DE REDUÇÃO OU ESCALA DE REDUÇÃO

O numerador é menor que o denominador. A dimensão do objecto representado no


papel é menor que sua dimensão real

Exemplos: 1 : 5 1 : 50 1 : 500 1 : 5000 1 : 50000

 ESCALA NUMÉRICA DE AMPLIAÇÃO OU ESCALA DE AMPLIAÇÃO

O numerador é maior que o denominador, isto é, a dimensão do objecto no desenho é


maior que sua dimensão real.
Exemplos: 2 : 1 5: 1 10 : 1 20 : 1
3.1.2 ESCALA GRÁFICA

Já a escala gráfica representa directamente o espaço relacional e suas medidas

Exemplos de escala gráfica.

Nos esquemas, cada intervalo entre os números representa uma distância específica,
que é devidamente apontada pela escala.

Esse tipo de escala possui o mérito de aumentar e reduzir juntamente ao mapa, isto é, se
se transferir um mapa de um papel menor para um outro grande, a escala continuará
correta, o que não aconteceria com a escala numérica, que, nesse caso, teria de ser
recalculada.
3.2 DIFERENÇA ENTRE ESCALA GRANDE, ESCALA PEQUENA

A escala numérica, trata-se de uma divisão. Assim, quanto menor for o denominador,
maior será a escala.

Exemplo:

Considere essas duas escalas: a) 1:5000; b) 1:10000.

Na primeira escala, o resultado da divisão será um número maior que o da segunda.


Portanto, a primeira escala é maior do que a segunda.

Quanto maior a escala, menor a área representada e maior é o nível de


detalhamento
3.3 CÁLCULO DA ESCALA

Para calcular a escala, basta lembrar o seu conceito: Escala (E) é a relação (divisão)
entre a área do mapa (d) pela área real (D). Assim:

E= d
D

Assim, para calcular uma escala de um mapa em que dois pontos estão a 5 cm de
distância um do outro, sendo que, no mundo real, eles estão separados por 1000 cm,
basta aplicar a fórmula:

E = 5/1000 → E = 1/200

A escala, nesse caso, é de 1:200 ou um para duzentos.


3.4 TRANSFORMAÇÃO DE ESCALAS

3.4.1 Escalas numéricas em gráficas 3.4.2 Escalas gráficas em numéricas


3.5 Redução de unidades

1) Reduzir 6 000 000cm a km:


6 000 000 cm = 6 0,00 000km = 60 km

2) 2) Reduzir 10 km a cm:
10 km = 1 000 000 cm
4. COTAGEM
• Regras de cotagem em desenho mecânico
• Regras de cotagem em desenho
arquitectónico
4. Cotagem: É a representação gráfica no desenho das características do
elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico em uma unidade de
medida.

A cotagem pode ser: funcional e não funcional


Cotagem funcional: Essencial para a função do objeto ou local (F). Muitas vezes
depende de um cálculo de resistência do elemento. Estas dimensões devem aparecer
explicitamente no desenho e não devem ser deduzidas de outras dimensões ou obtidas
a partir da escala do desenho.

Cotagem não funcional: Não é essencial para o funcionamento do objeto (NF) e


devem ser localizadas da maneira mais conveniente para a produção e/ou inspeção
da peça.
A cotagem também pode ser definida como cotagem de posição e cotagem de
dimensão.
Exemplo: o diâmetro de um furo é uma cotagem de dimensão, mas a localização desse
furo na peça é uma cotagem de posição.
4.1 Aplicação:
 A cotagem necessária para descrever uma peça ou componente clara e
completamente, deve ser representada no desenho e aparecer somente uma vez.
 A cotagem deve ser localizada na vista ou corte que represente mais claramente o
elemento.
 Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade de medida sem o emprego de
símbolo. Se for necessário, para evitar mau entendimento, o símbolo da unidade
predominante para um determinado desenho deve ser incluído na legenda.
 Linhas tracejadas não podem ser cotadas.
 Cotar somente o necessário para descrever o objeto ou produto acabado. Nenhum
elemento do objeto ou produto acabado deve ser definido por mais de uma cota.
4.2 Método de Execução
4.2.1 Elementos de cotagem:
 linha auxiliar; linha de cota; limites da linha de cota; cota.
 Linhas auxiliares e de cotas são desenhadas como linhas estreitas contínuas.
 Linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. Um
pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno e linha auxiliar.

 Linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado.


 Linhas auxiliares e cotas sempre que possível, não devem cruzar com outras linhas,
porem se isso ocorrer, as linhas não devem ser interrompidas no ponto de cruzamento.
 Os limites da linha de cota podem ser de traços oblíquos, setas ou ponto, mas só um
destes pode ser utilizado num mesmo desenho.

A linha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento o seja.
 Somente uma seta de limitação da linha de cota é utilizada na cotagem de raio.
Pode ser dentro ou fora do contorno ou linha auxiliar dependendo do elemento
apresentado.
 Na cotagem de diâmetros devem ser utilizadas duas setas limitando a linha de cota.
Sempre que o elemento seja um círculo fechado completamente, deve ser utilizada a
cotagem de diâmetro caso o mesmo tenha alguma abertura é opcional a utilização
de raio ou diâmetro.
4.2.2 Apresentação da cotagem:
 As cotas devem ser apresentadas em desenho em caracteres com tamanho suficiente para
garantir completa legibilidade.
 As cotas devem ser colocadas de tal modo que elas não sejam cortadas ou separadas por
qualquer outra linha.
 Existem dois métodos de cotagem, mas somente um dele deve ser utilizado num mesmo desenho.

Método 1:
 As cotas devem ser lidas da base da folha de papel, mantendo a legenda no canto inferior direito.
 As cotas devem ser localizadas acima e paralelamente às suas linhas de cotas e preferivelmente
no centro.
 Excepção pode ser feita onde a cotagem sobreposta é utilizada. As cotas devem ser escritas de
modo que possam ser lidas da base e/ou do lado direito do desenho. Na cotagem angular pode
ser seguida uma das formas apresentadas na (figura a). Cotas em linha de cotas inclinadas devem
ser seguidas como mostra a seguinte (figura b)
Método 2:
 As linhas de cotas devem ser interrompidas, preferivelmente no meio, para inscrição da
cota.
 Na cotagem angular e inclinada pode ser seguida a forma apresentada nas figuras
abaixo, podendo também ser colocadas as cotas alinhadas com a linha de cota.
 A localização das cotas frequentemente necessita ser adaptada às várias
situações. Portanto, por exemplo, as cotas podem estar:
 No centro subtendido da linha de cota, quando a peça é desenhada em meia-
peça em corte ou em meio corte.
Os símbolos seguintes são usados com cotas para mostrar a identificação das formas e
melhorar a interpretação do desenho. Os símbolos de diâmetro e de quadrado podem ser
omitidos quando a forma for claramente indicada. Os símbolos devem preceder a cota
BIBLIOGRAFIA
1. MICELI, Maria Teresa – FERREIRA, Patrícia; Desenho Técnico Básico; Lisboa; Editora do
livro técnico; 1ª Edição; 2001.
2. MORAIS, Simões; Desenho Técnico Básico; Lisboa, Porto Editora; 24ª Edição
3. SILVA, Arlindo – RIDEIRA, Carlos Tavares – DIAS, João – SOUSA, Luís; Desenho Técnico
Moderno; Lisboa; Porto Editora; 11ª Edição.
4.SPECK Henderson J; PEIXOTO, V.V. Manual Básico de Desenho Técnico. 5. Ed.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2009.
5.FRENCH, T.E. e VIERCK, C.J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica, 8. Ed. São Paulo:
Globo, 2005.
6.VOLLMER, Dittmar. Desenho Técnico: noções e regras fundamentais padronizadas,
para uma correta execução de desenhos técnicos. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico,
1982.
PELA ATENÇÃO DISPENSADA,
O MEU MUITO OBRIGADO!

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