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Logo n2 > n1, conseqüentemente v2 > v1 que é uma contradição do que se observa
experimentalmente (n2 > n1 => v2 < v1).
NOÇÕES SOBRE A TEORIA ELETROMAGNÉTICA DA LUZ - Por volta de 1870 John Clerk
Maxwell, formulou uma teoria, puramente matemática, sobre a natureza da luz. Por essa teoria
toda vez que uma carga elétrica que se encontra no espaço, sofre variação em sua velocidade,
ela cria dois campos, um elétrico e outro magnético, que se propagam no espaço. Durante a
propagação, ao longo de uma reta, os módulos dos vetores E (campo elétrico) e H (campo
magnético) variam de acordo com as funções: E = Eo.cos t e H = Ho.cos t. Os sentidos
desses campos também variam e suas direções são perpendiculares entre si. Ao conjunto
desses dois campos, que se propagam no espaço, dá-se o nome de ONDA
ELETROMAGNÉTICA. Em 1888, Hertz conseguiu produzir pertubações eletromagnéticas que
provocavam ondas de várias freqüências e que apresentavam todas as propriedades da luz
salvo a de impressionar a retina. A descoberta das ondas hertzianas constituiu a confirmação
da teoria eletromagnética da luz de Maxwell e se extendeu para as diferentes modalidades de
energia radiante, que se propagam com a mesma velocidade (3.108 m/s) e se diferem pela
freqüência e comprimento de onda.
Radiação Comprimento de
onda
Ondas hertzianas 30 km a 200 m
infravermelha 400 m a 0,8 m
Luminosa 0,75 m a 0,4 m
Ultravioleta 0,4 m a 0,012 m
Raios X 10 m a 0,005 m
TEORIA DOS QUANTA. FOTON - A teoria eletromagnética sobre a teoria da luz explica
perfeitamente os fenômenos da reflexão, refração, interferência, difração e polarização.
Entretanto no final do século 19, foram observados fenômenos de difícil explicação pela teoria
eletromagnética. Assim em 1900, MAX PLANCK, para justificar a distribuição de energia entre
as diversas radiações no espectro da luz, formulou a suposição pela qual a fonte de luz não
pode emitir energia de forma contínua mas sim por saltos, isto é, por quantidades discretas,
múltiplas inteiras de uma quantidade elementar ou QUANTUM (plural QUANTA). Pouco depois
(1904) ALBERT EINSTEIN, para explicar a emissão de elétrons pela matéria (efeito foto-
elétrico) extendeu a hipótese de Planck à propagação de qualquer radiação (onda
eletromagnética). Segundo a teoria dos quanta, toda a radiação é emitida, propagada e
absorvida por unidades discretas (pacotes) denominada de FOTONS. A quantidade de energia
W associada ao fóton é proporcional à freqüência f da radiação e dada por W = h.f, onde h é
uma constante de proporcionalidade chamada de “constante de Planck” e de valor h = 6,55.10-
27
erg.s.
Assim a energia associada ao quantum da luz vermelha é W = 6,55.10-27 . 4.1014 = 2,62.10-12
erg = 2,62.10-19 J.
Esta quantidade de energia é muito pequena, por exemplo, para elevar a temperatura de 1 g
de água de 1 oC é necessário fornecer 1 cal = 4,19 J ou 16.1018 quanta de luz vermelha.
Fig. 1 – Diagrama de uma onda eletromagnética que se propaga na direção do eixo x. O vetor
campo elétrico E vibra no plano xy e o vetor campo magnético B vibra no plano xz.
Fig. 2 – Feixe de luz não polarizada na direção de propagação perpendicular ao plano da folha.
O vetor campo elétrico pode vibrar com igual probabilidade em qualquer direção.
Fig. 3 – Feixe de luz polarizada, com o vetor campo elétrico vibrando na direção vertical.
POLARIZAÇÃO POR ABSORÇÃO SELETIVA : A maneira mais comum para se ter luz
polarizada é o do uso de material que transmite ondas cujos vetores E vibram num
plano paralelo a uma certa direção e absorve as ondas cujos vetores campo elétrico
vibram nas outras direções. Qualquer substância que apresenta esta propriedade é
chamada de dicróica. Por volta de 1940 descobriu-se um material que denominou-se
polaróide, que polariza a luz mediante a absorção seletiva por moléculas orientadas.
Uma das maneiras de se fabricar esse material é por folhas delgadas de compostos
orgânicos de cadeia longa, álcool polivinílico por exemplo. Durante o processo de
fabricação essas folhas são esticadas de modo que as moléculas de cadeia longa se
alinham.
Exercício: Determine o ângulo de polarização (ângulo de Brewster) quando a luz vai do ar (n=1)
para : a) a água n = 4/3 ; b) o vidro n = 1,52).
a) b)
INTRODUÇÃO ÀS FIBRAS ÓPTICAS
As fibras ópticas são fabricadas em vidro (sílica) ou em plástico. As fabricadas em fibras de
vidro possuem menor atenuação (perda de energia) e são, portanto, usadas para transmissão
em longas distâncias. As fibras plásticas, por outro lado, são mais baratas e usadas em
aplicações locais. A estrutura de uma fibra óptica típica é ilustrada na figura 1, e consiste
basicamente de três cilindros concêntricos. O cilindro de raio menor é chamado de núcleo e
por ele luz se propaga. O cilindro de raio intermediário é chamado de casca. O núcleo tem um
índice de refração n1 e a casca tem um índice de refração n2 com n1 > n2 para que ocorra
reflexão total no núcleo. O cilindro mais externo da figura 1 é apenas uma proteção (em geral
plástica), que não tem interação com a luz.
A característica fundamental da fibra óptica é o fato de que a luz se propaga pelo núcleo de
uma extremidade a outra, mesmo que a fibra não esteja em linha reta. Lembre-se que sem a
fibra, a luz se propagaria sempre em movimento retilíneo, sem fazer curva. Sendo assim, a
fibra guia a luz da mesma forma que um fio de metal guia o movimento dos elétrons.
Como já dito, o mecanismo que faz com que a fibra conduza a luz é a reflexão interna total. A
figura 2 mostra a propagação de dois raios de luz em uma fibra óptica; cada raio faz um ângulo
θ1 diferente com a reta normal a interface entre núcleo e casca. Na figura 2a, este ângulo é
menor do que o ângulo crítico (θc=L) e, portanto, o raio não é totalmente refletido (parte do raio
é refratado para a casca). Isto significa que há uma perda a cada reflexão e que após algumas
reflexões, a luz propagada pela casca é completamente perdida. Na figura 2b θ1>θc(L), de
forma que ocorre reflexão interna total e a luz não se perde para a casca. Desta forma é
possível à luz se propagar por longa distância.
Figura 2 – Raio de luz se propagando por uma fibra com ângulo θ1 inferior (a) e superior (b) ao
ângulo crítico para reflexão interna total na interface núcleo-casca.
Devemos considerar que, independente da reflexão total no núcleo, o material que compõe a
fibra, atenua a luz ao se propagar por ele, por meio da absorção e do espalhamento. Assim, a
potência de luz que chega à saída da fibra é sempre menor do que a que inserimos na entrada.
Em uma fibra de vidro feita para transmissões de longa distância, esta atenuação é
extremamente pequena, reduzindo a potência da luz em ~4,5% a cada quilômetro propagado.
Sendo assim a potência da luz cai pela metade devido à atenuação após _______ quilômetros.
Fibras ópticas de vidro, portanto, conseguem cobrir distâncias de ~50km sem necessidade de
re-amplificação do sinal óptico. A figura 3 ilustra como uma fibra é capaz de levar dados de um
lado ao outro. Em geral codificamos os dados a serem transmitidos em bits (‘0s’ e ‘1s’) de
informação (código binário ou digital). Estes dados são enviados, sob a forma de um sinal
elétrico a uma fonte de pulsos de luz (em geral um laser). Esta fonte irá gerar um pulso para
cada bit ‘1’ e deixara um espaço sem pulso para cada bit ‘0’. Estes pulsos de luz são então
propagados pela fibra óptica e detectados ao final em um receptor. O receptor transforma os
pulsos novamente em um sinal elétrico que pode ser identificado como os dados transmitidos.
Observe que a luz pode se propagar por uma fibra através de mais de um raio. A figura 4
mostra dois raios se propagando por uma fibra; o ângulo θ1 para ambos os raios é maior do
que o ângulo crítico, e portando a perda é pequena. Dizemos que cada raio é um modo que a
luz tem de se propagar. Quando o transmissor emite pulsos de luz, estes pulsos se propagam
por mais de um destes modos. Na figura 4, podemos ver que o caminho percorrido por cada
raio é diferente: o raio 1 percorre um caminho menor. Desta forma, o raio 1 chegará antes ao
fim da fibra e será detectado primeiro. Se a fibra é longa o suficiente, o atraso que um bit se
propagando pelo raio 2 sofre pode ser tal que este chegue ao receptor junto com o próximo bit
do conjunto de dados transmitidos. Isto gera erros na recepção dos dados. Por este motivo,
para transmissão em longas distâncias, usam-se fibras nas quais apenas um modo pode ser
propagado (todos os outros modos possuem θ1>θc).
Fibras deste tipo são chamadas de mono-modo (enquanto que fibras que propagam vários
modos são chamadas de multi-modo). Para que uma fibra seja mono-modo é preciso que se
fabrique um núcleo com dimensões bem pequenas, e que a diferença entre os índices de
refração do núcleo e da casca seja pequena (mas sempre com n1>n2). Em fibras mono-modo
padrão para telecomunicações o diâmetro do núcleo é de 10 μm e a diferença de índice é de
~0,4%. O diâmetro da casca padrão é de 125 μm.