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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0078057-29.2014.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : DISAL ADMINISTRADORA DE CONSORCIO LTDA

Recorrido(s) : JEASON MACEDO ANTUNES

Origem : 3ª VSJE DO CONSUMIDOR (BROTAS MATUTINO)

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CONSÓRCIO. RESTRIÇÃO CADASTRO DE


TRÂNSITO. EMPRESA DEMANDADA QUE COMPROVA NOS AUTOS O CUMPRIMENTO
DA OBRIGAÇÃO DA BAIXA DO GRAVAME. INÍCIO DO PROCECIMENTO
ADMINISTRATIVO JUNTO AO DETRAN SUBSEQUENTE À BAIXA PARA FIS DE
ATUALIZAÇÃO A CARGO DA PARTE AUTORA. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS NÃO CONFIGURADA. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO. SENTENÇA
REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


parcialmente procedente os pedidos, nestes termos: “Isto posto, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos, para, condenar a Ré a efetuar a liberação do
gravame do automóvel do autor à expensas do acionado, conforme pleito inicial, sob pena de
multa diária no importe de R$ 100,00 (cem reais), devendo o autor comparecer ao Detran para
solicitar o documento, conforme procedimento do órgão de trânsito. Em relação aos danos
morais, condeno a Demandada a pagar a Demandante o valor de R$ 4.000,00 (Quatro mil reais),
como forma de se evitar a reiteração da conduta abusiva, acrescido de correção monetária desde
o arbitramento e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação...”

1. A recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que


cumpriu com a sua obrigação de proceder à baixa do gravame no sistema , que
portanto não praticou qualquer ato ilícito, sendo responsabilidade da parte
acionante a solicitação da baixa junto aos órgãos de trânsito, argumentando que
“Em outras palavras, quitada a obrigação financeira contratada, deve a
instituição credora informar o cumprimento total no sistema eletrônico
correspondente, CETIP no caso, para que, após a informação da baixa no
registro eletrônico, o devedor/adquirente, ora Recorrido, promova a alteração
documental através da emissão de novo CRV ou CRLV sem constar o
gravame.”
2. Razão assiste à recorrente. Com efeito, a empresa demandada logrou êxito na
comprovação do cumprimento do dever de baixa do gravame sobre o veículo,
consoante a documentação anexada no evento 24, destacando-se o doc “gravame
atualizado”, em que possível visualizar o cumprimento do dever a cargo da ré .
ocorrida no dia 21/10/2013, logo após ter ocorrido a quitação do contrato de
consórcio.
3. Por seu turno., incumbia à parte autora , após o registro da informação da baixa
pela ré no sistema informatizado SEFIP, requerer na via administrativa a baixa.
Com o pagamento das respectivas taxas junto ao departamento de trânsito,
portanto os seus documentos pessoais de identificação, bem como o CRLV do
veículo, para que houvesse a respectiva atualização.
4. Nesta senda, não fora demonstrada a falha na prestação dos serviços
imputada à ré, inexistindo portanto ato ilícito , tendo a mesma comprovado o
cumprimento de seu dever legal no concernente à baixa do gravame.

5. Nestes termos, não se aplica ao caso a inversão do ônus da prova, sendo


dever processual da parte autora a prova do fato constitutivo de seu direito, nos
termos do art.373, inciso I do CPC, o que, ademais, estaria ao seu alcance, sendo
prova de fácil constituição,. que todavia não logrou fazer no presente caso, não
apontando nenhuma conduta praticada pelo réu que tenha o condão de causar o
dano que alega a parte autora ter sofrido, sendo insuficiente para a formação da
convicção desta julgadora meras alegações, quando o contexto fático-probatório
não se revela suficiente para embasar a pretensão formulada. Não sendo provado
o ato ilícito em sí, não há que se falar em danos morais na espécie.
6. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO
INTERPOSTO E DOU-LHE PROVIMENTO, para julgar improcedentes os
pedidos formulados na exordial. Sem custas procesuais e honorários
advocatícios, pelo êxito da parte no recurso

Salvador, Sala das Sessões, 10 de Novembro de 2016.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0078057-29.2014.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : DISAL ADMINISTRADORA DE CONSORCIO LTDA

Recorrido(s) : JEASON MACEDO ANTUNES

Origem : 3ª VSJE DO CONSUMIDOR (BROTAS MATUTINO)

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
7. Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ E ANTÔNIO MARCELO OLIVEIRA LIBONATI,
em proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E PROVIDO .
UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem custas procesuais e
honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso

1. Salvador, Sala das Sessões, 10 de Novembro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora

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