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Marquês de Pombal
Tinha por objetivo promover um choque de gestão, mediante uma centralização da
administração das leis, ou seja, centralizar e fortalecer o poder da coroa. Para isso,
achou necessária a mudança nas Fontes do Direito.
Fontes do Direito
A revolução pombalina pretendia aumentar a importância das leis da coroa,
mediante a diminuição da importância e da influencia das demais fontes do direito.
Mudanças na Fonte do Direito
- IusProprium
Estilos: Foram totalmente extintos, deixam de ser uma fonte.
Costumes: Sua utilização passa a exigir 100 anos de uso, além da existência
da compatibilidade com a lei da boa razão.
Lei: Se tornou a fonte mais importante.
- IusCommune
Direito Romano: Boa Razão passa a ser o critério para a utilização de uma
opinião, causando controvérsias pois existiam muitas interpretações,
gerando divergências entre a aplicação.
Direito Canônico: Não houve alterações.
Doutrina: Bértolo e Acúrsio perdem sua influência.
Reforma da Educação (1772)
Surgiu para preparar os novos bacharéis para o novo Direito com base na Boa
Razão.
- Expulsa os jesuítas do controle.
- Modelo de aula de forma expositiva (como é até hoje).
- Passou a contemplar o direito português, em detrimento do Direito
Romano.
- Proibição de postilas (anotações de alunos antigos).
- Livros chamados de manuais ou compêndios, que sistematizavam o
conteúdo.
- Livros andavam sempre com os alunos.
- Criação das disciplinas História do Direito e Direito Natural.
- O custo para ingressar permanecia caro.
Período Joanino
Antes deste período não existia uma diferença substancial entre Brasil e Portugal.
O Brasil enquanto território, não existia formalmente, fazia parte de Portugal e
seus habitantes eram considerados portugueses. Inclusive, o Direito aplicado no
Brasil era o mesmo aplicado em Portugal.
Mas existia no território brasileiro, o Pacto Colonial que era um corpo de regras
que dizia respeito as relações comerciais entre a metrópole e a colônia.
Limitações às Liberdades Territóriais:
Regras jurídicas que estabeleciam limitações a liberdade; não era decorrente da
nacionalidade e sim de onde se estava residindo.
Dividiam-se
Comercial: Proibição de livre comércio com outros países, que não a
metrópole. Toda a produção econômica da colônia deveria ser
comercializada em regime de monopólio com a metrópole, ou seja, há
regime de monopólio de ambos os lados. Essas limitações comerciais
poderiam ser suspensas em algumas ocasiões por autoridades de alta
patente (capitão donatário ou governador-geral).
Industrial (Econômica): proibição de qualquer tipo de riqueza que não fosse
extrativista (animal, vegetal ou mineral).
Intelectual: Proibiam a instituição de universidades no Brasil e em Portugal
só existia a universidade de Coimbra, com o objetivo de controlar quem iria
acessar os cargos públicos da Coroa. Proibição da livre circulação de livros
no Brasil devido a preocupação com idéias revolucionárias. E também não
era permitida a impressão de documentos.
A princípio, o Brasil nunca foi idealizado como um local de civilização, foi apenas
colonizado com o objetivo de se tornar uma “empresas” para Portugal. No entanto,
com as questões políticas da época, a Coroa foi obrigada a se mudar para colônia.
Chegada da Família Real
O cenário se altera totalmente, o Brasil deixa de ser colônia e se tornando a nova
sede do governo português, ganhando melhorias na cidade.
Mudanças:
- As Limitações as Liberdades Territoriais foram extintas
- Criação de ensino superior
- Permissão de livre publicação, mas submetido à censura local
- Criação da Imprensa Régia
- Abertura dos portos as nações amigas
- Estimulo a produção de algumas fábricas
- Construção de bibliotecas, jardins, monumentos, teatros...
Conseqüências das mudanças:
- Construção de um conjunto de normas modernizadoras para transformar
esse novo país que surgiu
- Novas regras comerciais e empresariais
- Avançar em questões Diplomáticas
- Atualizar leis antigas
- Pensar em um modelo novo de posse de terras e de Justiça
Constituição de 1824
Seu objetivo era reafirmar um novo estado brasileiro, dessa vez, mais moderno, de
forma democrática, através de uma Constituição outorgada.
Art. 1.
Considerava juridicamente a independência do Brasil, elemento
tranquilizante para o povo, visto que afirmava que os brasileiros não
admitiram nenhuma união com outra federação.
Art. 3.
Indicação da formula de governo: Monárquico, Hereditário,
Constitucional e Representativo.
Art. 5.
Religião oficial: Católica Apostólica Romana
Contudo outras religiões eram permitidas em culto domestico ou casas
discretas, de forma limitada. Além da proibição de assumir cargos
públicos para os praticantes de outras religiões.
Art. 6.
Criação da nacionalidade; cidadania brasileira foi firmada.
Critérios para ser considerado cidadão: sanguíneo e territorial.
Escravos não eram considerados cidadãos.
Resumo:
- Nascidos livres no Brasil, desde que os pais não fossem
estrangeiros a serviço aqui.
- Filhos de brasileiros nascidos no exterior, desde que os pais
tivessem a serviço lá.
- Filhos de brasileiros nascidos no exterior, desde que
estabelecessem residência no Brasil.
- Nascidos em Portugal ou Possessões, que residiam no Brasil à
época da independência e que tenham aderido expressamente
ou tacitamente pela continuação da residência no Brasil.
Art. 10.
Firmação dos poderes políticos (moderador e assembleia geral).
Art. 15.
Atribuição da Assembleia Geral: fazer leis e interpreta-las, suspende-las
e revoga-las.
O poder de legislar agora é exercido pelo povo e não mais pelos
soberanos.
Art. 35.
Funcionamento da Câmara dos Deputados:
Forma eletiva e temporária
Mandado fixo de 4 anos, havendo constante renovação, ocasionando
certa instabilidade
Em contrapartida, o senado – Art. 40. – era uma instituição mais estável
e consequentemente mais lenta em suas decisões com mandato
vitalício.
Art. 45.
Para ser senador:
Brasileiro
Mais de 40 anos
Formado em Direito (pessoa do saber)
Renda anual de 800 mil réis ou mais
Ser católico.
Art. 90.
Eleições indiretas para Deputados e Senadores
Eleições Primárias = Assembléia Paroquial: escolheriam os
eleitores de província (cidadãos brasileiros e estrangeiros
naturalizados)
Eleitores de Província: escolheriam os representantes da nação
Art. 91.
Quem pode votar nas Eleições Primárias:
Brasileiros
Estrangeiros Naturalizados
Art. 92.
Excluídos de votar nas Eleições Primárias:
Maiores de 25 anos [menos: casados, oficiais militares maiores de 21
anos, bacharéis formados e envolvidos com a igreja]
Filhos família (mulheres em geral e filhos dependentes do pater-
familia.) [menos: servidores públicos]
Criados de servir [menos: bibliotecários, primeiros caixeiros da casa
imperial que não forem de galão branco e administradores de fazendas
e fábricas]
Religiosos (padres, sacerdotes...)
Quem não tiver renda liquida anual de 100 mil réis
Art. 94.
Quem pode ser eleitor de província (vote para escolher dep e sen):
Renda anual de 200 mil reis ou mais
Não pode ser liberto
Não pode ser criminoso
Art. 95.
Para ser Deputado:
Renda liquida de 400 mil reis
Não pode ser naturalizado
Ser católico
Art. 98.
O poder Moderador é a chave de toda organização política.
Manutenção da independência do país e harmonização dos demais
poderes.
Art. 99.
O rei é uma pessoa inviolável e sagrada.
Art. 101
O poder Moderador pode intervir nos outros poderes
Exemplo:
Intervenções no poder Legislativo –
Para um senador ser nomeado era necessário alem de ser
votado, o imperador nomear.
Convocação da Assembleia Geral de forma extraordinária.
Aprovar resoluções dos conselhos provinciais.
Dissolver a Câmara.
Intervenções no poder Executivo –
Nomear e demitir ministros de estado (parlamentarismo às
avessas).
Intervenções no poder Judiciário –
Suspender Magistrados.
Perdoar/moderar as penas impostas.
Conceder anistia.
Art. 102.
O Imperador é o chefe do poder Executivo. Era hereditário,ou seja, não
dava para eleger.
Atribuições do Imperador:
Nomear bispos.
Prover o beneplácito (condição de aprovar leis pela questão da
igreja.
Nomear Magistrados.
Nomear os juízes, porém não podia retira-los.
Art. 151.
Traz a expressão do poder Judiciário independente, composto por
juízes e jurados e a presença do júri, que é uma instituição que foi
criada com o objetivo de democratizar e atender os rigorosos critérios
sociais. As decisões dos juízes não poderiam ser revistas por nenhum
outro poder.
Tinha decisões autônomas, mas com duas exceções: quando o
imperador concedia perdão e anistia.
Art. 152.
Os jurados pronunciam sobre o fato e os juízes aplicam a lei.
Art. 158.
Trata das Relações, que são usadas para julgar as causas de segunda ou
ultima instancia para decidir
Art. 163.
Principal órgão do poder Judiciário era o Supremo Tribunal de Justiça,
um tribunal de cassação, situado hierarquicamente acima das relações,
com função de garantir que as decisões das relações não fossem
equivocadas, examinar se a decisão recorrida foi proferida conforme a
lei.
Recurso de revista: imposto contra as decisões da relação. Se houvesse
a cassação, o processo seria encaminhado para outra relação.
Hipóteses para realização de cassação -
Injustiça notória: erro na aplicação do direito material.
Nulidade manifesta: erro na aplicação do direito processual.