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UM PANORAMA DA HISTÓRIA DO CÁLCULO

OS ANTIGOS

Pitágoras
( 580 - 500 a.C. ) Teorema de Pitagóras para triângulos retângulos: irracionalidade de 2 .

Euclides Organizou a maior parte da Matemática conhecida em seu tempo; Teorema de Euclides
( 300 a.C. ) sobre números perfeitos; infinidade de números primos.

Arquimedes Determinou tangentes, áreas e volumes, essencialmente por cálculos; achou o volume e
( 287 - 212 a.C.) a superfície de uma esfera; centros de gravidade; espiral de Arquimedes; calculou  .

Pappus Centros de gravidade de sólidos e superfícies de revolução.


( séc. IV )

OS PRECURSORES

Descartes Considerado descobridor da Geometria Analítica; introduziu algumas boas notações.


( 1596 - 1650 )
Mersenne Agilizou o fluxo de idéias; ciclóide; primos de Mersenne.
( 1588 - 1648 )

Fermat Verdadeiro descobridor da Geometria Analítica; calculou e usou derivadas e integrais;


( 1601 - 1665 ) fundou a moderna Teoria dos Números; probabilidades.

Pascal Indução matemática; coeficientes binomiais; ciclóide; Teorema de Pascal em


( 1623 - 1662 ) Geometria; probabilidades; influenciou Leibniz.

Huygens Catenária; ciclóide; movimento circular; professor de Matemática de Leibniz (que


( 1629 - 1695 ) aluno! que professor!)

OS PRIMEIROS MODERNOS

Newton Inventou sua própria versão do Cálculo; descobriu o Teorema Fundamental; usou séries
( 1642 - 1727 ) infinitas, virtualmente criou Astronomia e Física como ciências matemática.

Leibniz Inventou uma maneira mais apropriada do Cálculo; descobriu o Teorema Fundamental;
( 1646 - 1716 ) inventou muitas notações boas; professor dos irmãos Bernoulli.

Os Bernoulli Aprenderam cálculo com Leibniz, desenvolveram e aplicaram-no exaustivamente;


( James 1654 - 1705, séries infinitas; John foi professor de Euler.
John 1667 - 1748 )
Euler Organizou e desenvolveu o Cálculo bastante extensivamente; codificou a Geometria
( 1707 - 1783 ) Analítica e a Trigonometria; introduziu os símbolos e ,  , i , f (x) ,
sen x , cos x; séries e produtos infinitos; cálculos das variações; Teoria dos Números;
topologia; Física-Matemática, etc
Lagrange Cálculos das variações; mecânica analítica.
( 1736 - 1813 )

1
Laplace Equação de Laplace; mecânica celeste; probabilidade analítica.
( 1749 - 1827 )

Fourier Série de Fourier; equação do calor.


( 1768 - 1830 )

OS MODERNOS

Gauss Iniciou o rigor na análise com provas de convergência para séries infinitas; teoria dos
( 1777 - 1855 ) números; números complexos na álgebra, análise e teoria dos números; geometria
diferencial; geometria não-euclidiana, etc.

Cauchy Tratamento cuidadoso dos limites, continuidade, derivadas, integrais, séries; análise
( 1789 - 1857 ) complexa.

Abel Série binomial; equação do quinto grau; cálculo integral; funções elípticas.
( 1802 - 1829 )

Dirichlet Convergência de séries de Fourier; definição moderna de função; teoria analítica dos
( 1805 - 1859 ) números.

Liouville Integrais de funções elementares; números transcendentes.


( 1809 - 1882 )

Hermite Transcendência de e; matrizes hermitianas; funções elípticas.


( 1822 - 1901 )

Riemann Integral de Riemann; teorema do rearranjo de Riemann; geometria riemanniana; função


( 1826 - 1866 ) zeta de Riemann; análise complexa.

História biográfica, como ensinada em nossas escolas, ainda é em grande parte uma história de tolos
rídiculos reis e rainhas, líderes políticos paranóicos, viajantes compulsivos, generais ignorantes - destroços
das correntes históricas. Os homens que alteraram radicalmente a História, os grandes cientistas e
matemáticos criativos, são raramente mencionados, se é que chegam a sê-lo.
Martin Gardner

Não iria tão longe a ponto de dizer que construir uma história do pensamento sem um estudo
profundo das idéias matemáticas das épocas que se sucedem é como omitir Hamlet da peça com o mesmo
nome. Isto seria exagero. Mas é certamente análogo a cortar a parte de Ophelia. Essa comparação é
singularmente exata. Pois Ophelia é essencial à peça; ela é muito encantadora - e um pouco maluca.
Sustentamos que o propósito da Matemática é uma divina loucura do espírito humano, um refúgio da
premente urgência das contingências.
A.N. Whitehead

Referência: 1. SIMMONS - “Cálculo com Geometria Analítica” - Volume 1 e 2 - McGraw-Hill.


2. Onde pesquisar, ler e apreciar a história do Cálculo? - C.H.Edwards. Jr - “The Historical Development of the
Calculus” - Springer - Verlag - 1979

2
O Plano Cartesiano

3
Exemplo: Marque os pontos (-1 , 2) , (3 , 4) , (0 , 0) , (3 , 0) e (-2,
-3) .

2. Fórmula da Distância entre dois pontos

4
Retas no Plano e Coeficiente Angular

1. Equação Linear:
É toda equação da forma: y = m.x + b, e é chamada de linear pois o seu gráfico é uma reta.

2. Coeficiente angular de uma reta


É o numero de unidades que a reta se eleva (ou desce) verticalmente para cada unidade de
variação horizontal da esquerda para a direita.

Intercepto y:
x=0  y = m.0 + b  y = b.

Portanto, o gráfico da equação y = m.x + b é uma reta com coeficiente angular m e


intercepto y (0 , b) .

3. Exemplos:

1º) Esboce o gráfico das seguintes equações lineares.

a) y = 2x + 1

Como b = 1, o intercepto y é o ponto (0 , 1).


O coeficiente angular m = 2 , isto significa que a reta se eleva 2 unidades para cada unidade
de deslocamento para a direita.

b) y=2

Escrevendo a equação na forma: y = 0.x + 2


Como b = 2, o intercepto y é o ponto (0 , 2)
O coeficiente angular m = 0 , isto significa que a reta não se eleva e nem desce, ou seja, a
reta é horizontal.

5
c) x+y=2

Escrevendo a equação na forma reduzida: y = -x + 2 ou y = (-1).x + 2


Como b = 2, o intercepto y é o ponto (0 , 2).
O coeficiente angular m = -1 , isto significa que a reta desce 1 unidade para cada unidade de
deslocamento para a direita.

2º) O coeficiente angular máximo recomendado para uma rampa para cadeira de rodas é
1/12. Uma firma está instalando uma rampa que se eleva 55 cm em uma distância
horizontal de 7,20 m. A inclinação da rampa excede a recomendada?

7,20 m

variação vertical 50 1
coeficiente angular = variação horizontal = 720  0,069 < 12  0, 083

1
O coeficiente angular não excede, pois 0,069 < 12  0, 083 .

4. Coeficiente angular de uma reta que passa por dois pontos

6
O coeficiente angular de uma reta que passa pelos pontos ( x1 , y 1 ) e ( x 2 , y 2 ) é

Δy y 2− y 1
=
m = , com x 1  x 2
Δx x 2−x 1
Exemplo: Calcule o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (3 , 4) e ( 5 ,
7) .

Δy 7−4 3
=
m= Δx 5−3 = 2

5. Equação da reta conhecendo um de seus pontos e o seu coeficiente angular.

Se ( x1 , y 1 )
é um ponto de uma reta de coeficiente angular m e (x , y) é um ponto
y − y1
=m
arbitrário da mesma reta, então x−x 1 .
y − y1
=m
Esta equação pode ser posta na forma: x−x 1  y− y 1 = m( x−x1 )

Exemplo:

Determine a equação da reta de coeficiente angular 3 e que passa pelos pontos (1 , -2).

m=3 e ( x1 , y 1 ) = (1 , -2)

y− y 1 = m( x−x1 )  y – (-2) = 3.(x – 1)  y + 2 = 3x – 3  y = 3x – 5

Exercício:

7
Um industrial fabrica um produto ao custo de R$ 0,65 por unidade e vende-o a R$ 1,20 por
unidade. O investimento inicial para fabricar o produto foi de R$ 10.000,00. Quantas
unidades o industrial deve vender para atingir o ponto de equilíbrio?

Solução:

O custo total da fabricação de x unidades do produto é dado por: C = 0,65.x + 10.000


A receita total da venda de x unidades é dada por : R = 1,20.x
Para determinarmos o ponto de equilíbrio, igualamos a receita e custo e resolvemos a
equação em x.

R=C  1,20x = 0,65x + 10.000  1,20x – 0,65x = 10.000  0,55x = 10.000

10.000
 x = 0,55  x  18.182 unidades

FUNÇÕES E GRÁFICOS

1.1 UM POUCO DE HISTÓRIA ...

O conceito de função, um dos mais importantes da Matemática, foi resultado de


contribuições de vários matemáticos ao longo dos tempos, e que só no século XIX teve o seu final.
Na Babilônia, podemos observar a idéia de função em tabelas que a cada valor na primeira
coluna apresenta um número correspondente na segunda.
Na antiga Grécia, na descoberta de algumas leis da acústica, os gregos já estabeleciam
relações entre grandezas físicas, tais como, a altura dos sons com o comprimento das cordas
vibrantes.
Na obra “Almageste”, do matemático Ptolomeu que viveu na Alexandria por volta de 140ac
encontramos registros de tabelas, construídas por astrônomos da época, relacionando o
comprimento de cordas de um círculo com o seu raio.
Assim, a noção de dependência e funcionalidade teve origem a muitos séculos atrás, e
somente nos últimos três que irá ocorrer o desenvolvimento formal de função através de problemas
relacionados ao Cálculo e a Análise, como veremos a seguir.
No século XVII, o matemático alemão Gottfried LEIBNIZ (1646-1716), em seu manuscrito
“Methodus Tangentium Inversa”, foi o primeiro a utilizar o termo função (denominado de
fuctionibus), e vários termos e símbolos que hoje utilizamos, tais como, constante, variável e
parâmetro.
Mais tarde, com Leonard EULER (1707-1783), matemático suíço, surge a definição de
função e o aparecimento da notação f(x).
No século XVIII, o matemático suíço Johann BERNOULLI (1667-1748), representa curvas
por meios algébricos, surgindo assim o conceito de função como expressão analítica.
Porém, o significado mais geral de função que considera y como variável dependente

8
obtido por uma regra dependendo dos valores atribuídos à variável independente x surge somente
no século XIX, com o matemático alemão Johann Peter Gustav Lejeune DIRICHLET (1805-1959).

Assim, o conceito de função que hoje parece simples foi resultado de uma evolução
histórica conduzida sempre cada vez mais à abstração, e que só no século XIX teve o seu êxito.
10.1 INTRODUÇÃO

Neste texto iniciamos o estudo de uma ferramenta matemática indispensável para descrever
fatos e fenômenos do nosso mundo. Em muitas situações da vida prática, a relação entre o
valor de uma grandeza depende do valor de uma outra grandeza.
Assim, por exemplo:
 “ a distância percorrida por um carro num determinado tempo depende de sua
velocidade” ;
 “ a área de um quadrado depende do comprimento do seu lado ”;
 “ o decaimento de uma quantidade de substância radioativa depende do tempo ”;
 “ o cálculo do imposto do ICMS de um produto depende do preço de venda ”.

Relações como essas são de fundamental importância na matemática, podem ser


representadas matematicamente, e são denominadas de “funções”.

Consideremos o exemplo, a relação entre a área A de um quadrado e o valor do


comprimento do seu lado x. Essa relação pode ser expressa, matematicamente, pela equação

2
A= x .
Observemos que, a medida da área A depende da medida x do seu lado, ou seja, A e x
são grandezas variáveis, em que a cada medida de x associa-se um único valor para a área A.
E nessas condições podemos dizer que:
“ A área A de um quadrado é uma função do comprimento x de seu lado”.
Como o valor da variável A depende do valor atribuído para a variável x, ela é chamada de
“variável dependente”, enquanto que x é denominada de variável independente”.
2
A equação A= x é a expressão matemática que representa essa função, isto é, a lei
que estabelece a correspondência entre os valores de x e A.
Toda função pode ser escrita numa notação mais conveniente e simplificada, chamada “

2
notação funcional ” . Nesse caso, podemos representar a função A= x , também na forma:
2 2
A ( x) = x ou f ( x) = x
Assim, quando escrevemos, por exemplo:

9
A (3) = 3 2 = 9 ou f (3) = 32 = 9 , está significando que 9 é a área do quadrado
associada ao lado de medida igual a 3.
2 2
A (2,5 ) = (2,5) = 6,25 ou f (2,5) = (2,5 ) = 6,25 , está indicando que 6,25 é
a área do quadrado associada ao lado de medida igual a 2,5.

1.3 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO

Dados dois conjuntos A e B não vazios. Dizemos que uma relação ƒ define uma função de A para
B, quando todo elemento x em A está associado a um único elemento y em B.

O conjunto A é denominado de “domínio da função”, e denotado por D(ƒ), e B o “contra-


domínio da função”, indicado por CD(ƒ)

Utilizamos a notação ƒ: A  B para indicar que a função ƒ está definida em A com


valores em B.
Portanto, D (ƒ) = A e CD(ƒ) = B

O único elemento y em B associado ao elemento x de A, também representado por ƒ(x)


( lê-se: ƒ de x ), é chamado de “ imagem de x através da função ƒ ” ou “ valor que ƒ assume
em x ”.

Uma função real de variável real é uma função ƒ: A  B , em que os conjuntos A e B são
subconjuntos de . Daqui em diante, a menos que seja especificado o contrário, só utilizaremos “
funções reais de variável real ” .

1.4 REPRESENTAÇÃO DE UMA FUNÇÃO

Podemos representar uma função ƒ: A  B através de um diagrama de flechas, onde


indicamos a correspondência entre os elementos do conjunto A que se relacionam com os
elementos do conjunto B, através da função, por uma flecha.

O conjunto formado por todos os elementos de B que são imagens de algum elemento x de
10
A é chamado de “conjunto imagem da função f ”, e é representado por Im(ƒ). Assim, Im(ƒ)  B
No diagrama de flechas, representado acima, o subconjunto sombreado de B representa o
conjunto imagem da função ƒ.

Em geral, por ser mais conveniente, representamos uma função através de uma equação
da forma y = ƒ (x) que relaciona a correspondência entre os elementos dos conjuntos A e B.
Dessa forma, x e y são as chamadas variáveis. Como a obtenção do valor de y depende
do valor atribuído a x, ela é a “variável dependente”, e x a “variável independente ”.

1.4.1 Exemplos

1 7
1. Consideremos os conjuntos
A = {−1 , − 2 , 0 , 1 , √ 2 } e B = {−1 , 0 , 1 , 2 , 4
,3} e a

função ƒ: A  B definida por f ( x ) = −x2 + 2 .


a) determinar os conjuntos D (ƒ) e Im (ƒ) .
b) esboçar um diagrama de flechas da função ƒ.

Resolução:
2
a) f (−1) = − (−1) + 2 = −1 + 2 = 1
1 1 1 −1 + 8 7
f (− 2 ) = − (− 2 )2 + 2 = − 4 + 2 = 4
= 4

f (0) = − 02 + 2 = 0 + 2 = 2
f (1) = − 12 + 2 = −1 + 2 = 1
2
f ( √2 ) = − ( √ 2) + 2 = −2 + 2 = 0
1 7
Portanto, D (ƒ) = A =
{−1 , − 2 , 0 , 1 , √2 } e Im (ƒ) =
{0, 1, 2, 4
}

b)

2. Uma torneira é aberta para encher de água um reservatório de 6000 litros. A tabela abaixo
relaciona o tempo gasto, em minutos, com o volume de água, em litros, no reservatório.
t ( minutos ) V ( litros )
11
0 0
1 24
3 72
a) Determinar a expressão que define o volume V em função do tempo t.
b) Determinar o volume do reservatório depois de 1 hora aberto a torneira.
c) Determinar o tempo gasto para encher o reservatório.

Resolução:
a)
t ( minutos ) V ( litros )
0 0 = 24.0
1 24 = 24.1
2 48 = 24.2
3 72 = 24.3
... ...
x V = 24.x

Portanto, V ( x) = 24. x

b) V (60) = 24 .60 = 1440 litros

c) Para encher o reservatório, devemos fazer V ( x) = 6000 .


Desse modo, temos:
6000
x=
6000 = 24.x  24  x = 250 minutos

3. O custo total, em reais, para fabricar n unidades de um certo produto é dado pela função

C ( n ) = n3 − 30 n 2 +500 n + 200 .
a) Determinar o custo da fabricação de 10 unidades do produto.
b) Determinar o custo da 10ª unidade do produto.
c) Determinaro custo fixo de produção.

Resolução:
3 2
a) C ( 10 ) = 10 − 30 . 10 +500 . 10 + 200 = 1000 − 3000 + 5000 +200 = 3200

Portanto, C ( 10 ) = 3200 reais

b) O custo da 10ª é obtida fazendo C (10) − C (9) ,o


12
C ( 9 ) = 93− 30 . 92 +500 . 9 + 200 = 2999
Assim, C (10 ) − C (9) = 3200 − 2999 = 211
Portanto, o custo para produzir a 10ª unidade é de 211 reais

c) O custo fixo é obtido calculando C (0) .


3 2
C ( 0 ) = 0 − 30 . 0 +500 . 0 + 200 = 200
Logo, o custo fixo é de 200 reais.

4. Durante um programa nacional para vacinar a população contra um certo tipo de gripe, as
autoridades descobrem que o custo para vacinar x% da população é dado aproximadamente

150 x
f (x) =
por 200 − x milhões de reais.
a) Para que valor de x a função tem significado nesse contexto?
b) Qual o custo para vacinar 50% da população?
c) Qual o custo para vacinar os 50% restantes da população?
d) Que porcentagem da população terá sido vacinada após serem gastos 37,5 milhões de
reais no projeto?

Resolução:

150 x
f (x) =
a) 200 − x .
Como x representa a porcentagem da população, e o único valor que anula o denominador é
x = 200.

Logo, a função está definida para todo x , 0 ≤ x ≤ 100 .

Portanto, D(f ) = { x ∈ R | 0≤ x ≤ 100 }

b) O custo para vacinar 50% da população é obtido fazendo x = 50.

150 .50 7.500


f ( 50 ) = = = 50
Assim, 200 − 50 150
Portanto, para vacinar os primeiros 50% da população o custo será de 50 milhões de reais.
c) Para calcularmos o custo para vacinar os restantes 50% da população, devemos, inicialmente,
obter o custo da vacinação total da população, isto é, dos 100% da população.
13
150 .100 15.000
f ( 100 ) = = = 150
Assim, 200 − 100 100
O custo da vacinação de toda a população é de 150 milhões.

Fazendo, f ( 100 ) − f (50) = 150 − 50 = 100


Dessa forma, será de 100 milhões de reais o custo para a vacinação dos 50% restantes da
população.

d) A porcentagem da população que terá sido vacinada após serem gastos 37,5 milhões será

dada fazendo f ( x ) = 37 ,5 .

150 x
= 37,5
Assim, 200 − x
150 x = 37,5.(200 − x)
150 x = 7500 − 37,5 x
150 x + 37 ,5 x= 7500
187,5 x = 7500
7500
x=
187,5
x = 40
Portanto, com 37,5 milhões seram vacinados 40% da população.

1. 5 DOMINIO DE UMA FUNÇÃO

Muitas vezes, por comodidade não é especificado o domínio e o contra-domínio da função.


Nesses casos, subentende-se que o domínio seja um sub-conjunto dos números reais para os
quais a função esteja definida nos reais, isto é, para os quais exista a imagem nos reais. E, o
contra-domínio é o conjunto dos números reais.

1.5.1 Exemplos

Determinar o domínio das funções:

5
f (x) =
a) x+ 4 b) g ( x ) = √2 x − 6 c)

14
x 5x
h( x ) = + 2
√3−x x −4

Solução:

A condição de existência da função ƒ é que x+ 4≠0 .


Logo, x+ 4≠0  x≠−4 .

E portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x ≠−4 }

b) g ( x ) = √2 x − 6
A condição de existência da função g é que 2x − 6≥0 .

Logo, 2x − 6≥0
2x≥ 6
6
x≥
2
x≥3

E portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x ≥3 }

x 5x
h( x ) = + 2
c) √2−x x −9
2
A condição de existência da função h é que 2 − x>0 e x − 9≠0
Mas, 2 − x>0
− x >−2
temos, x< 2

2
Para x − 9≠0
2
x ≠9
x≠ ±√ 9
x≠ ±3

15
Portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x<2 e x ≠ − 2 }

1. 6 GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO

O gráfico de uma função tem a vantagem da comunicação visual imediata. Com a prática,
basta olharmos o gráfico de uma função para extrairmos informações importantes que muitas
vezes não podem ser evidenciadas em descrições verbais ou algébricas.

O gráfico de uma função é o conjunto G(ƒ) de todos os pontos (x , y) do plano cartesiano,


em que x pertence ao domínio da função e y = ƒ(x).

G ( f ) = { ( x , y )∈ R 2 | x∈ D ( f ) e y = f ( x) }

Portanto, o gráfico de uma função é um conjunto de pontos do plano cartesiano Oxy, cujas
projeções sobre o eixo das abscissas (eixo x) representa o seu domínio, e as projeções no eixo
das ordenadas (eixo y) representa o conjunto imagem.

1.6.1 Exemplos

2
Represente graficamente a função f (x ) = x , nos casos em que o domínio são:
a) D(ƒ) = { -2 , -1 , 0 , 1 , 2 } b) D(ƒ) = [-2 , 2] c) D(ƒ) = R

Solução:
a) D (ƒ) = { -2 , -1 , 0 , 1 , 2 }

16
O gráfico da função é o conjunto formado por cinco pontos pertencentes a uma parábola.
Projetando esses pontos sobre o eixo das abscissas temos: -2 , -1 , 0 , 1 e 2, e sobre o eixo
das ordenadas: 0 , 1 e 2.
Logo, D (ƒ) = { -2, -1 , 0 , 1 , 2 } e Im (ƒ) = { 0 , 1 , 2 }

b) D (ƒ) = [-2 , 2]

O gráfico da função é formada pelos pontos de uma parábola limitada para x, tal que, -2  x
 2.

O domínio da função é obtido projetando-se os pontos do gráfico sobre o eixo das abscissas,
e o conjunto imagem projetando-os sobre o eixo das ordenadas.
Neste caso, obtemos D (ƒ) = [-2 , 2] e Im (ƒ) = [0 , 4]

c) D (ƒ) = R

O gráfico da função é uma parábola.

Projetando-se os pontos do gráfico sobre o eixo das abscissas e o eixo das ordenadas,
teremos:
D (ƒ) = R e Im (ƒ) = R + = { y  R | y  0 }

17
1.7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2
1. Dada a função f (x ) = 4 + x −x , calcule:
1
a) f (−1) b)
f (− 2 ) c) f (−x) d) f (1−x )
3
e) f (x ) f) f ( √ x)

Solução:
2
a) f (−1) = 4 + (− 1) − (−1) = 4 − 1 − 1 = 2
1 1 1 1 1 16 − 2 − 1 13
b)
f (− 2 ) = 4 + (− 2 ) − (− 2 )2 = 4 − 2
− 4
= 4
= 4

c) f (−x) = 4 + (− x) − (−x)2 = 4 − x − x2

d) f (1−x) = 4 + (1− x) − (1−x)2 = 4 + 1 − x − ( 1 − 2 x + x 2 ) =


2 2
= 4 + 1 − x − 1 + 2x − x = 4+x−x
e) f (x 3 ) = 4 + ( x 3 ) − ( x 3 )2 = 4 + x 3 − x6
2
f) f ( √ x) = 4 + √ x − ( √ x) = 4 + √ x − x

2. Determine o domínio da função:

3 x +2 x 3
f (x ) = f (x ) = + √ 1−2 x
a) x 2 −x−2 b) √ 2 x−5
2
1 x −x +6
f (x ) = √ 5−x − f (x ) =
c) √ 3x−9 d) √3 x 2−4
e) f (x ) = √ x 2 −9

Solução:
3 x +2
f (x ) =
a) x 2 −x−2
2
A condição de existência é que x −x−2 ≠ 0 .
Vamos determinar os valores de x que anulam o denominador (aqueles que não servem).

18
2
x −x−2 = 0 (equação do 2º grau)

Δ = (−1)2 −4. 1.(−2) = 1 + 8 = 9


x =
−(−1 ) ± √9 = 1 ± 3 =
2 .1 2
¿
1 + 3
⟨ = = 2
2
¿ ⟨ ou ¿
1 − 3
⟨ = = −1
2

Os valores que anulam o denominador são x = −1 ou x= 2 .

Portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x≠−1 ou x≠ 2 }

x
f (x ) = + √3 1−2 x
b) √ 2x−5

A condição de existência é que 2x − 5 > 0 .

2x − 5 > 0
2x > 5
5
x> 2
5
Portanto,
D ( f ) = { x ∈ R | x> 2
}

1
f (x ) = √ 5−x −
c) √ 3 x−9
A condição de existência é que 5−x≥0 e 3x − 9 > 0
5−x≥0
− x ≥ −5
x ≤5
e

3x − 9 > 0
3x > 9
9
x> 3

19
x>3
Portanto, D (f ) = { x ∈ R | 3 < x ≤ 5 }

2
x −x +6
f (x ) =
d) √3 x 2−4
2
A condição de existência é que x −4 ≠ 0 .
2
x −4 ≠ 0
2
x ≠4
x ≠ ± √4
x ≠± 2
Portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x ≠ −2 ou x ≠ 2 }

e) f (x ) = √ x 2 −9
2
A condição de existência é que x−9≥0 .
2
x−9≥0 (inequação do 2º grau)
2
x−9=0
2
x =9
x ≠ ± √9
x ≠± 3

Portanto, D ( f ) = { x ∈ R | x ≤ −3 ou x ≥ 3 }

3. Verificar quais as funções que define y como uma função de x, isto é , y = ƒ(x).
2 2
a) y −3x = 2 b) y+x =1 c) y −x=0

Solução:
Para verificarmos se uma equação define ou não uma função, é conveniente isolarmos a variável
dependente no 1º membro e a independente no 2º membro. E uma equação nessa forma,
20
dizemos que está na forma explícita.
Assim, escrevendo as equações acima na forma explícita temos:

a) y −3x = 2
y = 3x + 2 ou f (x ) = 3 x + 2

2
b) y+x =1
y =1−x
2
ou f (x ) = 1 − x 2
2
c) y −x=0
2
y =x
y = ±√x ou f (x ) = ± √ x

Nos itens (a) e (b), vemos que, a todo número x corresponde um único valor real de y. E, portanto,
y é uma função de x.
No item (c) y não é uma função de x, pois para todo valor de x > 0 correspondem a dois valores
reais diferentes de y.

4. Dada a função f (x ) = x 3 − 4 x , determine o valor de x, tal que f (x ) = 0 .

Solução:

f (x ) = 0
3
x − 4x = 0
¿
⟨ x = 0
⟨ ou ¿
⟨ x 2 − 4 = 0 ⇒ x 2 = 4 ∴ x =±2
x ( x 2 − 4) = 0  ¿

Portanto, f (0) = f (−2) = f (2) = 0

5. Escrever a função ƒ(x) que representa o valor a ser pago após um desconto de 4% sobre o valor de
x reais de uma mercadoria para pagamento à vista.

Solução:
21
Preço a ser pago pela mercadoria sem desconto: x

Valor de 4% de desconto no preço da mercadoria: 4 de x = 0, 04 x


Preço a ser pago com desconto: x − 0,04 x = 0,96 x
Portanto, f (x ) = 0,96 x

6. O preço de uma corrida de taxi inclui uma parcela fixa, denominada bandeirada, e uma parcela
variável que depende da distância percorrida. Se a bandeirada custa 5 reais, e cada quilômetro
percorrido custa 0,75 reais.
a) Determinar a expressão que relaciona o preço P de uma corrida com os quilômetros x
percorridos.
b) Determinar o preço de uma corrida de 16 quilometros.
c) Determinar a distancia percorrida por um passageiro que pagou 38,75 reais pela corrida.

Solução:
a)
x (quilometros ) P ( reais )
0 0,75 . 0 + 5
1 0,75 . 1 + 5
Portanto, 2 0,75 . 2 + 5 P ( x) = 0,75. x + 5
3 0,75 . 3 + 5
x 0.75 . x + 5

b) P (16) = 0,75 . 16 + 5 = 17 reais

c) Para determinar o número de quilômetros que um passageiro percorreu

gastando 38,75 reais, devemos fazer P ( x) = 38,75


38,75 = 0,75 . x + 5
38,75 − 5 = 0,75 . x
0,75 . x = 33,75
33,75
x=
0,75
x = 45 quilômetros

7. Suponha que o número de carteiros necessários para distribuir, em um dia, todas as


correspondências entre x por cento de moradores, numa determinada cidade, seja dado por

22
180 x
C (x ) =
120−x .
a) determinar a quantidade de carteiros necessários para que toda a população da cidade seja
atendida em um dia?
b) se num dia de greve, só compareceram 90 carteiros, determinar a porcentagem da população
que recebeu correspondência?

Solução:
a) o número de carteiros para atender toda a população num só dia é dado por

C (100) .
180 . 100 18.0 00
C (100 ) = = = 900
Mas, 120−100 20
Portanto, serão necessários 900 carteiros.

b) No dia de greve, temos C (x ) =90


180 x
=90
Assim, 120−x
180 x = 90. (120−x)
180 x = 10.800 − 90x
180 x + 90 x= 10.800
270 x = 10.800
10 . 800
x=
270
x = 40
Portanto, nesse dia, 40% da população receberam suas correspondências.

8. De uma folha quadrada de papelão de 12 cm de lado, deseja-se recortar em cada canto da folha
um quadrado de medida x, conforme mostra a figura abaixo, e dobrar as abas para formar uma
caixa sem tampa.

23
a) Determinar a expressão que relaciona o volume com a medida x do lado do quadrado
retirado de cada canto.
b) Determinar o domínio da função obtida no item a) .
c) Determine o volume da caixa quando a medida do lado do quadrado retirado é igual a 5 cm.

Solução:
a)

V ( x) = (12−2x).(12−2 x). x
V ( x) = (12−2x)2 . x

b) 0< 2x < 12
0 12
2
< x< 2

0< x < 6
Portanto, D ( f ) = { x ∈ R | 0 <x < 6 }

c) Para x=5 , o volume da caixa é dado por

V (5) = (12−2.5)2 . 5 = (12−10)2 . 5 = 4.5 = 20


3
Portanto, o volume é de 20 cm .

9. Uma moeda é solta do alto de uma torre. A altura da moeda, em metros, após t segundos é dada por
2
h (t ) = −4,9 t + 100 . Determinar:

24
a) a altura da moeda após 2 segundos.
b) a altura da torre.
c) a distância percorrida pela moeda durante o 3º segundo.
d) o tempo que a moeda leva para atingir o solo.

Solução:
a) A altura da moeda após 2s é dada por:
2
h (2) = −4,9 . 2 + 100 = −4,9 . 4 + 100 = −19,6 + 100 = 80 ,4
Portanto, a altura é de 80,4m .

b) A altura da torre é dada quando t = 0s.

h (0) = −4,9 . 02 + 100 = 0+ 100 = 100


Portanto, a altura da torre é de 100m .

c) a distância percorrida pela moeda durante o 3º segundo, é dada por

h (3) − h (2) .

Mas, h (3) = −4,9 . 32 + 100 = −4,9 . 9 + 100 = −44 ,1 + 100 = 55 ,9

Logo, h (3) − h (2) = 55,9 − 80,4 = −24 ,5


Portanto, 24,5m é a distancia percorrida pela moeda durante o 3ºsegundo.

d) O tempo t que a moeda leva para atingir o solo é dada quando a altura h é igual a 0, isto é, por

h (t ) = 0 .
2
−4,9 t + 100 = 0
2
4,9 t = 100
100
t2 =
4,9
t = ±√ 20,4 ( t > 0)

t = 4,5
Portanto, a moeda leva 4,5s para atingir o solo.

25
10. Suponha que t horas depois da meia-noite a temperatura numa cidade seja

2
t
Q ( t ) = − +4 t + 10
6 graus Celsius.
a) determinar a temperatura às duas da manhã.
b) determinar a variação de temperatura das 6 horas da tarde até as 9 horas da noite.

Solução:

a) A temperatura às duas da manhã é dada por Q(2) .

22 4 2 −2 + 54 52
Q(2) =− +4 .2 + 10 = − + 8 + 10 = − + 18 = = = 17 ,3
6 6 3 3 3
Portanto, a temperatura às duas da manhã era de 17,3º Celsius.

b) A variação de temperatura das 6 horas da tarde até as 9 horas da noite é dada por

Q ( 21 ) − Q ( 6 )
2
21 441 147 −147 + 188
Q ( 21 ) = − +4 . 21 + 10 = − + 84 + 10 = − + 94 = =
6 6 2 2
41
= = 20 ,5
2
62 36
Q ( 6 ) =− +4 . 6 + 10 = − + 24 + 10 = − 6+ 34 = 28
6 6
Q ( 21 ) − Q ( 6 ) = 20 ,5 − 28 = −7,5
Portanto a variação de temperatura foi de -7,5º Celsius.

6
P ( t ) = 20 −
11. Estima-se que daqui a t anos um certo bairro terá a população de t+ 1 mil
habitantes.
a) determinar a população do bairro daqui a 9 anos?
b) determinar o aumento da população durante o 9º ano?
c) determinar o que acontece com P(t) para grandes valores de t .

Solução:

a) A população daqui a 9 anos será dada por P(9) .

26
6 6
P ( 9 ) = 20 − = 20 − = 20 − 0,6 = 19,4
9+ 1 10
Portanto, a população será de 19,4 mil habitantes ou 19.400 habitantes

b) O aumento da população durante o 9º ano é dado por P( 9 )− P(8)


6 6
P ( 8 ) = 20 − = 20 − = 20 − 0,666 = 19,334
8+ 1 9
P( 9 )− P(8) = 19,4 − 19,334 = 0,066
Portanto, a variação de população foi de aproximadamente 0,066 mil habitantes ou
66habitantes.

6
P ( t ) = 20 −
c) t+ 1
6
Para valores cada vez maiores de t temos que t+ 1 tende para 0 .

E, portanto, P(t) tende para 20, significando que, a população nunca ultrapassará a 20
mil habitantes.

1.8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Dada a função f (x ) = 3 x + 5 , determinar:


4
a) f (−2 ) b)
f (3 ) c) f (2 x)
f (a+h) − f (a )
2
d) f (−t +1 ) e) f (a+h ) − f ( a) f) h

2. Verificar se a equação define y como uma função de x.


2 2 2 2 3
a) x + y = 25 b) 4 x + 2 y= 6 c) x+ y=6

3. Determinar o domínio da função:

x x 3 +1
f (x ) = √
f (x ) = 5 x+1 f (x ) =
a) √ 4−3 x b) x c) √ 2+ x −x 2
27
7x 3 2 2
f (x ) = √2 x+1 − f (x ) = √ x−1 + f (x ) =
d) x 2 −1 e) √ x2+1 f) √3 x +2

4. Considerando uma função real ƒ tal que f (1) = 12 e f (x +1 ) = 3 f ( x)−15 .

Determinar: a) f (0) b) f (2)

5. Representar graficamente a função f (x ) = 2x −1 , para os domínios:


a) D(ƒ) = {-1 , 0 , 1 , 2 , 3 } b) D(ƒ) = [-1 , 3[ c) D(ƒ) = R

6. Supondo que o custo total, em reais, da produção de n unidades de um certo produto seja
2
dado por C( n) = 3 n + n + 900 reais.
a) Determinar o custo total da produção de 20 unidades.
b) Determinar o custo da produção da 20ª unidade.

280
p (n) =
7. A demanda para um certo produto admite como modelo a função 1+0,05n , onde p
é o preço unitário em reais e n é o numero de unidades vendidas.
a) Determinar o preço quando são vendidas 50 unidades.
b) Obter o número de unidades em função do preço, isto é, n em função de p.
c) Utilizar a função obtida no item b), e determinar o número de unidades vendidas quando o
preço é 20 reais.

Respostas:
2
1. a) −1 b) 9 c) 6 x+5 d) −3 t +8 e) 3h f) 3

2. a) y= ± √ 25−x 2 , y não é uma função de x


2
6−4 x
y=
b) 2 , y é uma função de x
3 2
c) y= √ 6− x , y é uma função de x.

4 1
3. a)
D ( f ) = { x ∈ R | x< 3 } b)
D ( f ) = { x ∈ R | x ≥− 5 e x≠ 0 }

28
1
c) D ( f ) = { x ∈ R | −1<x <2 } d)
D ( f ) = { x ∈ R | x ≥− 2 e x≠ 1 }

e) D (f ) = R f) D ( f ) = { x ∈ R | x≠ −2 }

4. a) 9 b) 21

5.

6. a)

2. 120 b) 118
250− p
n ( p) =
7. a) 80 b) 0,05 p a) 260

1. Funções do 1º grau

1.1 Função Constante

29
Uma aplicação f de  em  é chamada de função constante, quando a cada
elemento x  associa sempre o mesmo elemento c   .

f :    / f (x ) = c

y
a) O gráfico da função constante é uma reta paralela ao
eixo x passando pelo ponto (0 , c). (0 , c)

b) A imagem é o conjunto Im (f) = { c }


x

1.2 Função Afim

Uma aplicação f de  em  é chamada de função afim, quando a cada elemento x


 estiver associado o elemento (ax + b) com a  0 .

f :    / f (x ) = ax + b , a  0 .

Exemplos:

a) y = 3x + 2 , a=3 e b=2 b) y = -2x + 1 , a = -2 e b = 1


c) y = x - 3 , a = 1 e b = -3 d) y = 4x , a= 4 e b=0

Note-se que: para b = 0 a função afim y = ax + b se transforma na função y = ax,


denominada função linear.

Portanto, uma aplicação f de  em  é chamada de função linear, quando a cada


elemento x  associa o elemento ax, com a  0 .

f :    / f (x ) = ax , a  0 .

a) O gráfico da função linear é uma reta que passa pela y


origem. y = ax

b) A imagem é o conjunto Im (f) = 


x

30
1.3 Gráfico

“ O gráfico cartesiano da função f (x) = ax + b , a  0 é uma reta ”.

Atividade 1

1. Construa o gráfico cartesiano das funções de  em , definida por:

a) y = 2x - 1 b) y = -3x -4

 x  y  3

2. Resolva analitica e graficamente o sistema de equações:  2 x  3y  4

3. Obtenha a equação da reta que passa pelos pontos (1 , 2) e (3 , -2) .

1.4 Imagem

O conjunto imagem da função afim f :    definida por f (x ) = ax + b , a  0


é .

Atividade 2
31
Seja a função de  em  definida por f (x) = 4x - 5 . Determine os valores do
domínio da função que produzem imagens maiores que 2.

1.5 Coeficientes da função afim

O coeficiente a da função f (x ) = ax + b é denominado coeficiente angular ou


declividade da reta representada no plano cartesiano.

O coeficiente b da função f (x ) = ax + b é denominado coeficiente linear, e


representa a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo y.

Exemplo:

Na função f (x) = 2x - 3 , o coeficiente angular é 2 e o coeficiente linear é -3.

Para x = 0 , temos y = -3 . Portanto, o coeficiente linear é a ordenada do ponto em


que a reta corta o eixo y.

Atividade 3

1. Obtenha a equação da reta que passa pelo ponto (1 , 3) e tem coeficiente angular igual
a2.

2. Obtenha a equação da reta que passa pelo ponto (-2 , 1) e tem coeficiente linear igual a
4.

32
1.6 Zero da função afim

“ Zero de uma função é todo número x cuja imagem é nula, isto é, f (x) = 0 ”.
Assim, para se determinar o zero da função afim, basta resolver a equação do
b
1ºgrau ax + b = 0 , que apresenta uma única solução x = - a .
O zero da função da função afim, pode ser interpretada como sendo a abscissa do
ponto em que o gráfico corta o eixo x.

Exemplo :

O zero da função f (x) = 3x + 4 é obtido fazendo-se: f (x) = 0 , isto é , 3x + 4


4
= 0, e portato, x = - 3 .
y
Construindo o gráfico da função f (x) = 3x + 4,
pode-se notar que a reta intercepta o eixo x em que
4 4
x = - 3 , isto é, no ponto (- 3 , 0 ) .
4
3
x

1.7 Funções Crescentes ou Decrescentes

a) A função f : A  B definida por y = f (x) é crescente num conjunto D  A se ,


para quaisquer que sejam x1 e x2 em D, com x1 < x2 tem-se: f (x1 ) < f (x2) .

 x1 ,x2 , x1 < x2  f (x1 ) < f (x2 )

33
y

f (x2) y = f (x)

f (x1 )

x1 x2 x

Na linguagem prática (não matemática), uma função é crescente num conjunto D se,
ao aumentar o valor atribuído a x, o valor de y também aumenta.

b) A função f : A  B definida por y = f (x) é decrescente num conjunto D  A


se , para quaisquer que sejam x1 e x2 em D, com x1 < x2 tem-se: f (x1 ) > f (x2) .

 x1 ,x2 , x1 < x2  f (x1 ) > f (x2 )

f (x1 )

f (x2) y = f (x)

x1 x2 x

Na linguagem prática (não matemática), uma função é decrescente num conjunto D


se, ao aumentar o valor atribuído a x, o valor de y diminui.

“ A função afim f (x) = ax + b , a  0 , é crescente ( ou decrescente ) se , e


somente se, o coeficiente angular a for positivo ( ou negativo ) ”.

Atividade 4

1. Especifique para cada uma das funções abaixo, se é crescente ou decrescente em :

a) y = 3x - 2 b) y = -4x + 3

34
2. Estude segundo os valores do parâmetro m , a variação (crescente, decrescente ou
constante) da função y = (m -1).x +2 .

1.8 Sinal de uma função

Estudar o sinal de uma função y = f (x) significa, verificar os valores de x do


domínio da função f , para os quais a função é positiva, negativa ou igual a zero, isto é, f
(x) > 0 , f (x) < 0 ou f (x) = 0 .

1.9 Sinal da função afim

b
Considerando que x = - a , é o zero da função afim f (x ) = ax + b , a  0 , isto é, o
valor de x para o qual f (x) = 0 , examinemos, então, para que valores ocorre f (x) >
0 ou

f (x) < 0.

1º Caso: a>0

b
f (x) = ax + b > 0  ax > - b  x > - a +
x
b
b
f (x) = ax + b < 0  ax < - b  x < - a - a

2º Caso: a<0

b
f (x) = ax + b > 0  ax > - b  x < - a +
x
b
b
f (x) = ax + b < 0  ax < - b  x > - a a -
35
Resumo:
Se colocarmos os valores de x sobre um eixo, a regra dos sinais da função afim,
pode ser representada da seguinte forma:

b
x=- a x
f (x) tem o sinal de -a f (x) tem o sinal de a

Exemplos:

1º) f (x) = 4x - 1

f (x) = 0  4x -1 = 0  x = ¼ ¼
_ + x
Para x = ¼ , tem-se: f (x) = 0
Para x > ¼ , tem-se: f (x) > 0 ( mesmo sinal de a = 4 > 0 )
Para x < ¼ , tem-se: f (x) < 0 ( sinal contrário de a = 4 < 0 )

2º) f (x) = - 2x + 6
3
f (x) = 0  - 2x + 6 = 0  x = 3 + _ x

Para x = 3 , tem-se: f (x) = 0


Para x > 3 , tem-se: f (x) < 0 ( mesmo sinal de a = -2 < 0 )
Para x < 3 , tem-se: f (x) > 0 ( sinal contrário de a = -2 > 0 )
Atividade 5

1. Estude os sinais da função:

a) f (x) = 2x - 1 b) f (x) = -2x + 4

2 x

2. Para que valores de x  a função f (x) = 3 2 é negativa ?

36
3. Resolva as inequações simultâneas: 3x + 2 < - x +3  x + 4

5. Resolva, em , a inequação produto: (3x - 2) (x + 1) (3 - x) < 0

3x  2
0
6. Resolva, em , a inequação quociente: 3  2 x

2. Função Modular

2.1 Módulo

Sendo a um número real, define-se módulo ou valor absoluto de a , que se indica


por a, como sendo:

37
 a , se a  0
a 
  a , se a  0

Isto significa que:


1º) o módulo de um número real não negativo ( positivo ou nulo ) é igual ao próprio
número;
2º) o módulo de um número real negativo é igual ao oposto desse número.

Exemplos:

a) 3= 3 b) -5= - (-5) = 5 c) 0= 0 d) 1   = - (1 - ) =  -


1

Atividade 6

1. Resolva em  as seguintes equações:

a) 3x - 1 = 2 b) 2x - 3 = -1

c) 4x - 5 = 0 d) 3x + 2 = 2x - 3

e) x - 2 = 2x + 1

2. Resolva em  as seguintes inequações :

a) 3x + 2 < 4 b) 5x + 4  4


38
c) 3x - 5 > 0 d) 4x - 7  -1

2.2 Função Modular

Uma aplicação f de  em  é chamada de função módulo ou modular quando a


cada elemento x  associa o elemento real x.

f :    / f (x ) = x
Através do conceito de módulo de um número real, a função modular pode ser
definida também da seguinte forma:

39
 x , se a  0

f (x)   x , se a  0
2.3 Gráfico

O gráfico da função modular é a reunião de duas semi-retas de origem 0, que são as


retas bissetrizes do 1º e 2º quadrantes.
y

x
2.4 Imagem

A imagem da função modular é Im (f) = , ou seja, a função modular somente


assume valores reais não negativos.

Exemplos:

a) Considerando a função f (x) = x - 2 y

 x  2 , se x  2  0  x  2
x2 
  ( x  2 )   x  2 , se x  2  0  x  2

2
x

b) Considerando a função f (x) = x - 1 + 2

Para x - 1  0  x  1, tem-se: f(x) = x - 1 + 2 = x - 1 + 2 = x + 1

Para x - 1 < 0  x < 1, tem-se: f(x) = x - 1 + 2 = - (x - 1) + 2 = -x + 3

y
y=-x+3

y=x+1

40
1 2 x

Atividade 6

1. Construa o gráfico das seguintes funções reais:

a) f (x) = 2x - 1 b) f (x) = 2 - 3x

c) f (x) = x - 3 d) f (x) = x + x

x
e) f (x) = x

Função trinômio do 2º Grau.

Definição.

Chamamos de função trinômio do 2º grau ou função quadrática a função:


F(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais, com a ≠ 0, definida para todo x real.

Representação gráfica.

41
A curva que representa a função quadrática é denominada parábola.

Zeros ou Raízes da função do 2º grau.

Os pontos onde o gráfico de f(x) = ax2 + bx + c intercepta o eixo horizontal correspondem


aos valores de x, para os quais f(x) = 0, que são as raízes da equação do 2º grau
ax2 + bx +c = 0.

Formula resolutiva da equação do 2º grau.


2
∆=b −4 ac

−b ± √ ∆
x=
2a

Vértice da parábola.

−b −∆
xv = e yv=
2a 4a

5.1

LIMITES

5.1.1 INTRODUÇÃO
O conceito de limite de uma função é a principal ferramenta que diferencia o cálculo da álgebra e
da trigonometria.

42
O próprio Newton não tinha uma idéia muito clara do conceito de limite; muitos anos mais tarde,
que Cauchy, elaborou o conceito de limite em bases mais sólidas, em termos de épsilons e deltas.
Portanto, o conceito de limite já era utilizado por Newton, muito antes de Cauchy, ter dado uma
definição mais rigorosa e precisa que atualmente conhecemos.
Neste capítulo, vamos tratar deste assunto de um modo mais intuitivo, da mesma forma com este
conceito se desenvolveu historicamente.
Intuitivamente, a idéia de limite é verificar próximo de que valor L está a função ƒ(x) quando os
valores de x estão próximos de um valor a.
Esta noção intuitiva de “próximo de” não é um conceito matemático claro e preciso. Assim, como
exemplos: “Mogi das Cruzes (diga-se, uma das mais belas cidades da Grande São Paulo), que
dista 50 quilômetros de São Paulo, está próximo de São Paulo? ; “a Lua,que dista
aproximadamente, 380.000 quilômetros da Terra, está próximo da Terra?”. As respostas dessas
perguntas dependem do que se entende por “ próximo de ”.
No cálculo e suas aplicações, em geral, estamos interessados nos valores de uma função ƒ(x)
quando os valores de x estiverem próximos de um número a, mas, não necessariamente iguais a
a.
Na vida real aparecem um grande número de exemplos em que trabalhamos com situações-
limites.
“Determinar a eficiência de um novo motor em condições ideais”; ou, “a temperatura na qual
cessam a agitação de todas as moléculas”, o chamado zero-absoluto”. Estes são exemplos de
situações na qual podemos se aproximar de um determinado valor, mas que jamais o atingiremos.

5.1.2 CONCEITO DE LIMITE


2
x −4
f (x ) =
Para introduzirmos o conceito de limite, vamos considerar a função x−2 e
suponhamos que estejamos interessado no seu comportamento quando x se aproxima de 2,
embora a função não possa assumir esse valor.
Podemos obter uma idéia desse comportamento, analisando as tabelas abaixo, para valores cada
vez mais próximo de 2, pela direita (valores maiores que 2) e pela esquerda (valores menores que
2).

Tabela de valores de x, se aproximando de 2, pela esquerda:


X 0 1 1,5 1,9 1,99 1,999 ... x2
ƒ(x) 2 3 3,5 3,9 3,99 3,999 ... ƒ(x)  4

Tabela de valores de x, se aproximando de 2, pela direita:


x 4 3 2,5 2,1 2,01 2,001 ... x2
43
ƒ(x) 6 5 4,5 4,01 4,01 4,001 ... ƒ(x)  4

Podemos observar que quando os valores de x, se aproximam de 2, pela esquerda, os valores de


ƒ(x) se aproximam de 4, e podemos descrever este fato, escrevendo:
lim f ( x ) = 4
x → 2− , chamado limite lateral a esquerda.
Analogamente, quando os valores de x, se aproximam de 2, pela direita, os de ƒ(x) também se
aproximam de 4, e escrevemos:
lim f ( x ) = 4
x → 2+ , limite lateral a direita.
Nessas condições, como os dois limites laterais são iguais, dizemos que a função admite limite para
x igual a 2, e é igual a 4, e indicamos por
2
x −4
lim f ( x ) = 4 lim =4
x →2 ou x → 2 x−2
2
x −4 ( x+2)( x−2)
f (x ) = = = x + 2 , para x ≠ 2
Observe que, a função x−2 x−2
2
x −4
f (x ) =
Logo, x−2 , pode ser escrita na forma: f (x ) = x+2 , p/ x≠ 2 .
2
x −4
f (x ) =
E portanto, o gráfico de x−2 é uma reta com um “buraco” no ponto x igual a 2,
conforme a figura abaixo.

Observe que:
lim f ( x ) = 4
f (2) não existe (a função não está definida para x = 2 ) e x →2 .
“ A função não precisa estar definida no ponto, para que exista o valor do limite nesse ponto ”.

De um modo intuitivo, podemos dizer que:

44
Se a função ƒ(x) se aproxima de um número L, quando x se aproxima de um número a , tanto
pela esquerda quanto pela direita, então o limite de ƒ(x) quando x tende para a é igual a L, e

lim f (x ) = L
denotamos por x →a .

Algumas observações importantes:


1. O limite de ƒ(x) é L quando x tende para a, significa dizer que, o valor de ƒ(x) pode ser tornar tão
próximo de L quanto quisermos, bastando escolher o valor de x, conveniente, próximo de a, e x
≠a.
2. Dizer que o limite de uma função ƒ(x) existe, e é igual a L, significa dizer que, quando x tender
para a , pela esquerda, ou tender a a, pela direita, ƒ(x) tende para L.

3. Se obtivermos valores
L1 e
L2 (
L1 ≠L2 ) quando x tender para a , pela esquerda, e x
tender para a, pela direita, respectivamente, então não existe o valor do limite da função ƒ(x)
para x igual a a.
4. O valor da função no ponto a não tem qualquer influência na existência ou não, do limite.

Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1.
f ( x) =
2
x −4
, se x ≠2
x− 2
6 , se x =2

¿
Considere a função: ¿ {¿ ¿ ¿

x 2 −4
f (x ) =
Para x≠2, temos: x−2 , cujo gráfico é uma reta que apresenta um “buraco” no ponto x
=2, como vimos no exemplo da introdução de limite.
Graficamente, temos:

45
Observe que:
lim f ( x ) ≠ f⏟
(2 )
lim f ( x ) = 4 ⏟
x→2
6
f (2) = 6 , x →2 e 4

“ A função pode estar definida no ponto, existir o valor do limite nesse ponto, e no entanto o valor do
limite não ser igual ao valor da função”.

Exemplo 2.
f ( x) =
x +1 , se x ≥1
2− x , se x <1

¿
Considere a função: ¿ {¿¿¿

Para x ≥ 1, temos: ƒ(x) = x+1; e para x < 1, temos ƒ(x) = 2 – x .


Assim, o gráfico de ƒ(x) , para todo x real, são duas semi-retas, conforme a figura abaixo.

Analisando o gráfico vemos que:


Para x se aproximando de 1, pela esquerda, ƒ(x) se aproxima de 1. Nesse caso, temos que:

lim f (x ) = 1
x → 1− .
E, para para x se aproximando de 1, pela direita, ƒ(x) se aproxima de 2, ou seja,

lim f ( x ) = 2
x → 1+ .

46
lim f ( x )
Como os limites laterais são diferentes, então não existe x→ 1 .
“ A função pode estar definida no ponto, e não existir o valor do limite nesse ponto”.

Exemplo 3.
f ( x) =
2
4−x , se x <1
2 x +1 , se x ≥1

¿
Considere a função: ¿ {¿ ¿ ¿

Para x < 1, temos: ƒ(x) = 4 – x2 , e para x ≥ 1, temos ƒ(x) = 2x + 1 .


Dessa forma, o gráfico da função ƒ(x) é formado por parte de uma parábola, para os valores de x
menores que 1, e de uma semi-reta para os valores de x ≥ 1, conforme a figura abaixo.

Observe que:
lim f ( x ) = f⏟
(1)
lim f ( x) = 3 ⏟
x→2
3
f (1) = 3 , x →1 e 3

“ A função está definida no ponto, existe o valor do limite nesse ponto, e o valor do limite no ponto é
igual ao valor da função”.

Exemplo 3.
|x|
f (x ) =
Considere a função: x
A função ƒ(x) não está definida para x = 0.
|x| x
f (x ) = = =1
Para x > 0 , | x | = x , então x x
| x | −x
f (x ) = = = −1
Para x < 0 , | x | = -x , então x x

47
f ( x) =
|x| 1 , se x > 0
f (x ) = −1 , se x < 0

Assim, a função x , pode ser definida por


¿
¿ {¿ ¿ ¿

Graficamente, temos:

“ A função não está definida no ponto, e não existe o valor do limite nesse ponto ”.

5.1.3 TEOREMA DA SUBSTITUIÇÃO

O cálculo de limites de algumas funções se baseiam no teorema a seguir:

Teorema.
Sejam a um número real e as funções funções ƒ(x) = g(x), para todo x ≠ tvfa.

lim f ( x) = lim g ( x)
Se existe o limite de ƒ(x) quando x tende para a, então x →a x→a

O teorema afirma que, se duas funções coincidem em todos os pontos, exceto , possivelmente,
num único ponto x = a, então seus limites são iguais em x igual a.

Exemplo 1.
2
x −4
lim
Calcular: x →2 x−2
2
x −4
f (x ) =
A função x−2 , está definida para todo x real, x ≠ 2.
2
x −4 ( x+2 )( x−2)
f (x ) = = = x +2 , para x ≠2
Mas, podemos escrever, x−2 x−2
Agora, consideremos a função, g( x) = x +2 , que está definida para todo x real.

Desse modo, f (x ) = x+2 , para x≠2 e g( x ) = x +2 , são funções são idênticas


para todo x real, exceto no ponto x = 2 .
48
Graficamente, as funções ƒ(x) e g(x) estão representadas abaixo:

2
x −4
lim
Na prática, para calcularmos: x →2 x−2

Primeiramente, substituímos a variável x pela tendência 2, obtendo-se:

x 2 −4 0
lim =
x →2 x−2 0 ( indeterminado )
0
O termo 0 , é um dos muitos termos que na teoria dos limites recebe o nome de
indeterminação.
A expressão Indeterminado, não significa dizer que o limite não existe. Apenas significa que não é
possível obter o seu valor, através da simples substuição da variável pelo seu valor de tendência.
O cálculo desse determinado pode ser obtido efetuando as seguintes etapas:
simplificando o fator
x−2 , pois x ≠ 2
2
x −4 ( x+2)( x−2 ) substituindo

lim lim x por 2

x →2 ⏟
x −2 x →2 ⏟ x−2
¿
lim ( x +2)overbracealignl ¿⏞ = 2 + 2 underbracealignl ¿⏟ ¿ = 4 ¿

x→2 ¿
f (x ) = fatorando o numerador = g( x )

Exemplo 2.
2
x +x − 6
lim
Calcular: x → −3 x 2 −9

2 2
x +x − 6 (−3) +(−3) − 6 0
lim 2
=
x → −3 x 2 −9 = (−3) −9 0 (indeterminado)

2
x +x − 6 (x+3 )( x−2) x−2 −3−2 −5 5
lim lim lim
x → −3 x 2 −9 = x → −3 (x+3 )( x−3 ) = x → −3 x−3 = −3−3 = −6 = 6

49
5.1.4 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Calcule os limites:
2
x −9
lim
1. x → −3 x+3
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:
2
x −9 0
lim =
x → −3 x+3 0 ( indeterminado )
1º modo.
Fatorando o numerador, que é uma diferença de dois quadrados.
2
x −9 ( x−3 )( x+3)
lim = lim = lim ( x−3 ) = −3 − 3 = −6
x → −3 x+3 x → −3 x +3 x → −3
2º modo.
Como x= -3 é raiz do polinômio numerador, então êsse polinômio é divisível por

⏟ ) = x+3
x−(−3
raiz . Efetuando a divisão do polinomio por x + 3, através do dispositivo de
Briot-Ruffini, temos:
| 1 0 −9
_________________________________
−3 | ⏟
1 −3 0
x −3
2
x −9 ( x−3 )( x+3)
lim = lim = lim ( x−3 ) = −3 − 3 = −6
x → −3 x+3 x → −3 x +3 x → −3

x 3 + x 2 −3 x −6
lim
2. x →2 x 2 + x−6
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:
3 2
x + x −3x −6 0
lim 2
=
x →2 x + x−6 0 (indeterminado)
Como x= 2 é raiz do polinômio numerador e também do denominador, então ambos os
50
x− 2⏟
polinômios são divisíveis por raiz . Efetuando essas divisões através dispositivo de
Briot-Ruffini, temos:
| 1 1 −3 −6 | 1 1 −6
_________________________________ _________________________________
2 | 1⏟
3 3 0 2 | 1⏟3 0
x2 + 3 x + 3 x +3
2
x 3 + x 2 −3 x −6 ( x−2)( x +3 x +3 )
lim 2
= lim =
x →2 x + x−6 x→2 (x −2) ( x +3 )
2 2
x +3 x +3 2 +3 .2 +3 13
= lim = =
x→2 x+3 2+3 5

x 4− 1
lim
3. x → 1 x− 1

Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:
4
x −1 0
lim =
x → 1 x− 1 0 (indeterminado)
1º modo.
Fatorando o numerador, que é uma diferença de dois quadrados.
2 2 2
x 4− 1 ( x − 1 )(x +1) ( x− 1 )(x+1 )(x +1)
lim = lim = lim =
x → 1 x− 1 x →1 x− 1 x→1 x− 1
2
= lim [ ( x +1)( x +1 ) ] = 4
x→1

2ºmodo.
x− 1⏟
Como x= 1 é raiz do polinômio numerador, então êsse polinômio é divisível por raiz .
Efetuando essa divisão, através dispositivo de Briot-Ruffini, temos:
| 1 0 0 0 −1
_________________________________
1| ⏟
1 1 1 1 0
x 3 + x2 + x + 1
3 2
x 4− 1 (x− 1 )( x +x +x+1)
lim = lim = lim ( x 3 +x 2 +x+1) = 4
x → 1 x− 1 x →1 x− 1 x→1

51
( x +h )4 − x 4
lim
5. h→ 0 h
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:

( x +h )4 − x 4 x 4 −x 4 0
lim = =
h→ 0 h 0 0 (indeterminado)
Devemos fator a diferença de dois quadrados que aparece no numerador da função racional.
4 4 2 2 2 2
( x +h ) − x [( x+h ) − x ] [( x +h ) + x ]
lim = lim =
h→ 0 h h→ 0 h
2 2 2 2 2
( x + 2 xh +h − x ) [( x+h) + x ]
= lim =
h→ 0 h

( 2 xh +h2 ) [ ( x +h )2 + x2 ]
lim =
h→ 0 h
h ( 2 x +h ) [( x +h )2 + x2 ] 2 2
= lim = lim ( 2 x +h ) [( x +h ) + x ] =
h→ 0 h h→ 0
2 2 2 3
= ( 2 x +0 ) [( x+0 ) + x ] = 2x . 2x = 4 x

x 3 + 9 x 2 +24 x +20
lim
6. x → −2 x3 +2 x 2− 4 x−8
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:

x 3 + 9 x 2 +24 x +20 0
lim 3 2
=
x → −2 x +2 x − 4 x−8 0 (indeterminado)
Como x= -2 é raiz do polinômio numerador e também do denominador, então ambos os


x− (−2) =x+2
polinômios são divisíveis por raiz . Efetuando essas divisões, através
dispositivo de Briot-Ruffini, temos:
| 1 9 24 20 | 1 2 −4 −8
_________________________________ _________________________________
−2 | ⏟
1 7 10 0 −2 | 1⏟
0 −4 0
x 2 + 7 x + 10 x2 − 4
Assim,

52
2
x 3 + 9 x 2 +24 x +20 ( x +7 x +10 ) ( x+2) x 2 +7 x +10
lim 3 2
= lim = lim =
x → −2 x +2 x − 4 x−8 x → −2 ( x 2− 4 ) ( x +2 ) x → −2 x2− 4

Efetuando a substituição por x =− 2 , temos:


2
x +7 x +10 0
lim =
x → −2 x2 − 4 0 (indeterminado)
Logo, x = -2 ainda é raiz do polinômio numerador e do denominador. Efetuando, novamente,

a divisão do numerador e do denominador por x+2 , temos:

| 1 7 10 | 1 0 −4
_________________________________ _________________________________
−2 | 1⏟5 0 −2 | 1⏟
−2 0
x+5 x−2
Assim,

x 2+7 x +10 ( x +5 ) ( x+2) x +5 3


lim 2
= lim = lim =−
x → −2 x −4 x → −2 ( x− 2) ( x+2) x → −2 x− 2 4

lim
√x −2
7. x→ 4 x− 4
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:

lim √x −2 = 0
x→ 4 x− 4 0 (indeterminado)
Quando temos o limite de função irracional, devemos racionalizar a função, ou seja, nesse

caso multiplicarmos ambos os termos da fração por √x + 2 . Desse modo, temos:

√ x −2 ( √ x − 2) ( √ x + 2) ( √ x )2 − 22
lim = lim = lim =
x→ 4 x − 4 x→ 4 ( x − 4) ( √ x + 2) x→ 4 ( x − 4) ( √ x + 2)

x−4 1 1
= lim = lim =
x→ 4 ( x − 4 ) ( √ x + 2) x→ 4 √x +2 4

x
lim
8.
x→ 0 √ x 2+ x +5 − √ x 2+5
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:
53
x 0
lim =
x→ 0 √ x 2+ x +5 − √ x 2+5 0 (indeterminado)
Racionalizando a função irracional, isto é, multiplicando-se ambos os termos da fração por

( √ x2 + x +5 + √ x 2+5 ) , temos:

x x ( √ x2 + x +5 + √ x 2 +5 )
lim = lim =
x→ 0 √ x 2+ x +5 − √ x 2+5 x→ 0 ( √ x 2+ x +5 − √ x 2+5 ) ( √ x2 + x +5 + √ x 2+5 )
x ( √ x 2 + x +5 + √ x 2 +5 ) x ( √ x 2 + x +5 + √ x2 +5 )
= lim = lim =
x → 0 ( √ x 2 + x +5 )2 − ( √ x 2 +5 )2 x→ 0 ( x 2 + x +5 ) − ( x 2 +5)
x ( √ x 2+ x +5 + √ x 2 +5 ) x ( √ x2 + x +5 + √ x 2 +5 )
= lim = lim =
x→ 0 x 2 + x +5 − x2 −5 x→ 0 x
= lim ( √ x2 + x +5 + √ x 2 +5 ) = √ 5 + √ 5 = 2 √ 5
x→ 0

3 3
lim
√ x − √2
9. x→ 2 x− 2
Solução:
Efetuando a substituição direta, temos:
3 3
lim
√ x − √2 0
=
x→ 2 x− 2 0 (indeterminado)
Neste caso, podemos efetuar a substituição:
3 3
√ x = t ⇒ x = t3 e √ 2 = a ⇒ 2 = a3
3
E para x→2 ⇒ t → √2 = a
Assim, temos:
3 3
lim
√ x − √2 t−a
= lim 3
x→ 2 x−2 3
t→a t −a
t−a 0
lim =
Efetuando a substituição direta, temos: t→a
3
t −a3 0 (indeterminado), o que já era
esperado, pois só efetuamos uma mudança de variável.

Logo, x = a é raiz do polinômio denominador, então ele é divisível por x − a , e efetuando


54
essa divisão por Briot-Ruffini, temos:

| 1 0 0 −a 3
_________________________________
2
a | 1⏟
a a 0
x2 +ax + a2
Assim,
t−a t−a 1 1 1
lim 3 3
= lim 2 2
= lim 2 2
= 2 2
= 2
t→ a t −a t→ a (t + at + a )(t−a ) t→ a t + at + a a + a.a + a 3a

f (x ) =
3 x2 − 1 , se x > 1
4 − 2x , se x ≤ 1
lim f ( x ) ¿
10. Calcule x→ 1 , se existir, onde ¿ {¿ ¿ ¿

Solução:
Devemos calcular os limites laterais para x  1.
lim f ( x ) = lim (4 − 2 x ) = 2
x → 1− x→ 1

( limite lateral à esquerda de 1)
2
lim f ( x ) = lim (3 x −1 ) = 2
+ −
x→ 1 x→ 1 ( limite lateral à direita de 1)
lim f ( x ) = lim f ( x ) = 2
Como, x → 1− x→ 1
+
.
lim f ( x) = 2
Portanto, x→ 1

g( x ) =
3
5 + x , se x < −2
2
| 1 − x | , se x > −2
lim g (x ) ¿
11. Calcule x → −2 , se existir, onde ¿ {¿ ¿ ¿

Solução:
Devemos calcular os limites laterais para x  -2.

lim g ( x ) = lim (5 + x3 ) = 5 + (−2)3 = 5 − 8 = −3


x → −2− x→ −2

( limite lateral à esquerda de -2)
2 2
lim g( x) = lim |1 − x | = |1 − (−2 ) | = | 1 − 4| = |−3| = 3
x → −2+ x→ −2

( limite lateral à direita de -2 )
lim g( x ) ≠ lim g ( x )
Como, x → −2− x→ 2
+

lim g (x ) = 2
Logo, não existe, x → −2

55
f ( x) =
2
(1 + x ) −1
, se x ≠ 0
x
0 , se x = 0
lim f ( x ) ¿
12. Calcule x→ 0 , se existir, onde ¿ {¿ ¿ ¿

Solução:
lim f ( x )
No cálculo de x→ 0 estamos interessado no comportamento da função ƒ(x) , para
valores de x próximos de 0, mas diferente de 0. Neste caso, nas proximidades de 0, tanto a

2
(1+x ) −1
f (x ) =
direita quanto a esquerda, a função é dada por x .

(1+x)2 −1
lim f ( x ) = lim
Logo, x→ 0 x→ 0 x
Efetuando a substituição direta, temos:

(1+ x )2−1 0
lim =
x→ 0 x 0 ( indeterminado )

Neste caso, desenvolvendo o produto notável: (1+x)2 , temos:

1+2 x + x 2−1 2x + x 2 x (2+ x)


lim = lim = lim = lim (2+ x ) = 2
x→ 0 x x→ 0 x x→ 0 x x→ 0

lim f ( x ) = 2
Portanto, x→ 0

5.1.5 EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Nos exercícios de 1 a 30, calcule os limites:


3
x 2 +x −5 x +2
lim lim
1. x →1 4 x 3−5 x 2 + x −8 2. x → 2 2 x −3
5 3
x −32 27 − x
lim lim
3. x → 2 x−2 4. x → 3 3−x
3 5
x−x x+1
lim lim
5. x →0 x 2 +x 6. x → −1 x+1

x 2−2x +1 x 3 − 4 x 2 +7 x − 4
lim 3 lim
7. x → 1 x −3 x +2 8. x →1 x 3 +5 x− 6

56
x 3 − 3 x +2 x 2 −2 x +1
lim 3 2 lim 3
9. x → 1 x +x − 5 x + 3 10. x → 1 x −3 x +2

x 2 +3 x +2 x 2 −5 x +6
lim 2 lim 2
11. x → −1 x +5 x+ 4 12. x → 3 x −8 x+ 15

2 4 3 2
x −3 x +2 x +5 x +9 x +7 x +2
lim lim
13. x → 2 −x +2 14. x → −1 x 2− 2 x − 3
x 3 − 6 x 2 +11x −6 x 3− 3 x −2
lim 3 2
lim 3 2
15. x → 2 x −9 x +26 x − 24 16. x → 1 x −5 x +7 x − 3

2
x +x −6 x−9
lim lim
17. x → −3 x +3 18. x→ 9 √x − 3
x−1 √ x − √2
lim lim
19. x→ 1 √x − 1 20. x→ 2 x−2
x √ x+h − √ x
lim lim
21. x→ 0 √b+ x − √ b 22. h→ 0 h

lim √
3 x+2 − √ x+2
lim √ b 2−4 ac −b
23. x→ 0 x 24. a→ 0 2a
1 − √ 3−x √ x + Δx − √ x
lim lim
25. x→ 2 x 2 −4 26. Δx→ 0 Δx
3 3 3
lim
√x − 2 lim
√ x − √5
27. x→ 8 x−8 28. x→ 5 x−5
5 5 3
lim
√ x − √3 lim
√t − 1
29. x→ 3 x−3 30. t→ 1 t −1

Nos exercícios de 31 a 34, calcule (se existir) os limites:


f ( x) =
x+ 1 , se x ≤ 1
−3 x + 5 , se x > 1
lim f ( x ) ¿
31. x→ 1 , sendo ¿ { ¿¿¿

f ( x) =
2
x −2 x + 1 , se x < −1
6 − 2 x2 , se x > −1
lim f ( x ) ¿
32. x→− 1 , sendo ¿{¿¿¿

57
f ( x) =
1 − 2 x2 , se x > 0
3
x + 2 , se x < 0
lim f ( x ) ¿
33. x→ 0 , sendo ¿ {¿ ¿ ¿

f (x) =
2
4− x
, se x ≠ −2
x +2
1 , se x = 2
lim f ( x ) ¿
34. x→−2 , sendo ¿{¿¿¿

Nos exercícios de 35 a 52, calcule (se existir) os limites:


1 2
3
lim (2 x +5 x − 7 )
2 lim ( 3 − + )
35. x → +∞ 36. x → +∞ x x2
5 3 3
3 x − 2 x +4 −4 x + 5
lim lim
37. x →− ∞ −x 3 +3 38. x →− ∞ 2 x 3+1
t +2 t+2
lim lim
39. t→+∞ t3 + 1 40. t→− ∞ t 3+ 1
2 2
x −1 x − 2 x +1
lim lim
41. x →+ ∞ x−2 42. x → +∞ 3 x 2 +5 x−2

3 t 5− t 2 +5 7 x 2 − 2x +4
lim 2
lim
43. t → − ∞ 1 − t− t 44. x →+ ∞ 2 x2 −1

lim
5 x 3− x 2 +x − 2
lim √ x2 +1
45. x →− ∞ 3x 4 −x3 +x−1 46. x →+ ∞ x+1

√ 2 x2 −7
47.
lim
x →− ∞ x+3 48.
lim
x →− ∞ √
3 8 x5 −4 x 3
x 5 +3
3 −y 5
lim lim
49.
y →+∞ √ 4 y +5
2
50. x →2 ( x−2)2
3
1−x −x + x − 2
lim lim
51. x→ −1 x+1 52. x→ 1 x−1

Nos exercícios de 53 a 56, calcule (se existir) os limites laterais:


3 −1
lim lim
53. x →2+
2
x −4 54. x →−3+ x+ 3

5 1
lim lim
55. x →1− 1−x 56. x →3− ( x−3)2

58
lim f ( x )
57. Sendo x 2+ 1 ≤ f ( x ) ≤ 1 −x 2 , calcule: x→ 0

5.2 CONTINUIDADE

5.2.1 INTRODUÇÃO

Em matemática, a expressão “contínuo” é utilizada com o mesmo significado da linguagem


cotidiana, como, “em que não há interrupção”.
Os fenômenos contínuos desempenham um papel importante em nossas vidas.
O tempo é “contínuo” não salta de minuto a minuto, por exemplo, de 12 horas para 12 horas e 1
minuto ou para 12 horas e 1 segundo, deixando lapsos de tempo de 1 minuto e 1 segundo,
respectivamente.
Assim, quando deixamos um objeto cair do alto de uma torre de 50 metros, seu movimento é
contínuo. O objeto passa por todas as altitudes entre 50 metros e 0 metros antes de atingir o solo.
Ao aumento do volume de água num reservatório, enquanto está sendo enchido é também
contínuo.
Intuitivamente, dizer que uma função é contínua em x=c, significa que não há interrupção do
gráfico em c, ou seja, não há “buracos”, “saltos” ou “lacunas” no gráfico da função em c.
59
Informalmente, função contínua é aquela cujo gráfico pode ser traçado sem “levantarmos” o lápis
do papel.
Apesar da simplicidade deste conceito, sua definição precisa escapou aos matemáticos durante
muitos anos. Somente, em princípios do século XIX é que se formulou finalmente uma definição
precisa.

5.2.2 DEFINIÇÃO
Uma função ƒ é contínua em um número c, se satisfaz as seguintes condições:
a) ƒ (c) existe

lim f (x)
b) x→c existe

lim f ( x ) = f (c )
c) x→c

Se uma ou mais dessas condições não se verificar, dizemos que ƒ é descontínua, ou tem uma
descontinuidade em c.
Ao utilizarmos esta definição para mostrar que uma função ƒ é contínua em c, basta verificarmos a

lim f ( x ) = f (c )
condição (c) , por que se x→c , então ƒ(c) deve estar definida e também

lim f (x)
x→c deve existir, ou seja as duas primeiras condições estão satisfeitas
automaticamente.

Exemplo 1.
f ( x) =
x 2 −1
, se x ≠ 1
x −1
2 , se x = 1

¿
Verificar se a função ¿ {¿ ¿ ¿ , é contínua em x = 1 .
Solução:

a) f (1) = 2
x 2 −1
lim f (x) = lim x−1 = lim ( x+1 )( x−1)
x−1 = lim ( x+1) = 2
b) x→1 x→1 x→1 x→1

lim f ( x ) = f (1 ) = 2
c) x→1

Portanto, a função f é contínua em x = 1 .


60
Exemplo 2.
f ( x) =
5− 2 x , se x < 2
x+1 , se x ≥ 2

¿
Verificar se a função ¿ { ¿¿¿ , é contínua em x = 2 .
Solução:

a) f (2) = 2+1 = 3

lim f (x) = lim ( 5−2 x ) = 5− 2 .2 = 1


b) x → 2− x → 2−

lim f (x) = lim ( x+ 1) = 2+1 = 3


x → 2+ x → 2+

lim f (x)
Logo, não existe x→2

Portanto, a função f é descontínua em x = 2 .

Exemplo 3.
f ( x) =
x 2 +1 , se x ≤ −1
0 , se x = −1
1− x , se x > −1

¿
Verificar se a função ¿ {¿ {¿ ¿ ¿ , é contínua em x = -1 .
Solução:

a) f (−1) = 0

lim −
f (x) = lim −
( x 2 +1) = (−1)2 +1 = 2
b) x → −1 x → −1

lim f (x) = lim (1−x ) = 1−(−1 ) = 2


x → −1+ x → −1 +

lim f (x) = 2
Logo, x → −1

lim f ( x ) ≠ f⏟
(−1)

x → −1 0
Como, 2 , então é descontínua em x = -1

Exemplo 4.

61
2
x −x+1
f (x ) =
Verificar se a função x+2 , é contínua em x = -2 .
a) A função não está definida em x = -2, pois este valor anula o denominador.
Logo, a condição a primeira condição da definição de continuidade não se verifica, isto é,

não existe f (−2) .


E portanto, a função é descontinua em x = - 2.

Respostas.
3
1. 8 2. 10 3. 80 4. 27 5. -1
1
6. 5 7. 0 8. ¼ 9. ¾ 10. 0 11. 3

1 1 3
− − −
12. 2 13. -1 14. 0 15. 2 16. 2 17.

62
1
−5 18. 6 19. 2 20. 2 √2 21. 2 √b 22.

1 √2 −c 1
2√x 23. 2 24. b 25. 8 26. 2√x 27.

1 1 1 1
3 5
12 28. 3 √25 29. 5 √ 81 30. 3
31. 2 32. 4

não existe lim f ( x ) pois lim f ( x )=2 e lim f ( x )=1


33. x →0 x →0− x →0
+

34. 4 35. +∞ 36. 3 37. −∞ 38. -2 39. 0

1 7
40. 0 41. +∞ 42. 3 43. +∞ 44. 2

1

45. 0 46. +∞ 47. √2 48. 2 49. 2 50.
+∞
não existe lim f ( x ) pois lim f ( x )=−∞ e lim f ( x )=+∞
51. x →−1 x →−1− x→−1
+

não existe lim f ( x ) pois lim f ( x )=+∞ e lim f ( x )=−∞


52. x →1 x →1− x→ 1
+

53. +∞ 54. −∞ 55. +∞ 56. +∞ 57. 1

63

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