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Agrupamento de Escolas D.

Maria II
Escola Básica e Secundária de Gama Barros

DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO VISUAL – 9ºANO

ANO LETIVO 2018-2019 1º PERÍODO

Proposta de trabalho – fevereiro de 2018 - Educação Visual – 9º ano


CONTEÚDOS: Introdução aos sistemas de projeção: - Ortogonal; Representação Técnica (sistemas de projeção):
Perspetivas axonométricas (Ortogonal e Oblíqua); Códigos da comunicação: - Normas de Representação Técnica: Registo
de medidas; Cotas e Escalas

Cotagem
Quando observamos um desenho técnico, é importante sabermos quais as dimensões do objeto
representado. Essas dimensões são indicadas por números que se designam por cotas. Cotagem é a
representação, no desenho, das cotas e das indicações necessárias relacionadas com estas (linhas de
chamada e de cota). As cotas representam sempre as dimensões do objeto.
Assim, designa-se por cotagem as informações inscritas no desenho e representadas por linhas,
setas, símbolos e valores. Estes valores, ou cotas, correspondem às dimensões reais dos objectos
representados.

Elementos da cotagem
Linhas de cota – São segmentos de reta traçados a traço contínuo fino, em geral paralelos ao
contorno ou elemento do desenho cuja dimensão definem.
Nunca usar como linha de cota qualquer outra linha (de contorno ou de eixo). Deve evitar-se, tanto
quanto possível, cruzar linhas de cota entre si ou com outras linhas. Tanto quanto possível as linhas
de cota devem ficar fora dos contornos do desenho do objeto.

Linhas de chamada – São pequenos segmentos de reta, em traço contínuo fino, perpendiculares ao
segmento a cotar nos pontos do desenho a que se referem as cotas. As linhas de chamada passam
ligeiramente para além das linhas de cota.
As linhas de contorno ou de eixo podem ser usadas como linhas de chamada.
As linhas de construção que definem a extremidade de uma dimensão a cotar e as linhas de chamada
devem ultrapassar ligeiramente o ponto em que se cruzam.

Tanto quanto possível deve evitar-se o cruzamento de linhas de chamada.

fig. 1 e 2
Números de cota – É a medida real do objeto. A inscrição da cota pode ser feita de duas maneiras.

Método 1:
As cotas são indicadas a pequena distância da linha de cota, aproximadamente a meio do seu
comprimento, do lado de dentro, quer das linhas horizontais quer das verticais.
De um modo geral, os números são dispostos de acordo com a orientação das linhas de cota.
A cotagem (medidas indicadas no desenho) é independente da escala utilizada.

Método 2:
As cotas ficam sempre em posição horizontal e as linhas de cota, não horizontais, são interrompidas
na zona média para a inserção da cota.
Fig.2
fig.4

fig.3 fig.5

Setas e barras oblíquas – As setas podem apresentar as formas da fig. 4. As barras oblíquas são
pequenas linhas traçadas a 45º. As pontas das setas devem ficar sobre as linhas de chamada, ou de
contorno, ou de eixo, a que a seta diz respeito. Por vezes quando as linhas de cota são muito curtas,
as duas setas opostas são substituídas por um ponto ou por uma barra.

Utilização de setas é feita nos casos


gerais (2). As barras oblíquas e os 1
pontos utilizam-se nos desenhos de
construção civil e construção metálica
(1,3).

2
SETA
ALONGADA

SETA EM 3
NEGRITO
Fig.6
Professora Cláudia Torres Fig.7
2
Letras e símbolos – Por vezes, para melhor esclarecer uma cota, podemos fazer anteceder o número
pelos símbolos:

- Quando se trata de um diâmetro


R - Quando se trata de um raio
S - Quando se trata de um diâmetro de uma superfície esférica
- Quando se trata do lado de um quadrado

A cotagem feita no desenho é independente da escala utilizada, isto é, os números de cota


indicam as dimensões reais do objecto. Normalmente as cotas aparecem em milímetros. A
unidade de medida não aparece junto às cotas, mas sim na legenda do desenho.

Espessuras de traço – Na representação técnica de objectos, usam-se várias espessuras de traço ou


traçados:

1. Traço grosso contínuo – Representação de arestas e


linhas de contorno visíveis;
2. Traço grosso interrompido – Representação das arestas e
linhas de contorno invisíveis;
3. Traço fino contínuo – Nas linhas auxiliares de construção,
nas linhas de cota e de chamada e no tracejado dos cortes;
4. Traço ponto fino – Representação dos planos de corte.

Escalas
Quando queremos a representação técnica de um objecto, seja realizada com rigor e pormenor,
recorremos ao desenho técnico, que se caracteriza pela utilização de um conjunto de normas e regras
estabelecidas segundo convenções.
Ao representar um objecto com a máxima exactidão, deparamo-nos com três situações:
• o objeto é maior que o suporte, exigindo o recurso de a uma escala de redução;
• o objeto é menor que o suporte e necessitamos de uma escala de ampliação;
Professora Cláudia Torres 3
• o objeto é do mesmo tamanho e registamo-lo com a sua medida.

Para ampliar ou reduzir um objeto, todas as medidas têm de manter a mesma proporção. A esta
proporção chamamos escala.

Escalas de redução - Exemplos: 1:5; 1:10; 1:20; 1:100


São utilizadas quando os objetos a representar são grandes, ou muito grandes (por exemplo um
móvel, uma viatura, um edifício.

Escalas de ampliação - Exemplos: 2:1; 5:1; 10:1


São utilizadas quando os objetos a utilizar são muito pequenos (por exemplo: um relógio de pulso,
uma peça de ourivesaria).

De acordo com aquilo que foi aqui dito, observa e interpreta a representação das escalas que se
segue:

As Perspetivas axonométricas
A perspetiva é um método de representação da realidade em que é tomado em conta o aspeto
tridimensional das formas, objetos e espaços e o seu registo num plano bidimensional.
Para se representar uma forma que possuí três dimensões numa superfície plana de duas dimensões
é necessário recorrer a normas e convenções, para que a representação dessa forma não crie erros e
deformações prejudiciais ao observador, quando vê essa representação, ou ao próprio artista quando
a realiza.
Pode dizer-se que a perspetiva é o processo de representação mais correto para registar uma
realidade tridimensional e o que mais se aproxima do modo como a nossa visão regista as imagens.

Perspetiva axonométrica isométrica:


É a mais simples de realizar devido ao facto dos ângulos dos eixos de redução serem iguais e não
existir escala de redução em nenhuma das dimensões.
Assim, as características da perspetiva isométrica são:
- Eixo das alturas Z – perpendicular em relação ao eixo horizontal de representação.
- Eixo das larguras X – oblíquo em relação ao eixo Z e ao eixo horizontal, fazendo com este um
ângulo de 30º (graus).
- Eixo dos comprimentos Y – tal como o eixo de X, é oblíquo em relação aos outros eixos, fazendo
igualmente um ângulo de 30º (graus) com o eixo horizontal.
- Escala de redução das dimensões – não existe qualquer escala.
A perspetiva isométrica constrói-se, muito facilmente, com o auxílio da régua e do esquadro de 30º.
É a perspetiva mais utilizada no desenho geométrico por ser aquela que não deforma tanto as formas
e os objetos representados.

Professora Cláudia Torres 4


Perspetiva axonométrica dimétrica:
A perspetiva dimétrica é um outro tipo de perspetiva axonométrica com as seguintes características:
- Eixo das alturas Z – Perpendicular em relação ao eixo horizontal de representação.
- Eixo das larguras X – oblíquo em relação ao eixo de Z e ao eixo horizontal, fazendo com este um
ângulo de 7º (graus).
- Eixo dos comprimentos Y – tal como o eixo X, é oblíquo em relação aos outros eixos, fazendo um
ângulo de 42º (graus) com o eixo horizontal.
- Escala de redução das dimensões – não existe escala de redução nos eixos X e Z, sendo a escala
de redução no eixo Y de metade das dimensões reais.

Perspetiva axonométrica cavaleira ou frontal:


A perspetiva cavaleira é igualmente uma representação bastante utilizada no desenho geométrico,
embora o registo das formas seja mais deformado do que o da perspetiva isométrica.
As características da perspetiva cavaleira são as seguintes:
- Eixo das alturas Z – perpendicular em relação ao eixo horizontal.
- Eixo das larguras X – perpendicular ao eixo das alturas e coincidente com o eixo horizontal.
- Eixo dos comprimentos Y – oblíquo em relação ao eixo das alturas e ao eixo horizontal, fazendo
com este um ângulo de 45º (graus).
- Escala de redução das dimensões – só se aplica escala de redução no eixo dos comprimentos Y,
reduzindo em metade qualquer dimensão nesse eixo.
A perspetiva cavaleira constrói-se com o auxílio da régua e do esquadro de 45º.
Apesar do registo das formas sair deformado, a perspetiva cavaleira é um processo de representação
bastante utilizado no desenho geométrico.

Perspetiva axonométrica militar:


A perspetiva militar é outro processo de representação axonométrico mas, preferencialmente utilizado
em arquitectura.
As formas representadas dão ideia de estarem a ser vistas do cimo.
É, portanto, um tipo de representação próprio para registar espaços e edifícios vistos de cima.
As características básicas da perspetiva militar são:
- Eixo das alturas Z – Perpendicular ao eixo horizontal.
- Eixo das larguras X – oblíquo em relação ao eixo das alturas e ao eixo horizontal, fazendo com
estes um ângulo de 45º (graus).
- Eixo dos comprimentos Y – oblíquo em relação ao eixo das alturas e ao eixo horizontal, fazendo
com estes um ângulo de 45º (graus).
- Escala de redução das dimensões – existe só escala de redução, em metade, das dimensões
segundo o eixo Z das alturas.
A perspetiva militar constrói-se com o auxílio da régua e do esquadro de 45º.

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Exemplo de construção

PROPOSTA DE TRABALHO:

Os seguintes exercícios são resolvidos cada um numa folha A3, segundo uma esquadria, cuja margem
esquerda é de 2cm e os restantes lados de 1 cm. Desenha a respetiva legenda

Designação: Des Nº

10
Escala:

10
Escola: Data:

10
Aluno: Ano/turma: Nº

10
115 15 15

Exercício nº 1
Representa nas perspetivas isométrica, dimétrica, cavaleira e militar, utilizando a escala 1:1 a seguinte
peça:
- Um cubo com 50 mm de lado.

Exercício nº 2
Representa na perspetiva isométrica, utilizando a escala 1:1, a peça A.

Exercício nº 3
Representa na perspetiva dimétrica, utilizando a escala
B
2:1, a peça B.
Proceda à cotagem da peça.

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