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Revolução tecnológica

EDITORIAL
V
ocê tem em mãos mais uma edição espe- seguem trabalhar com checklists próprios
cial da Revista O Mecânico! Neste mês em sintonia com a oficina (que muitas vezes
de abril, damos toda atenção à mecâni- é da mesma empresa), até os clientes meno-
ca diesel – um ramo tão apaixonante quanto res, que frequentam oficinas independentes
difícil, como muitos dos mecânicos e proprie- e lutam para conseguir bons fretes para não
tários de oficina que militam no ramo podem fechar o mês no prejuízo. Esteja seu cliente
afiançar. Quem viveu as últimas duas déca- em qualquer das duas situações, atendê-lo
das dentro do setor automotivo viu de perto com qualidade e rapidez é fundamental. Por
o choque de realidade pelo qual ao mercado isso tratamos dos diferenciais que uma ofici-
diesel passou para diminuir o nível de emissão na diesel deve possuir na seção Qualidade em
de poluentes de veículos comerciais, e como Série deste mês.
isso afetou a reparação. Depois de décadas Outro aspecto que vem impactando as
trabalhando com uma tecnologia sem grandes oficinas, seja de leves ou pesados, é a informa-
evoluções, essas oficinas se viram obrigadas a tização. Hoje, a internet é uma ferramenta im-
investir em ferramentas e equipamento com a prescindível de informação técnica e, até mes-
chegada da tecnologia dos motores eletrôni- mo, de pesquisa de compras de autopeças,
cos. Como se isso não bastasse, em 2012 veio ferramentas e equipamentos. Muitas oficinas
a obrigatoriedade das normas Euro V para ve- já utilizam as redes sociais como ferramentas
ículos novos, trazendo novos sistemas e mais de divulgação de seu trabalho, com muito su-
necessidade de atualização e informação. cesso – tenha certeza que seu cliente também
Nesta edição da Revista trazemos matérias usa o computador para pesquisar peças para
técnicas que simbolizam esses dois principais o seu veículo. Em uma matéria especial, mos-
marcos recentes no mercado diesel. Primeira- tramos alguns números que comprovam que o
mente, o processo de diagnóstico da injeção mecânico já está conectado e ativo na internet.
common rail, que equipa todos os veículos A revolução não está só na tecnologia
diesel recentes, de picapes aos embarcada dos veículos, mas
extrapesados. Também deta- também no modo de atender
lhamos todo o funcionamento seu cliente, de diagnosticar e
dos sistemas EGR e SCR, res- reparar motores, de procurar
ponsáveis pelos níveis de emis- melhores preços, de buscar
são dos motores novos dentro informação técnica e divulgar
dos limites da Euro V. seu trabalho. Bem-vindo ao
Toda essa transformação futuro do nosso setor! Conte
tecnológica também afetou sempre conosco como parcei-
os clientes desse mercado, ros nesta (r)evolução!
que precisam investir de for-
ma mais constante em ma- Forte abraço e boa leitura,
nutenção preventiva: desde
as grandes frotas, que con- Fábio Antunes de Figueiredo
Diretor Geral

3
Sumário
w w w. o m e c a n i c o. c o m . b r
ED. 264

EXPEDIENTE
www.facebook.com/omecanico
Seções twitter.com/portalomecanico

Diretores:

06 Entrevista Fabio A. de Figueiredo


Deyde Derssy A. de Figueiredo
Corpo editorial:
Fernando Lalli (Mtb. 66.430)
redacao@omecanico.com.br
10 Acontece Colaboradores:
Fernando Naccari
Flávio Faria

30 Artigo Ilustração (Abílio): Michelle Iacocca


Diretor Comercial: Fabio A. de Figueiredo
Representantes:
AGM Representações
46 Raio X Agnaldo Antonio
Rosa Souza
VR Representações
Vanessa Ramires
comercial@omecanico.com.br
50 Painel de Negócios
Injeção
Administração:
Alyne Alves A. de Figueiredo
financeiro@omecanico.com.br

62 Abílio Responde Projeto Gráfico e Editoração:


Villart Criação e Design
Alexandre Villela

12
arte@omecanico.com.br
Gestão editorial:

Análise completa do sistema de injeção 64 Abílio


common rail da Bosch no motor FPT F1C,
que equipa os caminhões Iveco Daily 70C16 66 Humor Av. dos Autonomistas 4.900 – PR 306
Bairro KM 18 / Osasco - SP
CEP 06194-060
Tels: (11) 2627-5168

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Impressão: Prol Editora Gráfica

Edição nº 264 - Circulação: Abril / 2016

O Mecânico é uma publicação técnica mensal, formativa e informativa, sobre


reparação de veículos leves e pesados. Circula nacionalmente em oficinas
mecânicas, de funilaria/pintura e eletricidade, centros automotivos, postos
Motor Mercado Digital Qualidade em Série de serviços, retíficas, frotistas, concessionárias, distribuidores, fabricantes de
autopeças e montadoras. Também é distribuída em cooperação com lojas de
autopeças “ROD” (Rede Oficial de Distribuidores da Revista O Mecânico).

É proibida a reprodução total ou parcial de matérias sem prévia au-


EGR e SCR: conheça as Mercado da reparação Como estimular a torização. Matérias, artigos assinados e anúncios publicitários são de
responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a
características dos sistemas automotiva está cada qualidade nas empresas opinião da Revista O Mecânico.

22 de redução de emissões
nos motores a diesel 34 vez mais conectado à
internet 38 de repação de veículos
pesados
Tiragem da edição 264 auditada por PwC
Apoio:
Desenvolvimento
ENTREVISTA

ENTREVISTA
bica), temos a unidade da Cummins Emission Maurício: Trata-se de uma solução para
Solutions, responsável pela produção dos o cliente que procura e necessita com agilida-
sistemas de emissões, além do Centro de de de seu equipamento em perfeitas condi-

e crescimento Distribuição de Componentes. A Cummins


Filtration, fabricante de filtros e fluidos Fle-
etguard, fica localizada em Bonsucesso (SP).
Hoje produzimos na planta de Guarulhos (SP),
ções de operação. O tempo de espera com o
veículo parado é significativamente menor, já
que o usuário não necessitará aguardar pela
reparação de um componente e/ou reforma
os motores automotivos ISF 3.8, 4.5 e 6.7, ISC de seu motor.
Maurício Rossi, diretor de Vendas da Cummins Brasil, 8.3, ISL 8.9 e o ISF 3.8 O objetivo da Cummins é proporcionar
aos seus clientes facilidades como custo com-
comenta sobre a atuação da fabricante de motores no Brasil O Mecânico: Quais veículos vendidos no petitivo de manutenção e agilidade na hora
e a importância dos parceiros do aftermarket, incluindo o Brasil atualmente estão equipados com motor de um eventual reparo. Todo o processo de
Cummins? remanufatura é feito pela fábrica Cummins e
mecânico independente, para a empresa Maurício: A Cummins atua em diversos segue as especificações técnicas, requisitos de
segmentos no Brasil. No mercado de cami- engenharia aplicados a um motor novo e os
nhões, especificamente, nossos principais padrões de qualidade exigidos pela empresa,
Revista O Mecânico: Como as opera- clientes são a Ford e MAN. No caso da Ford, a além da garantia de fábrica. Todos os motores
ções da Cummins no Brasil para o mercado Cummins oferece motorizações para o F350, e componentes são produzidos para assegu-
automotivo estão estruturadas atualmente? F4000, F4000 4x4, toda a linha Cargo da rar a mesma performance e desempenho dos
Maurício Rossi: A Cummins, fabricante montadora com potências abaixo de 420 hp. produtos novos Cummins.
independente de motores Diesel, componen- Já para a MAN, oferecemos motores a toda
tes e grupos geradores, é uma corporação de gama Delivery, além das linhas de 330hp e O Mecânico: Como está estruturado atu-
unidades de negócios complementares que 420hp. No segmento de ônibus, atendemos almente o aftermarket da Cummins no Brasil?
projetam, fabricam e distribuem motores, a Mercedes-Benz, Agrale e Volare. Maurício: A Cummins tem 22 pontos
serviços e tecnologias relacionadas, incluindo exclusivos de vendas dos produtos da com-
sistemas de combustível, turbos, filtragem, O Mecânico: A Cummins tem atuação panhia que inclui motores, geradores, filtros,
soluções para emissões e sistemas de geração forte no mercado de remanufaturados. turbos etc, e mais outros 160 pontos certifi-
de energia elétrica. Presente no país desde Com quais linhas a marca trabalha nesse cados para vendas e serviços, todos espalha-
1974, produz uma variada gama de motores segmento? dos estrategicamente no território nacional.
para diversos segmentos do mercado, entre Maurício: Hoje, para o segmento de Para atender com excelência, realizamos com
caminhões de todos os portes, pickups, ôni- caminhões, oferecemos a linha remanufatu- frequência treinamentos de capacitação, fa-
bus, aplicações estacionárias, máquinas de rada Cummins ReCon, composta por moto- miliarização de motores e contamos também
construção, equipamentos agrícolas, máqui- res básicos e parciais, injetores, módulos de com o sistema partner, um posto avançado


nas para mineração e aplicações marítimas. controle do motor, bomba de combustível de da nossa fábrica, que abastece os dealers
É importante que esse alta pressão e cabeçotes. A gama é oferecida dos OEMs, contabilizados também como
profissional (mecânico) O Mecânico: Quais linhas de motores para a toda linha de motores Cummins. Além pontos de apoio no pós-venda para atender
atualmente são produzidas em nosso país disso, temos a linha de turbos originais rema- à população de caminhões dotados de mo-
se mantenha nufaturada da Cummins Turbo Technologies, tores Cummins.
e qual é a capacidade de produção das fá-
atualizado, por meio bricas? detentora da marca Holset, também com ga-
Maurício: A principal unidade fabril, com rantia de fábrica. O Mecânico: Recentemente, a Cummins
de treinamentos
capacidade de produção de 500 unidades de abriu as portas da sua fábrica para parceiros
específicos de motores por dia, está localizada no município O Mecânico: Qual é a vantagem para do pós-venda. Qual a importância desse tipo


capacitação. de Guarulhos (SP), onde estão as áreas de o consumidor em adquirir um componente de ação para a empresa?
motores, geradores e turbos. Próximo ao ae- ou um motor remanufaturado ao invés de Maurício: Temos feito um esforço muito
roporto internacional Franco Montoro (Cum- um novo? grande para contribuirmos com o desempe-

6 7
nho de nossos canais de vendas e serviços, Maurício: Oferecemos cursos em parce-
ENTREVISTA

a fim de fornecer cada vez mais o que este ria com o SENAI, mais especificamente módu-
mercado nos solicita, auxiliando o trabalho de lo de motores diesel completo e parcial, além
todos os profissionais/parceiros do pós-venda, de sistema de injeção. Também promovemos
tanto na parte técnica quanto comercial, para treinamento com técnicos da escola, pois o
reduzir também o custo operacional do usu- sistema de ensino é um multiplicador de co-
ário final. Queremos criar mais proximidade nhecimento.
com o nosso canal de vendas para ampliar o
conhecimento técnico e sobre as vantagens O Mecânico: Considerando o impacto
que os nossos produtos oferecem para o usu- das novas legislações de emissão de poluentes
ário final. na tecnologia dos motores diesel nos últimos
15 anos, como o mecânico independente de
O Mecânico: Na visão da Cummins, qual motores diesel deve se preparar para não ficar
é o peso do mecânico independente dentro para trás na evolução tecnológica do setor?
do planejamento do aftermarket da empresa? Maurício: É importante que esse profis-
Quais ações a Cummins dirige especificamen- sional se mantenha atualizado, por meio de
te para os profissionais das oficinas indepen- treinamentos específicos de capacitação. Os
dentes? motores passam constantemente por atuali-
Maurício: Nós entendemos que o mecâ- zações. Saímos do motor mecânico, passan-
nico é uma parte importante no processo de do com pelo sistema de injeção eletrônica e
pós-venda e temos uma política de incentivo na sequência injeção com parametrização de
para capacitação deste público, seja por meio curva, consumo, torque e potência. Evoluímos
de um canal direto ou via outros profissionais ao Euro V com sistema de emissão e tecno-
que consideramos multiplicadores. logias integradas rumo à telemetria direta e
O Tech Day, por exemplo, é um evento interação no monitoramento do veículo para
promovido pela Cummins que inclui pales- o entendimento e controle do consumo, for-
tras técnicas sobre os produtos e soluções da ça, manutenção, desgaste e custo total de
Cummins e suas demais unidades de negócios operação.
como Cummins Filtraton, fabricante dos pro-
dutos Fleetguard, Cummins Turbo Technolo- O Mecânico: Nos últimos anos, a in-
gies, detentora da marca Holset, e Cummins dústria de pesados, tanto de fabricação de
Emission Solutions, sistemista e líder na pro- veículos quanto de autopeças, vem sendo
dução de sistemas de pós-tratamento. constantemente afetada por crises de dife-
Outra ação é o ‘Cummins Com Você’ que rentes naturezas e motivos. Como a Cum-
segue um escopo semelhante ao Tech Day, mins vê este quadro atualmente? E quais
mas é oferecido para distribuidores e oficinas ações têm tomado para reverter o momento
credenciadas de modo que essas informações desfavorável?
sejam também repassadas, como falei ante- Maurício: Temos pouca influência dian-
riormente. te do cenário atual, mas a companhia pre-
cisa se reinventar na atual conjuntura, fo-
O Mecânico: A Cummins possui parce- cando no desenvolvimento e crescimento.
ria com escolas de ensino técnico para me- Hoje consolidamos os negócios de motores,
cânicos? Qual é a importância da formação e peças e serviços para que as vendas neste
da capacitação do profissional da reparação segmento cresçam tanto em share como em
diesel? lucratividade.

8
Bilionésimo freio a disco com design Colette Baterias Moura lança linha de óleo de motor
ACONTECE

ACONTECE
A ZF TRW comemorou a produção de um bilhão O Grupo Moura, conhecido pela produção de baterias,
de freios a disco dentro da família do projeto Colette. ingressa no ramo de óleos lubrificantes. A linha, chamada
“Nenhum outro projeto de freio a disco alcançou de Lubel, já está sendo comercializada em Campinas/SP e
tal aceitação nas estradas mundiais. Hoje pode- poderá ser encontrada em todos os estabelecimentos de au-
mos afirmar que os freios a disco são reconhecidos topeças que já vendem a bateria Moura até o final do ano.
como o método mais eficiente de parar veículos O produto é oferecido nas linhas sintéticas, semissintéticas
leves”, disse Manfred Meyer, vice-presidente da enge- e minerais.
nharia global de freio da ZF TRW.

Máquina para troca de óleo por sucção


Lubrificante Shell Rimula R3 Multi A Leone Equipamentos criou a Ultravac UP-2008, equipamen-
to que realiza a troca de óleo do automóvel através de sistema de
A Shell lança o óleo Rimula R3 Multi SAE 15W-40, desti- sucção à vácuo. Segundo a fabricante, para a utilização da máquina,
nado à aplicação em veículos pesados. Segundo a fabricante, o basta inserir a sonda pelo mesmo orifício da vareta de verificação de
óleo atende à classificação de serviço API CG-4, solicitada por nível e acionar o modo de “sucção”. Seu tanque tem uma capacida-
diversos fabricantes de motores Euro I, II e III, além de motores de de até 20 litros.
fora de estrada, como os usados em equipamentos agrícolas e
de construção, incluindo motores turbinados.

Bobina de ignição para VW e Audi na reposição


Diesel e óleo de motor para a Fórmula Truck
A Delphi amplia seu portfólio lançando na reposição a bobina
Na temporada 2016 da Fórmula Truck, a Pe-
de ignição para os veículos Volkswagen up!, Fox BlueMotion, Golf
trobras Distribuidora volta a marcar presença como
e Audi A3. O produto foi fabricado especificamente para essas
patrocinadora e fornecedora oficial de combustí-
aplicações. O código referente ao novo produto é GN10631.
veis e lubrificantes. Nas dez etapas desta tempo-
rada, a Petrobras Distribuidora será responsável por
fornecer às equipes o diesel Podium S-10 e o óleo Novos radiadores na reposição para cinco marcas
Lubrax Avante.
A Magneti Marelli disponibiliza novos tomático, com AC de 1994 em diante); NIS-
radiadores na reposição para os veículos FIAT SAN (Livina 1.6 / 1.8 16V, manual, com AC de
(Uno 1.0 8V com AC 2002/04 – Uno 1.0 8V 2009 em diante – Tiida 1.8, manual, com AC
Pastilhas de freio ATE na reposição Fire com AC 2004/12 – Fiorino 1.3 8V Fire de 2007 em diante); TOYOTA (Etios 1.3/1.5
com AC 2002/12 – Uno/Fiorino/Prêmio 1.5 16V) e VOLKSWAGEN (Fox 1.0/1.6, manual,
A Continental lança no Brasil sua linha de 1987/93); GENERAL MOTORS (Classic 1.0 com AC 2003/05 – Polo 1.0 / 1.6, manual,
pastilhas de freio voltada ao mercado de reposi- Flexpower 2010/13 – S10/Blazer 4.3 V6, au- com AC 2003/05).
ção, com a marca ATE PremiumOne. Estão sen-
do lançados inicialmente 197 itens com dezenas
de aplicações cada, desenvolvidos para atender Kits de cubos de roda traseiros para reposição
veículos nacionais de todas as marcas, além de A Corteco, marca do grupo Freudemberg para a re-
parte dos modelos importados. A fabricante ga- posição, está lançando no mercado brasileiro três novos
rante que as peças seguirão os mesmos padrões kits de reparo de cubo de roda para diversos veículos
de qualidade das peças originais da Continental. Volkswagen, Seat, Ford, Chevrolet e Daewoo. São os kits
54006K, 54010K e Kit 54002k, todos com rolamento.

10 11
de”, declara o instrutor de sistemas diesel da 2) O próximo teste a ser feito é medir a
ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO

ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO


Bosch, Rafael Amorim. “O profissional que pressão do sistema de combustível.
faz esse diagnóstico rápido, resolve rápido o Para esse teste, nesta reportagem uti-
problema e ganha dinheiro mais facilmente, lizamos o equipamento Bosch KTS 570,
então, ele precisa saber quais ferramentas uti- ligado ao sistema de gerenciamento ele-
lizar e como utilizá-las”. trônico do motor. No monitor do apare-
No exemplo desta reportagem, foi utiliza- lho, são mostradas as pressões nominal e
do o motor F1C, fabricado pela FPT, que equi- efetiva do sistema de combustível. A pres-
pa caminhões Iveco Daily 70C16 ano 2008. são nominal indicada no aparelho para o
Rafael Amorim simulou falhas nas linhas de motor desta reportagem é 25,7 MPa (si-
baixa e alta pressão para exemplificar casos gla para megapascal – 1 megapascal é
comuns nas oficinas e quais processos devem equivalente a 10 bar). Ao dar partida no
ser seguidos, sempre dentro da sequência su- veículo, se a pressão efetiva não atingir o
gerida pelo equipamento de análise. valor nominal, será necessário verificar a
linha de baixa pressão do combustível.
Procedimento
1) Ao contrário do que muita gente pensa, o
primeiro passo a ser executado quando se
fala em diagnóstico de sistema common
rail é a análise da bateria. A bateria tem
uma grande importância, não só para dar
partida, mas também para alimentar to-

Diagnóstico de sistema de dos os sistemas eletrônicos embarcados


no veículo, tais como chave codificada,
central de injeção e outros componentes

injeção common rail que tenham influência sobre o funciona-


mento do veículo. No momento da parti-
da, é importante garantir que a tensão da
bateria fique sempre acima de 9,8 V.
Acompanhe os passos da análise completa do sistema de
2
injeção common rail da Bosch no motor FPT F1C, que equipa
caminhões Iveco Daily 70C16
OBS: O sistema common rail é divi-
dido em linhas de baixa pressão, alta
Fernando Lalli Fernando Lalli
pressão e linha de retorno. Cada ve-
ículo tem uma pressão de trabalho

Q uando se trata de injeção diesel, o


common rail domina o mercado. Pre-
sente na maioria dos caminhões e ôni-
bus que rodam atualmente nas ruas e estra-
oficina tenha os equipamentos corretos para
garantir, além de precisão, a velocidade que o
cliente precisa. Um diagnóstico muito longo
gera prejuízo tanto para o dono do veículo
diferente: isso depende de condições
do veículo e do sistema utilizado. Por
isso, a consulta ao manual é neces-
sária, uma vez que, se você trabalhar
das brasileiras, este sistema de injeção ajudou quanto para o dono da oficina. com valores errados você vai ter um
a revolucionar o mercado diesel no Brasil nos “Quando falamos em reparação de com- diagnóstico errado.
últimos 15 anos. Entretanto, é um sistema mon rail, os diferenciais que o mecânico deve
complexo. Sua reparação necessita que a ter são capacitação, equipamentos e agilida- 1
12 13
3) Ao diagnosticar a linha de baixa pres-
ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO

são de combustível, o objetivo é ates-


tar que o diesel está saindo do tanque e
chegando até a bomba de alta pressão na
quantidade e pressão corretas. Para tal,
é necessário instalar no sistema um ma-
nômetro de baixa pressão após a bomba
elétrica de combustível.

3 4) A pressão de trabalho do circuito de bai-


xa pressão no motor F1C deve ficar entre
4,2 e 4,7 bar. No teste, ao dar a partida
no motor, a pressão ficou em aproxima-
damente 1,5 bar. Portanto, há uma falha
no circuito de baixa pressão que deve ser
corrigida antes de dar sequência ao diag-
nóstico.

5) O aparelho de diagnóstico KTS 570, uti-


lizado nesta reportagem, mostra ao me-
cânico a sequência de testes prevista pelo
4 manual de reparo daquele veículo (5a).
Cumpridos os passos, constatou-se que o
problema na linha de baixa pressão esta-
va na bomba elétrica de combustível. Ao
dar novamente a partida, a pressão esta-
va normalizada em aproximadamente 4,5
bar (5b).

6) Se o motor insistir em não pegar, siga


para a análise da linha de alta pres-
são. Os principais componentes da linha
de alta pressão são os injetores, a bomba
de alta pressão e o rail (ou flauta).
5a

5b
14
7) O início do diagnóstico do circuito de alta 8) A seguir, faça o teste de isolamento
ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO

ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO


pressão começa pelo teste de resistên- dos injetores. Esse teste consiste em
cia da bobina dos injetores. A medição medir a resistência entre a bobina do inje-
da resistência deve ser feita com multíme- tor e sua carcaça. Coloque uma das pon-
tro na função ohm (Ω), com as duas pon- tas de prova do multímetro na carcaça e a
tas de prova nos dois pinos da bobina. outra em um dos pinos da bobina. Realize
Para os injetores do motor F1C, os valores a medição nos dois pinos. Em ambos, o
de resistência encontrados devem estar valor de resistência encontrado deve ser o
entre 0,5 e 0,7 Ω. mesmo com as pontas do multímetro em
circuito aberto, ou seja, resistência infinita.
Importante: não utilize a chamada Qualquer valor de resistência que não seja
função “bip” do multímetro neste o infinito significa que a bobina do injetor
teste. Não basta apenas comprovar está com problema. O componente deve 10a
que há continuidade na bobina, mas, ser substituído por completo ou encami-
sim, observar se os valores de resis- nhado à autorizada Bosch para os devidos 10b
10) Para instalar a ferramenta medidora de
tência estão corretos. reparos com equipamentos específicos. retorno (vendida no mercado pela Bosch),
é preciso retirar o conjunto de retorno
Importante: também não utilize original: remova os grampos (10a) que
a chamada função “bip” do multí- fazem a fixação da tubulação em cada
metro neste teste. Não basta apenas injetor, depois solte as conexões (10b).
comprovar que há isolamento na bo- Encaixe as mangueiras de retorno da fer-
bina, mas, sim, observar se o valor ramenta (10c); posicione a ferramenta e
está correto. dê partida no motor. O combustível co-
meçará a subir pelas mangueiras: cada
tubo graduado corresponde a um injetor.
7 10c
9) Com os injetores ainda instalados no mo-
tor, outro teste importante é a medição 11) Para esta reportagem, Rafael simulou
do volume retorno de combustível. dois problemas. No 1º cilindro, da esquer-
Segundo Rafael Amorim, um injetor da- da para a direita, há o exemplo de um in-
nificado apresenta um volume muito alto jetor com excesso de retorno. Esse exces-
de retorno. Isso significa uma perda do so causa falta de pressão de combustível
combustível que estaria no rail ou um no rail (flauta). Nos outros três cilindros,
desgaste mecânico, o que pode causar a variação (dispersão) entre o volume de
8 falhas no funcionamento do motor. retorno também pode ser indício de des-
gaste dos injetores. 11

12) Com o uso do scanner KTS, ainda é pos- dição de funcionamento. Já o teste de com-
sível fazer outros testes para avaliar a dis- pressão atua com o motor de partida ligado
persão ou irregularidades entre o funcio- por cinco segundos, sem colocar o propulsor
namento dos injetores. Dependendo do em funcionamento. Esse teste também avalia
veículo, é possível testar o motor duran- o quanto cada injetor contribui para o fun-
te a partida (teste de compressão) ou cionamento do motor. Em qualquer um dos
também durante a condição de funcio- dois testes, caso a dispersão entre um cilin-
namento em marcha lenta. Com o teste dro e outro seja muito grande, significa que
em marcha lenta, é possível saber quan- existem falhas no motor, ou no cilindro ou no
9 to cada cilindro contribui para essa con- injetor common rail.

16 17
ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO

OBS: Após os testes, se for constata-


do que há indícios de problemas nos
injetores, Rafael orienta o mecânico
a removê-los e enviá-los a oficinas
autorizadas Bosch para realização de
testes em bancadas específicas.
12

Remoção e bancada
13) Para remover o injetor, com o conjunto
de retorno já retirado, solte o conector da
bobina.

14) Em seguida, desrosqueie as duas extre-


13 midades dos tubos de combustível com
chave 14 mm: primeiro solte o lado do
injetor, depois o lado da flauta. Impor-
tante: Os tubos de combustível jamais
devem ser soltos com o motor em funcio-
namento, devido às altíssimas pressões de
trabalho as quais estão submetidos.

15) Por fim, solte o parafuso do cavalete de


fixação do injetor (15a) e remova o com-
ponente (15b). O torque deste parafu-
14 so na montagem é de 28 Nm. Segundo
Rafael, um torque acima do especificado
altera a posição do injetor e influencia em
seu funcionamento (15c).

Montagem

15a

15b 15c
18
16) A bancada utilizada por Rafael Amorim
ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO

ESPECIAL DIESEL - INJEÇÃO


para o teste definitivo e individual em
cada injetor é a EPS 200, na qual o inje-
tor passa individualmente por cinco tes-
tes: estanqueidade (onde é submetido a
1.700 bar de pressão), teste de marcha
lenta, teste de plena carga, teste de pré-
-injeção e de emissões. “Os testes no
motor são uma forma de acelerar o diag-
nóstico. Somente uma bancada consegue
realizar um teste com precisão”, afirma o
especialista da Bosch.

17) Se o injetor for reprovado no teste de


bancada, Rafael revela que o componente
pode ser reparado. Porém, para executar
esse serviço, além de ferramental e am-
biente de reparo adequado, é imperativo 17c
ter treinamento específico, já que o me-
cânico vai lidar com calços com precisão
o ferramental ou o treinamento adequa-
de milésimos de milímetro (17a). O ferra-
16 do, não tente reparar o injetor: faça a
mental consegue fazer a medição das fol-
substituição do componente.
17a gas internas do injetor com a mesma pre-
cisão de fábrica, através de um software
que indica qual é o calço específico que OBS: Rafael chama a atenção para
precisa ser instalado. Caso os valores dos a pequena esfera que é a respon-
calços fiquem fora do especificado, pode sável pelo acionamento do injetor.
ocorrer danos ao motor e ao próprio inje- Com apenas 1,50 mm de diâmetro
tor (17b). Após o reparo, o injetor deve (esse valor varia de acordo com a fa-
ser novamente testado em bancada. Sem mília e geração do injetor), a esfera
libera o fluxo de combustível para o
17b retorno, causando o desequilíbrio
hidráulico dentro do injetor que re-
sulta na injeção de combustível no
cilindro (17c).

18) Após substituir ou reparar o injetor, o


sistema de injeção deve ser novamente
testado no motor para garantir que os
problemas foram sanados. Para isso,
podem ser utilizadas ferramentas uni- Confira esta
versais em conjunto com o aparelho de reportagem em vídeo
diagnóstico. no programa
O Mecâniconline.

Mais informações – Bosch: 0800-704-5446

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1.800 ppm do diesel de alguns anos atrás, que Como funciona
ESPECIAL DIESEL - MOTOR

ESPECIAL DIESEL - MOTOR


ainda é comercializado em algumas regiões).
A legislação brasileira, por meio do Co- Dependendo do regime de trabalho do mo-
nama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) tor, cerca de até 10% dos gases de escape são
criou o Proconve em 1986, tendo como base enviados para um “radiador de gases” chamado
as normas europeias (Euro). Atualmente, o de resfriador do EGR. O resfriador compartilha
programa chegou à sétima fase, chamada P7 o mesmo fluido de arrefecimento utilizado pelo
(equivalente à Euro V), que determina que a motor. Os gases, menos quentes, então passam
tecnologia utilizada deve diminuir, além do en- pela válvula EGR que funciona como uma bor-
xofre, a emissão de outras substâncias e partí- boleta, dosando a quantidade ideal de gases de
culas poluentes em até 80%. escape que deve ser readmitida pelo motor.
Para adaptar os motores às novas exi-
gências, os fabricantes desenvolveram pelo
menos dois diferentes sistemas de redução de
poluentes: o EGR (Exhaust Gas Recirculation) e
o SCR (Selective Catalytic Reduction). Ambos
trabalham com o objetivo de reduzir a emis-
são de gases nocivos na atmosfera, mas fun-
cionam de maneiras diferentes. Para entender
melhor os dois sistemas, contamos com o
apoio técnico do engenheiro de serviços sê-
nior Rodrigo Fernando Laureano, da MWM
Motores Diesel, produtora independente de
motores diesel e fornecedora de algumas das
maiores montadoras do segmento. Saída dos gases de escapamento para

EGR e SCR: duas soluções Confira como cada sistema trabalha


o sistema de recirculação

para um ar mais limpo


durante o funcionamento do motor:

EGR – recirculação
Conheça as características principais dos sistemas de redução dos gases
de emissões que equipam os motores a diesel atuais Para atender aos níveis de emissões deter-
minados pelo Proconve P7, o sistema EGR faz
a recirculação de parte dos gases de exaustão
Flávio Faria Alexandre Villela (daí vem seu nome, “EGR”, sigla inglesa para
“Exhaust Gas Recirculation”), o que significa

E
mbora ainda existam nas ruas, ônibus e No caso dos motores diesel, a evolução dos que parte do gás que sai pelo coletor de esca-
caminhões soltando fumaça preta nas cida- últimos 15 anos foi notável em todos os aspec- pe é recirculado e misturado junto com ar da
des e estradas, felizmente, estão ficando no tos, tanto do lado da engenharia para redução atmosfera admitido pelo motor entrando nova-
passado. Com legislações de restrição às emis- das emissões quanto do próprio combustível, mente em combustão. Esse processo, aliado à
sões de poluentes cada vez mais rígidas, as mon- que desde 2006 tem chegado ao mercado bra- utilização de um catalisador de oxidação do die-
tadoras e fabricantes de motores estão sempre sileiro em versões com cada vez menos enxofre sel e um filtro para material particulado, faz com A tubulação inferior encaminha os
em busca das últimas tecnologias para desenvol- (o mais “limpo” da categoria no Brasil é o S-10, que o veículo atinja tanto os níveis exigidos de gases para o resfriador. A superior é a
ver propulsores que ofereçam o melhor conjunto que traz na sua composição apenas 10 partes NOx (oxido de nitrogênio) quanto os de material entrada do líquido de arrefecimento
de potência, economia e baixo nível de poluição. por milhão do elemento, muito abaixo dos compartilhado do motor
particulado emitido para a atmosfera.
22 23
A válvula EGR é controlada pelo módulo
ESPECIAL DIESEL - MOTOR

do motor, levando em consideração diversos


fatores relacionados ao regime de trabalho e à
carga a qual o motor está sendo submetido. As-
sim, evita ocorrência de mistura excessivamente
pobre (afinal, o gás readmitido contém pouco
oxigênio) e suas indesejadas consequências.
Após passar pela válvula, os gases de escape se
encontram com o ar atmosférico limpo dentro
Resfriador dos gases de escape do coletor de admissão. Os gases resultantes
da combustão, que vão para atmosfera, pas-
sam por um catalisador de oxidação de diesel
chamado de DOC (Diesel Oxidation Catalyst). O
DOC tem a função de aumentar a temperatura
dos gases de escape a ponto de sublimar todo
excesso de material particulado retido no filtro
de partículas (DPF – Diesel Particulate Filter),
que, em seguida, e é expelido na forma de gás
pela secção final da tubulação de escape.
Essa fuligem acumulada no filtro de particu-
lado pode ser regenerada passivamente quando
os gases de escape atingem a temperatura mí-
nima para sublimação; ou ativamente, quando,
A válvula termostática do arrefecimento através de injeção secundária ou outros meios,
fica estrategicamente no local mais
a temperatura dos gases de escape é elevada
quente do motor, que, no caso dos
motores com sistema EGR, é na saída dos
até atingir o ponto de sublimação da fuligem.
gases de escape do resfriador O NOx se forma, principalmente, a partir da
mistura rica de oxigênio e nitrogênio quando
submetidos a altas temperaturas na câmara de
combustão. Com temperaturas mais baixas na
câmara (menos oxigênio), automaticamente os
índices de formação NOx diminuem.

Os gases resfriados vão até a válvula


EGR que controla a entrada no coletor de Fltro DOC - Diesel Oxidation Catalyst
admissão, onde serão misturados ao ar em conjunto com o DPF - Diesel
admitido para dentro do motor Particulate Filter

24
de escape seja recirculada, elevando os níveis de
ESPECIAL DIESEL - MOTOR

ESPECIAL DIESEL - MOTOR


emissões ou fazendo o motor perder potência.
O sistema EGR utiliza o mesmo liquido de
arrefecimento do motor para resfriar os gases
de escape, elevando ainda mais a temperatura
no liquido de arrefecimento. Por isso é neces-
sário que o conjunto de cooling do motor seja
muito bem dimensionado, a fim de evitar supe-
raquecimento do motor. A válvula termostática
fica localizada na saída do resfriador do EGR,
sendo este o ponto mais quente de saída do lí-
quido de arrefecimento.
O sistema EGR exige maiores modificações Sensor de temperatura do SCR fica no
Motor MWM Sprint 3.2 equipado
no motor base quando comparado ao sistema coletor de escape
com sistema EGR
SCR, que veremos a seguir.
sor. Segundo Rodrigo Laureano, os gases expeli-
dos seguem normalmente pelo sistema, passam
SCR – pós-tratamento com pelo sensor de temperatura do SCR e recebem,
injeção de Arla 32 por meio de um bico injetor, a pulverização de
Arla 32. Existem bicos injetores que pulverizam
Outra tecnologia disponível é o sistema SCR somente Arla 32 e existem bicos injetores que DCU - Dosing Control Unit, responsável
(redução seletiva catalítica - Selective Catalytic pulverizam Arla 32 + ar. O modelo em questão pela dosagem de Arla 32
Reduction inglês), que reduz o óxido de nitrogê- é controlado pela DCU via sinal PWM e injeta
nio (NOx) em nitrogênio diatômico (N2) + água somente Arla 32.
(H2O) que são gases inertes para o meio am- Os gases de escape se misturam ao Arla 32
biente. Sua principal característica é a utilização injetado e seguem para o catalisador, que tem a
de um reagente químico para atender a legisla- função de acelerar o processo de reação quími-
ção de emissões. ca entre os gases de escape e o Arla 32.
O reagente químico em questão é o Arla 32 A quantidade do Arla 32 a ser injetada é
Motor MWM Acteon 6.12 TCE (Agente Redutor Líquido Automotivo, também controlada por uma central eletrônica dedicada
equipado com sistema SCR conhecido como AUS 32, DEF ou Adblue), que chamada DCU (Dosing Control Unit). A DCU
é adicionado a trajetória dos gases de escape. é responsável por controlar todo o sistema de
Uma vantagem do EGR é que ele é autos- A solução é produzida à base de ureia técnica, pós-tratamento. Dentro da DCU existem diver-
suficiente, isto é, não necessita de reagente ultrapura, que ao reagir com os gases de escape sos componentes que operacionalizam e viabi-
químico adicional, gerando, a primeiro mo- reduz os níveis de NOx. O produto não é tóxico, lizam a dosagem de Arla 32. Internamente na Bomba de Arla 32
mento, menores custos ao proprietário, que inflamável e nem nocivo à saúde ou ao meio DCU, o Arla 32 é sugado por uma bomba, passa
periodicamente precisa apenas realizar a lim- ambiente. O número 32 é uma referência à por um filtro e então passa por um sensor de
peza do filtro de partículas (DPF). Por outro quantidade de ureia na sua composição: 32,5%, pressão de Arla 32.
lado, o sistema é geralmente mais sensível a diluída em água desmineralizada. De lá, segue direto para o bico injetor de
combustíveis com maior teor de enxofre, de Arla 32 por meio de tubulações externas. Todo
má qualidade ou adulterados. Como funciona o sistema é controlado pelo módulo dedicado
Vale salientar que a válvula EGR é um com- da DCU, que se comunica com o módulo do
ponente sensível. Por isso, caso o veículo não O sistema SCR tem um funcionamento à motor. O sensor de temperatura de gases de
seja abastecido com combustível de excelente primeira vista menos complexo que o EGR. A escape está localizado pouco antes do injetor
qualidade e não houver manutenção adequada começar pela sua área de atuação, que se con- de Arla 32, acoplado diretamente à tubulação
do motor, ela pode travar total ou parcialmente, centra somente direto na tubulação de escape, de escape. O objetivo é medir a temperatura
Sensor de pressão de Arla 32
impedindo que a correta quantidade de gases na saída da “carcaça quente” do turbocompres- dos gases expelidos para que a DCU calcule a
26 27
quantidade necessária de Arla 32 para que que baixa, a reação química será menos eficiente, de advertência no painel quando o nível de Arla
ESPECIAL DIESEL - MOTOR

ESPECIAL DIESEL - MOTOR


a reação química ocorra satisfatoriamente. sendo necessário uma maior injeção de Arla 32. 32 fica baixo.
A lógica é simples: quanto maior a tempe- Ao final do processo de redução catalítica, Os motores equipados com sistema de
ratura dos gases de escape, mais eficiente será o gás expelido passa pelo sensor de NOx que pós-tratamento SCR são reconhecidos pela sua
a reação química, demandando assim uma me- somente mede o nível de NOx que está sendo robustez e maior tolerância quanto à qualidade
nor quantidade de Arla 32. Por outro lado, se a emitido. O sensor de NOx tem função somen- do óleo Diesel, além de não sobrecarregarem
temperatura dos gases do escape estiver mais te de informar a quantidade de NOx emitido e o sistema de arrefecimento do motor. A maior
não de controlar a quantidade de Arla que está simplicidade de manutenção comparada ao sis-
sendo injetado. tema EGR é outro ponto a ser considerado, uma
Laureano explica que, ao contrário do que vez que não é necessária nenhuma modificação
muitos pensam, o Arla 32 jamais deve ser mis- mecânica no motor base.
turado com o Diesel, por isso possui um tan-
que independente que deve ser reabastecido
conforme a necessidade. “Caso o Arla seja
Diferentes Sensor de NOx fica na saída do catalisador
misturado ao Diesel, haverá avarias no sistema aplicações
de injeção de óleo diesel do motor”, informa o
especialista da MWM. Para evitar enganos na As duas tecnologias têm seus
hora de abastecer, o bocal do tanque de Arla 32 prós e contras, explica Rodrigo Lau-
tem diâmetro menor que o de Diesel. reano. “Em geral, o sistema EGR tem
Geralmente, o consumo de Arla 32 em re- mais ampla utilização em veículos de
lação ao de diesel fica entre 4% e 7% do con- porte pequeno e médio, enquanto
sumo de Diesel, ou seja, para cada 100 litros de temos visto o SCR com maior aplica-
Diesel, serão utilizados entre 4 e 7 litros de Arla ção nos modelos pesados e extrape-
32, aproximadamente. O motorista é avisado sados, porém, isso não é uma regra,
por meio de indicador de nível específico e luz mas apenas uma tendência”, afirma.
Filtro de Arla 32 “Ao objetivo que se propõem, ambas
as tecnologias cumprem com suces-
so o seu papel”.
Para um futuro próximo, as nor-
mas brasileiras de emissão ficarão
cada vez mais rígidas, exigindo um
esforço ainda maior dos engenheiros
para encontrarem a melhor solução,
tanto para o meio ambiente quan- Tanque de Arla 32
to para o bolso do caminhoneiro. E
pode ser que não seja uma escolha apenas entre
EGR ou SCR, mas outras opções podem surgir.
“Inclusive, na Europa já existem modelos de
Assista ao vídeo
motores que usam um sistema duplo combinan-
desta matéria
do as propriedades de recirculação dos gases, técnica em
como o EGR, mais o sistema de injeção de Arla O Mecâniconline
32 como o SCR para fazer o tratamento dos ga-
ses de escape e garantir o nível de emissões”,
O bico injetor de Arla 32 deste motor é
conta Laureano.
Central do SCR, localizada na parte controlado por um pulso com modulação Qual será o futuro dos motores diesel? Até Mais informações:
externa da DCU (PWM) onde chegaremos? Só o tempo dirá! MWM Motores - (11) 3882-3200

28 29
testes para bombas e uma outra para bicos fácil e rapidamente reparados. Sistemas sofis-
ENTREVISTA
ARTIGO

ENTREVISTA
ARTIGO
injetores. Por sinal, totalmente mecânicos. ticados requerem ferramentas sofisticadas e
Aqui também as ferramentas de trabalho se mão de obra qualificada, que nem sempre es-
limitavam às convencionais, complementadas tava à disposição nos rincões do país. E como
por um ou outro gabarito ou acoplamento es- a tecnologia aplicada atendia perfeitamente à
pecial destinado a um outro fabricante. legislação ambiental e de segurança veicular
O mesmo pode se dizer com relação ao vigente na época, por quê complicar? Quanto
conhecimento técnico específico. O que mu- mais simples e robusto, melhor.
dava, de modelo para modelo, eram os alguns
procedimentos (desmontagem, montagem e
ajuste). O básico era sempre o mesmo. Ou

Com alicate, martelo e chave seja: a mecânica ensinada nas escolas técnicas
e principalmente dentro das oficinas, passada
da boca do mestre para o ouvido do aprendiz

de fenda não dá mais! durante décadas.


“Pão durismo” e sadismo com nossos
companheiros caminhoneiros e motoristas de
ônibus? Longe disso! Era uma simples ques-
tão de confiabilidade. A visão do “quanto
mais simples, melhor”. E a justificativa dada
na época era bastante plausível: Caminhões e
ônibus viajam frequentemente para longe dos
grandes centros urbanos. Lugares que, muitas
vezes, não contavam com boa pavimentação
e recursos técnicos. Esses veículos não podiam
quebrar à toa. E, se quebrassem, deviam ser

Por Fernando Landulfo Arquivo

H
ouve um tempo no qual mecânica de Com uma simples caixa de ferramentas
veículos pesados era sinônimo de bru- (sempre de grandes dimensões) o Guerreiro
talidade e pouca tecnologia. E não era das Oficinas realizava reparos de emergência
por menos. em quase todos os sistemas de quase todos
Naquela época (e não faz tanto tempo modelos existentes no mercado. As oficinas
assim) os caminhões, até hoje apelidados de autorizadas e especializadas contavam com
“brutos” (devido às suas dimensões e força), um conjunto suplementar de extratores de
assim como os ônibus, eram produzidos prati- outras ferramentas especiais. Sempre mecâ-
camente sem nenhuma tecnologia sofisticada nicas (ou hidráulicas) e sem nenhuma tecno-
embarcada. O sistema elétrico estava restrito logia de ponta.
aos sistemas de carga, partida, velas de aque- Até mesmo o preciso sistema de alimen-
cimento e comando de alguns acessórios. tação seguia praticamente a mesma regra.
Quem está na profissão há mais de 10 anos Como era totalmente mecânico, um “bom-
sabe muito bem disso. bista” precisava apenas de uma bancada de

30 31
Só que as “coisas” mudam.
ENTREVISTA
ARTIGO

E mudaram para muito


melhor!
As leis ambientais exigiram motores cada
vez menos poluentes, alimentados por sofisti-
cadíssimas injeções eletrônicas e dotados de sis-
tema tratamento de gases de escapamento. Por
sua vez, a segurança veicular exigiu a incorpora-
ção do ABS e do airbag. Para completar, os em-
presários e autônomos começaram a exigir itens
de sofisticação como ar condicionado, transmis-
são automática e outros itens de conforto.
fisticados. E tanto a oficina como o profissional
precisam se atualizar e adequar. Se não, vão
Sim, igual a um ficar restritos a veículos velhos, cujos proprietá-
automóvel de passeio. rios costumam ter orçamentos para manuten-
ção muito apertados.
A eletrônica embarcada está Sim, é preciso investir. Tan-
presente na grande maioria dos to na modernização da oficina
modelos fabricados atualmente. quanto na mão de obra. Ou seja:
E veio para ficar. E para poder o mecânico tem que voltar ao
atuar nesse novo e rico merca- banco de escola. Não tem jeito.
do, é preciso se adequar a essas Retorno? As chances são
novas tecnologias. Ou seja, não enormes. Mas vai depender prin-
dá mais para reparar com alicate, cipalmente da competência da-
martelo e chave de fenda. quele que realiza o serviço.
Diagnosticar e reparar es- Mas uma coisa pode ter cer-
ses sofisticados sistemas e com- teza. A imagem do mecânico de
ponentes exige equipamentos pesados mudou. E para muito
computadorizados também so- melhor.

32
94 milhões
MERCADO DIGITAL

MERCADO DIGITAL
de brasileiros ou
55% da população
acima dos 10 anos de idade acessa a internet

Mecânico
co conectado
A Revista O Mecânico vem se adaptando à re-
alidade do mercado e mostra que o mecânico já está

Informação ao alcance conectado. Apostando em uma plataforma de comuni-


cação integrada para que a informação sempre esteja ao
alcance do nosso leitor, disponibilizamos todo o conte-

de mecânicos e consumidores údo de nossas edições mensais, gratuitamente, em nos-


so Portal O Mecânico (omecanico.com.br), tanto em
formato web quanto para download em formato PDF.
No ar há mais de 10 anos, o Portal O Mecânico
teve mais de 1,78 milhão de acessos únicos desde
Mercado de reparação automotiva está cada vez abril de 2015 até o momento, com 4,3 milhões de
mais conectado à internet, principalmente, os elos visualizações (page views) e uma média de 2,41
páginas visitadas a cada acesso único. Diariamen-
mais importantes da corrente: o consumidor final te, junto com a atualização do Portal, são disparadas
e o profissional da reparação newsletters para uma base consolidada de 26 mil
e-mails, com taxa de conversão de 7,5%, com as
principais notícias do setor automotivo

P
esquisas apontam que o aumento do uso cliente: é muito mais fácil fazer uma pesquisa
da internet cresce exponencialmente no comparativa na internet do que uma pesquisa Page Views
Acessos
Brasil. Os números divulgados em 2015
pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) revelam que
“física” andando ou telefonando de oficina em
oficina, de loja em loja. Nos Estados Unidos,
únicos 4,30
55% da população brasileira acima dos 10 anos
de idade tem acesso à internet, seja pelo compu-
cujo mercado automotivo é modelo para o
restante do mundo, 7 em cada 10 consumi-
1,78 milhões

tador (de mesa ou laptop) ou pelo celular (1). Isso dores pesquisam preços de autopeças na
milhão
2,41
equivale a mais de 94 milhões de pessoas. Em internet, mesmo que a compra seja concluída Páginas
2008, apenas 34% da população na mesma faixa em uma loja física (2). No Brasil, o consumidor visitadas a
etária fazia uso da rede. Evidentemente, números cada vez mais utiliza a internet para se respal- cada acesso
tão significativos possuem impacto direto em um dar na hora de fechar um negócio.
mercado tão relevante quanto o automotivo. Hoje, o mecânico precisa acompanhar abril 2015 abril 2016
Se você é mecânico, basta utilizar o sen- esse ritmo e aproveitar as oportunidades que Perfil de visitação - Portal O Mecânico
so comum para pensar com a cabeça do seu esse novo cenário traz até a oficina.
34 35
Newsletter O Mecânico Facebook O Mecânico
MERCADO DIGITAL

MERCADO DIGITAL
Base consolidada em
425 mil
26 mil e-mails
Taxa de conversão de
curtidas
7,5% Abril / 2016

Nossa página do Facebook (facebook. do sistema operacional. Os acessos já somam


com/omecanico), também atualizada diaria- mais de 205 mil visualizações e mais de 56
mente com o conteúdo do Portal e do canal mil usuários únicos apenas nessa ferramenta. ar e tablet)
O Mecânico Mobile (celular
O Mecâniconline no YouTube, ultrapassou as
423 mil curtidas em março de 2016, mos-
Vídeos online
trando a força do público interessado em re-
paração dentro das mídias sociais.
O programa O Mecâniconline, que existe
205 mil visualizações
desde 2007, é o canal da Revista para os ví-
Celular ou tablet deos técnicos em parceria com as principais 56 mil usuários únicos
fabricantes do setor automotivo. Desde 2013
Um dado importante: ao contrário do hospedado no YouTube, o canal tem 31,9 Nºs consolidados em abril / 2016
que o senso comum faz imaginar, o disposi- mil inscritos e ultrapassou a marca de 5,4
tivo mais utilizado para acessar a internet, milhões de visualizações em seus vídeos
por 76% dos usuários, foi o telefone celu- somados. O tempo médio de visualização de
lar. O computador de mesa fica em segundo cada vídeo é de 5min20s, deixando claro que
lugar, com 54% e o notebook em terceiro, com o conteúdo é qualificado e gera um alto retor-
O Mecâniconline - Canal no Youtube
46%(1). Tendo em vista esse aspecto, todo o no em audiência. Ainda, utilizamos ao final de
conteúdo publicado na Revista está disponível
para tablet e smartphone, na íntegra, via aplica-
cada matéria o recurso do QR Code para unir
a edição física ao conteúdo expandido dos ví- 5,4 milhões
tivo na App Store ou Google Play, dependendo deos e do Portal. de visualizações

Contra números não há argumentos! 31,9 mil


Apostando em todas essas vertentes, a Revista O Mecânico busca manter o me- inscritos
cânico internauta ligado nas novidades do setor, com o objetivo de ser o par-
ceiro que o profissional da reparação precisa ter ao lado no dia a dia da oficina.
5min20s
Tempo médio de visualização
Referências de cada vídeo
(1) Fonte: http://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_Domicilios_2014_livro_eletronico.pdf Set 2013 até abril 2016
(2) Fonte: https://storage.googleapis.com/think-emea/docs/old/auto-aftermarket-digital-driver_research-studies.pdf

36 37
QUALIDADE EM SÉRIE

QUALIDADE EM SÉRIE
oficina diesel trabalha, o público é diferenciado
e prima pela velocidade no processo de reparo.
Avaliação
Caminhões e ônibus parados significam prejuí- Dentro da certificação do IQA, o gerente
zo para o cliente”, explica. de serviços do instituto lista os 20 principais
O quadro geral do setor, no entanto, pontos que são avaliados, que também ser-
aponta para um descompasso entre o cres- vem de dicas de melhoria às empresas de re-
cimento da tecnologia embarcada em cami- paração diesel:
nhões e ônibus novos e o desenvolvimento
das oficinas, ainda aquém do que o mercado 1) Organização da empresa: a certifica-
necessita. Sistemas de controle de emissão ção avalia o planejamento os princípios
de poluentes (SCR e EGR) equipam todos os de qualidade e a aplicação das ferramen-
veículos fabricados desde 1º/01/2012, para tas da qualidade (5S). Também é avaliado
que possam atender aos limites de emissões se a empresa tem Visão, Valores e Política
determinados pela Euro V. Sem falar no au- da Qualidade e como são divulgados.
mento da eletrônica embarcada e a presença
cada vez maior de caminhões com freios com 2) Saúde ocupacional: trata da segu-
ABS (obrigatório desde 2014) e câmbio auto- rança do trabalho. Como o trabalho se
mático ou automatizado. dá com peças mais robustas, isso pode
Todos esses itens demandam mais trei- trazer problemas de saúde para o profis-
namento de funcionários e mais investimento sional. Sérgio cita o exemplo da retirada

Certificação de em equipamentos e na própria oficina – den-


tro de um mercado naturalmente conserva-
dor, que adere a mudanças de forma devagar.
do pneu de caminhão, cujo procedimen-
to certo é com o “carrinho” específico,
o que evita dano ocupacional. “O uso

oficinas diesel
“As oficinas diesel não evoluíram junto com os de EPI e de equipamentos que auxiliem o
veículos pesados, diferentemente das oficinas trabalho para esse tipo de veículo é im-
de automóveis”, declara Sérgio, chamando a portante”, avalia.
atenção para a queda na idade
média da frota de pesados.
Estimulando a qualidade nas empresas de reparação de Para estimular o crescimento
da qualidade do serviço, o IQA
veículos pesados, a certificação traz pontos de melhoria criou em 2015 uma certificação
específica para esse nicho. A cer-
para que o setor evolua juntamente com a tecnologia tificação de oficinas de repara-
ção de veículos pesados leva em
embarcada de caminhões e ônibus conta a necessidade de conheci-
mento específico para reparo de
motores diesel, ferramental mais
Fernando Lalli Arquivo robusto, os equipamentos de me-
dição e diagnóstico de motor die-

O
ficinas dedicadas à reparação de cami- organização e, também, ambientais. “Tudo o sel (como o opacímetro) e o pró-
nhões e ônibus atendem a necessida- que envolve o reparo de um caminhão ou ôni- prio layout da oficina, que deve
des específicas de uma clientela que bus é sempre maior do que no processo em ser adequado para acomodar ve-
utiliza seus veículos unicamente para o traba- um veículo leve”, aponta Sérgio Ricardo Fabia- ículos de maior porte, e também
lho. Por esse motivo, precisam trabalhar de no, gerente de serviços do IQA (Instituto da as características específicas da
forma muito afinada seus processos de gestão, Qualidade Automotiva). “No nicho em que a clientela.

38 39
QUALIDADE EM SÉRIE

3) Legalidade: os estabelecimentos devem


estar com os alvarás de funcionamento
em dia. “Principalmente os alvarás am-
bientais, que são muito cobrados”, frisa
Sérgio. Ele aponta que oficinas diesel
estão mais propensas a receberem fis-
calização por trabalharem com veículos
maiores, em áreas mais extensas, e esta-
rem localizados em pontos mais visados,
próximos de grandes avenidas e estradas.

4) Instalações e layout: a infraestrutura in- 6) Equipamentos: o plano de manutenção


terna deve ser adequada para acomodar de equipamentos para reparo em veículos
esse tipo de veículo. Em vez de elevado- pesados deve ser bem mais controlado
res, por exemplo, as oficinas de pesados porque têm custo muito maior. “Como
devem ter valetas. trabalham com componentes maiores,
com maior peso e que requerem maior
5) Infraestrutura externa: avalia a localiza- torque, os equipamentos devem ser ve-
ção e o acesso à oficina. Oficinas de pesa- rificados com mais brevidade”, afirma o
dos devem ter vias de acesso adequadas especialista do IQA.
onde os veículos possam ser manobrados.
“Depois do reparo, os eles precisam pas- 7) Sistema de ar comprimido: algumas
sar pelo teste de rodagem nessas vias”, ferramentas imprescindíveis para a ofici-
explica Sérgio. A entrada (acesso) à oficina na de veículos pesados são pneumáticas.
também deve ser adequada para facilitar o Portanto, a rede e o compressor devem
estacionamento e não atrapalhar o trânsi- ser adequados para o processo de reparo,
to ou os vizinhos. O espaço do estaciona- o que evita danos às peças e previne aci-
mento também é verificado. dentes para o reparador.

40
8) Bancada (suporte) de elevação: se-
QUALIDADE EM SÉRIE

gundo Sérgio, nos procedimentos de re-


paro em alguns veículos, a bancada de
elevação facilita o acesso evitando que
o mecânico fique “pendurado”. Conse-
quentemente, este recurso também dimi-
nui acidentes de trabalho.

9) Estocagem de peças: a avaliação do es-


toque da oficina leva em conta a quanti-
dade, o valor e o tamanho dessas peças. 10) Peças remanufaturadas ou recondi-
As peças para veículos pesados possuem cionadas: a avaliação leva em conta se
dimensão muito maior, portanto, deman- as peças reman/recon (como embreagem,
dam uma área maior e um cuidado espe- turbo, bloco de motor etc) que a oficina
cial para não danificar os produtos. “No usa são de procedência ou não. A sepa-
diesel, as peças de giro são as peças de ração no estoque também deve ser bem
motor e de freio. Mesmo assim, são pe- definida e o cliente deve ser informado
ças muito mais pesadas do que as de um quando uma peça reformada ou recondi-
veículo leve”, observa Sérgio. cionada é instalada em seu veículo.

11) Processos: a oficina deve fazer a gestão


de entrada do veículo incluindo orçamen-
to prévio (registrado e enviado ao cliente)
e a ordem de serviço. Também deve fa-
zer tanto o checklist de entrada quanto o
checklist de saída para se resguardar de
reclamações por defeitos que, por ventu-
ra, já constassem no veículo.

12) Software de gestão: o uso de software


de gestão é muito importante para que
faça o controle dos processos e também
é requerido pela certificação.

13) Proteção interna: durante o reparo, a


oficina deve utilizar capas de proteção no
volante, no banco e no câmbio. Em caso
de dano acidental, o custo dessas peças
pode ser bem alto.

14) Diagnóstico de serviço executado: a


oficina deve entregar ao cliente um relató-
rio de entrada, comprovando que o veículo
passou por teste de rodagem e está em
condições de uso. “Resguarda a oficina no
caso da volta do defeito”, explica Sérgio.

42
15) Catálogos: seguindo
QUALIDADE EM SÉRIE

Sérgio, não é comum nas


oficinas de pesados que
haja disponibilidade dos
catálogos de manutenção
dos veículos. A oficina pre-
cisa ter essas informações
para reparar o caminhão
conforme as orientações
do fabricante: torques es-
pecíficos, elementos com troca obrigató- Também é avaliada a utilização de unifor-
ria como fluido de arrefecimento, óleo de me e crachá. A legislação do Estado de
motor e transmissão, entre outros. São Paulo exige ainda que a oficina tenha
um responsável técnico.
16) Box para reparos rápidos: a certifica-
ção estimula a oficina a criar uma área 20) Meio ambiente: é obrigatória a presen-
específica para pequenos reparos como ça da caixa separadora, já que o resíduo
troca de óleo, troca de peças de freio etc. do reparo (óleo de motor, fluidos e com-
Isso facilita e agiliza o atendimento ao bustível) é muito maior do que na linha
cliente, desobrigando o veículo a esperar leve. É muito importante a coleta do óleo
por um espaço que está ocupado por um usado, obrigatória por lei, bem como o
serviço mais complexo. uso de panos de limpeza laváveis.

17) Veículo de assistência: também para


agilizar o atendimento ao cliente, a ofici-
na pode dispor de um socorro mecânico.
Porém, deve ser um veículo específico
que tenha condições de carregar todo o
ferramental e equipamentos necessários
para o reparo, incluindo equipamentos de
sinalização adequados, como cones, para
serviços na rua.

18) Garantia: a oficina deve informar verbal-


mente e por escrito ao cliente como fun-
ciona a garantia para o serviço e para a
peça. No caso de peças remanufaturadas
ou recondicionadas, o prazo de garantia
é diferenciado, o que deve ficar claro ao
cliente.

19) Pessoal: a certificação avalia o registro Para mais detalhes sobre os modelos
e a atualização constante de treinamen- de certificação de oficinas do IQA, en-
to dos funcionários. “No setor diesel, a tre em contato pelo telefone (11) 5091-
quantidade de treinamentos e necessida- 4545 ou acesse www.iqa.org.br
de de atualização é maior”, afirma Sérgio.

44
larga (1.540 mm) e 3 cm mais alta (480 mm) Confiabilidade e conforto são as marcas
RAIO X

RAIO X
A dianteira possui para-choque grande, do novo conjunto da Hilux. Este novo con-
faróis mais estreitos e alongados (que na ver- junto permite uma melhora considerável na
são SRX conta que luzes diurnas LED) e capô condução do veículo, deixando-a mais apto
com vincos bem demarcados, conferindo ao ao trânsito urbano
veículo visual mais agressivo que das antigas Segundo a Toyota, o diâmetro dos cilin-
versões. O intercooler foi deslocado para a dros dos amortecedores também foi melho-
frente do motor, enquanto a entrada de ar rado, a fim de atenuar pequenas vibrações
que antes existia no capô não existe mais. provenientes do conjunto. Da mesma ma-
O lançamento vem em seis versões: Chas- neira, a barra estabilizadora foi aumentada
si-cabine 4×4 e câmbio manual; Standard 4×4, e as molas longitudinais da suspensão foram
nas configurações com cabine simples ou du- reposicionadas em 50 mm em direção às ex-
pla, também com transmissão manual de seis tremidades laterais, oferecendo maior segu-
velocidades; SR; SRV; e a top de linha SRX. As rança em curvas acentuadas.
três últimas são equipadas com
tração 4×4 e transmissão auto-
mática de seis velocidades.

Suspensão
diferenciada
Dianteira - Independente,
braços duplos triangulares, molas

Hilux estreia novo motor


helicoidais e barra estabilizadora.
Traseira - Eixo rígido, molas
semielípticas de duplo estágio

diesel de 177 cv
Picape inova visual e powertrain para se firmar
ainda mais no mercado e oferecer um conjunto
robusto e de fácil manutenção

Fernando Naccari Divulgação

A
Nova Toyota Hilux tem tudo para con- Quando comparada à geração anterior, a
tinuar na ponta das vendas entre as nova Hilux é 7 cm maior (5.330 mm), 2 cm mais
picapes do segmento. Com conjunto larga (1.855 cm) e 4,5 cm mais baixa (1.815
mecânico elogiável, mecânica robusta e visual mm). A única coisa que permaneceu foi o en-
atrativo, o fora de estrada agrada ao condutor treeixos de 3.085 mm, garantindo espaço inter-
e, principalmente, ao mecânico que atuará em no elogiável. A caçamba também aumentou,
sua manutenção. cerca de 0,5 cm maior (1.525 mm), 2,5 cm mais

46 47
Os dados de consumo que são informa-
RAIO X

RAIO X
dos pelo Inmetro para a picape automática
são 9,03 km/l em trecho urbano e 10,52 km/l
em uso rodoviário. Para a nova Hilux com
transmissão manual, os resultados são 9,3
km/l e 11,5 km/l, respectivamente.
A transmissão automática possui seis velo-
cidades, equipando as versões SR, SRV e SRX.
Com nova relação de marchas, está ajustada
para privilegiar arrancada mais vigorosa em pri-
meira marcha, e elevar a economia de combus-
tível em sexta, de acordo com a fabricante. Esta
transmissão traz a tecnologia Super ECT, que
adequa o desempenho do veículo ao estilo de
condução do motorista, quantidade de carga e
à inclinação do terreno.
Já nas versões Standard com cabines simples
e dupla, ou chassi-cabine, há disponibilidade de Equipamentos
nova transmissão manual de seis velocidades,
adequada ao propósito de uso, que é, priorita- A gama de itens de série é ampla e, des-
de a versão de entrada, conta com direção
Freios • Taxa de compressão - 15,06 +-0,2
riamente, o trabalho. A capacidade de reboque
hidráulica progressiva, ar-condicionado, co-
da picape foi melhorada e pode suportar até 3,5
toneladas, com trailer, dependendo da versão. luna de direção com regulagem de altura e
Dianteiros - Discos ventilados com ABS,
• Sistema de injeção direta e eletrônica Outra novidade é que o motorista pode profundidade, medidor de economia de com-
EBD (Distribuição Eletrônica de Força de Fre-
de combustível (tipo Common Rail) adaptar seu estilo de condução à nova Hilux, bustível, aviso sonoro de chave na ignição e
nagem) e BAS (Sistema de Assistência em Fre-
selecionando os modos ECO - que suaviza a luzes acesas, limpador do para-brisa com
nagem de Emergência).
aceleração para condução mais econômica - ou temporizador e nivelador dos faróis. Os freios
Traseiros - Tambor com LSPV (válvula
A Toyota desenvolveu um novo projeto de Power, para uma direção mais vigorosa, pro- contam com ABS com Distribuição Eletrônica
proporcional sensível à carga) e com ABS,
motor diesel e o empregou na nova Hilux. O porcionando respostas mais rápidas para oca- (EBD) e Assistente de Frenagens Emergenciais
EBD e BAS
1GD 2.8L possui quatro cilindros em linha, turbo siões de ultrapassagem ou quando o veículo (BA). No campo da segurança passiva, a pica-
O sistema de freio também foi aprimo-
compressor (TGV - turbo compressor com geo- transporta cargas pesadas por longos percur- pe possui airbags duplos dianteiros, airbag de
rado. Mais preciso e suave no acionamento,
metria variável) e intercooler. Mesmo com 200 sos ou aclives acentuados. joelho para o motorista, cinto de segurança
propicia condução segura no tráfego urbano
cilindradas a menos do que o motor Toyota 1KD de três pontos na dianteira com pré-tensio-
e no fora-de-estrada.
da geração anterior, este propulsor possui cerca nadores, limitadores de força e alarme que
de 6 cv a mais (177 cv a 3.400 rpm) de potência. avisa o não-afivelamento do cinto. Adicional-
Powertrain de respeito Já com relação ao torque, houve aumento de mente, as versões cabine dupla trazem cintos
22% - isso na versão com transmissão manual de segurança de três pontos (com alarme de
• Toyota Diesel 2.8L 16V Turbo (42.8 kgfm entre 1.400 e 2.600 rpm) - e um au- alerta) e três apoios de cabeça no banco tra-
mento de 25% na versão com transmissão au- seiro; pontos de ISOFIX para ancoragem de
• Potência (cv/rpm): 177/3.400 tomática (45.9 kgfm entre 1.600 e 2.400 rpm). cadeira de crianças.
Segundo informações da Toyota, o desem- A estrutura do veículo foi projetada para
• Torque (kgf.m/rpm)45,9/1600 (AT) penho foi aperfeiçoado graças às melhorias suportar e absorver impactos frontais em até
aplicadas ao sistema de injeção e de admissão. 15% mais do que na antiga versão. Esta me-
• Cilindrada (cm3) - 2.755 Quando se fala em durabilidade e facilidade na lhoria trouxe resultados no crash-test do Latin
manutenção, a principal novidade é a utilização NCAP, no qual a picape conseguiu 5 estrelas
• Diâmetro x Curso do pistão (mm) de corrente de sincronismo ao invés de correia para proteção de adultos e 4 estrelas na pro-
92,0 x 103,6 dentada. teção de crianças.

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Esse é o nosso canal para tirar dúvidas,
enviar sugestões e críticas.
Injeção teimosa Freio de reboque

Possuo um Corsa Classic LS VHCE Gostaria de saber qual é o funcionamen-


Econômetro no amarelo Bateu, morreu? 2010/2011. E estou com um problema: to correto dos freios de estacionamento
a luz da injeção eletrônica fica acessa em reboques e semirreboques. Quando
O meu Palio Economy 2010 está com de- Eu bati minha Pajero, agora ela não quer direto. O carro não falha, o consumo eu aciono o manete de estacionamento
feito no ponteiro da economia. Eu fiz todas pegar mais. O que eu faço? está um pouco fora do normal, mas nada do caminhão-trator, ela manda comando
as revisões com limpeza de bicos, troca de
exagerado. Levei na oficina, passaram para as cuícas spring break, ou para
velas e cabos, troca de filtro de combustível Regildo Jose Claudino
e de ar do motor. O econômetro fica no o rashter e acusou a sonda lâmbda – todas as cuícas do semirreboque? Tem
Oficina Saltorrado a de cima já que este modelo possui como testar a eficiência do freio de esta-
amarelo direto, mas quando eu tiro o pé do Paulo Afonso/BA
acelerador, ele vai para o verde bem rápido. duas. Porém, trocamos a sonda e a luz cionamento através do caminhão trator?
Quando eu torno a por o pé no acelerador, apagou, mas bastou andar 3 quadras
Prezado Regildo, e ele acendeu novamente. Voltamos a Fabio da Silva Sousa
ele volta para o amarelo... Isso acontece porque o sensor inér- sonda original demos um reset e ela Itametro Inspeções
cia armou. Ele fica sob o porta luvas, apagou. Mas bastou andar algumas Itabuna/BA
Veridiano Antonio
do lado direito. Esperamos ter ajudado. quadras e acendeu novamente. E tem
Via e-mail
Atenciosamente. algo estranho: quando abasteço com Prezado Fabio,
Prezado Veridiano, etanol, o motor pega na primeira parti- Bom, tudo depende do tipo de siste-
Pode ser uma micro entrada falsa de da, funciona bem, mas quando abasteço ma. Se o reboque tiver cuícas de freio de
ar no coletor, uma mangueira rachada, com gasolina, preciso dar no mínimo 3 estacionamento, sim haverá o acionamen-
ou algo similar que está enganando o Não engata nada! partidas para o carro pegar. Será que to. É possível fazer este teste, mas é pre-
mostrador de vácuo. Recomendamos que alguém pode me dar uma orientação? ciso saber o procedimento correto, pois
você encaminhe o veículo a um profissional Tenho um BMW 318 Compact 1995, este varia de montadora para montadora.
especializado. Continue acompanhando câmbio manual. Ele já estava pulando na Nádia Carrion Outro detalhe é que, para fazê-lo, será
nossas publicações. Atenciosamente. 1ª marcha. Depois de uma volta do Rio Campo Grande/MS preciso um kit de manômetros.
a Petrópolis, tudo OK. 3 dias depois dele Esperamos ter ajudado.
parado, fui ligá-lo e nenhuma marcha en-
Prezada Nádia, Atenciosamente.
trou. Somente com ele desligado consigo
Um diagnóstico a distância é muito
engatar. O que será?
Sincronia do AP difícil, mas parece que o motor está “afo-
Fred Mello gando” quando abastecido com gasolina.
Onde fica a referência para a sincronia Via Facebook Se isso está acontecendo é devido ao
módulo estar recebendo sinal de mistura
Envie sua mensagem para:
do comando do motor Volkswagen AP?
pobre. A sonda lambda é apenas uma faleconosco@omecanico.com.br
Prezado Fred,
Marcilio Simplicio Tudo aponta para que seja problema na “vítima” da falha.
Via Facebook embreagem. Se as marchas não entram, não Outra possibilidade é uma entrada Será um prazer
está embreando. Se escapa, é porque não falsa de ar. responder.
Prezado Marcílio, engatou direito. Outra possibilidade é que Sensor de temperatura indicando
Na região do cabeçote, próximo o conjunto sincronizador de 1ª e 2ª marchas temperatura menor que a real, forçan-
à própria polia, há uma marca para Até a próxima
esteja comprometido. Recomendamos que do o módulo e enriquecendo a mistura
alinhamento da polia do comando, você encaminhe o veículo a um profissional também é uma grande possibilidade.
edição!
que deve coincidir com uma marca na especializado. Esperamos ter ajudado. Esperamos ter ajudado.
própria polia. Esperamos ter ajudado. Atenciosamente. Atenciosamente.
Atenciosamente.

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ABÍLIO

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ABÍLIO
PEQUENAS CAUSAS REPRODUTOR
Dois judeus discutiam fervorosamente: – Olha, meu filho, preste atenção nos
HUMOR

– Não é não! preços para cobrar direitinho dos fregue-


– Mas, Samuel, claro que é! Não teima ses. O touro reprodutor custa dez mil re-
– responde o Salim ais; o garanhão, oito mil; e o porco, três
– Você está enganado. mil. Anotou direitinho?
– Não estou não. Quer ver só? Vamos – Anotei, pai.
falar com o Rabino. O pai viajou e o Pedrinho ficou tomando
Os dois então foram tirar a dúvida com conta dos negócios. Logo no primeiro
o Rabino, que é uma autoridade entre dia, apareceu o dono da fazenda vizinha
os judeus. perguntando:
– Rabino, me responda: preto é cor? – Cadê seu pai?
– Sim, preto é cor – respondeu o Ra- – Viajou, mas me deixou tomando conta
bino. dos negócios dele. Pode falar. O que o
– E branco? Branco é cor? senhor deseja?
– Sim, branco é cor. – Seu irmão mais velho emprenhou mi-
Aí, o Salim todo malandro: nha filha. Quero saber como é que esse
– Viu Samuel, não te disse? Eu te vendi negócio fica!
uma TV a cores! – Ah, seu Zé – respondeu o Pedrinho –,
aí não dá pra eu resolver porque eu não
sei quando meu pai tá cobrando pelo
PRESTATIVOS Tonico.

A mãe saiu e deixou os três filhos sozi-


nhos em casa. Quando voltou, quis sa-
MARVADA
ber:
– O que vocês fizeram durante a minha O médico acaba de examinar o pacien-
ausência? te e diz:
O filho mais velho respondeu: – Olha, vou ser bastante franco com
– Peguei seu aparelho de jantar importa- o senhor: não consegui ainda concluir
do e lavei peça por peça. qual é o seu problema. Acho que é por
E o filho do meio: causa da bebida.
– Eu enxuguei peça por peça! – Nesse caso – respondeu o paciente
A mãe olhou para o caçula e perguntou: –, volto mais tarde quando o senhor
– Por que você está tão calado? estiver sóbrio.
– É que eu juntei caco por caco...

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