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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉRIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Processo nº: 0000000000000000

Agravante: Ápice Engenharia LTDA

Agravado: Júnia Santos

Ápice Engenharia LTDA., pessoa jurídica de direito privado


regularmente constituída, inscrita no CNPJ sob o nº
XXXXXXXXXXXXXX, com sede em Fortaleza – CE, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu procurador
infra assinado, com escritório profissional situado na Rua XXX, nn,
Fortaleza/CE, onde recebe intimações, nos autos da ação de
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM PEDIDO DE
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER em trâmite na 2ª Vara Cível da
Comarca do Foro de Fortaleza/CE, nº 000000000 que move em
face de Júnia Santos já qualificada nos autos em epígrafe, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, não se conformando
com a decisão proferida pelo juízo de piso, e com fundamento nos
artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o
presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

Com fulcro no artigo 1.105, IX, do Código de Processo Civil, de


acordo com os fatos fundamentados que passa a expor:

I. DO PREPARO (CPC art. 1.007, caput c/c CPC art. 1.017, §1º)

O agravante acosta o comprovante de recolhimento do preparo, cuja guia,


corresponde o valor de R$XXXX,XX (XXXX), atende a tabela de custas deste tribunal

II. DA TEMPESTIVIDADE

O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que a publicação da decisão


ocorreu em 10/10/2018. Assim o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso termina
no dia 31/10/2018.

III. NOME E ENDEREÇO COMPLETO DO ADVOGADO

Advogado do Agravante: Dalton Andrade, inscrito na OAB/CE, SOB O Nº 1111, com


escritório na Rua Vitória, nº 33, Fortaleza/CE, endereço eletrônico
daltonandradeadv@gmail.com (art. 106, I, do NCPC).
Advogado da agravada: Vanusa Sena, inscrito na OAB/SC, com endereço
profissional à rua Luis Fagundes, nº1680, bairro Praia Comprida, São José- SC, CEP 88106-
000, nesta Comarca, onde recebe intimações.

IV. DA JUNTADA DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS

A agravante junta cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado nos
termos do art. 425 do Código de Processo Civil, e, entre elas, encontram-se as seguintes
peças obrigatórias:

a) Cópia da r. Decisão agravada (fls.xxx).


b) Cópia da certidão da intimação da r. Decisão agravada e outro documento oficial
que comprove a tempestividade (fls. xxxx).
c) Cópia da procuração outorgada aos advogados (fls. Xxxxx).

Nestes termos, pede deferimento.

São José – SC, 25 de outubro de 2018.

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO


EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA
DOUTORES DESEMBARGADORES
A respeitável decisão interlocutória agravada merece ser reformada, vista que proferida em
franco confronto com os interesses do agravante, já que mantém em situação de risco pela
inflexibilidade do agravo.

Autos do Processo: 0000


Foro da Comarca de Fortaleza- 2ª Vara Cível
Agravante: Ápice Engenharia Ltda,
Agravada: Júnia Santos

1. RESUMO DOS FATOS


Ao contrário do que tenta fazer crer a autora, o verdadeiro desencadear dos fatos é
completamente diverso da situação por ele apresentado.

Em 20 de dezembro de 2013 as partes firmaram um contrato de compra e venda de


um apartamento, nº 201, e uma vaga de garagem no Edifício Belo Lar, situado na cidade de
Fortaleza. A autora alega que o acabamento entregue foi diferente do que apresentado no
panfleto promocional, porém neste tocante é necessário esclarecer que no panfleto continha
a seguinte informação: “este panfleto é meramente ilustrativo, sendo o acabamento do
imóvel definido no contrato celebrado com a construtora”.
Sendo que o contrato, assinado pelas partes, continha em seu item 7.1 a descrição
do acabamento exatamente como foi entregue.

Quanto a venda de uma vaga de garagem a um terceiro estranho ao condomínio, a


Convenção de Condomínio foi alterada pelos próprios condôminos, e que após a alteração,
constou a permissão para a venda e locação de vagas a terceiros. Sendo que esta
informação poderá ser confirmada pelo síndico do prédio, o senhor Ademar Silveira.

No contrato de compra e venda previa que a autora também compraria uma loja no
edifício no prazo de 10 anos, período durante o qual a empresa se comprometeu alugá-la à
requerente e a não aliená-la a terceiro. Sendo que a mesma não efetuou o pagamento dos
aluguéis nos últimos 4 anos.

Após as manifestações das partes no processo, o juiz proferiu decisão interlocutória


indeferindo o pedido de intervenção de terceiro formulado pela agravante para que o síndico
do prédio, Ademar Silveira, lhe prestasse assistência.

2. DO EFEITO SUSPENSIVO

A inteligência do artigo 558 do Código de Processo Civil exige a demonstração da


situação que irá resultar em lesão grave e difícil reparação e a relevante fundamentação.

O caso vertente, da mesma forma que enseja a aplicação do efeito suspensivo


propriamente descrito, bem como a aplicação do efeito suspensivo ativo, conforme a
transcrição:

"Ainda que a decisão interlocutória seja de conteúdo negativo, a via adequada para
impugná-la é o recurso de agravo de instrumento, ao qual pode ser conferido o denominado
"efeito suspensivo ativo"(...)No agravo de instrumento é possível a concessão de liminar da
tutela jurisdicional negada pela decisão agravada" (STJ, REsp n.º 8.516 - RS, 2ª Turma, Rel.
Adhemar Maciel)

3. DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA

Em relação a decisão interlocutória o respeitável Magistrado indeferiu o pedido de


intervenção de terceiro, no entanto, a matéria debatida afeta toda a coletividade do prédio,
a convenção do condomínio foi alterada pelos próprios condôminos, dando permissão a
venda e locação de vagas de garagem, o que pode ser confirmado pelo síndico Sr. Ademar
Silveira. Destaca-se a importância do terceiro para produção de provas e eventuais
esclarecimentos sobre a convenção de condomínio.

Nesse ponto vejamos o Art. 1.015 do Código de Processo Civil.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as


decisões interlocutórias que versarem sobre:

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de


terceiros;

Sendo assim, conforme os fatos narrados, requeiro a V.Exa reforma da decisão


interlocutória admitindo a intervenção de terceiros no processo.
4. DAS RAZÕES RECURSAIS

Após as manifestações das partes no processo, o juiz proferiu decisão interlocutória


indeferindo o pedido de intervenção de terceiro formulado pela agravante para que o síndico
do prédio, o senhor Ademar Silveira, prestasse-lhe assistência.

Em relação a decisão interlocutória do colendo magistrado, ocorre que, in casu, a


pretensão da agravante preenche com clareza o requisito do fumus boni iuris, uma vez que
o síndico deveria ser intimado conforme o Código de Processo Civil:

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais


pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá
intervir no processo para assisti-la.

Parágrafo Único. A assistência será admitida em


qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no
estado em que se encontre

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15


(quinze) dias, o pedido do assistente será deferido,
salvo se for caso de rejeição liminar

Parágrafo Único. Se qualquer parte alegar que


falta ao requerente interesse jurídico para intervir,
o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do
processo

Em razão disso, constata-se a possibilidade da participação de Ademar Silveira no


processo na qualidade de assistente.

No tocante a vaga de garagem, ao contrário do que afirmado a autora, a convenção


de condomínio foi alterada pelos próprios condôminos, e após essa alteração, a permissão
para venda e locação de vagas de garagem a terceiros estranhos ao condomínio, é
totalmente permitida conforme consta no Art. 1331 do Código Civil.

Art. 1331 Pode haver, em edificações, partes que


são propriedade exclusiva, e partes que são
propriedade comum dos condôminos.

§1º As partes suscetíveis de utilização


independente, tais como apartamentos, escritórios,
salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações
ideias no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-
se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas
e gravadas livremente por seus proprietários, exceto
os abrigos para veículos, que não poderão ser
alienados ou alugados a pessoas estranhas ao
condomínio, salvo autorização expressa na
convenção de condomínio.
Com efeito, constata-se que é expressamente permitido pela convenção de
condomínio a venda de vagas a terceiros não condôminos.

III- DO PEDIDO

Tendo em vista tudo quanto fora suscitado, requer a Agravante:

a) A juntada dos documentos citados no art. 1.017 do CPC;

b) O processamento do recurso e que seja atribuído efeito suspensivo à decisão


monocrática até o julgamento deste;

c) Requer ainda que a decisão interlocutória objeto do presente seja reformada, a


fim de admitir a intervenção do terceiro indicado, dando-se, portanto, provimento
ao recurso

Nesses termos, pede deferimento.

Local e data.

[Assinatura do Advogado]
[OAB...]

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