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Quadro Do Paisagismo No Brasil Silvio Soares Macedo PDF
Quadro Do Paisagismo No Brasil Silvio Soares Macedo PDF
Yolanda Barozzi
no brasil – paisagismo
cont e mporân e o brasil e iro
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pós-
Foto 3: Condomínio vertical no Alto da Lapa Foto 4: Condomínio horizontal Alto da Boa Vista –
Crédito: Silvio Soares Macedo São Paulo, 2005
Crédito: Silvio Soares Macedo
Mesmo nos bairros mais populares, observa-se o plantio de árvores nas ruas,
a colocação de vasos e plantas nos mirrados espaços livres, a formalização de
quadras poliesportivas – uma forma de tratamento destes espaços, a construção
pelo Estado de praças “pós-modernas” ou de núcleos recreativos, enfim, as mais
diversas ações paisagísticas.
Por outro lado, as preocupações ecológicas, introduzidas formalmente no
léxico urbano nos anos 80, começam a ser apropriadas pela população, que exige
a conservação da vegetação (nem que seja uma árvore raquítica), sua introdução
em ambientes antes áridos e a conservação da vegetação antes muito desprezada,
como as florestas de manguezais.
O espaço livre urbano, em especial, apresenta-se, no início deste século,
sobrevalorizado de um lado, com o crescente interesse da população por sua
existência, com o restauro de obras importantes como o Parque Aterro do Flamengo
de Roberto Burle Marx e outros (2001), no Rio de Janeiro ou a Praça da Liberdade
de Reynaldo Dieberger, em Belo Horizonte, com a constante concepção e
construção de novos espaços; por outro lado, as carências são grandes perante as
demandas em constante expansão e os órgãos públicos, muitos mal-aparelhados e
estruturados, de fato, não atendem às solicitações e necessidades populares.
Fatores como privatização e segregação do uso do espaço livre são fatos
corriqueiros e facilmente detectados em todas as cidades, em seus condomínios
murados, nas cercas e impedimentos de uso de vias públicas, bem como na
invasão de áreas de pedestres pelo comércio informal com seus conflitos
decorrentes, na expulsão de usuários de praças por gangues organizadas (uma
outra forma de exclusão e segregação tão cruel como a dos muitos dos grandes
condomínios privados).
Nesse quadro geral de contradições e demandas, de criação e de segregação
de sofisticação, luxo e pobreza, de soluções simples e complexas, surge e resulta,
tanto no âmbito público como privado, o paisagismo brasileiro – um reflexo da
cidade, da urbanização contemporânea, tendo como resultante espacial um
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conjunto de obras importantes de qualidade e que só agora se começa a entender pós-
e a estudar.
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pós-
facilidade imediata de obtenção de dados, pois os projetos estão implantados e
consolidados ou em fase de amadurecimento.
O conhecimento pleno do universo do paisagismo contemporâneo brasileiro,
em termos tanto de adequação funcional como formal, é extremamente importante
pelo porte e qualidade das obras executadas e por seu significado social.
Representam em suas formas a liberação de antigos e estabelecidos preceitos
modernistas, o aceite quase irrestrito de novas experiências formais e funcionais e
uma inserção enfática do viés ecológico em projetos de porte como parques
urbanos e até algumas praças e jardins privados. Por outro lado, como foi dito,
muitos velhos espaços têm sido restaurados obedecendo aos cânones concebidos
no passado, em uma evidente tendência social a valorizar obras antigas.
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pós-
pelo governo estadual em áreas populares, em fase de implementação no ano de
2000, quando pesquisamos a área.
Porto Alegre – pesquisa em novos parques (cinco no total) e praças.
Campo Grande – pesquisa em dois novos parques e praças públicas diversas.
Recife – pesquisa sobre novos investimentos na área central (calçadões) e
praças de bairro e belvederes nos rios Beberibe e Capibaribe.
Belém – pesquisa em área das docas e praças públicas recém-restauradas e
criadas.
Salvador – pesquisa em novas áreas de lazer na orla.
Manaus – investimentos públicos de qualidade visível, concebidos por
arquitetos; pesquisa em novas praças públicas.
Fortaleza – investimentos públicos em áreas turísticas; orla em especial.
Belo Horizonte – novos parques públicos.
Foto 11: Parque da Pampulha – Belo Horizonte Foto 12: Praça Corporativa Times Square – São Paulo
Crédito: Silvio Soares Macedo Crédito: Silvio Soares Macedo
Brasília – projeto orla, praças públicas.
Santo André – conjunto de novas praças e parques implementados de acordo
com padrões pitorescos e que influenciam (como modelo formal) os novos
logradouros construídos em São Paulo.
No caso de espaços privados, pretende-se enfocar, especialmente, aqueles
espaços paisagisticamente tratados e criados no entorno de edifícios (casas e
edifícios de apartamentos) e conjuntos residenciais (vilas e conjuntos verticalizados)
no entorno de edifícios comerciais – como as denominadas “plazas” junto das sedes
das grandes corporações financeiras ou espaços tratados de shopping centers ao ar
livre.
Resultados obtidos
Em 1999, lançamos como resultado dos primeiros cinco anos do Projeto
QUAPÁ (I e II) o livro Quadro do paisagismo no Brasil, primeiro livro a colocar o
240 paisagismo brasileiro como um conjunto coeso e expressivo, articulado dentro da
realidade urbana e social nacional. A obra estabelece bases escritas e
pós-