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Livro Choque de Gestão Renata Vilhena PDF
Livro Choque de Gestão Renata Vilhena PDF
em Minas Gerais
Políticas da gestão pública
para o desenvolvimento
Editora UFMG
Diretor: Wander Melo Miranda
Vice-Diretora: Heloisa Maria Murgel Starling
Conselho Editorial
Wander Melo Miranda (presidente)
Carlos Antônio Leite Brandão
Heloisa Maria Murgel Starling
José Francisco Soares
Juarez Rocha Guimarães
Maria das Graças Santa Bárbara
Maria Helena Damasceno e Silva Megale
Paulo Sérgio Lacerda Beirão
O Choque de Gestão
em Minas Gerais
Políticas da gestão pública para o desenvolvimento
Belo Horizonte
Editora UFMG
2006
SEPLAG
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
Rua Thomaz Gonzaga, 686 - Lourdes
Telefone: (31) 3290-8100
www.planejamento.mg.gov.br
Renata Vilhena
Secretária-Adjunta
© 2006, Os Autores.
© 2006, Editora UFMG
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido sem autorização escrita do Editor
Inclui referências.
ISBN: 85-7041-518-4
CDD: 350.7
CDU: 35.07 (815.1)
Prefácio 11
Apresentação
Antecedentes e Origem do Choque de Gestão
Antônio Augusto Anastasia 13
Parte 1
Fundamentos do Choque de Gestão e a Obra
Capítulo 1
Introdução
Renata Vilhena, Humberto Falcão Martins, Caio Marini 21
Parte 2
A Agenda Estratégica de Governo
Capítulo 2
O Duplo Planejamento
Tadeu Barreto Guimarães, Bernardo de Almeida 43
Capítulo 3
O Planejamento Estratégico de Longo Prazo
Bernardo de Almeida, Tadeu Barreto Guimarães 55
Capítulo 4
A Integração Planejamento-Orçamento
Ana Clara de Oliveira, Bernardo de Almeida, Tadeu Barreto Guimarães 67
Capítulo 5
A Gestão dos Investimentos Estratégicos
Bernardo de Almeida, Tadeu Barreto Guimarães 77
Parte 3
O Alinhamento das Organizações
Capítulo 6
Acordo de Resultados
Kênnya Duarte, Carolina Lemos, Caio Marini,
Humberto Falcão Martins 95
Capítulo 7
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
- OSCIP
Carolina Lemos, Adriana Barbosa, Felipe Rocha, Flávio Alcoforado 129
Capítulo 8
Parcerias Público-Privadas
Luiz Antônio Athayde, Gustavo Gusmão,
Marco Aurélio de Barcelos Silva 145
Parte 4
O Alinhamento das Pessoas
Capítulo 9
Avaliação de Desempenho Individual
Jomara Silva, Mônica Bernardi, Maria Aparecida Jorge 161
Capítulo 10
Reestruturação das Carreiras
Jomara Silva, Fádua Bayão, Fernanda Neves, Luciana Meireles 191
Capítulo 11
Realinhamento de Competências
Jomara Silva, Afonso Ferreira 211
Parte 5
O Alinhamento dos Sistemas Administrativos
Capítulo 12
Gestão de Pagamentos e Benefícios
Antonio Luiz Musa de Noronha 231
Capítulo 13
Compras Governamentais
Jorge Santana, Frederico S. Tescarolo, Renata Coelho 247
Capítulo 14
Governança Eletrônica
Marconi Martins de Laia 269
Capítulo 15
Auditoria de Gestão
Maria Celeste Morais Guimarães 283
Parte 6
O Alinhamento e o Pressuposto Fiscal
Capítulo 16
O Equilíbrio das Contas
Fuad Noman e Equipe da SEF 301
Capítulo 17
Gestão da Receita
Fuad Noman e Equipe da SEF 311
Capítulo 18
Gestão do Tesouro
Fuad Noman e Equipe da SEF 323
Capítulo 19
Gestão do Gasto
Renata Vilhena, Maria Thais Santos 335
Parte 7
O Futuro do Choque de Gestão
Capítulo 20
Rumo à Segunda Geração do Choque de Gestão
Renata Vilhena 351
Introdução
Renata Vilhena
Humberto Falcão Martins
Caio Marini
unidade de aplicação é o servidor. Por outro lado, estas três perspectivas estão
relacionadas a distintas categorias de agregação de valor público: a) resultados
(desde planos governamentais, gestão de programas, políticas setoriais, estratégias
organizacionais, pactuações de resultados organizacionais, metas individuais
etc.); b) processos (processos centrais de gestão de recursos humanos, compras,
logística, governo eletrônico, controle, gestão da qualidade, padrões de atendi-
mento, capacitação de servidores, direção pública etc.); e c) recursos (redução
de gastos, racionalizações de insumos, dimensionamento da força de trabalho
etc.). O Quadro 1 a seguir busca ilustrar este cruzamento de perspectivas.
QUADRO 1
Políticas de gestão pública a partir de sua
aplicação e da agregação de valor
DA APLICAÇÃO
PERSPECTIVAS Macrogover- Organizacional/
Individual/Grupal
namental Institucional
Planos de Planejamento Avaliação de
desenvolvimento estratégico desempenho
(planos estratégicos e individual e grupal
plano plurianual) Contratualização/
agencificação
Resultado
Gestão por programas (contratos de gestão,
(formulação, acordos de resultado
monitoramento etc.)
e avaliação de
DA AGREGAÇÃO DE VALOR PÚBLICO
programas e ações)
Sistemas centrais Gestão da qualidade Capacitação e gestão
(compras, RH, Simplificação de competências
logística, TI/governo administrativa
eletrônico, orçamento, Direção pública
finanças etc.) Gestão do
atendimento Gestão de cargos e
Processo Controle, promoção carreiras
da transparência e Gestão da organização
accountability e luta governamental Assistência ao servidor
contra corrupção (estruturas e modelos
institucionais,
regulação, parcerias
com a sociedade etc.)
Gestão da qualidade Eficiência Dimensionamento da
do gasto força de trabalho
Redução de
Repressão fiscal despesas Produtividade
Recurso
Gestão orçamentária, Política de reajustes
financeira e contábil salariais
Previdência do
servidor
Parte 1 - 23
de programas e ações)
Sistemas centrais Gestão da qualidade Capacitação e
(compras, RH, gestão de
logística, TI/governo Simplificação competências
eletrônico, orçamento, administrativa
finanças etc.) Direção pública
Gestão do
Controle, promoção atendimento Gestão de cargos e
Processo
da transparência e carreiras
accountability e luta Gestão da organização
contra corrupção governamental Assistência ao
(estruturas e modelos servidor
institucionais,
regulação, parcerias
com a sociedade etc.)
Gestão da qualidade Eficiência Dimensionamento da
do gasto força de trabalho
Redução de Produtividade
Repressão fiscal despesas
Recurso Política de reajustes
Gestão orçamentária, salariais
financeira e contábil
Previdência do
servidor
Gestão
Controle
Fiscal
FIGURA 1 - Políticas de gestão e distintos domínios institucionais
24 - o choque de gestão em minas gerais
A questão é que para que as políticas de gestão logrem seus propósitos não
basta apenas que haja, nas três perspectivas (macrogovernamental, organizacio-
nal e individual), práticas inovadoras de gestão para resultados, de melhoria dos
processos (de gestão de programas, da gestão em geral e dos servidores) e de
racionalização de recursos. É, sobretudo, necessário que haja alinhamento entre
estas perspectivas e que este alinhamento aponte para a geração de resultados de
desenvolvimento. Vista na horizontal, esta integração significa que a promoção
de resultados das pessoas deve estar voltada ao alcance dos objetivos de suas
instituições e estes, por sua vez, devem estar direcionados para implementar a
agenda de governo. A melhoria das pessoas (via capacitação, por exemplo) deve
ser a base da melhoria da gestão, que é essencial para a execução das ações
que conduzem aos resultados. Ainda nesta perspectiva horizontal, a gestão de
quadros e salários deve ser tratada de forma alinhada com imperativos de efi-
ciência organizacional, que se vincula a metas agregadas de desempenho fiscal
no âmbito de governos. Na perspectiva vertical, por exemplo, surgem outras
integrações essenciais: a gestão da despesa compatível com a execução das ações
necessárias à geração dos resultados; a gestão da eficiência baseada em ganhos
estruturais de qualidade da gestão, promovendo os resultados buscados a um
custo menor; e a obtenção do máximo rendimento dos quadros funcionais a partir
de investimentos em capital humano alinhados com os resultados individuais.
A Figura 2 a seguir ilustra a necessária integração entre as políticas de gestão.
Parte 1 - 25
DA APLICAÇãO
PERSPECTIVAS Macrogover- Organizacional/
Individual/Grupal
namental Institucional
Planos de Planejamento Avaliação de
desenvolvimento estratégico desempenho
(planos estratégicos e individual e grupal
plano plurianual) Contratualização/
agencificação
Resultado
Gestão por programas (contratos de gestão,
(formulação, acordos de resultado
monitoramento etc.)
e avaliação de
DA AGREGAÇÃO DE VALOR PÚBLICO
programas e ações)
Sistemas centrais Gestão da qualidade Capacitação e gestão
(compras, RH, Simplificação de competências
logística, TI/governo administrativa
eletrônico, orçamento, Direção pública
finanças etc.) Gestão do
atendimento Gestão de cargos e
Processo Controle, promoção carreiras
da transparência e Gestão da organização
accountability e luta governamental Assistência ao servidor
contra corrupção (estruturas e modelos
institucionais,
regulação, parcerias
com a sociedade etc.)
Gestão da qualidade Eficiência Dimensionamento da
do gasto Redução de força de trabalho
despesas
Repressão fiscal Produtividade
Recurso
Gestão orçamentária, Política de reajustes
financeira e contábil salariais
Previdência do
servidor
DA APLICAÇãO
PERSPECTIVAS Organizacional/
Macrogovernamental Individual/Grupal
Institucional
Planos de Planejamento Avaliação de
desenvolvimento estratégico desempenho
Orientação da nova administração para o
Estado). Mas a ênfase foi nos meios, não nos fins. Em relação aos fins, o ideal do
desenvolvimento é substituído pela necessidade pragmática (emblematicamente
evocada no corolário do consenso de Washington) de promoção de um ajuste
estrutural, para adequação do sistema econômico e do Estado a um novo contexto
de economia de mercado globalizado. Este contexto não apontava, portanto,
um retorno triunfal do planejamento, mas lograria uma década de ajuste fiscal
e de reformas estruturais na ordem econômica, no perfil de atuação do Estado
(a partir das privatizações, principalmente) e nas políticas sociais (previdência,
principalmente). Mas, por outro lado, a estabilidade econômica permitiu o
ressurgimento do planejamento governamental, a partir da incorporação de
metodologias de gestão de programas.
Em relação aos meios, a era da reforma do Estado propunha um novo padrão
de burocracia governamental, frequente e erroneamente autodenominado “pós-
-burocrático”. Trata-se de uma burocracia que (justamente por ser burocracia,
não perde o caráter racional-legal-impessoal) possui uma morfologia distinta,
mais afeita ao contexto atual: modelo de gestão mais orgânico, posicionada
na perspectiva da governança social, portanto, parceirizada com o terceiro
setor e mercado, orientada para a eficiência e sujeita a maior controle social
e transparência. Curiosamente, à semelhança da concepção de “reforma
administrativa”, a reforma do Estado buscava incorporar à administração pública
tecnologias gerenciais emergentes (não mais da sociedade industrial do século
passado, mas da sociedade do conhecimento do século XXI), em busca de um
novo paradigma de gestão que não estava vinculado a nenhum ideal finalístico
de transformação — senão, talvez, ao ideal da eficiência. O Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado, no bojo da reforma gerencial de 1995, é o
exemplo emblemático desta concepção.
Mas a era da reforma do Estado não logrou alinhar meios e fins. O plano
diretor estava voltado aos meios (o “aparelho do Estado”) e não estava alinhado
a nenhum projeto de desenvolvimento; o plano plurianual, mesmo sem estar
amparado num projeto nacional de desenvolvimento, por seu turno, prescindia
de intervenções nos demais domínios das políticas de gestão — presumindo
que os programas seriam implementados graças à atuação providencial de seus
gerentes nas estruturas de governo. A era da reforma do Estado forjou uma brecha
entre o planejamento e a “gestão” (termo utilizado para denominar as demais
políticas de gestão, excetuado o planejamento e a gestão fiscal), logrou atividade,
inclusive inovadora, em diversos campos das políticas de gestão, mas de forma
fragmentária, sob baixa integração e baixa convergência com ideais comuns.
A reforma gerencial deixou, portanto, várias lições: a necessidade de se
construir um norte, um ideal de desenvolvimento, de se promover inovações
gerencias e de integrar as políticas de gestão, alinhando-as para trilhar o caminho
escolhido. O desafio seria segui-las nas janelas de oportunidades que surgiriam
em governos estaduais e municipais, principalmente.
32 - o choque de gestão em minas gerais
Este volume está dividido em 7 partes, cuja sequência está amparada nos
fundamentos apresentados. A primeira parte busca introduzir o choque de gestão,
seus fundamentos e o plano desta obra. A segunda parte trata do elemento
orientador do conjunto de políticas de gestão que compõem o choque de gestão:
o planejamento governamental, ou o conjunto de esforços voltados à formulação,
monitoramento e avaliação de resultados de desenvolvimento. A terceira parte
trata de políticas de gestão que buscam alinhar as organizações para a geração
dos resultados definidos, abordando instrumentos contratuais de gestão por
resultados aplicados entre organizações públicas (Acordo de Resultados) e
entre o Poder Público e instituições privadas do Terceiro Setor (Oscips) ou do
mercado (PPP). A quarta parte tem como objeto as pessoas, tratando de apresentar
os mecanismos de alinhamento entre resultados individuais e institucionais
presentes na reestruturação de carreiras, na avaliação de desempenho individual
e no desenvolvimento de competências. A quinta parte trata do alinhamento
dos sistemas administrativos centrais de governo com a geração dos resultados
vislumbrados nos âmbitos da gestão de pagamentos e benefícios, da governança
eletrônica, das compras governamentais e de controle. A sexta parte trata da
dimensão fiscal do choque de gestão, tais como equilíbrio fiscal, gestão da receita,
gestão do tesouro e gestão do gasto, constituindo, no conjunto, um pressuposto
e, ao mesmo tempo, mais um alinhamento em busca de resultados de eficiência.
Parte 1 - 33
A sétima e última parte busca elaborar um balanço geral do choque de gestão até
o presente momento e sinalizar uma agenda de consolidação para o futuro.
Os parágrafos a seguir buscam detalhar o conteúdo de cada parte e seus
respectivos capítulos. Cabe, nesse sentido, informar ao leitor de que, embora a
sequência da obra constitua o desdobramento de um argumento (do alinhamento
das estruturas, pessoas e sistemas administrativos aos resultados de desenvolvi-
mento), os capítulos se sobrepõem em alguma extensão e possuem um certo grau
de autonomia, podendo ser lidos isoladamente ou em conjunto sequenciado ou
não, sob a recomendação de que a leitura da primeira parte seja precedente.
Antecede a parte 1 e a este Capítulo a Apresentação intitulada: “Antecedentes
e Origem do Choque de Gestão”, de autoria de Antônio Augusto Anastasia, que
elabora uma contextualização do estado de coisas que motivou, como respos-
ta, o choque de gestão, descreve seu processo de formulação e a decorrente
reorganização governamental necessária à sua implementação, com destaque
para a integração das políticas de planejamento e gestão numa única secretaria,
a SEPLAG.
A parte 2 tem como objeto o planejamento governamental e contém quatro
capítulos que tratam da concepção do duplo planejamento (as perspectivas
de curto e longo prazo), do planejamento estratégico de longo prazo, da
integração entre planejamento e orçamento e da gestão estratégica de projetos
de investimento.
O capítulo 2, intitulado “O Duplo Planejamento”, de autoria de Tadeu Barreto
Guimarães e Bernardo de Almeida, busca apresentar resumidamente o conceito
de Duplo Planejamento (interação entre os enfoques “hoje para hoje” e “hoje
para amanhã”) descrever o processo implantado e a institucionalização inicial
dessa abordagem, cujos indícios são apresentados ao final do capítulo.
O capítulo 3, intitulado “O Planejamento Estratégico de Longo Prazo”, de
autoria de Bernardo de Almeida e Tadeu Barreto Guimarães, busca relatar a
experiência de Minas Gerais na construção dos instrumentos de planejamento de
longo e médio prazo (PMDI, Geraes e PPAG) e, em seguida, concluir apontando
algumas lições aprendidas no processo. A conclusão inclui, adicionalmente,
uma referência sintética ao resultado da avaliação da coerência estratégica do
Governo.
O capítulo 4, intitulado “A Integração Planejamento-Orçamento”, de autoria
de Ana Clara de Oliveira, Bernardo de Almeida e Tadeu Barreto Guimarães,
objetiva descrever as medidas adotadas a partir de 2003 e os resultados
parciais da integração planejamento-orçamento, sob a ótica da realização da
estratégia. Sintetizam-se as inovações que buscam assegurar maior aderência
dos instrumentos e processos de planejamento e orçamento à estratégia do
governo. Conclui-se que as inovações do governo mineiro garantiram uma efetiva
integração planejamento-orçamento que, associada ao gerenciamento intensivo
dos projetos estratégicos, possibilita uma eficiente realização da estratégia.
34 - o choque de gestão em minas gerais
NOTAS
1
Contém excertos de MARINI, Caio & MARTINS, Humberto. Um Governo Matricial – estruturas em rede
para geração de resultados de desenvolvimento. IX Congresso Interamericano do CLAD sobre a Reforma
do Estado e da Administração Pública, realizado em Madrid, em novembro de 2004; e MARINI, Caio &
MARTINS, Humberto. Um modelo de gestão governamental para resultados. I Seminário Administração
Pública - Análise Contextual e Propostas de Modernização, Comissão de Trabalho e Administração Pública
da Câmara dos Deputados, Brasília, dezembro de 2005.
2
Na definição de Barzelay (2001): “Políticas de gestão pública referem-se a regras e rotinas que se apli-
cam à administração pública como um todo em relação à macro-organização governamental, processo de
planejamento, orçamento e gestão financeira, funcionalismo, organização sistemas e métodos, controle e
avaliação e aquisições.”
3
A principal definição de partida da teoria da fragmentação de políticas públicas desenvolvida por MARTINS
(2003) é que a fragmentação pode ser atribuída à falta de coerência, consistência e coordenação na formu-
lação/ implementação de políticas, programas ou projetos. Lida, portanto, com a categoria integração. A
integração implica que as políticas devem idealmente apoiar umas às outras, ou, pelo menos, não devem
ser contraditórias. (OCDE, 2003) A coerência nas políticas envolve a promoção sistemática de ações que
se reforcem mutuamente nos diferentes órgãos do governo, criando sinergias para a realização dos ob-
jetivos comuns. (OECD, 2003) A coordenação nas políticas significa fazer com que os diversos sistemas
institucionais e gerenciais que formulam políticas trabalhem juntos, de forma congruente. (BRINKERHOFF,
1996) A consistência nas políticas significa assegurar que as políticas individuais não sejam internamente
contraditórias e que as políticas que se opõem ao alcance de um determinado objetivo sejam evitadas
Parte 1 - 39
ou integradas. A integração nas políticas tem uma dimensão horizontal, uma vertical e uma temporal. A
integração horizontal busca assegurar que os objetivos individuais e as políticas desenvolvidas por várias
entidades se reforcem mutuamente. A integração vertical busca assegurar que as práticas das agências,
autoridades e órgãos autônomos, bem como o comportamento dos níveis subnacionais do governo, se
reforcem mutuamente com os compromissos políticos mais amplos. A integração temporal busca assegurar
que as políticas continuem sendo efetivas ao longo do tempo e que as decisões de curto prazo não se
oponham aos compromissos de longo prazo. Há também a integração transversal e setorial. A primeira
aplica-se às questões transversais ou intersetoriais e intergeracionais, dificilmente tratadas de forma coe-
rente devido ao tratamento especializado na legislação e em diferentes áreas de governo. (OECD, 2002) Já
a integração setorial está associada ao grau de consistência lógica e operacional, entre ações de diversos
atores envolvidos numa mesma arena de políticas públicas. (IADB, 2003) Metaforicamente, o extremo de
uma situação fragmentária assemelha-se a uma flotilha sem rumo, na qual as naves perseguem trajetórias
divergentes, se atacando reciprocamente. Por outro lado, a integração plena, que não impõe necessari-
amente um pensamento gerencial único, é uma situação hipotética, quer porque é fruto de uma estrutura
“perfeita”, quer porque seu custo, o custo da integração, supera o custo da fragmentação. Dessa forma,
uma teoria da fragmentação não presume nem o “caos” (a fragmentação total) nem a “ordem” (a integração
total) como condições “naturais” das políticas públicas, mas pressupõem: a) que a natureza fragmentária
e disruptiva de algumas políticas estão associadas a fatores estruturais que as (re)produzem assim; e b)que
estes fatores podem ser, em alguma extensão, controláveis, tornando a fragmentação, por sua vez, em
alguma extensão, controlável. A fragmentação é uma condição crítica que aflige sociedades, governos e
organizações em alguma extensão, exigindo contínuas ações integradoras.
4
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi consagrado como grande indicador de desenvolvimento
e inspirou as metas de desenvolvimento humano do milênio, por iniciativa da Organização das Nações
Unidas. O IDH foi criado por Mahbub ul Haq, com a colaboração do indiano Amartya Sen, ganhador do
Prêmio Nobel de Economia de 1998, partindo do “pressuposto de que para aferir o avanço de uma popu-
lação não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais,
culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. [...] Ele é um contraponto a outro indicador
muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica
do desenvolvimento. O IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. O
IDH, além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada
país, também leva em conta dois outros componentes: longevidade e educação. Para aferir a longevidade,
o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de
analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. Essas três dimensões têm a mesma
importância no índice, que varia de zero a um”. (PNUD, 2004)
5
Atividade econômica, meio ambiente e bem-estar da sociedade formam o tripé básico no qual se apoia a
ideia de desenvolvimento sustentável. O marco desta compreensão é o relatório da Comissão Mundial da
ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) de 1987, intitulado “Our Common Future”,
mais conhecido por relatório Brundtland (Gro Harlem Brundtland presidia a Comissão). O Relatório
Brundtland elabora um conceito de desenvolvimento sustentável que não se restringe ao impacto da
atividade econômica no meio ambiente, mas abrange as consequências dessa relação na qualidade de vida
e no bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura. O relatório diz que: “Desenvolvimento susten-
tável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.”
6
Reforma que criou o DASP - Departamento de Administração do Serviço Público, em 1936, com as funções
de implementar diretrizes voltadas para a profissionalização da gestão, de supervisionar a administração
pública e de formar os administradores públicos do primeiro escalão, além de fixar o orçamento nacional.
7
Veja-se, a propósito da distinção entre os conceitos de reforma e modernização adminsitrativa, WAHRLICH,
1974 e 1984.
8
Planos Nacionais de Desenvolvimento, adotados a partir dos anos 70, pelos governos militares.
40 - o choque de gestão em minas gerais
REFERÊNCIAS
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from Madagascar’s Environmental Action Plan. World Development, v. 24, n. 9, p. 1497-1510.
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organizado por el Ministério de Administracão Federal e Reforma do Estado, República Federativa do
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Policy Outcomes – a Guide to Theoretical Modules and Possible Empirics. IADB.
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TAVARES, Maria da Conceição (1972) Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaio
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WAHRLICH, Beatriz Marques de Souza. A Reforma Administrativa no Brasil: experiencia anterior,
situação atual e perspectivas - uma apreciação geral. Revista de Administração Pública., v. 18, n. 1,
jan/mar 1984.
_____. Reforma Administrativa Federal Brasileira: passado e presente. Revista de Administração Pública,
v. 8, n. 2, abr./jun. 1974.
WORLD BANK (1997) World Development Report 1997: The State in a Changing World.
Parte 2
Agenda Estratégica de Governo
CAPÍTULO 2
O Duplo Planejamento*
1. Introdução
* Agradecemos as contribuições de Ivan Beck Ckagnazaroff e Helger Marra Lopes neste capítulo, eximindo-os
de quaisquer incorreções remanescentes.
44 - o choque de gestão em minas gerais
3. A Experiência Mineira
No ano de 2003, o Estado convivia com uma das piores situações fiscais do
país e o ambiente econômico não gerava confiança aos agentes privados. Tal
situação das finanças públicas determinou uma ampla reforma administrativa,
que foi institucionalizada a partir da edição de um conjunto de 63 leis delegadas
em janeiro, e um contingenciamento para os primeiros 100 dias do Governo. A
gestão do presente já começava no primeiro mês. Foram extintas secretarias, su-
perintendências, diretorias, unidades administrativas e cargos comissionados.
Diante desse contexto, o Duplo Planejamento, como abordagem a ser utili-
zada pelo planejamento estadual, foi apresentado na primeira reunião gerencial
do Governo em 18/02/03 (Quadro 1). O objetivo era deixar claro para todos os
executivos-chave do Governo a importância de combinar as duas agendas, uma
centrada no ajuste fiscal e na redução de estruturas, estratégias imprescindíveis
no curto prazo, com a construção de uma agenda de desenvolvimento de mé-
dio e longo prazo, centrada em investimentos que apontassem a construção do
futuro almejado.
A formulação estratégica dual do Estado sustentou-se, portanto, em dois pila-
res: o equilíbrio fiscal, estratégia do presente, e uma agenda de desenvolvimento,
estratégia do futuro, que justificasse também para a sociedade os ajustes iniciais
de redução, racionalização de despesas, redução de estruturas e expansão das
receitas tributárias.
Também a partir do marco legal, editado em janeiro, agregaram-se as
funções de planejamento e coordenação geral com as de recursos humanos e
administração, dando origem à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
- SEPLAG, buscando-se a integração gerencial entre planejamento, orçamento
e gestão. Criou-se ainda o Colegiado de Gestão Governamental, presidido
pelo Governador e com a presença dos Secretários de Estado, e a Câmara
de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças, composta pelos
secretários de planejamento, fazenda, governo, advogado geral e auditora geral.
A SEPLAG é o órgão executivo do Colegiado e a coordenadora da Câmara de
Planejamento.
Essas últimas alterações tinham como base uma nova visão para o setor pú-
blico mineiro presente em dois documentos fundamentais para o planejamento
estratégico estadual: o plano de Governo da campanha do atual Governador,
“Prosperidade: a face humana do desenvolvimento”;3 e o diagnóstico da econo-
mia mineira “Minas Gerais Século XXI”.4 A perspectiva do “hoje para amanhã”
também já estava presente nos primeiros momentos do Governo, e essas ações
representaram passos decisivos.
O Colegiado foi o fórum de deliberação das definições estratégicas para o
futuro, e a SEPLAG tem sido a principal gestora das mudanças de “hoje para
amanhã”, ao passo que a Câmara de Coordenação Geral, Planejamento Gestão
e Finanças é a guardiã da interação das perspectivas de curto e longo prazo.
48 - o choque de gestão em minas gerais
QUADRO 1
Duplo Planejamento em 2003
Curto Prazo Médio e Longo Prazos
Estratégias: Estratégias:
Equilíbrio fiscal e reforma administrativa Desenho do futuro e início do GERAES
QUADRO 2
Duplo Planejamento em 2004
Curto Prazo Médio e Longo Prazos
Estratégias: Estratégias:
Equilíbrio fiscal e elevação do investi- Implementar estratégia de longo prazo e
mento avançar na reforma do Estado
estratégico
NOTAS
1
DEREK, Abell F. Duplo Planejamento. HSM Management, São Paulo, n.16, p.106-114, set./out. 1999.
2
No caso de Minas Gerais, o conceito foi adaptado para o setor público a partir da experiência pessoal de
um dos autores do capítulo, como executivo em função de planejamento em entidades públicas, e pelas
contribuições dos consultores Cláudio Porto e José Paulo da Silveira (ambos pela Macroplan Consultoria)
durante a implantação desse processo ao longo do primeiro semestre de 2003.
3
Esse Plano representou o “ponto de partida” para todas as definições estratégicas do Governo.
4
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS. Minas Gerais do Século XXI. Belo Horizonte: Rona
Editora, 2002. Abrangente diagnóstico sobre aspectos socioeconômicos de Minas Gerais.
5
Artigo publicado na Folha de S.Paulo de 8 de março de 2003.
6
Em 16/12/2005 foi realizada a VI Reunião Gerencial do Governo. Há sempre uma reunião no início e no
final de cada exercício.
CAPÍTULO 3
O Planejamento Estratégico
de Longo Prazo
Bernardo de Almeida
Tadeu Barreto Guimarães
1. Introdução
2.1. PMDI
Orçamentos Anuais
retrospectiva e da Indicadores (2003-2006) Iniciativas
situação atual de Estratégicas
MG Aonde podemos •Opções
(2003-2006)
•Diagnóstico chegar? Estratégicas
•Potencialidades •Agenda de
•Oportunidades Prioridades
Onde estamos?
Visão de futuro de Como podemos Programas
longo prazo (2020) chegar? Prioritários
•“Cartas do
Futuro”
•Visão de Futuro
para 2020
Aonde queremos
chegar?
BRASIL
Desenvolvimento sustentado
da economia nacional
DESPERDÍCIO de CONQUISTA do
oportunidades melhor futuro
Ambiente
MINAS GERAIS
econômico, Ambiente
político e II I econômico,
institucional político e
mineiro institucional
ineficiente e IV III
mineiro
fragilizado eficiente e
competitivo
DECADÊNCIA e SUPERAÇÃO de
empobrecimento adversidades
Economia nacional em
ritmo de “Stop and Go”
Contribuir para a
Intensificar a Fomentar o
geração de Reduzir as
atuação do desenvolvimento
Melhorar Melhorar e ampliar o empregos através de desigualdades
substancialmente Prover a infraestrutura atendimento ao Governo na econômico
iniciativas e do regionais com Consolidar a
a segurança dos requerida por Minas gestão do meio estadual, com
cidadão, através da incetivo a prioridade para a posição de
Gerais, com ênfase na ambiente, ênfase no
mineiros, oferta de serviços atividades que melhoria dos liderança política
ampliação e transformando-a agronegócio, de
especialmente na públicos de qualidade, incluam jovens, indicadores de Minas no
recuperação da malha em oportunidade forma regionalizada
Região especialmente na mulheres e o sociais da região contexto
rodoviária e do para o e com mecanismos
Metropolitana de educação, saúde e segmento Norte e dos vales nacional
60 - o choque de gestão em minas gerais
Viabilizar novas
Estabelecer um novo formas de
modo de operação financiamento dos
do Estado, saneando empreendimentos,
as finanças públicas construindo um
e buscando a eficácia novo marco legal,
da máquina pública orientado para as
por meio de um parcerias público-
efetivo “Choque de privadas
Gestão”
2.2. GERAES
BRASIL
Desenvolvimento sustentado
da economia nacional
DESPERDÍCIO de CONQUISTA do
oportunidades melhor futuro
Ambiente
MINAS GERAIS
econômico, Ambiente
político e econômico,
institucional 1,1
político e
mineiro institucional
ineficiente e mineiro
- 0,5
fragilizado eficiente e
competitivo
DECADÊNCIA e SUPERAÇÃO de
empobrecimento adversidades
Economia nacional em
ritmo de “Stop and Go”
NOTA
1 Durante o processo legislativo, a carteira do GERAES foi ampliada de 30 para 31 projetos, com a criação
do projeto Inclusão de Famílias Vulnerabilizadas, da área de assistência social.
CAPÍTULO 4
A Integração Planejamento-Orçamento
1. Introdução
Desempenho em Veneziana
25
20
15
PPAG
Meta
10 LOA
0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Ano
TABELA 1
Execução orçamentária dos programas estaduais
em 2004 e 2005
Grupo de Crédito Autorizado
Programa Variação
Despesa 2004 2005
Custeio 119.841.947,09 202.175.588,87
Estruturador Inversões - 120.885.779,00 183%
Investimentos 207.159.714,93 603.273.222,50
Custeio 1.709.902.351,82 1.873.475.604,48
Não Estruturador Inversões 113.286.877,51 145.526.015,72 14%
Investimentos 525.752.302,66 667.040.093,03
Fonte: SIAFI - 11/01/2005
TABELA 2
Evolução do Orçamento ao longo de 2005
Grupo de
Programa Crédito Inicial (Lei) Crédito Autorizado Variação
Despesa
Custeio 199.838.043,72 202.175.588,87
Estruturador Inversões 1.000,00 120.885.779,00 143%
Investimentos 181.073.715,00 603.273.222,50
Custeio 1.683.223.155,28 1.873.475.604,48
Não
Inversões 10.469.000,00 145.526.015,72 38%
Estruturador
Investimentos 252.373.451,00 667.040.093,03
3. Conclusão
QUADRO 1
Síntese das Medidas Adotadas em Minas Gerais
Problemas Medidas Adotadas Indicadores
Adoção de mecanismos –
notadamente a revisão do Influência da estratégia na
PPAG – que asseguram a (evolução da) alocação de
integração plena entre os recursos (dinheiro novo)
1- Descolamento entre o Planos e o Orçamento
plano e orçamento –
Estimativas realistas de
estrutura programática e receita e despesa no
alocação de recursos – na orçamento
fase de planejamento e Orçamentos anuais
orçamentação Definição no plano e compatíveis e evoluindo
orçamento dos projetos com a estratégia
2- Contingenciamento ou estruturadores para
fluxo errático de recursos permitir a avaliação da Menor contingenciamento
quando da (fase) execução alocação e execução de ou maiores
do orçamento recursos nos investimentos suplementações para os
estratégicos projetos estratégicos
Utilização da JPOF na
alocação de recursos ao
longo da execução
Fonte: elaboração própria
Os resultados apresentados indicam que as medidas adotadas aumentaram
a integração planejamento-orçamento, principalmente para os projetos que
representam a estratégia principal do Governo. Adicionalmente, é observado no
Estado uma maior credulidade das organizações públicas, dos legisladores e da
sociedade em relação aos planos e orçamentos. No longo prazo, intenciona-se
resgatar plenamente estes instrumentos como principais reflexos das escolhas
públicas, permitindo uma avaliação governamental menos subjetiva e melho-
rando a provisão de bens e serviços públicos para a sociedade.
Importante lembrar, todavia, que a garantia de recursos para a realização da
estratégia, objeto deste capítulo, não assegura o bom desempenho dos projetos
do setor público. Dentre os desafios a serem enfrentados restam minimizar a
assimetria de informações — heterogeneidade e falta de alinhamento estratégico
— entre as unidades e desenvolver arranjos que permitam orientar as estruturas
implementadoras (unidades administrativas dentro e fora do Governo) e suas ações
para estratégia do governo. Os capítulos seguintes tratam destas questões.
CAPÍTULO 5
Bernardo de Almeida
Tadeu Barreto Guimarães
1. Introdução
2. A Fase de Planejamento
Proposta Orçamentária
Projeto Estruturador
Planos Executivos
Órgãos Estratégicos
Gerente Executivo
do Projeto
Gerente
Adjunto
3. A Fase de Acompanhamento
COMENTÁRIOS
Término Previsão de
ETAPAS/ MARCOS Planejado Término
Término Real
COMENTÁRIOS
Resultados 2004
PREVISTO REALIZADO
• Aquisição de 1,8 milhão de livros didáticos (matemática e
• Expandir as oportunidades educacionais e melhorar a português) para as escolas da Rede Estadual do Ensino Médio.
qualidade da educação através da implantação dos Sub- • 58.205 novas vagas criadas em 2004;
Projetos Escola Viva, Escola-Referência e Escola em Rede •Conexão de 147 escolas à internet; aquisição de 811
na Rede Estadual do ensino Médio. computadores e investimento de 2 milhões em equipamentos.
Metas 2005
ESCOLAS EM REDE NO ENSINO MÉDIO ESCOLAS EM REDE NO ENSINO MÉDIO
META: Conexão de 674 escolas à Internet até Dez de 2005 META: Aquisição de 1956 computadores até Dez de 2005
3.000
800
2.000 Mês Meta Realizado
600 Mês Meta Realizado
400 1.000 2004 811 171
2004 130 130
200
0 mar/05 911 591
0
mar/05 336 441 2004 jan/05 mar/05 jun/05 dez/05 jun/05 911
2004 mar/05 jun/05 set/05 dez/05
jun/05 574 set/05 1.956
Melhor dez/05 1.956
Melhor set/05 574
Realizado - Meta não atingida Realizado - Meta não atingida
Realizado dez/05 574
Realizado - Meta atingida
Meta
Meta
Meta: Adquirir 1.995 computadores até Criação de 52.000 vagas Meta: Conectar 544 escolas à
30/08/2005 para o ensino médio Internet até 31/12/2005
Realizado até 17/05: Término Previsto: 30/11/2005 Atraso Realizado até 17/05: 441
591 computadores adquiridos escolas conectadas
Término Atual: 30/11/2005
Riscos e Restrições
DIFICULDADES/RISCOS RISCO IMPACTO
Resultados outubro/2005
Implantação da metodologia
de Integração da Gestão de
Implantação de um Núcleo de Implantação e implementação Segurança Pública (IGESP), Implantação dos módulos do
Mediação de Conflitos no Bairro da CIA de Teófilo Otoni – 30 em 6 áreas integradas de SIDS no Corpo de Bombeiros
Ribeiro de Abreu (BH) vagas BH. e na Polícia Civil
Término Prev :30/08/05 Término Prev : 12/07/05 Término Prev : 15/07/05 Término Prev : 08/08/05
4. Resultados
TABELA 1
Execução orçamentária dos programas estaduais em 2004 e 2005
2004 2005
Grupo de
Programa Crédito Despesa Crédito Despesa
Despesa
Autorizado Empenhada Autorizado Empenhada
Inversões - - 120.885.779,00 115.242.763,38
Estruturador
Investimentos 207.159.714,93 178.296.036,09 603.273.222,50 568.387.431,04
Não Estrutu- Inversões 113.286.877,51 112.103.052,12 145.526.015,72 132.226.324,11
rador Investimentos 525.752.302,66 387.218.772,47 667.040.093,03 583.619.491,38
TABELA 2
Percentual de execução* dos programas estaduais em 2004 e 2005
Nota (*) O cálculo aqui usado foi Despesa Empenhada dividido pelo Crédito
Autorizado
Boa parte destes resultados pode ser creditada às medidas adotadas pelo
Governo de Minas na condução do seu planejamento estratégico. Existem
impactos indiretos deste melhor desempenho que são de difícil mensuração.
Uma das principais causas de aumento de custos de obras no setor público são
os frequentes atrasos. Se, como demonstrado, os Projetos Estruturadores têm
melhor execução, há uma economia (diminuição do desperdício) considerável
de recursos públicos.
Este capítulo apresentou a experiência e os resultados iniciais de Minas no
gerenciamento dos Projetos Estruturadores, enfatizando os refinamentos realiza-
dos na metodologia de gerenciamento de projetos para torná-la efetiva no setor
público. Os resultados quantificáveis da adoção do gerenciamento de projetos
para os investimentos estratégicos (estruturadores) comprovam os efeitos do
gerenciamento de projetos. Um resultado não quantificável, mas perceptível, é
o potencial do gerenciamento de projetos na produção de informações organi-
zadas, com múltiplos objetivos, para todos os níveis de Governo.
Parte 3
O Alinhamento das Organizações
CAPÍTULO 6
Acordo de Resultados
Kênnya Duarte
Carolina Lemos
Caio Marini
Humberto Falcão Martins
poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho (…),
cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e
critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes; III - a remuneração do pessoal”. Entretanto, poucos foram os avanços
efetivos do novo modelo, implementados com restrições e mediante um alto
grau de obstaculização dos segmentos centrais do Governo, responsáveis pelo
ajuste fiscal (inclusive de dentro do próprio ministério propositor).
ORGANIZAÇÃO,
PROGRAMA OU
INSUMOS PROJETO PRODUTOS IMPACTOS NO
(bens ou CONTEXTO
serviços)
-orçamento PROCESSOS
- quadro de DE TRABALHO
pessoal
- parcerias
- dados e
informações
Planos de Ação
"coisas a fazer"
Quadro
Indicadores e metas
Resultados Finalísticos
Áreas de
Valor de Metas Previstas
Resultados Indicador Peso
Referência 2006 2007 200n
Área 1
Área 2
Área 3
Área 4
suas metas são mais desafiadoras: investir na melhoria da qualidade dos Acordos
celebrados. Finalmente, resta o desafio de institucionalização do modelo. Até
aqui, o desafio era de natureza quantitativa: celebrar um número expressivo
visando a disseminação do conceito. Agora, torna-se fundamental investir no
aperfeiçoamento do modelo, principalmente no que se refere aos mecanismos
de avaliação e na integração com os demais instrumentos adotados no âmbito
do Choque de Gestão.
NOTAS
1
A NGP é, segundo Barzelay (2001), antes de tudo, um âmbito de debate, um diálogo profissional so-
bre a estrutura, a gestão e o controle da administração pública, envolvendo a comunidade acadêmica e
funcionários. Como tal, deve-se descartar a tentação de definições formais, concentrando-se o debate na
busca de respostas, segundo determinadas circunstâncias, para as questões de como estruturar, gerenciar
e controlar os sistemas burocráticos públicos.
2
Governo Matricial, neste contexto, é definido como: “Modelo de gestão governamental voltado para
resultados de desenvolvimento que se baseia na definição e gerenciamento intensivo das redes de gover-
nança constituídas pelos links/nós entre programas (desdobrados de um projeto de desenvolvimento) e a
arquitetura governamental (organizações, sistemas e recursos) necessária à sua implementação.” Para maior
aprofundamento ver: MARINI; MARTINS (2004).
3
“Arquitetura governamental” é entendida como o conjunto de organizações, modelo de gestão e recursos
associados, incluindo a estrutura organizacional e respectivo marco legal, gestão orçamentária e financeira,
gestão de pessoas e sistemas de informação.
4
Documento produzido por um Grupo de Trabalho do Comitê Interministerial de Empresas Estatais orga-
nizado pelo governo francês com o objetivo de melhorar a situação de suas empresas. Estas apresentavam
sintomas de deterioração provocada pelo excesso de formalidades e controles por parte do poder central
(Saravia, 2005).
5
Desde então vem recebendo diversas denominações. Inicialmente contratos de plano e de programas nas
aplicações pioneiras junto às empresas estatais e, mais recentemente, contratos de serviços nas entidades
da administração direta (Centros de Responsabilidade).
6
Objeto do Decreto Nº 43.674/2003.
7
Os Acordos de Resultados celebrados podem ser verificados no endereço eletrônico da Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão: http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/choque/acordo_resultado/
acordo_resultado.asp
Parte 3 - 107
REFERÊNCIAS
BARZELAY, Michael. The New Public Management: improving research and policy dialogue. Berkeley:
University of California Press, 2001.
TROSA, Sylvie. Gestão pública por resultados: quando o Estado se compromete. Rio de Janeiro: Revan;
Brasília: ENAP, 2001.
SARAVIA, Enrique. Contratos de gestão como forma inovadora de controle das organizações estatais.
In: X Congresso del CLAD, 2005.
MARINI, Caio; MARTINS, Humberto Falcão. Um governo matricial: estruturas em rede para a geração
de resultados de desenvolvimento. In: IX Congresso del CLAD, 2004.
SHEPHERD, Geoffrey. El desafio de la reforma administrativa en América Latina. Apresentado no III
Congresso Internacional do CLAD, Madrid, 1998.
108 - o choque de gestão em minas gerais
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Movimentação de Equilíbrio do
presos (matrícula ambiente de
e transferência de segurança no
presos) sistema prisional
Otimização da
ocupação de vaga,
com distribuição Melhor
adequada das vagas funcionamento do
existentes sistema prisional
Eventos de seleção, Maior qualificação
treinamento e do servidor do
formação do sistema prisional
servidor do sistema
prisional Redução do custo,
resultante da
menor rotatividade
de mão de obra
Reforma e Construção, Redução do déficit
Profissionalização reforma e de vagas no sistema
do Sistema ampliação de prisional
Prisional unidades prisionais
Melhoria no
Manutenção de ambiente de
infraestrutura de segurança da
unidades prisionais organização,
advinda da
Estudo e pesquisa melhoria da
de novas tecnolo- infraestrutura das
gias, para melhoria unidades prisionais
da infraestrutura
das unidades do Redução do custo,
sistema prisional advindo do uso de
novas tecnologias e
racionalização do
espaço físico
Parte 3 - 109
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Atendimento Diminuição da Preso com maiores
ao preso sob o tensão na unidade possibilidades de
ponto de vista prisional com reintegração à
biopsicossocial, consequente sociedade
jurídico e melhoria na
educacional segurança, Melhoria na inclusão
reduzindo riscos de do egresso no
Ocupação e rebelião e motim mercado de trabalho
profissionalização
do preso(atividades Redução do tempo Redução do grau de
laborativas e de cumprimento reincidência criminal
de capacitação de pena, em
profissional) consequência Redução de
da remissão por despesas, advinda da
trabalho/estudo remição da pena
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Atendimento aos
Reforma e direitos do preso
Profissionalização Guarda interna Melhoria na Proteção dos
do Sistema Prisional e externa das proteção na presos, servidores
unidades unidade prisional, e da comunidade
prisionais com consequente
redução dos riscos
de fuga, motim e
rebelião
Manutenção da
proteção interna e
externa
Parte 3 - 111
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Admissão de Distribuição Melhor
adolescentes adequada das vagas funcionamento
existentes do sistema
Otimização da socioeducativo
ocupação de vaga
Redução do
número de
adolescentes
cumprindo medidas
em cadeias públicas
Atendimento a Escolta na Minimização de Melhoria na
Adolescentes movimentação de risco no trânsito segurança para
autores de ato adolescentes de adolescentes, o adolescente e
infracional com consequente para a sociedade,
redução no índice durante as
de fugas atividades de
movimentação
Atendimento às
solicitações do
Judiciário
Atendimento
aos direitos do
adolescente
112 - o choque de gestão em minas gerais
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Eventos de seleção, Maior qualificação Melhor
treinamento e do servidor funcionamento
formação do do sistema do sistema
servidor do sistema socioeducativo socioeducativo
socioeducativo
Redução do custo
resultante da menor
rotatividade de mão
de obra
Atendimento Aumento do grau Redução da
jurídico, de escolaridade criminalidade
pedagógico e do adolescente juvenil
Atendimento a biopsicossocial custodiado
Adolescentes Egresso com
autores de ato Ocupação e Diminuição da maiores
infracional profissionalização tensão na unidade possibilidades de
do adolescente de atendimento reintegração à
(atividades com consequente sociedade
laborativas e melhoria na
de capacitação segurança, Melhoria na
profissional) reduzindo riscos de inclusão do egresso
rebelião e motim no mercado de
Atendimento e trabalho
monitoramento de Melhoria das
egressos do sistema condições de saúde
do adolescente
Revisão da medida
aplicada ao
adolescente
Parte 3 - 113
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Segurança e Manutenção da Melhor
custódia do ordem e segurança funcionamento
adolescente da unidade de do sistema
atendimento socioeducativo
Construção, Redução do déficit
reforma e de vagas no sistemaRedução dos
ampliação de riscos de rebelião,
unidades de Maior segurança e tumulto, motim e
Atendimento a atendimento melhores condições fuga
Adolescentes das unidades
autores de ato Manutenção de
infracional infraestrutura
de unidades de
atendimento
Estudo e pesquisa
de novas
tecnologias, para
melhoria da
infraestrutura das
unidades do sistema
socioeducativo
114 - o choque de gestão em minas gerais
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(continua)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Atendimento Inclusão dos jovens Consolidação
multidisciplinar aos em programas de uma rede de
jovens em risco sociais proteção social
social
Inserção dos jovens Incremento do
Oficinas de cultura, em atividades de capital social da
esporte e lazer lazer, esporte e comunidade
cultura e mercado
Encaminhamento de trabalho Redução da
de jovens para inserção de jovens
o mercado de Elaboração de no crime
trabalho um diagnóstico
qualitativo da Redução do
Elaboração de um comunidade número de
plano de segurança atendida homicídios nas
local áreas atendidas
Articulação com
Prevenção o grupamento Aproximação
Social da especializado de do Estado com a
Criminalidade policiais militares comunidade
para o atendimento
à comunidade
envolvida
Atendimento Acesso à Justiça
jurídico à
Solução ou
comunidade
minimização
Mediação ou do conflito,
encaminhamento evitando que ele
de conflito se transforme em
violência
Disponibilização
do acesso a serviços
básicos (carteira
identidade, nada
consta, Copasa,
Cemig etc.)
Parte 3 - 115
ANEXO
A) Cadeia de Valor
(conclusão)
Áreas de Impactos
Produtos Impactos
Resultados intermediários
Monitoramento de Criação de opções Diminuição da
penas alternativas alternativas ao impunidade na
sistema prisional, execução de
Encaminhamento por meio do penas alternativas
do público-alvo cumprimento de em função do
para programas pena em liberdade monitoramento da
sociais pena
Rede parceira
Prestação de beneficiada Diminuição da
serviço ou pena pela prestação demanda por vagas
pecuniária para de serviço à no sistema prisional
instituições sem comunidade e pena
fins lucrativos no pecuniária Redução do custo
município de execução penal
Inclusão social do
público-alvo em Diminuição do
Prevenção programas sociais índice de
Social da reincidência
Criminalidade criminal
Atendimentos Egresso capacitado Diminuição
jurídico, profissionalmente do índice de
psicológico e social Implantação de reincidência
ao egresso e sua cooperativas criminal
família
Egressos incluídos Melhoria das
Cursos em programas de condições
profissionalizantes geração de trabalho socioeconômicas e
e renda afetivas na vida do
Qualificação do egresso e de seus
público-alvo na Reconstituição do familiares
organização de papel social do in-
cooperativas para divíduo, aumentan-
inclusão produtiva do as possibilidades
de sua reintegração
à sociedade
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
116 - o choque de gestão em minas gerais
DO SISTEMA PRISIONAL
5. Percentual de presos que estudam = Percentual de presos 21,68% 25% 30% 35% 1
número de presos que estudam / total de
REFORMA E PROFISSIONALIZAÇÃO
presos x 100
6. Percentual de presos que trabalham = Percentual de presos 29,95% 32% 35% 38% 3
número de presos que trabalham / total de
presos x 100
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
INDICADORES Unidade PESO
Jan - Jun/05 2ºsem 1ºsem 2ºsem
dez/05 jun/06 dez/06
7. Percentual de vagas impedidas cujas celas Percentual de vagas 3,47% 2,77% 2,22% 1,99% 3
estão danificadas = número de vagas impe- impedidas
didas no sistema prisional / total de vagas do
sistema prisional x 100
8. Índice de uso de vagas em penitenciárias, Percentual de presos 94,1% 97,0% 97,0% 97,0% 3
PRISIONAL
casas de albergado e hospitais = vagas ocu-
REFORMA E
DO SISTEMA
padas / capacidade instalada x 100
9. Índice de adequação no uso de vagas em Percentual de presos 94,24% 95,1% 95,1% 95,1% 2
PROFISSIONALIZAÇÃO
penitenciárias, casas de albergado e hospi-
tais = presos em locais adequados / total de
presos da SEDS x 100
Parte 3 - 117
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
118 - o choque de gestão em minas gerais
Realiz.
INDICADORES Unidade PESO
Jan - Jun/05 2ºsem 1ºsem 2ºsem
dez/05 jun/06 dez/06
10. Percentual de PIR’s (Programa Individuali- Percentual de PIR’s - 10% 15% 20% 1
zado de Ressocialização) em evolução número
de PIR’s em evolução / número de presos com
sentença transitado em julgado em penitenci-
árias em junho/05 x 100
REFORMA E
11. Receitas diretas das oficinas de produção Reais (R$) 289.185,90 359.000,00 332.563,79 347.023,08 3
(receita diretamente arrecadada)
PROFISSIONALIZAÇÃO
DO SISTEMA PRISIONAL
12. Receitas indiretas das oficinas de Reais (R$) 5.429.499,90 5.972.449,89 6.243.924,89 6.515.399,88 3
produção
13. Percentual de policiais treinados de forma Percentual de policiais 6,06% 6,98% 10,76% 12,07% 1
integrada = número de policiais treinados de
forma integrada / total de policiais x 100
14. Percentual de municípios que estão inse- Percentual de municí- 4,34% - 100% - 2
polÍcias
ridos na RISP (Região integrada de segurança pios
do sistema)
(integração
pública)
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
INDICADORES Unidade PESO
Jan - Jun/05 2ºsem 1ºsem 2ºsem
dez/05 jun/06 dez/06
15. Percentual de unidades operacionais PM Percentual de unidades 0% 3,2% 6,0% 8,4% 3
e PC (Batalhão, Companhias, Delegacias com o REDS
seccionais, distritais e especializadas) com o
REDS (Registro de Eventos de Defesa Social)
policias
do sistema)
implantado
(integração
16. Percentual de unidades operacionais Percentual de unidades 0% 2,4% 7,6% 12,9% 3
(Companhias, Delegacias distritais) com me- com IGESP
todologia IGESP implementada
17. Número médio mensal de atendimentos Atendimentos 2.596 3.707 5.660 8.540 3
do programa Fica Vivo (referentes a todos os
núcleos, inclusive aqueles a serem implan-
tados)
18. Número absoluto de homicídios nas comu- Homicídios 89 85 80 75 1
nidades atendidas pelo programa Fica Vivo
SOCIAL DA
PREVENÇÃO
19. Número absoluto de atendimentos extra- Atendimentos 1.667 4.000 4.500 5.000 2
CRIMINALIDADE
judiciais de casos de conflito
Parte 3 - 119
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
120 - o choque de gestão em minas gerais
CRIMINALIDADE
22. Percentual de jovens atendidos nas comu- Percentual de jovens - 7,61% 8% 10% 1
PREVENÇÃO SOCIAL DA
nidades com o programa Fica Vivo = (número atendidos
de jovens atendidos no programa Fica Vivo /
total da população jovem das comunidades
atendidas) x 100
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
INDICADORES Unidade PESO
Jan - Jun/05 2ºsem 1ºsem 2ºsem
dez/05 jun/06 dez/06
23. Percentual de adolescentes egressos do Percentual de egressos 36,2% 38% 40% 42% 3
sistema socioeducativo atendidos = (número
de egressos acompanhados ou assistidos / total
de adolescentes egressos liberados do sistema
socioeducativo) x 100
24. Percentual de adolescentes que estudam = Percentual de adoles- 95,1% 95,5% 95,5% 96% 3
(número de adolescentes que estudam / total centes
de adolescentes) x 100
25. Percentual de adolescentes que participam Percentual de adoles- 15,7% 17% 20% 30% 3
de cursos de profissionalização = (número centes
de adolescentes que participam de cursos de
profissionalização na unidade / total de adoles-
centes em medida de internação) x 100
Atendimento A adolescentes
sória (todas as unidades)
27. Número de vagas em medida socioeducativa Adolescentes 353 393 433 508 2
de internação (todas as unidades)
Parte 3 - 121
ANEXO
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
122 - o choque de gestão em minas gerais
31. Taxa de rebeliões por 1.000 adolescentes Rebeliões por 1.000 ado- 4,20 4,20 4,20 4,20 2
v1/v0 lescentes
ÁREAS DE
RESULTADOS
RESULTADO
METAS
Realiz.
INDICADORES Unidade PESO
Jan - Jun/05 2ºsem 1ºsem 2ºsem
dez/05 jun/06 dez/06
33. Taxa mensal de crimes violentos por 100 crimes violentos / 100 46,44 (1º 44 40 36 3
mil habitantes em Minas Gerais mil habitantes trimestre)
34. Taxa mensal de homicídios por 100 mil homicídios / 100 mil 1,93 (1º 1,8 1,7 1,5 3
INDICADORES
habitantes em Minas Gerais habitantes trimestre)
GERAIS DA POLÍTICA
Parte 3 - 123
124 - o choque de gestão em minas gerais
ANEXO
ÁREAS DE
PLANO DE AÇÃO DE MELHORIA PRAZO
RESULTADO
ANEXO
ÁREAS DE
PLANO DE AÇÃO DE MELHORIA PRAZO
RESULTADO
Dez/06
carência para inclusão no indicador = 90 dias após
inauguração
Entrada em funcionamento do CIA Governador Valadares Out/05
Entrada em funcionamento do CIA Montes Claros Nov/05
Entrada em funcionamento de 05 unidades de atendimento
socioeducativo (Contagem/Betim, Uberlândia, Divinópolis, Dez/06
Juiz de Fora, Ipatinga)
Entrada em funcionamento de 02 unidades de atendimento
Fev/06
socioeducativo (CEMMAC, CEIP3)
Treinamento de 100% dos servidores das unidades de ad-
ministração direta nos processos de trabalho padronizados Jun/06
(internação)
126 - o choque de gestão em minas gerais
ANEXO
ÁREAS DE
PLANO DE AÇÃO DE MELHORIA PRAZO
RESULTADO
Jun/06
raba, Juiz de Fora e Montes Claros (marco de conclusão:
SISTEMA DE DEFESA SOCIAL)
POLÍCIAS (INTEGRAÇÃO DO
publicação da resolução)
Implementação da unidade física integrada da AISP3 de
Belo Horizonte (marco de conclusão: funcionamento da Mar/06
unidade física)
Implementação da unidade física integrada da RISP de
Belo Horizonte (marco de conclusão: funcionamento da Dez/05
unidade física)
Definição das Diretrizes Integradas de Ações e Operações
Nov/05
DIAO (marco de conclusão: publicação do documento)
Implementação do REDS (Registro de Eventos de Defesa
Social) na RMBH (marco de conclusão: distribuição de
Dez/06
computadores, softwares, treinamento de pessoal e dispo-
nibilização de linha de dados)
Parte 3 - 127
ANEXO
ÁREAS DE
PLANO DE AÇÃO DE MELHORIA PRAZO
RESULTADO
Carolina Lemos
Adriana Barbosa
Felipe Rocha
Flávio Alcoforado
O Projeto de Lei que deu origem a Lei nº 14.870/2003 foi elaborado no início
do Governo, com base na legislação federal correlata e na Lei de OSCIP vigente
no Acre desde 2002. Feitas as adaptações necessárias, o PL 08/2003 foi enviado
para a Assembleia Legislativa do Estado, tendo sido aprovado em dezembro de
2003. A regulamentação veio com o Decreto nº 43.749, de 12 de fevereiro de
2004, o qual detalhou o processo de qualificação; os procedimentos que prece-
dem à celebração do Termo de Parceria; o processo de avaliação e fiscalização
do Termo de Parceria; os principais instrumentos de fomento às OSCIP; além de
detalhar o processo seletivo, denominado concurso de projetos, que é opcional,
para a escolha de uma OSCIP para celebração do Termo de Parceria.
Após a publicação do Decreto, a Secretaria de Estado de Planejamento e
Gestão - SEPLAG editou duas resoluções, com o objetivo de esclarecer pontos da
legislação que suscitavam dúvidas, que abarcaram especificidades do processo
de qualificação e do processo de celebração dos Termos de Parceria.
2. O que é OSCIP?
• Educação gratuita
• Saúde gratuita
• Trabalho voluntário
• A cooperativa
• A fundação pública
3. O Termo de Parceria
4. Implementação do Modelo
4.1. Qualificações
5. Problemas
figurar como o ponto central em uma política pública, mas, sim, servindo a que
o Estado consiga retornar à sociedade, de maneira tempestiva, eficiente e efetiva,
os tributos pagos pelos cidadãos. Com a mudança de foco, nenhum dirigente de
serviço público poderá passar quatro anos de governo sem apresentar resultados,
utilizando-se do cargo para fins de status ou de auferir benefícios pessoais.
Acreditando que a resistência ocorra, em grande parte, motivada pelo
desconhecimento do modelo OSCIP, a estratégia para a solução destas questões
está na ampliação da divulgação e na efetiva formação, dentro do próprio Poder
Público, de quadros multiplicadores, conscientes da potencialidade que tem o
modelo, principalmente na execução de políticas públicas da área social. Além
disso, a partir das primeiras experiências, uma segunda estratégia para a solução
de problemas apresentados é a promoção de cursos e workshops em que se
incentive o debate e o levantamento dos pontos nos quais o modelo precisa ser
aperfeiçoado.
É muito importante que a Administração Pública forme quadros aptos a
atuarem com o novo modelo de Estado, que vem se desenhando em muitos
países desde a década passada. As áreas de formulação de políticas públicas
precisam de especialistas nos assuntos a elas relacionados e as atividades
de acompanhamento, monitoramento e avaliação precisa de generalistas
conhecedores da administração pública e dos novos modelos de gestão.
O aspecto da necessária mudança cultural vem sendo abordado por meio da
orientação dos órgãos estatais e das OSCIPs, para celebração de termos de parceria,
pautados em uma relação de efetiva cooperação, em que ambos trabalhem
conjuntamente em prol de um resultado comum, cada um desempenhando, da
melhor maneira possível, o papel que lhe foi atribuído.
Essa transição cultural que advém da utilização do modelo de OSCIP em Minas
Gerais não se tem dado sem percalços, mas a flexibilidade e agilidade inerentes
ao instrumento permitem, gradativamente, que os rumos sejam aperfeiçoados.
6. Vantagens
7. Conclusão
NOTAS
1
Os “entes de cooperação” são pessoas jurídicas de direito privado, ocupadas com a satisfação de atividades
de relevância pública ou de interesse social, fomentadas ou financiadas pelo Poder Público, submetidas
a especial controle administrativo, mas não encartadas na administração direta ou indireta do Estado. São
entidades “paraestatais”, em sentido próprio, isto é, entidades que realizam “cometimentos paralelos aos
do Estado” (BANDEIRA DE MELLO, C A., 1969: 266). Os entes de cooperação são entidades “quase públi-
cas”, ou “públicas não estatais”, porque ocupadas com o desempenho de atividades de imediato interesse
coletivo. Em regra, são instituições sem ânimo de lucro, reinvestindo todas as suas receitas ou excedentes
financeiros nas próprias finalidades sociais.
2
Aquelas que não demandam dos seus agentes o exercício do poder formulador de políticas ou de polícia,
para prestação de serviços sociais nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia, meio ambiente e
cultura.
3
São entidades do chamado “Terceiro Setor”, organizações que não são nem estatais nem mercantis, vale
dizer que, sendo privadas, não perseguem o lucro e, sendo constituídas para um fim social, não são estatais.
Segundo Santos (1998), são instituições que tentam realizar o compromisso prático entre a eficiência
e a equidade em atividades sociais, adotando a flexibilidade operacional típica de pessoas privadas, sem
prejuízo da busca de equidade social inerente a qualquer instituição pública. Porém, por receberem auxí-
lios públicos e privados em nome do desempenho de atividades socialmente relevantes, são e devem ser
mais intensamente fiscalizadas pelo Poder Público e pela comunidade do que as demais pessoas privadas,
através de controles formais e materiais que assegurem a fidelidade de sua ação ao escopo que devem
prosseguir. São exemplos de entidades de cooperação, no direito brasileiro, as entidades declaradas de
utilidade pública, as OSCIPs, as organizações sociais e os serviços sociais autônomos.
4
Maiores informações sobre os termos de parceria poderão ser verificadas no site eletrônico da Secretaria
de Estado de Planejamento e Gestão: http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/choque/oscip/oscip_
termo_parceria.asp
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado / Secretaria da Reforma do Estado.
Organizações Sociais. / Secretaria da Reforma do Estado. Brasília: Ministério da Administração e Reforma
do Estado, 1997.
COMUNIDADE SOLIDÁRIA. Documento-base para a XVII Reunião do Conselho da Comunidade
Solidária, Marco Legal do Terceiro Setor, Sexta Rodada de Interlocução Política. Segunda versão,
6/10/1997. Brasília: Comunidade Solidária. Disponível em <www.comunidadesolidaria.org.br/interloc/
rodadas/htm>.
CASTELLS, Manuel (1998) Hacia el estado red? Globalizacion economica e instituciones politicas en
la era de la información. Ponencia presentada en el Seminario sobre “Sociedad y Reforma del Estado”,
organizado por el Ministerio de Administracao Federal e Reforma do Estado, Republica Federativa do
Brasil. Sao Paulo, 26-28 marzo.
FERRAREZI, Elisabete. OSCIP: saiba o que são organizações da sociedade civil de interesse público.
Brasília: Agência de Educação para o Desenvolvimento, 2002.
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO. Plano Diretor de Reforma
do Aparelho do Estado. Brasil: Presidência da República, 1995.
SANTOS, Boaventura de Souza. A reinvenção solidária e participativa do Estado. Conferência apresen-
tada no Seminário Internacional “A Sociedade e a Reforma do Estado”, promovido pelo Ministério da
Administração e Reforma do Estado do Brasil (MARE) e pelo Conselho da Reforma do Estado, em São
Paulo, março de 1998. Texto recolhido na Internet, url: http://www.mare.gov.br/Historico/Reforma/
conselho/Boaventura. PDF. p. 20.
NEVES, Aécio. Prosperidade: a face humana do desenvolvimento. Plano de Governo 2003-2006.
CAPÍTULO 8
Parcerias Público-Privadas
Este capítulo tem por objetivo ilustrar algumas das ações e iniciativas adotadas
pelo Estado de Minas Gerais para a implantação do seu Programa de Parcerias
Público-Privadas. A concepção de um modelo institucional transparente e eficiente,
a idealização e estruturação dos primeiros projetos de PPP, os resultados até então
obtidos e as perspectivas fixadas serão analisadas nesta parte do estudo. Minas
Gerais destaca-se no cenário nacional por ter sido o primeiro ente da Federação
a instituir um marco legal sobre o tema das parcerias público-privadas e por
apresentar um dos mais avançados programas do país. Os projetos inicialmente
listados pelo Governo detêm acentuada importância para o desenvolvimento do
estado, atendendo a demandas em diversos setores, tais como infraestrutura de
transportes, segurança pública, saneamento básico, infraestruturas administrativas
e educação. O conhecimento das esferas de competência e das atividades em
andamento no Programa de PPP mineiro revela a preocupação em se consolidar
um ambiente propício ao investimento, assentado nos pilares de governança,
confiança e intenso diálogo com a sociedade civil. Esses elementos, em conjunto
com a reengenharia dos contratos administrativos disciplinada na Lei, encerram
o sentido da Parceria Público-Privada que se quer, em última análise, estabelecer
no Estado. É o que se pretende mostrar a seguir.
146 - o choque de gestão em minas gerais
Trata-se, portanto, de outro aspecto a ser levado em conta pelo CGP ao elaborar
o Plano Estadual de PPP.
Finalmente, existe o critério condizente com a adequação do projeto com as
políticas públicas vigentes. Conforme estabelecido pela Lei nº 14.868, de 2003,
o contrato de PPP só poderá ser elaborado se o seu objeto estiver previsto nas
leis do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado — PMDI — ou do Plano
Plurianual de Ação Governamental — PPAG. Esse também é um controle a
ser exercido pelo CGP, que conformará o portfólio de projetos de parcerias ao
planejamento governamental de médio e longo prazo existentes. Diga-se de
passagem, essa é a razão pela qual o Plano de PPP, conforme visto, deve expor
os objetivos e definir as ações de Governo no âmbito do Programa de PPP,
apresentando, justificadamente, os projetos escolhidos.
De um jeito ou de outro, vale sublinhar que a Unidade PPP, por si só, não teria
condições de cumprir com todas as tarefas previstas no bojo do Programa. Por
isso mesmo, para garantir a criação de vínculos institucionais entre os diversos
órgãos e entidades do Estado, bem como efetivar a transmissão e consolidação
das informações e conceitos, muitos deles inerentes aos setores específicos de
atuação de cada um dos agentes, foi prevista a criação de “Unidades Setoriais”,
que formam, em conjunto com a Unidade central, a “Rede PPP” do Estado de
Minas Gerais.
Atualmente, existem unidades setoriais em cada uma das entidades que
se vinculam aos primeiros projetos-piloto estaduais de parcerias. É o caso da
Unidade Setorial do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais –
DER/MG, a da Secretaria de Estado de Defesa Social – SEDS, a da Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão, a da Universidade Estadual de Minas Gerais
– UEMG e da Unidade Setorial da Companhia de Saneamento de Minas Gerais
– Copasa. Além dessas, há ainda as Unidades existentes no Banco de Desenvol-
vimento de Minas Gerais – BDMG, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, na Advocacia-Geral do Estado, na
Auditoria-Geral do Estado e na Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais – CODEMIG. Ao todo, somam-se, até então, cerca de cinquenta
técnicos adstritos a diferentes áreas de conhecimento.
A estrutura criada pela Lei Mineira de PPP vem sendo colocada em franca
atividade, o que pode ser observado pelos primeiros projetos desenvolvidos no
estado. O rol daqueles que seriam os projetos-piloto de parcerias em Minas foi
estabelecido por meio de ato do Governador, datado de 17 de dezembro de
2003 — um dia após a promulgação da Lei Estadual nº 14.868, de 2003. Na
verdade, por meio desse ato, foram priorizados os estudos de modelagem dos
seguintes projetos no âmbito do Poder Executivo: Recuperação da Infraestrutura
da Rodovia MG-050 no âmbito do projeto estruturador Corredores Radiais de
Integração e Desenvolvimento; Construção de três mil vagas penitenciárias no
âmbito do projeto estruturador Segurança Pública: Redução da Criminalidade
Violenta; Projeto de saneamento básico nas regiões com menores IDH do estado
no âmbito do projeto estruturador Saneamento Básico: Mais Saúde para Todos;
Projeto Estruturador Centro Administrativo Mineiro; e Construção do Campus
de Belo Horizonte da UEMG.
Naturalmente, esses são projetos para os quais se determinou a priorização
dos estudos de modelagem. Para que eles possam ser definitivamente executados,
terão antes de passar pela aprovação do CGP e integrar o Plano Estadual de
Parcerias Público-Privadas.
De toda a maneira, dos cinco projetos acima citados, dois ganham especial
destaque, dado o seu estágio avançado de desenvolvimento. O primeiro deles
Parte 3 - 155
6. Conclusão
NOTAS
1
O Estado de São Paulo também foi um dos estados a adotarem, mesmo antes da legislação federal, um
programa de parcerias público-privadas, fazendo-o por meio da Lei Estadual nº 11.688, de 19 de maio de
2004.
2
A União criou seu programa de PPP através da Lei Federal nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004. A Lei
Federal de Parcerias Público-Privadas, além de estabelecer alguns elementos específicos do programa do
próprio Governo Federal, institui “normas gerais” sobre as PPPs, obedecendo-se ao disposto no art. 21,
XVII, da Constituição da República.
3
Em âmbito federal, regula as parcerias público-privadas a Lei de nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004,
que, dentre outras deliberações, instituiu as normas gerais sobre essa modalidade de contratação.
4
Na União, tem-se o Comitê Gestor de Parcerias, composto por representantes do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, ao qual cumprirá a tarefa de coordenação das respectivas atividades, do Ministério
da Fazenda e da Casa Civil da Presidência da República (art. 14, Lei Federal nº 11.079, de 2004). Em São
Paulo, o Conselho Gestor, vinculado ao Gabinete do Governador, é integrado pelo Secretário-Chefe da
Casa Civil, pelo Secretário de Economia e Planejamento, pelo Secretário da Fazenda, pelo Secretário da
Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, pelo Procurador Geral do Estado e por até
três membros de livre escolha do Governador do Estado (art. 3º, Lei Estadual nº 11.688, de 2004).
5
Os efeitos positivos da consulta pública puderam ser observados já no primeiro projeto de PPP do Estado
de Minas Gerais aprovado pelo CGP. Trata-se do Projeto de Recuperação da Infraestrutura da Rodovia
MG-050, que, após o início do procedimento de consulta, foi alvo de mais de uma centena de sugestões
por parte de interessados, sugestões estas que serviram para ajustar pontos de considerável importância no
edital e no contrato.
6
Se é certo, por exemplo, que os contratos de concessão de que trata a Lei Federal nº 8987, de 1995, apre-
sentam prazos de vinte a trinta anos, neles dificilmente se prevê o aporte de recursos por parte do Poder
Concedente. Por outro lado, a Lei de Licitações, na qual se prevê expressamente que o pagamento será
feito pela entidade pública contratante, o prazo de duração dos contratos (notadamente os de prestação
de serviços) está limitado a no máximo cinco anos (art. 57, Lei Federal nº 8.666, de 1993).
7
Decerto, é provável que, à medida que o ambiente de governança e transparência projetado venha sendo
consolidado, as garantias se tornem dispensáveis por parte, inclusive, do próprio operador privado.
Parte 4
O Alinhamento das Pessoas
CAPÍTULO 9
Jomara Silva
Mônica Bernardi
Maria Aparecida Jorge
1. Introdução
por meio de um processo que será utilizado para a concessão de benefícios, sem
ser protecionista, possibilitando ensejar a perda do cargo público ao servidor
que tiver insuficiência de desempenho, respeitado seu direito ao contraditório
e à ampla defesa. Além disso, outro desafio é o da concepção da ADI como um
instrumento efetivo para o alcance de resultados e para a melhoria da qualidade
do atendimento e dos serviços prestados ao cidadão.
Como qualquer instituto jurídico novo, com a experiência de sua imple-
mentação, foram identificadas as necessidades de aprimoramento desse novo
instituto, e esse é o foco e o desafio para o segundo período da ADI. Ocorreram
grandes avanços no tocante à resistência ao instituto e à mudança de concep-
ção da finalidade da ADI como um instrumento efetivo de política de recursos
humanos. Outro ponto do segundo ciclo da ADI, que está sendo fortemente
focado e que é um dos maiores desafios, é a dificuldade de se estabelecer as
metas e as atividades que serão a referência para a ADI do servidor. Mais do
que isso, dificuldade maior do que a própria definição de tais metas e atividades
é seu alinhamento às metas da instituição e das estratégias Governamentais,
traduzidas no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado - PMDI e no Plano
Plurianual - PPAG.
2. O Processo da ADI
Nome:
Cargo: Masp:
Unidade de Exercício:
2. IDENTIFICAÇÃO DA CHEFIA IMEDIATA
Nome:
Cargo: Masp:
3. PERÍODO AVALIATÓRIO
4. NEGOCIAÇÃO DO DESEMPENHO
METAS/ ATIVIDADES/ TAREFAS E FATORES FATORES
ACOMPANHAMENTO AJUSTES
PRAZOS PARA CUMPRIMENTO FACILITADORES DIFICULTADORES
Mantém
Altera
Elimina
JUSTIFICATIVA
GOVERNO DO ESTADO DE
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO INDIVIDUAL
MINAS GERAIS ANEXO I 02/03
Nº de Folhas
SIGLA DO (a que se refere o art. 7 º)
ÓRGÃO/ENTIDADE
PLANO DE GESTÃO DO DESEMPENHO INDIVIDUAL Data da Emissão
Mantém
Altera
Elimina
JUSTIFICATIVA
Mantém
Altera
Elimina
JUSTIFICATIVA
Parte 4 - 167
GOVERNO DO ESTADO DE
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO INDIVIDUAL
MINAS GERAIS ANEXO I 03/03
Nº de Folhas
SIGLA DO (a que se refere o art. 7 º)
ÓRGÃO/ENTIDADE
PLANO DE GESTÃO DO DESEMPENHO INDIVIDUAL Data da Emissão
Mantém
Altera
Elimina
JUSTIFICATIVA
168 - o choque de gestão em minas gerais
6. ASSINATURA E DATA
__________________________________________________ __________________________________________________
Servidor Chefia Imediata
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
2. P E R ÍODO AV AL IA T ÓR IO
3. ME MB R OS DA C OMIS S Ã O DE A V A L IAÇ Ã O
C hefia Imediata
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
Membro 2
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
Membro 3
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
Membro 4
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
Membro 5
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
4. R E P R E S E NT A NT E DO S INDIC AT O (OP C IONAL )
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
C arteira de Identidade:
5. R E P R E S E NT A NT E DO S E R V IDOR (OP C IONAL )
Nome:
C argo: Mas p:
Unidade de E xercício:
C arteira de Identidade:
172 - o choque de gestão em minas gerais
6. INS T R UME NT O DE A V A L IA Ç Ã O
Total de
P ontos
C ritério Itens de Des c riç ão do Des empenho ou C omportamento P es os P ontos por
A tribuídos
C ritério
1
S eu trabalho é de difícil entendimento, apres entando erros e 2
incorreções cons tantemente, mes mo sob orienta ção 3
4
I - qualidade do trabalho: S eu tra balho é de entendimento razoável, eventualmente
5
apres enta erros e incorreções, s endo neces sá rio orientações pa ra
6 1,5
grau de exatidão, correção e clareza dos corrigi-los .
trabalhos executados S eu tra balho é de fácil entendimento, ra ramente apresenta erros e
7
incorreções e quas e nunca precis a de orientações para serem
8
corrigidos .
S eu trabalho é de excelente entendimento, não apres enta erros 9
nem incorreções e não há necess idade de orientações . 10
1
R aramente executa s eu tra balho dentro dos prazos esta belecidos,
2
prejudicando o s eu andamento. Nã o s abe lidar com o aumento
3
ines perado do volume de tra balho.
4
T em dificuldade de executar s eu trabalho dentro dos prazos
es tabelecidos , às vezes prejudicando o seu andamento. Um 5
II - produtivida de no tra balho: aumento inespera do do volume de tra balho compromete s ua 6
produtividade. 1,5
volume de tra balho executado em
determinado es pa ço de tempo. F requentemente cons egue executar s eu trabalho dentro dos
7
prazos es tabelecidos . P rocura reorganiza r o s eu tempo para
8
atender ao aumento ines perado do volume de tra balho.
Total de
P ontos
C ritério Itens de Des c riç ão do Des empenho ou C omportamento P es os P ontos por
A tribuídos
C ritério
1
Des cumpre cons tantemente o horário de trabalho e a carga horá ria
2
definida pa ra o cargo que ocupa. Qua se s empre regis tra atras os e
3
s aídas antecipa das .
4
VII - pontualidade: T em dificuldades para cumprir o horário de trabalho e a carga
5
horária definida para o cargo que ocupa . R egis tra atras os e s aídas
obs ervâ ncia do horário de trabalho e 6 0,5
antecipadas com certa freqüência.
cumprimento da carga horária definida para Quas e s empre cumpre o horá rio de trabalho e a carga horária
o cargo ocupa do. 7
definida para o cargo que ocupa . R egis tra alguns a tras os ou s aída s
8
antecipadas.
C umpre rigoros amente o horá rio de trabalho e a ca rga horá ria
9
definida para o cargo que ocupa. Não regis tra atras os nem s aída s
10
antecipadas.
1
Não cons egue organizar e dividir seu tempo de trabalho,
2
des cumprindo os prazos es tabelecidos pa ra a realizaçã o de s uas
3
ativida des .
4
VIII - a dministração do tempo e
Não tem gra nde habilidade pa ra organizar e dividir a dequa damente
tempes tividade: 5
s eu tempo de tra balho, descumprindo frequentemente os prazos
6
es tabelecidos para a realização de s uas atividades . 1,0
capacidade de cumprir as demandas de
trabalho dentro dos prazos previamente Organiza e divide bem o s eu tempo de tra balho, ra ramente
7
es tabelecidos . des cumprindo os pra zos es tabelecidos para a rea lização de sua s
8
ativida des .
É extremamente ha bilidoso para orga nizar e dividir adequadamente
9
s eu tempo de tra balho, s empre cumprindo os prazos estabelecidos
10
para a rea lização de s uas atividades .
1
Não é cuidados o com os equipamentos e ins tala ções, utilizando-os
2
de forma inadequada e danificando-os. É s empre cobrado em
3
relação ao us o a dequa do, cons ervaçã o e manutençã o.
4
R aramente é cuidados o com os equipamentos e insta lações,
IX - us o adequa do dos equipamentos e utiliza ndo-os muitas vezes de forma inadequada e a té mes mo 5
ins talações de s erviço: danificando-os . P recisa s er cobrado, frequentemente, em relação 6
ao uso adequado, conservação e manutenção.
0,5
cuidado e zelo na utilização e cons ervação É cons tantemente cuidadoso com os equipamentos e ins talações,
dos equipa mentos e ins talações no utiliza ndo-os quas e sempre de forma a dequa da, sem danificá-los. 7
exercício das atividades e tarefas . Quas e nunca é cobrado em rela çã o a o uso a dequa do, 8
cons ervação e manutenção.
É extremamente cuidadoso com os equipamentos e ins talações,
utiliza ndo-os s empre de forma a dequa da, s em danificá-los . Nunca 9
precis a ser cobrado em relação a o us o adequado, cons ervação e 10
manutençã o.
1
Não se preocupa em utilizar os materiais de trabalho de forma
2
adequada , desperdiçando-os . Não apres enta ideias pa ra
3
s implificar, agiliza r ou otimizar os process os de traba lho.
4
X - aproveitamento dos recursos e R aramente utiliza os materiais de trabalho de forma a dequa da,
5
racionalização de proces s os : muitas vezes des perdiçando-os. R ara mente apres enta ideias para
6
s implificar, agiliza r ou otimizar os process os de traba lho.
melhor utilizaçã o dos recurs os dis poníveis, Utiliza constantemente os materiais de traba lho de forma 1,0
vis ando à melhoria dos fluxos dos adequada , bus cando não des perdiçá-los . F requentemente 7
process os de tra balho e a consecução de apres enta ideia s para s implifica r, agilizar ou otimizar os proces s os 8
resultados eficientes . de trabalho.
S empre utiliza os materiais de tra balho de forma adequada, s em
des perdiçá-los e bus ca ndo diminuir o cons umo. S empre apres enta 9
ideias pa ra s implificar, agiliza r ou otimizar os proces sos de 10
trabalho.
Não tem ca pacidade de relacionamento e interação com a equipe,
1
criando um clima des agra dável de trabalho. Não aceita s uges tões
2
dos membros da equipe para diminuir suas dificuldades , não
3
agindo de forma a promover a melhoria do des empenho da equipe
4
na bus ca de res ulta dos comuns .
T em pouca ca pacidade de rela ciona mento e interação com a
equipe, não s e preocupa ndo em ma nter um bom clima de tra balho.
Às vezes a ceita s uges tões dos membros da equipe para diminuir 5
XI - capacidade de traba lho em equipe: s uas dificuldades , quase nunca agindo de forma a promover a 6
melhoria do des empenho da equipe na busca de res ultados
capacidade de des envolver as atividades e comuns. 0,5
tarefa s em equipe, va lorizando o traba lho
T em boa capa cidade de relacionamento e interação com a equipe,
em conjunto na bus ca de resultados
bus cando manter um bom clima de traba lho. Aceita sugestões dos
comuns . 7
membros da equipe pa ra diminuir s uas dificuldades e bus ca a gir de
8
forma a promover a melhoria do desempenho da equipe na busca
de res ultados comuns .
T em excelente capacidade de relacionamento e interação com a
equipe, s empre mantendo um bom clima de traba lho. Nã o
9
apres enta dificuldades de tra balho em equipe, agindo de forma a
10
promover a melhoria do des empenho da equipe na bus ca de
resulta dos comuns .
T OT A L DE P ONT OS DA AV A L IA Ç Ã O
174 - o choque de gestão em minas gerais
9. NOT IF IC A Ç Ã O AO S E R V IDOR
R es ultado da A valiação de Des empenho Individual
A C omis s ão de Avaliação notifica ao s ervidor acima identificado o res ultado de sua Avaliação de Des empenho Individual, correspondente ao
período avaliativo compreendido entre _______ / _______ / _______ e _______ / _______ / _______.
P ontuação alcançada: _______ pontos
P ercentual em relação ao total de pontos da avaliação: _______ %
C onceito:
_____________________________________________
P res idente
_____________________________________________ _____________________________________________
Membro Membro
_____________________________________________ _____________________________________________
Membro Membro
12. AS S INA T UR A DA S T E S T E MUNHA S (c as o s eja nec es s ário, para fi ns do dis pos to no art. 8º)
____________________________________________ ____________________________________________
T es temunha 1 T es temunha 2
__________________________________________________________
As s ina tura do R esponsável pela Notifica ção e MAS P
176 - o choque de gestão em minas gerais
3. Estratégias de Implementação
• realização de palestras;
• a estratégia de trabalho;
5. Resultados Gerais
6. Conclusão
Não obstante a ADI não ter alcançado todos os objetivos a que se propôs
no primeiro ano de sua implementação, é flagrante o sucesso da experiência
no que tange ao foco em que foi trabalhada preliminarmente, qual seja o de
ter “quebrado a resistência” e ter iniciado um processo de mudança cultural
entre os servidores, permitindo que fossem avaliados nos órgãos e entidades da
Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e que fosse vencido o grande
desafio de cumprir a meta estabelecida, considerando o número de servidores
a serem avaliados e a sua distribuição geográfica.
Para o aprimoramento do processo de Avaliação de Desempenho Individual,
já estão sendo realizadas análises dos resultados da ADI para obtenção de um
diagnóstico que identifique os aspectos que devem ser aprimorados, trabalho
que está contando com a participação da SEPLAG, das USRHs, dos servidores
que atuaram no processo como avaliadores e de representantes de sindicatos e
associações de servidores. Destaca-se que o foco de atuação de implementação
do processo no segundo ano da sua realização relaciona-se com:
• aprimoramento da ADI;
NOTAS
1
Lei nº 14.693, de 31 de julho de 2003.
2
Lei nº 14.694, de 30 de julho de 2003.
3
Lei nº 14.694, de 30 de julho de 2003.
CAPÍTULO 10
Jomara Silva
Fádua Bayão
Fernanda Neves
Luciana Meireles
1. Introdução
2. Etapas da Implementação
mas, por outro lado, não serão reduzidos na ocasião em que o servidor tiver
progressão ou promoção na carreira. Dessa forma, fica garantido que a progressão
e a promoção na carreira implicarão melhoria salarial.
A terceira etapa do processo de reformulação dos planos de carreira efetivou-
-se com a publicação dos decretos que definem as regras de posicionamento
dos servidores nas novas carreiras. Tais regras foram elaboradas com base nas
transformações e correlações das antigas classes de cargos nas novas carreiras,
na escolaridade do cargo efetivo ocupado, no vencimento básico correspondente
ao nível e ao grau ocupado pelo servidor na classe anterior, e na lotação do
cargo de provimento efetivo. Ressalte-se que o órgão ou entidade de exercício
não interferiu no posicionamento do servidor.
Por fim, o processo de implementação dos planos de carreiras é concluído
com o efetivo posicionamento dos servidores na estrutura das carreiras, por meio
da publicação de Resolução Conjunta entre o dirigente máximo do órgão, ou da
entidade de lotação do cargo de provimento efetivo ocupado, e o Secretário de
Estado de Planejamento e Gestão. Nesse momento, o servidor concretiza seu
posicionamento nas novas carreiras, passando a fazer jus aos benefícios e à nova
sistemática de evolução da carreira, bem como às tabelas salariais instituídas
para as novas carreiras.
legais. Desta forma, o servidor terá incentivos para aprimorar sua formação ao
longo da vida funcional, uma vez que a melhoria do nível de escolaridade passa
a ser, em muitos casos, requisito para a promoção na carreira.
É importante ressaltar que a estrutura de uma carreira contendo níveis de
escolaridade diferenciados, com possibilidade de o servidor ser promovido até
o final de sua carreira, em nada se assemelha com a figura do acesso julgado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal – STF. O que foi feito em Mi-
nas é a construção de carreiras contendo estruturas com níveis de escolaridade
diferentes, para estimular a formação do servidor, o que não significa a possi-
bilidade de provimento em cargo público sem concurso público. Para explicar
melhor, imagine-se, por exemplo, um cargo de assistente técnico, cuja estrutura
da carreira inicia-se com nível médio de escolaridade. Para promoção a um nível
maior da estrutura da mesma carreira, o Poder Executivo estabelece a exigência
de que o servidor tenha a formação em nível superior de escolaridade. Neste
caso, comprovando os requisitos exigidos para promoção, entre eles a forma-
ção em nível superior de escolaridade, o servidor é promovido para um nível
maior na estrutura de sua carreira, mas continua sendo assistente técnico como
inicialmente. Em outras palavras, se um servidor ocupa um cargo de assistente
técnico, como citado anteriormente, e pretende ser analista, cuja estrutura da
carreira inicia-se com nível superior de escolaridade, ele somente poderá sê-lo
por meio de concurso público.
Outra característica do antigo modelo de carreiras do Poder Executivo Estadual
era a existência de um grande número de classes de cargos, correspondendo a
cada classe um conjunto específico de atribuições. Na maioria dos casos, essas
classes de cargos agrupavam um número bastante restrito de categorias profis-
sionais — algumas classes contemplavam apenas uma categoria. Este contexto
propiciava, frequentemente, situações de desvio de função, especialmente nas
classes cujas atribuições tornaram-se desnecessárias ou obsoletas. O elevado
número de classes de cargos também era devido à existência de classes espe-
cíficas para os Quadros de Pessoal de determinados órgãos ou entidades do
Poder Executivo, mesmo nas situações em que havia semelhança ou afinidade
nas áreas de atuação desses órgãos ou entidades.
Nas leis que instituem os novos Planos de Carreiras do Poder Executivo, as
atribuições dos cargos foram definidas de maneira ampla e genérica, de forma
a abranger diversas categorias profissionais, proporcionando uma carreira com
servidores multifuncionais, com multitarefas, além de tornar mais simples a
renovação dos quadros de pessoal.
Assim, a criação de carreiras que abranjam diversos órgãos e entidades com
finalidades e competências afins, somada a uma descrição mais ampla das atribui-
ções dos cargos, facilita a movimentação dos servidores (transferências, mudança
de lotação etc.) entre os órgãos e entidades que possuem carreiras em comum,
202 - o choque de gestão em minas gerais
4. Resultados
5. Conclusão
NOTAS
1
Ressalte-se, porém, que há uma exceção à restrição em comento, que é a possibilidade de ingresso por
concurso público para a carreira de auxiliar da educação básica. Tal se justifica uma vez que a regra em
questão não pode prejudicar a continuidade na prestação de serviços públicos. Considerando que existem
escolas nos 853 municípios de Minas Gerais, pode-se tornar inviável a terceirização de tais atribuições em
algumas localidades. Neste caso, comprovada a inviabilidade da terceirização, será possível prover tais
cargos por meio de concurso público.
2
Entretanto, é de se ressaltar que, para os servidores que ocupam tais cargos efetivos, foram construídas
estruturas de carreiras com todos os benefícios criados para as demais. A diferença é que não há previsão
de ingresso, por meio de concurso público, para tais carreiras, e seus cargos serão extintos com a vacância.
A Lei nº 10.254, de 20 de julho de 1990 transformou, no dia primeiro do mês subsequente ao de sua
publicação, o emprego do servidor da administração direta, autárquica e fundacional dos Poderes do Estado,
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, em função pública. A Emenda à Constituição Estadual nº
49, de 13 de junho de 2001, deu amparo à efetivação do servidor função pública, assegurando-lhe os
direitos, as vantagens e as concessões inerentes ao exercício de cargo efetivo, excluída a estabilidade.
3
Lei Complementar nº 71, de 30 de julho de 2003, e Decreto nº 43.672, de 04 de dezembro de 2003.
CAPÍTULO 11
Realinhamento de Competências
Jomara Silva
Afonso Ferreira
1. Introdução
A Escola de Governo (EG) foi criada em 1992, como uma diretoria da Fun-
dação João Pinheiro, para servir aos objetivos de formar quadros técnicos de
alto nível para o setor público, retreinar servidores públicos, contribuir para a
difusão de novas técnicas de gestão pública e desenvolver estudos e pesquisas
nesta área.
A EG é, ao mesmo tempo, uma instituição de ensino superior isolada, que
oferece cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu e stricto sensu em
Administração Pública, e um centro de capacitação e treinamento, que mantém
programas de educação continuada, destinados a servidores públicos, agentes
comunitários e prestadores de serviços da área privada, com conexão com o
setor governamental.9
Os cursos oferecidos pela Escola de Governo diferenciam-se quanto à forma de
acesso: amplo (cursos com acesso facultado a qualquer pessoa interessada, desde
que aprovada no respectivo processo de seleção) e restrito (cursos organizados
para atender a demandas específicas dos órgãos ou instituições contratantes).
Entre os cursos de acesso amplo, incluem-se os três programas acadêmicos
integrados ao projeto Choque de Gestão — os cursos de Graduação (CSAP),
Especialização (PROAP) e Mestrado em Administração Pública.
Os principais cursos de acesso restrito, ofertados atualmente, estão vincula-
dos aos programas de especialização (pós-graduação lato sensu), que têm como
parceiros a Polícia Militar e a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais.
Além dos cursos de graduação e de pós-graduação mencionados, a EG passou
a oferecer, a partir de 2004, em parceria com a Secretaria de Estado de Plane-
jamento e Gestão (SEPLAG), um amplo programa de capacitação e treinamento
de servidores públicos estaduais.
Estão lotados na Escola de Governo, desenvolvendo atividades de ensino,
pesquisa e administração acadêmica, 23 técnicos, dos quais 8 são doutores e
12 são mestres.10
216 - o choque de gestão em minas gerais
4. Conclusão
NOTAS
1
DURAND, Thomas. Forms of incompetence. In: Fourth International Conference on
Competence - Based Management. Oslo: Norwegeian School of Management, 1998.
2
Lei nº 14.694, de 30 de julho de 2003.
3
A avaliação de desempenho 360º é aquela em que o servidor faz a autoavaliação, avalia todos os seus
pares e/ou clientes internos e externos, e seus superiores e os subordinados o avaliam.
4
Lei nº 14.694, de 30 de julho de 2003.
5
Cargos e funções de livre nomeação e exoneração.
6
Segundo a Agência de Certificação Ocupacional da Fundação Luís Eduardo Magalhães, certificação ocupa-
cional é o processo de avaliação desenvolvido para atestar que os profissionais possuem as competências
necessárias ao desempenho das atividades relacionadas à sua ocupação.
228 - o choque de gestão em minas gerais
7
MADUREIRA, Daniele. Empresas elegem qualidades ideais dos executivos. Gazeta Mercantil, p. C1, março,
2001.
8
Para a elaboração desta seção, se fez extenso uso de documentos internos da Escola de Governo, relativos
aos diversos programas de ensino por ela oferecidos.
9
Esta dupla natureza da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho a distingue de outras instituições
similares que, como regra, funcionam apenas como centros de capacitação e treinamento.
10
Três novos professores doutores foram incorporados ao corpo docente da EG, no período 2004-2005. O
curso de mestrado conta ainda com a colaboração de mais 7 doutores, lotados em outras diretorias da
Fundação João Pinheiro ou vinculados a esta sob diferentes modalidades de contrato.
11
O CSAP é o único curso superior do país com tal característica.
12
Embora iniciada independentemente do projeto Choque de Gestão, a reforma curricular de 2004 adotou
uma orientação condizente com os objetivos daquele projeto, tendo levado à atualização dos conteúdos
e aumento da carga horária das disciplinas mais técnicas, vinculadas à área de Administração Pública.
13
Apenas 16 cursos receberam esta classificação, dentre os 120 cursos da área de Administração avaliados
por esta publicação, em todo o país.
14
A reestruturação administrativa da EG implicou a criação de três cargos de Coordenador de Curso, do cargo
de Secretário de Ensino, de duas Secretarias de Colegiado e de duas Gerências de Cursos de Especialização.
Para 2006, estuda-se a redefinição das atribuições das três Superintendências da EG, com a fusão das
Superintendências de Graduação, de Pós-Graduação e Pesquisa e de Extensão (tornadas parcialmente
redundantes com a instituição das Coordenações de Cursos) em uma única Superintendência, e a criação
das Superintendências de Capacitação e Treinamento e de Relações Institucionais.
15
Numa formulação alternativa, este problema pode ser representado como um trade off entre o risco de
captura dessas instituições por interesses políticos “externos” e o risco de captura pelos interesses dos seus
insiders.
16
Essa percepção equivocada da “missão” dos programas acadêmicos da EG está subjacente à preferência de
alguns setores da administração por contratar instituições privadas, detentoras de “marcas” mais reconhecidas,
para atender a sua demanda por programas de capacitação. Seria um absurdo evidente pretender que toda
a capacitação promovida pelos órgãos públicos estaduais fosse contratada junto à Escola de Governo. Por
outro lado, é forçoso reconhecer que, em alguns casos, a EG está habilitada a oferecer tais cursos com
custo menor e qualidade similar ou superior à das instituições privadas, dado que a taxa de administração
cobrada pela Fundação João Pinheiro é bem inferior à margem de lucro daquelas instituições, enquanto a
EG, além de estar mais alinhada com os objetivos da administração estadual, pode, em princípio, quando
se trata de cursos de capacitação, contratar os mesmos instrutores. A opção pela provisão privada, nestes
casos, parece ainda mais irracional quando se considera que a contratação de tais cursos junto à EG poderia
levar a alguma internalização dos conhecimentos que se presume faltarem ao corpo docente da Escola,
atendendo, assim, aos interesses de longo prazo desta e do conjunto da administração.
17
Este é um problema que provavelmente afeta a quase totalidade dos programas acadêmicos de Administração
Pública no Brasil, refletindo o ainda relativamente precário desenvolvimento da área no contexto do sistema
universitário brasileiro, evidenciado, entre outros fatos, pela escassez de profissionais com doutorado em
Administração Pública e de literatura especializada disponível em português.
18
O Conselho Diretor é composto pelo Secretário-Adjunto de Planejamento e Gestão, Subsecretário de
Gestão, Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPEMIG), Presidente da Fundação João
Pinheiro, Diretor Geral da Escola de Governo, um representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, representantes de três universidades sediadas em Minas Gerais, três representantes do
corpo docente da EG e um representante da Associação Mineira de Administradores Públicos (AMAP), que
reúne os egressos do CSAP.
19
O CEPE é formado pelo Diretor Geral, Diretor Adjunto e pelos três Superintendentes da Escola, pelos três
Coordenadores de Colegiados de Cursos, por dois representantes do corpo docente, um representante do
corpo técnico-administrativo e um representante do corpo discente.
Parte 5
O Alinhamento dos Sistemas
Administrativos
CAPÍTULO 12
1. Introdução
2. O Funcionalismo Mineiro
3. A Gestão do Pagamento
01 - HOMENS
ATIVO INATIVO TOTAL
FAIXA ETÁRIA Nº % REM. MÉDIA % Nº % REM. MÉDIA % Nº REM. MÉDIA %
% PARTIC.
PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO NORMAL REMUN PARTIC.
ATÉ 18 ANOS - - - - - - - - - - - - - - -
MAIOR QUE 18 ANOS ATÉ 21 ANOS 614 1,00 284.273,28 462,99 0,34 1 0,00 300,00 300,00 0,00 615 0,72 284.573,28 462,72 0,19
MAIOR QUE 21 ANOS ATÉ 25 ANOS 3.237 5,25 1.920.631,81 593,34 2,28 1 0,00 1.362,52 1.362,52 0,00 3.238 3,80 1.921.994,33 593,57 1,31
MAIOR QUE 25 ANOS ATÉ 30 ANOS 6.687 10,84 4.948.693,70 740,05 5,87 4 0,02 1.151,68 287,92 0,00 6.691 7,84 4.949.845,38 739,78 3,38
MAIOR QUE 30 ANOS ATÉ 40 ANOS 14.923 24,19 16.984.933,58 1.138,17 20,16 97 0,41 120.202,65 1.239,20 0,19 15.020 17,60 17.105.136,23 1.138,82 11,67
MAIOR QUE 40 ANOS ATÉ 50 ANOS 18.607 30,16 31.744.413,72 1.706,05 37,68 442 1,87 663.359,46 1.500,81 1,06 19.049 22,33 32.407.773,18 1.701,28 22,11
MAIOR QUE 50 ANOS ATÉ 70 ANOS 17.289 28,02 28.054.023,13 1.622,65 33,30 13.759 58,26 37.933.236,39 2.756,98 60,89 31.048 36,39 65.987.259,52 2.125,33 45,03
ACIMA DE 70 ANOS 345 0,56 320.393,08 928,68 0,38 9.311 39,43 23.578.678,98 2.532,35 37,85 9.656 11,32 23.899.072,06 2.475,05 16,31
TOTAL GERAL 61.702 100,00 84.257.362,30 1.365,55 100,00 23.615 100,00 62.298.291,68 2.638,08 100,00 85.317 100,00 146.555.653,98 1.717,78 100,00
Fonte: SCGRH/SEPLAG
Parte 5 - 237
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
SUPERINTENDÊNCIA CENTRAL DE ADMINISTRAÇÃO E PAGAMENTO DE PESSOAL
CENTRO DE ESTATÍSTICA E ACOMPANHAMENTO DA DESPESA DE PESSOAL
NÚMERO DE PAGAMENTOS E DESPESA POR FAIXA ETÁRIA, SEM INCLUSÃO DE EVENTUAIS E ATRASADOS
BASE DEZEMBRO DE 2005 = VALORES EM R$ 1,00 = NÃO INCLUI ENCARGOS PATRONAIS, FALTAS E REPOSIÇÕES
02-MULHERES
ATIVO INATIVO TOTAL
FAIXA ETÁRIA Nº % REM. MÉDIA % Nº % REM. MÉDIA % Nº % REM. MÉDIA %
PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC.
ATÉ 18 ANOS - - - - - - - - - - - - - - -
MAIOR QUE 18 ANOS ATÉ 21ANOS 851 0,37 264.063,07 310,30 0,14 3 0,00 2.237,69 745,90 0,00 854 0,26 266.300,76 311,83 0,09
238 - O choque de gestão em minas gerais
MAIOR QUE 21 ANOS ATÉ 25 ANOS 7.311 3,22 3.348.057,90 457,95 1,80 13 0,01 26.652,65 2.050,20 0,02 7.324 2,20 3.374.710,55 460,77 1,11
MAIOR QUE 25 ANOS ATÉ 30 ANOS 17.364 7,65 9.713.136,22 559,38 5,21 34 0,03 43.384,59 1.276,02 0,04 17.398 5,23 9.756.520,81 560,78 3,22
MAIOR QUE 30 ANOS ATÉ 40 ANOS 52.056 22,92 37.361.409,61 717,72 20,04 198 0,19 259.150,53 1.308,84 0,22 52.254 15,71 37.620.560,14 719,96 12,42
MAIOR QUE 40 ANOS ATÉ 50 ANOS 84.868 37,37 79.221.159,70 933,46 42,49 3.248 3,08 3.848.835,50 1.184,99 3,31 88.116 26,49 83.069.995,20 942,73 27,43
MAIOR QUE 50 ANOS ATÉ 70 ANOS 64.069 28,21 56.171.646,07 876,74 30,13 77.068 72,99 88.740.581,53 1.151,46 76,22 141.137 42,42 144.912.227,60 1.026,75 47,85
ACIMA DE 70 ANOS 578 0,25 372.388,94 644,27 0,20 25.028 23,70 23.499.676,02 938,94 20,19 25.606 7,70 23.872.064,96 932,28 7,88
TOTAL GERAL 227.097 100,00 186.451.861,51 821,02 100,00 105.592 100,00 116.420.518,51 1.102,55 100,00 332.689 100,00 302.872.380,02 910,38 100,00
Fonte: SCGRH/SEPLAG
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
SUPERINTENDÊNCIA CENTRAL DE ADMINISTRAÇÃO E PAGAMENTO DE PESSOAL
CENTRO DE ESTATÍSTICA E ACOMPANHAMENTO DA DESPESA DE PESSOAL
NÚMERO DE PAGAMENTOS E DESPESA POR FAIXA ETÁRIA, SEM INCLUSÃO DE EVENTUAIS E ATRASADOS
BASE DEZEMBRO DE 2005 = VALORES EM R$ 1,00 = NÃO INCLUI ENCARGOS PATRONAIS, FALTAS E REPOSIÇÕES
TOTAL GERAL
ATIVO INATIVO TOTAL
FAIXA ETÁRIA Nº % REM. MÉDIA % Nº % REM. MÉDIA % Nº % REM. MÉDIA %
PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC. PAGTO PARTIC. NORMAL REMUN PARTIC.
ATÉ 18 ANOS - - - - - - - - - - - - - - -
MAIOR QUE 18 ANOS ATÉ 21ANOS 1.465 0,51 548.336 374,29 0,20 4 0,00 2.537,69 634,42 0,00 1.469 0,35 550.874,04 375,00 0,12
MAIOR QUE 21 ANOS ATÉ 25 ANOS 10.548 3,65 5.268.690 499,50 1,95 14 0,01 28.015,17 2.001,08 0,02 10.562 2,53 5.296.704,88 501,49 1,18
MAIOR QUE 25 ANOS ATÉ 30 ANOS 24.051 8,33 14.661.830 609,61 5,42 38 0,03 44.536,27 1.172,01 0,02 24.089 5,76 14.706.366,19 610,50 3,27
MAIOR QUE 30 ANOS ATÉ 40 ANOS 66.979 23,19 54.346.343 811,39 20,08 295 0,23 379.353,18 1.285,94 0,21 67.274 16,09 54.725.696,37 813,47 12,18
MAIOR QUE 40 ANOS ATÉ 50 ANOS 103.475 35,83 110.965.573 1.072,39 40,99 3.690 2,86 4.512.194,96 1.222,82 2,52 107.165 25,64 115.477.768,38 1.077,57 25,69
MAIOR QUE 50 ANOS ATÉ 70 ANOS 81.358 28,17 84.225.669 1.035,25 31,11 90.827 70,30 126.673.817,92 1.394,67 70,88 172.185 41,19 210.899.487,12 1.224,84 46,93
ACIMA DE 70 ANOS 923 0,32 692.782 750,58 0,26 34.339 26,58 47.078.355,00 1.370,99 26,34 35.262 8,44 47.771.137,02 1.354,75 10,63
TOTAL GERAL 288.799 100,00 270.709.223,81 937,36 100,00 129.207 100,00 178.718.810,19 1.383,20 100,00 418.006 100,00 449.428.034,00 1.075,17 100,00
Fonte: SCGRH/SEPLAG
OBSERVAÇÕES:
1 - NÃO INCLUI PMMG, CBMG, EMPRESAS PÚBLICAS E EMPRESAS DE ECONOMIA MISTA;
2 - INCLUI SECRETARIAS, FUNDAÇÕES E AUTARQUIAS;
3 - INCLUI ANULAÇÃO.
Parte 5 - 239
240 - O choque de gestão em minas gerais
4. Gestão de Benefícios
80% dos casos, são efetuadas em 24 horas. Os restantes 20%, que demandam
Junta Médica ou análise de caso por Psiquiatra, são realizados em até 48
horas.
Como resultado dessa ação, já em dezembro de 2005 houve um decréscimo
de 8,37% de servidores, do Poder Executivo, afastados por motivo de saúde, e
uma redução de custo de 4,35% em relação ao mesmo mês de 2004.
6. Conclusão
Compras Governamentais
Jorge Santana
Frederico S. Tescarolo
Renata Coelho
1. Introdução
2. O SIAD
20.000 18.257
15.000
8.659
0
2003 2004 2005
ITENS DE MATERIAL
CONSUMO 57.885
PERMANENTE 8.368
MATERIAL PARA OBRAS 137
Posição em 09/02/2006
2004 2005
Número de processos de 86.945 60.857
aquisição
Valor contratado R$ 1.558.493.444 R$ 1.784.891.180
Economia média das 25,72% 12,31%
contratações
Parte 5 - 253
4.318.616,29
858.801,23
2004 2005
2004 2005
Eletrônicos 278 820
Presenciais 3.646 5.303
Total 3.924 6.123
254 - o choque de gestão em minas gerais
19,13% 19,91%
• tranparência.
O incremento do 1º grupo, ou seja, a implantação do COTEP e do REGPRE
(pelo Sistema Integrado de Registro de Preços – SIRP), trouxe dois ganhos
principais: a) permitiu um aumento de competição nas compras diretas (dispensa
de licitação por valor), a partir de meados de 2004 (conforme demonstrado nos
quadros a seguir); e b) informatização dos procedimentos de registro de preços,
permitindo o controle de itens de grande demanda e consumo, pulverizado pelas
mais de 3.500 unidades de compras do Estado.
Parte 5 - 257
Inexigibilidade;
Concorrência;
11,69%
12,88%
Dispensa de
Licitação; 29,16%
Cotação
Eletrônica; 1,44%
Pregão; 52,47%
258 - o choque de gestão em minas gerais
6.123
3.924
622
141.401
52.157
Assim como foi feito para o pregão, a partir de meados de 2004, as compras
por dispensa de licitação por valor, para aquisição de bens e serviços comuns, foi
regulamentada para ser realizada, obrigatoriamente, em meio eletrônico. A lógica
dessa nova forma de contratar é bastante similar ao pregão eletrônico: todas as
compras de valores inferiores ao estabelecido como obrigatórios de licitação são
disponibilizadas em um sítio do governo, e todos os fornecedores cadastrados
recebem uma notificação do interesse do Estado em adquirir determinados itens.
As únicas diferenças são que não há necessidade de pregoeiro e os prazos para
início de lances são de apenas 2,5 horas.
Dessa forma, sem aumento de custos, houve um aumento de competitividade
entre os fornecedores que disputam, através de Cotação Eletrônica, o menor
lance para a venda de produtos.
Parte 5 - 261
Dispensa de
Licitação; 13,41%
Inexigibilidade;
1,86%
Outras; 0,17%
Compra Direta;
73,29%
Convite; 1,25%
Tomada de
Preços; 0,31%
Concorrência;
0,47%
Pregão; 4,51%
Cotação
Eletrônica; 4,74%
Compra Direta;
39,98% Dispensa de
Licitação; 5,04%
Inexigibilidade;
1,79%
Outras; 0,04%
Convite; 0,38%
Tomada de
Preços; 0,16%
Concorrência;
0,37%
Cotação
Eletrônica; 42,18% Pregão; 10,06%
262 - o choque de gestão em minas gerais
3. Capacitação de Pessoas
4. Portal de Compras
5. Próximas Etapas
6. Conclusão
NOTA
1
O esforço de adequar o orçamento à receita real do Estado é tratado em detalhes em outro capítulo deste
livro.
2
O preço de referência é calculado para todas as compras de materiais (exclui-se serviços) que possuam
número suficiente de ocorrência de compras anteriores para viabilizar o uso do cálculo estatístico adotado
(média móvel).
3
A consulta pode ser feita pelo síito www.compras.mg.gov.br
CAPÍTULO 14
Governança Eletrônica
100,00
81,80
80,00 61,41
50,90 49,10
60,00
% 31,58
40,00
7,01 12,75
20,00 0,00 5,45
0,00
Avançado Intermediário Insuficiente
Dessa forma, cria-se uma realidade fragmentada com um conjunto de ilhas com
nenhuma ou pouca conexão entre si. A solução para tais problemas encontra-se
na formação de arranjos cooperativos como destacam Baldi e Lopes (2002). A
formação de diferentes formas de cooperação permite a redução de riscos na
execução de políticas e diretrizes, economia de escala e racionalização do uso
dos recursos.
Algumas ações do programa de Governo Eletrônico em Minas Gerais focaram
a criação dos arranjos supramencionados. A criação do Comitê de Governança
Eletrônica permitiu um maior comprometimento da cúpula decisória, além das
diversas ações de treinamento para alimentação do Portal Minas e outros sistemas
governamentais. Contudo, em muitos casos, os mecanismos de responsabilização
ainda são frágeis e pouco efetivos.
Consequência do problema supramencionado é o gerenciamento dos recursos
financeiros alocados em Tecnologia da Informação e da Comunicação. A
inexistência de uma política unificada e uma cooperativa para o uso dos recursos
de TIC acaba criando um quadro de disparidade entre os investimentos realizados
e os resultados advindos do uso de sistemas informatizados, hadware e software.
Não são raras as ocasiões em que informações gerenciais necessárias não são
fornecidas de forma tempestiva aos gestores do Poder Executivo. Em grande
medida, os sistemas corporativos estão suprindo essa carência, mas ainda há
muito caminho a ser seguido, notadamente na integração de informações que
permitam o uso mais adequado de hardware e software no governo.
Outro grande desafio encontra-se na qualificação dos recursos humanos que
estão diretamente associados às atividades de Governo Eletrônico. Na Secretária
de Estado de Planejamento e Gestão, a Superintendência Central de Governança
Eletrônica conta apenas com 20 técnicos para a execução de suas atividades.
Além disso, inexistem carreiras específicas para servidores alocados nas ações de
Tecnologia da Informação. Em função disso, diversos órgãos e entidades contam
com profissionais terceirizados e estagiários para o desempenho das ações de
e-gov que, em função da elevada rotatividade, ocasionam descontinuidade nas
ações.
3. Conclusão
Referências
ARAÚJO, Wagner Frederico; LAIA, Marconi Martins de. Governança eletrônica e gestão da informação
em portais de governo: uma análise da reestruturação do Portal Minas. ENAPAD, 28, Curitiba, 2004.
Resumo dos Trabalhos. Rio de Janeiro: ANPAD, 2004.
BALDI, Mariana; LOPES, F. D. Rede - forma híbrida ou nova forma? Revista Portuguesa e Brasileira de
Gestão, Rio de Janeiro, v. 1, n. 3, out./dez. 2002.
BRISA - Sociedade para Desenvolvimento de Tecnologia da Informação. Diagnóstico da situação de
tecnologia da informação no Governo do Estado de Minas Gerais, com vistas ao desenvolvimento de
um “programa estadual de governo eletrônico”. Belo Horizonte, novembro de 2003. Documento não
publicado.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
DAVENPORT, Thomas. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para o sucesso na
era da informação. São Paulo: Futura, 1998.
FERNANDES, Andréa Gomes; AFONSO, José Roberto Rodrigues. Governo no Brasil: experiências e
perspectivas. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 8, n. 15, p. 21-64, jun. 2001.
FREY, Klaus. Governança eletrônica: experiências de cidades européias e algumas lições para os países
em desenvolvimento. Informática Pública, ano 03, n. 01, p. 31-48, 2001.
JOIA, Luiz Antônio. Um modelo heurístico para implantação de empreendimentos government-to-
government no Brasil. In: VII CONGRESSO DEL CLAD SOBRE LA REFORMA DEL ESTADO Y DE LA
ADMINISTRACIÓN PÚBLICA, Lisboa, 8-11 oct. 2002.
PORTER, Michael. O que é estratégia. In: ______. Competição - estratégias competitivas essenciais. Rio
de Janeiro: Campus, 1999.
RUEDIGER, Marco Aurélio. Governo eletrônico e democracia: uma análise preliminar dos impactos
e potencialidades na gestão pública. ENANPAD, 26, Salvador, 2002. Resumo dos trabalhos. Rio de
Janeiro: ANPAD, 2002.
TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da
Ciência e Tecnologia, 2000.
CAPÍTULO 15
Auditoria de Gestão
Maria Celeste Morais Guimarães
1. Introdução
3. Exemplos Práticos
• Análise Documental;
• Entrevistas;
• Questionários;
• Visitas Técnicas.
2 - Relação Todos por meio eletrônico. Comitê Gestor e participação das para o Projeto.
das atividades outros). comunidades.
desenvolvidas pelos CEMIG Visitas a entidades. Se as comunidades têm
Agentes Luz para Identificar os tido participação nas
Todos. Sindicatos de Visitas a municípios a decisões de implantação
Produtores Rurais beneficiários. serem visitados. e quais os mecanismos
3 - Participação das e entidades utilizados.
comunidades no representativas Coleta
processo de decisão. insuficiente das Se o projeto tem sido
informações divulgado de modo a
4 - Mecanismos Beneficiários nos municípios facilitar o cadastramento
de informação e nas entidades dos beneficiários.
e divulgação representativas.
do projeto nos Quais os canais de
municípios. participação social e se
estão sendo eficazes.
Parte 5 - 295
4. Conclusão
NOTAS
1
Cf. UNICEF. Guide for Monitoring and Evaluation. New York, 1990.
2
KETTL, Donald F. A revolução global: reforma da administração do setor público, p. 74-76.
3
Ibidem, p. 87.
Parte 5 - 297
REFERÊNCIAS
1. Introdução
2. Antecedente Fiscal
3. A Direção da Mudança
Para enfrentar tal situação, além de adotar uma estrutura organizacional mais
enxuta, a SEF concentrou-se na busca do equilíbrio orçamentário. Todas as ini-
ciativas a ele se dirigiram, atendo-se ainda ao pressuposto de que a ampliação
das receitas próprias do Estado deveria ser realizada sem que se aumentasse
a alíquota do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias
e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação - ICMS, incidente sobre qualquer produto. Em cumprimento
à missão institucional da SEF, o ajuste das finanças estaduais foi desdobrado
tanto para a área de receitas, com a Subsecretaria da Receita Estadual-SRE/SEF,
quanto para a administração financeira exercida pela Subsecretaria do Tesouro
Estadual-STE/SEF, conforme detalhado em itens próprios a seguir.
O resultado dessa atuação conjugada com as ações que se realizaram no
âmbito da Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG se fez sentir já no en-
cerramento do primeiro exercício financeiro da atual administração, o de 2003.
De forma sucinta, o resultado se expressa nos seguintes indicadores:
• O déficit na execução orçamentária de 2003 foi de R$ 283 milhões,
ou seja, 12% do valor que se identificou no orçamento como déficit
potencial (R$ 2,3 bilhões).
4. O Equilíbrio Fiscal
400
222
91
200
-
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
(200)
R$ Milhões
(390)
(400)
(283)
(600) (441)
(800) (687)
(1.000)
(941)
(1.200)
(1.400) (1.334)
Período
80,00
68,62
70,00
64,29
61,67
60,00 62,83
59,79 53,65
Percentual
50,00 49,00
49,00 48,33
40,00 43,49
30,00
20,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Período
Executivo Limite
2 7 8 ,12
270 2 7 4 ,3 9
2 5 4 ,3 0
250 2 3 4 ,8 0 2 3 8 ,7 6
2 3 4 ,4 5
Percentual
230 2 2 4 ,3 9
2 3 4 ,4 5 2 3 4 ,4 5 2 3 4 ,4 5 2 3 4 ,4 5 2 3 2 ,15 2 2 9 ,8 5 2 2 5 ,2 5
2 2 7 ,5 5
210
190 2 0 3 ,10
170
150
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Período
Lim ite da Trajetória de Ajuste da Dívida Realizado
5. Conclusão
NOTAS
1
Fuad Noman, Secretário da Fazenda; Hélio Brasileiro, Secretário-Adjunto da Fazenda; Leonardo Colombini,
Subsecretário do Tesouro Estadual; e Pedro Meneguetti, Subsecretário da Receita Estadual.
2
Receita Corrente Líquida – representa o somatório das receitas tributárias, de contribuições patrimoniais,
agropecuárias, industriais, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as
deduções das receitas oriundas das parcelas entregues aos Municípios, por determinação constitucional, a
contribuição dos servidores para o custeio de seu sistema de previdência e assistência social, e as receitas
provenientes da compensação financeira.
3
Dívida Consolidada Líquida – representa o total da dívida pública consolidada, deduzidas as disponibili-
dades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros (Resolução do Senado Federal
n.º 40/2001).i
4
O Planejamento Estratégico da SEF está focado em Resultados para a Sociedade e é composto por: dois
objetivos estratégicos (“obter o equilíbrio das contas públicas de Minas Gerais” e “aumentar a satisfação
de seus clientes prestando serviços com qualidade e tempestividade”); seis estratégias (Gestão da Receita,
Gestão do Tesouro e Gestão do Atendimento; Gestão da Informação, Gestão de Pessoas e Gestão de Proces-
sos); setenta e sete projetos; e metas por área de resultados e projetos por unidade funcional. Resultados:
a) gestão sistêmica e integrada com melhorias nos indicadores de desempenho da Receita, da Despesa, do
Controle Interno e de Serviços para a Sociedade; b) primeiro objetivo estratégico — equilíbrio das contas
públicas — alcançado em 2004 e consolidado em 2005, por meio do incremento de 41,81% de ICMS,
em valores nominais (biênio 2003-2005) e redução de despesas, com o respectivo cumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal e metas de Ajuste do Tesouro Nacional; c) implantação do projeto Programação Fi-
nanceira, que permitiu o registro do planejamento financeiro das unidades operacionais do Poder Executivo,
subsidiando o Tesouro Estadual na distribuição de recursos financeiros com a consequente otimização do
fluxo de caixa; d) implantação do projeto SIARE – Sistema Integrado da Administração da Receita Estadual,
com a disponibilização de considerável gama de serviços pela Internet, aprimorando o atendimento ao
contribuinte; e e) metas da agenda estratégica de 2006, constante do Acordo de Resultados firmado entre o
Governo Estadual e a Secretaria de Fazenda, com a interveniência da Secretaria de Planejamento e Gestão,
dando transparência ao compromisso assumido pela SEF.
CAPÍTULO 17
Gestão da Receita
Fuad Noman e Equipe da SEF1
2. A Gestão do Atendimento
3. A Política Tributária
4. Resultados Alcançados
Tabela 1
Evolução da Receita Estadual - Período 2002 a 2005*
R$ milhões %
Especificação
2002 2003 2004 2005 2002 2005
TOTAL DA RECEITA 17.222 18.453 21.817 25.514 100,0 100,0
1 - RECEITA CORRENTE 16.905 19.125 22.940 26.889 98,2 105,4
1.1 - Receita Tributária 11.152 12.762 15.212 17.839 64,8 69,9
ICMS 9.398 10.836 12.931 15.184 54,6 59,5
Outros Tributos (**) 1.754 1.926 2.281 2.655 10,2 10,4
1.2 - Receita de Contribuição
Social 1.339 1.457 1.794 1.927 7,8 7,6
1.3 - Outras Receitas
Correntes 945 1.227 1.648 2.161 5,5 8,5
1.4 - Receita de Transferências 3.459 3.678 4.286 4.962 20,1 19,4
2 - DEDUÇÃO FUNDEF -1.299 -1.461 -1.743 -2.047 -7,5 -8,0
3 - RECEITA DE CAPITAL 1.616 789 620 672 9,4 2,6
RECEITAS ADVINDAS DA
UNIÃO 3.060 2.638 2.846 3.255 17,8 12,8
Fonte: Balanço Geral do Estado
Quadro 1
Crescimento em relação ao ano anterior
Elaboração: DTI/DINF/SAIF/SEF-MG
Fonte: IBGE, Fundação João Pinheiro, Banco Central (GERIN) 30/12/05,
COTEPE/ICMS
Nota: (*) Inclui: MG, SP, RJ, RS, PR e BA.
(**) Acumulado em 12 meses até setembro/2005.
5. Conclusão
NOTAS
1
Fuad Noman, Secretário da Fazenda; Hélio Brasileiro, Secretário-Adjunto da Fazenda; Leonardo Colombini,
Subsecretário do Tesouro Estadual; e Pedro Meneguetti, Subsecretário da Receita Estadual.
2
Para maiores informações sobre o Modelo e os processos que o compõem, consultar o Plano Diretor de
Ação Fiscal-MG.
3
Para maiores informações sobre o Programa Estadual de Fiscalização, consultar os Planos anuais do Fisco
Estadual – 2004 a 2006.
4
Substituição Tributária: técnica de tributação que atribui às indústrias, fornecedores ou a quem a lei esta-
belecer, a responsabilidade pelo recolhimento do imposto devido pela saída de mercadorias dos estabe-
lecimentos comerciais. Como o industrial passa a recolher o imposto por ST, este valor já é cobrado do
estabelecimento comercial, na nota fiscal de fornecimento.
5
Dados do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais - INDI/MG.
CAPÍTULO 18
Gestão do Tesouro
Fuad Noman e Equipe da SEF1
1. As Primeiras Mudanças
Na área financeira, o controle teve início com o “decreto dos 100 dias”, ve-
dando compromissos que implicassem certas categorias de despesas, tais como:
diárias de viagens para outros estados, passagens aéreas, participações em cursos,
congressos e similares, renovação de contratos, etc., dando, com isso, forte sinal
de austeridade. Nessa oportunidade, foi realizada uma revisão da programação
financeira que amparava o orçamento de 2003, objetivando não apenas cortar
gastos, mas, sobretudo, garantir recursos para pagamento de despesas inadiáveis
do Estado. Foram realizadas reuniões com representantes de todos os órgãos e
Parte 6 - 325
2. A Eliminação do Déficit
Desde o início de 2005, ficou clara a mensagem passada aos órgãos e entidades
do Estado, de que as liberações dos recursos financeiros relativos às cotas
orçamentárias programadas estariam absolutamente garantidas, tempestivamente.
Observam-se, como resultado da nova política orçamentário-financeira adotada
pelo Estado nesse período, mudanças qualitativas na estrutura dos gastos, com
a participação relativa dos investimentos crescendo mais do que a participação
relativa com as despesas de pessoal e demais despesas de custeio, conforme
apontado na Tabela 1.
328 - o choque de gestão em minas gerais
Tabela 1
Evolução da Despesa Estadual - Período 2002 a 2005
4. Conclusão
NOTAS
1
Fuad Noman, Secretário da Fazenda; Hélio Brasileiro, Secretário-Adjunto da Fazenda; Leonardo Colombini,
Subsecretário do Tesouro Estadual; e Pedro Meneguetti, Subsecretário da Receita Estadual.
2
Restos a pagar – referem-se às despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro. (artigo 36,
da Lei n. 4.320 de 17/03/64).
3
Autorizada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias n. 14.371 de 26.07.02, art. 38.
4
CONFIP – instituída pela Lei Complementar 64, de 25 de março de 2002, substituída pelo Fundo Financeiro
de Previdência – FUNFIP, criado pela Lei Complementar 77, de 13 de janeiro de 2004.
5
Receita Líquida Real: definida no art. 2o. da Lei n. 9.496, de 11 de setembro de 1997, corresponde ao
montante da receita realizada da administração direta, deduzidos os valores repassados ao FUNDEF; às
transferências constitucionais e legais aos municípios; e às receitas de operações de crédito, de alienação
de bens e de transferências de capital.
6
O conceito intralimite refere-se ao que está incluído na base de cálculo de aplicação do percentual de 13%
da RLR, como parcela mínima mensal para pagamento do serviço da dívida refinanciada pela União.
7
Para o caso do aporte de capital pelo Estado ao BDMG, decorrente da extinção do Fundo de Saneamento
Ambiental das Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça – PROSAM, e dos Fundos SOMMA, FESB e FUNDEURB,
a autorização encontra-se na Lei n. 15.696 de 21 de julho de 2005.
CAPÍTULO 19
Gestão do Gasto
Renata Vilhena
Maria Thais Santos
Este capítulo trata da gestão da despesa sob dois pilares: a redução do consumo
e a redução de gastos em bases unitárias. Nesse contexto, pretende-se relatar a
experiência do Estado de Minas Gerais, que construiu estratégias para atuar nas
áreas em que foram diagnosticadas as maiores oportunidades de economia,
utilizando-se da metodologia aportada pelo Instituto de Desenvolvimento
Gerencial – INDG. Em que pese o fato de a administração pública lidar com cifras
gigantescas no que tange à despesa, pouca atenção tem-se dado à eficiência do
gasto — bem entendida, a promoção dos resultados visados mediante o aporte
de menos recursos. Os esforços, via de regra, se concentravam nos cortes lineares
de custeio e pessoal e no esforço fiscal disperso e pouco planejado, impedindo
que o Estado cumprisse suas funções com eficácia e legitimidade. Especificamente
quanto ao custeio, vale destacar que é com essas dotações que o Poder Público
implementa as diversas políticas públicas, o que vem reforçar a máxima de que
a solução se concentra na redução dos gastos, pelo aumento da eficiência dos
recursos despendidos pelo Poder Público, e não por simples cortes lineares. O
presente capítulo está estruturado em três partes. A primeira apresenta o
Gerenciamento Matricial de Despesas – GMD e, em seguida, as ações e resultados
referentes à redução de despesas com pessoal e suprimentos. A segunda apresenta
ações e resultados relativos à redução de despesas, gerada por meio de revisão
de processos em áreas críticas de governo, tais como: defesa social, fazenda e
planejamento e gestão. A terceira parte elabora, a título de conclusão, dificuldades
de implementação e os desafios futuros.
336 - o choque de gestão em minas gerais
É sabido que uma das questões que mais impactam os gastos dos entes
federados é a folha de pessoal. Em Minas Gerais, essa despesa comprometia,
no início de 2003, mais de 70% (setenta por cento) da Receita Corrente Líquida
do Estado.
Com o desenvolvimento dos trabalhos, várias oportunidades foram detectadas
e adotadas na busca de maior eficiência e eficácia no gasto com pessoal.
Parte 6 - 337
18
15,4
16
14,9
13,2 14
14
12,9
11,9 12,1
12
10,9 11
9,9
10
Km/Litro
8,9
8,2
7,8
8
6,9
5,9 6,1
6
4,9
4,6
3,9
4 3,6
0
GMG9304
GMG9428
GMG9338
GMG9394
GMG9400
GMG9219
GMG9525
GMG9515
GMG9519
GMG9351
GMG9376
GMG9514
GMG9248
GMG9271
GMG9233
GMG9555
GMG9218
GMG9353
GMG9217
GMG9369
Placa
despesa. A redução média no ano de 2005 foi de 11,72% dos gastos com energia
(ver Gráfico 2 abaixo), em um contexto onde houve aumento significativo de
compra de equipamentos de informática, os quais implicam em aumento do
consumo de energia; no entanto, em âmbito geral, isso não ocorreu devido ao
sucesso desse projeto.
20
18
16 14,69 14,59
14 12,95 12,92
11,76 11,06 11,72
12 10,52 10,47 10,41 10,31
9,22
10
8
6
4
2
0
2005 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2006
2. Revisão de Processos
3. Conclusão
NOTA
1
Nesse caso, trata-se de saídas autorizadas pelo Juiz, sem o devido retorno.
Parte 7
O Futuro do Choque de Gestão
capítulo 20
Renata Vilhena
Censura
Pública
Despesas Correntes
Desenvolvim.
Institucional
Economia de
PPAG
ACORDO DE
Autonomia
RESULTADO
(Avaliação Institucional)
Prêmio por
PROJETOS Produtividade
ÓRGÃOS E
ESTRUTURA-
ENTIDADES
DORES
Adicional de
AVALIAÇÃO Desempenho
INDIVIDUAL
Aumento de
Indução à
Receita
SERVIDORES Formação
TERMO DE Carreira
PARCERIA
Perda de Cargo
OSCIP
Público
PPP
Caio Marini
Professor da Fundação Dom Cabral, graduado em Administração Pública
e pós-graduado em Engenharia de Produção. É associado honorário
do Instituto Publix, consultor e palestrante na área de gestão pública
em eventos acadêmicos e profissionais, no Brasil e exterior, e autor
de publicações sobre gestão estratégica, transformação do Estado e
desenvolvimento gerencial.
Email: caiomarini@fdc.org.br
Felipe Rocha
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. É graduado
em Administração Pública pela Escola de Governo da Fundação João
Pinheiro e graduado em Administração de Empresas pela UFMG.
Email: felipe.rocha@planejamento.mg.gov.br
Frederico S. Tescarolo
Gerente do SIAD na Superintendência Central de Recursos Logísticos
e Patrimônio SEPLAG. É graduado em Administração Pública pela
Fundação João Pinheiro e mestre em Administração pela UFMG. É
professor de Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais e
Logística.
Email: fred.tescarolo@planejamento.mg.gov.br
Fuad Noman
Secretário de Estado de Fazenda de Minas Gerais. É formado em
Ciências Econômicas pelo CEUB/Brasília. Funcionário de carreira do
Banco Central do Brasil. Atuou como consultor do Fundo Monetário
Internacional–FMI. Foi Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência
da República e Presidente da BRASILPREV SA.
Email: fuad.noman@fazenda.mg.gov.br
360 - o choque de gestão em minas gerais
Gustavo Gusmão
Gerente-Adjunto do Projeto Estruturador Parcerias Público-Privadas no
Estado de Minas Gerais. É Graduado em Administração pela PUC/Minas
e pós-graduado em Marketing pela Fundação Dom Cabral.
Email: gustavo.gusmao@ppp.mg.gov.br
Jorge Santana
Diretor da Superintendência Central de Recursos Logísticos e Patrimônio,
da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. É sociólogo e
Especialista em Educação pela UFMG.
Email: jorge.santana@planejamento.mg.gov.br
Renata Vilhena
Secretária-Adjunta de Planejamento e Gestão do Estado de Minas
Gerais, Presidente da Junta de Programação Orçamentária e Financeira e
Gerente do Projeto Estruturador Choque de Gestão: Pessoas, Qualidade
e Inovação. É graduada em Estatística pela UFMG e especialista em
Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. É servidora de
Carreira da Secretaria de Planejamento e Gestão desde 1986.
Email: renata.vilhena@planejamento.mg.gov.br
Sobre os autores - 363