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A FÉ CRISTÃ PRIMITIVA
Coletânea de Sentenças Patrísticas
+NIHIL OBSTAT
Pe.Dr. Caetano Rizzi - Vigário Judicial
Santos-SP, 31 de janeiro de 2012 (”memória de São João Bosco”).
+IMPRIMATUR
Conforme o cânon 827, §3, do Código de Direito Canônico, autorizo a publicação desta obra.
+D.Jacyr Francisco Braido - Bispo Diocesano de Santos
Santos-SP, 03 de fevereiro de 2012.
Esta compilação, ora ampliada e devidamente registrada perante as autoridades civis e eclesiásticas, é o resultado de
mais de dez anos de pesquisas e muitas horas de trabalho para sua organização e editoração final.
© 2005-2012. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo,
especialmente por sistemas gráficos, microfilmáticos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos, Internet,
e-books ou outros, sem prévia autorização por escrito do autor. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou
parcial em qualquer sistema de processamento de dados e a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer programa
juscibernético. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação
dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal, cf. Lei no 6.895, de 17.12.1980),
com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (artigos 102, 103
parágrafo único, 104, 105, 106 e 107 itens 1, 2 e 3, da Lei no 9.610, de 19.06.1998 [Lei dos Direitos Autorais]).
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Trata esta obra das sentenças apresentadas pelos Padres da Igreja em diversas fases do Período
Patrístico. A amplitude do trabalho merece destaque dada à dedicação e pesquisa que, acredito,
podem ajudar-nos no conhecimento e aprimoramento.
O trabalho apresenta um conjunto valioso de informações e se torna ainda mais ampliado nesta 2ª
edição.
A dedicatoriedade nos estudos dos Padres da Igreja hoje, com a ajuda de diversos peritos, possibilita
conhecermos a atividade e o período em que tais sentenças foram apresentadas e aplicadas.
Nos seis livros que compõem este trabalho nos é apresentado, de forma sistemática, uma pesquisa
favorecedora e possibilitadora.
Nesta Apresentação quero apenas motivar a proposta em alguns aspectos presentes e que
beneficiará aqueles que fizerem uso destas fontes: a proposta é atualizante, torna-se atual e, por
conseguinte, trás a novidade na continuidade.
Atualizante, pois torna presente, de forma envolvente, as sentenças apresentadas nas diversas fases
em que a Igreja como instituição se fundamenta. É atual, pois torna convidativo o saber da fé; e é a
novidade continuada como a busca que devemos fazer para poder evangelizar os tempos exigentes
que somos convidados como cristãos a viver.
Acredito que esta obra é um beneficio para aqueles que acompanham o estudo desenvolvido por
Carlos Martins Nabeto.
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Prefácio da 2ª Edição
Quando o jovem advogado CARLOS MARTINS NABETO veio à Cúria Diocesana de Santos para
obter o “Nihil Obstat” e o “Imprimatur” da primeira edição deste livro, ao longo da conversa e ao
manusear seus escritos, pude notar um grande amor à Igreja Católica Apostólica Romana. Além
disso, notei também o imenso zelo à pesquisa e ao conhecimento da Verdadeira Doutrina. Seus
escritos imediatamente se espalharam pelo mundo de língua portuguesa alcançando um êxito
impressionante.
Agora, continuando suas pesquisas sobre a Patrística, querendo ajudar a todos os que anseiam por
saber mais, surge a segunda edição do livro “A FÉ CRISTÃ PRIMITIVA”. Li, com alegria, pois
cabia a mim apresentar seu conteúdo ao Bispo Diocesano para o necessitado “Imprimatur”, e fiquei
impressionado pela precisão dos fatos e acontecimentos, bem como a distribuição das matérias
conforme a tempo e o assunto.
Queira Deus que este livro alcance seu objetivo, ou seja, informar, catequizar e evangelizar. Era esta
a intenção primeira dos Padres da Igreja quando ensinavam nos primórdios do cristianismo. Seus
ensinamentos foram tão inspirados que, ainda hoje, são de uma importância extraordinária na
transmissão do Magistério e da Tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.
Numa das citações do livro, encontramos o que nos diz o Papa Gregório I, de Roma, referindo-se
sobre Ezequiel 1, 7-8 : “As palavras divinas crescem com o leitor” (n° 2845)..
Que o leitor deste livro, que busca na fonte a água pura da verdadeira Doutrina, possa saciar-se e
tornar conhecido o seu conteúdo. Assim sendo, entramos em sintonia com a Igreja, a amamos cada
vez mais e a tornamos conhecida. Seus escritos permanecem para sempre e são transmitidos de
geração em geração, sem que haja alteração dos mesmos.
Deus abençoe nosso jovem advogado, exemplo de católico comprometido com a Verdade, e faça
frutificar cento por um o conteúdo deste livro.
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Prefácio da 1ª Edição
Carlos Martins Nabeto é, sem dúvida, um dos maiores apologistas católicos do Brasil, reconhecido
por seu trabalho em prol da verdadeira Fé – especialmente por meio do Apostolado Veritatis
Splendor – não só nesta Terra de Santa Cruz, como também em todos os países lusófonos e em
várias nações do mundo inteiro.
Um dos seus mais queridos e colossais projetos é esta “Série Citações Patrísticas”, que ora lança em
volume único. “Citações Patrísticas” é uma hercúlea coletânea das palavras e ensinamentos dos
Santos Padres da Igreja, aqueles homens que, no início desta Era Cristã, estabeleceram as bases da
nossa Fé Católica, guiados pelo Espírito Santo.
Carlos Nabeto, a quem temos a honra de chamar de amigo e a deferência de seguir como a um
modelo, convidou-nos para redigir este prefácio ao volume único de suas “Citações Patrísticas”,
pelo que, mais uma vez, agradecemos a confiança e a gentileza.
Qual a importância de uma obra como esta de Carlos Martins Nabeto para os nossos dias?
Grandiosa, responderíamos. Não só pelo seu caráter histórico e doutrinário, mas pelo contexto
singular e estarrecedor no qual vivemos nestes tempos modernos.
A Igreja sofre. Sofre como Cristo, um dia, sofreu e foi crucificado. Disse, profeticamente, o Servo
de Deus, o Papa Pio XII:
“A Igreja de Deus não só é soberbamente desprezada e perseguida por aqueles que,
menoscabada a luz da sabedoria cristã, voltam miseramente às doutrinas, usos e costumes
do antigo paganismo, mas frequentemente é desconhecida, descurada, aborrecida por
muitos cristãos, que se deixam seduzir pelas aparências, falsas doutrinas, ou arrastar pelos
atrativos e corrupção do mundo” (Encíclica Mystici Corporis, n.3).
É a Paixão da Igreja, como a Paixão de Cristo. “O servo não é maior do que o seu senhor. Se me
perseguiram, também vos hão de perseguir”, já disse Nosso Senhor Jesus Cristo (João 15,20).
Desde a Revolução Protestante, os maiores absurdos se têm justificado em nome de um pretenso
retorno às origens. A própria Revolução de Lutero foi levada à cabo visando destronar a “Prostituta
do Apocalipse”, a “Nova Babilônia”, como se referiam os primeiros protestantes à Santa Igreja
Católica Romana, e restaurar o Cristianismo primitivo, aquele do início de nossa Era.
E em nome deste retorno ao Cristianismo primitivo, deste retorno às origens, justificou-se a divisão,
a quebra da unidade, o racha, o cisma, a heresia – como se tudo isso fosse Cristianismo primitivo,
embora São Paulo o tenha execrado como obras da carne e do demônio (cf. Gálatas 5,19-21).
Hoje em dia, em prol deste pretenso retorno às origens, Teólogos da Libertação justificam o mais
malfadado marxismo travestido de cristão. E em prol do marxismo, querem uma nova Revolução
comunista, desta vez no interior da Igreja, uma Revolução que abale as bases da Fé e promova o
igualitarismo de tudo e todos e o relativismo das doutrinas. Em nome de um retorno às origens.
Os demais modernistas, contra o Magistério, em nome deste retorno às origens, desobedecem ao
Papa, fazem pouco ou nenhum caso das doutrinas mais basilares do Cristianismo, lançam fora todo
o patrimônio da Fé Cristã, e ainda justificam uma maldita balbúrdia litúrgica, que não guarda
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
nenhum respeito pelo Santo Sacrifício da Missa, transformando-a antes num culto do povo e não de
Deus Eucarístico.
E tudo em nome do retorno ao Cristianismo primitivo.
O Cristianismo primitivo, na mente desta gente, se caracterizaria, portanto, nas seguintes palavras:
desobediência, divisão, relativismo, igualitarismo, revolução, balbúrdia, bagunça, desrespeito,
heresia, cisma.
Qual é, pois, a importância de uma obra como a de Carlos Martins Nabeto? Mais que grandiosa!
Ao reunir herculeamente tantas palavras e ensinamentos dos primeiros Pais da Igreja, Carlos
Martins Nabeto retorna realmente às origens, vai realmente no Cristianismo primitivo, e de lá, das
bases, do alicerce de tudo, comprova-nos o maior temor de modernistas, protestantes e Teólogos da
Libertação: a Igreja primitiva é exatamente esta mesma Igreja Católica de hoje! Não houve
mudança, não houve ruptura: a Igreja primitiva, a Igreja dos Santos Padres, dos primeiros cristãos, é
a mesma Igreja Católica que vemos hoje, edificada sobre o Papa, governada por ele e pelos Bispos
em comunhão com ele.
Por isto ensinaram os Padres Conciliares:
“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e
apostólica; que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para
apascentar (cf. João 21,17), encarregando-o a Ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e
de a governarem (cf. Mateus 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e
sustentáculo da verdade (cf. I Timóteo 3,15). Esta Igreja, como sociedade constituída e
organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e
pelos Bispos em comunhão com ele” (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. Dogm. Lumen
Gentium, n.8).
Como salientamos em nossa obra, “O 21º Concílio – Reflexões sobre o Concílio Vaticano II” (Ed.
Clube de Autores, 2009), o “subsistit in” deste trecho, longe de contrariar o est, como quiseram
alguns, na verdade o reafirma: quer dizer que apesar de todas as divisões, apesar dos cismas,
heresias e perseguições, apesar de tudo, a única Igreja de Cristo subsiste neste mundo como um
único sujeito histórico, caminhando desde o início desta Era pelas páginas da História até os dias
atuais – é a Igreja Católica. Ela subsiste, apesar dos ataques cruéis que contra ela foram sendo
desferidos; ela continua e continuará sendo sempre – subsistindo, portanto – a única e verdadeira
Igreja de Cristo.
Quem, pois, rompeu com a Igreja primitiva? Quem, pois, rejeitou o patrimônio da Fé dos primeiros
cristãos e quis inovar a tudo? Foram aqueles mesmos que, em nome do retorno às origens,
rejeitaram a Cristo e sua única Igreja: protestantes, modernistas, Teólogos da Libertação. A obra de
Carlos Martins Nabeto – ele mesmo convertendo-se ao Catolicismo por meio da leitura dos Santos
Padres e desta constatação – é prova cabal desta realidade.
Reunindo estas citações dos Santos Padres, Carlos Martins Nabeto não só prestou um
incomensurável serviço aos católicos desejosos de tomar sempre mais contato com os ensinos
destes grandes homens, não só desferiu um golpe contra o Protestantismo, o Modernismo e a
Teologia da Libertação, como também faz um convite a todos os que, em nome deste pretenso
“retorno às origens” – um retorno em tudo mal-conduzido –, justificam seus cismas, suas heresias,
sua balbúrdia: esta é a única Igreja de Cristo, a Igreja Católica; se quiserem retornar às origens do
Cristianismo, retornem a Ela, única guardiã e depositária fiel da verdadeira Fé. É o que nos diz o
autor, com sua colossal coletânea.
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
E, neste sentido, desejamos a Carlos Nabeto os melhores resultados com esta sua grande obra,
“Citações Patrísticas”, para bem da Santa Igreja e de todos os homens e aproveitamos, novamente,
para agradecer-lhe a sincera amizade, que tanto nos honra.
Que esta obra seja ad majorem Dei gloriam, como um dia bradou Santo Inácio de Loyola.
Que estejamos todos, todos com Pedro, a Jesus, por Maria – Omnes cum Petro, ad Iesum, per
Mariam – como nos conclama outro grande Santo, este dos tempos modernos, São Josemaría
Escrivá.
Deus abençoe a Carlos Martins Nabeto e sua grande obra! Que produza muitos e duradouros frutos!
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Sumário
Apresentação da Edição Revista e Ampliada.......................................................................................7
Prefácio da 2ª Edição............................................................................................................................9
Prefácio da 1ª Edição..........................................................................................................................11
Introdução Geral.................................................................................................................................23
Depósito da Fé: Tradição Escrita e Tradição Oral.........................................................................23
O Período Patrístico.......................................................................................................................24
Ocasião da presente Obra..............................................................................................................25
Novidades da 2ª Edição Revista e Ampliada......................................................................................26
Livro 1................................................................................................................................................27
A Palavra de Deus e a Profissão de Fé...............................................................................................27
Prefácio..........................................................................................................................................27
Parte I - A Palavra de Deus............................................................................................................29
1. As Sagradas Escrituras ..............................................................................................................29
a) A Bíblia.................................................................................................................................29
b) Tradução dos Setenta: a Bíblia Cristã...................................................................................32
c) O Cânon Bíblico...................................................................................................................33
d) Livros Deuterocanônicos......................................................................................................36
e) O Antigo Testamento.............................................................................................................39
f) O Novo Testamento...............................................................................................................43
g) Inspiração dos Livros da Bíblia............................................................................................51
h) Inerrância da Bíblia...............................................................................................................53
i) Impossibilidade do Livre Exame...........................................................................................55
2. A Sagrada Tradição ...................................................................................................................56
a) O Depósito da Fé..................................................................................................................56
b) O Valor da Tradição..............................................................................................................58
c) A Rejeição da "Sola Scriptura".............................................................................................67
3. O Sagrado Magistério ...............................................................................................................70
a) O Magistério da Igreja..........................................................................................................70
b) A Autoridade da Igreja Católica............................................................................................71
Parte II - A Profissão de Fé ...........................................................................................................76
1. Expressões Simbólicas...............................................................................................................76
2. Símbolos Regionais e Universais..............................................................................................80
Livro 2................................................................................................................................................87
Deus Pai, Filho e Espírito Santo.........................................................................................................87
Prefácio..........................................................................................................................................87
Deus...............................................................................................................................................89
1. A Santíssima Trindade ..............................................................................................................89
a) Existência da Trindade..........................................................................................................89
b) Unidade das Pessoas Divinas..............................................................................................103
c) Distinção das Pessoas Divinas............................................................................................107
2. Deus Pai ..................................................................................................................................113
a) Existência de Deus..............................................................................................................113
b) Um Só Deus (Monoteísmo)................................................................................................115
c) Como Deus é Invocado.......................................................................................................119
d) Deus Onipotente.................................................................................................................120
e) Deus Onisciente, Justo e Sábio...........................................................................................120
f) Relacionamento de Deus com o Homem............................................................................121
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
c) O Martírio...........................................................................................................................243
d) Expansão da Igreja graças à Santidade e o Martírio...........................................................249
e) A Intercessão dos Santos.....................................................................................................251
f) Possibilidade de Aparições dos Santos................................................................................255
3. Os Anjos ..................................................................................................................................257
a) Existência dos Anjos...........................................................................................................257
b) Criaturas de Deus................................................................................................................260
c) Hierarquia Angélica............................................................................................................261
d) Anjos da Guarda.................................................................................................................263
4. Culto aos Anjos e Santos ........................................................................................................264
a) Idolatria...............................................................................................................................264
b) Veneração não é Adoração..................................................................................................265
c) Culto Mariano.....................................................................................................................273
d) Emprego de Imagens Sagradas...........................................................................................275
e) O Simbolismo das Velas.....................................................................................................280
f) Peregrinações.......................................................................................................................281
Livro 4 .............................................................................................................................................283
A Igreja de Cristo..............................................................................................................................283
Prefácio........................................................................................................................................283
A Igreja........................................................................................................................................284
1. A Igreja ....................................................................................................................................284
a) Definição.............................................................................................................................284
b) Foi instituída por Cristo......................................................................................................284
c) Cristo é a Cabeça da Igreja.................................................................................................285
d) É o Corpo de Cristo............................................................................................................286
e) A relação entre Cristo e sua Igreja......................................................................................290
f) Deve ser amada pelos fiéis..................................................................................................292
g) É Santa................................................................................................................................294
h) É pecadora..........................................................................................................................296
i) É católica.............................................................................................................................298
j) Prega o Reino de Deus na Terra...........................................................................................301
k) Não há salvação fora dela...................................................................................................302
2. Igreja Apostólica .....................................................................................................................306
a) Pregação dos Apóstolos......................................................................................................307
b) Fundamento Apostólico......................................................................................................308
c) Sucessão Apostólica............................................................................................................310
3. Igreja Única e Una ..................................................................................................................313
a) Unicidade............................................................................................................................313
b) Unidade...............................................................................................................................315
c) A verdadeira Igreja..............................................................................................................321
4. Clero ........................................................................................................................................323
a) Função.................................................................................................................................323
b) Hierarquia...........................................................................................................................326
c) Deveres...............................................................................................................................332
d) O título "Padre" (=Pai)........................................................................................................337
e) Pode perdoar os pecados.....................................................................................................337
f) A disciplina do Celibato......................................................................................................339
5. Fiéis Cristãos ...........................................................................................................................342
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
a) Quem são............................................................................................................................342
b) São imitadores de Cristo.....................................................................................................348
c) Filhos adotivos de Deus......................................................................................................350
d) Devem obediência e comunhão ao clero............................................................................352
e) Falsos cristãos.....................................................................................................................355
f) Fé.........................................................................................................................................355
g) A rejeição da "Sola Fides"..................................................................................................358
h) Fé e Razão...........................................................................................................................371
6. O Papa .....................................................................................................................................375
a) Primazia da Igreja de Roma................................................................................................375
b) Primazia do Papa................................................................................................................380
c) Pedro, a pedra......................................................................................................................385
d) Presença e morte de Pedro em Roma..................................................................................389
e) Sucessor de São Pedro........................................................................................................392
f) A autoridade do Papa...........................................................................................................393
7. Culto: a Santa Missa ...............................................................................................................398
a) A liturgia da celebração da Missa.......................................................................................398
b) A Missa é a ação sagrada por excelência............................................................................401
c) O sacrifício único de Jesus e o sacrifício da Missa.............................................................404
8. Dias e Tempos Sagrados .........................................................................................................407
a) Domingo, o Dia do Senhor.................................................................................................407
b) Solenidades Litúrgicas Diversas.........................................................................................412
9. Instrução Religiosa .................................................................................................................414
a) A teologia............................................................................................................................414
b) Catequese............................................................................................................................416
c) Os Dez Mandamentos.........................................................................................................417
10. Oração ...................................................................................................................................419
a) Definição.............................................................................................................................419
b) O Pai Nosso........................................................................................................................428
c) O Sinal da Cruz...................................................................................................................431
d) Liturgia das Horas...............................................................................................................437
11. Hereges .................................................................................................................................438
a) Condenação dos Hereges....................................................................................................438
b) "Sementes de verdade" entre os hereges.............................................................................448
c) Divisões na Igreja...............................................................................................................449
Livro 5..............................................................................................................................................453
Os Sete Sacramentos e a Criação ....................................................................................................453
Prefácio........................................................................................................................................453
Parte I - Os Sete Sacramentos......................................................................................................455
1. Sacramentos ............................................................................................................................455
a) Existência de Sacramentos..................................................................................................455
2. Batismo ...................................................................................................................................457
a) Sacramento do Batismo......................................................................................................457
b) Necessário para a Salvação.................................................................................................460
c) Efeito da regeneração..........................................................................................................461
d) Possibilidade de ser ministrado às crianças, inclusive recém-nascidas..............................467
e) Possibilidade de ser ministrado por infusão........................................................................475
f) Fórmula trinitária.................................................................................................................475
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Prefácio........................................................................................................................................579
Parte I - Escatologia.....................................................................................................................581
1. Morte .......................................................................................................................................581
a) Certeza da morte.................................................................................................................581
b) Vida após a morte...............................................................................................................584
c) Juízo Particular....................................................................................................................585
d) Salvação..............................................................................................................................585
e) Operação da salvação antes da primeira vinda de Cristo....................................................588
f) Fé x Obras...........................................................................................................................589
2. As últimas coisas .....................................................................................................................595
a) O fim dos tempos................................................................................................................595
b) O Juízo Final ou Público.....................................................................................................596
3. Purgatório ................................................................................................................................598
a) Existência............................................................................................................................598
b) Orações pelos falecidos......................................................................................................602
4. Inferno .....................................................................................................................................608
a) Existência e eternidade de suas penas.................................................................................608
b) O Diabo e os demônios.......................................................................................................609
c) Exorcismo...........................................................................................................................612
5. A Nova Criação .......................................................................................................................614
a) A ressurreição da carne.......................................................................................................614
b) A vida eterna.......................................................................................................................619
Parte II - Questões Diversas ........................................................................................................621
1. Amor .......................................................................................................................................621
a) Caridade..............................................................................................................................621
b) Correção Fraterna...............................................................................................................631
c) Pobreza e Riqueza...............................................................................................................631
2. O sofrimento humano..............................................................................................................636
3. Moral .......................................................................................................................................638
a) Aborto.................................................................................................................................638
b) Castidade e virgindade........................................................................................................641
4. Esoterismo e Espiritismo ........................................................................................................644
a) Astrologia, superstições e magias.......................................................................................644
b) Impossibilidade da reencarnação........................................................................................647
5. Direito .....................................................................................................................................649
a) Direito Natural....................................................................................................................649
b) Direito Eclesial...................................................................................................................650
c) Relação Igreja e Estado.......................................................................................................651
6. Dízimo e ofertas.......................................................................................................................657
7. Desaprovação da "Teologia da Prosperidade".........................................................................658
8. Milagres e sinais......................................................................................................................664
9. A condição da mulher..............................................................................................................666
10. A escravidão...........................................................................................................................667
11. O jejum...................................................................................................................................669
12. Abstenção de sangue..............................................................................................................672
13. Miscelânea.............................................................................................................................673
Anexos..............................................................................................................................................679
1. Tabela Cronológica de Autores e Eventos...............................................................................679
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Autor/Obra, Falecimento/Realização......................................................................................679
Século I ..................................................................................................................................679
Século II .................................................................................................................................679
Século III ................................................................................................................................679
Século IV ................................................................................................................................680
Século V .................................................................................................................................680
Século VI ................................................................................................................................681
Século VII ..............................................................................................................................681
Século VIII .............................................................................................................................682
Século IX ................................................................................................................................682
2. Autores e Obras Referidas.......................................................................................................683
A) Antigo Testamento.............................................................................................................692
B) Novo Testamento................................................................................................................692
C) Outras.................................................................................................................................692
Bibliografia e Sites Consultados .....................................................................................................693
Livros...........................................................................................................................................693
Sites..............................................................................................................................................697
Para saber mais............................................................................................................................697
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Livro 1
A Palavra de Deus e a Profissão de Fé
Prefácio
Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente
do século II ao século VIII, que foram no Oriente e no Ocidente como que “Pais” da Igreja, no
sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de
certa forma, foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a
sua fonte mais rica. Padre ou Pai da Igreja se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo da Igreja
antiga, considerado pela Tradição como uma testemunha da fé.
Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até Santo Isidoro de
Sevilha (560-636) no Ocidente e até a morte de São João Damasceno (675-749) no Oriente, o
gigante que combateu o iconoclasmo.
Esses gigantes da fé católica, ao longo desses oito séculos, defenderam e formularam a fé, a liturgia,
a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por isso são chamados de “Pais
da Igreja”, porque lhes traçaram o caminho.
Quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil pela primeira vez, em 1981, se referiu a eles dizendo
que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então precisamos conhecer os seus
ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.
Chamamos de Patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da Igreja. No
século XVII criou-se a expressão “Teologia Patrística” para indicar a doutrina dos Padres.
Certa vez, disse o cardeal Henri de Lubac:
“Todas as vezes que no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do
pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal
renovação tem surgido sob o signo dos Padres”.
Esses gigantes da fé e da Igreja souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos
Apóstolos. Eles foram obrigados a enfrentar as piores heresias que a Igreja conheceu desde o seu
início. Nesta luta, eles amadureceram os conceitos teológicos uma vez que tiveram de enfrentar
muitos hereges, de dentro da própria Igreja, especialmente nos Concílios Ecumênicos. Neste
combate árduo em defesa da fé, onde muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles
formularam a fé que hoje professamos sem erro.
Desde o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (+107),
provavelmente sagrado bispo pelo próprio São Pedro. Santo Inácio nos deixou as suas belas cartas
escritas às comunidades por onde passou no caminho que o levou ao martírio em Roma, no Coliseu,
desde Antioquia. A caminho do martírio ele escreveu belas cartas aos romanos, aos magnésios, aos
tralianos, aos efésios, aos esmirnenses e a São Policarpo, bispo e mártir de Esmirna.
No segundo século encontramos o grande Santo Ireneu de Lião (+202) enfrentando os Gnósticos
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
que, sorrateiramente, penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé cristã. Contra eles, Santo
Ireneu escreveu uma longa obra “Contra as Heresias”. Tão difícil foi esse combate que o Santo o
comparou a alguém que precisa cortar todas as árvores de uma floresta para finalmente poder
capturar a fera que nela se esconde.
Os Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios Ecumênicos,
como o de Niceia, no ano 325, que condenou o Arianismo que negava a divindade de Jesus; o
Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o Macedonismo que negava a divindade do
Espírito Santo; e os outros Concílios que enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e
trinitárias.
Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir do anos 1940, surgiu na Europa, de
modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística. Esse movimento foi liderado
pelo cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”,
hoje com mais de 300 títulos.
No Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da Patrística por causa
do desejo de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir dos
primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às fontes” do Cristianismo.
Desses Padres, alguns foram papas, mas nem todos; a maioria foram bispos, mas há também
diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles, muitos receberam o título de “Doutor da Igreja”,
sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e as verdades da
nossa fé.
É, assim, com muita alegria e satisfação que tomei conhecimento da obra de Carlos Martins Nabeto
sobre os Padres da Igreja, da série “Citações Patrísticas”, em seis volumes, onde é apresentada “a Fé
Cristã” por meio de uma “Coletânea de Sentenças Patrísticas”. (...)
Trata-se de um riquíssimo material para estudo dos fiéis e especialmente para os estudiosos da
Teologia, e aborda uma grande quantidade de temas do Cristianismo.
Rogamos a Deus que esta obra possa dar muitos frutos de salvação para a Sua Glória, para a
edificação da Igreja e salvação das almas.
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
No Mesmo Sentido: Ireneu de Lião: Contra as Heresias 4,33,8. * Clemente de Alexandria: Estrômatos 7,16. *
Tertuliano de Cartago: Da Prescrição dos Hereges 32. * Orígenes de Alexandria: Comentário sobre Mateus
46. * Hilário de Poitiers: Da Trindade 12,36. * Atanásio de Alexandria: Contra os Arianos 1,37. * Basílio de
Cesareia: Carta Canônica 52,1. * Cirilo de Jerusalém: Leituras Catequéticas 4,2. * Gregório de Nissa:
Contra Eunômio 4,6. * Agostinho de Hipona: Tratado sobre João 18,1. * João Cassiano: Da Encarnação 6,5.
* Vicente de Lérins: Comonitório 2,4; 23,59; 24,63. * Teodoreto de Ciro: Fábulas dos Hereges 12.
2. A Sagrada Tradição
Quanto à Sagrada Tradição, ela transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a Palavra de
Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos para que, sob a luz do Espírito
da verdade, eles, por sua pregação, fielmente a conservem, exponham e difundam. Daí resulta que a
Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, não deriva a sua certeza
a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser
aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência (CIC 81, 82).
a) O Depósito da Fé
"Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que está em Jesus Cristo e o que ouviste de mim diante de muitas
testemunhas, confia-o a homens fiéis que sejam capazes de instruir também a outros" (2Tim. 2,1-2).
"O patrimônio sagrado da fé ('depositum fidei') contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiado
pelos Apóstolos à totalidade da Igreja. Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo santo todo, unido a seus pastores,
persevera continuamente na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações, de sorte que na
conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e
os fiéis" (CIC 84).
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
todos os lados firme solidez, perseverando filho meu, escuta as correções de teu pai e
idêntica e beneficiando-se - como pudemos não rejeites as advertências da tua mãe'.
mostrar - com o testemunho dos profetas, Com isto, se ensina que o Pai, o Deus
apóstolos e seus discípulos, testemunho este unigênito e o Espírito Santo, tanto por
que engloba o começo, o meio e o fim, isto escrito como sem escritura, nos deram
é, a totalidade da economia de Deus e de sua doutrinas, e que nossa Mãe, a Igreja, nos
operação infalivelmente ordenada à salvação legou preceitos, os quais sãos indissolúveis e
do homem, fundamento de nossa fé. Eis definitivos" (Panarion 75,8).
porque esta fé, que recebemos da Igreja,
Jerônimo
guardamos com cuidado, como um depósito
de grande valor, guardado em vaso excelente • {208} "Procuremos aprender na terra essas
e que, sob a orientação do Espírito de Deus, verdades cuja consistência permanecerá
se renova e se faz renovar o próprio vaso também no tempo" (Carta 53,10).
que o contém. Pois como fora entregue o
Agostinho de Hipona
divino sopro ao barro modelado, foi
confiado à Igreja o 'Dom de Deus' (Jo. 4,10), • {209} "[Os Santos Padres,] depois dos
afim de que todos os seus membros Apóstolos, foram os que plantaram,
pudessem dele participar e ser por ele regaram, edificaram, pastorearam e
vivificados. À Igreja foi entregue a alimentaram a Santa Igreja e por cuja ação
comunhão com Cristo, isto é, o Espírito ela cresceu" (Contra Juliano 2,10,37).
Santo, penhor da incorruptibilidade,
Vicente de Lérins
confirmação de nossa fé e escada de nossa
ascensão para Deus; foi dito: 'Na Igreja Deus • {210} "A Igreja de Cristo, cuidadosa e cauta
colocou apóstolos, profetas, doutores' (1Cor. guardiã dos dogmas que lhe foram
12,1) e tudo o mais que pertence à operação confiados, jamais os altera; em nada os
do Espírito. Deste Espírito se excluem os diminui, em nada lhes adiciona; não a priva
que, recusando-se a aderir à Igreja, se do que é necessário, nem lhe acrescenta o
privam a si mesmos da vida, por suas falsas que é supérfluo; não perde o que é seu, nem
doutrinas e depravadas ações" (Contra as se apropria do que pertence aos outros, mas
Heresias 3,24,1). com todo zelo, recorrendo com toda
fidelidade e sabedoria aos antigos dogmas,
• {205} "Fizemos conhecer a verdade e
tem como único desejo aperfeiçoar e
manifestamos a pregação da Igreja que os
purificar aqueles que antigamente receberam
profetas fizeram (...) Cristo a completou, os
uma primeira forma e esboço, consolidar e
apóstolos a transmitiram e somente a Igreja,
reforçar aqueles que já foram evidenciados e
depois de tê-la recebido deles, a guarda com
desenvolvidos, salvaguardar aqueles que já
fidelidade e a transmite a seus filhos"
foram confirmados e definidos"
(Contra as Heresias 5,1).
(Comonitório 23).
Gregório de Nanzianzo
Papa Gelásio I de Roma
• {206} "Adeus, grande cidade, amada por
• {211} "Abaixo, acrescentamos as obras dos
Cristo (...) Meus filhos, suplico-vos: guardai
santos padres que são recebidas pela Igreja
o depósito [da fé] que vos foi confiado (cf.
Católica: as obras do bem-aventurado
1Tim 6,20); recordai-vos dos meus
Cecílio Cipriano, mártir e bispo de Cartago;
sofrimentos (cf. Col. 4,18). Que a graça de
as obras do bem-aventurado Gregório
Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos
Nanzianzeno, bispo; as obras do bem-
vós" (Oratória 42,27).
aventurado Basílio, bispo da Capadócia; as
Epifânio de Salamina obras do bem-aventurado João, bispo de
Constantinopla; as obras do bem-aventurado
• {207} "A Igreja deve guardar este costume,
Teófilo, bispo de Alexandria; as obras do
recebido como tradição dos Pais. E quem
bem-aventurado Cirilo, bispo de Alexandria;
haverá de suprimir o mandato da mãe ou a
as obras do bem-aventurado bispo Hilário
lei do pai? Conforme o que diz Salomão, 'tu,
Pictaviense; as obras do bem-aventurado
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Ambrósio, bispo de Milão; as obras do bem- um dos tratados dos padres ortodoxos, desde
aventurado Agostinho, bispo de Hipona; as que não se desviem em nada do
obras do bem-aventurado Jerônimo, [ensinamento] comum da Santa Igreja
sacerdote; as obras do bem-aventurado romana, e que não tenham nunca se
Próspero, homem extremamente religioso. separado da fé ou adoração, mantendo-se em
Também a carta do bem-aventurado papa comunhão pela graça de Deus até o último
Leão destinada a Flaviano, bispo de dia de suas vidas (...) Os demais escritos que
Constantinopla, onde, se houver alguma foram compilados ou reconhecidos pelos
parte do texto disputada, não sendo aquela hereges ou cismáticos, a Igreja Católica,
que foi recebida desde a antiguidade por Apostólica e Romana não recebe de forma
todos, seja anátema; também as obras e cada alguma" (Decreto 4,2-3; 5,1).
b) O Valor da Tradição
"Portanto, permanecei constantes, irmãos, e conservai as Tradições que aprendestes, quer por nossas palavras, quer
por nossa carta" (2Tes. 2,15).
"Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura,
embora intimamente ligada a ela. Através da Tradição, a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a
todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê. O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante
desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante" (CIC 78).
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
contraste não pequeno entre os irmãos de anunciaram, o que Cristo instituiu, que os
Corinto, a Igreja de Roma enviou aos apóstolos consignaram e que a Igreja
Coríntios uma carta importantíssima para os transmite aos seus filhos, através de toda a
reconciliar na paz, renovar a sua fé e terra. Deve ser custodiado com amor e com
anunciar a Tradição, que há pouco tempo vontade decidida, para agradar a Deus com
tinha recebido dos Apóstolos" (Contra as as boas obras e com um modo puro de
Heresias 3,3,3). pensar" (Demonstração da Pregação
Apostólica 98).
• {224} "Esta fé que recebemos da Igreja, nós
a guardamos com cuidado, pois, sem cessar, Clemente de Alexandria
sob a ação do Espírito de Deus, à guisa de
• {229} "Eles preservavam a Tradição da santa
um depósito de grande preço encerrado em
doutrina derivada diretamente dos santos
um vaso precioso, ela rejuvenesce e faz
Apóstolos - Pedro, Tiago, João e Paulo -, os
rejuvenescer o próprio vaso que a contém"
filhos que recebiam do pai - porém, poucos
(Contra as Heresias 3,24,1).
foram como os pais; [a santa doutrina] veio
• {225} "E se os Apóstolos não tivessem a nós pela vontade de Deus, também para
deixado quaisquer Escrituras, não se deveria depositar aquelas sementes ancestrais e
seguir a ordem da Tradição que eles legaram apostólicas. E bem sei que se exultarão. Não
aos mesmos aos quais confiaram as Igrejas? quero estar maravilhado com este tributo,
Este método é seguido por muitos povos mas apenas por causa da preservação da
bárbaros que creem em Cristo. Sem papel e verdade, segundo a entregaram. Para um
sem tinta, estes trazem inscrita em seus esboço como este, imagino que isto seja
corações a salvação por obra do Espírito conforme a uma alma que deseja evitar
Santo, conservando fielmente a antiga perder a santa Tradição" (Estrômatos 1,1).
Tradição" (Contra as Heresias).
• {230} "Os dogmas ensinados pelas seitas
• {226} "A fé nos é concedida pela verdade, famosas serão abordados e contra estes se
pois a fé se fundamenta na verdade. De fato, levantará tudo aquilo que deveria ser
cremos o que realmente é e como é; e crendo premissa conforme a mais profunda
no que realmente é e como sempre foi, contemplação do conhecimento, o que vem a
mantemos firme nossa adesão. Pois bem: nós a partir do renomado e venerável cânon
posto que a fé sustenta nossa salvação, é da Tradição (...) De modo que possamos ter
necessário prestar-lhe muita atenção para nossos ouvidos atentos à recepção do
obter uma inteligência autêntica da verdadeiro conhecimento da Tradição. O
realidade. A fé é que nos faz procurar tudo solo é previamente limpo dos espinhos e de
isso, como nos transmitiu os Presbíteros, cada erva daninha pelo semeador, visando a
discípulos dos apóstolos" (Demonstração da plantação da videira" (Estrômatos 1,1).
Pregação Apostólica 3). Tertuliano de Cartago
• {227} "Pois bem: se os profetas vaticinaram • {231} "Prescrevemos contra estes
que o Filho de Deus deveria manifestar-se falsificadores da nossa doutrina, dizendo-
sobre a terra e predisseram o lugar, a lhes que a única regra de fé é a que vem de
maneira e a forma de sua manifestação sobre Cristo, transmitida por seus próprios
a terra, e se no Senhor se cumpriram todas discípulos. Quanto a estes inovadores, fácil
estas predições, nossa fé Nele está bem será provar que vieram depois" (Apologético
fundamentada, é autêntica a tradição da 47,10).
pregação, isto é, o testemunho dos apóstolos.
Estes, enviados pelo Senhor, pregaram pelo • {232} "Ninguém poderá nos acusar de ter
mundo inteiro" (Demonstração da Pregação inventado os nossos documentos. Com
Apostólica 86). efeito, já foram publicados, quer as opiniões
em si mesmas, quer sua refutação, em obras
• {228} "Esta é a pregação da verdade e a escritas por pessoas que se destacavam por
imagem da nossa salvação: assim é o sua santidade e talento. Não quero me referir
caminho da vida, que os profetas
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
somente aos que viveram na época • {235} "A crença uniformemente professada
precedente, mas também dos por diversas comunidades não deriva do
contemporâneos dos próprios heresiarcas. erro, mas da legítima Tradição".
Por exemplo: Justino, filósofo e mártir;
Hipólito de Roma
Melcíades, o sofista das igrejas; Ireneu, o
pesquisador preciso de todas as doutrinas; • {236} "Justamente por não observarem as
nosso Próculo, modelo de casta anciandade e Sagradas Escrituras e não guardarem a
de eloquência cristã. Gostaria de segui-los Tradição de algumas santas pessoas é que os
bem de perto em qualquer obra sobre a fé e hereges criaram essas [ímpias] doutrinas"
nesta [obra] em particular" (Contra os (Refutação de Todas as Heresias 1,Pref.).
Valentinianos 5).
• {237} "Impelidos pelo amor a todos os
• {233} "A quem compete a fé, a fé à qual se santos, chegamos ao ponto mais alto da
referem as Escrituras? Por quem, por meio Tradição que convém às igrejas. Que todos,
de quem e a quem a doutrina que nos fez bem instruídos, conservem a Tradição que
cristãos foi transmitida? Porque onde persiste até hoje e (...) permaneçam
parecer estar a verdade da doutrina cristã, aí absolutamente firmes, considerando o que
estará a verdade das Escrituras, a verdade ocorreu recentemente: heresia ou erro
das interpretações e de todas as tradições motivado pela ignorância e pelos ignorantes"
cristãs (...) Foi inicialmente na Judeia que (Tradição Apostólica).
(os Apóstolos) estabeleceram a fé em Jesus
Cristo e fundaram Igrejas, partindo em • {238} "Vós todos, fiéis, procedendo dessa
seguida para o mundo inteiro a fim de forma, prezando a Tradição, instruindo-vos
anunciarem a mesma doutrina e a mesma fé. mutuamente e exortando os catecúmenos,
Em todas as cidades iam fundando Igrejas não podereis ser tentados, nem perecer, pois
das quais, desde esse momento, as outras tereis sempre o Cristo presente na
receberam o enxerto da fé, semente da lembrança" (Tradição Apostólica).
doutrina e ainda recebem, cada dia, para • {239} "Se estes ensinamentos [tradicionais]
serem Igrejas. (...) A partir daí, eis a forem recebidos com gratidão e fé ortodoxa,
prescrição que assinalamos: desde o proporcionarão à Igreja a edificação e, aos
momento em que Jesus Cristo, nosso que creem, a vida eterna. Aconselho a que
Senhor, enviou os Apóstolos para pregarem, sejam guardados por todos os que têm o
não se podem acolher outros pregadores coração puro. Se todos seguirem a Tradição
senão os que Cristo instituiu, pois ninguém dos Apóstolos (...) e souberem conservá-la,
conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem nenhum herege - nenhum, absolutamente -
o Filho tiver revelado. E qual a matéria da poderá afastar-vos do reto caminho. Na
pregação, isto é, o que lhes tinha revelado o verdade, muitas heresias desenvolveram-se
Cristo? Aqui ainda assinalo esta prescrição: porque os [seus] líderes não quiseram
para sabê-lo, é necessário ir às Igrejas aprender a doutrina dos Apóstolos, mas
fundadas pessoalmente pelos Apóstolos, por seguindo a sua própria fantasia, fizeram o
eles instruídas tanto de viva voz quanto que quiseram e não o que deveriam fazer"
pelas epístolas depois escritas" (Da (Tradição Apostólica).
Prescrição dos Hereges 20).
Orígenes de Alexandria
• {234} "Um tratado sobre esta matéria (=o
Batismo) não será de todo inútil para instruir • {240} "Os que creem e estão convencidos de
tanto os que estão em estágio de formação que a graça e a verdade vieram por Jesus
(=catecúmenos) quanto os que, satisfeitos Cristo, e que Jesus Cristo é a própria
com a sua fé simples, não investigaram os Verdade, segundo Sua afirmação: 'Eu sou a
fundamentos da Tradição e, devido à sua Verdade' (Jo. 14,6), não procuram a ciência
ignorância, possuem uma fé que está à da verdade e felicidade mais que nas
mercê de todas as tentações" (Do Batismo próprias palavras e doutrina de Cristo. E
1). pelas palavras de Cristo não entendemos
apenas aquelas que pronunciou como
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
homem em sua vida mortal, pois já antes deve-se observar que o que fazemos entre
Cristo, o Verbo de Deus, se encontrava em nós é o que é feito em quase todas as
Moisés e nos Profetas, porque sem o Verbo províncias do mundo" (Carta 67,5).
de Deus como poderiam ter profetizado a
Pseudo-Clemente
Cristo? E por termos nos proposto manter
este tratado dentro dos limites da brevidade, • {242} "Ao despontar do dia que fora
não nos seria difícil demonstrar pelas escolhido para a disputa com Simão [Mago],
divinas Escrituras a prova da nossa Pedro [Apóstolo], levantando-se aos
afirmação: como Moisés e os Profetas primeiros cantos do galo, despertou também
falaram e fizeram tudo o que fizeram porque a nós; todos juntos, éramos treze a dormir no
estavam repletos do Espírito de Cristo (...) mesmo aposento. (...) À luz da candeia (...)
Por outro lado, estas palavras de São Paulo sentamo-nos todos. Pedro, vendo-nos alertas
indicam que Cristo, após sua ascensão aos e bem atentos, saudou-nos e começou seu
céus, falou pela boca de seus Apóstolos: discurso: 'É surpreendente, irmãos, a
'Quereis ver se em mim fala Cristo?' (2Cor. elasticidade de nossa natureza, a qual me
13,3). Mas como entre os que professam crer parece ser adaptável e maleável a tudo.
em Cristo há muitas divergências, não Digo-o apelando para o que eu mesmo tenho
apenas em detalhes insignificantes mas experimentado. Logo depois da meia-noite,
ainda em matérias de suma importância (...) costumo acordar espontaneamente e não
parece necessário estabelecer sobre todos consigo voltar a dormir. Isto me acontece
esses pontos uma regra de fé fixa e precisa porque me habituei a evocar em minha
antes de abordar o exame das demais memória as palavras que ouvi do meu
questões (...) Mas como o ensino Senhor Jesus Cristo. Desejo de as revolver
eclesiástico, transmitido por sucessão no espírito, incito o meu ânimo e a minha
ordenada desde os Apóstolos, é conservado e mente a se despertarem, a fim de que, em
perdura nas igrejas até o [dia] presente, não estado de vigília, recorde cada palavra de
se deve aceitar como verdade além daquilo Jesus em particular e as guarde todas
que em nada divirja da Tradição eclesiástica ordenadamente na memória. Já que desejo
e apostólica (...) Convém saber que os santos com profundo deleite meditar no meu
Apóstolos, ao pregar a fé de Cristo, coração as palavras do Senhor, adquiri o
manifestaram clarissimamente aqueles hábito de ficar em vigília, mesmo que nada
pontos que creram saber necessários a todos fora deste intento me preocupe o espírito'"
os crentes, inclusive a aqueles [fieis] que (Reconhecimentos 2,1).
pareciam menos cuidadosos na investigação
Eusébio de Cesareia
da ciência divina, deixando a tarefa de
indagar as razões dessas afirmações a • {243} "Papias, de quem já falamos,
aqueles que mereceram os dons superiores reconhece ter recebido as palavras dos
do Espírito, sobretudo a aqueles que, por Apóstolos diretamente dos que os seguiram.
meio do mesmo Espírito Santo, obtiveram o Por outro lado, diz ter sido ouvinte pessoa de
dom das línguas, da sabedoria e da ciência. Aristão e de João, o presbítero. De fato, ele
Quanto aos demais, contentaram-se em os menciona frequentemente pelo nome em
afirmar o fato, sem explicar o porquê, o seus escritos, para transmitir as tradições
como e a origem, sem dúvida para que, deles (...) Não é inútil dizermos essas coisas.
avançando o tempo, os amigos apaixonados Vale a pena acrescentar às citadas palavras
pelo estudo e sabedoria tivessem no quê de Papias outros relatos seus, em que narra
exercitar com proveito o seu ingênio; refiro- também outros casos extraordinários,
me àquelas pessoas que se preparam para ser dizendo que chegaram a ele através da
dignos receptáculos da sabedoria" (Dos Tradição (...) O próprio Papias acrescenta
Princípios, Pref.,1-3). outras coisas que teriam chegado a ele por
Cipriano de Cartago meio da Tradição oral (...) Papias também
transmite em sua obra outras explicações
• {241} "Com todo cuidado deve-se guardar a sobre os discursos do Senhor, ouvidas do já
Tradição divina e as práticas apostólicas; e citado Aristão, assim como tradições de
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
João, o presbítero" (História Eclesiástica ditadas pelos Santos" (Cartas Festais 2,6).
3,39,5-8.11-14).
• {250} "Obviamente, as Sagradas Escrituras,
• {244} "Entre os que floresceram na igreja divinamente inspiradas, são auto-suficientes
deste tempo, estiveram Hegésipo, sobre para a proclamação da verdade. Mas existe
quem já abordamos; o bispo Dionísio de também numerosas obras compostas para
Corinto, o bispo Pinito de Creta, Felipe, esse fim por santos doutores; quem as ler,
Apolinário, Melinto, Musano, Modesto e, compreenderá a interpretação das Escrituras
sobretudo, Ireneu; sua ortodoxia e fervor e será capaz de alcançar o conhecimento que
pela Tradição Apostólica nos chegaram por almeja" (Contra os Pagãos 1).
escrito" (História Eclesiástica 4,21).
• {251} "Com efeito, o que nossos Pais nos
• {245} "O primeiro entre os homens deste entregaram, isto sim é verdadeira doutrina;
tempo, Cipriano, pastor da comunidade de isto é verdadeiramente o símbolo dos
Cartago, pensava que eles (=os hereges) não doutores; uns e outros confessam a mesma
deviam ser admitidos sem antes se coisa e não divergem entre si e nem de seus
purificarem de seus erros pelo banho Pais. Ao contrário, aqueles que não possuem
(=rebatismo). Mas [o Papa] Estêvão, esta característica não são denominados
julgando que não se deveria introduzir 'verdadeiros doutores', mas 'malvados'" (Dos
nenhuma inovação contrária à Tradição Decretos do Concílio de Niceia 4).
vigente desde o princípio, ficou vivamente
• {252} "Deixem que eles (=os hereges) nos
indignado contra ele" (História Eclesiástica
digam de Mestre ou de que Tradição
7,3,1).
receberam essas noções referentes ao
Atanásio de Alexandria Salvador" (Dos Decretos do Concílio de
Niceia 13).
• {246} "Mas nossa fé é reta e tem sua origem
no ensino dos Apóstolos e na Tradição dos Basílio de Cesareia
Padres, ambas confirmadas tanto pelo Novo
• {253} "Investiguemos quais são as nossas
quanto pelo Antigo Testamento" (Carta 60).
concepções comuns acerca do Espírito,
• {247} "Só isto já é o suficiente para assim como as que obtemos a partir da
responder a essas coisas: estamos contentes Sagrada Escritura em relação com aquelas
pelo fato de que tal coisa não é o que recebemos da Tradição não-escrita dos
ensinamento da Igreja Católica, nem é Padres" (Do Espírito Santo 9,22).
mantido pelos Padres. Mas para evitar que
• {254} "Diz: 'Em um só Espírito todos nós
os inventores de maldades façam de nosso
fomos batizados em um só corpo'. E em
silêncio um pretexto para a [sua] falta de
harmonia com isto são as passagens:'Serão
vergonha, é bom citar algumas passagens da
batizados no Espírito Santo' e 'Ele vos
Sagrada Escritura" (Carta a Epiteto 3).
batizará com o Espírito Santo'. Contudo, a
• {248} "Desde as origens, a autêntica este respeito, ninguém justificaria chamar
Tradição, Doutrina e Fé da Igreja Católica esse batismo como 'perfeito batismo', já que
foi dada pelo Senhor, pregada pelos só o nome do Espírito Santo foi invocado.
Apóstolos e conservada pelos Padres (...) Ao contrário, a Tradição [do batismo
Note-se que a Tradição, a doutrina e a fé da trinitário] que nos foi entregue pela graça
Igreja Católica têm sua origem na pregação deve permanecer inviolável para todo o
dos Apóstolos, que foi preservada pelos sempre" (Do Espírito Santo 12,28).
Padres. Sobre isto a Igreja foi edificada;
• {255} "Me faltaria tempo se eu tentasse
logo, quem se afasta disto, não poderá ser
enumerar [todos] os mistérios não-escritos
chamado ‘cristão’" (Carta a Serapião 1,28).
da Igreja (...) As Tradições não-escritas não
• {249} "Porém, depois dele (=Ário) e com ele muitas e sua incidência no mistério da
estão todos os inventores de ímpias heresias, Piedade é muito importante" (Do Espírito
que na verdade fazem referência às Santo 27,67).
Escrituras mas não mantêm as opiniões
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
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No Mesmo Sentido: Inácio de Antioquia: Carta aos Filadelfos 8,2; Carta aos Esmirnenses 8. * Ireneu de
Lião: Contra as Heresias 3,1; 3,5,1; 5,Pref.; 5,20,1-2. * Clemente de Alexandria: Estrômatos 1,11; 7,104. *
66
A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
Tertuliano de Cartago: Da Pureza 9,1; Da Prescrição dos Hereges 32. * Orígenes de Alexandria: Das
Doutrinas Fundamentais 1,2; Dos Princípios 1,2. * Cipriano de Cartago: Carta 59,14; 75,3. * Concílio
Ecumênico de Niceia I: Credo. * Hilário de Poitiers: Frag. Oper. Hist. 7,3. * Atanásio de Alexandria: Aos
Africanos 1; 2; Carta 59; 60; Carta a Serapião 1,28; Carta Sinodal 13; 47; 48; 54; Dos Decretos do Concílio
de Niceia 3; 4; 13; 20; 27; Homilia 1,37-38.44; 2,34; 3,10.28.58; Vida de Antão 89. * Basílio de Cesareia:
Carta 204,67; Carta Canônica; Do Espírito Santo 22; 67; 71. * Gregório de Nanzianzo: Carta 101; Oratória
33,15. * Gregório de Nissa: Contra Eunômio 4,6. * Epifânio de Salamina: Panarion 61,6. * João Crisóstomo:
Homilia sobre 2Tessalonicenses 2,15; Homilia sobre Atos 1,1; Homilia sobre Filipenses 3,4. * Agostinho de
Hipona: Carta 164; Contra a Carta de Manes 5,6; Contra a Carta chamada 'Fundamentos' 14,18; Contra
Crescônio; Contra Fausto 8,5; Contra Juliano 1,7,34; Da Trindade 4,6,10. Do Batismo 5,23.26. * Sócrates de
Constantinopla: História Eclesiástica 5,10. * Vicente de Lérins: Comonitório 1,26. * João de Damasco: Da
Fé Ortodoxa 4,12.16.
67
A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
683
A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
ARSÊNIO ABADE
ATANÁSIO DE ALEXANDRIA: Aos Recém-Batizados - Carta a Epiteto - Carta a Serapião - Carta ao Presbítero
Adélfio - Carta Encíclica - Carta Sinodal - Cartas - Cartas Festais - Contra os Arianos - Contra os Pagãos - Da
Encarnação do Verbo - Da Opinião de Dionísio - Da Virgindade - Dos Decretos do Concílio de Niceia - Fragmento
contra Novato - Sobre 1Timóteo - Sobre Lucas - Tomo aos Antioquenos - Vida de Antão
ATENÁGORAS DE ATENAS: Da Ressurreição dos Mortos - Súplica pelos Cristãos
DANIEL ABADE
DANIEL DE WINCHESTER: Carta a Bonifácio
DIÁDOCO DE FÓTICO
DÍDIMO O CEGO: Da Trindade - Do Espírito Santo - Sobre Salmos
DIODORO DE TARSO: Sobre Gênesis
DIONÍSIO DE ALEXANDRIA: Das Promessas
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
EFRÉM DA SÍRIA: Carmina Nisibena - Carmina Soguita - Comentário ao Diatessaron - Da Virgindade - Hino da
Natividade - Hino sobre a Fé - Hino sobre a Pérola - Hino sobre o Paraíso - Hinos - Homilia para a Semana Santa -
Homilias - Testamento
EGÉRIA DE CONSTANTINOPLA: Peregrinação
ELIAS ABADE
ENÉIAS DE GAZA: Theophrastes
EPIFÂNIO DE SALAMINA: Ancoratus - Exposição do Símbolo de Niceia - Panarion
EUDÓXIO DE CONSTANTINOPLA
EUSÉBIO DA PANFÍLIA
EUSÉBIO DE CESAREIA: Da Solenidade Pascal - Discursos - História Eclesiástica - Preparação Evangélica - Vida
de Constantino
EUSÉBIO DE VERCELLI: Cartas
EUSTÁQUIO DE ANTIOQUIA: Da Feiticeira de Endor
EUTÍQUIO: Da Páscoa
EVÁGRIO DO PONTO: Praktikos
HEGÉSIPO: Memórias
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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto
3. Abreviações
A) Antigo Testamento
1Cron. – 1Crônicas Cant. – Cânticos Jer. – Jeremias Ne. – Neemias
2Cron. – 2Crônicas Dan. – Daniel Jl – Joel Núm. – Números
1Mac. – 1Macabeus Deut. – Deuteronômio Jó – Jó Os. – Oséias
2Mac. – 2Macabeus Ecl. – Eclesiastes Jon – Jonas Prov. – Provérbios
1Rs. – 1Reis Eclo. – Eclesiástico Jos. – Josué Rut. – Rute
2Rs. – 2Reis Esd. – Esdras Jdt. – Judite Sab. – Sabedoria
1Sam. – 1Samuel Est. – Ester Jz. – Juízes Sal. – Salmos
2Sam. – 2Samul Ex. – Êxodo Lam. – Lamentações Sof. – Sofonias
Ab. – Abdias Ez. – Ezequiel Lev. – Levítico Tob. – Tobias
Ag. – Ageu Gên. – Gênesis Mal. – Malaquias Zac. – Zacarias
Am. – Amós Hab. – Habacuc Miq. – Miquéias
Bar. – Baruc Is. – Isaías Na. – Naum
B) Novo Testamento
1Cor. – 1Coríntios 1Tes. – 1Tessalonicenses Ef. – Efésios Luc. – Lucas
2Cor. – 2Coríntios 2Tes. – 2Tessalonicenses Flm. – Filemon Mat. – Mateus
1Jo. – 1João 1Tim. – 1Timóteo Flp. - Filipenses Marc. – Marcos
2Jo. – 2João 2Tim. – 2Timóteo Gál. – Gálatas Rom. – Romanos
3Jo. – 3João Apoc. – Apocalipse Heb. – Hebreus Tiag. – Tiago
1Ped. – 1Pedro At. – Atos dos Apóstolos Jo. – João Tit. – Tito
2Ped. – 2Pedro Col. – Colossenses Jud. – Judas
C) Outras
cf. - Conforme PG – Migne, Padres Gregos LXX – Septuaginta
cfr. - Confrontar com PL – Migne, Padres Latinos TM – Texto Massorético
p.ex. - Por exemplo
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AO REI DOS SECVLOS
IMORTAL E INVISIVEL
HONRA E GLORIA
PELOS SECVLOS DOS SECVLOS
LEIA TAMBÉM ALGUMAS OBRAS INTEGRAIS DO
PERÍODO PATRÍSTICO
Lançados pela Paradosis / Clube de Autores &
Central de Obras do Cristianismo Primitivo-COCP
Das Heresias
por Santo Agostinho de Hipona
Nesta obra, escrita em 428, pouco antes de seu falecimento, Santo Agostinho
atende aos insistentes pedidos do diácono Quodvultdeus de Cartago e aborda
88 heresias. Embora redigido há cerca de quinze séculos, permite-nos
enxergar a existência de muitas heresias antigas em inúmeras "comunidades
cristãs" de hoje, mantendo assim a sua atualidade e servindo-nos ainda como
um precioso alerta.
Adquira já o seu:
http://www.clubedeautores.com.br/book/126064--Das_Heresias
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http://www.clubedeautores.com.br/book/4094--Comonitorio
Adquira já o seu:
http://www.clubedeautores.com.br/book/4322--Demonstracao_da_Pregacao_Apostolica