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1.

A Dislexia
De uma perspetiva neuropsicológica, a teoria fonológica é a mais convincente,
apesar de ser claro que os problemas fonológicos interagem com os outros fatores
cognitivos de risco. De uma perspetiva neurobiológica, a dislexia é caracterizada pela
disfunção na rede da linguagem do hemisfério esquerdo e implica também um
desenvolvimento anormal da matéria branca.
As comorbidades são significativas clinicamente pois a dislexia apenas é
diagnosticada após a criança ser exposta à instrução formal, mas PHDA, Perturbação da
Linguagem e Perturbação do Som da Fala são prováveis de aparecer mais cedo e indicar
um risco para futuros problemas de leitura.
Os erros ortográficos não ocorrem ao acaso, antes refletem a estratégia usada, o nível de
desenvolvimento e o tipo de dificuldades na escrita. Por isso, os erros de escrita são
preciosas fontes de informação quanto à natureza e desenvolvimento das representações
ortográficas, aquelas que caracterizam a escrita hábil e convencional. (Vale, Sucena, &
Viana, 2011).
 Erro alfabético: falha de conhecimento alfabético – a escrita contém
grafemas, ou faltam grafemas, que impedem a representação correta da
estrutura fonológica da palavra ou pseudopalavra.
 Erro ortográfico: falha de conhecimento ortográfico – a escrita
corresponde a uma análise/conversão correta da cadeia fonológica da
palavra, mas traduz a aplicação estrita, mas incorreta, de
correspondências fonema-grafema, não se observando o uso de
características ortográficas específicas ou de regras contextuais
necessárias.
 Erros complexos: quando ocorre mais do que um erro numa
palavra/pseudopalavra.
2.Como ajudar? (Rodrigues, 2016)
1. Modificar os trabalhos e as pesquisas segundo o que o aluno precisa - melhorar
as instruções escritas destacando para o aluno as partes mais importantes;
2. Bloquear estímulos externos, para que o aluno não se distraia;
3. Promover atividades praticas adicionais;
4. Possibilidade em utilizar dispositivos de gravação;
5. Manter rotinas diárias (horários);
6. Revisões diárias da matéria lecionada.
3.Curiosidades: (Nico & Simi, 2016)
Estudos mostram que 40% de pessoas com dislexia alcançam o sucesso profissional:
 Muitos enfrentaram diversas dificuldades durante a infância e conseguiram
superá-las através da resolução de problemas e habilidades empreendedoras.
 Processamento Visual: No pensamento de alguns disléxicos o processamento
das imagens é de 400 a 2000 vezes mais rápido que o pensamento verbal.
 São criativos: utilizam todos os sentidos para compreender o ambiente.
Apesar das dificuldades com a memória de curto e ou longo prazo conseguem usar
diferentes estratégias para decorar um texto.
4.Uma breve história da dislexia (Kirby, 2018)
Rudolf Berlin (oftalmologista alemão e professor em Stuttgart, autor da
dislexia), este autor utilizou um diagnóstico de acordo com a literatura médica
internacional contemporânea, que descreve as condições semelhantes da alexia e
paralexia.
Dislexia, psicologia e a ascensão da defesa moderna
Samuel T. Orton, neuropatologista da Universidade Estadual de Iowa (1925)
criou a teoria de que os transtornos da leitura são uma falta de domínio cerebral. Esta
teoria do domínio cerebral de Orton foi fundamental para o estudo da dislexia para as
teorias do desenvolvimento cognitivo.
Este autor foi dos primeiros pesquisadores que defendeu a intervenção
fonológica para as pessoas com dislexia, abordagem que ainda hoje é recomendada.

5.Referências bibliográficas:
Ferreira, C. (2011). Dislexia: Um Estudo de Caso. Instituto Politécnico de Coimbra,
Coimbra.
Kirby, P. (2018). A brief history of dyslexia. The psychologist.
Nico, M. A. N. & Simi, L. G. V., (2016) Curiosidades sobre a Dislexia. Associação
Brasileira de Disleixa.
Pennington, B. & Petterson, R. (2012). Seminar: Developmental Dyslexia. Lancet,
379(9830), 1997-2007.
Vale, A. P., Sucena, A. & Viana, F. (2011). Prevalência da Dislexia entre Crianças do
1.º Ciclo do Ensino Básico falantes do Português Europeu. Revista Lusófona de
Educação.
Vale, A. P. & Sousa, J. (2017). Tipo de erros e dificuldades na escrita de palavras de
crianças portuguesas com dislexia. Da Investigação às Práticas, 7(3), 61 – 83.

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