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Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José Mindlin
Ie ne fay rien
sans
Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José Mindlin
n. Q <•
$0
ZAIRÂ AMERICANA.
MOSTRA AS IMMENSAS VANTAGENS QUE A SOCIEDADE
INTEIRA OBTÉM
DA
ILLDSmCta YlftTQBI
PERFEITA EDUCAÇÃO DA MULHER
C O M O M Ã I , E E S P O S A D O HOJHEHI.
1SS8.
Crtwt. (basm. ^WPcndenmi em ór.
De V. Ex.—Atlenciosa veneradora.
tSien>**to S, de 1852.
Cs/et/t a. e òawna. C/iee,
3. da S. P.
Dezembro 6, de 1852.
ü<© ILIB2TO)iac
jfL Si.
PEQUENA COLLECÇÍO
DE
llft PI11I
COMPOSTOS NOS DIAS
POR
I.
IV
V.
VI.
VII.
VIII.
Os sentimentos mais delicados, mais nobres e mais
ternos, pertencem ao coração da mulher; tudo ella
sacrifica sem trepidar um momento, em favor e auxi-
lio dos que imploram sua protecção.
IX.
XI.
XII.
XIII.
XIV
XV.
XVI.
XVII.
XVIII.
XIX.
XX.
XXI.
XXIII.
XXIV.
XXV.
XXVI.
Dezembro, 8 de 18Í7.
XXVII.
XXVIIL
XXIX.
XXXI.
XXXII.
XXXVI.
XXXVII.
XLI.
XLII.
XLIV
XLIX.
LI.
LIV.
Acho mil vezes mais malvado o falso amigo que
trahe a confiança e os segredos do seu melhor
amigo, do que o salteador que na estrada crava o
punhal pelas costas do desconhecido viajante.
LV.
LVI.
LVII.
LVIII.
LX.
LXIV.
LXV.
LXVI.
LXVH.
LXV1II
Mui dolorosa ó a pezada tarefa de dar todos os
instantes de nossa vida ao serviço e utilidade da
humanidade gemente; mas todos os prazeres da
nossa vida, e todas as doçuras, são nada em
em comparação da felicidade que nos causa o dar
os nossos auxílios aos infelizes.
LXJX
A tyrannia e ambição dos Europeos nos entregou
milhares de homens livres para serem nossos es-
cravos ; adocemos e suavisemos a sua escravidão,
dando-lhes em troca da sua liberdade, a felicidade
que só depende de nós.
UX.
Não desejemos para nós aquiílo que recusamos
conceder aos nossos semelhantes. N'esta só má-
xima se encerra uma grande porção de charidade e
moral.
LXXI.
As almas nobres praticam acções elevada-*, e
cheias de dignidade mesmo com seus ignóbeis ini-
migos. Esses miseráveis ainda recompensam mal
a sublimidade d'essas nobres acções com negra
ingratidão.
LXXH.
O homem, ou a mulher de alma virtuosa, e
— 20 —
LXXVII.
O homem sábio e virtuoso, eontenla-se com a
fortuna que chega para passar sem vexames nem
humilhações. A dignidade d'esse homem não po-
derá jamais ser comprada pelo ouro corruptor.
LXXVIII.
A mulher que sabe amar do homem só o coração
virtuoso, nobre e sensível, será sempre altiva em
seus sentimentos e dignidade ; e poucas serão suas
ambições.
LXXIX.
Os títulos pomposos, e as colossaes fortunas,
pouco valem, se no coração do homem não exis-
tirem as preciosas virtudes que vão além do túmulo.
LXXX.
A immortalidade da alma, a divina razão, e a
possessão das qualidades nobres e elevadas, fo-
ram as mais preciosas riquezas que Deos concedeu
ao homem, e acima de todas as outras.
LXXXI.
A mulher virtuosa e sensível, é para o homem, e
em todas as circumstancias da vida, o mais pre-
cioso bem, e seu maior thesouro.
LXXXII.
Pequena casa e parca mesa, sem um só credor,
alegra e deixa respirar livre o coração.
— 22 —
LXXXIII.
O homem, ou senhora de sentimentos altivos,
desprendem-se do luxo, para não serem em tempo
algum sacrificados pelas immensas necessidades,
as que elle os sugeila, ou escravisa insensivelmente.
LXXXIV.
Tranquillo somno em modesto leito, satisfaz
mais do que em leito de ouro, agitado, interrom-
pido repouso.
LXXXV.
As almas sublimes pelas virtudes com que Deos
as dotou, são capazes dos maiores e mais dolorosos
sacrifícios !... As pessoas de esphera superior serão
somente aquellas que as poderão avaliar.
LXXXVI.
O homem nobre, e cavalheiro, mostra-o sempre
em todas suas acções, e na dedicação ardente com
que se conduz para com os seus amigos ; mas com
quem elle redobra de attenções, e cavalheirismo,
é com as damas para com as quaes é necessária
a sua protecção. Este é o homem verdadeiramente
generoso e nobre.
Fim de uma pequena collecção dos meus pensa-
mentos, e compostos sem reflexão, e só cora a ra-
pidez com que corre a penna pelo papel.
Por uma Senhora.
Setembro, de 1853.
INTROBUCÇÃO.
-^AAAAAAA^•
CAPITULO PRIMEIRO.
CAPITULO SEGUNDO.
CAPITULO QUARTO.
Exemplos de IHãis de família, eíTeitos da i n -
veja» vnnta-seiiM tia nrimttira educação do
h o m e m dada por nina Itlãi virtuosa e sanãa.
CAPITULO SÉTIMO.
CAPITULO SÉTIMO.
Já tinha o mundo
Jove formado
E Rei de tudo
O homem creado.
Mas solitário
Este se achava,
Brusca tristeza
O dominava.
— 286 —
Com mão profusa
A natureza,
Em vão mostrava
Tanta belleza!
Cantavam aves,
Bolia o vento:
Tudo infundia
Contentamento.
Florido o valle
Reverdecia:
De mil aromas
0 ar se enchia.
Manhãa serena
Leda brilhava:
Manlo de eslrellas
A noite ornava.
E todavia,
Qual duro tronco,
O homem jazia
Sisudo, e bronco.
Covas escuras,
Mata enredada,
Nellas fazia
Sua morada.
— 287 —
No Solio eterno
love assentado,
Então aos Deoses
Fallou pausado.
Mortal soberbo,
Co entendimento
Sondar pretende
Mysterios cento.
Só, pensativo,
Se desalenta,
l)o mundo inleiro
Nada o contenta.
Eu distrahil-o
Quero piedoso;
Beba sua alma
Nectar gostoso.
Esbelto talhe
Meneio brando,
Mil, amorinhos
Vão rebanhandol
— 288 —
De ouro madeixas,
Ao vento soltas,
Ameigamféras
Qüe andam revoltas.
Oscupidinhos,
Dos verdes olhos,
Duras despedem
Seitas a molhos.
Vozes suaves
Que as almasjprendem,
De fio em fio
Dos beiços pendem.
Os alvos peitos
Dejnarfim puro,
Ah! são mais rijos
Que o crystal duro.
— 289 —
Corpo mimoso,
Que a vista enleva,
Onde o desejo
Em vão se ceva!
Ao vel-a o homem
Pasma, estremece!
Quer abraçal-a
Corre, enlanguece!
Ella responde,
Sou tua esposa;
Deixa a tristeza,
Ama-me, e goza.
CAPITULO OITAVO.
« De V Ex.
« De Castro. »
CAPITULO I.
CAPITULO II.
íf •não
OMO eu amo com paixão as letras, e artes,
posso passar em silencio alguns factos
que muito honram aos Monarchas que pro-
tegeram aos Artistas de celebridade, e que com a
protecçãõ regia, desenvolveram extraordinários ta-
lentos. Tyzziano, esse gênio da pintura, achou seu
protector no grande Imperador Carlos V.; e o gênio
do pintor deu um rápido vôo! e o seu pincel vigo-
roso, e forte de expressão, deu ainda magníficos
traços na tela de seus quadros, quando já Tyzziano
contava 93 annos ! mas o gênio superior não tem
sexo, idade, nem côr! é sim uma creação celeste,
luminosa, fulgurante, e á qual o homem chamou
gênio ! Carlos V protegeu os talentos de Tyzziano e
honrou de sua estima, e amizade a esse grande ho-
— 14 —
CAPITULO III.
CAPITULO IV.
CAPITULO V.
JL 1 lberdade do enthuslaamo, me concede ainda
dizer algumas phraze» a respeito d'essa Dama
lneomparavel, a Duqueza de •,»-**.'ulllere,
acompanhadas estas relllemões, de outras
acerca da mulher superior, e delicada, e de
a l g u n s h o m e n s celebres que tanto padece-
ram e solfreram.
CAPITULO VL
2l^üi£.3
Naufrágio perenne,
De penas, e horror!...
A ti vida chamam ?
E eu, miséria, e dôr.
Labirintho... horrível...
Dedalo intrincado...
Em ti se confunde,
Futuro, e passado.
Um mar tempestuoso
De vicios.... paixões!...
Vaidade, loucura,
Cruéis perseguições.
-i- m —
Invejas odiosas,
Vis machinações,
E negras calumnias..v
Falsas invenções,
Olvido!... e um túmulo!...;
Que ninguém visita!!
Mas que cobre, e cinge,
Herva parasita,
Alli da saudade...
Não o rega o pranto,
Nem resoa um hymno,
De sentido canto.
Triste cemitério,
Tudo em ti repouza!
Glorias, e paixões...
Encobre uma louza»
Ultima morada
Dos tristes humanos,
Cançados de penas...
Misérias, e enganos.
Depois que a alma dá um vôo á eternidade,
Das paixões que a prendiam libertada,
Começa para nós uma outra vida,
Talvez menos cruel e amargurada.
8
— 58 —
E a este mar procelloso em que embalados
No turbilhão vivemos das paixões;
Nós, míseros mortaes, chamamos vida?
Tendo só, luctas, penas, e affiiccões.
CAPTTILOVH.
CAPITULO VIII.
Noticias d o s m a i s c e l e b r e s Adivinho-*. T e n t a -
t i v a tle a s s a s l u a t o c o n t r a Luiz 18. I n f l u e n c i a
p e r i g o s a da m u l h e r p e r v e r •>•» s e t f r r l v e l s
effeitos d'essa p r e | i o d e r n n c i a s o b r e o h o -
m e m «em nrmezi» de caracter. P r e d o m í n i o
da m u l h e r v i r t u o s a p a r a c o n d u z i r o h o m e m
a o c a m i n h o «li h o n r a e d a v i r t u d e .
CAPITULO IX.
CAPITULO X.
s#,cimentos
ó quem tem bastante instrucção, e conhe-
é que sente verdadeira lastima
"íaS i$* ^ a s m ' z e r ^ a s í u e pertencem á condição
^b[j|yp i humana.
As pessoas extremamente sensíveis são
acommettidas de tristeza inexplicável! e
d'enlre essas nos appresentaa historia de
França um homem que muito figurou no
^T^ÊI Theatro durante o Reinado de Luiz XVI.
OItaliano Carlino foi oArlequim mais
interessante e gracioso, que tinha appare-
cido em França, homem que fazendo rir
toda a população parisiense que o admi-
rav$, só elle morria de hypoeondria e tédio! para esse
mal terrível e cruel, elle não achava nenhum remé-
dio! seu intimo amigo o Papa Clemente XIV. lhe
r-ARTE II. 12
— 90 —
dava em suas cartas mil conselhos, e as mais do«e*
palavras de consolação para destruir esse tédio
que lhe devorava o coração, e Clemente XI\ era o
único homem que dominava completamente o es-
pirito de Carlino; a mais estreita amizade ligava a
esses dous homens desde sua infância, e ella durou
até o Túmulo.
Carlino era casado cora uma linda e formosa Ro-
mana que muito amava; porém a companhia d'ella
e de seusfilhosnão era bastante para affastar d'elle
*a Atmosphera enlutada baixo a influencia da qual
íesprrava esse homem infeliz, e que entretanto todos
julgavam venturoso.
Um dia elle foi consultar o mais hábil discípulo
de Hypocrates que existia em Paris, e contou-lhe
o tédio que o dominava, e acompanhava por onde
quer que elle fosse. O Medico disse-lhe, — Sr., só
vejo um remédio que será efficaz ao vosso mal! ide
todas as noites ao theatro admirar o famoso Arle-
quim Carlino, que o homem mais hypocondriaco
ficará alegre em contempla-lo. O gracioso Italiano
deu um doloroso suspiro, e disse—Ah! Senhor, não
ha pois remédio algum para o meu mal; porque sou
esse mesmo Carlino! o Medico era por extraordiná-
rio acaso, sensível, e teve lastima d'um outro
homem que tanto soffria. Entretanto que oArlequim
espirituoso, e rodeado do explendido luxo que lhe
proporcionava sua immensa fortuna* morria de
tédio e desgosto, todo Paris ria, e anhelava de v£r
todas as noites as interessantes graças d'esse homem
extraordinário, quanto inco.npreheasivel no occulto
segredo de seu coração. Assim como a tristeza cons-
— 91 —
CAPITULO XI.
Uma textual passagem da vida de Fenelon
Arcebispo deCambral. Pensamentos,e relllc-
xões interessantes e variadas, sobre a vida
humana. Agudo e espirituoso dito de rtlnie.
de Stael. Os militares, Maria Luiz de Orleães,
Bainha de Hespanha e a sua Camareira.
CAPITULO XII.
CAPITULO I I I I .
Deserlpeão da m u l h e r rei l-*-! o s o m e n t e r e s i g -
nada, e c o r o a d a c o m a c o r o a d o s m a r t y r i o s .
Tributo ile a d m i r a ç ã o á s E s e r i p t o r a s do
J o r n a l das S e n h c r a s . D i v e r s o s p e n s a m e n t o s
acerca de objectos v a r i a d o s e i n t e r e s s a n t e s .
CAPITULO XIV.
CAPITULO IV
Qualidades do coração liumuii», o as falsas
uiupareiieins. Bailes de sociedade, e s e u es-
trondoso, e r u l n o s o l u x o . Dignidade» e In-
depenrlada Senhora altiva, e econômica. Ca-
l u m n i a s e tristes elTeitos das reuniões de
grande e o n c u r s o .
CAPITULO XVI.
CAPITULO XIX.
^**->
1M
CAPITULO XX.
PARTS tu 25
— rn-t —
aPITÜLO x x i .
l i e n r a q u e t a e m S a n t a H e l e n a . **»ar» e heS»
llssknk» a e e ã o d o I m p e r a d o r N a p o l e ã o e m
f a v o r *d'ê**m «rpjma IngleBa, r e c i p r o c a alTei-
çftte d'e**»» DoakKelta' pt»rn Com « e n reupet-
t a v e l |N-«tt-clor. T-futon d e i.-*elen, • Ketl a d i a
p a r a c o m o s h o n i e u i p e l o m u l t o «,-ue d'oliea
t l u b n a o f f r l d o . O P r e t o Ml mo o e nua e x t r a -
ordinária heroicidade a par de SIM mo-
dc**t4«.
algumasoutrasborasaler.eaesludarolngles, fazia
o seu adorno, e vestia-se elegantemente das trez ás
quatro horas, e sabia acompanhado do General
Bertrand, de Mr. de Las Cazas, ou do General
Gorgaud: Seus passeios eram todos dirigidos ao
valle vizinho; quando voltavam, passavam ha-
bitualmente pela caza do General Bertrand, onde
o Imperador se demorava meia hora, conver-
sando com a bella e interessante Mme. de Ber-
trand, e brincando com os lindos filhos do seu
melhor amigo. Exploravam assim a visinhança,
vizitando as poucas cazas que alU haviam, todas
pobres, e de opprimir o coração de tristeza. Os ca-
minhos estavam quasi sempre impraticáveis, porém
quanto peior era o caminho, mais prazer sentia Na-
poleão em vencer todas as difficuldades que lhe
oppuzessem obstáculo! Isso fazia mais longo o seu
passeio; o que para o Grande homem era um si-
mulachro de liberdade. A única coiza a que o illus-
tre captivo não se podia habituar, era a ver as sen-
tinellas postadas de pequena em pequena distancia I
essas o observavam eom grande atlenção, a ponto
de não perderem o menor acionado de Napoleão.
Um dia que elle tinha feito um passeio por sobre
os rochedos mais escabrozos, descobriu uma cabana
pobre, porém cercada de um pequeno jardim bem
cultivado; o Imperador desceu, e abriu a porta
desse jardim, achando neUe uma linda joven In-
gleza, que regando as flores parecia bem tranquilla
e feliz I Ella linha uns olhos azues, animados por
uma graciosa expiessão, a ponto de Napoleão sen-
tir-se tocado e seduzido por esse olhar persuasivo.
— 197 —
O Imperador começou com a joven um dialogo por
esta fôrma « — Mademoiselle: como vos chamais?
Henriqueta,[lhe respondeu ella: Mas como é vosso
appellido de familia? Bocovv — vós pareceis amar
muito as flores, não é assim? Sim, senhor, eu as
amo porque ellas são meu único recurso de subsis-
tência. Como assim, lhe disse Napoleão? Sim, todos
os dias vou ao mercado da Ilha vender os meus ra-
malhetes, e recebo em troca d'elles ura franco; e é
com isto qúe passo o dia, fazendo todavia algumas
pequenas Economias. E o vosso Pai e a vossa Mãi o
que fazem? em que se occupam ? Ah! eu já não
tenho Pais, respondeu a Donzella. profundamente
comovida! Como! nem ura só parente tendes? Não
Senhor, nem um só! sou estrangeira nesta Ilha! ha
trez annos que meu Pai official reformado do Exer-
cito Inglez, partiò de Londres em companhia de
minha Mãi, e de mim, para hirmos reunir-nos a
uns parentes que tinha na índia, e que o haviam
de ajudar a fazer fortuna. Não éramos ricos; e
meus Pais tiveram immenso trabalho para ajusta-
rem a quantia de dinheiro afim de pagarem a longa
viagem de Inglaterra até á índia. Mas Ai I elles não
deveriam ver o fim d'essa viagem; Meu pobre Pai
morreu na viagem; e quando a embarcação tocou
n'esta triste Ilha, minha infeliz Mãi estava lão en-
ferma e cheia de soffrimenlos que o Capitão aqui
nos deixou abandonadas sem parentes, amigos, e o
que peior é sem fortuna! Oepois de obtermos esta
Cabana, e este pedaço de terreno, eu o principiei a
cultivar até fazer d'elle o jardim que vedes. Umne-
gociantelnglez que como vós, me interrogou acerca
— 198 —
CAPITULO XXII.
C o m p a r a r ã o e n t r e • «Grande h o m e m , e T j m o n
d e L u c l e n . T l t o , -*» s o u I r m ã o Oomlrlitno.
Heíle-vòe-4 r e l i g i o s a s ***• iilillo««o|ililri»ii relntt-
-vamente & n e q u e n h e z d o h o m e m , e a Im-
m e n s l d a d e d o A l t í s s i m o . H u m i l d a d e d o Im-
aaortal P j ilm-f-oros, e s u a I n t m e n s a aafeo*»
d o r Ia.
xlraordinaria e inconprehensivel é ao
espirfto humano esla prodigioza diffe-
Irença que existe nas paixões humanas,
|Cnos Caracteres, indole, e sentimentos de
uns, e de outros homens I o império, a
Soberania, a poderoza influencia des-
sas mesmas paixões combinadas com os
'sentimentos bons, ou maus de todos es-
ses homens, torna essa organisação mo-
ral um thema para grandes e sérios
discursos enlre as pessoas de irudiçáo.
0 homem com a poderoza Soberania das
paixões, combalendo eslas com a Divina
razão, é já por si só um digno objecto de graves,
profundas, e judiciozas reflexões, e attento estudo!
os lalenlosdo homem de grande inlelligencia, com-
binados com as mais escrupulozas observações
acerca dessa producção das mãos do Altíssimo,
serão apenas bastanle para conhecerem uma pe-
quena parte dos segredos que pertencem a essa
obra primoroza da mão de Deos! as pregas do
coração humano desdobradas uma, a uma, não
revelam todavia os mysterios que se ocultam cm
— 207 —
a"
••- 238 —
CAPITULO XXV.
Justos tributos de a d m i r a ç ã o o sincera ho-
menagem a a l g u n s Cavalheiros
d l s t l n e t o s do Brazil.
Dezembro 16 de 1844.
— 260 —
Composta cm uma hora de feliz Inspirarão
p o r D . H . de A. K. €*
Julho 21 de 1841.
— 262 —
Feita n o m e s m o Instante cm q u e tive a noti-
cia agradável da Acclamação do Im-
perador iVapoleão !•••
(D2ti3*
Tu que reges da França hoje os destinos.
Possa o Céo conservar-te nesse Throno,
E preservar-le sempre da desgraça,
De hir morrer no desterro no abandono I
Já bem tristes exemplos tendes visto!
Que as vaidades do mundo não to illudam!...
Os mais altivos Thronos Deos derriba!
E n'estc pobre globo as coizas mudam.
Um nome que na França é adorado,
Te abrio o caminho da brihanle gloria!
Se o mortal Napoleão jaze no Túmulo;
Napoleão immortal vive na historia!
Da triste merencororia Santa Helena,
Esse frio cadáver transportado,
Fez a revolução em Ioda a Franca;
o o '
ODE.
Da Soberba Albião rompendo os mares,
Com graça e galhardia te apprezenlasles!
E estes mares prateados, e pacíficos,
Tu formoza Fragata embellezasles.
Foi curta tua carreira, mas brilhante!
Em sérias commissões fosle empregada,
Em outras muitas te encontrasles útil,
D. Affonço expirando foi chorada.
Qual formoza Senhora que inda joven,
Desce ao frio sepulchro sendo amada ;
Assim te aconteceu bella Fragata,
Sendo pelos teus hospodes pranteada.
Quem te pôde admirar sem appreciar-te,
O' formoza, magnífica Fragata!
Teu grande machinismo pareceu-me,
Monte de oiro preciozo, ou linda prata.
Mil tubos, e segredos n'elle havia,
Caprixoza invenção do engenho humano!
Em lua grandeza decahida, désles,
Mais essa cruel lição de dezengano.
A vontade de Deos, o que reziste?
E dos seus Elementos irritados?
Toda a força do homem é fraca, nulla,
Contra taes inimigos combinados.
Quando a Armada invencibel de Castella,
Foi pelos elementos destruída;
O soberbo Monarcha que a formou (1)
•ST
Quem te pode imitar, sublime Tasso?
Alma cfardentes chammas inflammada !...
Mente Celeste, e sabia le inspiraram,
Os cantos immortaes á tua Amada.
Delirante paixão te enardecia,
0 sangue, o cérebro, o peito, e coração
Teu amor terno foi, e desgraçado...
Este o prêmio que leve tua affeição
Do mais profundo amor o sentimento,
Em divinas vigílias tu o pintas!
No fundo do leu peito, e da tua alma,
Fosle buscar as cores d'essas tintas.
Tua Jerusalém é sim pompoza,
Nos feitos dos guerreiros que cantastes!
Mas nas ternas vigílias que eu admiro,
Foi n'esta obra que le immortalizastes.
Que torrentes de lagrimas ardentes,
Destes meus tristes olhos hão corrido!...
Cada phrazede fogo me hão queimado,
Ou demaziado o peito enternecido.
Tu meu vate querido, e predilecto I
Delicado, quão terno, e apaixonado !...
Que glacial coração poderá ler-te
Sum sentir-se de dôr amargurado.
— 267 —
Julho 29 de 1853.
— 269 —
F e i t a n a n o i t e d e «1 d e J u l h o d e isftS.
t*
ODE
LIGEIRA HOMENAGEM AO SOL.
Fado inflexível,
Os maltratou,
Mas seus talentos,
D'elletriumphou.
Duros desterros,
Prizão sombria,
Não lhes roubaram
A melodia,
Que o Céo lhes deu.
Furor tyranno,
Não chega a tanto l
A Deos só cabe,
Poder tão alto.
Dezembro 18 de 1841.
*mm*
-o>_-J. ne*r*
— 280 —
(d) A Paraguassú.
PARTE II. àb
— 282 —
Lá cahio medonho rayo,
Aqui resoa o trovão.
Gritam uns, vamos a pique!...
N'esse abysmo tenebrozo I...
Outros chorando nos rogam,
Rezemos um Padre Nosso.
Escutar eu mais não pude!...
Perdi alentos... e vida!...
Cahi no chão sem sentidos,
Como de um rayo ferida.
ODE.
Donzella, Ia vida no es nada I
Enganos! mentiras! vanas ilusiones,
Que mcen de el pecho
Las lucas pasciones.
Las Santas virtudes,
Las lagrimas puras ;
Que a el Cielo mandamos;
Mitigan dei alma,
Las penas mas duras...
Ien Dios esperamos.
De el Padre que amavas,
Adora, Donzella,
La excelsa memória I
— 283 —
I pueda su imagem
Quedar em tu pecho.
Como yá há quedado
Su Nombre em Ia historia.
Sus triumphos, campanas;
Y nobles virtudes quedan,
Coronadas de honor y de gloria.
n
Maio 20 de 1844.
Por
D. N. DE A. E. G
— 285 —
Uma ligeira Inspiração bocollea, em u m so-
litário passeio de Campo, em que sllen-
eioza contemplava a natureza.
!_©
t-pr+rt -r-Tf-r*.,
Bedleada a s a u d o s a m e m ó r i a do m u i gentil
e x - I m p e r a d o r o Senhor B. Pedro I.
PAKTE II. 38
— £98 —
saudosa homenagem de affeição oíTereelda a
memória da linda e m i m o s a l.icia,
Anjo que sublo aos céos.
AO t \ J O .
ELEGIA.
Dize, d onde repousas mortal,
Grande, magnânimo, sublime?!
No leito sepulchral, suave, sereno!
Mas nossa dôr por ti, assaz se exprime.
E acaso rainha Lyra é feita de oiro;
Para em modestas phrases elogiar-te,
Melpomene, me deu Diva linguagem;
Para ufana, orgulhosa hoje cantar-te ? f
D'onde irei eu buscar sublimes versos,
Tendo n'alma, enlutado o sentimento!...
Me achando succumbida.... inanimada....
0 coração em dôr, em desalento.
Da sociedade inteira adorno, gala,
Exmalte da natura o mais brilhante!
Esses subidos méritos, virtudes,
Jamais tu desmentiste um só instante.
Urbano, sempre nobre cavalheiro,
Gene*02:0, distincto, assaz polido!
Cü£q-e-;síav*tS affectos suavemente,
D 3 iodos z~aúõ amuuo, e Io querido.
2e a pátria perdeu em ti seu ./-.de horaera,
0 sexo feminino um protector,
— 301 —
Para elle hábil fundaste um Monte-Pio,
Da desgraça, e orphandade auxiliador.
Perfumado no trato, e na linguagem,
Excessivo em tuas finas attenções;
Com gracioso sorriso, amável gesto,
Imperavas nos livres corações.
Aureliano, morreu? não, foi engano! (1)
Que um tal homem será sempre immortal!...
Elle deixou ura mundo fementido....
Foi buscar a sua pátria celestial.
Se Achilles te chamaram na coragem;
Aristides chamei-te na justiça.
A gloria do Brazil, só halmejavas,
As riquezas te acharam sem cubiça l
Conheci os quilates de teus méritos!
Também fino soubestes appreciar-me!
Não foi em mim valor, mas sim, bondade,
Para tão grã mercê nobre, outorgar-me.
Da constante amizade, santa e pura,
Os Túmulos não quebram esses laços!
Que a nossa alma immortal ao Céo remonta,
E ardente pensamento encurta espaços.
E como tu, morrer, se aqui deixastes,
Tantos feitos brilhantes de tua gloria?!
Teu nome, tuas virtudes e talentos.
Immortal tefizeramjá na historia.
(1) Foi s6 para esse grande homem para quem eu achei em meu
cérebro as ideas e pensamentos que n'estas paginas se acham I elle
não leu meu livro, e quem sabe se eu mesma o lerei ? I... o Exm.
Monsenhor Soledade, nosso fino amigo, e o Exm. Sr. Conselheiro
Aureliano, anciosos o esperavam I Estes dois appreciadores enthu-
siastas que me hiam dar prazer e ufania, Deos m'os a rrebatou !
hoje quem appreoiará esta composição litteraria ? 1 Os indiferen-
tes.... não comprehendem nem o fogo da imaginação, nem a ve-
liemencia da almj* IA penna cahe-me da mão. NOIA DA AUIORA.
— 302 —
Rcflexlons iiltllonopltlque-i.
A Authora.
:ilO —
EIEATAS.
P A R T E I.
Pag. Linh. Erros. Emendas.
Carla 2.» 18 Lucyano Licinio
Ao Leitor 15 Ires sineites dous sinettcs
17 29 não procisam não prccizam
18 28 Nequer Neker
29 8 educadas educados
32 30 vantagens que da eru-
dição vantagens da erudição
65 5 de Gemelis Condessa de Gcnelis
104 8 tão c orgulhozos tão orgulhozos
118 25 redobrados redobradas
184 9 tão e orgulliozos tão ergulhozos
184- 16 de Marinli de Marinlia
209 1 Mainteuan Mainlcnon
213 2 da nota virtuosas d'essa Soberana vir-
tuosa
213 22 Saint Beuvc Saiute Hcuvc
233 4 Roberto Stlhinson.... Roberto Asteífenson
234 31 conseguiram conseguido tanto
238 7 de repetição a posteridade e os Es-
criptores de espirito
forte.—
241 2 Corregio! Correggio
243 Inscripção
do Cap. de José Ballivian de José de lialli\ian
243 8 d'esscs Areslides d'c->se Arcsiides
264 G mais grande maior
266 2 da nota pelos mais grandes... pelos maiores é verí-
dicos
267 30 aros penhores charos penhores
272 13 intelecto intellecto
274 1 prescrular presntiar
27i 29 que o diffc-renceiam... que as mllei enteiam
278 11 Mais t/iande Nau , Maior N"u
28o 3 man.iüceneia muniu-em i.*
288 29 iiulus.-iras indiiilría
313 23 e dei Hei'.' edvüíi-i!
322 10 Kauei I.e Kain
^61 27 Mr. Emilio Mr. Vidor
366 16 ÍL icuara "-'eiir.*
— 311 —
IMKTIi II.
Pag. Linh. Erros. Emendas.
Ao Leitor 6 Alhalã Athala
7 20 aproximanda-se approximando-se
33 7 não pode, nem deve
pedir não pede, nem deverá
pedir.—
43 1 hypocondrico hypocondriaco
45 17 um Mcdiao um Medico
65 16 epitaficios Epitafíos
83 20 com coração com o coração
83 20 chamam ! chamma
48 - 25 Dezendo dizendo
87 3 imperfeição lenh o . . . tenho
123 1 Psalmo Psalmos
153 11 di couza que deflen-
deraos da cauza qne deffen-
demos
176 14 idolatrado aquelles... idolatrado d'aquelles
201 11 irudição erudição
236 8 das historia da historia
254 verso 1 Brilhantes Brilhastes
267 D 25 dos mais grandes.... dos maiores Poetas
258 » 15 preseguil-os perscguil-os
264 » 6 mais grande maior
282 » hcsp 14 Lucas Locas
289 » (*)
292 » 2 ave arvore
SSttSSe
v^A/Vuw
PARTE 11.
ERROS. EMENDAS
Pag. 58 lính. 27 Eduardo, Y cmng Eduardo Y<
» 116 15 calafricos calafrios
» 210 25 inabanavel inabalável
» 216 5 •viriuoza virtuoza
» 259 1 arranjo arrojo
» 263 13 Trajaneos Trajanos
» 271 7 que nos quem nos
» 276 2 conchinas conchinhas
» 293 12 bandadozo bondadozo
» 295 8 humidas unidas
A nota da pag. 303, leia-se da maneira seguinte: — Duas
d'essas inspirações poéticas (paginas 260 e 283) não são mi-
chae, mas sim de uma amiga que já não existe.
EXPLICADO AO LEITOR
DO LIVRO
Z A I R A AMERICANA.
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BRASILIANA DIGITAL
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