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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

CAMPUS SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

JESUINO PAZ LIMA

MATERIAIS DE USO EM DESENHO TÉCNICO

São Raimundo das Mangabeiras - MA


Agosto 2022
1. INTRODUÇÃO

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade
a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as
diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e
também da arquitetura. Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas,
números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o
desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da
arquitetura. Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução
e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento
específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar
formas espaciais.
Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho
bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial
representada na figura plana. Na prática pode-se dizer que, para interpretar um
desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de
entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial.
Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de
percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial
significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. Por exemplo,
fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um
determinado carro, da sua casa, e assim por diante. Ou seja, a visão espacial
permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo
fisicamente os objetos. Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm,
algumas pessoas têm mais facilidade para entender as formas espaciais a partir das
figuras planas. A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras
planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Tipos de Desenho Técnico

O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos descritos a seguir.


Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em
um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às
perspectivas.
Desenho não projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos
resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos,
diagramas etc.

2.2. Padronização de Desenho Técnico

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi


necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa
padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas
internacionalmente. As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos
interessados em estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre
produtores e consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora
suas normas técnicas e estas são acatadas em todo o seu território por todos os que
estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para favorecer o desenvolvimento da
padronização internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as
nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, reunidos em
Londres, criaram em 1947 a Organização Internacional de Normalização
(International Organization for Standardization – ISO).
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada
por todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como
norma internacional. As normas técnicas que regulam o desenho técnico são
normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras -NBR e
estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO.

2.3. Materiais de uso em Desenho Técnico


Para a execução de um desenho técnico é necessário utilizar materiais
adequados. Bons equipamentos geram desenhos com boa qualidade gráfica. Entre
os materiais utilizados no Desenho Técnico tem-se:

2.3.1 Lápis para desenho

Os grafites dos lápis para desenho são identificados pelas séries H (mais
duro) e B (mais mole). No desenho técnico, as linhas finas são executadas com
grafite 2H, as linhas intermediárias com grafite HB e as linhas grossas com grafite
2B. A ponta do lápis deve estar sempre bem afiada com uma lixa fina, para se obter
um traço uniforme.

2.3.2. Borracha de lápis

Borrachas disponíveis em diferentes tamanhos e formatos. As borrachas de


lápis STAEDTLER são especialmente macias. Adaptam-se perfeitamente ao papel
e, desse modo, limpam melhor a sujidade. Assim, produzem poucas aparas, o que é
especialmente vantajoso quando é necessário criar desenhos técnicos na prancheta
de desenho. Se fizer desenhos técnicos com marcadores, para as correções
recomenda-se a utilização de Mars plastic combi. Este tem uma parte azul para
apagar tinta e marcador.

2.3.3. Lapiseira e grafite

Existem hoje no mercado lapiseiras de várias marcas e preço bem cessível.


Porém na hora de adquirirmos a lapiseira, devemos observar se ela é adequada
para o desenho técnico. Dê preferência às lapiseiras que tenham no ponteiro um
acabamento em forma de canudo, pois este serve de apoio à régua na hora de
traçar o desenho. Encontramos geralmente em cinco espessuras: 0.3, 0.5, 0.7, 0.9
mm.
Os grafites são classificados em duros (traço duro, seco e claro), médios
(intermediários) e macios (traço macio e escuro). Os duros pertencem à série H (6H,
5H, 4H, 3H, 2H, H); os macios à série B (6B, 5B, 4B, 3B, 2B, B); e os intermediários
têm a denominação HB e F. O ideal para desenho são B, HB, F e H.
2.3.4. Borracha:

As borrachas mais indicadas são as sintéticas (Faber-Castell com capa


plástica), naturais brancas ou as específicas (Rotring ou Staedtler não abrasivas).
Existe também a borracha tipo lapiseira (ou lápis borracha) que é muito boa para
apagar detalhes e pequenos erros no desenho.

2.3.5. Réguas-escalas

O escalímetro é uma régua-escala de seção triangular com 6 escalas


gráficas em suas faces. Esse instrumento evita os cálculos na conversão de
medidas para uma determinada escala, agilizando o processo de desenho. Existem
diferentes escalímetros com escalas adequadas a cada tipo de representação
gráfica.
O escalímetro não deve ser utilizado no traçado de linhas. Emprega-se
apenas para medições, evitando-se o desgaste das marcações das escalas. As
linhas devem ser traçadas com o auxílio dos esquadros ou da régua T.

2.3.6. Compasso

O compasso serve para traçar circunferências ou arcos de circunferências e


transportar medidas. O compasso indicado para desenho técnico não deve possuir
folga nas articulações, mas possuir o porta-grafite e a ponta seca com articulações.
A ponta do grafite deve estar sempre afiada com uma lixa. Usa-se o compasso
fixando-se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e segura-se o
compasso pela parte superior.

2.3.7. Régua T

A régua T é composta pelo cabeçote (apoio) e pela haste (régua). Essa


régua é utilizada para traçar linhas horizontais paralelas no sentido do comprimento
da prancheta e como apoio aos esquadros para traçar paralelas verticais ou
inclinadas.
Para utilizar a régua T, segura-se com a mão esquerda o cruzamento do
cabeçote com a haste e imprime-se o movimento para cima ou para baixo.
Recomenda-se adquirir a Régua T de 60 cm com cabeçote fixo; pode ser de
madeira ou de material sintético.

2.3.8. Esquadros

O esquadro é um instrumento de desenho que também pode ser usado para


fazer linhas retas verticais com o apoio de uma régua T ou régua paralela e para
formar ângulos principais como 30º, 45º, 60º, 90º e combinações de ângulos
utilizando dois esquadros. Existem 2 tipos de esquadros básicos. O primeiro com o
formato de um triângulo retângulo isósceles de 45º- 45º- 90º. O segundo com o
formato de um triângulo retângulo escaleno de 30º-60º-90º.
O par de esquadros é usado como instrumento de desenho para solução de
problemas de geometria gráfica. O par de esquadros é composto por um esquadro
com 2 ângulos de 45º e outro com um ângulo de 30º e outro ângulo de 60º. Num
verdadeiro par de esquadros a hipotenusa do triângulo retângulo isósceles
correspondente ao esquadro que tem os dois ângulos de 45° é congruente ao maior
cateto do esquadro correspondente ao triângulo retângulo com ângulos de 30° e 60º.

2.3.9. Transferidor

O transferidor é um instrumento usado para medir os ângulos composto por


escalas circulares. Seu uso pode ser feito na educação, matemática, engenharia,
topografia, construção e diversas outras atividades que requeiram o uso e a medição
de ângulos com precisão. Tem a forma circular ou semicircular, e graduado de 0o a
360o, ou 0o a 180º.

2.3.10. Papéis para desenho

Os papéis mais utilizados no desenho técnico são: papel canson, papel-


manteiga e papel vegetal. O papel canson é opaco e encorpado, podendo receber
tinta. O canson mais utilizado é o de cor branca. O papel-manteiga é fino,
semitransparente e fosco. Esse papel é utilizado para estudos e esboços, aceitando
bem o desenho a lápis. O papel vegetal é mais espesso que o papel-manteiga, mas
também é semitransparente. Aceita bem o nanquim e lápis com grafite duro. Permite
raspagens e correções no desenho a nanquim e não deve ser dobrado para evitar
danos ao desenho.
Para fixar o papel na prancheta, primeiramente, deve-se apoiar a régua T
sobre a folha, fazendo com que o limite superior do papel fique paralelo à borda
superior da régua. Em seguida, fixa-se o papel no canto superior esquerdo e nos
demais cantos.

2.3.11. Prancheta

A prancheta é uma ferramenta formada por uma superfície simples que pode
ser usada em diferentes inclinações permitindo o posicionamento ideal para os seus
desenhos. Além disso, é possível transportá-las para onde quiser sem ter que retirar
as folhas da posição. Existem vários tamanhos, pode ser encontradas nos
tamanhos A1, A2 e A3, o que aumenta o leque de opções para os estudantes.

2.3.12. Gabaritos

Os gabaritos são uma espécie de régua que contém o molde de


diversas formas geométricas. Sua função é auxiliar no desenho técnico, facilitando a
utilização de alguns símbolos previamente definidos. Há diversos tipos de gabaritos,
cada um com suas simbologias.

2.3.13. Fita mágica

A fita mágica é a melhor fita para desenhos, pois descola sem danificar a
folha. É ideal para reparar documentos, identificar objetos, fazer emendas de rasgos
do papel e até tirar decalques de chassis, pois fica invisível quando aplicada. Aceita
escrita de lápis e caneta além de ter um desenrolamento suave e poder ser cortada
sem o auxílio de tesouras.
3. CONCLUSÃO

Como foi visto anteriormente, no desenho técnico existe um conjunto de


metodologias que exigem treinamento específico. Além disso, é muito importante
que o desenho técnico seja realizado com instrumentos adequados e esteja
padronizado, uma vez que o desenho final constitui um documento que será
referência para a execução de projetos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.ifmg.edu.br/ceadop3/apostilas/desenho-tecnico, acessado em 23/


08/2022.

https://www.staedtler.com/br/pt/descobrir/equipamento-para-desenho-tecnico/,
acessado em 24/ 08/2022.

https://blog.grafittiartes.com.br/conheca-os-materiais-mais-indicados-para-desenho-
tecnico/ , acessado em 24/ 08/2022.

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