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Formas secundarias
- Demonstração regressiva: partir da conclusão e chegar ao principio; para procurara a
demonstração dum teorema o para resolver problemas (método do álgebra: tratar as
quantidades desconhecidas como se fossem conhecidas)
- Demonstração apagogica (pelo absurdo): regressiva indireta: Riemann
Handout 6- A matéria: física e química
- as partículas elementares: átomos, elétrons, nêutrons, prótons, bóson de Higgs, pion (Lattes)
- Biologia? Lamarck, 1802: estudo de tudo o que é comum aos vegetais e animais. Um
domínio do saber só se torna plenamente uma ciência quando o objeto dela é claramente
definido: métodos adaptados a investigação desse objeto. Duas exigências não satisfeitas.
- O mistério da vida não é fácil de entender o explicar (ate hoje). Formas mas poéticas (o
metafísicas, o religiosas) que cientificas. Foucault: ate o século 18, a vida não existia como
objeto de pesquisa cientifica: só existiam seres vivos, que se tratava de observar, descrever,
classificar. A vida era apenas uma palavra par designar a diferença entre o inerte e o animado.
- Duas capacidades fundamentais do ser vivo: relação constante com o ambiente exterior
graças ao qual se alimenta e se desenvolve; capacidade de se reproduzir entre eles. Condições
necessárias da existência/permanência da vida. Auto-construção, auto-conservação, auto-
regulação, auto-reparação; vida: “o conjunto de funções que resistem a morte” (Bichat, 1800).
Tbm, o mecanismo deixa do lado (sem resolve-la) a questão de saber quem construiu a
maquina e como o motor dela foi instalado (se imaginar que foi Deus, seria
equivalente a reintroduzir o finalismo no inicio do mecanismo). Cf. Voltaire
“L’univers m’embarrasse, et je ne puis songer / Que cette horloge existe, et n’ait point
d’horloger”.
O vitalismo: é uma herança dos médicos hipocráticos da Antiguidade. Idéia de uma
ação de uma sorte de “força vital” que explica a irredutível especificidade de todo ser
vivo. Os efeitos do vitalismo sobre a constituição de uma biologia cientifica são
ambíguos: descobertas sobre o funcionamento e o papel do cérebro (Broca),
observações importantes sobre a reprodução do mundo animal. Mas a interpretação
dos resultados é freqüentemente mais metafísica do que cientifica: ao insistir sobre a
especificidade do vivo, a gente acaba fazendo dele um ser que nao tem mais nada ver
com o ambiente no qual vive.
Azar e necessidade: ninguém contesta mais a realidade da evolução das espécies vivas;
porém, alguns problemas permanecem: qual é o motor essencial dessa evolução e será que ela
tem uma significação?
1) Sobre o primeiro ponto, a questão é de saber se as mutações genéticas bruscas são
suficiente para explicar os cambio irreversíveis: teria uma pressão da seleção que
implicaria uma subordinação da sobrevivência de uma espécie a continuação da
evolução dela.
2) A velha questão do finalismo ainda não é resolvida.
- E só de maneira aparente que o ser humano pode se abstrair da vida, pretender constituir
uma ciência (a posição dele não é neutra). Mesmo problema das relações com o ambiente nas
ciências do homem e da sociedade. Se complexifica: presença das significações (o simbólico)
e das normas (valores, ideologias, etc.). O homem se pode considerar ele mesmo como objeto
da ciência? Objetividade? Espinosa: nem rir, nem chorar, mas compreender.
- Um objeto particular implica um método especial: as ciências da sociedade não podem
proceder da mesma maneira que as outras. A compreensão se substitui a explicação (Dilthey)?
Não é exato: tem uma combinação de compreensão e de explicação (Weber).
- Matematização (formalização) não convincente? Falta de rigor suficiente: prénoções da
linguagem, a significação real das ações não é a significação vivida que os homens atribuem
aos comportamentos deles. E.g. Durkheim: as causas do suicídio são inconscientes, mas
socialmente eficientes. Disciplinas que implicam uma parte de interpretação; risco de
ideologia (passagem da descrição a prescrição, dos fatos para as normas). Formalização
possível (historia quantitativa, demografia, etc.), mas precisa tbm guiar as questões pela
formulação de problemas (a inteligência).
- Sociologia: mecanismos e as determinações múltiplas dos comportamentos dos homens em
sociedade. Um grupo humano não é justaposição de indivíduos; a existência e a persistência
dele são mais o produto de interações complexas. Durkheim, Regras do método sociológico
(1885): a sociologia se da objetos próprios. Exemplos:
a relação entre a predominância do protestantismo e o desenvolvimento do capitalismo
moderno (Weber);
aparição progressiva do pudor (na Europa) e a relação com a sociedade de Corte
(Norbert Elias)
relação entre a cordialidade brasileira e o jeito campesino de enfrentar as novas
situações da vida (Sergio Buarque).
Resposta a nossa questão: o que faz a unidade da ciência? Não é uma unidade de objeto
nem de método, mas de intenção: conhecer a realidade de maneira objetiva, em função de
perecedoras que sejam ao mesmo tempo rigorosas e publicamente verificáveis (dai o papel da
demonstração e da prova). Cf. infra Unidade 4: as normas do saber.