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RESUMO: No Brasil é notória a ausência de pesquisas relativas à segurança contra fogo, o que
se acentua ainda mais para habitações em madeira. Este artigo apresenta considerações sobre a
situação normativa no Brasil em relação à segurança contra fogo, em especial para casa de
madeira frente a uma realidade exterior onde o desenvolvimento de normas e códigos
representou um grande avanço rumo à qualidade e segurança das habitações em geral,
fomentando a competitividade e crescimento mercadológico, sem abrir mão da segurança. Os
regulamentos específicos de segurança contra incêndios em edificações, é um dos instrumentos
de que dispõe os países desenvolvidos na área de proteção contra incêndio e que são traduzidos
através dos códigos de construção.
Palavras-Chave: madeira, habitação, códigos, normas, fogo.
ABSTRACT: In Brazil it is notorious the absence of relative researches to the safety against
fire, what is still accentuated more for assemblies in wood. This article presents considerations
about the normative situation in Brazil in relation to the safety against fire, especially for house
of wood front to an external reality where the development of standards and codes represented a
great progress in general heading for the quality and safety of the habitations, fomenting the
competitiveness and growth marcket, without opening hand of the safety. Safety's specific
regulations against fires in constructions, it is one of the instruments that disposes the countries
developed in the protection area against fire and that are translated through the construction
codes.
Keywords: wood, assemblies, codes, standards, fire.
A concretização desta norma representaria uma grande vantagem para a “alternativa tecnológica
em madeira destinada a habitação de interesse social que tem sofrido restrições por parte dos
agentes promotores ou financiadores de habitação por conta da insegurança destes em lidar com
riscos potenciais”, (BERTO; LIMA,1988, p.339). referentes...”basicamente, aos aspectos
culturais de aceitação pelo usuário da casa de madeira, à durabilidade do edifício e à segurança
do edifício e do conjunto habitacional frente à possibilidade de ocorrência de incêndios”.
As vantagens da adoção de Normas de desempenho são notórias, muito embora a adoção destas
normas exija um maior grau de investimentos em pesquisas, equipamentos e corpo técnico,
devido às especificidades dos ensaios. Contudo, não existe no Brasil, uma normalização que
contemple a qualidade e segurança das habitações de um modo abrangente. Dentre as normas
relacionadas a fogo que constam na ABNT, as passíveis de aplicação em habitações de madeira
são de pouca contribuição. ver Quadro 01.
3 OS CÓDIGOS CONSTRUTIVOS
Com os códigos de desempenho, os projetistas ganharam mais liberdade para usar qualquer
material ou técnica. As inovações tecnológicas têm permitido a utilização da madeira em
construções sem a redução do nível de segurança, assim como abriu caminho e novos mercados
para as estruturas de madeira, além do já consagrado uso residencial. Segundo WHITE (1989),
as metas da industria norte-americana estão voltadas para a redução da dependência do mercado
residencial, e expansão para o mercado não residencial, o que ampliaria o comércio de vários
produtos relacionados ao tratamento da madeira, em particular os revestimentos retardantes de
fogo.
Ao se estabelecer uma comparação entre as mudanças de enfoque dos códigos ao longo de sua
evolução, podemos observar a contribuição que as experiências com os incêndios e as mudanças
tecnológicas proporcionaram, conforme (Quadro 02), a seguir:
Analisando o que se pratica no Estado de São Paulo, a aprovação de um projeto deve atender às
diretrizes do Código Sanitário, do Código de Obras do Município e do Corpo de Bombeiros. Mas
dependendo do porte da edificação, como o caso de residências unifamiliares térreas ou
assobradas, não há qualquer previsão além daquelas previstas no Código de Edificações. O
Decreto no 38.069- PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (1993), isenta as edificações destinadas
a residências unifamiliares das especificações do decreto.
Entre os países que adotaram códigos nacionais, são observadas pequenas diferenças de um
código para outro. O código canadense define como construção não combustível aquela feita
com materiais não combustíveis tais como aço, concreto e alvenaria, mas admite a presença de
certos materiais combustíveis. O código exige que a partir de um certo tamanho a construção
seja executada com material não combustível, limita o uso deste material para casas a partir de
três andares, assim como estabelece limitações na área máxima por andar em relação ao número
de ruas as quais o prédio faceia, quer seja equipado com sprinkler ou não.
Estas limitações no tamanho têm o propósito de facilitar o resgate das vítimas e o controle do
incêndio. Caso exista um aumento na facilidade de acesso ou diminuição no número de andares,
isto se reverterá na permissão de aumento na área por piso.
As classes I e II, se restringem basicamente aos materiais não combustíveis; a classe III abrange
as edificações que utilizam peças em madeira com dimensões menores que o heavy timber, e
utilizam acabamento exterior não combustível; a classe IV é composta por peças de madeira de
grande espessura; a classe V utiliza peças de madeira com dimensões variadas, porém menores
que o heavy timber.
4 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
“A segurança contra fogo envolve a prevenção, contenção, detecção e evacuação, tem início com
a tomada de medidas de prevenção que significa basicamente evitar a ignição dos materiais
combustíveis pelo controle tanto da fonte de calor ou do material combustível. Isto envolve o
projeto, a construção e a manutenção da edificação e de seu conteúdo”. WHITE;
DIETENBERGER (1999).
A prevenção em primeiro lugar não esta relacionada aos materiais estruturais usados na
construção. Os ditos materiais estruturais à prova de fogo com freqüência iludem o projetista e o
usuário da edificação, dando uma falsa sensação de segurança. O mais importante fator de
proteção está relacionada a rápida detecção, alarme e combate ao incêndio.
As figuras a seguir, ilustram alguns procedimentos adotados visando maior segurança para
habitação em madeira, em cuja cozinha é utilizado fogão a gás, conforme orientações da
LIGNUM (1998):
A parede situada atrás do fogão, deve ter
proteção com material resistente a ação do fogo
por 30 minutos, deve ter espessura mínima de
60 mm acompanhando todo o pé direito, e ter
espaçamento de 20 mm lateralmente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, a incorporação de normas técnicas nos códigos de obras, assim com a unificação
destes códigos, promoveria o aperfeiçoamento de suas orientações, e auxiliaria a análise entre os
sistemas construtivos oferecidos no mercado nacional, isto fomentaria a competitividade,
asseguraria um produto melhor especificado, reduziria o desperdício de matéria prima, e
proporcionaria o controle do processo de produção, padronização dos componentes,
equipamentos, e principalmente respaldo ao uso mais intenso da madeira, sem abrir mão da
necessária proteção aos usuários com respeito a capacidade estrutural, e segurança contra
incêndio. Outro ponto a ser considerado, visando aperfeiçoar a segurança das construções com
sistemas construtivos em madeira é um maior aprofundamento em pesquisas, buscando atender
as necessidades brasileiras. Considerando que os sistemas construtivos utilizados em outros
países, são diferentes do que normalmente se pratica no Brasil, o que se confirma principalmente
no uso das barreiras físicas e dos dispositivos corta-fogo. No entanto é preciso estar ciente de que
a adoção de exigências de desempenho, acarreta à curto prazo um aumento de custos referentes a
adequações, pesquisas, ensaios, entre outros.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS